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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TETE

Divisão de Gestão e Economia


Contabilidade e Administração Pública

Gestão das Organizações

Organizações sem Fins Lucrativos


1 Ano/Diurno

Discentes:

Juvência Macauzo

Lara Nhanombe

Letilde da Quinita

Maysa Jemusse

Docente:

Beatriz
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 1
Organizações sem Fins Lucrativos ................................................................................... 2
Mecanismo de arrecadação de dinheiro............................................................................ 2
Gestão ............................................................................................................................... 3
Tipos de organizações sem fins lucrativos ....................................................................... 3
Características de organizações sem fins lucrativos ......................................................... 4
Classificação internacional .............................................. Erro! Marcador não definido.
Conclusão ......................................................................................................................... 6
Referencias Bibliográficas ................................................................................................ 7
Introdução
Este trabalho procura no essencial demonstrar a importância da gestão e dos seus
princípios: planear, organizar, liderar e controlar, numa realidade organizacional –
Instituição Particular de Solidariedade Social, que tem como área de actuação a acção
social sem fins lucrativos. A escassez de recursos é uma das questões centrais do
quotidiano destas organizações. O facto de se dotarem de uma dimensão operacional
semelhante à das organizações com fins lucrativos, proporciona-lhes uma esperança de
vida ampliada, com resultados ao nível da eficiência e da eficácia, dimensões básicas da
performance, voltada para planos de curto, médio e longo prazo, alcançados pelo
alinhamento do planeamento, gestão estratégica e gestão operacional.

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Organizações sem Fins Lucrativos
As organizações sem fins lucrativos, são organizações de natureza jurídica sem fins de
acumulação de capital para o lucro dos seus directores. Essas organizações, se
caracterizam por reunirem diversas pessoas que possuem um mesmo objectivo. Elas não
possuem fins lucrativos, e o seu património é constituído pelos seus associados.

A ideia de Terceiro Sector (Organizações sem Fins Lucrativos) nasce a partir da


concepção de que existem outros dois sectores na dinâmica económica, a saber: O
primeiro sector, correspondente ao Estado; e o segundo, referente ao mercado
(FERNANDES, 1994). A partir dessa separação pode-se inferir que no Terceiro sector
se inserem as entidades não-governamentais e não lucrativas. Entretanto, essa
denominação simples não da conta da diversidade de organizações que dele fazem
parte. De fato, o Terceiro sector é caracterizado pela sua extrema heterogeneidade
(TEODÓSIO & RESENDE, 1999) resultando na ausência de um consenso sobre a sua
caracterização e delimitação (MOURA & FERNANDES, 2009). Dentro dessa ideia, se
encontrariam as iniciativas – formais ou informais – da sociedade civil – carácter
privado – destinadas à realização de objectivos colectivos ou de interesse público
(GUERRA SILVA, 2010). Muraro & Souza (2003) definem de forma sintética as
categorias mais comuns encontradas no Terceiro sector. Os grupos estão organizados
em função das formas organizacionais, e permitem ter uma ideia sobre as suas
finalidades e lógicas de acção.

Mecanismo de arrecadação de dinheiro


As organizações sem fins lucrativos não são movidas pela geração de lucro, mas devem
gerar renda suficiente para perseguir seus objectivos sociais. As organizações sem fins
lucrativos podem arrecadar dinheiro de diferentes maneiras. Isso inclui renda de
doações de doadores individuais ou fundações; patrocínio de corporações;
financiamento do governo; programas, serviços ou vendas de mercadorias e
investimentos.

As doações de indivíduos ou organizações privadas podem mudar a cada ano e os


subsídios do governo diminuíram. Com as mudanças no financiamento de ano para ano,
muitas organizações sem fins lucrativos estão se movendo para aumentar a diversidade
de suas fontes de financiamento. Por exemplo, muitas organizações sem fins lucrativos

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que contam com subsídios governamentais começaram esforços de angariação de
fundos para atrair doadores individuais.

Gestão
Um equívoco comum sobre organizações sem fins lucrativos é que elas são
administradas completamente por voluntários. A maioria das organizações sem fins
lucrativos tem funcionários que trabalham para a empresa, possivelmente usando
voluntários para realizar os serviços da organização sem fins lucrativos sob a direcção
da equipe remunerada. As organizações sem fins lucrativos devem ter o cuidado de
equilibrar os salários pagos aos funcionários com o dinheiro pago para prestar serviços
aos beneficiários da organização sem fins lucrativos. As organizações cujas despesas
salariais são muito altas em relação às despesas do programa podem enfrentar escrutínio
regulatório.

As organizações sem fins lucrativos são agrupamentos criados pela iniciativa não estatal
e que operam com outros objectivos que não o lucro. Estas organizações tendem a
concentrar-se na produção de determinados serviços ou no desenvolvimento de
iniciativas inscritas em diversas áreas.

Tipos de organizações sem fins lucrativos


 Associações de classe ou de representação de categoria económica ou
profissional
 Associações de voluntariado com âmbito benemérito ou humanitário
 Instituições religiosas ou associações de fiéis dedicadas ao apostolado ou
disseminação de crenças
 Entidades que promovam o bem ou serviços a um determinado grupo de
associados. Por exemplo: clubes, centro de compras, associações de moradores,
etc.
 Associações com objectivos sociais que, visam o princípio da universalização
dos serviços. Por exemplo: promoções de patrimónios históricos, da saúde;
preservação do meio ambiente, etc.
 Fundações Privadas.

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Características de organizações sem fins lucrativos

 Constituem a reunião de diversas pessoas para a obtenção de um fim ideal,


podendo este ser alterado pelos associados;
 Ausência de finalidade lucrativa resultante das actividades que promovem;
 O património é constituído pelos próprios associados ou membros, e donativos
que estes reúnam para o exercício das actividades promovidas pela associação;
 Podem possuir ou não personalidade jurídica. Em caso de pretenderem ter
personalidade jurídica, é necessário que esta seja reconhecida por parte de uma
autoridade competente.
Quadro 1

: Principais categorias do Terceiro sector

Categoria Descrição
Associação Organização formada pela livre associação
de pessoas, voltadas para os interesses dos
próprios participantes
Organizações filantrópicas, beneficentes e de Organizações voltadas à filantropia. São as
caridade mais frequentes, e as suas actividades estão
voltadas para a assistência aos pobres,
desfavorecidos, excluídos e enfermos.

Organizações não governamentais (ONGs) Organizações comprometidas com a


sociedade civil e com a transformação social.
Diferenciam-se: das associações por estarem
voltadas para "terceiros"; e das organizações
filantrópicas, por abdicarem do carácter de
caritativo ou assistencialista de suas acções,
em favor de atitudes desenvolvimentistas e
acções sustentáveis. Ganharam notoriedade
na década de 70, com a luta pelos direitos
políticos e humanos no contexto das
ditaduras militares.

Fundações privadas Categoria de conotação essencialmente


jurídica. Normalmente se trata de um ente
privado que destina, através da fundação
constituída, bens livres para realização de
fins sociais. Crescem com o movimento da
responsabilidade social empresarial.

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Classificação Internacional apresentada por Salomon e Anheier (1996),
classificação que tem uma grande aceitação em termos internacionais.

Quadro 2

Grupo 1 Cultura e recreio


Grupo 2 Instrução e investigação científica
Grupo 3 Saúde
Grupo 4 Serviços sociais
Grupo 5 Ambiente
Grupo 6 Promoção da qualidade local
Grupo 7 Promoção e tutela de Direitos Civis
Grupo 8 Intermediação Filantrópica e promoção do Voluntariado
Grupo 9 Actividade internacional
Grupo 10 Religiões
Grupo 11 Organizações empreendedoras, Profissionais e sindicais
Grupo 12 Outras não classificadas.

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Conclusão
Os desafios teóricos e práticos da gestão nas organizações sem fins lucrativos se
configuram em meio a situações consideradas complexas. Tal dificuldade advém,
principalmente, do conflito entre os aspectos culturais dessas organizações e a
necessidade cada vez maior de introduzir ferramentas que administrem esses aspectos
em favor do crescimento da organização, que acontece em meio a um ambiente externo
marcado pela lógica da eficiência e da qualidade das actividades económicas.

A gestão de recursos humanos adquire um papel relevante nesse sentido, uma vez que
os aspectos organizacionais peculiares do Terceiro sector estão intimamente
relacionados à forma como as pessoas interagem nesses ambientes. Com a expansão do
sector e a relativa diminuição dos recursos disponíveis para suas acções, a boa
intermediação dessas relações de trabalho, assim como o desenvolvimento do potencial
humano nas organizações sem fins lucrativos, se torna condição central para o seu
próprio desenvolvimento.

Um dos principais desafios da administração de recursos humanos no contexto das


entidades sem fins lucrativos é lidar com as resistências dos trabalhadores à
incorporação de ferramentas de gestão mais eficientes. Em geral, isso implica o início
de um processo de mudança cultural, e de revisão dos valores que sustentam a
organização. Percebe-se que se trata de um processo delicado, uma vez que os valores
nas entidades sem fins lucrativos adquirem identidade na definição dos propósitos
internos, e reforçam a imagem com público externo.

A aplicação de modelos mais rígidos de gestão de pessoas deve levar em consideração


aspectos como: o alto nível de compartilhamento das tarefas, o predomínio de objetivos
colectivos, e a motivação intrínseca dos trabalhadores. O uso de algumas ferramentas
como a avaliação do desempenho individual, poderia realizar medições imprecisas, em
função dos aspectos citados anteriormente. Em seu lugar, um sistema de avaliação por
projectos, por exemplo, seria mais adequado. Delineamentos de planos de carreira e
remuneração variável também adquirem complexidade em função do encontro entre
interesses individuais e colectivos

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Referencias Bibliográficas
DRUCKER, P. F. Administração de Organizações sem fins lucrativos: Princípios e
práticas. 4º edição. São Paulo: Pioneira, 1997.

_______. What Business can learn from Nonprofits. Harvard Business Review. July-
August 1989, p. 88-93.

FALCONER, A.P. A promessa do terceiro sector (ensaio). Faculdade de Economia,


Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, 1999.

FERNANDES, R.C. Privado porém público: O terceiro sector na América Latina. Rio
de Janeiro: Relume Dumará, 1994.

FISCHER, R.M. & BOSE, M. Tendências para a gestão de pessoas em Organizações do


Terceiro Setor. In: Asamblea Anual Consejo Latinoamericano de Escuelas de
Administración – CLADEA. Santiago, 2005.

GUERRA SILVA, C.E. Terceiro sector Brasileiro: Em busca de um quadro de


referência. In: Anais do XXXIV ENANPAD. Rio de Janeiro, 2010.

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