Você está na página 1de 38

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação

Conservação e Reabilitação de Construções


CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM
Módulo 1 - Betão Armado

CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO DE CONSTRUÇÕES

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I


Módulo 1 – Betão armado

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 1/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

DIAPOSITIVOS ELABORADOS COM BASE NO GUIA TÉCNICO


“MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE
TRANSPORTES”

PROJECTO DURATINET
Breysse D., Salta M., Daly A. – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Deterioration, Vol.
2, Duratinet Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal,
ISBN: 978-972-49-2237-9, 2012, 74 p..

Dérobert X., et al – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Testing techniques, Vol. 3,
Duratinet Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal,
ISBN: 978-972-49-2237-9, 2012, 132 p..

Daly A., et al – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Repair Methods, Vol. 4, Duratinet
Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal, ISBN: 978-
972-49-2237-9, 2012, 126 p.,

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 2/75

1
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

CAPÍTULO 4 - METODOLOGIAS DE INSPECÇÃO E


TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 3/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

INTRODUÇÃO
SUB-CAPÍTULOS
4.1 Ensaios estruturais em laboratório
4.1.1 Tensão de compressão
4.1.2 Tensão de tracção
4.1.3 Módulo de elasticidade
4.1.4 Fluência
4.1.5 Retracção

4.2 Ensaios estruturais in-situ


4.2.1 Tensão de compressão
4.2.2 Dureza superficial
4.2.3 Uniformidade do betão
4.2.4 Ensaio de penetração resistente
4.2.5 Tensão de tracção (Pull-out e Pull-off)
4.2.6 Módulo de elasticidade, fluência e retracção
4.2.7 Deformações da estrutura
4.2.8 Tensões instaladas
4.2.9 Localização de armaduras

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 4/75

2
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

INTRODUÇÃO
SUB-CAPÍTULOS
4.3 Ensaios de durabilidade em laboratório
4.3.1 Absorção de água por imersão
4.3.2 Absorção de água por capilaridade
4.3.3 Permeabilidade à água
4.3.4 Permeabilidade ao oxigénio
4.3.5 Penetração de cloretos (difusão e migração)
4.3.6 Resistividade eléctrica
4.3.7 Carbonatação acelerada

4.4 Ensaios de durabilidade in-situ


4.4.1 Profundidade de carbonatação
4.4.2 Penetração de cloretos
4.4.3 Potencial de corrosão
4.4.4 Resistividade electrica
4.4.5 Humidade do betão
4.4.6 Absorção de água e permeabilidade ao ar
4.4.7 Espessura de recobrimento

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 5/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

INTRODUÇÃO
Durante a inspecção, através da observação visual das anomalias, deverão ser
caracterizados os mecanismos físicos e químicos que estão na sua origem e
estabelecidas relações causa-efeito.

Para além do conhecimento aprofundado dos materiais, do seu comportamento e das


técnicas de construção, devem ser seguidas metodologias rigorosas de observação,
registo, análise dos defeitos, com a eventual realização de ensaios, preferencialmente,
não-destrutivos ou semi-destrutivos.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 6/75

3
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

INTRODUÇÃO

Neste capítulo, as técnicas de ensaios são divididas em 2 tipos :

ensaios estruturais (têm como objectivo determinar as características estruturais


dos materiais utilizados e analisar o comportamento da estrutura);

ensaios de durabilidade (determinam as características dos materiais e estrutura


que possam vir a provocar anomalias a longo prazo).

Para cada tipo, existem ensaios in-situ e ensaios de laboratório.

É de referir a importância da realização destes dois tipos de ensaios em paralelo pois


muitas vezes os resultados obtidos são diferentes (normalmente devido à betonagem
e ao processo de cura), podendo ser complementares.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 7/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS EM LABORATÓRIO


RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

O ensaio destina-se a avaliar o valor da tensão de rotura por


compressão de um dado betão (com 28 dias).
As formas dos provetes a serem usados em amostras de betão
para ensaio de compressão podem ser: cúbicos ou cilíndricos.

PROVETES CÚBICOS PROVETES CILÍNDRICOS


Mais fácil de moldar e não Apresentam melhores resultados, mas têm o
necessita de corte nem rectificação. problema de ser necessário corte e rectificação.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 8/75

4
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS EM LABORATÓRIO


RESISTÊNCIA À FLEXÃO
O princípio do ensaio baseia-se na submissão de provetes prismáticos a um momento resultante
da aplicação de uma carga através de um ou dois roletes colocados superiormente por uma
estrutura articulada, que distribui a carga aplicada pela máquina igualmente entre os dois
roletes superiores e os roletes de apoio colocados na base.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 9/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS EM LABORATÓRIO


RESISTÊNCIA À TRACÇÃO
POR COMPRESSÃO DIAMETRAL
Ensaio realizado através da aplicação de cargas uniformes ao longo das geratrizes opostas de um
provete prismático ou cilíndrico de betão - ensaio por compressão diametral.

Tracção directa ≅ 1/10 a 1/15


da resistência à compressão
Frequentemente, a tensão de tracção é estimada a partir da correlação entre as tensões de
compressão e de tracção (patente nos regulamentos de betão estrutural).

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 10/75

5
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS EM LABORATÓRIO


RESISTÊNCIA À TRACÇÃO
POR TRACÇÃO DIRECTA
Ensaio realizado através da colagem de placas metálicas nas bases dos prismas de betão, para
posterior tracção.

A secção central é rectangular, medindo 9 cm por 15 cm, e


as extremidades são quadradas com 15 cm de lado.

DIFERENÇA ENTRE ESTES DOIS ENSAIOS DE TRACÇÃO

Ensaio realizado através da aplicação de cargas uniformes ao longo das geratrizes opostas
de um cilindro de betão - ensaio por compressão diametral.

Ensaio realizado através da colagem de placas metálicas nas bases dos prismas
de betão, para posterior tracção.
Ainda existe uma 3ª modalidade, o ensaio de tracção por flexão, em que um
prisma apoiado junto às extremidades é carregado a meio vão.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 11/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS EM LABORATÓRIO Módulo de elasticidade


(módulo de Young)

Através do ensaio de amostras de acordo com as especificações


técnicas, sujeitando-as a compressão elástica e medindo
simultaneamente as deformações e as tensões axiais.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 12/75

6
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS EM LABORATÓRIO Módulo de elasticidade


(módulo de Young)
Através do ensaio de amostras de acordo com as especificações técnicas, sujeitando-as a
compressão elástica e medindo simultaneamente as deformações e as tensões axiais.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 13/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS EM LABORATÓRIO Fluência


As tensões de retracção são medidas em amostras prismáticas testadas num ambiente de
temperatura e humidade controladas.
Estas amostras são sujeitas a tensões de compressão constantes durante vários meses.

O efeito de fluência a determinada


idade é definido através da relação
entre a deformação adicional àquela
idade e a deformação elástica
inicial menos 1 (coeficiente de fluência).

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 14/75

7
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS EM LABORATÓRIO Retracção

As tensões de retracção são medidas em amostras prismáticas testadas num ambiente de


deformação livre e com parâmetros de humidade e temperatura controlados.

Os níveis de deformação (diminuição do comprimento) atingidos definem o efeito de retracção


para determinada idade da estrutura.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 15/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Tensão de compressão

A utilização de carotes para testar o comportamento do betão à compressão é um dos


procedimentos mais frequente e fiável.

As carotes devem ter uma proporção de 2 para 1 (comprimento e diâmetro


respectivamente) e um comprimento mínimo de 10 cm.

As partes superior e inferior são rectificadas e, de seguida, as carotes são testadas à


compressão para obter a tensão de compressão de cada uma.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 16/75

8
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


ENSAIO DE COMPRESSÃO
Devido ao facto de nos cilindros ser necessário o corte e a
CILINDROS
rectificação, torna a sua utilização mais dispendiosa e
consequentemente, é preterida em relação aos provetes
cúbicos.

Existe, no entanto, uma


situação em que a
utilização de cilindros é
necessária:

Ensaio de compressão
em carotes extraídas de
uma estrutura.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 17/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


NP EN 12504-1, Ensaios do betão nas estruturas. Parte 1: Carotes – Extracção, exame e ensaio à
compressão. EXTRACÇÃO DE CAROTES
O diâmetro da carote deve no mínimo ser igual a três
vezes a máxima dimensão do agregado do betão.

A extracção deve ser realizada em locais onde se garanta


não existir danos para a estrutura.

As carotes devem ser retiradas de locais com pouca


armadura, sempre que possível, devem ser extraídos sem
varões de aço, para tal recomenda-se a utilização do
detector de armaduras, evitando as juntas de betonagem
e bordadura das peças.

Nenhuma carote pode ser ensaiado com armadura na


direcção paralela á aplicação da força de compressão.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 18/75

9
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


COMPRIMENTO DAS CAROTES
O comprimento das carotes deve ser, sempre que possível, de modo a poder desprezar-se em
cerca de 5 cm a parte exterior e permitir depois de cortado e rectificado uma relação altura/
diâmetro igual a 1 se for para comparar com provetes cúbicos de controlo ou 2 se estes provetes
forem cilíndricos.

A PREPARAÇÃO DOS PROVETES DEVE ESTAR DE ACORDO COM AS SEGUINTES TOLERÂNCIAS:


A tolerância da planura dos topos por capeamento deve estar de acordo com o especificado na
norma 12390-3, Anexo A (Capeamento de cilindros para ensaio de compressão).
A perpendicularidade entre a altura e os topos do provete, deve estar de acordo com o
especificado na norma EN 12390-1 (Forma, dimensões e outros requisitos para moldes).
Para a verticalidade, a tolerância da linha geratriz do provete é 3% da média do diâmetro.

Tolerância da verticalidade da linha geratriz


Diam. da carote (mm) 75 100 150
Desvio (mm) 2.25 3.00 4.50
Tolerância (º) 1.72

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 19/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


CAROTES - EXTRACÇÃO, EXAME E ENSAIO À COMPRESSÃO

Apesar da norma Europeia nada referir em relação ao excesso de


vazios e á presença de aço no interior dos provetes é possível a
correcção da força de compressão para esses casos, através da
aplicação de factores de correcção:

Correcção da força de compressão de carotes devido ao excesso de volume de vazios.


Documentos Normativos de Referência:
BS 1881: Part 120: 1983; Testing concrete; Concrete Society Technical Report Nº 11;

Estimativa da força de compressão em cubos através do ensaio de carotes e correcção da


força de compressão de carotes devido à existência de aço no seu interior.
Documentos Normativos de Referência:
BS 1881: Part 120: 1983; Testing concrete; Concrete Society Technical Report Nº 11;

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 20/75

10
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


CAPEAMENTO DE CILINDROS PARA ENSAIO DE COMPRESSÃO

As condições ideais para a obtenção de provetes cilíndricos devem passar pela possibilidade de
cortar e rectificar mecanicamente os provetes com equipamento adequado que garanta as
tolerâncias exigidas.

Sempre que tal não for possível, deverá recorrer-se a meios alternativos de capeamento que nos
permitem garantir as tolerâncias dimensionais impostas na norma.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 21/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


CAPEAMENTO DE CILINDROS PARA ENSAIO DE COMPRESSÃO

Existem dois / três métodos para rectificação em Laboratório de provetes cilíndricos


(para além do capeamento mecânico):

CAPEAMENTO COM ENXOFRE PRÉ-DOSEADO

CAPEAMENTO COM CAIXA DE AREIA

MOLDES METÁLICOS
Critério
Para resistências entre 3.5 MPa e 50.0 MPa, o material de capeamento deve ter
resistência mínima de 35.0 MPa, sem nunca apresentar resistência inferior à do betão
em causa. Para resistências superiores, a resistência à compressão da pasta deve ser
sempre superior á do betão em causa.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 22/75

11
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


CAPEAMENTO COM ENXOFRE PRÉ-DOSEADO

A resistência do material de capeamento deve ser verificada em cubos de 50 mm e segundo o


especificado na respectiva norma.

A espessura da camada de capeamento deve satisfazer os seguintes requisitos:

Resistência do Betão Espessura Média Espessura Máxima

3,5 MPa – 50,0 MPa Máxima de 6 mm 8 mm

> 50,0 MPa Máxima de 3 mm 5 mm

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 23/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


CAPEAMENTO COM ENXOFRE PRÉ-DOSEADO

O enxofre pré-doseado deve ser derretido lentamente até uma temperatura de 135 ± 8º.

Deve-se aquecer previamente a capeadora de cilindros para que o enxofre não


arrefeça rapidamente quando em contacto com esta superfície.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 24/75

12
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


CAPEAMENTO COM ENXOFRE PRÉ-DOSEADO

• Derramar a pasta de enxofre sobre a base da capeadora.


• Colocar o provete encostado à guia vertical da capeadora e deslizá-lo até que a
superfície de ensaio fique imersa no enxofre.
• Manter o contacto e esperar que o material solidifique.
• Aguardar pelo menos 30 minutos antes de ensaiar o provete.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 25/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


CAPEAMENTO COM CAIXA DE AREIA

Neste tipo de capeamento é utilizada uma


areia fina siliciosa com grande
percentagem de material passado no
peneiro 250μm e de retido no peneiro
125μm

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 26/75

13
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


CAPEAMENTO COM CAIXA DE AREIA
Procedimento

- Remover eventuais partículas soltas das superfícies de ensaio do provete;

- Assentar a caixa de areia num dispositivo adequado e colocar no centro da caixa


a porção de areia cujo volume deverá ser suficiente para ocupar toda a superfície
da caixa até uma altura de 10 ± 2 mm após ser distribuída;

- Assentar o provete sobre o pequeno monte de areia e iniciar a vibração;

- Assentar a caixa de areia com o provete na bancada de trabalho (superfície


nivelada) e conferir a verticalidade do provete com um nível de bolhas;

- Vedar, com parafina derretida o espaço existente à volta do provete;

- Repetir a operação para outra superfície de ensaio e utilizando a outra caixa de


areia;
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 27/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU


CAPEAMENTO

As condições ideais para a obtenção de provetes cilíndricos deveria passar pela possibilidade de
cortar e rectificar mecanicamente os provetes com equipamento adequado, que garanta as
tolerâncias exigidas. Pode no entanto recorrer-se a meios alternativos de capeamento, de modo
a garantir as tolerâncias dimensionais impostas pela norma.

os provetes cilíndricos podem ser ensaiados utilizando, nos seus topos, moldes metálicos, não
aderentes, formados por um anel de retenção em aço e com bloco de neoprene no seu interior.
Os referidos moldes metálicos estão de acordo com os requisitos descritos pela ASTM C 1231
(2010).

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 28/75

14
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO

DOCUMENTO NORMATIVO DE REFERÊNCIA


ASTM C 805-85 / BS 1881; Part 202
NP EN 12504-2: 2003, Ensaios do betão nas estruturas.
Parte 2: Ensaio não destrutivo – Determinação no número esclerométrico;

CAMPO DE APLICAÇÃO
Determinação da qualidade do betão em estruturas, de betão não
poroso, já executadas e ao longo do tempo.

ESCLERÓMETRO
Geralmente existem três tipos de esclerómetros de acordo com a peça de
betão a ensaiar.

Tipo de esclerómetro Ensaio de peças: Valor da energia de choque (J)


N Correntes 2.2
L Delgadas 0.7
M pesadas 29.4

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 29/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO


O ensaio baseia-se no princípio de que a intensidade de pancada num material elástico depende
da dureza da superfície do material onde bate a massa do esclerómetro.
Aplicação dum martelo de percussão (esclerómetro) numa determinada área tratada.

CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DA ÁREA DE TESTE


- Ter uma profundidade não inferior a 10 cm.
- Ter uma área de diâmetro entre 15 a 30 cm.
- O impacto não deverá provocar vibração no elemento de betão.
- Evitar superfícies de alta textura e alta porosidade.
- Os pontos de impacto devem ter distancias superiores a 2,5 cm e de 3 cm entre áreas de
ensaios.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 30/75

15
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO


NOTAS:
- Segundo a norma, antes de cada campanha de ensaios é necessário
calibrar o Esclerómetro na bigorna.
- Este ensaio é sensível à presença de agregado na superfície de betão,
pelo que é aconselhável que a amostragem seja de 10 a 12 leituras em
cada área de teste.
- O Esclerómetro terá que estar normal à superfície em estudo, mas
contudo a humidade da superfície e a posição do Esclerómetro
influenciam o ensaio devido à acção da gravidade na massa que se
move. Sendo assim o Esclerómetro possui uma série de curvas que
fazem as correcções da leitura que nos dá o aparelho com o ângulo de
aplicação e com as condições de humidade existentes.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 31/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 32/75

16
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO

Note-se que o teste do Esclerómetro é bastante prático, dando-nos uma ideia da resistência
à compressão do betão, mas deve ser complementado com outros ensaios (Por exemplo o
ensaio de ultra-sons).

Este ensaio não deve ser usado para a verificação da


conformidade do betão
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 33/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU ULTRA-SONS

DOCUMENTO NORMATIVO DE REFERÊNCIA


ISO/DIS 8047 / ASTM C 597 / BS 1881: Part 203:1886
ÂMBITO
Determinação da velocidade de propagação de ondas longitudinais de
ultra sons.
Com este ensaio podemos avaliar a uniformidade do betão, delimitar
“in situ” zonas de qualidade inferior ou deterioradas e estimar variações
das características do betão ao longo do tempo.

Sem que se possa considerar como substituição


dos meios específicos para esse fim , este ensaio
pode igualmente servir para estimar a resistência
mecânica do betão e o módulo de elasticidade
dinâmico.
NOTA
Não é recomendável utilizar exclusivamente este método para estimar a
resistência mecânica do betão;
Pelo que deverá ser usado, sempre, como ensaio complementar.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 34/75

17
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU ULTRA-SONS


EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
• Um par de transdutores com
uma frequência de 50 kHz
• Um gerador de ondas ultra-
sonicas
• Gel para os transdutores
MÉTODO DE MEDIÇÃO
- Transmissão directa
- Transmissão semi-directa
- Transmissão indirecta
ou de superfície
O método de transmissão directa é o que conduz a melhores resultado

FACTORES DE CORRECÇÃO
A velocidade de propagação das ondas não depende unicamente
do betão mas também de outros factores tais como:
temperatura, humidade, etc.
É assim aconselhável a introdução de factores de correcção, os
quais podem ser consultados na norma BS 1881 part. 203.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 35/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU ULTRA-SONS


O aparelho gera uma série de vibrações a frequências ultra-
sónicas , que são emitidas por um transmissor electro-
acústico em contacto com a superfície de betão em teste.
Após passar através do betão, as vibrações são recebidas e
convertidas em sinal electrónico por um receptor electro-
acústico, que transmite a um osciloscópio fazendo então a
leitura desejada.

Neste ensaio poderá ser necessário


saber o traço cimento/agregados,
bem como a idade, a presença de
pré-esforço e a temperatura.

RESULTADOS
Os equipamentos fornecem directamente os seguintes resultados:
T = tempo de propagação da onda entre os transdutores (µs);
Com a distancia percorrida obtemos a velocidade
V = velocidade de propagação da onda (m/s);

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 36/75

18
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Ensaio de penetração resistente

Documentos Normativos de Referência: ASTM C803; BS 1881:207


Conhecido como ensaio da sonda de Windsor, este ensaio estima a resistência de compressão do
betão, através da inserção dum provete de metal no betão, com recurso a uma força conhecida.
O teste é baseado no princípio de que em condições ideais a penetração é inversamente
proporcional à resistência do betão à compressão.

Este ensaio tem uma grande vantagem em relação ao ensaio do Esclerómetro:


Enquanto o ensaio do Esclerómetro dá-nos o valor da resistência à compressão do betão na
superfície, o ensaio de penetração regista esse valor ao longo de uma determinada profundidade.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 37/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Tensão de tracção (Pull-out)


DOCUMENTO NORMATIVO DE
REFERÊNCIA
ASTM C 900

Este ensaio mede a força


necessária para arrancar uma
peça metálica previamente
embebida no betão.

Devido à forma da peça metálica, quando o


arrancamento se produz, existe uma certa
quantidade de betão com a forma dum cone
que se “desprende” com a da peça metálica.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 38/75

19
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Tensão de tracção (Pull-out)

Com o equipamento de ensaio, é-nos fornecida uma tabela que relaciona a força de arrancamento
com a resistência à compressão do betão.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 39/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Tensão de tracção (Pull-off)


DOCUMENTO NORMATIVO DE REFERÊNCIA BS 1881 Part 207 – 1992, Testing concrete
Consiste na determinação da força necessária para provocar o arrancamento
por tracção duma determinada área de revestimento, aplicado nos diversos
tipos de material de suporte (inclusive betão) relativamente aos quais se
pretende avaliar a capacidade de aderência do revestimento (calculo da tensão
que provoca a rotura no plano de contacto do revestimento com o suporte –
Tensão de aderência).

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 40/75

20
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Tensão de tracção (Pull-off)

O ensaio consiste em fazer as incisões no revestimento e colar


as pastilhas metálicas sobre as zonas onde se procedeu ás
incisões. Depois da cola secar pelo menos 48 horas, enroscar a
cabeça do equipamento na pastilha a ensaiar. De seguida rodar
a manivela (previamente colocada no topo do equipamento)
até que se verifique a rotura do plano de contacto do
revestimento com o suporte;
Ler no manómetro e registar o valor da força máxima
exercida e registar o tipo de rotura obtida:
Rotura de aderência (no plano revestimento / suporte)
Rotura no seio de revestimento
Rotura no seio do suporte
Rotura mista

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 41/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Tensão de tracção (Pull-off)

O ensaio de pull-off é também utilizado para obter a resistência à tracção do betão in-
situ por arrancamento ou para verificar a aderência de betão novo colocado sobre
betão antigo.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 42/75

21
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Tensão de tracção (Pull-off)

Aderência ao suporte
Representação esquemática do mecanismo de aderência por penetração da argamassa nos
poros ou rugosidades do suporte

Ensaio de aderência. Várias tipologias de rotura

D56-1 - rotura no seio do suporte


D55-1 - rotura mista
D53-2 - rotura no seio do revestimento
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 43/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Deformações da estrutura

Destinam-se a verificar se a estrutura se encontra em condições de suportar, com a segurança


necessária, as acções previstas de acordo com a utilização que se pretende dar à estrutura. Estes
ensaios consistem em analisar o comportamento da estrutura a uma solicitação.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 44/75

22
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Tensões instaladas na estrutura

Esta análise (realizada para o betão armado) consiste em expor as armaduras ao ar em


determinado ponto da estrutura para que seja possível a colocação de um extensómetro
nas armaduras.
Em seguida, corta-se um dos varões da armadura e verifica-se a variação na leitura do
extensómetro.

Corte do varões de armadura Varões de armaduras com sensores

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 45/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS ESTRUTURAIS IN-SITU Localização das armaduras


O pacómetro permite localizar a armadura no interior do betão armado, determinar
a espessura do betão de recobrimento e o diâmetro dos varões de aço.

Malha de armaduras da face


inferior duma laje, levantada
com o pacómetro

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 46/75

23
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Absorção de água por imersão

a realização deste ensaio, consiste na imersão dos provetes em água até ser alcançada massa
constante;
é registada a massa dos provetes saturados com a superfície seca (m1), bem como a sua
massa hidrostática (m2);
seguidamente, os provetes são colocados numa estufa a 105 ± 5 ºC para secagem até massa
constante (m3);
a absorção de água por imersão é finalmente calculada, em percentagem, através da
expressão Ai = (m1-m3)/(m1-m2)x100.

De acordo com a especificação LNEC E


394 (1993), considera-se alcançada massa
constante quando a diferença entre as
massas obtidas em duas pesagens
consecutivas, intervaladas de pelo menos
24 horas, for inferior a 0,1% da média das
duas leituras.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 47/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Absorção de água por imersão


O ensaio de absorção de água por imersão, aqui apresentado, avalia essencialmente a
porosidade do betão. No entanto, este ensaio apresenta algumas limitações, nomeadamente o
facto de medir apenas o volume dos poros acessíveis, habitualmente designado de porosidade
aberta, ou seja, o valor obtido não representa a porosidade absoluta do betão, dado que não
considera o volume de poros fechados.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 48/75

24
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Absorção de água por


capilaridade
após o processo de pré-condicionamento, os provetes são
colocados num tabuleiro, devidamente apoiados;
o tabuleiro é cheio com água até atingir um nível de 5 ± 1 mm
acima da face inferior do provete;
o referido nível é mantido constante ao longo do ensaio;
a massa dos provetes (mi) é medida após 0, 3, 6, 24 e 72 horas,
sendo que as 0 horas correspondem ao momento imediatamente
anterior ao do provete entrar em contacto com a água.

Com base nas referidas pesagens, é


possível calcular o valor da absorção de
água, por capilaridade, por unidade de
área, para cada um desses momentos,
dividindo o aumento da massa mi – m0
pela área da face inferior dos provetes
que esteve em contacto com a água.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 49/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Absorção de água por


capilaridade
Com os referidos valores de absorção de água, foram ainda calculados os respectivos
coeficientes de absorção que se consideraram como correspondentes à pendente da recta de
regressão dos valores referentes às primeiras 6 horas de absorção de água, de acordo com a
seguinte expressão:

Tempo (min^0.5)

Tempo (min^0.5)

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 50/75

25
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Permeabilidade à água

as características de permeabilidade à água são


No caso de betões com maior
obtidas considerando uma amostra sujeita a
compacidade a amostra será seccionada e
pressão de água numa face e medindo o volume
avaliado o perfil de penetração de água.
de água que atravessa a amostra.

O ensaio consiste em aplicar, na superfície do provete previamente tratada, uma pressão de


água de 500± 50 kPa durante 72 ± 2 horas. A referida pressão é aplicada numa área delimitada
por um anel de selagem com 75 mm de diâmetro. Passadas 72 ± 2 horas, os provetes são
fragmentados na prensa hidráulica e a profundidade de penetração de água medida.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 51/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Permeabilidade à água

Com os resultados obtidos, é ainda possível determinar os coeficientes de Permeabilidade com


recurso à expressão modificada de Valenta (1970) que correlaciona a profundidade de
penetração de água sob pressão com o coeficiente de permeabilidade:

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 52/75

26
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Permeabilidade ao oxigénio


Objectivos:
Quantificar a aptidão do betão para ser atravessado por um fluído sob um gradiente de pressão.

o ensaio consiste em submeter um provete cilíndrico a uma pressão de gás constante;


o coeficiente de permeabilidade é determinado a partir da medição do fluxo em fase estável;
os coeficientes de permeabilidade são medidos para várias pressões e a permeabilidade
intrínseca é calculada segundo a abordagem de Klinkenberg;
o gás utilizado é o oxigénio, o nitrogénio ou o ar.

Permeâmetro com carga constante, do tipo Cembureau

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 53/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Penetração de cloretos

ensaios de difusão;
ensaios de migração.

Embora sejam mais rápidos do que os ensaios de difusão, os ensaios de migração são mais
eficientes para verificar a qualidade do betão do que para quantificar o coeficiente de difusão.

Ensaios de difusão
célula difusora: uma amostra de betão é colocada entre duas câmaras, uma saturada com
cloretos e a outra sem cloretos. Passado algum tempo, e medindo a concentração de cloretos
nas duas câmaras, é possível determinar o coeficiente de difusão.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 54/75

27
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Penetração de cloretos


Ensaios de migração
O processo de difusão dos cloretos é acelerado aplicando um
potencial eléctrico entre as duas câmaras da célula difusora.

LNEC E 463 -
Determinação do
coeficiente de difusão
dos cloretos por ensaio
de migração em regime
não estacionário

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 55/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Resistividade eléctrica


Determinação da resistividade eléctrica, pelo método dos dois eléctrodos topo-a-topo:
proposta de norma europeia apresentada pelo grupo de trabalho Chlortest (2005);
manual DURAR (2000);
recomendação técnica da TC 154 RILEM.
O ensaio é precedido de um pré-condicionamento dos provetes numa câmara de vácuo e
imersão em água durante 24 horas (processo semelhante ao dos cloretos E 463).
Decorridas as 24 horas de pré-condicionamento, os provetes f100 x 50 mm saturados, com a
superfície limpa do excesso de água, são acoplados entre as placas de cobre, com o auxílio de
duas esponjas humedecidas em água e com uma massa de 2 kg a comprimir o conjunto

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 56/75

28
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Resistividade eléctrica


Através das placas de cobre nos topos dos provetes, aplica-se um potencial eléctrico de 60 V
(CC) e regista-se o valor da corrente eléctrica que atravessa o provete.
Com base na medição da corrente
efectuada, na diferença de potencial
aplicada, nas dimensões do provete e na
resistência das esponjas, é possível calcular
a resistividade eléctrica, a partir da equação:
Valores de referência para a resistividade eléctrica

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 57/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM LABORATÓRIO Carbonatação acelerada

Os provetes são colocados numa câmara com 5±1% de CO2,


60±5% de HR e uma temperatura de 23±3 ºC
Decorrido o tempo de exposição pretendido, os provetes são
retirados da câmara, seccionados e, através de um método
colorimétrico (com fenolftaleína a 0,1%), é identificada e
medida a profundidade de carbonatação

A profundidade de carbonatação é medida periodicamente e o coeficiente de


carbonatação é obtido segundo a lei de difusão:
Kt = x / t0,5
em que :
Kt = coeficiente de carbonatação ao fim do tempo t (mm/ano0,5);
x = profundidade de carbonatação (mm);
t = tempo (anos).

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 58/75

29
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Profundidade de carbonatação

com a carbonatação do betão, o meio básico passa a ácido;


a profundidade da frente de carbonatação in-situ obtém-se fazendo um furo na superfície do
betão junto a uma armadura;
depois de remover cuidadosamente o pó resultante do furo, aplica-se um spray de
fenolftaleína calibrado para pH = 9.5 (adquire cor lilás sendo incolor na zona carbonatada).

o aparecimento da cor lilás indica aproximadamente a profundidade da frente de carbonatação.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 59/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Penetração de cloretos

A determinação da penetração de
cloretos in-situ obtém-se fazendo um
furo na superfície do betão e recolhendo
o pó de betão a diferentes profundidades
(cada 5 mm);
Recolha in-situ de pó de betão

A percentagem de cloretos é então medida para cada nível em termos de


total de cloretos (ataque ácido) e cloretos livres (extracção de água), para
que se obtenha o perfil dos cloretos variando com a profundidade.

Análise da penetração de
cloretos

Determinação da profundidade de
penetração dos cloretos - solução de nitrato
de prata

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 60/75

30
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Corrosão das armaduras


Potencial (de corrosão) de meia-célula
Potencial de meia-célula Velocidade de corrosão

Objectivos: avaliação do estado de corrosão das armaduras do betão. As medições podem ser
realizadas em estruturas de aço de carbono ou armaduras de aço inoxidável.
As armaduras corroídas e passivas do betão mostram uma diferença de potencial eléctrico e de
fluxos de corrente entre estas áreas. O campo eléctrico ligado com a corrente de corrosão entre
as áreas corroídas e passivas dos varões das armaduras pode ser medido experimentalmente
com um eléctrodo de referência adequado (meia-célula) colocada sobre a superfície de betão
permitindo a localização das armaduras corroídas.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 61/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Potencial de corrosão


Velocidade de corrosão
Objectivo: Avaliar o estado da corrosão das armaduras no betão. Avaliação
estrutural da corrosão e da previsão do tempo de serviço/vida da estrutura,
bem como para a avaliação de métodos de reparação em laboratório e in-situ.
A velocidade de corrosão, representa a perda de metal por unidade de
área e unidade de tempo.

Vantagens / Informação quantitativa sobre a perda de seção transversal dos varões por extrapolação.
Desvantagens Adequada principalmente para estruturas expostas à atmosfera.
A área polarizada sob o contra-elétrodo deve ser conhecida.
A corrosão localizada pode ser subestimada.
Várias medições devem ser realizadas em períodos representativos durante a vida de uma estrutura para dar uma
Limites estimativa mais realista da taxa média de corrosão.
Uma vez que a medição é altamente influenciada pelo ambiente (temperatura, humidade), uma série de medidas
simples pode não ser representativa. A monitorização a longo prazo ou a repetição das medições são preferíveis
para precaver os efeitos da variabilidade sazonal.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 62/75

31
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Resistividade eléctrica

A circulação de iões no betão pode ser analisada através da sua resistividade eléctrica. Daqui se retira
informação sobre a qualidade do betão, nomeadamente no que se relaciona com a difusão de cloretos.
Esta técnica consiste na colocação de dois / quatro eléctrodos em linha na superfície do betão.
Uma corrente eléctrica passa entre as duas extremidades e o potencial associado é medido nos eléctrodos
do meio.
O momento em que a corrosão do aço pode começar e a sua evolução ao longo
do tempo depende directamente das propriedades da pasta de cimento e da
permeabilidade do betão que o envolve.
A condutividade eléctrica do betão é um processo electrolítico, que ocorre por
movimento iónico.
Um betão muito permeável terá um valor de condutividade muito elevado, ou
seja, uma resistividade eléctrica muito baixa.

Resistivity level Possible


(K ohm cm) corrosion rate
<5 Very high
5 – 10 High
10 – 20 Moderate – low
> 20 Insignificant

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 63/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Resistividade eléctrica

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 64/75

32
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Resistividade eléctrica

OBJECTIVOS:
Para avaliar o risco de corrosão das armaduras do betão.
A resistividade correlaciona-se com as propriedades de
transporte, o que torna a informação útil para processos de
deterioração que envolvam água ou o transporte de agentes
agressivos.

A resistividade da pasta de cimento, das argamassas e do betão depende do volume dos poros,
do tamanho dos poro e da distribuição da pasta de cimento, da reacção dos poros à água e do
teor de humidade do betão.

A resistividade do betão exposto a cloretos fornece informações sobre o risco de danos por
corrosão precoce, porque geralmente uma baixa resistividade do betão está correlacionada com
uma contaminação por cloretos mais rápida. O mapa de resistividades pode mostrar os locais
mais porosos, onde é provável que a contaminação por cloretos seja mais rápida e as futuras
taxas de corrosão maiores.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 65/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Humidade no betão


para teores de humidade inferiores a 50%, raramente ocorre
corrosão;
a humidade no betão pode ser medida a partir de amostras
retiradas da estrutura e colocadas em contentores isolados para
que o teor de humidade seja depois medido em laboratório;
Sonda para medir o teor de
Em alternativa, podem também utilizar-se sensores químicos ou humidade do betão in-situ
eléctricos para medir a humidade do betão imediatamente in-situ.

CAPACIDADE DO BETÃO - 'CAPACITIVE MEASURE'


Objectivos: Avaliação da humidade no betão.
O princípio consiste em colocar dois (ou mais) eléctrodos na superfície
a ensaiar e aplicar uma corrente eléctrica alternada entre eles. Deste
modo cria-se um sistema capacitivo ("condensador") cuja capacidade,
C, está relacionada com a natureza electromagnética do betão
interno.
Vantagens / Um painel de elétrodos pode fornecer informações de possíveis gradiente de humidade no betão.
Desvantagens Irregularidades na superfície impedem a utilização do dispositivo.
Os dano devem estar ativos. Profundidade de penetração desconhecida (baixa) em betões frescos (poucos
Limites
meses). Betão não plano.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 66/75

33
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Absorção de água


(Permeabilidade à água)
Este parâmetro pode ser determinado em laboratório utilizando
carotes retiradas de obra.
Para calcular a absorção de água, pode também proceder-se ao INSAT
(initial surface absorption test). Sujeita-se uma área da superfície do
betão a 200 mm Hg e a absorção é medida num tubo-capilar.
Pode utilizar-se este método para medir os efeitos da cura, da acção
dos moldes e da desmoldagem na absorção superficial e, de certo
modo, na permeabilidade.
No quadro seguinte indicam-se valores de
referência para betões bem curados de
diferente qualidade.

Absorção Tempo após o início do ensaio


do betão 10 min 30 min 1h 2h
Elevada > 0.50 > 0.35 > 0.20 > 0.15
0.25 – 0.17 – 0.10 – 0.07 –
Média
0.50 0.35 0.20 0.15
Pequena < 0.25 < 0.17 > 0.10 < 0.07

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 67/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Absorção de água e


permeabilidade ao ar
Este factor pode ser determinado em laboratório utilizando carotes retiradas de obra.
Para calcular tanto a absorção de água como a permeabilidade ao ar, pode ainda utilizar-se o “Figg Method”
que consiste fazer um furo no betão que depois é sujeito a pressão de água / ar interna e onde é medida
periodicamente a redução na pressão de água / ar. Os valores obtidos são depois comparados com valores
de referência.
Para a realização deste ensaio faz-se um furo com cerca de 10 mm
de diâmetro e 40 mm de profundidade. Depois de bem limpo, o
furo é tapado por uma rolha esponjosa de poliuretano e coberta
com uma borracha de silicone. Podem então fazer-se medições
com ar ou água, com ligeiras modificações no equipamento.

Qualidade Tempo medido, s


do betão Ar Água
Má <30 <20
Medíocre 30 – 100 20 – 50
Média 100 – 300 50 – 100
Boa 300 – 1000 100 – 500
Excelente > 1000 > 500

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 68/75

34
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Permeabilidade ao ar

Objectivos: Medição da permeabilidade ao ar da superfície de betão.

Este teste de permeabilidade ao ar consegue-se através da aplicação de uma pressão


de ar ou vácuo sobre a superfície do betão e na monitorização da taxa à qual a pressão
do ar muda a medição da célula de medição.

Sistemas portáteis, rápidos e adequados para aplicações em


Vantagens
laboratório e in-situ, facilmente aplicáveis no local. A medição
/
depende do teor de humidade do betão (a superfície do betão tem de
Desvantag
ser seca durante pelo menos 48 horas ou a medição tem de ser
ens
corrigida de acordo com o valor da resistividade eléctrica do betão).
Técnica não adequada para betão completamente húmido; problemas
Limites
na fixação de ar do instrumento na superfície do betão.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 69/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Permeabilidade ao ar

Equipamento e disponibilidade: Aparelho de permeabilidade AutoClam; Ensaio de


permeabilidade ao ar Figg (Ensaio semi-destrutivo); Ensaio de permeabilidade Torrent; Ensaio
de permeabilidade ao ar Schönlin.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 70/75

35
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Espessura de recobrimento

Para localizar e determinar a profundidade ou o tamanho dos varões das armaduras.


Alguns equipamentos permitem estimar o diâmetro dos varões se uma calibração prévia for
realizada.
Ensaios com "covermeter" são utilizados em conjunto com outras informações recolhidas a
partir de inspeções incluindo o exame visual e a localização de defeitos.
Também são utilizados para complementar outras técnicas (por exemplo, amostragem,
profundidade de carbonatação, teor em cloretos totais e livres, medições por potencial de meia-
célula) para determinar a posição exacta das armaduras.

Esta técnica é útil para avaliar os deficiências construtivas e conformidades de projecto e todos
os defeitos associados com a corrosão das armaduras, nomeadamente perda de seção do aço e
destacamento

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 71/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ENSAIOS DE DURABILIDADE EM IN-SITU Espessura de recobrimento

A aplicação do "covermeter" baseia-se em princípios de indução ferromagnéticos e pode ser


utilizado para detectar a localização, o diâmetro e a profundidade das armaduras num elemento
de betão. O equipamento induz correntes "eddy" que fluem em torno da seção transversal dos
varões, produzindo um campo magnético. O dispositivo capta o sinal magnético e por técnicas
de impulso separa este sinal do que é transmitido (nenhum sinal se produz na ausência de um
material metálico). Um máximo distinto em corrente induzida observa-se quando o eixo
longitudinal da sonda e armaduras estão alinhadas e quando a sonda está directamente em
cima das mesmas. A força do sinal pode ser calibrada para o tamanho dos varões e da
profundidade abaixo do recobrimento. Se um destes parâmetros for conhecido, o outro pode
deduzir-se.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 72/75

36
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

BIBLIOGRAFIA
DURAR – Thematic network XV. B durability of rebars, Manual for inspecting, evaluating and
diagnosing corrosion in reinforced concrete structures, CYTED, Ibero-American Program Science
and Technology for Development, Subprogram XV, Corrosion/Enviromental Impact on Materials,
ISBN: 980-296-541-3, 2000, 204 p.
ECTP (European Construction Technology Platform) – Challenging and changing Europe’s built
environment, a vision for a sustainable and competitive construction sector by 2030, February,
2005, 15 p.
ECTP (European Construction Technology Platform) – Vision 2030 & strategic research agenda,
focus area materials (Version 1), September, 2005a, 40 p.
Ferreira M. J. – Introdução à prevenção da corrosão no betão armado, Seminário: Prevenção da
corrosão em estruturas de betão armado, Lisboa, Portugal, LNEC, ISBN: 972-49-1707-x, 1996,
pp. 1-14.
Ferreira R. M. – Avaliação de ensaios de durabilidade do betão. Guimarães, Portugal,
Universidade do Minho, Escola de Engenharia, 2000, 246 p., Dissertação de Mestrado.
IAEA (International Atomic Energy Agency) – Guidebook on non-destructive testing of concrete
structures, training course series No. 17, IAEA, Vienna, Austria, ISSN: 1018-5518, 2002, 231 p.
ICE, Institution of civil engineers – manual of construction materials, volume I & II, Mike Thomas
Telford Limited, UK, ISBN: 978-0-7277-3597-3 (two volume set), 2009, 447 p.
LNEC E 464, 2007 - Metodologia prescritiva para uma vida útil de projecto de 50 e de 100 anos
face às acções ambientais, Lisboa, Portugal, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 15 p.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 73/75

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

BIBLIOGRAFIA
LNEC E 465-2007 – Betões, Metodologia para estimar as propriedades de desempenho do betão
que permitem satisfazer a vida útil de projecto de estruturas de betão armado ou pré-esforçado
sob as acções ambientais XC e XS, Lisboa, Portugal, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 34
p.
Malhotra V. M. – Nondestructive tests, chapter 28, in: Significance of tests and properties of
concrete, & concrete-making materials, ASTM International, US, edited by J. F. Lamond and J. H.
Pielert, ISBN 0-8031-3367-7, ASTM stock No. STP169D, 2006, 664 p.
Mehta P. K., Monteiro P. J. M. – Concrete microstruture, properties and materials, McGraw-Hill,
USA, ISBN: 0071462899, 2005, 684 p.
Metha P. K. – Concrete, Structure, properties and materials, Prentice-Hall, New Jersey, USA,
1986, 450 p.
Nepomuceno M. C. S. – Ensaios não destrutivos em betão, Covilhã, Portugal, Universidade da
Beira Interior, Departamento de Engenharia Civil, 1999, 430 p., Provas de aptidão pedagógica e
capacidade científica (trabalho de síntese).
Neville A. M. – Properties of concrete, fourth edition, Pearson, England, ISBN: 978-0-582-23070-
5, 1995, 844 p.
Newman J., Choo B. S. – Advanced concrete technology, 1st edition, concrete properties, Elsevier
Butterworth Heinemann, UK, ISBN: 9780750651042, 2003, 352 p.
Silva P. R. da – Avaliação da durabilidade de betões auto-compactáveis (BAC), Lisboa, Portugal,
Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior Técnico, 2013, 583 p., Tese de Doutoramento.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 74/75

37
Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

BIBLIOGRAFIA
Breysse D., Salta M., Daly A. – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Deterioration, Vol.
2, Duratinet Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal,
ISBN: 978-972-49-2237-9, 2012, 74 p.,
Dérobert X., et al – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Testing techniques, Vol. 3,
Duratinet Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal,
ISBN: 978-972-49-2237-9, 2012, 132 p.,
Daly A., et al – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Repair Methods, Vol. 4, Duratinet
Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal, ISBN: 978-
972-49-2237-9, 2012, 126 p.,
ACI 201.2R-08 - Guide to durable concrete, American Concrete Institute, USA, Reported by ACI
committee 201, ISBN: 978-0-87031-284-7, 2008, 49 p.
ACI 211.1–91 (R2009) - Standard practice for selecting proportions for normal, heavyweight, and
mass concrete, ACI Manual of Concrete Practice, Part 1, 1991, 38 p.
NP EN 206-1, 2007 - Betão, Parte 1: Especificação, desempenho, produção e conformidade,
Lisboa, Portugal, IPQ, 84 p.
ACI Education Bulletin E3-01 - Cementitious materials for concrete, American Concrete Institute,
USA, Developed by Committee E-701 - Materials for Concrete Construction, 2001, 25p.
ACI Education Bulletin E4-03 - Chemical admixtures for concrete, American Concrete Institute,
USA, Developed by Committee E-701 - Materials for Concrete Construction, 2003, 12p.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 75/75

38

Você também pode gostar