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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO


FAVENI

ANÁLISE ERGONÔMICA

GLEUBER CÉSAR DA SILVA TEIXEIRA

CARATINGA/MG
2018
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI

ANÁLISE ERGONÔMICA

GLEUBER CÉSAR DA SILVA TEIXEIRA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado a Faculdade de Venda
Nova do Imigrante, FAVENE, como
parte dos requisitos para obtenção do
título de Pós-Graduação em
Segurança no Trabalho e
Gerenciamento de Produção.

Orientador: STACY KAHRINN


MENDES ALVES

CARATINGA/MG
2018
GLEUBER CÉSAR DA SILVA TEIXEIRA

ANÁLISE ERGONÔMICA

Aprovado em:

Apresentado a Banca Examinadora integrada pela Professora:

___________________________________________
Prof.: STACY KAHRINN MENDES ALVES
Orientador

___________________________________________

___________________________________________
AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, por ter me dado saúde е força para superar as


dificuldades e persistir na caminhada.
A esta universidade - corpo docente, direção е administração, que
oportunizaram o meu crescimento e evolução como pessoa dando além de
conteúdo e saber, momentos memoráveis que levarei por toda vida, com
confiança no mérito е ética presentes nesta instituição.
Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional.
A todos que, direta ou indiretamente, fizeram (e fazem) parte da minha
formação, о meu muito obrigado.
“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes
coisas do homem foram conquistadas do que parecia
impossível”.
Charlie Chaplin
RESUMO
TEIXEIRA, G.C.S. Faculdade de Venda Nova do Imigrante, FAVENI, Julho 2018.
ANÁLISE ERGONÔMICA Trabalho final de Pós-Graduação. (Pós-Graduação
em Segurança do Trabalho e Gerenciamento de Produção). Orientador: Prof.
STACY KAHRINN MENDES ALVES

Dentro das atividades a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), mostrou-


se um instrumento excelente e eficaz para compreender o trabalho, tornando
possível transformá-lo e modificá-lo, visando a qualidade de vida do trabalhador.
Trabalhando dentro das normas e portarias procura-se detectar as
condições de trabalho, determinando para a gerencia da empresa formas de
melhoria e adaptação do ambiente de trabalho, ou formas de execução das
atividades para melhorar a qualidade de vida daqueles que a empregam e
potencializar os ganhos da empresa, seja poupando gastos ou aumentando a
rentabilidade e funcionalidade das atividades.

Palavras-chave: Análise, Ergonômica, saúde, segurança, postura


SUMÁRIO
SUMÁRIO .......................................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 7
2 OBJETIVOS ............................................................................................ 10
3 ANÁLISE DA DEMANDA ........................................................................ 10
4 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................ 11
5 DESCRIÇÃO DA EMPRESA................................................................... 13
6 AVALIAÇÃO DO POSTO DE TRABALHO ............................................. 15
7 REGISTRO FOTOGRAFICO DA FUNÇÃO ............................................ 18
8 RECOMENDAÇÕES ERGONÔMICAS ................................................... 20
9 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NIOSH ............................................. 21
10 CONSIDERAÇÕES SOBRE ERGONOMIA ............................................ 23
11 CONCLUSÃO .......................................................................................... 36
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 37
1 INTRODUÇÃO

Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho.


Nessa relação analisa-se equipamento e ambiente. Levando em conta
particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia e fisiologia na
solução dos problemas encontrados nessa relação.
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) estabelece parâmetros que
permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, proporcionando máximo conforto,
segurança e desempenho eficiente sem lesão.
As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de materiais, aos movimentos repetitivos, mobiliário,
adaptações à equipamentos e às condições ambientais dos postos de trabalho
e a própria organização do trabalho.
A AET extrapola o conteúdo da NR-17 (norma editada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego que versa sobre Ergonomia), e tem como objetivo detectar
possíveis fatores de risco existentes nas atividades, que fornecerão subsídios
para o diagnóstico e recomendações ergonômicas, adequando à empresa a uma
situação, no mínimo, à legislação vigente.
Os grupos de Fatores de Risco Ergonômicos são listados pelo INSS em
sua Norma Técnica (Ordem de Serviço/INSS n° 606/1998) como sendo:

1. O grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e


a visão:

 A dimensão do posto de trabalho pode forçar os indivíduos a adotarem


posturas ou métodos de trabalho que causem ou agravam as lesões
osteomusculares;

2. O frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos:

 A pressão mecânica localizada é provocada pelo contato físico de


cantos retos ou pontiagudos de um objeto ou ferramenta com tecidos
moles do corpo e trajetos nervosos;

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3. As posturas Inadequadas, com mecanismos que podem causar
distúrbios;

 Os limites de amplitude articular, a força da gravidade oferecendo uma


carga suplementar sobre articulações e músculos, as lesões mecânicas
sobre os diferentes tecidos;

4. A carga osteomuscular entendida como carga mecânica decorrente de:

 Tensão muscular, compressão, fricção ou uma irritação,


 Entre os fatores que influenciam a carga osteomuscular, descrevem-
se: a força, repetitividade, a duração da carga, o tipo de preensão, a
postura do punho e o método do trabalho.

5. A carga estática presente quando um membro é mantido numa posição


que vai contra a gravidade;

6. A invariabilidade da tarefa:

 Monotonia fisiológica e/ou psicológica;

7. As exigências cognitivas:

 Causando um aumento de tensão muscular ou uma reação mais


generalizada de estresse;

8. Os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho:

 Os fatores psicossociais são as percepções subjetivas que o


trabalhador tem dos fatores de organização do trabalho;
 Como exemplo dos fatores psicossociais podem ser citados:
considerações relativas à carreira, à carga, e ao ritmo de trabalho e ao
ambiente social e técnico do trabalho;
 A percepção psicológica que o indivíduo tem das exigências do
trabalho é o resultado das características físicas da carga, da

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personalidade do indivíduo, das experiências anteriores e da situação
social do trabalho

A AET permite a quantificação da exposição a fatores de risco, a


identificação dos períodos de repouso, a avaliação dos níveis de aplicação de
força e a cadência ou ritmo de trabalho. A relação entre esses fatores e a
probabilidade de aparecimento das LER/DORT’s, considerando as diversas
teorias fisiopatológicas de gênese, são os elementos de suporte à elaboração
dos métodos de avaliação do trabalho.
A avaliação dos Riscos Ergonômicos só tem sentido se estiver integrada
num conjunto de atividades que potencializem o controle de risco através de
medidas preventivas (gestão do risco) e que seja parte integrante de um sistema
que se retroalimenta continuamente no sentido da efetiva melhoria do processo.

Assim, a AET, por sua metodologia específica, permite a compreensão dos


diversos elementos implicados e contribui para o desenvolvimento de planos e
programas de prevenção mais efetivos

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2 OBJETIVOS

Este documento tem por finalidade não só atender as exigências legais (NR
17), como também, identificar as condições de trabalho nos postos de trabalho
da EMPRESA OBJETO DA ANÁLISE, de modo a estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação destas condições às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, proporcionando um máximo conforto, segurança e desempenho
eficiente.
Esta Análise está embasada, principalmente, na Norma Regulamentadora
NR 17 – Ergonomia, editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego pela portaria
3751 de 23 de novembro de 1990.

3 ANÁLISE DA DEMANDA

Em atendimento as necessidades da empresa o trabalho acadêmico


proposto tem por finalidade conhecer a atividade e os riscos ergonômicos que
ela proporciona ao trabalhador e propor medidas mitigadoras.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

Metodologia da Análise Ergonômica


Abaixo segue metodologia usada para descriminar a Análise do Posto,
Biomecânica, Ambiente Físico, Diagnóstico, Recomendações e Sugestões com
seus métodos utilizados. Quantificação utilizando NIOSH.

Análise do Posto de Trabalho


Métodos utilizados: Observação, medições, entrevista informal e fotos.
Metodologia: A análise do posto de trabalho foi realizada estudando as
ferramentas, os equipamentos de trabalho, suas dimensões e o posicionamento
em relação ao colaborador.

Análise Biomecânica
Métodos utilizados: Entrevista informal, observações e fotos.
Metodologia: A análise Biomecânica da Atividade avaliou e caracterizou a
utilização de força (estática ou dinâmica, sua intensidade e os grupos
musculares exigidos), a postura de execução (se os ângulos articulares estão
próximos do neutro), a repetitividade das tarefas (Frequência dos gestos de
trabalho) e o ciclo de trabalho.
Análise do Ambiente Físico
Métodos utilizados: Observação, consulta ao PPRA, entrevista informal.
Metodologia: A análise do Ambiente físico foi realizada observando
disposição e tipo de iluminação, tipo de piso e paredes, higienização, ventilação
e medições ambientais com equipamento específico.

Diagnóstico
É apresentado o diagnóstico para cada Atividade de Trabalho analisando
os riscos encontrados e sua potencialidade para gerar lesões. Levam-se em
conta as avaliações da Organização de Trabalho, Posto de Trabalho, Análise
Biomecânica e Ambiente Físico, assim como relatos colhidos dos colaboradores
e dados do Check list. Check-list – São ferramentas usadas na ergonomia com
a função de quantificar as situações antiergonômicas apontando defasagens no

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posto de trabalho.

Recomendações e Sugestões
Ao final da análise de cada função, são apontadas recomendações e
sugestões com o objetivo de melhorar as condições de trabalho, adequar à
empresa as normas vigentes, buscando alcançar o conforto, a segurança e a
eficiência no trabalho. As recomendações e sugestões são classificadas quanto
à necessidade de adaptações, níveis de ação a curtíssimo, curto, médio e longo
prazo através de sinalização, como exposto no quadro:

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5 DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Há mais de 40 anos no mercado, a empresa que preferiu não ser


identificada por motivos técnicos, tem sede situada no estado do Espírito Santo,
é uma das Companhias nacionais pioneiras na produção, comercialização e
distribuição de agroquímicos.
A mesma opera em território nacional, exercendo suas atividades por meio
unidades de produção espalhadas no brasil.
A unidade de produção que foi objeto de análise deste trabalho é uma das
maiores, com quatro equipamentos de mistura e capacidade de produção
ajustada à sazonalidade de aproximadamente 480 mil toneladas por ano.

DEMAIS INFORMAÇÕES IMPORTÂNTES

Os horários e turnos são divididos da seguinte maneira: a área de produção


cumpre dois turnos, sendo das 7h53 às 17h58 e das 17h58 às 2h54, já a área
administrativa cumpre horário comercial das 8h00 às 18h00. Nos períodos de
safra a área de produção atua também aos sábados, das 7h00 às 16h20.
Eventualmente a área administrativa trabalha em regime de horas extras. O ritmo
produtivo varia conforme a safra e necessidade de cada insumo. A política de
remuneração inclui participação nos lucros (PL) para toda empresa. Na produção
existe a promoção por tempo de trabalho, sendo que a cada seis meses os
colaboradores são promovidos em seus cargos. O setor administrativo recebe
promoções conforme necessidade e mediante aprovação da gerência, e a
remuneração varia de acordo com cada cargo. Na empresa existem três áreas
que são terceirizadas: portaria, limpeza e restaurante.
Duas funções na empresa cumprem normas regulamentadoras que exigem
o pagamento adicional de 30% referente à periculosidade: eletricista e
abastecimento de maquinas.
Também é importante citar que os resíduos originários da empresa passam
pelo processo de reciclagem, e são descartados separadamente. Plástico,
madeira e ferro são recolhidos por empresa certificada.

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A população de colaboradores é dividida entre as áreas produtivas e
administrativas, sendo que todos os colaboradores são contratados via CLT e
cumprem noventa dias de experiência antes de serem efetivamente contratados,
com exceção da limpeza, restaurante e portaria que são terceirizados. A
experiência e o nível de escolaridade exigidos para o setor produtivo é de 2º grau
completo e no setor administrativo essa exigência varia conforme o cargo e área
de atuação. A categoria profissional da empresa é a dos químicos, sendo regida
por este sindicato específico.

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6 AVALIAÇÃO DO POSTO DE TRABALHO

Setor
Movimentador de Carga
Turno
Segunda a Sexta das 07h00 às 17h00
Pausas
 Pausa de 1 hora e 12 minutos de almoço
 10 minutos de pausa pré-estabelecida a tarde
 Eventuais paradas para necessidades fisiológicas

Descrição do posto de Trabalho

Esta função está presente nos 3 galpões (M1/M2, M3 e M4) com


colaboradores recebendo os sacos no final da linha de produção para realizarem
a organização dos sacos no caminhão.
Esse posto de trabalho se encontra dentro das carrocerias dos caminhões
com o auxílio de escada ou plataforma na altura do caminhão para entrar e sair
do mesmo.
Esteira chega até a carroceria dos caminhões e pode ser ajustada
conforme a altura do caminhão ou peso do saco trabalhado. Normalmente é
ajustada a esteira na altura do peito dos colaboradores quando se trabalha com
sacos de 25 Kg e na altura da cabeça quando se trabalha com sacos de 50 Kg.
Para auxilio visual os Colaboradores possuem um espelho acima da esteira
para ver a chegado do saco e não ser surpreendido.
Posto possui sistema de segurança em altura.
Banheiro e água de fácil acesso ao colaborador.
Ambiente sujo com suspensão de material no ar.

Atividade Prescrita

Executar serviços diversos na produção, desde a limpeza geral dos


equipamentos e das instalações de sua área de trabalho, até auxiliar em
atividades diretamente ligadas ao processo de produção como, operações de
máquinas, equipamentos e painéis durante o processo produtivo, conferência de
peso das matérias primas e produtos ensacados, utilização de fórmulas e

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especificações dos produtos a serem elaborados/misturados e ainda,
recepcionar e distribuir embalagens e impressão de etiquetas, sacaria e Big Bag.

Atividade Real

A função desses colaboradores é organizar os sacos de material pronto na


carroceria dos caminhões. Essa atividade é realizada em 3 ou 4 colaboradores
que recebem os sacos por uma esteira na altura de seu peito ou cabeça e
deslocam até o local mais adequado. Quando é necessário, os Colaboradores
pedem para o motorista do caminhão avançar um pouco para abrir espaço.
No final do carregamento, quando o espaço já é pequeno fica apenas um
colaborador realizando a tarefa que eles chamam de “fechamento do caminhão”.
Neste fechamento final, os Colaboradores revezam a vez, fazendo cada
caminhão um.
Descrição Biomecânica

Trabalhos predominantemente na posição ortostática com posturas


dinâmicas.

Repetitividade:
Quem dita o ritmo de trabalho do Movimentador de Cargas é a produção.
Conforme avaliado ocorrem ciclos contínuo e irregular conforme produção,
maquinário e número de colaboradores que revezam a tarefa.

Presença de:
 Postura inadequada
 Concentração
 Força excessiva

Ausência de:
 Compressão em tecidos
 Falta de flexibilidade na mudança das Posturas
 Movimento Ocular
 Exigências Intelectuais

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 Digitação moderada durante toda jornada de trabalho
 Trabalho Cognitivo
 Impacto
 Vibração

Membros Inferiores com presença movimentos de flexão de quadril e pés


que os Colaboradores usam para arrumar os sacos chutando os mesmos e
realiza tarefa na posição ortostática se equilibrando nos sacos no final do
carregamento.

Membros Superiores com flexão acentuada de ombros associado com


peso e preensão palmar ao agarrar os sacos.
Uso de EPIs.
Realizam transporte manual de cargas de 30kg e 60 Kg dependendo da
sacaria usada no carregamento.
Posturas de Pescoço: realiza extensão com alta frequência e sustenta
carga durante a atividade laboral.
Posturas de Tronco: realiza flexão associado com rotação com peso.

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7 REGISTRO FOTOGRAFICO DA FUNÇÃO

Trabalhador recebendo sacaria de 60 kg


da correia transportadora, apoiando na
cabeça

Carregamentos de sacos de 60 kg

Organização da carga no caminhão.

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Fechamento do caminhão com apenas 1
trabalhador.

ANÁLISE FÍSICA DO AMBIENTE DE TRABALHO


Valores Encontrados Valores de Referência
Iluminação 451 Lux 200 Lux
Ruído 84.8 dB 85 dB
Temperatura 24,6 °C Entre 20 – 23 °C
Velocidade do Ar 0.0 m/s Não superior a 0,75 m/s
Umidade do Ar 52,4% Não inferior a 40 %

PRINCIPAIS MEMBROS EXPOSTOS AOS RISCOS ENCONTRADOS:


Coluna; Membros Superiores Membros Inferiores.

CHECK LIST REBA – REPID BODY ASSESSMENT

ESCORE Nível de Risco`

D=13 D = Muito alto


E=13 E = Muito alto

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8 RECOMENDAÇÕES ERGONÔMICAS

Manter revezamento de função.


Observação:

NR11 11.2.4 Na operação manual de carga e descarga de sacos, em


caminhão ou vagão, o trabalhador terá o auxílio de ajudante.

Implementação de Pausa de 10 minutos a cada 1hora trabalhada para repouso


fisiológico.

Observação: “Em trabalho que exigem atividade física pesada, devem ser
proporcionadas pausas durante a jornada de trabalho. Para trabalhos
moderados, pausas de 10 minutos a cada hora de trabalhado, são suficientes
para permitir a recuperação da fadiga. ” Livro “Ergonomia, projetos e produção”
pg.360, Itiro Iida.

Aquisição de bancos para repouso dos Colaboradores.

Ajustar esteira para colaborador receber sacos na altura do tórax e NUNCA na


altura da cabeça.

O transporte manual de carga com auxílio da coluna cervical (Cabeça) deve


ser ELIMINADO.

Implementação de Pausas Ativas

Realizar 2 vezes por dia (1 entre início do turno e pausa de refeição e 1 entre
pausa de refeição e final do turno) com realização de exercício orientados.

Treinamento setorial em Ergonomia e Transporte Manual de Cargas.

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9 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NIOSH

Manuseio na cabeça
LPR = 23 x HM x VM x DM x FM x AM x CM

HM= 25/30 → 0.83


VM= (1 – 0,003 [V – 75]) → (1-0.003[170-75]) → 0.715
DM = (0,82 + 4,5/D), sendo D=200 →DM= (0.82+ 4,5/200) → 0.84

FM= 0,65, sendo 2 levantamentos >75cm


AM=1-(0,032 x 90) → 0,71
CM= Pega boa V > 75 → 1

LPR= 23x 0.83x 0.715x 0.84x 0.65x 0.71x 1


LPR= 5,29
Peso da Carga = 50 kg

Índice de Levantamento = 50/ 5.29 = 9,45 condição insegura – alto risco


de lesão

Manuseio na altura do peito


LPR = 23 x HM x VM x DM x FM x AM x CM

HM= 25/30 → 0.83


VM= (1 – 0,003 [V – 75]) → (1-0.003[120-75]) → 0.865
DM = (0,82 + 4,5/D), sendo D=200 →DM= (0.82+ 4,5/200) →0.84
FM= 0,55, sendo 3 levantamentos >75cm
AM=1- (0,032 x 90) → 0,71
CM= Pega boa V > 75 → 1

LPR= 23x 0.83x 0.86x 0.84x 0.55x 0.71x 1


LPR= 5.38

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Peso da Carga = 25 kg

Índice de Levantamento = 25/ 5.38 = 4.64 condição insegura – alto risco


de lesão

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10 CONSIDERAÇÕES SOBRE ERGONOMIA

A ergonomia baseia-se em muitas disciplinas em seu estudo dos seres


humanos e seus ambientes, porém é de fundamental importância para um bom
entendimento algumas considerações a respeito de conceitos e nomenclaturas
adotadas nesta análise.

Nomenclatura dos movimentos corporais


Durante a leitura da AET, nomenclaturas de movimentos corporais são
descritos com o objetivo de deixar mais detalhados os riscos encontrados e os
reais padrões biomecânicos adotados durante toda jornada de trabalho.
Para facilitar a compreensão descrevo os alguns tipos de movimentos
realizados pelo corpo humana.
 Flexão cervical: movimento de “abaixar” a cabeça, inclinando o
pescoço.
 Extensão cervical: o oposto da flexão, elevar a cabeça como se
fosse olhar
para cima.
 Flexão de tronco (inclinação): dobrar o tronco para frente, inclinando-
o,
como se fosse para pegar alguma coisa no chão.
 Flexão lateral do tronco (inclinação lateral): inclinar o tronco para o
lado,
como se fosse abaixar para pegar alguma coisa de lado.
 Rotação do tronco: Em pé ou sentado, girar o tronco para um dos
lados,
mantendo fixo à cintura (ponto de referência).
 Flexão de ombro: elevar o braço para cima e para frente (como se
apontasse algo à frente).
 Extensão de ombro: elevar o braço para trás (movimento oposto à
flexão, a
partir da posição neutra).
 Abdução de ombro: elevar o braço para cima lateralmente.

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 Adução de ombro: movimento oposto da abdução.
 Flexão do cotovelo; dobrar o cotovelo.
 Flexão plantar: movimento de esticar à ponta dos pés (como se
fosse apertarum pedal).
Fonte: (Hudson Couto)

Tipos de Postura
Para maior entendimento, denomina-se de boa postura a posição do corpo.
A boa postura pode ser definida como o arranjo harmônico das partes
constituintes do corpo, tanto em posição estática (parado) como em diferentes
situações dinâmicas (movimento e força).
Exemplos de postura estática: Trabalhar na posição sentada durante longo
período, ou trabalhar em posição em pé, em postos fixos, por longos períodos.
No caso desta análise, a postura estática se encontro no trabalho fixo defronte à
esteira, ou bancada.
Exemplos de postura dinâmica: É a que oferecem flexibilidade postural,
tanto no trabalho em pé ou sentado, onde se têm a disponibilidade de alterar os
grupos musculares durante todo o período de trabalho.
A boa postura é resultado da capacidade que ligamentos, cápsulas e tônus
muscular têm de suportar o corpo ereto, permitindo sua permanência em uma
mesma posição por períodos prolongados sem desconforto. Uma postura
aceitável também deve ser esteticamente apreciável. Portanto, quando alguém
se cansa de permanecer em pé, sente desconforto ou dor, há sintomas de fadiga
postural da coluna vertebral.
A influência dos padrões culturais, sociais, profissionais, hábitos,
treinamentos e psiquismo sobre a postura são importantes e muito numerosos,
sendo, muitas vezes, difícil identificá-los.

Postura do Corpo
Trabalhando ou Repousando, o corpo assume três posturas básicas: as
posições em pé, sentada e deitada. Em cada uma dessas posturas estão
envolvidos esforços musculares para manter a posição relativa de partes do

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corpo, que se distribuem da seguinte forma:

Essas faixas de variação são justificadas pelas diferenças do tipo físico e do sexo.
Durante a análise dos postos foram encontradas as posturas sentadas e
em pé. Posição Sentada- A posição sentada exige atividade muscular do dorso
e do ventre para manter esta posição. Mecanicamente, durante a postura
ortostática (em pé) a carga imposta sobre a coluna lombar é de
aproximadamente 60% do peso corpóreo, enquanto que não posição sentada
isto pode se elevar para 70% e pode ultrapassar este valor com qualquer
inclinação de tronco. A compressão nos discos vertebrais pode ser acentuada
por um único esforço ou pela fadiga instalada em decorrência do período
prolongado de trabalho, tornando a musculatura tensa.
O “estar sentado”, na grande maioria pode estar associado a um estilo de
vida pouco ativo. A inatividade física por sua vez, relaciona-se com a debilidade
muscular, como rigidez, fraqueza, falta de amplitude articular, excesso de peso
e baixa capacidade cardiorrespiratória. O encurtamento e/ou enfraquecimento
de importantes grupos musculares da região dorsal, favorecido pela postura
estática e pela falta de atividade física pode, à longo prazo, proporcionar uma
somatória de efeitos negativos até o surgimento de problemas mais graves. As
más posturas são mais prejudiciais na vida de pessoas pouco ativas, como
também em profissões que raramente exigem do trabalhador esforço físico. O
sentar de forma inadequada ou em cadeiras ou bancos inadequados para a
função podem contribuir para o surgimento de patologias da coluna vertebral.
Segundo Brandimiller (1999), mesmo quando se está sentado, para manter
o tronco em qualquer postura é preciso um trabalho contínuo dos músculos das
costas, sem o qual desabaria, como acontece quando alguém desmaia. O

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esforço invisível desses músculos das costas, dos ombros e braços – que
silenciosamente estão lutando contra a gravidade - é denominado trabalho
postural.
A posição parada em pé, é altamente fadigante porque exige muito trabalho
estático da musculatura envolvida para manter essa posição. O coração
encontra maiores resistência para bombear sangue para os extremos do corpo.
As pessoas que executam trabalhos dinâmicos em pé, geralmente permanecem
estáticas ou com pouco movimentação. Muitas vezes, projetos inadequados de
máquinas, assentos ou bancadas de trabalho obrigam o trabalhador a usar
posturas inadequadas. Se estas forem mantidas por um longo tempo, podem
provocar fortes dores localizadas naquele conjunto de músculos solicitados na
conservação dessas posturas.

Sua tolerância a esforços depende da frequência dos membros, distancia


horizontal do indivíduo à carga, do ângulo de rotação do tronco, da altura vertical
da carga na origem, da distância vertical percorrida entre a origem e o destino e
da qualidade da pega da carga.
Possui a capacidade ótima de 18 a 35 anos.
Deve-se evitar coloca-la para fazer esforços antes dos 18 anos (quando as
estruturas ainda estão em desenvolvimento, portanto, mais vulneráveis às
deformações e após os 45 anos, quando a fragilidade das estruturas se acentua).
Capacidades específicas:
 Coluna lombar: tolera bem a flexão, tolera mal a extensão associada à
rotação.
 Coluna torácica: tolera bem a rotação lateral, é incapaz de ser flexionada.

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 Coluna cervical: tolera bem movimentos dinâmicos de flexão e extensão,
bem como rotação lateral, tolera mal esforços estáticos de extensão
prolongada, flexão prolongada, rotação lateral prolongada ou inclinação
prolongada.
 Força de compressão no disco L5 – S1 compatível com esforços sem risco:
3400N.
Limites de peso recomendado para levantamento de cargas: 23 Kg, para
sexo masculino e 18 Kg para o sexo feminino, nas melhores condições: carga
do corpo, sem rotação do tronco, pega a 75 cm do piso, elevação de 30 cm, boa
pega e frequência menor que 1 vez a cada 5 minutos.
 Carga pega no nível do piso: 18 Kg.
 Condições diferentes das acima: necessário aplicar a fórmula do NIOSH.
 Transporte de cargas: 30 Kg (ocasional, de preferência em duas pessoas).
 O limite de transporte de cargas irá depender mais da taxa metabólica, que
nunca deverá ser maior que 4,5 Kcal/minuto em média.

Consequência de padrões posturais alterados


Lombalgias
 Os transtornos de coluna se constituem numas das maiores causas de
afastamento prolongado do trabalho e de sofrimento humano. A dor é forte
e incapacitante, pois piora com os mínimos movimentos executados pela
pessoa. Sua incidência é muito alta, a ponto de se poder dizer que a cada
100 pessoas, 50 a 70 irão apresentar lombalgias em alguma fase de sua
vida.
Para prevenção costuma-se utilizar três tipos de medidas:
a) Seleção médica criteriosa (costuma-se reduzir a incidência em 30%)
b) Treinamentos específicos (capaz de reduzir a incidência em 20%)
c) Medidas ergonômicas (capaz de reduzir 80% dos casos)

Área de Alcance
Costuma-se encontrar o trabalho em pé predominantemente no setor
produtivo e o trabalho sentado no setor de escritório, diante disso as descrições
sobre área de alcance são igualmente divididas.

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Em pé para se estar em pé confortavelmente, deve-se ter os pés
ligeiramente afastados, e a esteira, mesa ou bancada de trabalho precisa de
espaço para que os pés se projetem debaixo dela com estabilidade. O tronco
deve ficar ereto, ligeiramente flexionados, mas sem desfazer a lordose lombar
fisiológica.
A altura ideal para um plano de trabalho será ligeiramente abaixo do
cotovelo, para permitir que o antebraço e mão trabalhem próximos, impedindo a
tensão exagerada que iria provocar ao nível dos membros superiores e pescoço,
se a bancada fosse ou objeto de trabalho for mais alto.
O tronco também não deverá estar inclinado para frente sobre uma
superfície baixa. Para facilitar o trabalho ainda mais, o tampo da mesa ou
bancada deve estar ligeiramente inclinado, facilitando o acesso a zonas
afastadas com menos movimento ou esforço. Quando o trabalho em pé exige
voltas ou torções (acabamento) deve-se realizá-lo com movimentos de quadril e
joelhos em vez de se usar somente o tronco, o que exigiria esforço de coluna
lombar. Quando é necessário mais do que uma bancada, o equipamento deve
estar disposto de maneira a reduzir o número de passos entre elas.
Sentado- Segundo a NR17 no item 17.3.1. Sempre que o trabalho puder
ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou
adaptado para esta posição. As regras gerais para respeitar as áreas de alcance
tanto para os trabalhos realizados sentados como em pé são:
 A altura do cotovelo acima do assento varia entre aproximadamente
18 e 27 cm, o que idealmente poderia localizar a superfície de
trabalho em torno de 18 a 20 cm acima do assento. Entretanto, é
preciso lembrar que um vão de pelo menos 20 cm é recomendado
entre o assento e o local da parte inferior da superfície de trabalho a
fim de que as pernas mantenham uma postura própria com o seu
trabalho. Com o objetivo de manter a altura da superfície de trabalho
dentro dos limites aceitáveis, a espessura da mesma deve ser
mantida como a menor possível, certamente não mais que 5 cm e
preferencialmente não mais que 2 cm, lembrando que a superfície

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de trabalho deve ficar na altura do cotovelo da pessoa sentada, de
modo que o antebraço trabalhe paralelo à superfície.
 As manipulações fora do alcance dos braços exigem movimentos do
tronco. Para evitar isso, as ferramentas, controles e peças devem
situar-se dentro de um envoltório tridimensional de alcance dos
braços. As operações mais importantes devem situar-se dentro de
um raio aproximadamente de 50 cm a partir da articulação entre os
braços e os ombros. Não é recomendado ultrapassar a distância de
75 cm.Isto se aplica tanto aos trabalhadores sentados como em pé.
 Sempre que possível, as tarefas que exigem um acompanhamento
visual contínuo, como no caso de leituras e inspeções de qualidade,
devem ser feitas em superfícies inclinadas com o objetivos de
aproximar o trabalho dos olhos. Caso contrário seria necessário
inclinar a cabeça e o tronco para frente. No caso de leitura, a
inclinação recomendada é de 45 graus e, para escrever, a inclinação
pode ser de 15 graus
 As pernas devem ser acomodadas dentro de um espaço sob a
superfície de trabalho, de forma a permitir uma postura adequada,
sem inclinar o corpo para frente. A largura desse espaço deve ser
60 cm no mínimo, e a profundidade deve ser pelo menos 40 cm na
parte superior, e 100 cm na parte inferior, juntos aos pés. Esta maior
dimensão juntos aos pés justifica-se pela necessidade de esticar as
pernas para frente, de vez em quando, para mudar a postura.
 Não é todo mundo que deve utilizar suporte para os pés, de forma
geral esse dispositivo é indicado para pessoas com altura < 1.70 m.
O mesmo deve possuir regulagens para juste da inclinação e a
inclinação deve ser próximo a 45°.

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Segue uma imagem que auxilia muito na adequação do ambiente de
trabalho :

Importância da Realização de Pausas no Trabalho


As pausas são períodos de tempo concedidos, de acordo com a
Consolidação Leis Trababalho – CLT, para os trabalhadores contínuos de mais
de 6 horas, e devem ser utilizados para refeições e descanso.
Do ponto de vista da Ergonomia, as pausas são interrupções da jornada de
trabalho, que visam à recuperação da capacidade física e mental do indivíduo.
A definição dos tempos para as pausas deve ser baseada no tipo de atividade,
na cadência do trabalho, na repetitividade das tarefas e no desgaste físico
durante a jornada.
Sendo assim, cada atividade deve ter suas pausas estabelecidas, de
acordo com critérios avaliados a partir da Análise Ergonômica.
As pausas são classificadas de acordo com a sua duração, e estas são:
 Pausas fisiológicas – Período de tempo gasto com a recuperação da
capacidade de um músculo após sua contração durante o trabalho;
 Pausa de Limitação – Tempo que um indivíduo deixa de realizar a tarefa
por não ter condições físicas;
 Pausas de recuperação – Tempo de recuperação física e mental durante a
jornada de trabalho;

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 Pausas para refeição – Devem ser considerados alguns fatores, tais como:
Reposição energética, horários, tempo de digestão, entre outros;
 Pausas diárias – Recomenda-se um período de pelo menos onze horas de
repouso, entre o final e o início da jornada de trabalho;
 Pausas semanais – Devem sempre que possíveis contemplar o Domingo;
 Pausas Anuais – Ou chamadas férias, devem ser de no mínimo duas
semanas para cada ano trabalhado;

A duração das pausas para o descanso (recuperação) deve ser projetada


de forma equilibrada, geralmente nos períodos intermediários entre o início da
jornada – refeição – término da jornada.

Transporte Manual de Cargas


Quando for manipular as cargas, como peças ou cargas pesadas, procurar
eliminar ou minimizar as agressões das seguintes formas:
 Evitar tarefas que requeiram inclinar-se ou torcer-se como na mobilização
de peças ou girar para retirar as mesmas de mesas ou bancadas. Esses
movimentos são pouco estáveis e são as principais causas de lesões nas
costas e dos transtornos de pescoço e ombro.
 Mantenha o objeto junto ao corpo, enquanto são transportados ou
manuseados para evitar mudanças no centro de gravidade e diminuir o
movimento de inclinação da coluna. Deste modo a visibilidade adiante é
boa aumentando a eficiência e reduzindo acidentes.
 A medida do possível, providencie bons pontos de preensão da carga a ser
transportada.
 Organizar tarefas de transporte de modo a elevar e baixar minimamente os
objetos transportados.
 Pedir auxílio para transportar objetos de grande dimensão ou
excessivamente pesados ou usar ferramentas adequadas.
 Quando o peso da carga não for grande, o uso de paletes, caixotes, caixas
ou recipientes para transportar objetos pequenos pode reduzir o número de
viagens.

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 Antes de pegar um peso, enrijecer a coluna, de forma a colocar seus
músculos em condições prévias de boa capacidade para realizar o esforço
a que se propõe.
 Avaliar a sua real capacidade para levantar aquele peso.
 Desobstruir o acesso à carga a ser levantada ou depositada, de forma a
evitar flexões e torções da coluna.
 Ao pegar uma carga mais pesada, respirar fundo e prender a respiração
(este aumento adicional de pressões no tórax diminui a pressão nos discos
da coluna).
 Certificar-se das condições do piso, a fim de evitar tropeções e escorregões
enquanto transportar a carga.
 Evitar carregar mais que 30 Kg.

Ferramentas

O desenho adequado do manejo (pega das ferramentas) tem uma grande


influência no desenho do desempenho do colaborador. Geralmente existe
grandes variedade de desenhos de ferramentas manuais disponíveis para cada
tipo de função. Elas devem ser selecionadas adequadamente de acordo com as
necessidades da tarefa. Aquelas que exigem velocidade e precisão com pouco
força, devem ser leves e ter um perfil mais delicado, aproximando-se de formas
geométricas, enquanto que aquelas que exigem transmissão de maiores forças,
devem ser mais robustas, com a pega aproximando-se das formas
antropomorfas. A concentração de tensões na mão pode ser reduzida
melhorando o desempenho da pega, aumentando o diâmetro da pega,
eliminando as superfícies angulosas ou “cantos vivos” e substituindo as
superfícies lisas por outras rugosas ou emborrachadas.
 Manejo Geométrico- assemelha-se a uma figura geométrica regular como
cilindros, esferas, cones e outras.
 Manejo Antropomorfo- apresenta superfície irregular, conformando-se com
a anatomia da parte do organismo usada no manejo.

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 Deve-se preferir ferramentas que possam se manuseadas com um mínimo
de esforço. Evitar ferramentas que exijam muita força dos dedos, diminuir
o tempo de uso dos músculos.
 Medidas gerais:
 Quando empunhar o cabo de uma ferramenta como toda a mão certificar-
se de que o diâmetro do quadro tenha a medida entre 30 a 40 cm.
 Para ferramentas com cabo duplo a distância inicial deve ser menos que
100mm, e a distância do fechamento de 40 a 50mm, tendo os cabos com
grossura suficiente para não provocar dor.
 No caso de preensão em gancho utilizar um cabo de 30 a 55cm de diâmetro
 Sempre verificar se durante o manuseio o punho tem como permanecer
neutro e garantir que haja a fricção adequada ou com dispositivos de
segurança ou retenção que evitem que se deslize ou escapem.

Vibrações
A vibração é um agente nocivo presente em várias atividades laborais do
nosso cotidiano. Muitas atividades em empresas submetem os trabalhadores às
vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro. Cada parte do corpo humano
vibra numa frequência característica; quando uma vibração externa de mesma
frequência atinge aquela parte ocorre o fenômeno da ressonância.
As vibrações localizadas são transmitidas aos membros através,
principalmente, do uso de ferramentas manuais, portáteis ou não, tais como
motosserras, furadeiras, serras, politrizes lixadeiras, britadeiras e martelos
pneumáticos. As vibrações de corpo inteiro são características em plataformas
industriais. Veículos pesados, tratores, retroescavadeiras e até mesmo no
trabalho de embarcações marítimas e fluviais e trens.
Em 1918, uma médica do trabalho americana, Alice Hamilton, elaborou um
dos primeiros estudos médicos numa pedreira indiana, onde os trabalhadores
utilizavam ferramentas manuais e pneumáticas vibratórias. Recentemente o
National Institute dor Occupational Safety and Health (NIOSH) refizeram o
estudo e chegaram ao mesmo resultado. Ficou demonstrada a relação de
casualidade entre o uso regular de ferramentas elétricas manuais com a

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irreversível e debilitante condição médica inicial e impropriamente denominada
Síndrome de Raynaud ou doença dos dedos brancos, atualmente denominada
de Síndrome da Vibração de Mãos e Dedos.
As vibrações são tratadas no anexo nº8 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78;
o anexo não estabelece limites de tolerância, direcionando para a norma ISSO
5349 ou sua substituta. Atualmente ISSO 5349 em sua revisão de 2001, também
não apresenta limite de tolerância, mas sim um modelo de predição, em anos,
para o aparecimento da Síndrome da Vibração de Mãos e Dedos em 10% da
população exposta. Vários estudos contrariam os números da ISSO 5349,
afirmando que os dados não são conservadores e que em menos tempo que o
previsto na norma, os colaboradores já apresentam sinais da síndrome.
Para fins de elaboração do PPRA, respeitando-se o contido no item 9.3.5.1.
c. da NR-9, uma vez que não há limites estabelecidos no anexo nº 8 da NR-15,
tampouco pela norma ISSO 5349, a solução é utilização dos limites da ACGIH.

A Síndrome da Vibração de Mãos e Dedos


As vibrações de corpo inteiro têm despertado pouco interesse, inclusive em
nível internacional. No entanto, as vibrações de mão e braços têm sido
exaustivamente pesquisadas.
Os sintomas iniciais da Síndrome da Vibração de Mãos e Dedos incluem:
branqueamento local, em uma ou mais dedos de qualquer ou ambas as mãos
expostas à vibração, dor, paralisia, formigamento, perda da coordenação, falta
de delicadeza e inabilidade para realizar tarefas intrincadas.
A síndrome também implica em danos na percepção cutânea e prejuízo na
destreza manipulativa, como por exemplo, dificuldade em pegar uma moeda em
uma superfície plana, abotoar uma camisa de botões pequenos, e até virar uma
página de jornal. As severidades dos sintomas são diretamente proporcionais à
dose das vibrações, função de sua intensidade e duração da exposição
cotidiana. No entanto, mesmo as exposições intermitentes podem trazer danos.
Progressivamente à exposição à vibração, o branqueamento ou ataques
de branqueamento ocorrem em um ou mais dos dedos expostos, com duração
de 5 a 15 minutos. Os ataques, usualmente ocorrem em baixas temperaturas e
são potencializados pelo fumo, já que o frio e a nicotina são vasoconstrictores.

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O estágio final da síndrome da vibração de mãos e dedos sempre força os
trabalhadores a deixarem sua ocupação e alguns, face à ameaça de gangrena
nos dedos, resultado da perda de suprimento de sangue, com possibilidade de
amputação do membro. Infelizmente, deixar o trabalho após a ocorrência de
múltiplos ataques de branqueamento não é a solução. As vibrações não somente
atuam como agente uni fatorial, mas também, como fator contributivo e de
agravamento das LER/DORT.

Layout Estoque e Produção


 Manter as vias de transporte desocupadas e sinalizadas.
 Manter as passagens e os corredores com largura o suficiente para permitir
um transporte em mão dupla e passagem de carrinhos ou empilhadeira.
 Manter passagem e os corredores bem sinalizados.
Assegurar que a superfície das vias de transporte seja uniforme,
antiderrapante e desimpedida de obstáculos.
 Providenciar rampas com pequenas inclinações (5% a 8%) em lugares de
pequenas escadas ou diferenças bruscas de nível no local de trabalho.
 Melhorar a disposição da área de trabalho de forma que seja mínima a
necessidade de mover materiais.
 Utilizar carros, carrinhos de mão e outros aparelhos providos de rodas ou
rolões quando transportar materiais
 Usar dispositivos mecânicos para levantar, abaixar e mover materiais
pesados. Providenciar um local para as ferramentas.
 Situar os materiais, ferramentas e controles utilizados com maior frequência
em uma área de fácil alcance.

Providenciar ambiente de trabalho e estoque de materiais com superfície


estável, limpa e organizado.

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11 CONCLUSÃO

Este trabalho atende às Portarias 3214 de 08/06/78, 3223 de 29/11/89 e


3751 de 23/11/1990.
O relatório forneceu dados sobre as condições de trabalho a que estão
sujeitos os colaboradores da empresa objeto da análise, contudo indica-se que
seja dada especial atenção no atendimento às recomendações contidas no
corpo do presente estudo, no intuito de manter e assegurar boas condições aos
trabalhadores durante o desenvolvimento de suas atividades laborais.
O órgão responsável deve organizar cronograma para estudos e
atendimentos das recomendações contidas neste Relatório.

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REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

BRANDIMILLER, P. A. O Corpo no Trabalho: Guia de Conforto e Saúde para


quem Trabalha em Microcomputadores. São Paulo: Editora Senac, 1999,

BRASIL – Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora N° 17


Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de jun. de 1978 – Ergonomia, Brasília, DF mar.
1978.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora N° 15.


Limite de tolerância. Portaria 3214 de 1999 - NR 15 - anexo 08.

BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978. Aprova as normas


regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e
medicina do trabalho. NR - 9. Riscos Ambientais. In: SEGURANÇA E MEDICINA
DO TRABALHO. 29. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

COUTO, H. A. ERGONOMIA DO CORPO E DO CÉREBRO NO TRABALHO:


Os Princípios e a Aplicação Pratica. 1ª edição. Ergo, 2014.

GUÉRIN, François et al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática


da ergonomia. In: Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da
ergonomia. Edgar Blucher, 2001.

ISO 5349-2:2002 (Mechanical vibration — Measurement and evaluation of


human exposure to hand-transmitted vibration — Part 2: Practical guidance for
measurement at the workplace).

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