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VÍDEO JESSÉ DE SOUZA EXPLICA DIVISÃO DE CLASSES NO BRASIL E

IDENTIDADE GERAL

Em uma entrevista sobre o lançamento do livro A Elite do Atraso, Jessé de Souza explica a divisão
de classes no Brasil. Segundo o sociólogo, o país é dividido em 3 classes. A classe dos endinheirados,
que concentram os privilégios e renda, e equivalem a cerca de um porcento da população, a classe
média e a ralé dos novos escravos, que sofrem com a opressão e a precarização das condições sociais
e trabalhistas.

Apesar de soar como uma conotação negativa, Jessé explica que o termo “ralé” não é utilizado pelo
autor para humilhar ou subjugar esse grupo social, mas sim para evidenciar que essa ralé reproduz a
estrutura escravocrata do Brasil Colonial na contemporaneidade, a partir da exploração a qual são
submetidos em todos os âmbitos sociais, que, por consequência, chega a desumanizar esses
indivíduos.

Além disso, Jessé alerta para os perigos de se pensar em divisão social de classes apenas do ponto de
vista econômico, já que muitos aspectos podem ser ignorados, como a estrutura familiar, religiosa e
cultural que formam a sociedade, bem como as relações de poder que a permeiam.

Ele finaliza a entrevista relacionando esses conceitos de classe com a estrutura da sociedade brasileira,
pois estão interligados, uma vez que cada classe social apresenta uma identidade própria, a partir de
seu papel social e de suas características.
VÍDEO KUBENGELE MUNANGA- RAÇA, RACISMO E ETNIA

O vídeo apesar de curto, aborda temáticas muito importantes dentro do estudo das ciências sociais.
Kubengele Munanga, referência nos estudos de questões raciais no Brasil. Em 1977 ele veio ao Brasil
e passou a estudar sobre a condição do negro no Brasil. Mas antes de iniciar essa discussão é
importante definir alguns conceitos, como Raça: que etimologicamente vem do campo da zoologia e
botânica como critério de diferenciação e no campo temporal como a diferenciação de classes sociais,
povos distintos.

A descoberta do conceito de humanidade no século XV, faz com que os europeus fundamentem esse
conceito por critérios religiosos, como a passagem bíblica dos 3 reis magos, mas com o iluminismo
no século XVIII, os pensadores usam do racionalismo e voltam a utilizar o critério das ciências
naturais para definir o conceito de raça.

A partir disso, Munanga defende que essa classificação iniciada pelo iluminismo, desencadeia na
hierarquização das diferenças, originando à pseudociência da raciologia, que com esse conceito de
hierarquização, conduz ao racismo, que para o antropólogo é uma ideologia essencialista que postula
a divisão da humanidade em grandes grupos chamados raças contrastadas que tem características
físicas hereditárias comuns, sendo essas últimas suportes das características psicológicas, morais,
estéticas numa escala de valores desiguais (KUBENGELE MUNANGA).

Para ele a questão central do racismo é a inferiorização do outro grupo social distintos do sujeito que
se autointitula como referência. Outra questão importante trazida por ele é a tentativa da substituição
do termo raça por etnia, porém a introdução desse conceito não corrige os problemas do racismo.
Etnia consiste em um conjunto de indivíduos que compartilham a mesma língua e grupo social,
entretanto, ela não corrige as questões deixadas pelo racismo.

Como forma de tentar criar uma identidade positiva da identidade negra no Brasil, foram criadas
ações afirmativas para tentar diminuir essas desigualdades e oferecer mais oportunidades às pessoas
negras.

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