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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Arquitetura contemporânea

Goiás
2020
Questão 01)
Pode-se dizer, que o estilo internacional foi propagado primeiramente por Philip
Johson e Henry- Russel Hichcock em 1932 no Museu de arte moderna de Nova York.
Essa vertente foi criada no momento que esses autores buscaram difundir o movimento
modernos, antes vinculado a Europa, nos Estados Unidos da América.
A arquitetura moderna, primeiramente pensada na Alemanha teve uma base de
se estabelecer como uma arquitetura social, devido principalmente ao contexto histórico
que ela foi proposta em meio ao pós primeiro guerra mundial. Nesse parâmetro, havia
uma urgência de se pensar, principalmente, a questão da habitação social para suprir
as necessidades dessa nova sociedade estabelecida. Logo, será estabelecido o
movimento moderno que não será apenas compor um movimento artístico, terá
vertentes e princípios que o estabelece como uma causa a ser seguida.
Nesse contexto, no livro os primeiros arquitetos modernos de Paulo Bruna, é
possível destacar uma frase feita por Anatole Kopp “quando o moderno não era um
estilo e sim uma causa” que retrata o parâmetro principal da discussão de diferenciação
do movimento moderno e do estilo internacional. Nesse sentido, é preciso se atentar ao
imaginário social e histórico daquela época, a Europa durante a primeira guerra mundial
foi uma grande afetada, pois grande parte dos conflitos ocorreram em seu território e
por isso era necessário pensar essa nova arquitetura que iria compor ela. Já em relação
ao Estrados Unidos o contexto se torna diferente, pois apesar de ter tido participação
durante a guerra o país não teve danos físicos em seu território, logo o propósito de
pensar essa arquitetura seria diferente.
Sendo assim, nos Estados Unidos os preceitos adquiridos por Philip Johson, da
arquitetura moderna, serão pautados em outro contexto da sociedade e necessidades
dos indivíduos que a compõe, logo o estilo internacional irá perder esse caráter de causa
do movimento moderno e acaba tornando-se um estilo. Portanto, esse estilo
internacional será enxergado com um olhar mais pejorativo ou banal em relação a
arquitetura moderna, preocupando-se mais com uma questão estética.
O meu projeto estudado+ foi a fallingwater house, projetada pelo arquiteto, Frank
Lloyd Wright em 1936. Essa casa foi um grande marco da arquitetura moderna que se
pautava principalmente em um racionalismo orgânico, de modo a trazer a natureza para
a casa e levar a introspecção do usuário, sendo assim ela soma a arquitetura de um
modo geral pela utilização da estrutura, como seu eixo central que compõe o edifício
em panos horizontais por meio de balanços e materialidade, que buscava essa ideia do
projeto ser um extensão da natureza pela utilização de cores e texturas que a faz essa
relação com o entorno.
Entretanto poderia se assemelhar a essa vertente do estilo internacional, por não
propor essa arquitetura engajada com a sociedade, entretanto apesar de não compor a
sociedade fisicamente, por não ter papel de habitação social, essa casa ainda assim
teve e possui até hoje um grande papel na arquitetura, podendo ter um engajamento
social nesse sentido de relacionar arquitetura e entorno de forma tão harmônica como
o arquiteto conseguiu transparecer nesse edifício, por meio do racionalismo orgânico.
Desse modo, um exemplo de projeto do estilo internacional seria a casa de vidro
do arquiteto Philip Jhonson (1949) que faz referência a casa Farnsworth de Mies Van
Der Rohe (1951) que pode ser citada como exemplo de arquitetura do movimento
moderno. Sendo assim, fica evidente essa relação do estilo internacional buscar na
arquitetura moderna esses parâmetros para construir suas vertentes.

Resposta 02)
Estudando a formação e trajetória do TEAM X é correto dizer que eles não
buscavam uma ruptura drástica, com o movimento moderno, eles queriam uma revisão
de aspectos desse período. Nesse sentido, analisando a carta de La Sarraz e buscando
fazer alguns comparativos entre as duas vertentes é possível perceber semelhanças e
diferentes entre um e outro.
Primeiramente é necessário discorrer um pouco sobre pontos que represente
esse grupo. O TEAM X, de maneira geral foi encabeçado por um jovem grupo de
arquitetos, que acreditavam que deveria existir um espaço a parte, dentro ou fora da
instituição do CIAM, onde questões da arquitetura pudessem ser discutidas sem as
amarras ou os universalismo, que as pessoas a frente no CIAM propunham. Para
esses, chamados jovens arquitetos, o homem é um ser que se desenvolve em
comunidade e estabelece vínculos sociais, de acordo com valores culturais, nesse
sentido, essa resposta a arquitetura que o modernismo irá propor não consegue
responder todas essas variáveis a partir do momento que exclui essas particularidades
e busca respostas universais.
A primeira parte da declaração de La Sarraz trata-se de da economia geral
relacionada a arquitetura. Os subtópicos nesse item discutem o fato de que, para os
modernistas, a eficiência seria uma causa da padronização ou racionalização da
produção. Isso não seria correto para o grupo de jovens arquitetos, pois essa
padronização seria, uma forma de negar esse individual, visto que eles queriam manter
a história de cada lugar, queriam fugir desses universalismo e moldes propostos pela
arquitetura moderna e buscavam pensar nas variáveis, visando a humanização no
sentido de pensar a comunidade e a cultura daquele local onde a intervenção será feita.
Entretanto, isso não quer dizer que eles não vão utilizar de referências do modo de
construir dos modernistas, por exemplo, a casa de vidro de Phillipe Johnson faz
referência a casa de Farnsworth de Mies Van Der Rohe, em relação materialidade ou o
modo de construir, evidenciando que eles não queriam romper com o movimento
moderno, queriam apenas uma revisão dele.
No segundo item há a questão do urbanismo, em que irá debater, principalmente
sobre princípios que se relacionam diretamente com a carta de Atenas e a questão do
funcionalismo nas cidades. Associando isso ao TEAM X, pode-se que a carta de Atenas
foi uma das principais críticas desse grupo de jovens arquitetos. Para eles essa carta,
levando em consideração o contexto social da época, era muito simplista, no sentido de
desqualificada para se moldar e explicar a realidade, ou seja, esse molde é percebido
como algo muito rígido e abstrato que não consegue se adaptar ou ser aplicado
independente da cultura ou sociedade em que ela é aplicada. Sendo assim, o TEAM X
irá começar a pensar a questão da identidade relacionada a cultura, pois o indivíduo
antes de ter uma relação com a cidade tem com o seu bairro e antes disso tem com sua
casa, isso gera uma análise de como se a rua fosse uma extensão da própria casa, isso
tudo começa a ser moldado a partir da discussão da carta do habitat no próprio CIAM.
Nesse item da carta de atenas, é possível destacar, ainda, a questão da
habitação social, um dos principais temas do movimento moderno. Uma das origens da
arquitetura modernista foi na Alemanha na construção das Sindh Lungs, essa
arquitetura Alemanha vanguardista do século XX é uma arquitetura que vinha suprir as
necessidades de uma nova classe social que surge com a revolução industrial com um
trabalhador livre e assalariado. O trabalhador em primeiro momento não recebeu
nenhum auxilio do governo em relação a moradia. Essa classe não foi prevista no plano
Haussman nem no plano de Cerdá. Apenas nos anos 20 que vão pensar os
trabalhadores de forma mais amplas. Nesse contexto, começa a se pensar uma
arquitetura para essa classe trabalhadora livre e assalariada no governo da Alemanha
progressista. Alison e Peter Smithson, um dos membros mais ativos no grupo do TEAM
X, também vão propor uma habitação social tema que apesar de ser modernista será
indicado, por esses arquitetos, logo percebe-se que não queriam uma ruptura drástica
com a arquitetura moderna.
Porém o jeito de solucionar a habitação será muito diferentes Golden Lane
(1952), projetado pelos Smithson vai além de um conjunto habitacional modernista, será
um CLUSTER, pois quando se trata de construção urbana no modernismo tem-se como
referência o plan Voisin (1925) em Paris, de Le Corbusier, uma tabula rasa de
organização de território tirando o antigo e colocando o novo. Já o CLUSTER é uma
conexão de blocos de apartamentos, onde bloco de serviço se conecta aos
apartamentos. A expansão da cidade será dada por essa conexão de espaços. O
CLUSTER é um elemento de conexão. Portanto, essa proposta dos Smithson acaba
sendo contrária a carta de Atenas, visto que as funções da cidade para carta de Atenas
trabalhar, circular, morar e lazer, gera barreiras de convívio, ou seja, setorizado ou
separa, no caso do TEAM X não querem setorizar querem manter traçado existente da
cidade e construir blocos com conexões sobre esse traçado já presente. Logo, Golden
Lane virou um modelo a ser seguido. Sendo assim, essas propostas urbanísticas tornou-
se um “avanço” que influenciou o modo de se pensar a arquitetura.
No item três titulado de arquitetura e opinião pública, fala-se da necessidade de
os arquitetos moldarem a opinião pública, como modo reeducar a sociedade, no sentido
de que a esse público estava e sempre foi muito acostumado, com a arquitetura
tradicional, e nesse momento era necessário desvendar esse caminho. Confrontando
esse fator, com princípios do TEAM X, de certa forma essa visão se tornava correta,
pois não queriam o retorno dessa arquitetura tradicional, porém ao mesmo tempo o item
não é totalmente verdadeiro, porque eles também não estão em busca de estabelecer
esse dogma de que o seu método estaria correto e os outros completamente errados.
Apenas queriam que se pensa-se nessa proposta da humanização dos espaços.
Entretanto, nesse item fala de existir essa categoria de aprendizado, no TEAM X o
exemplo existente seria a escola secundária de Hunstanton (1947) de Alison e Peter
Smithson o objetivo era uma declaração de como deveria ser as escolas ela não é uma
escola propriamente do TEAM X, mas contém traços desse grupo. A escola faz
referência a Mies Van Der Rohe, de modo que essa referência está no sistema
construtivo. Logo, é um projeto considerada brutalisra, com minucioso detalhamento do
sistema construtivo e estruturais, e como tanto o sistema construtivo como o estrutural
são aparente, todas as instalações elétricas são expostas. Nesse sentido, essa escola
tinha uma intenção de ser educativa no princípio da construção dos edifícios, isso está
muito em consonância com a declaração de La Sarraz, visto que o edifício no fim acaba
alcançado esse papel educacional.
No tópico quatro de título, a arquitetura e sua relação com o estado. Esse item é
discorrido em subtópicos em que as propostas, de um modo geral, discutirá a questão
da arquitetura corresponder a um estado, no sentido de sua força ou sistema
econômico, o maior exemplo desse item, no modernismo, seria Brasília, em que com a
política de Getúlio Vargas e posteriormente de Juscelino Kubistchek Brasília se
consolidou como um estado modelo da arquitetura moderna, nesse sentido pode-se
dizer que o TEAM X não buscará essa proposta visto que para isso seria necessário
uma negação do passado daquilo que antes habitava esse local.
Um exemplo seria o Park Hill (1961), Jack Lynn e Ivor Smith que primeiro
explicando as propostas do TEAM X tem-se que o espaço privado da casa espaço
coletivo da rua e o espaço público está contemplado como um todo com o objetivo de
criara o pertencer. Nesse conjunto habitacional, existe as chamadas ruas voadoras (fly
Streets) que são partes das conexões de um bloco e outro e dentro do bloco, o que se
assemelha com o Pedregulho, de Affonso Eduardo Reidy (1947) em que o corredor
serve para a integração dos habitantes não é privado mais também não é um espaço
público, e se torna a “rua” para as crianças brincarem, a criança é um usuário a ser
pensado pelo TEAM X, na medida que eles buscam uma solução em relação a
hierarquia casa, rua, bairro. Portanto, na declaração de La Sarraz existia uma meta de
não produzir uma arquitetura revivalista histórica, de modo que a memória deveria ser
preservada de acordo com alguns critérios. O TEAM X irá discordar disso pode existir
essa tabula rasa, mas que também pode ser preservado, esse dualismo existe, porque
o TEAM X queria deixar as coisas mais livres sem regras concretas, mas ainda assim
acreditavam em uma linguagem de construção histórica, a memória do local era
importante para eles, logo não negavam a história o novo poderia ser construído em um
traçado e permitisse essa extensão.
Fica evidente, portanto, todos os pontos de concordância ou de discordância
feito tendo como estudo a declaração de La Sarraz e se orientando pela visão do, jovem
grupo de arquitetos, TEAM X. Essa análise foi feita tendo como referências a declaração
de La Sarraz e o livro de Ana Cláudia Castilho Barone “Team 10: arquitetura como
crítica”.

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