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Glória Alexandre Cumbane

Relatório Final de Estagio em Supervisão e Inspecção Pedagógica da Escola Básica

Licenciatura em Ensino Básico

4° Ano

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2022
Glória Alexandre Cumbane

Relatório Final de Estagio em Supervisão e Inspecção Pedagógica da Escola Básica

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2022
Índice
Lista de abreviaturas.......................................................................................................................iv

Índice de tabelas e gráficos..............................................................................................................v

Declaração de honra.......................................................................................................................vi

Dedicatória....................................................................................................................................vii

Agradecimento.............................................................................................................................viii

Resumo...........................................................................................................................................ix

CAPÍTULO I: Introdução..............................................................................................................10

1.1. Objectivos...........................................................................................................................10

1.1.1. Gerais..............................................................................................................................10

1.1.2. Específicos......................................................................................................................10

1.2. Fases do estágio pedagógico...............................................................................................11

CAPÍTULO II: Revisão da literatura.............................................................................................13

2.1. Conceito de Supervisão pedagógica.......................................................................................13

2.2. Conceito de Inspecção pedagógica.........................................................................................14

2.3. Conceito de Escola.................................................................................................................14

2.4. Necessidade da supervisão escolar.........................................................................................14

CAPÍTULO III: Trabalho no campo.............................................................................................16

3.1. Localização geográfica da escola...........................................................................................16

3.1.1. Visão e missão da escola.....................................................................................................17

3.2. Organização e Funcionamento...............................................................................................18

3.2.1. Efectivo de Alunos e professores........................................................................................19

CAPÍTULO IV: Desenvolvimento do Estágio..............................................................................21

4.1. Observação da estrutura e funcionamento da escola..........................................................21


4.2. Actividades desenvolvidas pelo estagiário.........................................................................24

4.3. Projecto de Intervenção Pedagógico na Escola..................................................................25

CAPÍTULO V: Conclusão e recomendações................................................................................27

Recomendações.............................................................................................................................27

Referencias Bibliográficas.............................................................................................................28

Anexos...........................................................................................................................................29
iv

Lista de abreviaturas

REGEB - Regulamento Geral do Ensino Básico

UPM - Universidade Pedagógica de Maputo

EPCT - Escola Primária Completa de Trevo

DAP- Direcção de Apoio Pedagógico

PEA - Processo de Ensino e Aprendizagem

FD- Função didáctica

PDA- Plano de Desenvolvimento Anual

PCEB - Plano Curricular do Ensino Básico

FEP - Faculdade de Educação e Psicologia

EB - Ensino Básico
v

Índice de tabelas e gráficos

Tabela 1: Quadro descritivo do regime de funcionamento da escola

Tabela 2: Quadro descritivo da distribuição dos alunos por turma e classe

Tabela 3: Quadro descritivo dos Docentes por categoria

Tabela 4: Quadro descritivo dos Funcionários não Docente

Tabela 5: Quadro descritivo do horário da turma


vi

Declaração de honra

Declaro que este relatório é fruto das investigações e das orientações do meu supervisor, e o seu
conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão mencionadas no texto, nas notas e na
bibliografia final.

Declaro ainda que este relatório não foi apresentado em nenhuma outra instituição para a
obtenção de qualquer grau académico.

Maputo, 19 de Novembro de 2022

_____________________________________

(Glória Alexandre Cumbane)


vii

Dedicatória

Dedico o presente relatório às minhas filhas (Antonieta Jace e Otília), a todos colegas que
fizeram parte desta trajectória estudantil e os que directa ou indirectamente tem contribuído para
o meu sucesso estudantil.
viii

Agradecimento

Agradeço a minha tutora a Professora Ivett Duarte D. Sales, da Turma onde estagiei, pelo apoio e
compreensão durante o período de estágio.

Agradeço os meus colegas da turma do 4° ano de Licenciatura Em Ensino Básico que


colaboraram com as pesquisas efectuadas que juntos superamos as dificuldades encontradas.

O especial agradecimento vai para o professor da cadeira de Estágio em Supervisão e Inspecção


Pedagógica da Escola Básica, o Dr. Chadreque Guambe.

Os agradecimentos são extensivos a todos os colegas da faculdade e do Serviço que juntos


compartilham todos os momentos da longa caminhada académica assim como laboral.
ix

Resumo

Este relatório que ora se apresenta, trata-se de um documento no qual se relata, formalmente, as
informações e os resultados obtidos com a investigação científica planificada e executada em cada uma
das três etapas. Prestando informações sobre o local onde foi efectivado o estágio em supervisão e
inspecção pedagógica da escola básica, as actividades desenvolvidas, seus resultados e conclusões
pessoais. Descrevendo, portanto o delineamento de acções expressas no projecto de estágio da cadeira de
Estágio em Supervisão e Inspecção Pedagógica da Escola Básica e cumpridas na Escola Primária
Completa de Trevo, onde foram vivenciados os aspectos indispensáveis a construção da nossa identidade
profissional, dos saberes e das posturas específicas ao supervisor educacional, sendo que cada uma das
fases do estágio nos oportunizou diferentes vivencias e experiencias, numa constante busca do aprender e
do fazer como futuros professores, numa rica exploração deste componente curricular.

Palavras-chave: Estágio; Assistência; Supervisão; Inspecção.


10

CAPÍTULO I: Introdução

O conceito de supervisão, depois de assumir um carácter de fiscalização e inspecção, evoluiu


para uma perspectiva de acompanhamento, orientação e ajuda e alargou o seu âmbito de uma
dimensão didáctica para uma dimensão institucional educativa.

Ligada durante muito tempo à formação inicial de professores e educadores, a supervisão tem
vindo a evidenciar-se na formação contínua situada, reflectida e cooperada e advoga-se agora a
sua inserção organizacional, visando-se “o desenvolvimento qualitativo da organização escola e
dos que nela realizam o seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa, através de
aprendizagens individuais e colectivas, incluindo a formação de novos agentes” (ALARCÃO,
2000, p. 7).

O presente relatório versa sobre as actividades desenvolvidas no 2º semestre, desde a fase de pré
– observação na UP até a fase de observação decorrida na Escola Primária Completa de Trevo,
que corresponde a preparação e o encorajamento bem como a implementação da supervisão e
inspecção da escola básica concretamente, culminando com a fase de pós – observação que
corresponde a momento da elaboração do mesmo.

Busca-se neste relatório de estágio perceber quem, quando, como e o que se aprende no quadro
de um processo de supervisão da prática pedagógica numa escola do ensino básico.

1.1. Objectivos

1.1.1. Gerais

 Analisar o funcionamento da Escola Primária Completa de Trevo no quadro de um


processo de supervisão da prática pedagógica.

1.1.2. Específicos

 Descrever a estrutura e funcionamento da Escola Primária Completa de Trevo;

 Observar aulas da 5ª Classe nas disciplinas curriculares do ensino básico;

 Caracterizar o local do estágio;


11

 Descrever as actividades realizadas durante o estágio;

 Indicar as limitações e sugestões para o PEA.

1.2. Fases do estágio pedagógico

Pré-observação (decorreu na Delegação da UP – Sede e através das aulas ministradas em regime


presencial, através dos seminários, apresentações, debates e toda e qualquer forma de contacto
tido com os docentes da cadeira)

Esta foi caracterizada pela distribuição dos estudantes em grupos e indicação das escolas
integradas.

Observação (Decorreu em toda a estrutura organizacional da escola, e na turma “D” da 5ᵃ


Classe, da Escola Primaria Completa de Trevo)

Pós-Observação (compilação dos dados e produção do relatório final)

1.3. Metodologia de Trabalho

Para a elaboração deste relatório, privilegiar-se-á leitura da Guia de Disciplina, consulta


bibliográfica através da recolha e análise de dados e observação directa das aulas e das
características físicas da escola.

I. Leitura da Guia de Disciplina: constitui a integração das regras de procedimentos


da cadeira.

II. Consulta Bibliográfica: consistiu na recolha e análise de material bibliográfico,


relacionada com os aspectos tratados no estágio.

III. Observação directa: que consistiu na assistência directa das aulas.

IV. Entrevista: que consistiu numa conversa com o professor da turma com objectivo de
obter informação sobre os dados da turma e dele mesmo, os quais constam na
caracterização.
12

I. Análise dos dados: consistiu na discussão de dados obtidos, tanto na assistência como na
leccionação de aulas, para a elaboração deste relatório.
13

CAPÍTULO II: Revisão da literatura

Nesta parte do relatório apresentamos a discussão de conceitos que consubstanciam o enfoque


teórico das abordagens desenvolvidas durante as leituras feitas, bem como as consultadas
atinentes ao aprofundamento de algumas teorias em supervisão e inspecção pedagógica da escola
básica.

2.1. Conceito de Supervisão pedagógica

Na educação, o conceito de supervisão escolar é mais complexo, muito mais pela mudança de
exercícios na função do supervisor pois, antigamente a supervisão escolar destinava-se à
fiscalização das actividades docentes e posteriores punições no caso de existência de anomalias
nas actividades do professor supervisionado. Actualmente, a supervisão escolar destina-se ao
controlo, acompanhamento e aconselhamento do supervisionado para melhor exercer a suas
actividades e melhorar a qualidade de ensino.

Segundo MINED (2013), a supervisão pode ser entendida como uma actividade sistémica dos
Técnicos Pedagógicos de todas as Unidades Orgânicas do Ministério da Educação, com vista a
dar assistência e apoio aos professores, através de planificação, acompanhamento, coordenação,
controlo, avaliação e desenvolvimento do PEA na escola.

Parafraseando Nérici, (1987, p. 26) etimologicamente, a supervisão significa super – sobre e


visão – visão ou visão sobre. No entanto, supervisão escolar significa visão sobre todo o
processo educativo, para que a escola possa alcançar os objectivos da educação e os objectivos
específicos da própria escola.

De acordo com Nérici, (1987, p. 28) a supervisão escolar é o serviço de assessoria de todas as
actividades que tenham influências no processo ensino/aprendizagem, visando ao seu
planeamento, coordenação e execução para que mais eficientemente sejam atendidas as
necessidades e aspirações do educando e da comunidade, bem como mais plenamente sejam
efectivados os objectivos gerais da educação e os objectivos específicos da escola.
14

Assim, supervisão escolar é um processo educativo que visa à assistência de todas actividades
desenvolvidas na escola, com objectivo de apoiar o professor no seu trabalho docente e na busca
de melhores estratégias para o aperfeiçoamento da qualidade de ensino.

2.2. Conceito de Inspecção pedagógica

A inspecção é uma prática educativa que se reveste de forte cunho político e acentuado carácter
pedagógico. Nesta óptica, De Abreu (2011) avança que cabe à inspecção vigiar e controlar, bem
como, avaliar, orientar, corrigir, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino.

2.3. Conceito de Escola

Escola é uma instituição social que tem o cargo de educar segundo os planos sistemáticos pré-
estabelecidos, onde o indivíduo nas suas diferentes idades, na sua formação são ministrados
diferentes conteúdos por pessoas experientes e com formação específica. (ALONSO, 1976).

Segundo Libâneo (1990) processo de ensino é o conjunto de actividades do professor e dos


alunos, visando alcançar determinados resultados tendo como ponto de partida o nível actual de
conhecimentos, de experiências e de desenvolvimento mental dos alunos.

2.4. Necessidade da supervisão escolar

Sendo uma actividade levada a cabo nas escolas, pelos profissionais mais experientes, é
necessário fazer a supervisão não apenas na sala de aula, mas num contexto mais abrangente da
escola, como sendo um lugar de aprendizagem e aquisição de experiência tanto para os alunos,
professores, auxiliares, direcção da escola e a própria escola como uma organização que
necessita de um acompanhamento quanto a elaboração dos planos e implementação das
actividades educativas.

De acordo com MINED (2013, p. 13) a supervisão escolar é necessária para:

 Avaliar o ambiente escola - esta avaliação implica o conhecimento da saúde escolar,


sobre como é que a escola contribui para manter a harmonia entre os professores, alunos,
direcção e a comunidade.
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 Avalia a PEA que promove habilidades para a vida - estas habilidades podem ser
desenvolvidas através da promoção dos saberes (ser, estar, fazer e viver em sociedade ou
comunidade);
 Incentivo aos programas de aconselhamento, apoio psicológicos e prevenção contra a
violência - estes programas podem contribuir na gestão de conflitos da escola e da
sociedade, de modo que os alunos e professores tomem consciência sobre a prevenção
dos conflitos e respeito as ideias do outro;
 Promoção da cultura e equilíbrio do género; e,
 Criação de programas de apoio às crianças desfavorecidas.
16

CAPÍTULO III: Trabalho no campo

Nesta parte do relatório de estágio em supervisão e inspecção da escola básica propomo-nos a


descrever as actividades realizadas no âmbito do mesmo estágio, enfocando aspectos atinentes a
localização geográfica da escola que acolheu o estágio, até a organização e funcionamento da
mesma.

3.1. Localização geográfica da escola

De acordo com fonte como o Director Adjunto da Escola, bem como do Plano de
Desenvolvimento da Escola, a Escola Primaria Completa de Trevo localiza-se no Bairro do
mesmo nome (Trevo), junto ao mercado do mesmo bairro cujo ponto de referência é a entrada do
Centro de Manutenção de TRAC.

A Escola Primária existe desde o período colonial, cuja origem foi pertença da Igreja
Presbiteriana da Machava (Missão Suíça), frequentada apenas pelos filhos dos crentes desta
congregação.

Após a independência nacional e nacionalização do ensino em 1976, esta escola passou a ser
pertença do Estado com a designação de “Escola Primária do Trevo”, a funcionar no terreno
daquela igreja.

Em 1984, a Escola Primária Completa do Trevo foi transferida do terreno da igreja para uma
zona junto ao Complexo José Moiane (ex. governador da província de Maputo). A sua
construção naquele local foi de madeira e zinco.

Em 1989, a escola foi transferida novamente para a zona onde se localiza actualmente, erguendo-
se edifício com material convencional. A sua inauguração foi no dia 18 de Junho de 1989,
ostentando 10 salas de aulas, 2 gabinetes, 2 arrumos e 4 casas de banhos, sendo 2 para alunos e 2
para os professores.

Para o Director Adjunto da Escola, falar da história da escola, é falar de um exemplo do


progresso da educação, fruto de muita luta assim como de um desempenho do governo no
sentido de dar a educação a todos os residentes do Bairro Trevo sem distinção, focalizando
sempre a inclusão.
17

Como forma de reduzir a falta de vaga dos alunos que transitavam da 5ª classe para 6ª classe, a
Direcção Distrital de Educação da Matola deliberou para que esta passasse a leccionar o EP2. É
neste contexto que em 2001 introduziu-se a 6ª classe e consequentemente a 7ª classe, passando
deste modo a designar-se “ Escola Primaria Completa do Trevo”.

De lá para cá a escola beneficiou - se de ampliação e reabilitação, destacando-se a construção de


9 salas de aulas em 2004 com a deliberação da igreja católica. Em 2011, com a intervenção do
Ministério de Educação construiu-se mais 10 salas de aulas. A partir de 2015, um grande
parceiro da escola (TRAC), graceiou-nos com a reabilitação da escola no seu todo, construiu e
apetrechou a casa de banho dos alunos dando uma nova visão a este estabelecimento de ensino

A escola debatia-se com a problemática da vedação escolar, porém, esforços foram envidados
para chegar-se a uma possível solução. A TRAC deu o seu apoio e conseguiu concluir a vedação
usando uma rede específica para efeito, faltando a substituição da vedação rede por uma vedação
com blocos. Este empreendimento ajuda sobre maneira no processo de ensino e aprendizagem e
protege a escola da vandalização de suas infra-estruturas.

A partir do ano 2017, a Escola Primária Completa do Trevo, recebeu turmas da Escola
Secundária da Machava, este acto, permitiu aos alunos que concluíssem a sétima classe
permanecessem aqui na Escola, frequentando a oitava e nona classes.

No presente ano lectivo 2022 sob gestão da Directora Helena Roque a escola, conta 6084 alunos
de 1ª a 7ª classes, subdivididos em dois níveis de ensino:EP1 3175 alunos e EP2 1909 alunos no
curso diurno e com um curso nocturno que tem um efectivo de 157 dos quais 41 são do AEA e
116 do EP2. Estes alunos são assistidos por 80 professores e 9 funcionários não docentes.

Estão em funcionamento, vinte e nove salas de aulas, duas casas de banho para professores, duas
casas de banho para alunos, água canalizada e conservada em dois tanques suspensos, energia
eléctrica e a escola funciona em regime de quatro turnos.

3.1.1. Visão e missão da escola

É sempre expectável compreender que, a mudança de atitudes é primordial para educação,


instrução e formação do Homem do amanhã e quiçá do futuro, porque cada geração deve dotar-
se da capacidade de viabilizar, por meio do ensino, o conhecimento adquirido em cada geração.
18

Para levarmos a bom porto este desiderato, há uma necessidade de trabalharmos em estreita
ligação com todos os actores do processo de ensino e aprendizagem na melhoria da qualidade de
ensino. Para a efectivação desta missão todos os intervenientes serão guiados pelos seguintes
Princípios:

 Transparência;
 Responsabilidade;
 Patriotismo;
 Inclusão;
 Idoneidade; e
 Coragem e confiança.

3.2. Organização e Funcionamento

A escola funciona com uma direcção constituída por 4 (quatro) elementos; Directora da Escola,
dois Directores Adjuntos (Ensino Básico e Ensino Secundário geral do primeiro Ciclo) e uma
Chefe de Secretaria. Esta direcção conta com outros colaboradores que são: chefes de turnos,
colaboradores de ciclos e áreas. Para além destes, a direcção conta também com o conselho de
Escola que é um órgão consultivo, comunidade e outros parceiros.

A escola na execução das suas tarefas, apoia-se com um plano anual de actividades e o plano de
desenvolvimento que serve como instrumentos de condução para o cumprimento eficaz das
actividades previamente traçados.

A escola funciona em regime de quatro (4) turnos destruídos de seguinte modo:

Tabela 1: Quadro descritivo do regime de funcionamento da escola

Turnos Classes Hora se Entrada Hora de Saída

3a e 4a Classes 6h e 30min 10h:20min



7a Classe 6h e 30min 11h e 05min

2º 1a e 2a Classes 10h:25 min 14:10

3º 3a e 5a Classes 14h:20 min 17:40

4º 8a a 10a Classes 17h:45 min 21:45


19

3.2.1. Efectivo de Alunos e professores.

No presente ano lectivo, a escola funciona com um efectivo de 6 084 alunos distribuídos por 81
turmas e assistidos por 80 professores com um rácio de 76 alunos, com ilustra o quadro abaixo:

Tabela 2: Quadro descritivo da distribuição dos alunos por turma e classe

Classe H M HM Nº de Turmas Nº de Profs.

1ªClasse 313 292 605 8 8

2ªClasse 345 340 685 9 9

1º Ciclo 658 632 1290 17 17

3ªClasse 345 339 684 9 8

4ªClasse 301 288 589 7 6

5ªClasse 393 338 731 10 9

2º Ciclo 1039 965 2004 26 23

6ª Classe 339 369 708 9 9

7ªClasse 269 300 569 7 7

3º Ciclo 608 669 1277 16 16

ESG 759 754 1513 22 24

Total geral 3064 3020 6084 81 80

Tabela 3: Quadro descritivo dos Docentes por categoria

N1 N2 N3 N4 Tec. Sup. N1 Total

H M HM H M H H M HM H M H H M HM H M HM
M M

15 13 28 5 1 6 19 26 45 3 3 6 2 1 3 44 44 88
20

Tabela 4: Quadro descritivo dos Funcionários não Docente

Categoria H M HM Observação

Técnico especializado 1 0 1

Técnico profissional em Administração pública 0 2 2

Técnico 1 1 2

Agentes de serviços 1 0 1

Auxiliar 5 5 10 Destes, 8 são pagos pela


contribuição dos pais

Total 8 8 16
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CAPÍTULO IV: Desenvolvimento do Estágio

O estágio foi realizado num período equivalente a um trimestre, enquadrado dentro das
actividades semestrais da cadeira de Estágio em Supervisão e Inspecção da Escola Básica, no
curso de Licenciatura em Ensino Básico. De referir que as actividades referente ao estagio que e
objecto da construção do presente relatório, aconteceram na Escola Primaria Completa de Trevo,
abrangendo desde a organização directiva até ao contexto da sala de aula, onde foi possível
implementar o plano de actividades do sector pedagógico.

IV.1. Observação da estrutura e funcionamento da escola

No concernente a estrutura organizacional da escola, importa referir que esta actividade de


observação do funcionamento da escola decorreu no primeiro dia em que o grupo já constituído a
partir da turma do 4º ano do curso de licenciatura em EB, apresentou-se à direcção da escola em
alusão, munido de uma credencial, e do plano de actividades atinentes ao processo de supervisão
e inspecção pedagógica.

Depois da nossa aceitação como grupo de estudantes estagiários em supervisão e inspecção da


escola básica, distribuímo-nos pelas diferentes secções de gestão da escola, na perspectiva de
observar aspectos como: organigrama da escola; documentos normativos existentes na escola e o
horário de funcionamento.

Com recurso à ficha de supervisão e inspecção às escolas, fornecida pela UPM, procedemos com
a observação dos componentes descritos na ficha, tendo-se depreendido que a escola apresenta
um plano anual, plano trimestral, plano semanal, planos analíticos das disciplinas curriculares.
Observou-se também a existência de livro de turma onde são registadas as informações
referentes ao processo de ensino-aprendizagem dos alunos inscritos numa determinada turma e
classe.

Ainda na senda das observações, verificou-se a existência de pastas dos coordenadores dos ciclos
e delegados de disciplinas, no caso da 7ª classe. Percebeu-se a ausência da assinatura do DAE
nos cadernos de planificação dos professores, um cenário que coloca uma margem de duvida
sobre a exigência dos planos de aulas pelo gestor competente. E ainda em relação aos planos de
aulas, deve-se referir que os mesmos obedeciam o modelo descritivo.
22

Não menos importante, importar realçar que em decorrência das observações feitas no contexto
das actividades de estágio em supervisão e inspecção pelágica da escola básica, notou a ausência
da marcação de presenças dos alunos no livro de turma, e em relação às reuniões com pais e
encarregados de educação, os professores na sua maioria não preenchem o campo reservado no
livro de turma para a marcação de presença dos pais e encarregados de educação.

Em análise feita ao plano de actividades referente a semana de 26 de Setembro à 03 de Outubro


de 2022, foram encontradas actividades como monitoria do processo de ensino-aprendizagem,
programada para o início de cada turno, mas também apresenta-se no mesmo plano, o
preenchimento de datas na lista dos finalistas da 6ª e 7ª classes. Uma actividade também
consignada no plano de actividades para o período em alusão, foi a verificação das pastas de
planificação quinzenal, uma actividade que se pressupõe que vise a coerência na planificação por
parte dos grupos de classe e disciplina.

Outrossim, o mesmo plano analisado apresentava a descrição clara da verificação do livro de


turma, e o preenchimento de 10 fichas de Classificação de professores, e o controle e assinatura
dos cadernos de planificação dos professores.

Conforme foi possível perceber-se da nossa participação em actividades de supervisão e


inspecção na escola, no período estabelecido no plano de actividades, o controle e assinatura dos
cadernos de planificação dos professores só acontece uma vez, facto que coloca muitos
equívocos sobre a incidência dos gestores sobre as actividades lectivas, sendo que o padrão seria
um contacto permanente entre os DAE’s e os professores.

Ao entrar para a equipe que gere o funcionamento da escola, participamos de uma reunião de
colectivo de direcção, representada pelo Director da Escola, O Director Adjunto da Escola e a
Chefe de Secretaria, onde ficamos a saber sobre o ponto de situação da gestão da escola desde o
início do 3º trimestre até aquela altura. Apropriamo-nos de um calendário de assistência de aulas,
onde aparece a data da realização da assistência, o nome do assistente, a classe, a turma, a sala, o
tempo, a disciplina, a hora, o assistido e os objectivos da experiencia.
23

De referir que a escola reúne-se no âmbito dos encontro do colectivo da direcção, e do conselho
pedagógico, onde os participantes são o Director da Escola; os Directores Adjuntos da Escola; os
Chefes de turno e os Coordenadores de ciclo.

Observamos ainda as actividades programadas no plano de actividades pedagógicas do 3º


trimestre, apresentadas numa grelha com a descrição do mês, da semana, das tarefas, dos
objectivos. Do responsável e os participantes. Neste plano de actividades são apresentadas as
seguintes tarefas:

 Elaboração de plano analítico e plano temático;


 Compilação de dados – informação pedagógica;
 Seminário de capacitação;

Na segunda semana do mesmo mês apresentam como principais actividades programadas:

 Envio de informação pedagógica ao SDEJT;


 Verificação de preenchimento dos documentos pedagógicos – pautas, DEC, livro, etc.

Na terceira semana são apresentadas as seguintes actividades:

 Actualização da lista definitiva dos finalistas;


 7ª reunião do conselho pedagógico;
 Envio da lista definitiva dos finalistas da 7ª classe ao SDEJT; e
 Reunião com pais e encarregados de educação.

Portanto, diante das actividades programadas para o período em analise, fica claro que as,
mesmas estão viradas para o desenvolvimento de uma gestão escolar democrática e inclusiva,
onde a escola fica desafiada a assumir-se como organismo vivo, dinâmico, capaz de actuar em
situação diversas.

Por gestão democrática que aqui referimos, encontra-se atrelada ao facto de existirem na escola,
actividades que colocam toda a comunidade educativa a participar e a tomar decisões, porem,
esta participação democrática esgota-se na medida em que durante a nossa presença nas
actividades de estágio na escola não se prevê a participação do Conselho da Escola no desenho
24

do regulamento interno da escola por exemplo, entre outras actividades que demandam a
participação deste organismo.

IV.2. Actividades desenvolvidas pelo estagiário

Na senda das actividades realizadas pelo estagiário, importa realçar que no dia 21 de Outubro do
ano em curso, participei de uma actividade de observação de aula, onde o grupo alvo foi a
professora Yvett Duarte D. Sales, da carreira de Docente de Nível 1, Classe C, Escalão 1.

Para orientar a observação da aula, apresentamo-nos na sala de aula com uma ficha de
observação e assistência de aulas, e constituem aspectos relevantes a serem descritos aqui, o
tamanho da turma observada, que apresentava 66 alunos, dos quais 31 do sexo masculino e 35 do
sexo feminino, da 5ª classe. Foi uma aula de Matemática, no segundo tempo e teve a duração de
40 minutos, com o tema: “Expressões Numéricas com quatro operações”.

A ficha de observação da aula dispunha de campo de analise da aula referentes aos momentos
didácticos, e no primeiro momento, percebeu-se que a professora apresentou um plano de aulas
sim, fez o controle de presenças no inicio e no final da aula, orientou a revisão da aula anterior,
fez a correcção do TPC e utilizou estratégias de motivação dos alunos.

No momento de mediação e assimilação, que se configura como o epicentro de todo o processo


de ensino-aprendizagem, a professora demonstrava muita segurança em relação aos conteúdos
abordados, onde os métodos previstos no plano de aula foram observados, e quanto a
metodologia utilizada pode advogar-se que foi activa, usou o material didáctico na aula, criando
um espaço para os alunos com NEE. Mas também percebeu-se que a professora observou o
equilíbrio de género na realização de tarefas ou na colocação de questões, criando espaço para
esclarecimento de dúvidas e indicou o TPC.

Não obstante às constatações positivas feitas, importa destacar que a professora não abordou
conteúdos de temas transversais, sendo que os temas transversais caracterizam-se por um
conjunto de assuntos que aparecem transversalizados em áreas determinadas do currículo, que se
constituem na necessidade de um trabalho mais significativo e expressivo de temáticas sociais na
escola.
25

Sobre o resumo da aula, pode-se depreender que o conteúdo leccionado pela professora
correspondia a planificação, a aula concedia com o previsto no plano e os passos da aula foram
rigorosamente seguidos. Foi possível perceber que os alunos realizaram exercícios de aplicação,
a professora utilizou correctamente o quadro e controlou devidamente o tempo da aula. Porem,
conforme já tenha sido despoletado na primeira parte do relatório sobre a questão do
preenchimento do livro de turma, na preencheu correctamente o livro de turma, não destacando o
número de lição, e outros aspectos.

IV.3. Projecto de Intervenção Pedagógico na Escola

Na parte referente ao projecto de intervenção pedagógica destacamos a nossa realização como


estudantes estagiários integrados no curso de Licenciatura em Ensino Básico, onde procuramos
aliar a teoria à prática, implementando os conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas num
contexto real de ensino.

Como foi possível depreender-se das constatações feitas num decorrer das apresentações das
actividades realizadas, a questão da planificação constitui-se como uma das maiores
problemáticas que enfermam directamente o PEA na escola, optamos em adoptar um PIP voltado
para atender e responder a problemática despoletada. O projecto desenhado foi com o tema
“Planificação Diária como Vector do Desenvolvimento da Aprendizagem dos Alunos da 4ª
classe da Escola Primária Completa de Trevo”. O projecto tinha como principal objectivo
capacitar os professores da Escola Primário Completa de Trevo na planificação reflexiva de
aulas na 4ª classe.

Após a implementação do projecto de intervenção pedagógica na Escola Primária Completa de


Trevo sobre a planificação diária como vector do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos
da 4ª Classe, esperava-se ver:

Desenvolvidas as habilidades nos professores sobre o domínio da planificação de aula, e a


construção da consciência de que a planificação é uma ferramenta essencial para o professor na
preparação das aulas;
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Capacitados os professores em matérias de planificação, de tal forma a se saber que materiais


deveriam ser preparados e que actividades teriam de ser organizadas, que distribuição do tempo,
etc.;

Desenvolva um processo de planificação de aula que orientado para a condução da selecção de


estratégias, meios e materiais que se afiguram adequados aos objectivos em vista;

Os professores preparem antecipadamente um plano de aula e elaborem os instrumentos


necessários, permitindo ultrapassar dificuldades e contribuir para o sucesso de ensino e de
aprendizagem.
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CAPÍTULO V: Conclusão e recomendações

O estágio é um dos momentos mais importantes para a formação profissional. É nesse momento
que o futuro profissional tem oportunidade de entrar em contacto directo com a realidade
profissional no qual será inserido, além de concretizar pressupostos teóricos adquiridos pela
observação de determinadas práticas específicas e do diálogo com profissionais mais experientes.
Desenvolver uma formação baseada no contexto real de actuação possibilita a construção
autónoma do conhecimento científico através da vivência de exemplos práticos para discussões
académicas. No estágio, o profissional em formação tem a oportunidade de investigar, analisar e
intervir na realidade profissional específica, enredando-se com a realidade educacional,
organização e o funcionamento da instituição educacional e da comunidade.

Os campos conceptuais aqui apresentados formam um quadro teórico integrador que nos
ajudaram a dar conta da complexidade de factores que interagem num processo de supervisão e
inspecção da prática pedagógica. Constituem-se como referência e suporte no estudo
(observação) que desenvolvemos em decorrência da actividade de estágio em supervisão e
inspecção da escola básica, exactamente na EPC de Trevo.

Recomendações

Como recomendações atinentes as actividades de estágio realizado, recomenda-se a direcção da


escola, a busca de consciência que reside na mobilização de esforços voltados para o reforço de
actividades de supervisão da planificação de aulas pelos professores, bem como desenvolver um
olhar atento as questões ligadas ao preenchimento do livro de turma, visto este ser um
instrumento de registo de dados dos alunos, que acompanha todo o processo de ensino-
aprendizagem.

À direcção do curso de Licenciatura em Ensino Básico, deixamos como recomendações a criação


de um sistema de monitoria das actividades relativas às práticas e estagio supervisionado dos
estudantes, fazendo-se presentes através dos supervisores nas escolas onde decorrem as
actividades.
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Referencias Bibliográficas

ALARCÃO, I. & TAVARES, J. Supervisão da Prática Pedagógica. Uma perspectiva de


desenvolvimento e aprendizagem (2.ª ed.). Coimbra: Almedina, 2010.

LIBÂNEO, J. Didáctica Geral. Cortez Editora, SP. 2004.

LIBÂNEO, J. Colecção Magistério 2ograu.Série Formação do Professor, São Paulo, Cortez


Editora, 1994.

MINED (2013). Manual de apoio à supervisão escolar. Maputo

NERICI, G. Emílio, Introdução à didáctica Geral. Editora Atlas; 16ªEdicao,São Paulo, 1991

PILETTI, C. Didáctica Geral.23aed, São Paulo, Editora Ática, 2004.

PILETTI, C. Didáctica Geral. 17aed, São Paulo, Editora Atlas, 1997.


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Anexos

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