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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - DCET


FÍSICO QUÍMICA II P08
DOCENTE: PAULO NEILSON MARQUES DOS ANJOS

ESTUDO DA PROPAGAÇÃO DE CALOR EM LÍQUIDOS POR CONVECÇÃO.

Aldair Silva - 201910952


Alexsander Lopes - 201910567
Erika Rhavana - 201810568
Marley Rebouças - 201910964
Myllena Souza - 201811607

Ilhéus - BA
2022
RESUMO

O presente relatório tem por objetivo discutir as formas de propagação de calor,


sobretudo da convecção, concluir que o calor, para se propagar necessita de uma
diferença de temperatura entre as regiões de escoamento, concluir que o fluxo
térmico sempre se verifica no sentido das temperaturas decrescentes. Para
demonstrar a propagação de valor foi realizado um experimento, sendo ele de
convecção. Com a realização do experimento pode-se concluir que no processo de
convecção a transformação de energia térmica é feita de molécula a molécula, com
o deslocamento da matéria. Além disso, encontrou-se uma capacidade calorífica
molar da água de 75,387 J/K mol, o fluxo médio de calor nos termômetros 1,2 com
fluxo igual a 5,559 J/s e 5,305 J/s, respectivamente. Além disso, análises gráficas
foram feitas auxiliando na compreensão das variações de temperatura.
1.0 INTRODUÇÃO
O calor, também conhecido por energia térmica, equivale à energia em
trânsito que se transfere de um corpo para outro em consequência da diferença de
temperatura. Essa transferência acontece sempre do corpo de maior temperatura
para o de menor temperatura até que atinjam o equilíbrio térmico. Ainda,
transferência de calor se dá por três processos diferentes: condução, convecção e
irradiação.
No processo de irradiação, acontece a transferência de energia térmica por
meio das ondas eletromagnéticas ou ondas de calor de um corpo. Dessa forma, as
partículas elétricas de um objeto aumentam, da mesma forma que sua energia
cinética. A exemplo do Sol em relação a Terra: onde o calor solar atravessa o vácuo
(não existe matéria no espaço) e chega até a Terra por meio da irradiação.
Na condução, a energia térmica é disseminada por meio de corpos sólidos
que aquecem, seja pelo contato com outro mais quente ou pelo fogo. Logo, quando
esquentamos um corpo sólido, a energia cinética se eleva e por consequência, a
agitação das moléculas também aumentam, fazendo assim com que o calor seja
conduzido por todo o material. As amplitudes das vibrações dos átomos e elétrons
dos materiais em contato com o fogo, por exemplo, ficam relativamente intensas
por causa da alta temperatura do ambiente. Essas amplitudes de vibração
intensificadas, são transferidas para os materiais, de átomo para átomo, em colisões
entre átomos adjacentes.
Na convecção, a transmissão de calor ocorre em substâncias que estejam
em estado líquido ou gasoso. Criam-se correntes circulares chamadas de"correntes
de convecção", que são determinadas pela diferença de densidade entre o fluido
mais quente e o mais frio. Quando olhamos para a chama de uma vela ou de um
fósforo, podemos observar a energia térmica sendo transportada para cima por
convecção. Tal Transferência de energia ocorre quando um fluido, como ar ou água,
fica em contato com um objeto cuja temperatura é mais alta do que a do fluído. A
temperatura da parte do fluido que está em contato com o objeto quente aumenta e
esta parte do fluido se expande, ficando menos densa. Como este fluido expandido
é agora mais leve do que o fluido em torno, mais frio, forças de empuxo fazem com
que ele suba. O fluido mais frio, então, escoa para tomar o lugar do fluido mais
quente que sobe, e o processo continua.
2.0 OBJETIVO

Obter uma noção sobre a influência da convecção na propagação do calor em


meios líquidos e determinação das taxas de transferência de calor.

3.0 MATERIAIS E MÉTODOS


3.1 Materiais

- Béquer de 1000 mL;


- Densímetro;
- Termômetro;
- Proveta de 1000 mL;
- Água destilada;
- Chapa de aquecimento;
- Suporte universal;
- Garras e mufas;
- Balança semi-anaĺítica.

3.2 Metodologia

Pesou-se o béquer de 1000 mL utilizando uma balança semi-analítica. Em


seguida, colocou-se o béquer na chapa de aquecimento e posicionou-se o suporte
universal próximo a ele. Com auxílio de uma garra, dois termômetros foram
colocados no interior do béquer pesado, um estava próximo ao fundo do recipiente
nomeado de termômetro 2 e o outro estava alocado na marca de 900 mL,
termômetro 1. Encheu-se uma proveta de 1000 mL com água e transferiu-se o
volume para o béquer, posteriormente, com um densímetro mediu-se a densidade
da água e anotou-se. Após o sistema entrar em equilíbrio, as temperaturas medidas
nos termômetros 1 e 2 foram anotadas. Ligou-se a chapa de aquecimento, e a cada
3 minutos as temperaturas nos dois termômetros foram aferidas e anotadas.
A análise dos resultados foi realizada utilizando as seguintes equações,

𝑚
ρ = 𝑉
Eq.:(1)
Sendo ρ = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎, 𝑉 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 e 𝑚 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎.
Para o cálculo da Capacidade calorífica foi utilizado a equação (2), onde
𝐶𝑠 = 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 da substância e material em análise e 𝑚 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎.

𝐶 = 𝐶𝑠 × 𝑚 Eq.:(2)

A equação 3 foi utilizada para encontrar o número de mol da água, sendo,


𝑚 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 de água encontrada na equação (1) e 𝑀𝑀 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 da água.
𝑚
𝑛 = 𝑀𝑀
Eq.:(3)

Para calcular a Capacidade calorífica molar foi utilizado a equação 4,


𝐶á𝑔𝑢𝑎 = 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎, obtida pela equação (2) e

𝑛 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙 obtida pela equação (3).


𝐶á𝑔𝑢𝑎
𝐶𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 = 𝑛
Eq.:(4)

Para obter a variação da temperatura em cada termômetro foi utilizado a equação


(5), onde 𝑇𝑓 é a temperatura final e 𝑇𝑖 a temperatura inicial.

△𝑇 = 𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 Eq.:(5)

A variação de calor foi encontrada por meio da equação (6), na qual


𝐶𝑠𝑖𝑠 = 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 encontrada pela equação (2) e

△𝑇 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 encontrada com a equação (5) .

∆𝑄 = 𝐶𝑠𝑖𝑠 × ∆𝑇 Eq.:(6)

O fluxo de calor foi calculado por meio da equação (7), onde


∆𝑄 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 obtida na equação (6) e ∆𝑡 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
∆𝑄
ϕ = ∆𝑡
Eq.:(7)
4.0 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

A densidade encontrada com o densímetro foi de 0, 999 ± 0, 001 𝑔/𝑚𝐿 .


Utilizando o valor encontrado, foi possível calcular a massa da água através da
equação (1), sendo ela:
𝑚 = 999, 99 𝑔

Tabela 1. Temperatura medida no termômetro de cima (termômetro 1) e no


termômetro em baixo (termômetro 2).
Tempo (s) Temperatura Termômetro 1 (ºK) Temperatura Termômetro 2 (ºK)

0 299,150 299,150

180 302,150 303,150

360 308,220 308,650

540 314,250 315,150

720 320,160 320,950

900 325,170 325,250

1080 329,750 330,250

1260 331,160 332,150

1440 332,650 334,250

Através da equação (2) foi possível calcular a capacidade calorífica da água,


do béquer e do sistema, sendo a do sistema o somatório da capacidade calorífica
do béquer e da água, onde os resultados estão dispostos na tabela 2.

Tabela 2. Capacidade calorífica


Objeto de estudo Capacidade calorífica (J/K)

Água 4,184

Béquer 223,859

Sistema 228,043

Sabendo que a massa molar da água é de aproximadamente 18 𝑔/𝑚𝑜𝑙, calculou-se


o número de moles da água por meio da equação (3), resultando em:
55, 555 𝑚𝑜𝑙

Utilizando a equação (4) calculou-se a capacidade calorífica molar da água,


que resultou em:

0,075 𝐽/𝐾 𝑚𝑜𝑙

Pela equação (5) encontrou-se a variação de temperatura nos termômetros


em cada intervalo de tempo, como mostrado na tabela 3.

Tabela 3. Variação de temperatura nos termômetros em cada intervalo de tempo

Tempo (s) Variação de temperatura no Variação de temperatura no


termômetro 1 (K) termômetro 2 (K)

0 - -

180 3,000 4,000

360 6,070 5,500

540 6,030 6,500

720 5,910 5,800

900 5,010 4,300

1080 4,580 5,000

1260 1,410 1,900

1440 1,490 2,100

Calculou-se também a variação de calor nos termômetros 1 e 2, em cada


intervalo de tempo, para isso foi utilizada a equação (6). Os resultados das
variações são mostrados na tabela 4:
Tabela 4: Variação de calor nos termômetros 1 e 2, em cada intervalo de tempo.

Tempo Variação de calor no Variação de calor no


termômetro 1 (J) termômetro 2 (J)

0 - -

180 684,130 912,173

360 1384,223 1254,238

540 1375,101 1482,282

720 1347,736 1322,651

900 1142,497 980,586

1080 1044,439 1140,217

1260 321,541 433,282

1440 339,785 478,891

∆𝑄𝑚é𝑑𝑖𝑜 954,932 1000,540

Com a variação de calor em cada variação de temperatura para o termômetro


1 e 2, foi encontrado o calor médio para essas variações que foram, 954,932 J e
1000,540 J, respectivamente. Com esses dados foi possível encontramos o fluxo de
calor médio para o termômetro 1 e 2 através da equação (7), obtendo o seguinte
valor:
ϕ1 = 5, 559 𝐽/𝑠

ϕ2 = 5, 305 𝐽/𝑠

Calculou-se uma estimativa para a taxa de convecção pela diferença nas


taxas de fluxo de calor entre os termômetros, ficando:

ϕ1 − ϕ2 = 5, 559 − 5, 305 = 0, 254 𝐽/𝑠

Nos gráficos 1 e 2 podemos observar como a temperatura varia em cada


termômetro em função do tempo.
Gráfico 1. Temperatura no termômetro 1 em relação ao tempo.

Gráfico 2. Temperatura no termômetro 2 em relação ao tempo.


O gráfico 3 e 4 mostra como a temperatura variou em cada termômetro em
função do tempo.

Gráfico 3. Variação da temperatura no termômetro 1

Gráfico 4. Variação da temperatura no termômetro 2


No gráfico 5 podemos visualizar as variações de temperatura em cada
termômetro em função do tempo.

Gráfico 5. Variação da temperatura nos termômetros 1 e 2.

Observando e analisando os valores obtidos no experimento e os


comportamentos gráficos para cada termômetro, pudemos perceber que ocorrem
perdas de calor para o meio ambiente - visto que o ambiente se encontra em uma
temperatura menor que a da água no béquer - e essas perdas se dão pela
possibilidade de um líquido conseguir passar para o estado de vapor mesmo com
uma temperatura menor do que a temperatura de ebulição, pois algumas moléculas
que compõem o líquido possuem energia cinética maior do que as outras e por isso
elas conseguem escapar para o meio externo. Quando essas moléculas escapam
do líquido elas produzem uma vaporização superficial chamada de evaporação.
Caso a quantidade de moléculas que deixam o líquido seja maior do que a
quantidade de moléculas que entram, teremos como resultado a evaporação.
Assim, podemos definir que a mesma é a vaporização do líquido que se dá na sua
superfície livre, a uma temperatura menor do que a temperatura de ebulição. Como
a evaporação decorre da grande energia cinética de algumas moléculas, ela é
favorecida pelo aumento de temperatura, ou seja, quanto maior for a temperatura,
maior será a intensidade da evaporação.
Com base na teoria e no princípio de Arquimedes, foi possível analisar que
após a temperatura da água começar a aumentar era visível um movimento de
propagação de calor, pois as moléculas de água fria são mais densas e se
encontravam próximas do fundo do béquer, no entanto, o calor da chapa de
aquecimento esquenta as moléculas de água fazendo com que as moléculas mais
frias da superfície descessem, ocupando o espaço das moléculas de água quente
que são menos densas e fazendo com que as mesmas subissem. Formando assim,
correntes de convecção ou troca de calor.

5.0 CONCLUSÃO

A partir do experimento realizado foi possível observar acerca do método de


transmissão de calor convectivo, no qual a água foi aquecida e consequentemente
diminuiu a sua densidade e a fez sofrer um empuxo de movimento ascendente. A
água da superfície que se encontrava mais fria que a do fundo do béquer descia,
por ter uma maior densidade. Isso gera uma corrente convectiva.
Também foi observado que as temperaturas medidas nos dois termômetros
foram bem similares e que varia a região mais quente, uma vez que há uma
variação corrente entre a água mais densa e menos densa, gerando essa diferença
de temperatura em regiões distintas.

6.0 REFERÊNCIAS

[1] ATKINS, P.; JONES, L.; Princípios de Química, questionando a vida moderna
e o meio ambiente; 5ª Ed, Bookman Companhia Ed., 2011 7

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