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Dificuldades de aprendizagem e nas relações interpessoais


do deficiente auditivo numa sala de aula de uma escola regular

Andréa Moraes Campos*


Carla Lima de Souza*
Daniela dos Santos Almeida*
Roberto Paulo Correia de Araújo**

Resumo
O presente estudo trata da integração do indivíduo deficiente auditivo na escola regular, tendo como referência local a
escola Manoel Vitorino, da rede pública, onde está matriculado um grande número de alunos com deficiência auditiva.
É um fato real, porém novo, a inclusão do deficiente auditivo no ambiente social de escola comum, implicando em
relevantes questionamentos quanto às formas como se dá tal inclusão. Buscou-se identificar os problemas encontrados nas
relações interpessoais entre os deficientes auditivos e entre estes e os alunos que ouvem normalmente, assim como
determinar as dificuldades de aprendizagem encontradas por esses indivíduos, tendo a sala de aula como o contexto social
específico. A metodologia utilizada consistiu em aplicação de questionário-formulário ao corpo discente e entrevista ao
corpo docente da escola. Os dados coletados apontam o estabelecimento de relações interpessoais entre o deficiente
auditivo e indivíduos ouvintes como um aspecto positivo do processo de inclusão, embora, no que tange ao processo de
aprendizagem, haja um prejuízo causado pela ineficiência da didática aplicada, pois não há qualquer forma de planeja-
mento específico e amplo que capacite professores e funcionários da instituição a atenderem às necessidades do deficiente
auditivo. Soma-se a isso a falta de acompanhamento profissional extraclasse, imprescindível neste caso.

Palavras-chave: Deficiente auditivo. Escola regular. Inclusão. Aprendizagem.

INTRODUÇÃO Entre os deficientes auditivos, alguns já


A deficiência auditiva afeta um em cada nascem com perda auditiva e outros perdem a
1.000 indivíduos da população mundial audição após o nascimento, seja na fase
(LOPES FILHO, 1997). Entre os brasileiros, é pré-lingüística, seja depois de adquirir a língua
a segunda maior deficiência comprovada materna, resultando, portanto, em prognósti-
(LANDIM, 2000). Com base em critérios cos distintos (COUTO-LENZI, 1997). Clinica-
audiológicos, diversos autores consideram esta- mente, exames audiológicos são realizados para
do de “surdez” as perdas acima de 90 dB, en- se determinar o tipo e o grau da perda. De acor-
quanto para outros só há perda total da audição do com as características detectadas, podem ser
a partir de 120 dB. indicados aparelhos de amplificação sonora, vi-

*
Acadêmica do Curso de Fonoaudiologia. Instituto de Ciências da Saúde. UFBA.
**
Professor Adjunto. Instituto de Ciências da Saúde. UFBA (Orientador).
Av. Reitor Miguel Calmon, s/n, Vale do Canela
40.110-100 - Salvador Bahia Brasil
Tel.: (0xx71)245-8602 / 8339
Fax: (0xx71)245-8917
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sando a contribuir para o aumento significativo de crianças surdas é uma meta a ser alcançada.
da audição dos indivíduos afetados. Atingir uma educação verdadeira, fazendo com
Segundo Balieiro (1989), a ciência, ao con- que essas crianças desenvolvam toda a sua
tribuir com a construção do conhecimento so- potencialidade e se integrem plenamente na
bre a audição do ser humano, também desen- sociedade, participando dos fatos que as cercam,
volve meios para prevenir suas alterações (pre- relacionando-se com indivíduos surdos e ouvin-
venção primária), para detectá-las o mais cedo tes, ultrapassa os limites de um país, pois mo-
possível, ou mesmo para minimizá-las (pre- biliza educadores e pesquisadores em todo o
venção secundária). Estabelecidas as dificulda- mundo, com a finalidade de reavaliar e propor
des encontradas pelo deficiente auditivo em fun- novas perspectivas educacionais.
ção da ruptura do seu feedback auditivo, não se Estabelecida a relação entre o grau de per-
deve desconsiderar o potencial cognitivo, por da, o período de aquisição e o comprometimen-
ser ele dotado de outras formas perceptivas que to social e cognitivo do deficiente, selecionam-
contribuem para a formação do seu processo se as estratégias de habilitação ou reabilitação
gnóstico. que devem ser aplicadas a cada caso, com o ob-
O portador de surdez tem as mesmas pos- jetivo de auxiliá-lo a desenvolver o máximo de
sibilidades de desenvolvimento da pessoa ou- habilidades na intercomunicação.
vinte, precisando, tão somente, ter supridas suas O desenvolvimento intelectual de uma
necessidades especiais (RINALDI, 1998). Uti- criança está diretamente relacionado à lingua-
lizando-se a audição residual que ainda exista, gem. Assim, qualquer rota estabelecida no labi-
com amplificação eficaz e boa habilidade de lei- rinto neurológico do deficiente auditivo que
tura labial, as crianças com perda severa (60 a possibilite o entendimento da linguagem deve
90 dB) poderão ser capazes de se comunicar sa- ser seguida. A meta primária é descobrir as ha-
tisfatoriamente com o mundo normal dos que bilidades inatas da linguagem; secundariamen-
dispõem de audição. Em casos de perdas supe- te, o alvo é a expressão oral inteligível, uma ha-
riores a 90dB, recomenda-se a utilização preco- bilidade que depende da aquisição de um alto
ce de “poderosos” dispositivos de amplificação grau de competência na língua (NORTHERN;
associados aos programas pedagógicos específi- DOWNS, 1989). Não apenas o treinamento
cos. Perelló e Tortosa (1968 apud COUTO- auditivo e a leitura labial facilitariam a sua co-
LENZI, 1997) afirmam que até mesmo os sur- municação; é também importante o aprendiza-
dos profundos, que não têm preservadas as fre- do de indícios lingüísticos, visuais e situacionais
qüências de fala, podem beneficiar-se de implan- (BOONE; PLANTE, 1994).
tes, dispositivos atualmente já disponíveis no Uma vez que o desenvolvimento da lingua-
Brasil. gem e o processo de internalização dos concei-
Importantes achados científicos demons- tos caminham conjuntamente com a comuni-
tram que o deficiente auditivo pode organizar cação, é vital o papel desempenhado pela audi-
seu mundo a partir da integridade dos demais ção tanto no desenvolvimento da linguagem
sentidos, uma vez que ele é um indivíduo com como na construção e clarificação de conceitos.
potencialidades cognitivas normais, em que pese No caso do deficiente auditivo, esse processo
a diferença auditiva implicar, muitas vezes, em torna-se não só mais lento como mais árduo
sérios obstáculos ao convívio social (CICCONE, (LOUIS FANT,1963 apud NORTHERN;
1996). DOWNS, 1989).
O progresso científico, em particular no O educador de surdos se depara com as
campo da audiologia, conjugado com as trans- limitações por estes enfrentadas, já que as bar-
formações ideológicas da sociedade, possibilita- reiras se apresentam logo no primeiro elemento
ram a construção de novos paradigmas voltados do processo de comunicação. Sua mente é pri-
para a educação do deficiente auditivo. Para vada das ricas informações sensoriais que são
Harrinson, Lodi e Moura (1997), a educação captadas através da audição. Em conseqüência,

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freqüentemente eles têm um pobre suprimento nal. Cada um possui um grau de capacidade de
de símbolos para classificar, categorizar e arma- utilização da audição residual e diferentes ní-
zenar. Novos símbolos são dificilmente obtidos. veis de desenvolvimento da linguagem oral. Se
As crianças surdas trabalham com operações parcela significativa dos deficientes auditivos
mentais no nível concreto, uma vez que as ope- necessita de condições especiais, fica reservada
rações abstratas, que requerem uma precisa às escolas especiais a incumbência de educá-los.
codificação e decodificação, tornam-se mais di- Entretanto, a escola regular corresponde tam-
fíceis para elas, por serem executadas com pala- bém a uma das possibilidades de educação des-
vras, uma “mercadoria” de que nunca dispõem ses deficientes, que deve ter por objetivo o bem-
suficientemente. Esses deficientes raramente al- estar e a formação total, viabilizando o desen-
cançam um grau de habilidade de linguagem volvimento de suas potencialidades. Portanto,
suficiente para dominar as operações abstratas, as longas discussões a respeito de qual a melhor
mesmo depois de árduos esforços. alternativa educacional para o deficiente auditi-
Enquanto a educação oferecida em insti- vo não são pertinentes (BALIEIRO, 1989).
tuições segregadas passa a ser questionada, a in- O presente estudo buscou avaliar o pro-
clusão se reflete no desenvolvimento de estraté- cesso de inclusão dos deficientes auditivos numa
gias que procuram proporcionar uma equalização escola pública regular de Salvador, Bahia, con-
genuína de oportunidades (SANTOS, 1997). siderada como referência para a educação de alu-
A atual política educacional, caracterizada por nos portadores de deficiências, sobretudo audi-
favorecer a integração de alunos portadores de tiva, identificar as dificuldades existentes nas
necessidades especiais e baseada na declaração relações interpessoais e na aprendizagem destes
de Salamanca — aprovada, em jun.1994, por alunos e, em conseqüência, analisar a efetividade
mais de 392 representações governamentais e do processo de inclusão, com vistas a apontar
mais de 25 organizações internacionais, entre possíveis aspectos a serem redirecionados.
as quais a Unesco e as Nações Unidas —, tem
como objetivo promover a educação para todos
(PERLIN; QUADROS, 1997). A legislação MATERIAIS E MÉTODOS
brasileira, representada pela Constituição pro-
mulgada em 1988 e pela LDB (Lei nº 9394/ Constituição da amostra
96), prevê a integração do aluno com necessi-
A amostra estratificada para a realização do
dades especiais no sistema regular de ensino
presente estudo constituiu-se de 115 alunos
(RINALDI, 1998).
regularmente matriculados, em 2000, na esco-
Mas integração não significa a mera inser- la de ensino fundamental Manoel Vitorino, si-
ção do portador de necessidades educativas es- tuada no bairro de Brotas, Salvador, Bahia, de
peciais numa classe regular. Se a inserção limi- ambos os sexos, com média de idade equivalen-
ta-se à introdução física desse educando, a te a 21,5 anos, sorteados aleatoriamente, distri-
integração implica em aceitação, devendo a co- buídos em dois grupos: 92 ouvintes normais e
munidade escolar ser conscientizada da impor- 23 deficientes auditivos. Contando com 17 sa-
tância da convivência de alunos especiais em seu las de aula, esta escola funciona nos três turnos
meio (SÁ, 1997). A verdadeira integração im- e atende 1.748 estudantes. Os alunos com de-
plica em reciprocidade (RINALDI, 1998). À ficiência auditiva integram as turmas regulares
atenção especial da família deve somar-se a de a partir da 5ª série e se distribuem pelos três
profissionais especializados, aptos a um criterioso turnos, freqüentando cinco turmas no turno
processo de avaliação, a fim de serem fornecidas matutino, uma no vespertino e oito no notur-
as condições de adaptação e de aprendizagem. no. Por ocasião da constituição da amostra, ha-
A grande diversidade existente entre sujei- via um único deficiente auditivo matriculado
tos portadores de deficiência auditiva não per- no turno vespertino, daí terem sido seleciona-
mite determinar uma única proposta educacio- dos estudantes dos turnos matutino e noturno.

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Coleta de dados na perspectiva de projeção desta problemática


A fim de viabilizar a coleta de dados de para outras realidades.
acordo com a legislação vigente, foi elaborado o As respostas colhidas a alunos ouvintes
termo de consentimento a ser assinado pela normais demonstram como eles encaram a pre-
Direção da Escola, assim como o termo de au- sença de alunos com deficiência auditiva em sua
torização a ser firmado pelos professores, classe e revelam uma certa heterogeneidade de
objetivando a gravação, em fita cassete, das en- posicionamento entre os alunos dos turnos ma-
trevistas. Para o registro dos dados, foram utili- tutino (FIGURA 1) e noturno (FIGURA 2).
zados os seguintes instrumentos: questionário- Os alunos que consideram positiva a pre-
formulário destinado aos alunos deficientes au- sença de colegas com deficiência auditiva
ditivos; questionário-formulário destinado aos totalizam 51,3% no turno matutino e 30,18%
alunos ouvintes normais e roteiro da entrevista no turno noturno, percentuais que indicam uma
a ser realizada com os professores. busca de interação dos ouvintes interessados em
estabelecer uma relação de comunicação com os
deficientes auditivos, independentemente da
linguagem utilizada. O aprendizado da Língua
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Brasileira de Sinais (LIBRAS) declarado pelos
ouvintes é um estímulo significativo nessa inter-
Relações sociais do deficiente auditivo relação. Os alunos que encaram com normali-
na escola regular dade essa presença (30,76% no turno da ma-
A integração do aluno deficiente auditivo nhã e 30,18% no turno da noite) reconhecem e
numa classe regular tem como finalidade pro- enfatizam os direitos humanos dos portadores
mover sua participação num contexto social mais de deficiência auditiva. A integração do defi-
amplo, constituído de indivíduos ouvintes, ga- ciente auditivo é benéfica não só para ele, pois
rantindo-lhe, dessa forma, os direitos de igual- os outros alunos são incentivados a desenvolver
dade social e permitindo-lhe maior contato com uma atitude despojada de preconceitos, uma vez
a língua oral, tendo em vista que a aprendiza- que vivenciam as “diferenças”.
gem de uma língua só se efetiva quando se tem Por outro lado, os percentuais de 15,38%
contato direto com os falantes desta língua (turno matutino) e de 18,8% (turno noturno)
(RINALDI, 1998). Para que a integração seja expressam um certo grau de rejeição aos colegas
efetiva, é preciso que o deficiente auditivo sin- deficientes auditivos, devido, muito provavel-
ta-se parte do grupo, o que tem sido facilitado, mente, à dificuldade na comunicação entre ou-
segundo Balieiro (1989), pela tendência atual, vintes e deficientes auditivos e/ou às dificulda-
por parte da sociedade, em respeitar e aceitar des de aprendizagem apresentadas pelos últi-
indivíduos portadores de deficiências. O esta- mos.
belecimento de relações interpessoais entre o Em virtude da falta de coerência entre as
deficiente auditivo e o ouvinte normal depende respostas obtidas e o que foi perguntado, des-
da motivação de ambas as partes em contornar prezaram-se alguns dados. O percentual de
os obstáculos comunicativos, da aceitação, por 20,7% referente aos alunos do turno noturno
parte dos alunos ouvintes, da diferença do ou- se deveu, provavelmente, ao desinteresse mani-
tro, bem como do posicionamento equilibrado, festado ao responder a questão formulada.
no que se refere à auto-estima, por parte do de-
Uma vez que o bom relacionamento entre
ficiente auditivo.
indivíduos é produto da interação comunicati-
Para o presente trabalho, foram reunidos va, e tendo em vista os reais obstáculos na rela-
dados significativos que expressam a inter-rela- ção ouvinte normal/deficiente auditivo, os alu-
ção deficientes auditivos/ouvintes normais no nos ouvintes foram também questionados quanto
contexto da realidade em que estão inseridos, à existência de deficientes auditivos no seu gru-

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Figura 3 - Relacionamento do deficiente auditivo


com os seus colegas
Figura 1 - Opinião dos ouvintes normais sobre a
presença de colegas com deficiência
auditiva (turno matutino) maioria das vezes, não é próxima. Na medida
em que esses deficientes procuram achegar-se às
pessoas com as mesmas características, estaria
implícita a sua busca da identidade. Acrescen-
tem-se a isso os depoimentos do corpo docente,
que definem a comunicação entre deficiente
auditivo e ouvinte como restrita e revelam que
os deficientes auditivos se comunicam mais en-
tre si, o que se deve, em última análise, às bar-
reiras lingüísticas que dificultam uma melhor
intercomunicação.
O princípio da inclusão prevê a integração
do deficiente auditivo com os que ouvem nor-
Figura 2 - Opinião dos ouvintes normais sobre a malmente, dando-lhes a oportunidade “de en-
presença de colegas com deficiência frentar o desafio de participar da sociedade ou-
auditiva (turno noturno) vinte” e “estabelecer relações que não são neces-
sariamente mediadas pela surdez” (BALIEIRO,
1989, p.203). Isto exige um esforço adaptativo
po de amigos da escola. De uma parcela signifi- do deficiente para utilizar a audição residual, se
cativa (88%) obteve-se resposta positiva. existente, e desenvolver a capacidade de leitura
Quanto aos deficientes auditivos, ao serem labial e a expressão oral. Para o desenvolvimento
inquiridos sobre a existência de comunicação dessas habilidades comunicativas é imprescin-
com todos os seus colegas, 91% deles deram dível um acompanhamento terapêutico
uma resposta afirmativa. Pormenorizando, po- fonoaudiológico (HARRISON; LODI;
rém, o seu relacionamento com os colegas, MOURA, 1997), o que não ocorre com os defi-
60,9% indicaram que tinham maior contato cientes auditivos que fizeram parte do presente
com os próprios colegas deficientes auditivos; estudo e, certamente, com a maioria dos porta-
30,4% mencionaram nomes tanto de alunos dores de deficiência auditiva no Brasil.
deficientes auditivos quanto de ouvintes nor- O índice de dificuldade na comunicação
mais; os 8,7% restantes citaram apenas nomes com os ouvintes normais declarado pelos defi-
dos alunos que ouvem normalmente (FIGURA cientes auditivos pesquisados foi substancial
3). (61%). A divergência dos símbolos lingüísticos
Estes dados confirmam que o tipo de ami- utilizados na comunicação explicaria essas limi-
zade entre deficiente auditivo e ouvinte, na tações comunicativas. Por outro lado, 22% de-

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clararam também alguma dificuldade na Tabela 1- Formas utilizadas pelos ouvintes normais na
intercomunicação com outros deficientes audi- comunicação com os deficientes auditivos
tivos.
A comunicação entre deficiente auditivo e Turno Turno
ouvinte normal exige adaptações de ambas as Forma utilizada matutino noturno
partes. No que se refere à recepção da mensa- No % No %
gem, o deficiente auditivo se esforça em apri- Gestos 18 46,2 14 26,42
morar a leitura labial e/ou utilizar sua audição Escrita 2 5,2 11 20,75
residual, enquanto o ouvinte normal busca com- Fala 6 15,4 10 18,87
preender a LIBRAS. Quanto à emissão, o defi- Outros 1 2,5 1 1,88
ciente auditivo tenta fazer-se compreender por Mais de uma resposta 11 28,25 12 22,65
gestos e/ou por alguma linguagem oral que te- Não se comunica 1 2,5 4 7,55
nha desenvolvido, enquanto o ouvinte normal Sem resposta 0 0 1 1,88
lança mão de gestos, da LIBRAS e da fala, pau- Total 39 100 53 100
sada ou em volume alto. A escrita pode ser con-
Fonte: Pesquisa de campo / 2000
siderada a linguagem comum entre eles, embo-
ra não seja a forma mais prática de comunicação
por demandar tempo.
A Tabela 1 demonstra as formas de comu- vimento da língua oral, na medida do possível,
nicação declaradas pelos ouvintes normais para a partir da convivência num meio em que esta
se comunicar com o deficiente auditivo. Os ges- seja majoritária —, provavelmente pela falta de
tos são a forma mais utilizada pelos alunos do acesso desses deficientes a profissionais especifi-
turno matutino que ouvem normalmente para camente qualificados para fornecer subsídios ao
se comunicar com seus colegas portadores de desenvolvimento da linguagem verbal.
deficiência auditiva (46,2%). Uma parcela sig- A opinião dos alunos ouvintes quanto à
nificativa declarou empregar diversos meios con- forma de tratamento que dispensam aos colegas
juntamente (28,25%). Entre os alunos do tur- portadores de deficiência auditiva está expressa
no noturno, não houve destaque para o uso de na Tabela 2.
uma modalidade específica de comunicação. Os
gestos foram o meio mais apontado (26,42%), Muito embora os alunos ouvintes tenham
seguido de perto por diferentes formas de co- respondido majoritariamente que dispensam um
municação (22,65%). tratamento normal aos colegas deficientes
(74,3% no turno diurno e 54,8% no noturno),
No turno noturno, em que há em média existe, segundo informações dos professores, al-
1,8 deficientes auditivos por sala, os alunos ou- guma resistência em aceitar a participação de
vintes que utilizam gestos procuram criá-los, colegas deficientes auditivos em seu grupo de
visto que não dominam a LIBRAS. Os do turno trabalho em classe, devido às limitações comu-
matutino, mais expostos à linguagem de sinais, nicativas e de aprendizagem. Em contrapartida,
pois há, em média, 3,6 deficientes auditivos por os deficientes auditivos procuram formar gru-
turma, lançam mão dessa linguagem. O conta- pos de trabalho entre si.
to maior com alunos portadores de deficiência
auditiva provocou uma adaptação por parte dos Procurou-se também apurar o tratamento
alunos que ouvem normalmente, o que demons- dispensado pelos professores aos seus alunos
tra um ponto positivo: o grau de receptividade portadores de deficiência auditiva. No julgamen-
desses alunos aos indivíduos portadores de defi- to dos alunos ouvintes (TABELA 3), os profes-
ciência. Mas, por outro lado, sugere que um sores do turno matutino demonstram tratar os
dos objetivos do processo de inclusão não está deficientes auditivos com mais atenção (56,4%),
sendo concretizado — o de induzir o desenvol- procurando atender às suas demandas indivi-

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Tabela 2 - Forma de tratamento dispensada pelos Tabela 3 - Opinião dos alunos ouvintes quanto à forma
colegas ouvintes aos deficientes auditivos de tratamento dispensada aos deficientes
auditivos pelos professores
Turno Turno
Forma utilizada matutino noturno Turno Turno
No % No % Forma utilizada matutino noturno
No % No %
Igual aos demais alunos 29 74,3 29 54,8
Com mais atenção 8 20,5 13 24,55 Igual aos demais alunos 13 33,3 27 50,9
São discriminados 0 0 8 15,0 Com mais atenção 22 56,4 24 45,3
Outros 0 0 0 0 São discriminados 0 0 0 0
Sem resposta 2 5,2 3 5,7 Outros 3 7,7 0 0
Total 39 100 53 100 Sem resposta 1 2,6 2 2,5
Total 39 100 53 100
Fonte: Pesquisa de campo / 2000
Fonte: Pesquisa de campo / 2000

dualmente. No turno noturno, esboçou-se uma ciência presente em metodologias pedagógicas


tendência de tratá-los tal como os demais alu- preconceituosas e segmentadoras.
nos (50,9%), provavelmente por serem menos
numerosos por turma, muito embora, paralela-
Dificuldades de aprendizagem do deficiente
mente, o significativo percentual de 45,3% deixe
auditivo em uma escola regular
perceber, segundo os alunos ouvintes, um tra-
tamento mais atencioso dispensado aos defi- Os resultados do presente estudo colocam
cientes auditivos. em evidência os reais objetivos inerentes à pro-
posta de inserção do deficiente auditivo na es-
Esses dados se contrapõem aos colhidos no cola regular. As informações obtidas demons-
depoimento da maioria dos professores. Eles afir- tram as limitações enfrentadas por ele, limita-
mam tratar os alunos portadores de deficiência ções que provavelmente poderiam ser superadas
auditiva da mesma maneira que os alunos ou- ao se considerar o processo de inclusão como
vintes, muito embora reconheçam um maior humanizador, capaz de inserir o deficiente au-
cuidado em certificar-se se os deficientes estão ditivo e suas diferenças em um contexto mais
tendo aproveitamento. Na realidade, ao procu- socializante. Todavia, incluir pressupõe, tam-
rar atender às necessidades específicas dos defi- bém, construir o processo de aprendizagem do
cientes auditivos, os professores, de certa forma, deficiente.
são interpretados como se lhes dispensassem
As estatísticas demonstram a significativa
uma maior atenção. Tentar suprir as necessida-
quantidade de alunos deficientes auditivos que
des específicas dos deficientes auditivos não sig-
apresentam problemas de aprendizagem. Todos
nifica necessariamente tratá-los com mais aten-
os deficientes auditivos abordados para o pre-
ção. Aliás, na prática, essas necessidades não são
sente trabalho atribuíram ao déficit auditivo suas
supridas, conforme se verá adiante.
limitações na aprendizagem; 96% deles decla-
A partir dos dados colhidos, é correto afir- raram não acompanhar bem as aulas e 74% não
mar-se que há uma tendência de os alunos ou- assimilar o conteúdo veiculado. As dificuldades
vintes considerarem importante a inclusão do elencadas — consenso em quase toda amostra
deficiente auditivo. Para que essa inclusão se de deficientes auditivos — foram: não-entendi-
concretize na íntegra, mediante uma concepção mento do que o professor fala; não-entendimen-
humanizadora vislumbrada por todos, é impe- to, pelo professor, do que eles falam; desconhe-
rioso pôr-se em prática uma política de cimento da LIBRAS pelo professor; necessidade
conscientização que supere o conceito de defi- de qualificação do docente; ausência de mate-

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rial didático adequado às suas necessidades; di- mações tanto de forma oral como escrita e na
ficuldade em prestar atenção; inibição para ti- apreensão de idéias abstratas ou conceituais.
rar dúvidas.
Deparando-se com barreiras no input do
Esses mesmos pontos foram destacados processo de comunicação, a criança portadora
pelos professores, tendo sido ressaltado que, em do distúrbio da audição tende a comprometer
razão da assimetria na comunicação entre eles e sua comunicação verbal e, conseqüentemente,
os alunos deficientes auditivos, existe grande sua articulação, voz e fluência. Considera-se uma
dificuldade na transmissão de conteúdos, prin- possível ameaça à aprendizagem normal até
cipalmente no que tange à definição de concei- mesmo uma perda auditiva baixa (15dB). Por
tos, como, por exemplo, na área de Matemáti- conseguinte, com a importância da comunica-
ca, os de “radiciação” e “denominador”, e no es- ção para tantos aspectos da aprendizagem, não
clarecimento do significado de certas palavras é surpreendente que crianças com distúrbio de
desconhecidas. audição e, condicionalmente, de linguagem se
encontrem sob risco de fracasso acadêmico. A
Em função disso, deve-se salientar que um
Public Law 94-142 — The Education for All
déficit auditivo tende a comprometer a integri-
Handicapped Children Act —, aprovada pelo
dade das informações sensoriais supridas basi-
Congresso dos Estados Unidos em 1975, defi-
camente pela linguagem auditivo-oral, o prin-
ne o distúrbio de aprendizagem como “um dis-
cipal modo de comunicação humana. Essa con-
túrbio em um ou mais dos processos psicológi-
dição orgânica somada às condições acústicas da
cos básicos envolvidos na compreensão ou no
sala de aula, à ausência de adaptações eficazes
uso da linguagem, falada ou escrita, que pode
no método pedagógico e à falta de acompanha-
manifestar-se numa capacidade imperfeita de
mento terapêutico na habilitação do uso do re-
escutar, pensar, falar, ler, escrever, soletrar, ou
síduo auditivo fazem com que o deficiente au-
efetuar cálculos matemáticos” (BOONE;
ditivo tenha dificuldade em acompanhar as au-
PLANTE, 1994, p.116).
las, o que pode gerar falta de motivação.
A audição é um canal de extrema impor-
Através das entrevistas, os professores in-
tância para estabelecer o desenvolvimento
formaram que, para contornar essas dificulda-
cognitivo do indivíduo, ao assimilar experiên-
des, o aluno deficiente auditivo geralmente es-
cias que, posteriormente, serão adaptadas. Para
clarece suas dúvidas com o colega ouvinte ao
obter-se um bom desenvolvimento cognitivo e
lado ou com colegas também deficientes audi-
lingüístico, devem ser preservados mecanismos
tivos, não tendo o hábito de esclarecê-las com o
perceptivos simples e especiais, já que influen-
professor. Grande parte dos professores procura
ciam na construção da aprendizagem.
amenizar esses agravantes falando em frente ao
deficiente auditivo, para facilitar a leitura la- Procurando delinear o perfil do aluno de-
bial, e/ou utilizando sempre o quadro-de-giz ficiente auditivo quanto ao seu rendimento es-
para expor o conteúdo das aulas. colar, o presente trabalho remonta à discussão
sobre o potencial cognitivo do indivíduo, mes-
A dificuldade de assimilar o conteúdo tem
mo quando submetido a um déficit em suas
como causa principal a dificuldade em acompa-
habilidades auditivas.
nhar as aulas. Acrescenta-se a isso o fato de o
deficiente auditivo apresentar pobreza de voca- Em sua auto-avaliação, os alunos deficien-
bulário, cuja apreensão e expansão se dá princi- tes consideraram ótimo (34,79%) ou bom
palmente através do contato com a língua oral, (47,82%) o seu rendimento escolar; apenas
resultando em prejuízos na obtenção de infor- 13,04% apontaram um grau de aprendizagem
regular (FIGURA 4).

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ou pré-requisitos lingüísticos que determinem


o desenvolvimento das estruturas mentais da
criança. Para Deese (1976), “o emprego da lin-
guagem na comunicação certamente ajuda a
criança tanto a adquirir conhecimento como a
aprender a ter outras perspectivas em relação ao
seu próprio pensamento”; todavia “a linguagem
pode fazer de nós pessoas informadas e comu-
nicativas, mas não nos pode fazer seres
pensantes”.
Convém analisar-se o todo para se deter-
Figura 4 - Auto-avaliação dos alunos com deficiência minar a origem das dificuldades. O foco não
auditiva quanto ao seu aproveitamento deve centrar-se apenas no deficiente auditivo,
escolar mas na efetividade dos estímulos educacionais
que lhe são fornecidos, buscando-se flagrar as
Quanto ao seu aproveitamento em maté- inúmeras falhas existentes no processo de inclu-
rias específicas (FIGURA 5), os deficientes ana- são, que, desde sua denominação, já se manifes-
lisados apontaram maiores dificuldades em ma- ta de forma incoerente. Na verdade, a intenção
térias que demandam capacidade de percepção não deveria ser a de incluir o aluno deficiente
de idéias abstratas e amplo vocabulário da lín- auditivo, mas a de integrá-lo a um contexto ca-
gua portuguesa, embora uma parcela enfrente paz de suprir da melhor forma as limitações que
dificuldades em todas as matérias. Matemática lhe são inerentes.
e Desenho/Educação Artística foram matérias Cumpre ressaltar que a existência de esco-
consideradas mais fáceis, por trabalhar, respec- las especiais para deficientes auditivos não
tivamente, com operações concretas e descompromete as instituições de ensino regu-
criatividade. lar do seu papel educador, tendo em vista a res-
No processo de aprendizagem, estabelece- ponsabilidade social destas últimas para com
se uma nova relação entre o potencial lingüístico qualquer indivíduo que busque seus serviços
e o auditivo. Pode-se observar que a linguagem pedagógicos. A escola regular deve se tornar ca-
e a comunicação desempenham papel impor- paz de disponibilizar os recursos adequados ao
tante em alguns aspectos do desenvolvimento atendimento das necessidades acadêmicas dos
cognitivo. De acordo com os estudos de Piaget, deficientes auditivos, facilitando o seu convívio
não se pode afirmar que haja causas lingüísticas nos diversos ambientes.

30,00%

25,00%
Matemática
20,00% Português
História
15,00% Geografia
Ciências
10,00% Desenho/edc. Artística
Inglês
5,00% Todas

0,00%
Dificuldades Facilidade

Figura 5- Auto-avaliação dos alunos com deficiência


auditiva quanto ao seu aproveitamento em
matérias específicas

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A hierarquia de responsabilidades não sur- metria lingüística entre ele e os alunos ouvin-
ge diretamente da instituição escolar, mas com- tes, fazendo com que busque a companhia de
promete os escalões mais altos do Estado. Uma seus semelhantes;
vez viabilizado o projeto de inclusão, cabe ao
c) as dificuldades em acompanhar as aulas
Estado torná-lo possível e funcional. Criar con-
e assimilar os conteúdos decorrem das próprias
dições estruturais para o processo de integração
limitações da deficiência auditiva, assim como
do aluno é um dever do Estado. Fazer com que
da adaptação pedagógica ineficiente;
a estrutura funcione é um dever da escola. Para
tanto, faz-se necessário não só o apoio pedagó- d) na escolha da alternativa educacional
gico profissionalizado e capacitado para lidar para o deficiente auditivo, devem-se levar em
com as diferenças do deficiente auditivo, como consideração as características e as necessidades
também o respaldo técnico de profissionais individuais, ao invés de se valorizar um único
especializados que busquem suprir as carências método.
psicológicas e fisiológicas do aluno deficiente Tais conclusões permaneceriam vazias se
auditivo. De forma mais clara: é de extrema não conduzissem a recomendações para que bons
importância a presença do fonoaudiólogo, do resultados sejam alcançados. Entre elas é possí-
psicólogo e do psicopedagogo auxiliando o pro- vel apontar:
cesso de aprendizagem do indivíduo deficiente,
para que a política de inclusão se manifeste de a) a construção, por parte do Governo, na
forma a mais efetiva e funcional. qualidade de provedor da educação para todos
os cidadãos, de uma estrutura capaz de atender
às necessidades educacionais inerentes ao defi-
CONCLUSÕES ciente auditivo, estabelecidas e assumidas clara-
mente as responsabilidades em todos os níveis;
Face a essas constatações pode-se concluir
que: b) a eliminação, por parte da escola, de
qualquer forma de discriminação (positiva ou
a) o estabelecimento de relações inter-pes-
negativa) às limitações dos alunos que necessi-
soais com indivíduos não portadores de defici-
tam de seus serviços pedagógicos;
ência auditiva é um ponto positivo, talvez o
maior, na inclusão do deficiente auditivo em uma c) a criação, nas escolas, de uma estrutura
classe regular; de apoio profissional específico, constituída por
pedagogos, psicopedagogos, psicólogos e fono-
b) as dificuldades de inter-relação encon-
audiólogos, que auxiliem o deficiente auditivo
tradas pelo deficiente auditivo devem-se à assi-
no processo de integração no contexto escolar.

The difficulties found in the learning process and in the interpersonal relationship
of people with hearing deficiency in a classroom of a regular school
Abstract
The present study is about individual’s integration in a regular school, using the public school called
Manoel Vitorino as a local reference, where is registered a great number of students with hearing deficiency.
It is a real fact, even so a new one, the inclusion of hearing deficient in a common school, implying in
important questions related to the way through which such inclusions occur. Facing these verifications, this
study aimed to identify the problems found in the interpersonal relationships among people with hearing
deficiency and among them and the students who have normal hearing, as well as determining the learning
difficulties found by those individuals, using the classroom as a specific social context. The methodology

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consisted of questionnaire-form applied to the students and interview used with the teachers of the school.
The collected data points that the use of interpersonal relationships among hearing deficient and normal
individuals as a positive aspect of the inclusion process, although as far as the learning process is concerned,
there be a damage due to inefficiency of the applied didactics, because there is not any form of specific and
wide plan that qualifies teachers and employees of the institution to assist the needs of the hearing deficient.
It is added the lack of professional accompaniment outside the classroom which is indispensable in this case.

Keywords: Hearing deficient. Regular school. Inclusion. Learning.

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