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Guanambi-BA2021
GARDÊNIA MAGALHÃES FERREIRA
Guanambi-BA2021
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, que com todo seu amor de Pai, me conduziu
com paciência durante toda a jordana da minha formação. Sem ele eu jamais chegaria
até aqui.
Aos meus pais, minha base e fortaleza, que me mantiveram de pé nos momentos
difíceis. Ao meu filho e meu marido que me apoiaram e entenderam todas as
adversidades e turbulências vividas.
Ao meu orientador Matheus Vídero, por todo ensinamento, acompanhamento e
dedicação para a elaboração do trabalho, se fazendo guia em relação aos meus
questionamentos.
A todos que direta ou indiretamente tenham contribuído ou fizeram parte da minha
formação acadêmica, minha eterna gratidão.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 6
2 MATERIAL E MÉTODO............................................................................................. 7
3 RESULTADO E DISCUSSÃO....................................................................................9
.......................................................................................................................................12
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................19
5 REFERÊNCIAS ........................................................................................................21
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ABSTRACT: The present study aims to understand the context of rape culture in
Brazil, to find ways that are effective for it to be deconstructed, so that, through this,
sexual violence against women is seen in a more serious way, and is no longer the
victim criticized for their actions and looking away from the real culprit, thus modifying
a reality that is often traumatizing for women, guaranteeing the improvement of their
rights, both female and human. Demonstrate the difference in vision between men and
women in society, such as the inequality that women still face due to the patriarchal
system rooted in the structure and culture of the country, bringing this through the
historical context and its attempt to justify a rape these days.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODO
sofreram.
No ano de 1998, ocorreu um caso na cidade de Santo André, que teve uma
grande repercursão, por ter acontecido com uma criança de apenas 9 anos de idade.
Uma estudante de 9 anos foi espancada, estuprada e morta com golpes de
um objeto cortante não identificado em Rio Grande da Serra (Grande São
Paulo).
O corpo de Chrisleyde Gomes da Silva, que tinha diversas marcas de
violência, foi encontrado em um trecho de mata atlântica perto de sua casa
por volta das 10h de ontem pelo estudante Danilo Henrique Dias Pinto, 17,
irmão do padrasto da vítima, o motorista Luciano Rogério Pinto, 25.
(OLIVEIRA, 1998, não paginado)
Que culpa teria uma menina de 9 anos? Ela era apenas uma criança.
Até quando o judiciário protegerá o agressor culpabilizando a vítima do crime
que sofreu? A cultura do estupro vai prevalecer?
Com as mudanças na lei, no Código penal, nas lutas pelos direitos femininos,
mesmo nos tempos de hoje, ainda existe a esperança de que seja modificada a visão
da sociedade sobre a mulher.
Crimes de estupro ocorridos no Brasil, estruturam e fazem parte da cultura do
estupro. Essa cultura é, generalizando, a banalização e padronização desse crime
pela sociedade que inclui e estimula essa cultura de várias maneiras, por exemplo,
quando se opõe às mulheres da mídia, culpando as vítimas, e não se constata nenhum
problema. Mulheres sofrem diariamente nas ruas. Os pais, de meninos
principalmente, incentivam as crianças desde que as pequenos são os "destinatários"
e as meninas a aceitarem ser beijadas e tocadas por seus colegas, depois de tudo
isso é "fofo", que é só uma brincadeira, mas é assim que se forma a concepção e o
caráter da criança.
E essa diligêcia de afastar os homens da culpa é insuportável. Primeiramente
culpam a vítima, logo depois, tentam justificar a violação que, não tem e não pode
justificar. Por último, o local. Casos de mulheres são produzidos em uma ampla
variedade de situações, na casa, faculdade, escola, nas ruas, nos ricos, na rica, classe
média ou no bairro popular. Eles ocorrem, independentemente do tipo de roupa, que
mulheres ou seu uso de comportamento.
Na preparação deste artigo, foi utilizada a pesquisa básica pura como método
de pesquisa, ou seja, a pesquisa teórica, cujo objetivo principal é analisar, contribuir e
complementar os tópicos de pesquisas anteriores.
Quanto aos seus métodos, trata-se de um estudo qualitativo, buscando
compreender o tema em discussão, buscando determinar possíveis formas de
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RESULTADO E DISCUSSÃO
estupro, que irá “manchar” a reputação daquele cidadão. Mas para mulher, a justiça e
a comunidade se recusa a proteger.
Ou seja, a lei, não só em relação ao direito penal, mas aos direitos humanos,
vem em defesa da personalidade, do direito de nascer, viver e ser seguro, não sendo
tratadas como coisas, no caso, ao se tratar da mulher, que quase sempre sofre a
repressão e submissão ao sexo masculino.
Ainda não foi alcançada uma igualdade no que se refere aos homens e
mulheres, até porque, não basta existir igualdade perante a lei, mas igualdade material
e no exercício dos direitos formalmente reconhecidos, o que vem sendo buscado e
reivindicado pelas mulheres, deixando claro então que as fases de formação do direito
ainda não estão totalmente superadas. (LEÃO, 2010, p. 346)
Em sua obra, Leão diz:
Um exemplo histórico é a definição da abrangência da lei de crimes
hediondos, e na ocasião da decisão (2001) passou a considerar a
penalização do estupro em duas categorias de gravidade da violência sexual,
diferenciando o sofrimento de mulheres vítimas de estupro entre as que
sofreram lesão corporal e morte e as que não sofreram – assim, o estupro só
seria crime hediondo quando houvesse “graves lesões ou morte” da vítima; o
que não acarretasse tais consequências passou a ser conhecido como
“estupro ligth” da justiça brasileira. Em 17 de dezembro de 2001, com o
julgamento do Habeas Corpus (HC n°81.288), o entendimento mudou por 7
votos a 4. (LEÃO, 2010, p. 350)
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Para melhoria, o texto da lei brasileira passou por modificações drásticas com
a chegada da Lei 12. 015/2009, em relação aos crimes sexuais, fazendo com que os
crimes contra a dignidade sexual fossem vistos de uma forma mais severa.
corpo para outro corpo, exercido por alguém que sente que tem o direito de
exercer isso, exercido em público e em privado. É a soma e substância da
opressão das mulheres. (DWORKIN,1984)
estes que afetam seu psíquico tanto ao relatar a terceiros a dor sofrida,
quanto ao relembrar diversas vezes o ato do crime. (PAULA, 2018)
O caso Mariana Ferrer, que causou grande comoção social é um dos exemplos
de crimes contra a mulher com um descaso considerável do judiciário e com proteção
ao réu. No ano de 2018, Mariana Ferreira Borges, mais conhecida como Mari Ferrer,
digital influencer, trabalhava como embaixadora em um beach club na cidade de
Florianópolis/SC, fazendo divulgações do evento em suas redes sociais, no dia 15 de
dezembro. “Um dos laudos periciais anexados ao processo confirmou que houve
rompimento de hímen – o que indicou que a vítima era virgem até então – e que a
conjunção carnal ocorreu naquele dia.” (ALVES, 2020). A moça era virgem, estava
trabalhando, e no meio do evento foi dopada por um dos frequentantes do espaço,
levada para uma área reservada (como mostram as câmeras de vigilância do local no
referido dia, através de vídeos divuldados nas redes sociais) onde sofreu o abuso.
“Fui levada para um lugar desconhecido por mim e acredito que também seja para a
grande maioria das pessoas que lá frequentam” (Mariana Ferrer, 2020)
Mariana registrou a ocorrência no dia posterior ao acontecido, mas nada
aconteceu.
Cinco meses após o registro da ocorrência, em maio de 2019, o caso não
havia caminhado e Mariana decidiu compartilhar seus relatos nas redes
sociais. A história viralizou e foi compartilhada por milhares de pessoas,
incluindo personalidades famosas. Em julho, André de Camargo Aranha se
tornou réu do caso, investigado como estupro de vulnerável. No início das
investigações, Aranha, empresário que trabalha no ramo de marketing
esportivo, negou ter se aproximado da jovem naquela noite. Ele também se
recusou a fazer um exame de DNA a fim de que a polícia avaliasse se o seu
material genético era compatível com o do esperma encontrado na roupa da
influenciadora. No entanto, a delegada responsável pelo caso na época,
Caroline Monavique Pedreira, pediu que um copo de água usado pelo
empresário durante seu depoimento fosse estudado. Os resultados
comprovaram a compatibilidade entre o seu material genético e o esperma
presente na calcinha. Além disso, ele foi reconhecido nas imagens das
câmeras de segurança do local subindo uma escada de mãos dadas com ela
e foi apontado como suspeito por duas testemunhas. (BARDELLA, 2020, não
paginado)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Vera Regina Pereira de. Violência sexual e sistema penal: proteção
ou duplicação da vitimação feminina? Sequência: Estudos Jurídicos e Políticos,
Florianópolis, pp. 87-114, jan. 1996. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/15741/14254 Acesso em
13 out. 2021.
DUARTE, Nathalia. Caso Mari Ferrer: Senado aprova lei Mariana Ferrer, que
protege vítima de crime sexual. @purepeopleBR. Disponível em:
https://www.purepeople.com.br/noticia/senado-aprova-lei-mariana-ferrer-que-
protege-vitima-de-crime-sexual_a329871/1 . Acesso em: 30 out. 2021.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial, v. III – 9º Ed. – Niterói,
RJ: Impetus, 2012.