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LICENCIATURA EM HISTÓRIA
DISCIPLINA DE HISTÓRIA MODERNA
PRIMEIRA ATIVIDADE AVALIATIVA
PERÍODO: 2022.1
Digo, pois, que as armas com as quais um príncipe defende seu Estado ou
são próprias, ou são armas mercenárias e auxiliares, ou uma mistura de
ambas. As mercenárias e auxiliares são inúteis e perigosas; e, se alguém
basear seu Estado em armas mercenárias, nunca estará seguro nem terá
estabilidade. porque tais tropas são desunidas, ambiciosas, sem disciplina,
infiéis, valentes entre os amigos e vis diante dos inimigos, sem temor a Deus
nem fé nos homens; e com elas, quanto mais se adia o combate, mais se
adia a derrota; na paz se é espoliado por elas, na guerra, pelos inimigos
(MAQUIAVEL, p. 62, 2010)
Essa predileção pelas tropas populares tem base na análise de Maquiavel acerca da
invasão da Itália, pelo Rei Carlos VIII da França e na sua experiência enquanto
chanceler, acompanhando de perto as campanhas e vitórias de César Borgia
(BIGNOTTO, 2003). Pois foi a partir que ficou claro para ele a impossibilidade de se
resistir a invasão de um exército verdadeiramente desejoso pela vitória com tropas
mercenária:
Daí que, restando a Itália praticamente nas mãos da Igreja e de uma poucas
repúblicas, e não estando os padres e os cidadãos habituados ao uso das
armas, todos começaram a contratar forasteiros…e o resultado de tanta
virtude é que a Itália foi varrida por Carlos, depredada por Luís, forçada por
Fernando e vituperada pelos suíços (MAQUIAVEL, pg. 64, 2010).
Por outro lado, César Bórgia, mais conhecido como o duque Valentino,
conquistou o poder graças à fortuna do pai e com ela mesma o perdeu,
conquanto tenha agido e feito tudo aquilo que um homem prudente e virtuoso
deveria ter empreendido a fim de lançar as raízes nos territórios que as
armas e a fortuna alheias lhe haviam concedido (MAQUIAVEL, pg.47, 2010)
Por fim, Maquiavel apresenta uma visão pouco tradicional acerca da política e
de qual deveria ser a conduta dos príncipes. Pois, apesar de enxergar como
importante a s virtudes cristãs, para Maquiavel, o que definirá a qualidade de um
príncipe não serão essas virtudes tradicionais, mas sim, a sua capacidade de se
manter no poder e manter paz em seu principado: