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Conteúdo

Prefácio‐______________________________ 9

1 - Chamado e preparação de diácono.. 11

II - O cargo de diácono.15

III - Padrões de conduta para o diácono.. 19

IV -O trabalho do diácono....... 25

V-A designação e o periodo de gestão.. 27

VI -Os diáconos e o pastor... 29

VII-A honra e o galardão para os diáconos. 33

VIII-O cargo de diaconisa.... 35

IX - Padrões de conduta para a diaconisa. 39

X-A Junta Diaconal.... 41

XI - 10 exemplos motivadores para o exercício do diaconato ......43

XII - O diaconato e a história da igreja.......47

XIII - O que caracteriza um bom diácono. 53


PREFACIO

A Igreja é o Corpo de Cristo. Cada membro tem sua função especial para o bom funcionamento
desse Corpo. Todos são importantes, todos são indispensáveis.

Cada membro, quando encontra seu lugar no Copo, procura atuar. No entanto, para que o
trabalho seja eficaz, o salvo precisará de motivação.

A principal ele já tem: é Jesus. O autor da Epistola aos Hebreus convida-nos a olhar para Jesus,
"autore consumador da fe" (Hb 12:2).

Aquele que da comunidade crista inevitavelmente olhará também para os que ocupam cargos
na Igreja. E o que as pessoas veem no Corpo as levará a conclusões boas ou ruins. O bom
trabalho diaconal é essencial para que as pessoas tenham boa impressão sobre a igreja local.

Fazer com indiferença o que Deus manda è desprezar aquele que ordenou. Uma Igreja que não
reconhece a amplitude biblica dos ministérios e não valoriza todos os obreiros experimentară
desequilibrio no cumprimento de sua missio.

Eis a razão pela qual surgiu este estudo acerca do ministério diaconal. É muito importante
manter em posição de honra este ministério, criado pelos apóstolos para atender as
necessidades da igreja

Muitas vezes o Senhor falou ao meu coração acerca da importância que tem o diácono na Casa
de Deus. Passei a pesquisar o assunto e isso me proporcionou maior conhecimento do assunto,
aumentando ainda mais o meu amor para com os irmãos diconos e diaconisas.

Nossa intenção ao preparar este manual foi na realidade, valorizar o ministério diaconal. Com o
passar do tempo acumulamos muitas experièncias pastorais e administrativas estando entre
pastores, obreiros e igrejas.

Os encontros, as reuniões presbiteriais, os cultos especiais, etc, são oportunidades para se


conhecer muitos irmãos que ocupam cargos na igreja:

pastores, presbiteros, lideres de departamentos, senhoras que trabalham preparando as


refeições e outros. Mas, e os diáconos e diaconisas? Onde os temos colocado? Esta foi, então,
uma forma de prestar a honra devida aos irmãos que ocupam tão honrosa função no Corpo de
Cristo.

O desejo do meu coração é que este trabalho seja não só motivador, mas uma verdadeira
benção para nossos amados irmãos que atenderam ao chamado para servir na Casa do Senhor.

Vater J. Freitas
CAPÍTULO I

CHAMADO E PREPARAÇÃO DO DIÁCONO

O surgimento do ministério diaconal no cenário histórico da igreja primitiva ocorreu quando

a comunidade cristã começou a enfrentar uma crise de relacionamento. Os cristãos judeus de

fala grega se queixavam de que suas viúvas não estavam sendo atendidas na distribuição
diária de alimento.

Aumentando o povo, aumentou o problema.

Veja o relato bíblico:

"Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas
propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha
necessidade.

Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as

suas refeições com alegria e singeleza de coração,louvando a Deus e contando com a simpatia
de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos."

(At 2: 44-47)

Os apóstolos atentaram para o problema e procuraram solucioná-lo:

"Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos

helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na


distribuição diária.

Então, os doze convocaram a comunidade dos discipulos e disseram: Não é razoável que nós

abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas.

Mas, irmãos, escolhei dentre vás sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de
sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à
oração e ao ministério da palavra.

O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito

Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.

Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.


Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também

muitissimos sacerdotes obedeciam à fé." (Atos 6:1-7)

Com a atuação do Espírito Santo, o envolvimento dos irmãos e da liderança, representada pelos
apóstolos, foi escolhido e consagrado um grupo de homens para cuidar da "distribuição diária",
formando o primeiro corpo diaconal da história da Igreja. Aqueles homens passaram a ocupar
uma honrosa função. Foram chamados por Deus para cumprir uma missão específica no Corpo
de Cristo.

Deus chama e capacita

O chamado divino ocorre quando há envolvimento constante na obra. O Espírito Santo,


trabalhando no coração, faz brotar aquele sentimento prazeroso de servir incondicionalmente.
Faz o cristão ver a necessidade e a realidade do povo de Deus. Então surge aquela decisão de
entregar-se para maior serviço. Os olhos espirituais do cristão são abertos para que vejam o
dom da graça de Deus sobre sua vida ministerial e a capacidade natural e espiritual para o
cumprimento do ministério.

Deus não somente nos chama, mas também nos equipa para o exercício desse chamado. Cada

ministério é apoiado pelos frutos, dons e graça do Espírito Santo de Deus. Nada fazemos pela
nossa sabedoria, força ou capacidade natural, mas sim pelo Espírito do Deus vivo (Zc 4: 6).

Certamente a graça de Deus acompanha o chamado. E importante o diácono conhecer seu

chamamento e a graça que Deus concedeu. Tanto o chamado quanto a nossa preparação são
dons decorrentes da graça de Deus:

"assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos
outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja
segundo a proporção da fé, se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina
esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade;
o que preside,com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria." (Rm 12: 5-8)

Se Deus o chamou para ser diácono, não tente ministrar fora do seu chamado. É importante
saber que todos os ministérios têm sua origem no Senhor Jesus Cristo. Portanto, se Deus o
vocacionou para o diaconato, não queira fazer o trabalho de um pastor.

Cresça e desenvolva-se no seu chamado. Seja humilde. "... Deus resiste aos soberbos, mas dá
graça aos humildes". (Tg 4: 6b). Seja paciente, porque os dons e o fruto do Espírito equipam-
nos para o ministério. Mas leva tempo para que os frutos cresçam. A experiência só vem com o
tempo. Fé, responsabilidade e obediência certamente levarão o diácono a viver a excelência do
ministério pelo dom da graça de Deus.

CAPÍTULO II
O CARGO DE DIACONO

Cargo é uma função específica ou um dever dado formalmente a alguém. É uma posição de

confiança e de autoridade. Aquele que ocupa um cargo tem não apenas o direito de governar
mas também a responsabilidade de servir numa dada situação.

O diaconato é uma das funções essenciais para a igreja local. Diácono significa ministro, servo.
Os diáconos são, de fato, servos de Cristo tanto para com a liderança como para com o povo
de Deus. A Igreja é o Corpo de Cristo. Nela, cada membro tem um ministério, palavra que
significa simplesmente serviço ou função.

Todos os ministérios encontram sua origem no Senhor Jesus Cristo, inclusive o diaconato: "O

Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir (gr. diakoneo)..." (Mc 10: 45). Jesus
foi a expressão maior de todos os dons, graça e ministérios que um dia funcionariam em seu
Corpo, a Igreja. Ele é o modelo ou padrão para todas as atividades ministeriais da Igreja:

 Apóstolo Hb 3: 1

 Profeta Jo 4: 19

 Evangelista Lc 4: 18

 Doador Gl 2: 20

 Dirigente Lc 1: 33

 Demonstrador de Misericórdia Hb 2: 17

 Pastor Jo 10: 11

 Mestre Jo 3: 2

 Presbítero Rm 8: 29

 Diácono Lc 22:27

 Exortador Lc 2: 25

 Operador de Milagres Jo 11: 47

 Aquele que Cura Lc 6: 17-19

 Governador Is 9:6, 7

 Intercessor Hb 7: 25
E muitos outros...

Deus deu a todos os membros do Corpo talentos e capacidades para o exercício de suas
funções. Portanto, cada um precisa encontrar seu lugar e desempenhar as funções especiais
recebidas do Senhor.

Para entender melhor o ministério diaconal,vamos agora estudar o significado do termo


diácono. Quatro palavras gregas nos ajudarão a compreender essa função. São elas: diakoneo,
diakonia, diákonos e diako. Vamos estudá-las separadamente.

1. Diaconeo - Significa servir, atender ou ministrar.

No Novo Testamento, a palavra é usada tanto para referir-se ao ato específico de servir
pessoas à mesa (Lc 22: 24-27) como para servir

de um modo geral (Mt 4: 11; 27: 25; At 19: 22; 2Co 8: 19). Normalmente, retrata ajuda e apoio
aos outros (Lc 8: 3; Rm 15: 25).

2. Diakonia-Significa serviço, ministério, assistência ou socorro.

No Novo Testamento, essa palavra é usada para mencionar todas as formas de serviço (Hb 1:
14; Ef 4: 12). Pode referir-se à preparação de uma refeição (Lc 10: 40), ao socorro aos pobres, à
ajuda aos que estão passando necessidades (At 1: 29; Rm 15:31) e, inclusive, ao ministério
cristão (Rm 12:27).

3. Diakonos - Significa servo, garçom, ministro.

No NT, a palavra é usada para fazer menção específica a um servo (Mt 20: 26; 23: 11; Jo 12:

26) ou a alguém que ajuda, consola e encoraja (1 Tes 3: 2). É empregada de uma forma espe-

cial para mencionar os encarregados da Igreja (Fp 1: 1; 1 Tm 3: 8). Essa palavra é usada para

mencionar diferentes líderes da Igreja, inclusive os apóstolos (2 Co 3: 6; Ef 3: 7; Cl 1: 23).

4. Diako - O termo refere-se a um moço de recados.

Não é encontrado no Novo Testamento, mas é a raiz de onde surgem as outras três palavras

mencionadas anteriormente. É usada também para mencionar alguém que serve.

Essas palavras estão intimamente relacionadas e todas retratam o serviço ou ministério. As

vezes, são usadas em sentido genérico e não oficial. Todos os cristãos deveriam ter a atitude e
o coração de um servo. O Senhor Jesus é o nosso
exemplo (Fp 2: 7).

De acordo com o ensino do Novo Testamento, o ministério diaconal deveria ser exercido

por pessoas que já houvessem sido aprovadas no serviço cristão da igreja local: "Também
sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o
diaconato." (1 Tm 3: 10). Tendo,

então, sido aprovadas, receberiam autoridade e responsabilidade em certas áreas.

Muitos estudiosos da Bíblia créem que esta função especial de serviço tornou-se um cargo

com padrões especiais na Igreja. Observe a referência que Paulo faz aos diáconos em sua
carta aos Filipenses: "De Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo. A todos os cristãos de
Filipos. E aos seus bispos e diáconos". (Fp 1: 1).

Este ofício foi instituído por motivos práticos, de acordo com a primeira referência em At 6:1-7.
As virtudes morais e espirituais exigidas dos diáconos elevam-se ao nível requerido do pastor,

em virtude das responsabilidades envolvidas no atendimento às necessidades da Igreja. Os


diáconos foram, portanto, chamados para exercer um cargo de elevado padrão.

CAPÍTULO III

PADRÕES DE CONDUTA PARA O DIÁCONO

Com o estabelecimento e crescimento da Igreja, surgiu a necessidade de pessoas que


administrassem o serviço prático. Os diáconos deveriam ser homens bons, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria.

Os doze apóstolos convocaram uma reunião e indicaram sete homens respeitados pelo povo.

Explicaram que não era correto que eles, os apóstolos, deixassem de ensinar a Palavra para se
dedicar a "servir às mesas". Ao eleger aqueles cristãos para cuidar da "distribuição diária", a
igreja primitiva estava selecionando o primeiro corpo diaconal da história cristã.

Os apóstolos disseram à comunidade cristã que colocariam esses homens no cargo diaconal e

os irmãos ficaram satisfeitos. Os escolhidos foram apresentados perante os apóstolos, que


oraram com imposição de mãos e os abençoaram (At 6:1-6).

Tornou-se, então, necessário criar um conjunto de normas que servissem como procedi-

mento regular para a eleição e comportamento dos diáconos. Na Igreja Primitiva, certas
virtudes ou padrões de conduta eram exigidos dos diáconos. Passaremos a estudá-los em três
subtítulos:

padrões morais, familiares e espirituais.


I. Padrões Morais

1) De uma só palavra, 1 Tm 3: 8.

O diácono não deve ter "lingua dobre" (versão Almeida Corrigida). A expressão refere-se a

alguém que diz uma coisa a uma pessoa e algo diferente a outra. Também pode referir-se a
alguém que não fala com seriedade e muda de opinião de acordo com a conveniência.

O texto bíblico também se aplica àqueles que

falam demais, sem dar importância ao que dizem, sendo chamados de mexeriqueiros. Quem
age assim é tido como pessoa perigosa, indigna de confiança. O diácono precisa ser vigilante,
cauteloso e respeitador para com todos. Só assim poderá falar com autoridade e amor.

2) Não dado a muito vinho, 1 Tm 3: 8.

O diácono precisa ter auto-controle. Quem ingere bebida alcoólica perde o controle, tornando-se
um fraco modelo a ser seguido pelos outros.

3) Sem ganância, 1 Tm 3: 8.

O diácono precisa ser honesto e irrepreensível em todas as suas atividades. Não pode agir
visando ao lucro. Quem possui espírito ganancioso corre o perigo de destruir sua própria vida
(Pv 1: 19).

4) Irrepreensível, 1 Tm 3: 10.

O diácono deve ter um caráter inatacável e elevada conduta moral. Ele precisa ter um estilo

de vida consagrado a Deus e ser um cristão exemplar para que os outros possam segui-lo.

5) Provado e aprovado, 1 Tm 3: 10.

Para exercer o diaconato, é necessário que o cristão tenha alcançado os padrões divinos
estabelecidos para aquela função. As qualidades precisam ser vistas e aprovadas na igreja
local. São os irmãos que dão testemunho do crescimento constante e da maturidade daquele
que deseja exercer o diaconato.

II. Padrões Familiares

1) Marido de uma só esposa, 1 Tm 3: 12.

O diácono precisa ser exemplo de fidelidade, cumpridor dos votos matrimoniais. Espera-se que
seja esposo exemplar, para que sirva de modelo. Isso lhe dará autoridade perante a Igreja e a
sociedade. Suas orações não serão impedidas.

2) Governar bem a sua casa, 1 Tm 3: 12.


O diácono, na qualidade de esposo e pai, é um sacerdote do lar. E, portanto, uma autoridade

espiritual. Ele deve servir a família com amor, sabedoria e autoridade bondosa. Em certo
sentido,deve saber como ser um 'diácono' em seu próprio lar, antes de tentar servir a Família de
Deus.

III. Padrões Espirituais

1) Cheio do Espírito Santo, At 6: 3.

O exercício de qualquer ministério na família de Deus requer a presença do Espírito Santo. Até

mesmo os serviços que parecem ser essencialmente práticos requerem poder espiritual.

Somente o Espírito de Deus pode unir nossas aptidões naturais com os seus dons e graças

espirituais. Ambos são necessários e foram dados para que cada cristão fosse totalmente
equipado.

Não conseguimos fazer nada de valor espiritual independentemente do Espírito Santo.

2) Cheio de Sabedoria, At 6: 3.

Sabedoria é a capacidade de julgar corretamente e agir prudentemente. A função de diácono


surgiu para ajudar a manter a harmonia na Igreja. Portanto, ser sábio é essencial para o
trabalho diaconal.

Os serviços práticos necessitam não somente do poder, mas também da sabedoria

que vem de Deus. O exercício do ministério diaconal requer muito conhecimento e também
sabedoria para usá-lo bem. Deus tem um propósito para a sua Igreja, como Corpo, e para cada
cristão, individualmente. Quando o diácono parece que vai perder o controle emocional, precisa
da sabedoria de Deus para manter o equilíbrio.

3) Digno de Respeito, 1 Tm 3: 8

Os diáconos devem portar-se com a dignidade que seu chamado exige. Seu serviço deve estar

de acordo com o santo propósito de Deus para o seu povo. A comunhão com Deus e o
ministério diaconal praticado com atos de fé e obediência certamente atrairão as pessoas e
estas dispensarão aos diáconos um tratamento respeitável.

4) Fiel à fé, 1 Tm 3: 9.

Os diáconos precisam conhecer a santa vontade e o propósito de Deus para a Igreja. Precisam

viver vidas retas, de acordo com a Palavra. O que dizem e fazem precisa, de fato, ter coerência
com o que crêem. Devem ser cumpridores do dever para com Deus e para com os semelhantes.
Estes padrões nos mostram a importância que Deus dá a todas as formas de serviço na Casa

do Senhor. No Antigo Testamento, somente os que se separavam para Deus poderiam carregar
os vasos santos do Senhor (Is 52: 11; 1 Cr 15: 12).

Estes mesmos padrões elevados para o serviço são também vistos no Novo Testamento.

Os que vão servir como diáconos devem primeiro ter sido aprovados por seu comportamento
cristão coerente e consciencioso, particularmente em questões que envolvam a autodisciplina
e direção do próprio lar. O ministério diaconal requer um padrão de vida semelhante ao exigido

do presbitero (compare 1 Tm 3:2, 5, que menciona os presbíteros, com 1 Tm 3: 12, acerca dos
diaconos).

O Regimento Interno da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil apresenta no artigo 59 os


requisitos exigidos para aquele que pretende exercer o diaconato:

ser cheio do Espirito Santo;

ter as características espirituais descritas 1T'm 3.8-13;

aceitar e cumprir plenamente as normas daIPRB;ser membro da IPRB bá pelo menos 2 (dois)

anos; ser dizimista; ser aluno assiduo da Escola Bíblica Dominical,

salvo por motivo justo.

O trabalho principal dos diáconos é servir os outros. Este ministério, como os demais, deve ser

cumprido corretamente. Os que assumem tal responsabilidade com dignidade asseguram e


aumentam grandemente a confiança que neles é depositada pela Igreja, conseguindo
testemunhar com poder a fé cristã.

CAPÍTULO IV

O TRABALHO DO DIÁCONO

A responsabilidade principal

Com base nas Escrituras, podemos afirmar que a responsabilidade principal dos diáconos é o

serviço prático, voltado às necessidades da comunidade cristã. Esse propósito pode ser visto
claramente quando os diáconos foram pela primeira vez escolhidos e nomeados na Igreja
Primitiva. A tarefa deles "...servir às mesas..." (At 6: 2).

Uma grande parte do trabalho que existe em uma Igreja local é de responsabilidade dos que

exercem o ministério diaconal. Por exemplo:


 cuidar de finanças e de contabilidade;

 fazer trabalho de escritório/ secretaria;

 Fazer a manutenção dos prédios, do terreno e da casa pastoral;

 recepcionar as pessoas e acomodá-las no templo;

 visitar os recém-chegados, enfermos e idosos;

 ajudar aos pobres e necessitados;

 cuidar de assuntos práticos com relação a batismos, casamentos, funerais, pastor e


família;

 auxiliar nos programas de construção;

 Participar de reuniões, acampamentos, retiros,oração no monte, vigilias, encontros,


reuniões no presbitério e demais conferências especiais.

O Regimento Interno da IPRB, página 48, art. 60,menciona as atribuições dos diáconos:

 cuidar da beneficência;

 zelar pela ordem durante o culto e atos religiosos da Igreja local;

 levantar as ofertas e encaminhá-las à tesouraria da Igreja local;

 desempenhar as funções administrativas designadas pelo Conselho.

Deus supriu, através do ministério dos diáconos, uma forma pela qual todas essas atividades

fossem feitas-e feitas bem! Aindaque o diaconato seja um ministério de serviço prático, tem
um propósito celestial e espiritual. Não se exige dos diáconos o governo e o ensino. No entanto,
eles têm o privilégio e a liberdade de pregar a Palavra, como fez o diácono Felipe (At 8: 26-40).

CAPÍTULO V

A DESIGNAÇÃO E O PERÍODO DE GESTÃO

A Bíblia nada diz sobre a extensão do mandato do diácono ou seu período de gestão.
Aparentemente, na igreja primitiva os diáconos serviam por tanto tempo quanto fosse
necessário, enquanto preenchessem os requisitos para o exercício do cargo.

No Regimento Interno da IPRB, página 48, encontramos as regulamentações quanto ao período


de gestão do diácono:

Art. 61-Os diáconos constituem, para o exercicio de seu mandato, a Junta Diaconal, que terá a
sua diretoria composta de presidente,vice-presidente, secretário e tesoureiro, eleitos
anualmente.

Art. 62-0 mandato do diácono limita-se ao período de 2 (dois) anos, a partir da investidura

e posse, podendo ser renovado.

Parágrafo Único-Findo o mandato, não sendo reeleito, fica o diácono em disponibilidade

ativa, mesmo que se transfira para outra Igreja local, devendo exercer as atividades que lhe
forem designadas pela Junta Diaconal.

Art. 63-Aplicam-se aos diáconos as disposições do Art. 54 @ 3° e do Art. 57.

Conforme o parágrafo terceiro do Art. 54, em caso de renúncia, fica o diácono impedido de
concorrer às eleições do mandato seguinte. E de acordo com art. 57, as funções
administrativas do diácono cessam por uma das seguintes razões:

 exclusão;

 renúncia;

 deposição;

 término de mandato;

 abandono;

 incapacidade permanente;

 mudança;

 falecimento.

Um bom procedimento por parte da liderança da Igreja seria ensinar os fundamentos do


trabalho diaconal e o cuidado exigido daqueles que se dedicarão a essa tarefa.

É necessário valorizar os que são chamados para este tão importante ministério na Igreja, que
é a Casa do Senhor. Faz-se necessário um treinamento específico para os que exercem essa
posição de tão grande responsabilidade.

CAPÍTULO VI

OS DIÁCONOS E O PASTOR

Considerando-se as elevadas qualificações espirituais dos diáconos, tem-se tornado prática

comum em muitas igrejas que eles sirvam no "Conselho Consultivo" do pastor. Atuando
juntamente com os presbíteros, auxiliam o Conselho nas questões de ordem espiritual.

Os diáconos são membros da Igreja local,como tantos outros crentes. Por isso mesmo,
encontram-se em posição de conhecer e sentir os pontos de vista dos irmãos. Outros membros
da Igreja terão liberdade de revelar-lhes aquilo que nesitariam em falar diretamente ao pastor.
Isso dá aos diáconos condição de transmitir ao pastor o pensamento da Igreja local, pondo-o
mais a par de tudo. Por essas e outras razões, esses servos de Deus são elementos de real
valor. O pastor precisa apreciar a colaboração deles.

Embora o diácono possa ajudar o pastor no bem-estar espiritual da Igreja, é bom que seja
cauteloso para não se afastar de sua função principal, que é cuidar do ministério do serviço
prático.

A relação entre diáconos, presbiteros e pastor deve ser resumida na palavra "cooperação", que
indica a troca de idéias e companheirismo no trabalho, conservando-se sempre o respeito
mútuo.

Em 1 Ts 5:12, 13 e no Salmo 105: 15 lemos:

"Agora, vos rogamos, irmaos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos

presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração,

por causa do trabalho que realizam."

"Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas",

É justo e apropriado aos olhos de Deus que o diácono tenha santo respeito para com o ministro
ungido, o líder de sua Igreja. E isso pode ir até os limites determinados pelo autor da Epístola
aos Hebreus "Obedecei aos vossos guias, e sede submissos para com eles..." (Hb 13:17)

Concluímos este capítulo lembrando que o Espírito Santo haverá de conceder o dom especial
necessário para aqueles que seguem nesse setor tão importante na atividade da Igreja.

Em Rm 12: 6, 7 e em 1 Pe 4: 11 lemos que: "se alguém serve,faça-o na força que Deus supre."

A palavra ministério é tradução de um termo grego que também serve de base ao nosso
vocábulo diácono. Ser um diácono, pois, equivale a servir ou ministrar. Deus providenciou um
dom especial para tais obreiros. Quão sagrado e bendito é o ofício do diácono, desde que
realizado em harmonia com os presbíteros e com o pastor, e quão importante e necessário é o
trabalho que eles realizam na igreja local.

CAPÍTULO VII

A HONRA E O GALARDÃO

PARA OS DIÁCONOS
"Pois os que desempenbarem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e
muita intrepidez na fé em Cristo Jesus." (1 Tm 3:13).

Paulo nos diz que para aqueles que servirem bem haverá uma grande honra e galardões. Há um

profundo significado na frase: "os que desempenharem ben'. Ela refere-se aos que foram fiéis,
sensíveis, responsivos, dedicados, responsáveis e confiáveis.

Estêvão e Filipe foram pessoas assim. Eles estavam dispostos a ir além do dever e
aproveitaram todas as oportunidades possíveis para ministrar o amor de Deus em ocasiões de
necessidades práticas e naturais. Tudo o que faziam para os outros era como se fosse para o
Senhor.

A honra ("justa preeminència", "boa posição") que um diácono recebe certamente vem de povo
a quem serve. Também pode ser que apóstolo estivesse se referindo aos galardões vir dos das
mãos divinas, tanto celestiais quanto terrenos. Um galardão terreno poderia significar um
ministério maior e com mais responsabilidades.

O termo grego bathmos neste versículo significa degrau e refere-se à crescente influência
moral e eclesiástica decorrente do ofício.

A segunda coisa que Paulo diz é que os que servem bem recebem muita intrepidez na fé. Um

bom exemplo disto é Estêvão. Na qualidade de diácono, ele teve muitas oportunidades de
compartilhar a sua fé e de orar com aqueles que estavam necessitados.

Deus respondeu às suas orações e corresponde à sua fidelidade, dando-lhe um poderoso


ministério acompanhado de sinais e prodígios (At 6:8). Ele se tornou uma corajosa testemunha
para Cristo e teve a honra de ser o primeiro cristão a morrer pela sua fé. Sem Estêvão, talvez
nunca tivesse havido um apóstolo Paulo.

Concluo este capítulo, lembrando aos amados diáconos que a Palavra de Deus diz assim:

"Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas,
desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e
Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz,
não fazendo caso da ignominia, e está assentado à destra do trono de Deus." (Hb 12: 1, 2).

CAPÍTULO VIII

O CARGO DE DIACONISA

Fundamentação das Escrituras

"Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizen-
tes, temperantes e fiéis em tudo." (1 Tm 3:11).

A palavra mulheres na passagem acima poderia também ser traduzida como esposas. A
escolha entre as duas depende do sentido da passagem. Há várias razões para crermos que no
texto de 1 Tim 3: 11 este termo se refira a mulheres e não anesposas:

 não há no texto grego nenhum pronome possessivo (deles), nem artigo (as). Portanto,
não existe razão com base na gramática grega para associar as mulheres aos diáconos
na qualidade de esposas deles;

 a expressão "da mesma forma" é a mesma usada no versículo 8. Neste versículo, é


usada para separar os diáconos dos presbíteros, como uma classe diferente (veja
também 1 Tm 2:9; Tt 2: 3, 6). Aparentemente, portanto, as mulheres citadas aqui (1 Tm
3: 11) formam uma nova classe de servas. Esta nova classe seria a das diaconisas.

 nenhum padrão de conduta é dado para a esposa do presbitero. Parece muito


improvável que Paulo escrevesse acerca do comportamento das esposas dos diáconos
e deixasse de orientar as mulheres dos presbiteros.

Portanto, realmente o termo mulheres provavelmente não se refira às esposas, e sim a uma
classe diferente de servas - as diaconisas.

Conforme o Regimento Interno da IPRB, art. 117, o ministério feminino é composto de:

 cooperadora;

 diaconisa;

 evangelista;

 missionária.

Exemplos que Apontam Para o Ministério Diaconal Feminino

Uma fundamentação adicional para o cargo da diaconisa vem de outras passagens bíblicas.
Várias mulheres são vistas com uma função de serviço cristão no início da igreja
neotestamentária. Na maioria dos casos, de alguma forma a palavra grega diakoneo é usada.
Observe as referências seguintes.

1) Febe (Rm 16: 1, 2)

"Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo (diaconisa] à igreja de Cencréia, para
que a recebais no Senhor como convém aos santos e a ajudeis em tudo que de vós vier a
precisar, porque tem sido protetora de muitos e de mim inclusive.

Febe é uma mulher, uma serva (diakonos) e alguém que ajuda outras pessoas. Paulo
recomenda o seu fiel ministério de servir aos outros. Esta é uma ilustração perfeita do que
significa ser uma diaconisa.

2) As mulheres que serviam Jesus (Lc 8: 1-3)

"Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia,
pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, e também
algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria,
chamada Madalena, da qual sairam sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de
Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência [diakoneo] com os seus
bens."

De vez em quando, havia um grupo de mulheres agradecidas e fiéis que viajavam com Jesus e
os discípulos. Elas serviam ao Senhor de uma maneira prática e material. Poderiam ser
consideradas como as primeiras diaconisas do ministério cristão.

3) Dorcas (At 9: 36-40)

"Havia em Jope uma discipula por nome Tabita, nome este que, traduzido, quer dizer Dorcas;
era ela notável pelas boas obras e esmolas que fazia. Ora, aconteceu, naqueles dias, que ela
adoeceu e veio a morrer; e, depois de a lavarem, puseram-na no cenáculo. Como Lida era perto
de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, enviaram-lhe dois homens que lhe
pedissem: Não demores em vir ter conosco. Pedro atendeu e foi com eles. Tendo chegado,
conduziram-no para o cenáculo; e todas as viúvas o cercaram, chorando e mostrando-lhe
túnicas e vestidos que Dorcas fizera enquanto estava com elas. [...]

Dorcas era uma mulher que fielmente servia às necessidades dos pobres. Ela não era
oficialmente chamada de diaconisa, mas certamente fazia a obra de uma diaconisa.

Obviamente, no início da igreja neotestamentária, havia muitas mulheres que ministravam


como servas. Os registros do segundo século revelam que havia uma ordem de diaconisas na
igreja naquela época. Certamente há necessidade de um ministério tão importante assim. As
servas do Senhor têm um importante papel a cumprir na Casa de Deus.

CAPÍTULO IX

PADRÕES DE CONDUTA

PARA A DIACONISA

Os mesmos padrões de comportamento exigidos do diácono aplicam-se à diaconisa. Além

destes, Paulo dá um destaque especial aos seguintes fatores, em 1 Tm 3: 11.

a) Digna de respeito - A diaconisa precisa reverenciar e honrar a Deus em tudo o que fizer.
Cumprindo o seu chamado com dignidade, ela ganha o respeito daqueles a quem serve.

b) Não pode ser dada à maledicência - A diaconisa não pode ser uma pessoa que faz críticas,
julgamentos e que procura falha nos outros.

Não pode ser dada a mexericos ou a falar às escondidas sobre os outros. O hábito de falar mal

de alguém, denegrindo a imagem do próximo, não pode ter lugar em sua vida. Veja o que diz
Tiago em sua Epístola: "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a lingua,
antes,enganando o próprio coração, a sua religião é và.". (Tg 1:26)

c) Precisa ter autocontrole - A diaconisa é uma mulher que não deve ser dominada por suas
emoções. Não faz conclusões precipitadas e nem toma decisões irrefletidas, mas é correta em
suas opiniões.

d) Precisa ser fiel em todas as coisas. A diaconisa é confiável e responsável em seu serviço
para com os outros. É cuidadosa e minuciosa em tudo o que faz para o Senhor, Podemos ter a
confiança de que ela cumprirá todas as tarefas que assumir.

Deus derramou o seu Espirito sobre as suas servas para um ministério espiritual e um serviço

prático, Há muitas necessidades na obra e no ministério da Igreja que podem ser mais bem
cumpridas pelas mulheres. Em muitas áreas de serviço, elas têm um lugar especial ao lado dos
seus irmãos em Cristo, Se deixarmos de usar todos os diferentes ministérios que Deus
estabeleceu na sua Igreja, todo o Corpo de Cristo sofre, Todos os membros tém um ministério
e, com certeza, isso inclui nossas irmãs no Senhor.

CAPÍTULO X

A JUNTA DIACONAL

"Os diáconos constituem, para o exercício de seu mandato, a Junta Diaconal, que terá a sua
Diretoria composta de Presidente, Vice-Presidente,Secretário e Tesoureiro, eleita anualmente."
Regimento Interno da IPRB, art. 61.

As funções específicas da Junta Diaconal voltam-se aos interesses temporais. Ela coordena e
administra as atividades que são de competência do ministério diaconal.

Vejamos quatro narrativas nas Escrituras que trazem lições sobre organização e administração.

Os textos bíblicos revelam princípios dinâmicos e poderosos, servindo para orientação e


motivação da administração diaconal: Moisés (Êx 18); Neemias (Neemias, capítulos 1 a 12); os
apóstolos (At 6) e o Concílio de Jerusalém (At 15).Paulo colocou o dom de administrar ao lado
dos dons de apóstolo, mestre, operador de milagres, curas, socorros e variedades de línguas
(1Co 12: 27-29).

O presidente da Junta Diaconal tem um papel fundamental para o bom desempenho de


todo o ministério diaconal da igreja. Ele é lider precisa atentar para isso. Todo o esforço
empregado na preparação deste manual não surtirá efeito no diaconato se faltarem algumas
das qualidades desejáveis para um lider:

 capacidade na formulação de objetivos claros,bem definidos;

 babilidade para alcançar os objetivos;

 capacidade para obedecer e comandar

 capacidade de ouvir e aprender,

 desejo de triunfar,

 interesse nas pessoas e respeito por elas;

 conduta pessoal exemplar,

 babilidade em relacionar-se com as pessoas.

O presidente da Junta Diaconal deve ser dotado de criatividade, iniciativa e visão ampla do

reino de Deus. Sua atuação deve estar voltada para o serviço interno da igreja local, para a
prática da ação social e para as necessidades missionárias.

A atuação do presidente da Junta deve estar voltada também para o discipulado, incentivando

os demais diáconos e diaconisas a trabalhar com aqueles que poderão imitá-los no ministério
diaconal.

CAPÍTULO XI

10 Exemplos motivadores para o exercício do diaconato (2 Coríntios 9: 6-15)

Espero que, ao estudar este capítulo, você já tenha lido os anteriores, os quais foram
desenvolvidos com o propósito de apresentar os fundamentos do diaconato.

O propósito deste capítulo é despertar seu interesse para o exercício do trabalho diaconal, a fim
de motivá-lo a continuar neste oficio santo. E que outros sejam também despertados e
motivados a ingressar nesse ministério a serviço do Reino de nosso Senhor Jesus Cristo.

1. É semeador (v. 6)

O diácono, na qualidade de semeador, deverá ser uma pessoa de fé, disposição e paciência. Os
trabalhos internos da Igreja, as visitações e tantas outras atividades ligadas ao diaconato são
campos férteis para semear o amor, a cooperação, a confiança e tantas outras sementes
abençoadoras do evangelho que precisam ser plantadas e cultivadas na vida das pessoas.
2. É contribuinte (v.7)

A pessoa que está mais próxima dos contribuintes na igreja local certamente é o diácono ou a

diaconisa. Por isso, precisa dar o exemplo da graça doadora em sua vida. Assim, muitos outros
serão motivados a contribuir.

3. É aquele que tem o suficiente (v. 8)

A nossa suficiência vem de Deus, o qual nos faz prosperar pela graça (2 Co 3:5). Isso deve
deixar o diácono e a diaconisa contentes e levá-los a serem generosos para com os outros.

4. Recebe preciosas promessas (v. 9)

O diácono tem o incentivo bíblico para a prática do ministério e recebe de Deus a promessa de
prosperidade. As bênçãos decorrentes da oração são amplas. Tanto é beneficiado recebe
quem como quem contribui, ainda mais quando se trata do exercício do diaconato. Aqueles que
ocupam esse ofício se encontram na condição de orar, receber e distribuir.

5. É pessoa de fé (v. 10)

Aquele que deposita sua confiança na pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo certamente terá
como resposta a prosperidade material ("...aumentará a vossa sementeira...") e espiritual ("...e
multiplicará os frutos da vossa justiça...").

6. Vive com propósitos sublimes (v. 11)

Quem exerce o diaconato deve ter propósitos nobres em sua vida: "De graça recebestes, de
graça dai...". O diácono pratica a generosidade com o propósito de levar os que são
beneficiados a glorificar aquele que é o Todo-poderoso - Jesus.

7. É pessoa de influência (v. 12)

A atuação do diácono deve ser motivadora, a fim de que todos exercitem com liberalidade a
beneficência. Assim, aqueles que forem assistidos poderão tributar graças a Deus, louvando-o
como "Deus da providência."

8. Provado na ministração

eficaz pela obediência (v. 13)

A obediência ocupa um lugar importante na vida de todo o crente, inclusive na vida do diácono.
Ele deve desembaraçar-se de tudo o que porventura impeça de alguma forma a prática da
contribuição. Jamais poderá ele ser um empecilho, pois ocupa posição de instrumento
necessário para o bom funcionamento da contribuição entre os irmãos. Isto será possível
através do exercício da fé, pela obediência ao Evangelho do Senhor Jesus e deve ser feito com
o propósito de alcançar a todos.
9. É alvo das orações (v. 14)

Aquele que exerce o diaconato deve estar consciente de é alvo das orações da Igreja.

que Quando a Igreja ora e agradece as bênçãos de Deus pela ação dos irmãos, certamente os
diáconos estão incluídos, e com destaque, numa demonstração de amor dedicado e afeto. Sem
dúvida, recebem a gratidão por causa do serviço que prestam aos santos. E fazem isso
movidos pelo poder da graça que há em suas vidas.

10. A maior motivação para o ministério diaconal (v. 15)

Quem exerce o diaconato tem a salvação como o seu maior incentivo. A salvação em Jesus
Cristo é o dom inefável e a motivação perfeita para incentivar todo e qualquer sacrificio.
"Graças a Deus pelo seu dom inefável".

CAPÍTULO XII

O DIACONATO E A HISTÓRIA DA IGREJA

- Diaconato -

um ministério destinado a ter o seu lugar na história.

A igreja da primeira geração cristã era do tipo genuinamente missionária. Foi dada àqueles que
haviam sido chamados para conquistar o mundo a responsabilidade de cuidar do mundo
conquistado para o Evangelho.

Os discípulos atuavam no Reino de uma forma marcante e dinâmica. A sensação era de


liberdade, o casulo havia se rompido. Estavam saindo de um estilo de vida restrito, de caráter
local e até tribal, para novas fronteiras. Uma força grandiosa os movia. Era um misto de
lembranças dos fatos vividos e a perspectiva de futuro, com uma disposição incontida de
realizar a vontade de Deus.

Muitos deles eram testemunhas dos maioresbacontecimentos da história: a morte e


ressurreição de Jesus e a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Em seguida, os
discípulos passaram a experimentar as consequências maravilhosas desses acontecimentos:
milagres, conversões em massa e liberdade na presença do Senhor. Com a instituição do
diaconato, estabeleceu-se como princípio bem definido que aqueles que serviam ao Senhor no
ministério da Palavra poderiam contar com outros, que serviriam na "distribuição diária" na
Casa do Senhor.

Os primeiros diáconos mostraram que a obra que Cristo começou a fazer é a Igreja que
continuará a realizar. Esses obreiros especiais que atuam na Igreja - Corpo de Cristo - movidos
pelo Espírito Santo, são conhecidos diante de Deus e, por isso, atuam sem se preocupar em se
destacar. Não têm medo do anonimato. O que interessa mesmo é fazer a obra de Deus.

Veja, a seguir, a lista dos sete primeiros diáconos e os significados de seus nomes. O fato de a

Bíblia destacar os feitos de Filipe e Estêvão muito serviu para engrandecer o ministério diaconal.

"..e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espirito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão,
Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia..". (At. 6.5).

Estêvão "coroa".

Filipe - "amigo de cavalos".

Prócoro - "mestre do coro.

Nicanor - "vitorioso".

Timão - "que parece justo"

Pirmenas "fiel".

Nicolau "ritorioso".

Estêvão, diácono e grande pregador.

Estêvão tinha nome grego. Homem notável, cheio de fé e do Espírito Santo foi perseguido pelos
judeus helenistas. Revelou-se grande pregador, dotado com poder de operar milagres.

O diácono Estêvão sofreu acusações injustas e foi levado ao sinédrio para ser julgado. Perante
seus acusadores, apresentou sua defesa com argumentos calcados na Palavra de Deus,
revelando-se conhecedor da história do povo santo. Começou recordando a escolha que Deus
fez dos patriarcas e de que modo os guiou. Destacou o propósito divino na direção do povo de
Israel para um fim determinado. Mostrou que os hebreus resistiram à vontade de Deus.

Estêvão acusou seus ouvintes de resistir ao Espírito Santo; acusou-os de traição e homicídio.

Foi encorajado e consolado com a visão do "Filho do Homem" em pé, à direita de Deus, pronto
para recebê-lo. Foi morto por apedrejamento,após falar da visão celestial.

Após a morte de Estêvão, a perseguição intensificou-se e fez com que os cristãos saíssem de
Jerusalém. "Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra." (At
8:4). Os que foram dispersos espalharam a pregação pelo mundo. Isso significa que a
perseguição provocou uma ação missionária espontânea.

O discurso e o martírio de Estêvão assinalaram o ponto de transição em que o Cristianismo


deixa a forma primitiva que o limitava aos judeus para alargar-se às regiões habitadas pelos
gentios.
O caráter pessoal de Estêvão era de encantadora beleza. Agia no poder do Espírito Santo,cheio
de graça e fortaleza. "Viram o seu rosto como o rosto de um anjo". Suas últimas palavras foram:
"Senhor, não lhes imputes este pecado". (At 7: 59)

Filipe, o evangelista

Filipe é o segundo na lista dos sete diáconos.

Era homem de boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria. Foi logo após a morte de
Estevão que Filipe apareceu no cenário missionário como evangelista (At 8: 5). Visitou Samaria,
pregando o evangelho, operou milagres e converteu a muitos (At 8: 4-8; 21: 8).

Filipe era hospedeiro (At 21: 8), suas filhas serviam ao Senhor (At 21: 9). Dirigido por um anjo,
ele seguiu pela estrada de Jerusalém em direção a Gaza, encontrando-se com o etíope eunuco,
a quem anunciou o evangelho e batizou (At 8:26-39).

O ministerio diaconal foi formado logo no início da Igreja Primitiva. Portanto, ao nos referirmos
à vida da Igreja em seus primeiros passos,certamente encontraremos menção aos diáconos.

No entanto, esse ministério encontra-se atualmente um tanto desprestigiado. Há na igreja fas-

cínio pelos dons carismáticos e isso vem sufocando a atuação do ministério diaconal.

Quem é o culpado? Se agirmos com verdade, certamente diremos: todos somos culpados. Não
seria, talvez, o momento de reconhecermos esta falha e pedirmos perdão a Deus? Reconhecer
o erro é uma bênção muito grande na vida. Revela humildade, dentre outras virtudes. "O Senhor
dá graça aos humildes...".

O momento é oportuno para tomarmos um posição que vá além das palavras e agirmos no
sentido de melhorar as condições de trabalho dadas aos diáconos. Esta é nossa oportunidade.
Se nada fizermos agora, o Senhor certamente usará outros para levantar a bandeira diaconal. O
ministério diaconal fará parte da história da Igreja,enquanto ela existir.

CAPÍTULO XIII

O QUE CARACTERIZA UM BOM DIACONO

As referências bíblicas são suficientes para que o diácono desempenhe bem o seu oficio.

No entanto, procuraremos agora oferecer uma imagem vívida das particularidades que devem
serevidentes na vida do serviçal do reino, apresentando o que ele deve ter para oferecer ao
próximo e ao seu Senhor.

a) O diácono deve dar exemplo de fé e de obediência - A confiança naquele que o chamou para
ocupar uma posição elevada dará a tranquilidade necessária para o exercício da função,
capacitando o diácono para submeter-se à vontade do seu Senhor e atender as obrigações que
lhe forem confiadas.

O diácono estará em contato diário com as necessidades materiais das pessoas.


Provavelmente não poderá atender a todas e isso constituirá em desafio para ele, mexendo
com seus sentimentos, com sua forma de encarar e compreender a realidade.

Querer ajudar o próximo com o propósito de resolver o problema dos outros é um ato nobre e
deve ser praticado. Mas a recomendação é: "o que tiver que fazer, faça com sabedoria ".
Através de seus atos, passe para as pessoas exemplos de fé e de obediência.

b) O diácono deve ser uma pessoa prudente-Deve agir com prudência a fim de prever os
perigos e evitar as faltas (Pv 8: 12). Não faltará ocasião em que o uso dessa virtude se fará
necessária.

As críticas - O diácono precisa estar preparado para sofrer críticas e censuras que surgirão em
opiniões ou cobranças, de forma suave ou ataques pesados, podendo ser críticas justas ou
injustas.

E preciso saber que a crítica não é uma surpresa, Quem critica, independentemente da maneira
como o faz, pode estar dizendo a verdade.

Portanto, procure entender o que está acontecendo. Se houver algo que precise ser melhorado,
faça-o para a glória do Senhor.

 Os elogios - Cuidado com eles. Embora o reconhecimento por parte dos outros seja
importante e um pouco de honra faça bem, o elogio pode ser mais prejudicial do que
uma crítica destrutiva.

Jesus disse que não receberemos glória de Deus se buscarmos a que vem dos homens.
Mesmo que as pessoas não vejam e nem valońzem o que você faz, continue fazendo. Ainda
que falte o reconhecimento das pessoas, certamente não faltará reconhecimento da parte de
Deus. A aprovação do Senhor é que nos interessa.

 Os pequenos problemas-Como o díacono deve lidar com os "probleminhas"? Procurar


resolvê-los é a atitude correta. O diácono deve saber que ocupa um ministério de ação
compartilhada, ou seja, não age só. Portanto, deverá informar o pastor dos problemas
que vier a tomar conhecimento, buscando soluções. Afinal, o ministério diaconal foi
instituído para resolver uma dificuldade especifica que havia surgido na igreja.

Há nas igrejas um grande número de pessoas cercadas por problemas, sempre insatisfeitas,
criticas, que só tem palavras para observar as faltas que as pessoas cometem. São insensíveis,
cínicas,fofoqueiras, acham motivos para rir quando não há nada de engraçado.

Os "probleminhas" são como os cupins numa casa de madeira: se não forem imediatamente
eliminados, dentro de pouco tempo a casa será destruída.
c) O diácono deve ser generoso-Ser generoso é dar às pessoas o que elas não podem
conseguir por si mesmas. Jesus nos dá o exemplo com a multiplicação dos pães (Jo 6: 1-14). É
o único milagre registrado nos quatro evangelhos, o que indica a profunda impressão que
causou nos crentes da igreja primitiva. Esse milagre demonstra a generosidade de Jesus em
prover as necessidades das pessoas.

Os diáconos devem ser dotados desse sentimento provedor e a Igreja, em geral, haverá de
equipá-lo para atender às necessidades que sejam de competência especial de sua função.

d) O diácono deve ser humilde - Em sua última noite com os apóstolos, Jesus pegou a bacia e a
toalha e começou a lavar os pés de cada um Jo 13: 8). Com isso ele estava dando-lhes uma
lição de humildade.

Em nossa cultura temos a tendência de pensar que gentileza, humildade e mansidão são
sinônimos de fraqueza. Na realidade, essas virtudes são fruto de uma qualidade especial de
caráter e auto- controle capaz de atingir a vida do próximo, imprimindo-lhe marcas visíveis e
indestrutíveis, tais como: gentileza, submissão e aprendizado, que são os três elementos que
compõem a bondade.

Um grande ato de humildade será sempre o de valorizar o próximo. "Cada um considere os


outros superiores a si mesmo" (Fp 2: 3). Faça aos outros o que gostaria que fosse feito a você.
O diácono que executar o seu oficio com humildade, seguindo o exemplo de Jesus, será sem
dúvida um bom diácono.

e) O diácono deve ser bom mordomo - O diácono está na qualidade de mordomo. Ele tem
funções administrativas na Casa do Senhor. A eleição dos sete homens na criação do
ministério diaconal ilustra claramente o que é ser mordomo.

Mordomo é aquele que foi incumbido da diereção da casa, o administrador. É a pessoa a quem
é entregue tudo quanto o senhor possui, para ser cuidado e desenvolvido. É aquele a quem o
senhor dá autoridade para governar o que lhe é mais precioso. Em linguagem bíblica, isso não
quer dizer apenas bens materiais em geral, mas também o cuidado da família, o nome do
Senhor e até sua própria vida.

Que os diáconos e diaconisas vejam isso com sentimento de responsabilidade e regozijo em


seus corações, por Jesus lhes ter confiado um lugar de tantas oportunidades para glorificar seu
santo nome.

Veja dois exemplos bíblicos que nos ajudam a entender melhor a vida do diácono como
mordomo do Senhor. O primeiro é Eliezer, servo de Abraão. "Disse Abraão ao seu mais antigo
servo da casa, que governava tudo o que possuia..." (Gn 24:2). Eliezer assumiu uma missão
dificil de ser realizada, mas obteve grande êxito, alegrando o seu senhor.

Estar consciente da missão e procurar executá-la em oração, foi a qualidade distintiva na vida
de Eliezer. Que nossos irmãos diáconos dobrem seus joelhos perante o Senhor que lhes
confiou tão importante missão em seu reino..

O segundo exemplo biblico é José. "e ele o pôs por mordomo de sua casa e lhe passou às
mãos tudo o que tinha. Potifar tudo o que tinha confiou às mãos de José, de maneira que,
tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava." (Gn 39: 4 e 6).

José achou graça aos olhos de Potifar, assistente do rei. A responsabilidade dada a José
aponta para uma pessoa capaz de administrar os bens a ela entregues. Era alguém de
confiança. O exercício da mordomia não era uma ocupação insignificante, mas serviço de
maior relevância na casa. O mordomo só era inferior ao seu senhor. Que grande
responsabilidade é ser mordomo na Casa do Senhor!

A BASE BÍBLICA DA DOUTRINA DA MORDOMIA

A Bíblia ensina, por preceitos e exemplos,que somos mordomos de Deus. O Senhor nos confiou
a administração de bens e poderes que pertencem tão somente a ele. A doutrina bíblica da
mordomia deve ocupar o lugar que merece em nossas vidas, especialmente na vida do diácono.

A Bíblia diz que "...do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todo os que nele habitam".
(SI 24:1). O texto bíblico revela um Deus criador de todas ascoisas. Portanto todas as coisas
pertencem unicamente a Deus. Nunca homem algum foi capaz de criar coisa alguma. Tudo o
que ele pode fazer é utilizar-se das coisas criadas, adaptá-las e combinar as forças e os
elementos criados por Deus, procurando preservá-los para a posteridade.

 O universo pertence a Deus. (Gn 1: 1; 14:22;

Dt 10: 14; 1 Cr 29: 13-16; SI 24: 1; 50:

10-12; 89: 11; Jr 27: 5).

 O homem pertence a Deus por direito de criação

(Gn 1: 27; 2:7; Is 42: 5;43:1-7; Eg 18:4);

por direito de redenção (Ex 19: 5; 1 Co 6:

19-20; Tt 2: 14; Ap 5: 9); por direito de pre-

servação (At 14:15-17; 17: 22-28; C/1: 17;

1 Pe 1:5).

Jesus é o exemplo maior de mordomia. De modo inspirador o Senhor motiva todos os cristãos,
em especial os diáconos. Jesus se reconhecia mordomo de Deus. Sua vida toda foi orientada
por este propósito: fazer a vontade do Pai.

O diácono, como mordomo de Deus, não está trilhando por caminhos estranhos nem
impossíveis, mas seguindo os passos daquele que o convida a ir em frente, servindo como
modelo aos que desejam ser fiéis despenseiros. Ele nos dei-xou o exemplo para que sigamos
suas pisadas (1Pe 2: 21).

O bom diácono certamente seguirá os exemplos anteriormente apresentados, colocando-se à


disposição do Senhor com o propósito de agradar aquele que o chamou para tão importante
serviço.

O reconhecimento da soberania de Deus com atos de confiança e obediència conduzirá o


diacono ao dom da sabedoria, capacitando-o a ser fiel despenseiro da vida e das possessões,
credenciando-o ao reconhecimento por todos. O Senhor e a Igreja dirão concordemente: ele é
um bom diácono, ela é uma boa diaconisa.

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