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Esses dois meses pestilentos foram batizados de “The Great Stink” (em tradução

livre, O Grande Fedor) e desencadeariam a criação do sistema de esgotos mais


moderno que tinha sido criado até então. Um projeto tão bem desenvolvido que
continua em uso até os dias de hoje e que acabaria eliminando quase que por
completo os surtos de cólera. Isso tudo foi demonstrado. John Snow estava certo.

O plano de Bazalgette consistia em criar um sistema subterrâneo de esgotos que


aproveitavam a topografia da capital britânica. “Londres está construída sobre as
encostas de um vale. Se pudermos interceptar os esgotos existentes antes de que
eles cheguem aos rios, podemos continuar o traçado do vale do Tâmisa para tirar os
resíduos da cidade”, explica The Sewer King, um documentário da BBC que conta a
vida do engenheiro

Os dejetos viajariam por baixo da terra para aproveitar a gravidade natural


proporcionada pela inclinação do vale. As águas com fezes do norte da cidade davam
em Abbey Mills. As do sul, em Crossness. Nestes dois lugares foram construídas
enormes estações de tratamento para subir os resíduos a reservatórios subterrâneos
que armazenavam as águas escuras.

Quando a maré favorecia o fluxo de água para o mar, as comportas eram abertas e se
permitia jogar as águas residuais no rio de forma controlada, para evitar que
voltassem a entrar na cidade. (Mais adiante, as centrais de tratamento permitiriam
tratar e reciclar melhor estas águas, porém, para a época, era extremamente
avançado).

As estações de tratamento de Bazalguette eram como bulevares subterrâneos com


telhados altos cobertos de tijolos. No total, foram instalados 133 quilômetros de
esgotos principais e 1.770 quilômetros de bueiros menores.

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