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2B Ped: Curso Online de Pedagogia para Concursos

INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Coautoras: Karoline Vaz e Elis Souza

O termo “avaliar” vem do latim “a + valere” que tem como significado atribuir um
juízo de valor para qualidade do seu trabalho. Esse conceito de avaliação que temos hoje,
foi construído há alguns séculos atrás, mais especificamente quando os jesuítas
publicaram um documento conhecido como Ratio Studiorum que significava
“Ordenamento e Institucionalização dos Estudos na Sociedade de Jesus”. Era um
documento, que tinha como finalidade principal, instruir a educação naquele tempo, e
entre essas instruções, registrava-se que ao final do ano de estudo, os alunos deveriam
ser avaliados.

O Ratio Studiorum era um documento que trazia em sua essência algumas


instruções avaliativas, que ainda hoje estão presente em nossas escolas. Segundo Luckesi,
1998, esse documento trazia que durante as provas, os estudantes não poderiam solicitar
nenhum tipo de ajuda, deveriam sentar sozinhos e ainda, que o professor deveria estar
atento a eles, para que não “colassem” dos colegas. Além disso, a prova teria um tempo
estabelecido, não devendo ser extrapolado, mesmo que o estudante não tivesse
terminado.

No século XVII, também foi publicado por John Amós Comênio, um bispo
protestante, um livro intitulado “Didática Magna” que instituía o uso da avaliação como
forma de castigo, fazendo com que os alunos se calassem e prestassem atenção as aulas
ministradas pelos professores.

No final do século XX, com a união entre a Psicologia da Educação e a Pedagogia


é que surgiram as primeiras preocupações com a elaboração das avaliações escolares.
Nos anos de 1980 e 1990, foram apresentados os modelos de avaliação em larga escala,
ainda muito utilizados hoje, que tem o objetivo de avaliar a eficiência dos resultados
escolares.
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Apenas há pouco tempo, mais precisamente no final do século XX e início do século


XXI é que surgiu uma preocupação com as avaliações escolares. Ela veio deixando de ser
meramente disciplinadora, visando impor um tipo de comportamento esperado do
aluno, passando a ser vista como diagnósticas, sendo utilizadas em todo o momento da
aprendizagem, para que assim, durante o processo seja um instrumento para dar sentido
a prática pedagógica, garantindo a aprendizagem.

Alguns autores se destacam nessa temática. Bourdieu e Passeron e Michael


Foucault trazem a avaliação como um instrumento que tem a finalidade de conservação
e reprodução da sociedade, meramente classificatória, diagnóstica e somatória. Já os
autores brasileiros Cipriano Luckesi e Jussara Hoffman entendem avaliação como um
instrumento que tem amplas possibilidades de beneficiar o desempenho do aluno e
principalmente a atuação do professor nesse processo.

Diante do que é colocado pelos autores, avaliar torna-se a parte mais importante
do processo educacional. Segundo Bevenutti (2002) avaliar é mediar o processo
ensino/aprendizagem, é oferecer recuperação imediata, é promover cada ser humano, é
vibrar junto a cada aluno em seus lentos ou rápidos progressos. Assim, com o passar dos
anos, a avaliação veio tomando outras formas, outras concepções e consequentemente,
advindas de outras práticas. Isso não quer dizer que essa forma de avaliar baseada na
seleção e qualificação tenham sido excluídas da nossa sociedade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENVENUTTI, D. B. Avaliação, sua história e seus paradigmas educativos.


Pedagogia: a Revista do Curso. Brasileira de Contabilidade. São Miguel do Oeste – SC:
ano 1, n.01, p.47-51, jan.2002.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação: Mito e desafio. Uma Perspectiva Construtiva.


Porto Alegre. RS. Educação e Realidade, 1993.

LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MIRAS, M. SOLÉ, I. A evolução da aprendizagem e a evolução do processo de


ensino e aprendizagem in Coll, C., PALACIOS, J., MARCHESI, A. Desenvolvimento
psicológico e educação: psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

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