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MÓDULO:RECURSOS E AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO NO DIREITO

PROCESSUAL PENAL:
PROF.ªMS. LARA SANÁBRIA
FONTE:DIZER O DIREITO

1. Casuística: Foi instaurado inquérito policial para apurar eventual prática de


“pirâmide financeira”, que constitui crime contra o sistema financeiro
nacional. Após representação da autoridade policial, o Juízo Federal
determinou a apreensão de bens e valores que pertenceriam supostamente
aos investigados. Ocorre que, passados três anos, as investigações não
foram concluídas. Diante disso, o próprio magistrado deferiu o desbloqueio
dos bens e valores. Inconformado, o Ministério Público Federal impetrou
mandado de segurança contra a decisão do Juiz.
João foi preso em flagrante pela prática do crime de furto.
O juiz concedeu a liberdade provisória ao flagranteado, determinando, no
entanto, que ele comparecesse todo dia 05 de cada mês na Secretaria da
Vara para assinar seu nome e informar suas atividades. Essa medida
cautelar diversa da prisão foi determinada com fulcro no art. 319, I, do CPP:
Art. 319.  São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas
pelo juiz, para informar e justificar atividades;
 
O Ministério Público ofereceu denúncia, tendo esta sido recebida pelo
magistrado.
Já havia se passado dois anos sem que o processo chegasse ao fim.
Diante disso, o Defensor Público pediu que o réu fosse dispensado de
comparecer periodicamente na Secretaria da Vara, considerando que isso
estava prejudicando seu trabalho.
O juiz acatou o pedido da defesa e revogou a medida cautelar diversa da
prisão de comparecimento periódico em juízo.
O Promotor de Justiça não concordou com a decisão e interpôs recurso em
sentido estrito.
Ocorre que o Tribunal de Justiça não conheceu do recurso interposto por
entender que a presente situação não está abrangida pelo rol do art. 581 do
CPP, que é taxativo e não admitiria interpretação extensiva.
Veja o que diz o art. 581 do CPP:
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou
sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV - que pronunciar o réu;
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança,
indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder
liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
2. VI - (Revogado pela Lei nº 11.689/2008)
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa
extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em
julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei
admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.

3.CASUÍSTICA:
João foi denunciado pela prática dos crimes previstos nos arts. 33 e 35 da Lei de
Drogas.
Ao final da instrução, o réu foi condenado pelo art. 33 e absolvido pelo art. 35.
O Ministério Público apresentou a petição de interposição de apelação.
O juiz recebeu o recurso e determinou a intimação do MP para apresentar as
razões.
Nas razões, o Promotor de Justiça questionou dois pontos: 1) a pena da
condenação do art. 33 foi muito baixa e deveria ser aumentada; 2) o réu deveria
ser condenado pelo art. 35.
A defesa apresentou contrarrazões argumentando que o Tribunal de Justiça não
poderia examinar a pena imposta pelo art. 33. Isso porque como o MP não afirmou
expressamente na petição de interposição do recurso que estava impugnando
também a parte da sentença que condenou pelo art. 33, deveria ser interpretado
que o Promotor somente recorreu contra o capítulo da absolvição pelo art. 35.
 
A tese da defesa encontra amparo na jurisprudência do STJ? O Tribunal está
impedido de examinar os argumentos do MP quanto à pena fixada no art. 33?
CASUÍSTICA 4:
João foi denunciado pela prática de um crime.
O juiz recebeu a denúncia.
O réu foi citado e apresentou resposta à acusação.
Analisando a peça de defesa, o magistrado concluiu que o fato imputado era
atípico e absolveu sumariamente o réu.
 
O Ministério Público deseja interpor recurso contra esta decisão. Qual é o
recurso cabível?
CASUÍSTICA 5:
Durante um inquérito policial instaurado para apurar crimes relacionados com
pedofilia na internet, o juiz da vara criminal determinou que o Facebook®
apresentasse os dados do usuário no prazo por ele fixado, sob pena de multa
diária de R$ 50 mil.
 
O CPP prevê a imposição de astreintes (multa cominatória)? Como o
magistrado fundamentou sua decisão?

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