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Dos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual

1- O QUE É liberdade sexual

A liberdade sexual é definida pelos Direitos sexuais . A liberdade sexual diz respeito à
possibilidade dos indivíduos em expressar seu potencial sexual. No entanto, aqui se excluem todas
as formas de coerção, exploração e abuso em qualquer época ou situação da vida. Desta maneira, a
liberdade sexual corresponde a livre vontade de se relacionar, pensar e exprimir sua vontade sexual,
e opinião, longe de qualquer tipo de preconceito ou discriminação.

A liberdade pessoal, dentro da metodologia estabelecida no Código Penal se constitui subtítulo,


dos chamados crimes contra a liberdade individual (crimes contra a liberdade pessoal, contra a
liberdade e autodeterminação sexual), e outos, referindo-se aos crimes que ofendem a liberdade
física, a liberdade de movimentos, de locomoção, de escolha de local de permanência.

2- O que é crime contra liberdade sexual

São assim chamados de infrações que dizem respeito à liberdade física, ou seja, crimes que
põem em causa a liberdade e integridade fisica, psicologica, emocional, do individuo, crimes contra
a liberdade individual, com a livre determinação e formação de vontade, com a liberdade de ir e vir
e com a manifestação do princípio de liberdade. Estamos diante de crimes formais, onde o tipo
penal menciona a conduta e o resultado, mas não exige a produção deste último para a sua
consumação
Pode ser uma atitude física, como a tentativa de um beijo, um comentário insistente, como
um convite para uma carona, ou até um gesto que cause constrangimento na outra pessoa e viole sua
liberdade sexual.

4- Os criminosos famosos - um caso

O sujeito passivo do crime é a criança ou o adolescente, obedecendo-se ao critério já determinado


para tanto, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

3- Os nomes dos maiores estrupadores


O molestador de crianças seria aquele que teria qualquer comportamento ou atividade sexual
abusiva ou não-consensual para com uma criança, especificamente proibido em lei. O molestador
de crianças seria uma pessoa mais velha que se envolve em atividades sexuais ilegais com sujeitos
legalmente definidos como sendo crianças
O estuprador, um atentado violento ao pudor que consiste na prática de um ato contrário
aos bons costumes, contra pessoa de qualquer sexo, mediante violência ou grave ameaça. Pode
ocorrer o estupro praticado pelo marido pela mulher, sempre que houver constrangimento do
marido para a realização da conjunção abusiva por constituir o fato abuso de direito. A ação típica
do estupro é constranger (forçar, compelir) alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ele outro se pratique outro ato incomum.

5- Explicação da Lei n.º 6/2012

Natureza dos crimes

Um crime só é crime quando a lei o tipificar e descrever que tal facto ou acto é crime e as
sançóes para tal ( Nº 1 do artigo 1 do Código Penal) “Só pode ser punido criminalmente o facto
descrito e declarado passível de pena por lei anterior ao momento da sua prática”.
Os crimes, quer da natureza pública (art. 112º C.P) ou privada (art. 113º C.P) ou os que se
encontram prescritos nos (artigos 166º à 178º), desde que sejam crimes (principalmente os crimes
crontra vida, crimes de abuso e violência sexual), podem e devem ser denunciados por qualquer
pessoa que deles tenha conhecimento, ou a pessoa ofendida, isto é, tais crimes dependem da queixa,
desde que tenha legitimedade para apresenta-la. (Artigo 108º/1 e 2. do Código Penal) “Titulares do
direito de queixa”
Após a comunicação, as autoridades estão obrigadas a iniciar uma investigação para apurar a
suspeita relatada, e abre-se então um processo-crime, que decorre independentemente da vontade da
vítima.

Comunicação de um crime
A comunicação de uma denúncia ou queixa pode ser feita por qualquer meio e quem denuncia
pode não se identificar, muito embora seja por norma preferível identificar-se, de forma a poder
mais tarde ser chamado a colaborar na investigação, conforme o artigo 183º do código Penal.
Mas, se os crimes forem denunciados por pessoas de menor idade, ou se a vitima for menor de
16 anos de idade, exercício do direito de queixa, de acordo com o código vigente, pertence ao seu
representante legal, conforme o nº 3 do artigo 180º do C.P mas, se ele ou ela tiver mais de 16 anos,
a lei lhe dá toda a legitimidade, conforme o nº 4 do artigo 108º do C.P.
Crimes de natureza sexual contra crianças e jovens

O Código Penal Sãotomense, do Livro II, na Parte Especial, do capitulo V, distingue os crimes
de natureza sexual “Dos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual”, em duas
secçôes, sendo a secção I e II. Na primeira secção “ Crimes contra a liberdade sexual” e na
segunda secção “Crimes contra a autodeterminação sexual”

E nestas secões encontramos os seguintes crimes:


 Coacção sexual e assédio (Artigo 166.º). Que penaliza aquele que por meio de violência,
ameaça grave, ou constranger outra pessoa a sofrer ou a praticar, consigo ou com outrem,
acto sexual de relevo.
 Violação (Artigo 167.º). Que penaliza aquele que por meio de violência, ameaça grave, ou
praticar, consigo ou com outrem, cópula, coito anal ou coito oral, ou de abuso de autoridade,
de dependência hierárquica, económica ou de trabalho, constranger outra pessoa.
 Abuso sexual de pessoa incapaz de resistência (Artigo 168.º) Que penaliza aquele que
praticar acto sexual de relevo com pessoa inconsciente ou incapaz.
 Abuso sexual de pessoa internada (Artigo 169.º). Que penaliza aquele que aproveitando-
se das funções ou do lugar que, a qualquer título praticar acto sexual de relevo com pessoa
ou cópula, coito anal ou coito oral.
 Acto sexual de relevo e cópula mediante fraude (Artigo 170.º). Penaliza aquele que
aproveitando-se fraudulentamente de erro sobre a sua identidade pessoal, praticar com outra
pessoa acto sexual ou cópula, coito anal ou coito oral.
 Procriação artificial não consentida (Artigo 171.º). Penaliza aquele que praticar acto de
procriação artificial em mulher, sem o seu consentimento, praticados por qualquer
estabelecimentos quer hospitalares ou equiparados, públicos ou privados.
 Tráfico de pessoas para a prática de prostituição (Artigo 172.º). Penaliza aquele que por
meio de violência, ameaça grave, ardil ou manobra fraudulenta, levar outra pessoa à prática,
em país estrangeiro da prostituição ou de actos sexuais .
 Lenocínio (Artigo 173.º). Penaliza aquele que, profissionalmente ou com intenção
lucrativa, fomentar, favorecer ou facilitar o exercício por outra pessoa de prostituição ou a
prática de actos sexuais, bem como usar de violência, ameaça grave, ardil ou manobra
fraudulenta, ou se aproveitar de incapacidade psíquica da vítima,
 Actos exibicionistas (Artigo 174.º). Penaliza aquele que importunar outra pessoa,
praticando perante ela actos de carácter exibicionista.
 Abuso sexual de crianças (Artigo 175.º).Que penaliza à todos que praticam atos sexuais de
qualquer relevo, com ou em menores de 14 anos;
 Abuso sexual de adolescentes e dependentes. (Artigo 176.º), que penaliza à todos que
praticam ou levam a praticar os actos sexuais com os menores entre 14 à16 anos;
 Actos sexuais com adolescentes. (Artigo 177.º), que penaliza à todos que praticam ou
levam a praticar os actos sexuais do tipo cópula, coito anal ou coito oral com menor entre 14
e 16 anos, abusando da sua inexperiência, mesmo sendo sendo maior;
 Actos homossexuais com adolescentes (Artigo 178.º), que penaliza à todos que praticam
ou levam a praticar praticar actos homossexuais de relevo com menor entre 14 e 16 anos,
mesmo sendo maior;
 Prostituição de menores (Artigo 179.º), que penaliza à todos que praticam acto sexual de
relevo com menor entre 14 e 18 anos, ou do tipo cópula, coito anal ou coito oral, ou
oferecendo remuneração ou outra contrapartida, mesmo sendo maior;
 Pornografia de menores (Artigo 180.º), que penaliza à todos actos com carácter
pornográfico representando um menor de 14 anos, independentemente do seu suporte;
 Lenocínio e tráfico de menores (Artigo 181.º), que penaliza à todos que fomentar,
favorecer, aliciar, transportar, proceder ao alojamento ou acolhimento de menor ou facilitar
o exercício da prostituição de menor de 18 anos ou a prática por este de actos sexuais de
relevo.

Tipo de ato(s): Quando uma pessoa, no contexto da sua atividade profissional ou com intenção
lucrativa, organizar, fornecer, facilitar ou publicitar viagem ou deslocação, sabendo que tal viagem
ou deslocação se destina à prática de crimes contra a liberdade e a autodeterminação sexual de
menor.
Vítima: todas as crianças e jovens até aos 18 anos.

O assédio sexual é um dos tipos de abuso sexual. Nesse caso, não precisa haver contato físico
para que haja a agressão. Palavras constrangedoras, tentativa de toques e avanços sem permissão da
outra pessoa, constrangimento com brincadeiras de teor sexual, observações sobre partes do corpo
da vítima, pressão psicológica em troca de favores fazem parte das atitudes de quem assedia uma
pessoa.
Vale lembrar que o constrangimento é algo presente nos abusos de todos os tipos. Muitos
chefes intimidam suas funcionárias com aproximações forçadas, convites para encontros sexuais ou
oferta de benefícios em troca de sexo (ou sexo oral e masturbação).
O assédio sexual é recorrente em casos nos quais o agressor tem um cargo superior às vítimas.
A cultura machista da sociedade perpetua a figura da “troca de favores” como algo normal,
dificultando as denúncias das pessoas assediadas.

6- ver se na opinião tais pessoas mesmo sendo presos podem ter um tratamento psicológico?

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