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Aula 1.

COMO
TITLE OF ESCOLHER
THIS A
CHAPTER
TÉCNICA CORRETA
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Conteúdo licenciado para Kizy Carneiro de Oliveira - 813.394.292-68


Como escolher a técnica correta

Chegou lá na clínica, chegou o cliente, você sabe aquele tanto de técnica, como
que você vai ser capaz de escolher a técnica correta? Eu acho importante falar
sobre isso porque eu sinto que muitos terapeutas começam a usar as técnicas
como se a escolha fosse completamente aleatória.

Não, não é aleatória, ela tem que ser principiológica! O que é isso? Você tem
que entender o princípio por trás de cada técnica, porque se você entende o
princípio por trás de cada técnica fica fácil você escolher a técnica.

Em geral em terapia, você vai ter três tipos de técnicas: Reframing,


Dessensibilização e Mudança de Comportamento. É importante ressaltar que
essa é uma divisão que eu tô fazendo didática, porque muitas técnicas vão ter
os três elementos, mas em geral pelo menos um deles vai estar em alguma
técnica e se você entender a função de cada um deles vai ficar muito mais fácil
de você escolher a técnica adequada na terapia.

O primeiro elemento é o Reframing, Reframing é olhar para os mesmos fatos


numa nova perspectiva. Eu adoro dar aquele exemplo bem batido do copo pela
metade, eu posso pensar “nossa esse copo está meio vazio”, aí eu paro para
olhar e vejo “mas eu posso achar que ele tá meio cheio”, observe que a
quantidade de água é a mesma, eu apenas mudo o meu olhar pro copo e ao
mudar o meu olhar eu mudo.

Tem um exemplo que eu vivi de Reframing que foi o seguinte, meu amigo
Rafael Baltresca foi no programa da Eliana fazer uma demonstração de
hipnose e no final da demonstração a Eliana mandou uma enquete “Você
acredita em hipnose?” 80% das pessoas falaram que não acreditavam, 20%
falaram que acreditavam em hipnose e aí na época vários dos meus alunos
falaram comigo “Alberto, você viu que horrível? A gente trabalha com algo que
quase ninguém acredita, 80% das pessoas não acredita em hipnose.” Eu falei o
seguinte “Engraçado que eu pensei exatamente o oposto, se apenas 20% das
pessoas acreditam, esse mercado tem muito a crescer ainda e vai continuar
crescendo.”

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Observe que a enquete é a mesma, os votos são os mesmos, mas no momento
que eu falei isso meus alunos falaram “Não é que você tá certo!” Realmente
significa que o mercado só tem a crescer, mas no momento que eu fiz esse
Reframing de Conteúdo, que é olhar para o conteúdo com uma nova
perspectiva no momento, no momento que eu fiz isso as pessoas tiveram
oportunidade de mudar e elas mudaram opinião delas.

Na terapia, a gente também vai ter vários momentos em que vai acontecer o
Reframe, vamos supor que você brigou com seu pai, com a sua mãe, com seu
tio, aí o terapeuta fala o seguinte “E agora imagine que você está na posição do
tio, imagine que você está na posição da sua mãe, veja a vida que seu pai teve,
a educação que sua mãe teve…” No momento que você permite que a pessoa
veja os fatos a partir de outros olhares acontece um Reframing naturalmente.

Tem uma técnica bem interessante chamada Meta-Modelo que é uma série de
perguntas e essas perguntas convidam as pessoas a fazerem um Reframing,
então tem perguntas que envolvem generalização, eliminação, distorção de
fatos e essas perguntas fazem naturalmente um Reframing.

Outra forma das pessoas mudarem é a partir da Dessensibilização,


Dessensibilização é muito diferente de Reframe, é muito diferente! Na
verdade, o Reframing, eu mudo porque olho para a realidade de uma nova
maneira, na Dessensibilização eu não tenho essa mudança consciente do olhar,
na verdade eu posso até ter mudança consciente do olhar mas ela não resolve
meu problema, ela não resolve porque em geral a Dessensibilização vai
envolver uma reação automática de luta e fuga, o mais correto seria inclusive
luta, fuga ou congelamento.

Quando você tem uma situação de stress, muitos estímulos estressantes, o seu
corpo reage imediatamente de forma instintiva! Seu coração vai bater mais
rápido, a sua temperatura do corpo vai aumentar, você vai liberar mais cortisol
para ter mais energia, vai disparar mais adrenalina no corpo para o caso de
precisar atacar alguém ou precisar fugir.

Não existe uma mudança pela racionalidade quando se fala de


Dessensibilização. Inclusive a racionalidade fica comprometida, enquanto lá
no Reframing eu convido a pessoa a pensar sobre o fato de uma nova maneira,
na Dessensibilização não existe pensamento, a pessoa simplesmente sente.

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Pega o caso de alguém que tem medo de altura, cara você pode conversar com
ela “Olha, não tem nada a ver!” Você assegura aqui e a pessoa fica desesperada
do mesmo jeito, ela fica desesperada porque o corpo reage, nas aulas para
frente você vai ver como que vai funcionar a neurociência dessa reação, mas o
corpo reage instintivamente, o instinto por trás de uma crise de ansiedade é o
mesmo que permite que você quando tá dirigindo, tá lá dirigindo, aparece uma
criança e você freia imediatamente, você nem raciocina, você raciocina depois!

Esse mecanismo que te permite salvar a criança do atropelamento é o mesmo


que te causa a síndrome do pânico! O problema é que no primeiro caso a gente
não chama de ansiedade, a gente chama de uma reação normal a uma situação
de estresse, só isso, mas seu cérebro começa a se acostumar a reagir por causa
de uma região chamada amígdala e ele começa a reagir de forma instintiva e
começa a ter reações de luta e fuga.

Quando a gente fala então de transtornos de ansiedade a gente geralmente


não vai falar de Reframing, vai falar de Dessensibilização.

Que que é Dessensibilização? Você deve estar pensando “Se o pensamento não
consegue controlar realmente uma reação de luta e fuga, tem nada que eu
posso fazer!” Tem sim! Porque se você agir diretamente no corpo, você
consegue controlar essa reação de luta e fuga, ou seja, em certa medida o
pensamento até funciona, mas apenas para direcionar rapidamente um novo
comportamento, mas o pensamento não vai na reação de luta, fuga, aquela
reação de estresse e ansiedade, o pensamento não vai conseguir se contrapor
a luta e fuga, não, ele não faz isso!

O máximo que o pensamento pode fazer e vai funcionar bem é respirar


devagar por exemplo, é fazer um relaxamento, é fazer um exercício físico, são
estratégias que vão diretamente no corpo e aí você vê que na verdade tem uma
grande diferença entre Reframing e a Dessensibilização, toda vez que o
problema da pessoa envolve um disparo fisiológico, eu estou falando de
Dessensibilização e chama Dessensibilização porque o corpo vai se tornando
menos sensível a esse estímulo que tá causando a reação de luta, fuga ou
congelamento, o corpo vai se acostumando.

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Tem uma brincadeira que eu fazia em sala de aula que eu simplesmente dou
um grito, né? Aí faço “AAAAH!” Aí todo mundo assusta, aí eu continuo “AH, AH,
AH, AH!” A pessoa para de assustar e é claro que ela vai parar de assustar,
porque existe uma Dessensibilização do estímulo, no momento que você
percebe que o estímulo não é perigoso o seu corpo se acostuma e é o mesmo
que acontece na crise de ansiedade.

Inicialmente a sua amígdala cerebral vai disparar um alarme de luta e fuga,


“PAA, dispara!”, mas no momento que você controla seu corpo, e tem que ser
um controle diretamente no corpo, no momento que você controla seu corpo,
a habituação, que é esse acostumar-se, começa a dar efeito e aí você vai ver
que na verdade existe uma conexão intrínseca entre a Dessensibilização e o
comportamento, porque quando eu mudo meu comportamento eu posso
gerar, inclusive o Reframing e eu posso gerar Dessensibilização.

Oras, mas como assim que o comportamento pode gerar um Reframing? No


momento, por exemplo, que eu consigo enfrentar minha fobia de barata e
matar barata, eu mudo a minha crença em relação a minha limitação da
barata, então no caso de ansiedade a gente até pode ter um caso de Reframing,
mas geralmente a posteriori, depois que a Dessensibilização já aconteceu.

É importante que você entenda, vai falar de terapia, a sua técnica ou vai
envolver Reframe ou vai envolver Dessensibilização ou vai envolver novos
comportamentos e falou de ansiedade, estamos falando especialmente de
Dessensibilização.

Nas aulas posteriores vou falar um pouco mais sobre essa neurociência por
trás da ansiedade, mas você vai perceber que o tempo todo a ideia de
Dessensibilização vai continuar. E aí tá gostando desse curso de neurociência e
controle da ansiedade? Então vai agora no nosso grupo fechado, secreto do
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