O retículo endoplasmático (RE) é uma estrutura presente em todas as células
eucarióticas. O RE está organizado em um labirinto de túbulos e vesículas achatadas interconectados, e sua membrana é anexa a membrana nuclear externa, formando, assim, uma folha que uma ocupa uma área normalmente maior que 10% da célula, chamada lúmen do RE. Enquanto suas funções para a célula são essências, como síntese de proteínas e lipídeos e o armazenamento de Ca²+, suas importâncias relativas são variáveis. Para satisfazer demandas celulares, diversas partes do RE se especializam, diferentes tipos de células podem possuir caracteristicamente diversos tipos de membrana do RE. A exemplo de tal especialização temos a formação do retículo endoplasmático rugoso (RER). O RER é formado durante a translocação cotraducional de proteínas para o RE, onde os ribossomos aderem à superfície do RE no processo. Durante o processo de tradução de proteínas no ribossomo, primeiramente é sintetizado o que chamamos de sequência sinal do peptídeo crescente, parte essa que é identificada pela partícula de reconhecimento de sinal (SRP). A SRP liga-se ao complexo ribossômico e à sequência sinal, ocorrendo uma pausa na tradução, e dirige-se a membrana do RE rugoso, onde há o receptor da SRP, que funciona como uma “âncora”. Após a “ancoragem”, a SRP auxilia para que a proteína que está sendo traduzida seja anexada à outra proteína, uma proteína translocadora na membrana do RE rugoso e em seguida, o ribossomo adere à membrana também para que a tradução seja finalizada e a proteína encaminhada diretamente ao interior do RE e a SRP se desprende do complexo e é reutilizada em outro processo de translocação. Esses ribossomos aderidos recobrem a membrana do RE, formando a parte rugosa do retículo.
Referências Alberts Biologia Molecular da Célula 6ª edição
Felipe Fonseca Silva, Universidade Federal de São João Del Rei – Farmácia XXIV, 2020/1