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CULTURA

Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em
diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade. São práticas e ações sociais
que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Se refere a crenças,
comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e "preenchem" a
sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo
humano em um território e num determinado período.

Cultura e identidade

Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal


para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as
características próprias de cada grupo humano.

Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de


culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da
interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente
existia. Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a
uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqüências seria o fim da
produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto
refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até ao
plano individual.

Mudança cultural

Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem,


outros se adicionam, em grandes velocidades variadas nas diferentes sociedades.

Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução de


novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a
descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo
desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.

A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural


estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos
em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo,
interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis. A resistência à
mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente
proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da
sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito.

O ambiente exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não


único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências
ambientais quanto por transformações da consciência social.

Cultura em animais

É possível, na opinião de alguns cientistas, identificar uma “espécie de cultura” em


alguns animais superiores, especialmente mamíferos (e dentro destes, especialmente
primatas). Toda esta “espécie de cultura” é muito diferente da que se identifica na
espécie humana. Sendo ainda muito inferior à humana, é unicamente física, não
englobando qualquer sinal comprovativo de aplicação racional, mas do entendimento.
Enquanto os animais inferiores utilizam-se de adaptações físicas e biológicas para
resistir aos perigos do meio (por exemplo, reprodução exagerada para manter a espécie -
contorna as facilidades na extinção de indivíduos), grupos como os primatas utilizam-se
do comportamento adaptável para sobreviver. Os primatas possuem como
características fundamentadoras destas opiniões: o uso de instrumentos toscos (para
quebrar cascas de alimentos, para se defender), a transmissão para os filhotes de
conhecimento

Ciência da Cultura é a ciência que estuda a Cultura como forma de organização e


expressão das sociedades mundiais. É um ramo de estudo e análise das Ciências Sociais
e por ser de certa forma complexa também faz parte do que comumente chamamos de
Ciências Históricas. Isto ocorre basicamento pelo fato de a Ciência da Cultura encontrar
na Sociologia, na Antropologia e na História uma finalidade comum que é estudar a
sociedade tentado explicar a realidade, através das evidências culturais.

A Ciência da Cultura é de enorme importância para os historiadores, pois ela auxilia-os


a achar algumas evidências de acontecimentos do passado da humanidade e, desta
forma, de estruturas grupais de um determinado tempo remoto, de uma determinada
época. Assim, os historiadores conseguem analisar os traços culturais de um povo,
buscando as causas de muitas crenças, hábitos, fabricação de objetos, evolução
tecnológica e monumentos históricos, que são basicamente patrimônios culturais. Estes,
portanto, devem ser protegidos de vandalismos e dos problemas ambientais das
sociedades depredatórias de hoje.

O estudo da Ciência da cultura normalmente é divido para facilitar seu objeto de


análise:

Antropologia cultural

Estuda o homem como ser cultural. Investiga as culturas humanas no tempo e no


espaço; traçando suas origens e desenvolvimento social, suas semelhanças e diferenças,
além de uma busca de tentativas de, a partir do homem de antigamente, reconstituir sua
história e compreender o homem de hoje, que, por sua vez, sempre manteve sua cultura
dinâmica, sempre com seus traços particulares e sociais mutativos, o que faz a Ciência
da Cultura apresentar os mesmos tipos de problemas de completa compreensão da
sociedade com as outras de Ciências Sociais. A Antropologia cultural muitas vezes é
associada a sociologia, tendo alguns sub-ramos, que são:

A arqueologia - estuda os traços das culturas das sociedades do passado, através de


vestígios arqueológicos.

A etnografia - estuda as sociedades ágrafas; aquelas que não tem nenhuma forma de
escrita.

A etnologia - estuda a análise comparativa entre as diversas culturas.


Linguística - estuda a diversidade de línguas como meio de comunicação e instrumento
pensante.

Determinologia Cultural - estuda a cultura como uma mescla de fatores biológicos e


geográficos a atráves do Determinismo, que é a corrente de pensamento científico-
cultural que fala da localização e da condição genética como influentes. Dentro da
Determinologia Cutural temos o Determinismo Biológico e o Geográfico.

Determinismo Biológico

Algumas das caracteríticas culturais de povos são influeciadas pelos comportamentos


genéticos, sabendo-se que existe a cultura individual e a coletiva. Já outras
características são influenciadas ou pelo desenvolvimento tecnológico, como uso do
raciocínio, ou por alguns dos comportamentos psicológicos. Mesmo assim, existem
tanto comportamentos genéticos quanto psicológicos que não influenciam na cultura,
pois o que mais influencia é o aprendizado. O melhor exemplo é de uma xinguana que
vai morar numa família de elite, citada em um livro de Roque Laraia chamdo " Cultura:
Um conceito antropológico?", em Ipanema no RJ. neste caso ela mudará seus hábitos
desde que inserida na nova família antes dos sete anos.

Determinismo Geográfico

Um ambiente natural pode influenciar no modo de vida de um povo, porém a


diversidade cultural não é condicionada pelas características do ambiente em que vivem.
Temos como exemplo disso os é que a localização de um povo é condicionada pelos
traços culturais.

Relativismo Cultural

Considerando a extrema diversidade cultural da humanidade, pode-se compreender cada


grupo humano; seus valores definidos, suas exclusivas normas de conduta e suas
próprias reações psicológicas aos fenômenos do cotidiano, e também suas próprias
reações psicológicas aos fenômenos do cotidiano, e também suas convenções relativas
ao bem e mal, do moral e imoral, ao belo e feio, ao certo e errado ao justo e injusto.

A relatividade cultural ensina que uma cultura deve ser compreendida e avaliada dentro
de seus próprios moldes e padrões, mesmo que estes pareçam estranhos e exóticos. Os
grupos humanos têm direito de possuir e fazer desenvolver a própria cultura sem
interferências externas ( Direito e autonomia tribal). Ex: Aborígines que ainda não
foram atingidos pela civilização.

As formas de pensar e agir de grupos diferentes devem merecer o maior respeito


possível e por isso, seria injusto a introdução deliberada de mudanças no interior dessas
culturas (valores culturais).

Os costumes que diferem muito dos da sociedade civilizada devem ser considerados e
avaliados dentro da configuração a que pertencem.

Ex: a prática da antropofagia entre antigos aborígines Tupis que ocupavam o litoral do
Brasil. Deve-se considerar que há modo de vida bons para um grupo e que jamais
serviram para outro. Os estudos dos grupos humanos vem demonstrando que embora
existam expressivas diferenças culturais,"outras culturas" não são necessariamente
inferiores. Mesmo assim, as sociedades "primitivas" são vistas como pertencentes a um
estado inferior de desenvolvimento cultural, sendo consideradas selvagens, bárbaras e
de mentalidade atrasada. É uma atitude etnocêntrica, condenada pela antropologia, que
defende o princípio de que as culturas não são superiores ou inferiores, mas diferentes,
com maiores ou menors recursos, com tecnologia mais ou menos desenvolvida.

Chama-se cultura de massa toda cultura produzida para a população em geral — a


despeito de heterogeneidades sociais, étnicas, etárias, sexuais ou psicológicas — e
veiculada pelos meios de comunicação de massa. Enfim, cultura de massa, é toda
manifestação cultural produzida para o conjunto das camadas mais numerosas da
população; o povo, o grande público.

Cultura de Massa e Cultura Popular

Como conseqüência das tecnologias de comunicação surgidas no século XX, e das


circunstâncias configuradas na mesma época, a cultura de massa desenvolveu-se a ponto
de ofuscar os outros tipos de cultura anteriores e alternativos a ela. Antes de haver
cinema, rádio e TV, falava-se em cultura popular, em oposição à cultura erudita das
classes aristocráticas; em cultura nacional, componente da identidade de um povo; em
cultura , conjunto historicamente definido de valores estéticos e morais; e num número
tal de culturas que, juntas e interagindo, formavam identidades diferenciadas das
populações.

A chegada da cultura de massa, porém, acaba submetendo as demais “culturas” a um


projeto comum e homogêneo — ou pelo menos pretende essa submissão. Por ser
produto de uma indústria de porte internacional (e, mais tarde, global), a cultura
elaborada pelos vários veículos então surgentes esteve sempre ligada intrinsecamente ao
poder econômico do capital industrial e financeiro. A massificação cultural, para
melhor servir esse capital, requereu a repressão às demais formas de cultura — de forma
que os valores apreciados passassem a ser apenas os compartilhados pela massa.

A cultura popular, produzida fora de contextos institucionalizados ou mercantis, teve


de ser um dos objetos dessa repressão imperiosa. Justamente por ser anterior, o popular
era também alternativo à cultura de massa, que por sua vez pressupunha —
originalmente — ser hegemônica como condição essencial de existência.

O que a indústria cultural percebeu mais tarde (e Adorno constatou, pessimista), é que
ela possuía a capacidade de absorver em si os antagonismos e propostas críticas, em vez
de combatê-lo. Desta forma, sim, a cultura de massa alcançaria a hegemonia: elevando
ao seu próprio nível de difusão e exaustão qualquer manifestação cultural, e assim
tornando-a efemêra e desvalorizada.

A “censura”, que antes era externa ao processo de produção dos bens culturais, passa
agora a estar no berço dessa produção. A cultura popular, em vez de ser recriminada por
ser “de mau gosto” ou “de baixa qualidade” , é hoje deixada de lado quando usado o
argumento mercadológico do “isto não vende mais” — depois de ser repetida até
exaurir-se de qualquer significado ideológico ou político.
No contexto da indústria cultural — da qual a mídia é o maior porta-voz — são
totalmente distintos e independentes os conceitos de “popular” e “popularizado”, já que
o grau de difusão de um bem cultural não depende mais de sua classe de origem para ser
aceito por outra. A grande alteração da cultura de massa foi transformar todos em
consumidores que, dentro da lógica iluminista, são iguais e livres para consumir os
produtos que desejarem. Dessa forma, pode haver o “popular” (i.e., produto de
expressão genuína da cultura popular) que não seja popularizado (“que não venda bem”,
na indústria cultural) e o “popularizado” que não seja popular (vende bem, mas é de
origem elitista).

Características

A cultura popular está constantemente mudando e é específica quanto ao local e ao


tempo. Dentro da cultura popular, formam-se correntes, na medida em que um pequeno
grupo de indivíduos terá maior interesse numa área da qual a cultura popular mais
generalizada se apercebe apenas parcialmente a existencia.

Os ícones da cultura popular tipicamente atraem uma maior quantidade e variedade de


público; ocasionalmente, têm um cunho esotérico, como no caso da maçonaria. Existem
duas razões porque os itens que atraem as massas dominam a cultura popular. Por um
lado, as companhias que produzem e vendem os seus itens de cultura popular tentam
maximizar os seus lucros, enfatizando itens que agradem a todos. Por outro lado,
aparentemente, a cultura popular é governada pelo efeito meme de Richard Dawkins, o
qual é uma forma de selecção natural - os itens da cultura popular com maior
probabilidade de sobreviver são aqueles que atraem maior quantidade e variedade de
público, propagando-se mais eficazmente.

Uma opinião amplamente sustentada é a de que a cultura popular tende a ser superficial.
Os itens culturais que requerem grande experiência, treino ou reflexão para serem
apreciados, dificilmente se tornam itens da cultura popular. Cultura Popular ou Cultura
Pop é a cultura vernacular - isto é, do povo - que existe numa sociedade moderna. O
conteúdo da cultura popular é determinado em grande parte pelas indústrias que
disseminam o material cultural, como por exemplo as indústrias do cinema, televisão e
editorais, bem como os meios de comunicação. No entanto, a cultura popular não pode
ser descrita como o produto conjunto dessas indústrias; pelo contrário, é o resultado de
uma interacção contínua entre aquelas e as pessoas pertencentes à sociedade que
consome os seus produtos.

Formação da cultura brasileira

Os portugueses

Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus aqueles que
exerceram maior influência na formação da cultura brasileira, principalmente os de
origem portuguesa. Durante 322 anos o País foi colônia de Portugal, e houve uma
transplantação da cultura da metrópole para as terras sul-americanas. Os colonos
portugueses chegaram em maior número à colônia à partir do século XVIII, sendo já
neste século o Brasil um país predominantemente católico e de língua dominante
portuguesa.
Os indígenas

Segundo alguns historiadores, séculos de dominação moura e relação com outras


civilizações facilitaram o contato entre os colonos portugueses e os indígenas
brasileiros, todavia isso não impediu que os nativos fossem dizimados pela ação
colonizadora.

As primeiras décadas de colonização possibilitaram uma rica fusão entre a cultura dos
europeus e a dos indígenas, dando margem à formação de elementos como a Língua
geral, que influenciou o português falado no Brasil, e diversos aspectos da cultura
indígena herdadas pela atual civilização brasileira. Além da dizimação dos povos
autóctones, houve a ação da catequese e a intensa miscigenação, o que contribuiu para
que muitos desses aspectos culturais fossem perdidos. A influência indígena se faz mais
forte em certas regiões do país em que esses grupos conseguiram se manter mais
distantes da ação colonizadora e em zonas povoadas recentemente, principalmente em
porções da Região Norte do Brasil.

Os africanos

A cultura africana chegou através dos povos escravizados trazidos para o Brasil em um
longo período que durou de 1550 à 1850. A diversidade cultural da África refletiu na
diversidade trazida pelos escravos, sendo eles pertencentes a diversas etnias, falando
idiomas diferentes e de tradições distintas. Assim como a indígena, a cultura africana
fora subjugada pelos colonizadores, sendo os escravos batizados antes de chegarem ao
Brasil. Na colônia, aprendiam o português e eram batizados com nomes portugueses e
obrigados a se converter ao catolicismo. Alguns grupos, como os escravos das etnias
hauçá e malê, de religião islâmica, já traziam uma herança cultural e sabiam escrever
em árabe. Os bantos, nagôs e jejes eram monoteístas constituindo os candomblés que
são uma reprodução das aldeias africanas. Através do sincretismo religioso, os escravos
adoravam seus orixás através de santos católicos, dando origem às religiões afro-
brasileiras como o umbanda e batuque.

Os negros contribuíram para a cultura brasileira com uma enormidade de elementos: na


dança, música, religião, culinária e no idioma. Essa influência se faz notar em grande
parte do País, em certas porções (nomeadamente em estados do Nordeste como Bahia e
Maranhão) a cultura afro-brasileira é bastante notória.

Os imigrantes

A imigração européia foi incentivada não apenas para suprir o fim da mão-de-obra
escrava, mas também foi promovida pelo governo, que tinha a intenção de branquear o
Brasil e europeizar sua cultura, afinal, a maior parte da população no século XIX era
composta por negros e mestiços. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram
no Brasil, foram os italianos que chegaram em maior número, quando considerada a
faixa de tempo entre 1870 e 1950. Eles se espalharam desde o sul de Minas Gerais até o
Rio Grande do Sul, sendo a maior parte na região de São Paulo. Além dos italianos,
destacaram-se os alemães, que chegaram em um fluxo contínuo desde 1824. Esses se
fixaram primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram
influências germânicas desses colonos.
Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil meridional, vivendo em pequenas
propriedades familiares (sobretudo alemães e italianos), conseguiram manter seus
costumes do país de origem, criando no Brasil uma cópia das terras que deixaram na
Europa. Em contrapartida, os imigrantes que se fixaram nas grandes fazendas e nos
centros urbanos do Sudeste (portugueses, italianos, espanhóis e árabes), rapidamente se
integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança cultural do
país de origem. A contribuição asiática veio com a imigração japonesa, porém de forma
mais limitada.
Escola dom quixote
Série: 2º CI Data:18/06/07
Discip.: Filosofia
Componentes:Carlos Eduardo
Marco antonio
Andrey Shirakubo
Rodolfo Rabelo
Marcelo
Rodrigo

TRABALHO DE FILOSOFIA
(Cultura)

São luis-MA
2008

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