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1 INTRODUÇÃO
O uso de explosivos e seus acessórios na indústria da mineração são indispensáveis
como ferramenta da engenharia para o desmonte de rochas, necessário para a fragmentação do
maciço. A técnica de desmonte de rochas por explosivos vai ser utilizada sempre que a
resistência da rocha inviabilize o desmonte por equipamentos de escavação. Esse tipo de
fragmentação pode ser aplicado na implosão de prédios, nas aberturas de estradas, túneis,
projetos subterrâneos, entre outros.
O desmonte de rochas com o uso de explosivos em áreas urbanas provoca inevitáveis
impactos ambientais e desconforto para as populações do entorno, as quais estão expostas
cotidianamente aos seus efeitos. Dallora Neto (2004) destaca que os principais efeitos
ambientais se fazem sentir são: ultralançamento de fragmentos, da geração de vibrações no
terreno, de sobrepressão atmosférica, da emissão de materiais particulados (poeira) na
atmosfera, do aumento dos níveis de ruído, do assoreamento de áreas e/ou de drenagens
adjacentes às minerações, além da alteração visual e paisagística. O controle e a minimização
desses efeitos é uma prática importante que deve acompanhar o planejamento e a execução
dos trabalhos de desmonte de rocha em áreas habitadas (SANCHEZ, 1995).
Esses problemas podem ser reduzidos a um nível aceitável a partir de uma metodologia
que busque privilegiar o advento de materiais e ferramentas e, principalmente, a adaptação do
plano de fogo as características geomecânicas e geotécnicas do maciço rochoso.
Diante do exposto, propõem-se um trabalho baseado em resultados de práticas de
campo e pesquisas teóricas sobre o tema desmonte de rochas por explosivo em áreas urbanas
dando ênfase principalmente as questões ambientais e ajuste do plano de fogo ao maciço. As
práticas desse trabalho foram realizadas na empresa Estrondo Explosivos Ltda. localizada em
Parauapebas-Pa. O principal objetivo desse desmonte era fragmentar um morro de derrame
basáltico para futura edificação de um galpão onde funcionará uma rede de supermercado. Os
custos operacionais dessa atividade são justificados pela alta especulação imobiliária
praticado na cidade desde 2000, quando esse problema começou a desdobrar-se, já havia um
déficit total de 5.949 residências, onde viviam 22.219 habitantes (IBGE, 2010).

1.1 OBJETIVO GERAL


Executar um desmonte de rochas com explosivos em áreas urbanas de forma segura e
eficaz fazendo-se uso das habilidades dos profissionais em campo e de materiais simples que
possam minimizar os efeitos deletérios das detonações sem sobrecarregar os custos desta
operação unitária.
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1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Escolher e adaptar um plano de fogo que possa minimizar os impactos ambientais
principalmente a supressão atmosférica e ultralançamentos;
 Buscar soluções e materiais de baixo custo no mercado que possam minimizar os
efeitos indesejáveis do desmonte sem sobrecarregar o valor dessa operação.

1.3 MOTIVAÇÃO
Um dos principais problemas enfrentados quando da execução de desmonte de rocha
estão relacionados a acidentes, que, além de causarem danos à obra, também afetam os
vizinhos do empreendimento. Conforme ressalta ABNT- NBR 9653(2005) a depender da
gravidade, problemas desse tipo podem, inclusive, incorrer em acionamentos legais cíveis e
criminais.
A prática do desmonte de rochas por explosivos é muito comum em pedreiras para
produção de agregados por ser uma técnica eficiente, segura e de baixo custo (IBRAM, 2012).
No entanto, para se obter esses benefícios é necessário o perfeito manuseio e aplicação destes
explosivos, caso contrário esta prática deixa de ser segura e passar ser uma técnica de
potencial risco ao empreendimento e as comunidades adjacentes.
Preocupando-se com esses eventos indesejáveis a proposta desse trabalho visa, na
prática, tentar otimizar o desmonte em relação à granulometria e, principalmente, realizar um
desmonte em área urbana buscando minimizar os impactos ambientais e melhorar a segurança
do ambiente de trabalho do empreendimento.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 O DESMONTE DE ROCHA NO CENÁRIO BRASILEIRO
No Brasil, o mercado da mineração vem desempenhando um papel de grande
importância na retomada do crescimento econômico nos últimos anos. O Brasil está entre os
países com maior potencial mineral do mundo conforme o Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM, 2011).
Em meio ao mundo da mineração, o desmonte de rochas é tido como umas das
operações unitárias que vão influência de forma direta nos custos da lavra. Esta forma de
fragmentação do maciço pode ser subdividida em: desmonte manual, hidráulico, mecânico e
por explosivos. (CAMERON, 1996).
Os desmontes de rochas podem ter várias finalidades, tais como: produzir brita, abertura
de estradas, abertura de tuneis, derrocamento de pedrais, desmonte de morros para construção
civil, entre outras. Dependendo da finalidade, os problemas ambientais podem ser agravados
caso não exista uma preocupação com os efeitos maléficos gerados por essa atividade,
principalmente se esta estiver locada em uma área urbana.
Os principais problemas que a atividade de desmonte pode gerar a comunidade do seu
entorno são ultralaçamento, ruído, poeira e vibração. Para a minimização desses impactos é
imprescindível o conhecimento da geologia local para melhor ajuste do plano de fogo, além
da aquisição de algumas ferramentas e materiais que possam minimizar esses impactos
(SÁNCHEZ, 2008).

2.2 GEOLOGIA DO SUDESTE DO PARÁ – PARAUAPEBAS


A área de estudo insere-se no contexto geotectônico do Cráton Amazônico (que é uma
das principais unidades tectônicas da Plataforma Sul-Americana), mais precisamente na
região sudeste do Escudo Brasil Central. Situa-se no Domínio Carajás, na porção norte da
Província Carajás (SANTOS, 2003). Esta região é admitida como a porção crustal mais antiga
e melhor preservada do Cráton Amazônico, abrigando uma das maiores províncias minerais
do planeta. É considerada como uma região formada e estabilizada tectonicamente durante o
Arqueano (TEIXEIRA et al., 1989). Litologicamente, este domínio é composto
principalmente pela assembleia do embasamento, greenstone belts, granitos de alto k e
expressões de magmatismos máfico-ultramáfico. Ainda, são reconhecidas coberturas
sedimentares e magmatismo félsico continental.
A assembleia do embasamento é composta de rochas granulíticas charnockíticas a
enderbíticas na área-tipo Chicrim-Cateté (Ortogranulito), situada na porção central do
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domínio. Ainda, com maior extensão no domínio define-se o Complexo Xingu, composto por
ortognaisses tonalíticos, granodioríticos e trondhjemíticos, migmatitos e granitoides,
configurando-se como encaixantes das sequências de greenstone belts e granitoides
neoarqueanos (TEIXEIRA et al., 1989).
Os Greenstone Belts são representados pelo Grupo Grão Pará (Formação Parauapebas e
Formação Carajás, cuja geologia remete a rochas vulcânicas máficas e jaspilitos com minério
de ferro), além de grupos constituídos de sequências metavulcanossedimentares arqueanas,
geralmente metamorfisadas em fácies de xisto verde a anfibolito. Vale ressaltar importantes
depósitos metálicos nessas unidades. O Grupo Igarapé Pojuca (extremo norte da Serra dos
Carajás) contém depósitos de Cu-Zn; o Grupo Rio Novo (região de Serra Pelada) contém
depósitos de Au, Cu-Au e Mn; o Grupo Aquiri (extremo oeste da Serra dos Carajás) tem
ocorrências de Fe e Au; o Grupo São Félix (Serra de São Félix e do Eldorado) e o Grupo São
Sebastião (extremo noroeste do Domínio Carajás) contêm depósitos de Fe e ocorrências de
Au (TEIXEIRA et al., 1989).
Ocorrem ainda corpos granitoides caracterizados como granitos de alto K. Ao sul da
rodovia Serra Norte-Marabá (atual PA-275) há rochas granitoides deformadas e
gnaissificadas, agrupadas no chamado Complexo granítico Estrela. São em geral
monzogranitos, tonalitos, granodioritos e sienogranitos de idade 2.7 Ga. Outros, como os
granitos Planalto e Serra do Rabo, seguem a estruturação regional (E-W, NW-SE) (JORGE
JOÃO et al., 1982).
Na região da Rodovia PA-257 (Eldorado do Carajás – Parauapebas) foram descritas
rochas representantes de eventos de magmatismo máfico-ultramáfico, no chamado Complexo
Luanga. São cromititos associados a rochas máfico-ultramáficas, de forma acamadada e têm
destaque por conter uma jazida de Cr-EGP, orientados segundo a direção NE-SW. Outros
exemplos desse magmatismo dentro do domínio são a Suíte Intrusiva Cateté e o Gabro Santa
Inês (JORGE JOÃO et al., 1982).
A Cobertura sedimentar na região próxima a Parauapebas foi caracterizada como
Formação Águas Claras, de idade arqueana e composição siliciclástica, não metamorfisada,
distribuída amplamente na porção central da estrutura sigmoidal da Serra dos Carajás
(JORGE JOÃO et al., 1982).
A Suíte Granítica Serra dos Carajás engloba corpos graníticos tipo-A (granitos Serra
dos Carajás, Cigano, Pojuca e Rio Branco). Estes corpos intrudem tanto rochas do
embasamento como sequências metavulcanossedimentares, granitoides e rochas sedimentares
arqueanas. Javier Rios et al. (1995a) relatam a existência de diques de microgranitos,
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pegmatitos e veios com anfibólio e biotita, além de rochas alteradas e veios hidrotermais na
porção norte do Granito Serra dos Carajás.

Mapa 1: Mapa geológico da região de Parauapebas e Carajás.

Fonte: Adaptado de Vasquez et al., 2008a.

2.3 PRINCIPAIS PROPRIEDADES GEOMECÂNICAS QUE INFLUENCIAM NO


DESMONTE DE ROCHAS
Entre as propriedades dos maciços rochosos que influem de maneira mais evidente no
projeto de desmonte por explosivos tem-se: resistência da rocha, descontinuidades estruturais,
velocidade de propagação das ondas sísmicas, propriedades elásticas das rochas, anisotropia e
a heterogeneidade dos maciços (SILVA, 2005).
As resistências estáticas à compressão e tração foram inicialmente utilizadas como
parâmetros indicativos do comportamento da rocha nas detonações. Assim, definiu-se o índice
de desmontabilidade por explosivos em função destes dois parâmetros. As resistências à
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compressão, tração e cisalhamento, geralmente são determinadas por testes de laboratório


especializados em amostras cuidadosamente preparadas. (SILVA, 2005).
A resistência dinâmica à tração da rocha é importante por duas razões: primeiramente,
esta deverá ser excedida pelo esforço de tração tangencial para desenvolver o fraturamento
radial, e também, para que o lascamento aconteça, este deverá ser excedido pelo esforço de
tração radial resultante da reflexão da onda de choque na face livre (SILVA, 2005).
As propriedades elásticas do módulo de Young e o coeficiente de Poisson, controlam o
comportamento da rocha sob condições de carga. O módulo de Young relaciona a tensão
aplicada e a correspondente deformação da rocha, sempre que a rocha se deforme
elasticamente. O coeficiente de Poisson é o valor absoluto da relação entre a deformação
transversal e a correspondente deformação axial da rocha quando submetido a um esforço
uniaxial (SILVA, 2005).
A capacidade do maciço rochoso para transmitir ou absorver a energia de detonação
influi na seleção do explosivo, sua distribuição espacial no furo assim como o espaçamento
temporal no fogo “”Timing”. A amplitude dos pulsos sísmicos diminui quando esta se
propaga no maciço rochoso, isto é o resultado de dois mecanismos: a expansão geométrica da
onda, que resulta numa diminuição da energia contida por volume unitário de rocha, sem
provocar nenhuma perda de energia; o mecanismo de dissipação da energia, que remove
efetivamente a energia do pulso. Esta perda de energia é resultado do atrito interno no
material rochoso. A energia pode estar sendo armazenada localmente no material ou ser
dissipada na forma de calor (SILVA, 2005).
As estruturas tipicamente presentes nos maciços rochosos são: juntas, falhas, planos de
estratificação, diaclasamento e xistosidade. Dentre as descontinuidades nos maciços rochosos,
as juntas, são as mais importantes estruturas relacionadas ao desmonte, e representam
superfícies nas quais as ondas de tensão provenientes da detonação do explosivo são
parcialmente refletidas, sofrendo atenuação, dispersão e interrupção de sua propagação
através do maciço rochoso. A atenuação da onda é fortemente determinada pela orientação,
espaçamento, abertura e tipo de material de preenchimento. As descontinuidades, permitem
também, um apreciável escape de gases, reduzindo a atenuação dos mesmos no processo de
quebra da rocha por flexão (SILVA, 2005). As principais informações quantitativas das
descontinuidades, que podem ser registradas, estão ilustradas na Figura 1, a seguir:
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Figura 1: Principais informações quantitativas das descontinuidades

Fonte: Adaptado de Silva, 2005.

2.4 MÉTODO DE LAVRA


A metodologia adotada em um determinado jazimento é aquela que apresenta o menor
custo unitário, considerando-se todos os condicionantes operacionais. Embora seja possível
destacar os métodos de lavra a céu aberto e subterrânea como principais, tem-se ainda a
garimpagem e a dragagem. Provavelmente existem mais de trezentas variações dos métodos
tradicionais, no entanto, neste item nos prenderemos a apenas ao a lavra a céu aberto com o
método bancos em encosta (HARTMAN, 1968).
A lavra a céu aberto consiste de um método de bancos em cava ou encostas dependente
das condições topográficas do terreno, onde a profundidade máxima da cava dependerá
diretamente do teor e da relação estéril/minério, como também, as dimensões das plataformas
de trabalho dependerão da produção e da conveniência dos equipamentos (HARTMAN,
1968).

2.4.1 Método de lavra bancada em encosta


A lavra em encosta é aplicada em jazidas que conforme um pico, um morro o uma serra.
Ambas as estruturas encontram-se acima do nível de escoamento da drenagem. Já a lavra em
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cava está abaixo da cota topográfica original, tornando a mina um grande reservatório,
necessitando-se de bombeamento para esgotamento da água.
O uso de explosivos e sua correta aplicabilidade é que vão proporcionar a fragmentação
da rocha na granulometria desejada e permitir a conformação das bancadas e demais
parâmetro inerentes a este método (HARTMAN, 1968).

2.5 PERFURAÇÃO DE ROCHA


A perfuração das rochas, dentro do campo dos desmontes, é uma das primeiras
operações que se realiza e tem como finalidade abrir uns furos com uma distribuição e
geometria adequada dentro dos maciços para alojar as cargas de explosivos e acessórios
iniciadores (SILVA, 2007).

2.5.1 Tipos de Perfuratrizes


Segundo Ricardo; Catalani (2007), os furos feitos a distâncias predeterminadas, em
diâmetros que no Brasil varia de 33 mm a 100 mm, requerem a utilização da perfuratriz,
sistemas de avanço, apoio e locomoção e fonte de ar comprimido.
A perfuratriz percussiva, como pode ser observada na figura 2, reproduz um giro na
broca, imediatamente após cada golpe. Esse giro, sempre de um pequeno arco de círculo, é,
portanto, descontínuo. Assim, ocorre a perfuração manual, caracterizada por dois movimentos
distintos e independentes: golpeamento da broca, seguido de rotação da broca. O acionamento
geralmente é por ar comprimido, mas também à gasolina ou hidráulica (RICARDO;
CATALANI, 2007).
Figura 2: Perfuratriz percussiva manual

Fonte: Adaptado de REZENDE, 2012.


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As perfuratrizes Rotativas são montadas sobre uma plataforma, permitindo uma maior
facilidade de locomoção e não há percussões, pois a perfuratriz transmite à broca somente
movimento de rotação, podendo demolir a rocha por corte, abrasão e esmagamento, como
pode ser visto na figura 3. São utilizadas para furos de grandes profundidades, como
prospecções geológicas, poços artesianos, prospecção e exploração de poços petrolíferos.
Também utilizados para perfuração das rochas para a introdução de explosivos (RICARDO;
CATALANI, 2007).
Figura 3: Perfuratriz rotativa

Fonte: Adaptado de REZENDE, 2012.

Ao contrário da perfuratriz percussiva que apresenta porte menor e tem rotação da broca
descontínua, as perfuratrizes percussivo-rotativas (figura 4) possuem percussões sobre a
broca, além da rotação contínua. Geralmente utilizada para perfuração de diâmetro maior (38
mm a 89 mm), podendo chegar a 125 mm. O movimento da rotação pode ser produzido por
motor de pistões, colocado no cabeçote do equipamento ou por motor independente. Ambos a
rotação é reversível, facilitando, assim, o alongamento da broca e a retirada da perfuração
(RICARDO; CATALANI, 2007).
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Figura 4: Perfuratriz percussivo-rotativa

Fonte: Adaptado de REZENDE, 2012.

Ao se atingir profundidades razoavelmente grandes para o avanço do furo, o esforço


percussivo produzido na superfície é transmitido por meio das hastes até a extremidade do
furo, acarretando uma dissipação de energia prejudicando o avanço da perfuração. A
perfuratriz furo-abaixo, figura 6, evita essa dissipação de energia, uma vez que o mecanismo
de percussão está na extremidade da broca, junto à coroa, parte mais extrema da broca e que
efetivamente trabalha contra a rocha. Geralmente é aplicada em pedreiras de bancadas altas,
acima de 20 m e possui um diâmetro de 75 mm a 225 mm.
As vantagens é que a limpeza do furo é mais eficiente e o rendimento em metros de furo
é maior para a mesma quantidade de ar comprimido, e, as desvantagens, em que a velocidade
de perfuração e a vida útil das pastilhas são menores, não trabalham muito bem em rochas
fraturadas ou na presença de água (RICARDO; CATALANI, 2007).
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Figura 5: Perfuratriz furo-abaixo

Fonte: Adaptado de REZENDE, 2012.

2.6 EXPLOSIVOS
Segundo Hartmam (2002), os explosivos são substâncias ou misturas de substâncias
capazes de se transformar quimicamente em gases, com extraordinária rapidez e
desenvolvimento de calor, produzindo elevadas pressões e considerável trabalho.

2.6.1 Tipos de Explosivos


Os principais explosivos utilizados na operação unitária de desmonte são: Pólvora
negra, gelatinas e semigelatinas, anfo, granulados, lamas explosivas, pastas, emulsão
encartuchada e emulsão bambeável (MUNARETTI, 2002).
Os explosivos encartuchados apresentam alto poder de ruptura, alta resistência à água e
grande potencia de detonação. Ideal para aplicação em minerações subterrâneas, a céu aberto,
desmontes subaquáticos e construção civil em geral (MANUAL BRITANITE, 2010).
Segundo a figura 6.
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Figura 6: Emulsão encartuchada VALEX

Fonte: Adaptado de MAXAM, 2014.

Segundo Ricardo; Catalani (2007), para que se possa escolher o tipo de explosivo certo,
é necessário levar em consideração alguns fatores, como:
 Dureza da rocha (dura, média, branda);
 Tipo de rocha (ígnea, metamórfica, sedimentar);
 Natureza da rocha (homogênea fraturada);
 Presença de água;
 Região a que se destina (carga de fundo, carga de coluna);
 Diâmetro dos furos;
 Custo.
Além das informações dos folhetos técnicos, é bom procurar informações que
permite uma previsão do desempenho do explosivo, como:
 Pressão de explosão;
 Velocidade de detonação;
 Volume de gases;
 Energia absoluta;
 Energia relativa;
 Razão linear de energia;
 Potência disponível.
Outro fator importante é testar o explosivo com a rocha a ser escavada e comprovar a
sua eficiência antes de comprar uma grande quantidade.
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Os explosivos utilizados na mineração são extremamente seguros devido estas misturas


apresentarem uma alta energia de ignição que será alcançada através da energia liberada pelos
acessórios de detonação. Eles serão os responsáveis pela detonação inicial, que provocará a
explosão, segundo Ricardo; Catalani (2007), os acessórios de iniciação utilizados na
escavação a céu aberto podem ser:
 Espoletas simples;
 Espoletas elétricas;
 Cordel detonante;
 Acendedores;
 Reforçadores (“boosters”);
 Elementos de retardo;
 Escorvas;
 Sistema Não Elétrico.
Os explosivos quando armazenado e manuseado de forma errônea podem potencializar
os riscos de acidentes, por isso, estas duas fases devem seguir estritamente aos regulamentos
ditados pelo Ministério do Exército através do R-105, não podendo o armazenamento, o
manuseio e o transporte dos explosivos serem feito de forma improvisada. Segundo Ricardo;
Catalani (2007), os explosivos e os acessórios de detonação não podem ficar armazenados em
um mesmo paiol. Este, deve se localizar a uma distância mínima das ferrovias, rodovias e de
outros paióis, conforme regulamento R-105. Os explosivos devem ficar em local desmatado
para evitar que eventuais incêndios possam atingir os paióis e o acesso dos veículos deve ser
de forma facilitada para permitir a operação de descarga e carga dos explosivos com menores
riscos.
A fase de carregamento consiste na introdução dos explosivos nas perfurações e deve
ser feito com bastante cuidado, pois além dos riscos gerados, depende do carregamento a
eficiência do fogo. Quando o carregamento não é feito apropriadamente, pode ocorrer a não
explosão dos cartuchos em alguns furos, o que acarretará um risco na operação subsequente se
não for detectado, localizado e solucionado a tempo (RICARDO; CATALANI, 2007).
Os explosivos vão serão utilizados no processo de escavação sempre que os maciços
rochosos apresentarem uma resistência elevada que impossibilite a escavação mecânica, tanto
para obras civis quanto para a produção de mineral. O processo de escavação consiste na
retirada de material de um maciço rochoso, produzindo uma abertura, cuja sua forma depende
dos processos operacionais (AZEVEDO, 2006). As escavações podem ser classificadas
inicialmente como:
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 Escavações, desmonte de rocha a fogo com explosivos;


 Escavações, desmonte de rocha a frio, por processos mecânicos e/ou com auxilio de
materiais expansivos (GERALDI, 2011).
Além dessa classificação inicial, as escavações de rocha podem ser realizadas em
diferentes ambientes, abertos ou confinados, sendo subdivididas em:
 Escavações a céu aberto.
Execução de cortes em rocha, regularização de topo rochoso, desmonte em bancadas,
abertura de valas e trincheiras, aberturas de cavas de fundação, desmonte de blocos de
rocha, cortes e desmonte controlado para obtenção de blocos de rocha. (GERALDI, 2011).
 Escavações subterrâneas.
Perfuração de poços verticais e raízes, execução de galerias e túneis, câmaras
subterrâneas e cavernas (GERALDI, 2011).

2.7 DESMONTES DE ROCHAS EM BANCADAS


Segundo Geraldi (2011), tomados estes cuidados para a elaboração do projeto, parte-se
então para a etapa de execução, em que para seu perfeito funcionamento, é necessária em
campo a preparação das frentes livres de escavação. Estas frentes devem ser bem definidas
para se obter os melhores resultados possíveis nas operações de perfuração, detonação, carga
e transporte do material detonado.
O melhor procedimento é dividir o perfil topográfico do maciço rochoso em praças de
serviços, criando inicialmente duas ou mais frentes independentes de ataque. Partindo da cota
mais alta do projeto, define-se o primeiro nível, e logo em seguida os demais serão
implantados de forma descendente, mantendo o mesmo desnível entre as praças, sendo este de
grande importância, uma vez que determina a profundidade dos furos para as escavações de
rochas com explosivos. Os desníveis não devem ser muito altos, inseguros, pois poderão gerar
problemas de natureza geotécnica e executiva nas etapas de carga e transporte que serão
realizadas na praça inferior (GERALDI, 2011).
Segundo Gerard (2006), temos presente na bancada, três superfícies características:
Praça – superfície onde operam os equipamentos de carga e transporte. Face – superfície
vertical ou inclinada com a horizontal (2:1 ou 3:1) de acordo com as condições geomecânicas
do maciço em escavação (que determinam a sua estabilidade) e também em função do plano
de fogo a ser utilizado. Topo – onde os equipamentos de perfuração abrem uma série de furos
no maciço para detonação da próxima frente. Segundo Ricardo; Catalani (2007), existem
vantagens em se adotar, em determinados casos, face inclinada para a bancada, porque:
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 Redução da sobrefuração no pé da bancada;


 Economia de explosivo, reduzindo-se o consumo por metro cúbico escavado;
 A face da bancada torna-se mais segura, talude inclinado, sempre mais seguro que o
vertical.
Por outro lado apresentam desvantagens como:
 Maior possibilidade de ocorrerem desvios nas perfurações;
 Necessários maiores cuidados no embocamento do furo, reduzindo a produção;
 Dificuldade na marcação da inclinação correta do furo. Todos os furos devem
apresentar a mesma inclinação, o que é muito difícil de se conseguir, e ocorrendo variações
no ângulo de perfuração e convergência dos furos, em vez do desejado paralelismo,
resultará face irregular na bancada e mais aproveitamento do fogo.
As bancadas podem atingir altura de até 20 m, porém normalmente são definidas entre
8,00 e 15,00m, por motivos de segurança e operacionalidade das perfuratrizes. As praças e as
estradas de acessos rodoviários devem ser projetadas de maneira correta, atendendo as
necessidades de trafego e manobra dos equipamentos de carga e transporte. Normalmente, a
largura mínima de uma praça em desmonte de bancadas deverá sempre atender a seguinte
relação (GERALDI, 2011): L > 3H (altura da bancada)
Esta conformação permite maior agilidade e desempenho dos equipamentos de
perfuração, carga e transporte. Também se torna necessária na obtenção dos melhores
resultados com a utilização de explosivos, a partir das frentes livres bem estabelecidas.
Este procedimento denominado desmonte em bancadas é muito utilizado em obras onde
grandes volumes são escavados diariamente. É preciso sempre estar atento aos problemas de
estabilidades das frentes durante e após os serviços de escavação. Na linha final de corte
(offset) das frentes é recomendável que seja feito o desmonte escultural (GERALDI, 2011).

2.8 PLANO DE FOGO


Denomina-se Plano de Fogo, o projeto executivo para o desmonte de rocha com uso
sistemático de explosivos, onde serão definidos e apresentados preliminarmente (GERALDI,
2006):
 O plano de perfuração;

 A qualificação e quantificação de explosivos.

 Os esquemas de ligação e iniciação entre os furos que serão detonados.


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2.8.1 Escolha do Plano de Fogo


O plano de fogo considerado o mais adequado para um determinado trabalho de
desmonte de rocha, dependerá, em primeiro lugar, do equipamento disponível para sua
execução. Atendidas as limitações do equipamento, é possível mais de um plano de fogo
factível. Opta-se pelo mais econômico, desde que seja eficiente, desmontando a rocha em
blocos de dimensões compatíveis com a finalidade do desmonte. De nada adiantará um plano
de fogo com baixo consumo de explosivos por metro cúbico e também necessidades mínimas
de furação, uma vez que resulte em blocos com dimensões que não caibam no equipamento
de carregamento, ou ainda que não possam penetrar na boca do britador primário (RICARDO;
CATALANI, 2007).

2.8.2 Parâmetros do Plano de Fogo


A elaboração de um plano de fogo envolve a determinação de vários parâmetros, que
devem ser considerados no desmonte de rocha. Os parâmetros principais que devem constar
em um plano de fogo são mostrados na figura abaixo sendo relacionados a seguir e, com esses
dados procede-se às perfurações do maciço, ao carregamento do “fogo” e à sua detonação
(GERALDI, 2011).
Figura 7: Bancada para desmonte de rocha com os parâmetros do plano de fogo

Fonte: Adaptado do (MANUAL BRITANITE, 2010).


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2.8.2.1 Diâmetro de perfuração (DF)


Segundo Geraldi (2011), com as metas de produção estabelecidas, escavação de rocha,
procede-se a determinação dos diâmetros de perfuração e a consequente seleção e
dimensionamento das perfuratrizes.
Segundo Ricardo; Catalani (2007), outras grandezas do plano de fogo estão de forma
direta ou indireta ligadas com o diâmetro do furo, por isso uma regra prática é levada em
consideração: “o valor máximo do diâmetro do furo em polegadas é igual à capacidade da
caçamba do equipamento de carga em jardas cúbicas”. Para a escolha do diâmetro de
perfuração, o quadro 1 indica as possibilidades dos equipamentos:

Quadro 1 - Diâmetro de perfuração dos equipamentos


TIPOS DE EQUIPAMENTOS DIÂMETRO DE PERFURAÇÃO

Perfuratriz Manual 1 1/4”

“Bencher” 2 1/4”

“Wagon-drill” 1 1/2” – 2 1/2”

Perfuratriz sobre trator 2” – 5”

Conjunto de Perfuração 4 – 10” (ou mais)

Fonte: Adaptado de (RICARDO; CATALANI, 2007).

2.8.2.2 Malha de Perfuração (S)


Define-se como malha de perfuração a área resultante do produto das distâncias (em
metros) adotadas para a locação dos furos em uma frente de escavação de rocha (GERALDI,
2011): S (malha em m²) = A (afastamento) x E (espaçamento). Segundo Morais (2004), a
malha de perfuração apresenta uma grande variação, dependendo do diâmetro de perfuração,
das propriedades da rocha e dos explosivos, do grau de fragmentação e lançamento requeridos
e da altura da bancada. Segundo Silva (2009), a geometria das malhas de perfuração pode ser
quadrada, retangular, estagiada, triangulo equilátero ou malha alongada.
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Figura 8: Diferentes tipos de malhas de perfuração

Fonte: Adaptado de (SILVA, 2009).

 Malhas quadradas ou retangulares:


Devido ao seu formato é de fácil perfuração com menos tempo no deslocamento furo
a furo (SILVA, 2009).
 Malhas estagiadas:
Devido à geometria de furos alternados dificulta a perfuração (maior tempo de
locomoção furo a furo), porém possui melhor distribuição do explosivo no maciço rochoso
(SILVA, 2009).
 Malha Triângulo Equilátero:
São malhas estagiadas com a relação E/A = 1,15. São indicadas para rochas
compactas e duras. Possuem ótima distribuição da energia do explosivo na área de influencia
do furo, maximizando a fragmentação. O centro do triangulo equilátero, o ponto mais crítico
para fragmentação, recebe igual influencia dos três furos circundantes (SILVA, 2009).

2.8.2.3 Afastamento (A)


É a menor distância que vai do furo à face livre da bancada ou a menor distância de uma
linha de furos a outra. De todas as dimensões do plano de fogo essa é a mais crítica (Silva,
2009). Pode ser calculada pela equação (1):

de ( 1)
34

Um dos fatores que interferem na qualidade do desmonte de rocha é a razão entre a


altura da bancada (HB) e o afastamento (A). A tabela 1 tece alguns comentários acerca desta
relação (MANUAL DA BRITANITE, 2010).

Tabela 1: Comentários a respeito da relação HB e Afastamento (A).

Fonte: Adaptado do (MANUAL DA BRITANITE, 2010)

Se Hb/A > 4 A bancada é considerada alta.


Se Hb /A < 4 A bancada é considerada baixa.

2.8.2.4 Espaçamento (E)


Segundo Silva (2009), O Afastamento é a distância entre dois furos de uma mesma
linha. Para o nosso estudo de caso, aplica-se as equações 2 e 3 que é para o caso de bancada
baixa (Hb/A<4), dois casos devem ser observados:
Os furos de uma linha são iniciados instantaneamente, a seguinte expressão pode ser
usada:
(2)

Os furos são detonados com retardados, a equação 3 pode ser usada:

(3)

2.8.2.5 Sobrefuração (SF)


A sobrefuração é uma extensão do furo, que ultrapassa a altura da frente livre da
bancada. Este procedimento é necessário para se evitar a formação dos repés – detonação
insuficiente na soleira (pé) da bancada, representada por uma superfície inclinada e que
dificultará a exploração das bancadas sucessivas (SILVA, 2009). Para o cálculo da subfuração
usa-se a equação 4.
S = 0,3xA (4)
35

2.8.2.6 Profundidade de Perfuração (PP)


É o comprimento total perfurado que, devido a inclinação e a subperfuração (S), será
maior que a altura da bancada. O comprimento do furo aumenta com a inclinação, entretanto,
a subperfuração (S) diminui com esta (SILVA, 2009). Para calcular (HF) utiliza-se a equação
5:

(5)

2.8.2.7 Altura da Carga de Fundo (CF)


A carga de fundo é uma carga reforçada, necessária no fundo do furo onde a rocha é
mais presa. Alguns autores sugerem que HCF deve ser um valor entre 30 a 40% da altura da
carga de explosivos (HC). A tendência, a depender dos resultados dos desmontes, é de reduzi-
la cada vez mais para diminuir os custos com explosivos (SILVA, 2009). A equação (6)
sugere o calculo da carga de fundo.

(6)

2.8.2.8 Altura da Carga de Coluna (Cc)


A altura da Carga de coluna é a carga acima da de fundo; não precisa ser tão
concentrada quando a de fundo, já que a rocha desta região não é tão presa (SILVA, 2009).
A altura da carga de coluna é igual a altura total da carga (Hc) menos a altura da carga
de fundo (Hcf):
Hcc = Hc – Hcf (7)

2.8.2.9 Tampão (T)


O tampão é a porção superior do furo, sem carga explosiva, já que esta carga explosiva
seria excessiva e resultaria apenas em lançamentos de lascas de rocha pela boca do furo
(GERALDI, 2011).
A profundidade do tampão, ou comprimento do furo sem carga explosiva pode ser
determinada preliminarmente pela seguinte regra prática: T(máx) < A (m)

2.8.2.10 Volumes de Escavação e volume desmontado por furo (VF e VT)


O volume de rocha a ser desmontado por furo é determinado pela área da malha de
perfuração (S) multiplicada pela altura da bancada (GERALDI, 2011).
36

VF = S x H (8)

O volume total de escavação será obtido multiplicando-se o valor de VF pelo número de


furos desta detonação.
VT = VF x n (número de furos) (9)

2.8.2.11 Razão de Carga (RC)


É a quantidade de explosivos a ser utilizada por metro cúbico (ou por tonelada, nas
minerações) de rocha a desmontar em uma detonação. Teoricamente, quanto maior a razão de
carga em utilização, maior será a fragmentação da rocha, se a malha for projetada de maneira
correta (SILVA, 2009). A razão de Carga pode ser obtida pelas equações 10 e 11:

(10)

(11)

2.9 CONSUMOS DE EXPLOSIVO


Segundo Geraldi (2011), caracteriza uma grandeza denominada razão de carregamento,
que traduz o consumo de explosivos após a detonação de várias bancadas de uma determinada
rocha. É expressa em Kg de explosivo por m³ de rocha e quase sempre em relação ao m³ de
rocha detonada, medida no transporte, pois é cômodo avaliar-se o volume escavado através do
número de básculas cheias dos caminhões que efetuam o transporte. Pode ser também dada
em relação ao m³ de rocha medida no corte, que requer maiores recursos para efetivá-la,
embora possa ser obtida com certa aproximação pela conversão do volume solto medido no
caminhão em volume de corte. Basta multiplicar a razão de carregamento pela relação entre a
densidade no corte e a densidade solta (empolamento). Abaixo segue alguns valores do
consumo de explosivo, podendo observar que variam de acordo com o tipo de rocha detonada:
 Rocha ígnea: 0,45 a 0,62 Kg/m³;

 Rocha branda estratificada: 0,15 a 0,25 Kg/m³;

 Rocha sedimentar dura: 0,40 a 0,50 Kg/m³.


37

2.10 PROBLEMAS AMBIENTAIS GERADOS PELA TERRAPLANAGEM E O USO DE


EXPLOSIVOS NO DESMONTE
A ruptura da rocha por explosivos pode ser explicada em três estágios. No primeiro, o
explosivo detonador esmaga a rocha na proximidade do furo devido à elevada pressão da
detonação. No segundo, ondas sísmicas de compressão propagam-se na rocha em todos os
sentidos com velocidade igual. Quando atingem a superfície, causam forças de tensão que
partem a rocha. Como regra geral, a força de tensão da rocha é de cerca de 1/10 da força de
compressão, sendo por isso necessário definir uma malha de perfuração que garanta essa
relação. Por fim, o gás de alta pressão da detonação penetra nas fraturas que são a
consequência da falha no segundo estágio e alarga-as. A massa da rocha entre o furo e a face
livre cederá e será então empurrada para frente pela pressão do gás (CAMERON, 1996).
Os impactos causados por estes fenômenos são sentidos nos meios físico, biótico e
antrópico. Na tabela 2, mostram-se estes efeitos deletérios das atividades de escavação,
movimentação de máquinas e equipamentos, à movimentação de solo e movimentação de
rocha por desmonte com o uso de explosivos.

Tabela 2: Impactos ambientais gerados pela terraplanagem e desmonte de rochas por


explosivos

CAUSA MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO MEIO ANTRÓPICO


*Alteração da drenagem *Possibilidade de
natural com possibilidade *Diminuição do ocorrência de
Escavação de interferência em cursos espaço vital desestabilização em
d’água, interrompendo ou fundações vizinhas.
drenando-os.
*Aumento do nível de *Prejuízo à saúde da
ruído e vibração *Fuga e até mesmo população e
Presença de máquinas *Incremento da poluição morte de espécies trabalhadores com
e equipamentos atmosférica,; animais riscos de ocorrência de
doenças pulmonares;
*Aumento da poluição *Chances de acidentes
Utilização de sonora, atmosférica e *Fuga de espécies em com explosões;
explosivos aumento de nível de decorrência do *Ultralançamentos de
vibração barulho rochas

Fonte: Adaptado de (DIAS, 2001).


38

Dentre as diversas formas de controle, a realização de um plano de fogo criterioso


adequadamente dimensionado é o primeiro passo para se minimizar a geração desses efeitos
indesejados.
O desenvolvimento de um plano de fogo que vise atenuar as vibrações deve levar em
consideração alguns parâmetros básicos, de acordo com Ferreira et al. (2006); Jimeno et al.
(2003); Lima (2000); Person et al (1994) como os descritos a seguir:
• Minimização da carga de explosivos por unidade de tempo de retardo, que pode ser
alcançada através da redução do diâmetro de altura dos furos, além da divisão das cargas
dentro detonando-as em tempos distintos;
• Desacoplamento da carga como uso de cartuchos;
• Redução do numero de furos detonados por tempo de retardo;
• Determinar o tempo de retardo efetivo entre furos e filas, que evite uma forte sobreposição
de ondas, assim como a geração de ondas de baixa frequência;
• Utilizar a quantidade de explosivo adequada de forma a se evitar o confinamento da carga;
• Desenvolver o plano de fogo com uma relação entre altura da bancada (HB) e afastamento
(A) maior que dois HB /A>2;
• Controlar a perfuração para que as malhas coincidam com as do plano de fogo e para que se
minimizem os desvios dos furos;
• Possibilitar a maior frente livre possível;
• Redução do tampão e da subfuração;
• Evitar com que o tempo de detonação ultrapasse um segundo;
• Utilização de detonadores eletrônicos;
• Eliminação dos repés, ou outros obstáculos que impeçam o deslocamento do material
desmontado;
• Proporcionar a progressão da detonação do ponto mais próximo para o mais afastado do
local onde se pretende obter os menores níveis de vibração.
Portanto, a observância desses parâmetros, aliados ao reconhecimento geológico da área
entre os locais de desmonte e as estruturas a proteger, a realização de estudos sismográficos
para determinação da lei de atenuação e das frequências de vibração predominantes do
terreno, alem da adoção de um critério de prevenção de danos auxiliam no entendimento de
como a controlar e diminuir os impactos ambientais (JIMENO, 2003).
39

2.10.1 Controle de vibrações da detonação


Quando um explosivo é detonado em um furo, uma onda de choque é gerada na rocha
adjacente. À medida que esta onda de choque se move a partir do furo, gera ondas sísmicas
pelo movimento de partículas. A velocidade das partículas é medida para determinar a
magnitude da vibração da detonação A máxima vibração da partícula pode ser estimada
usando a seguinte fórmula:

(12)

Fatores do estado de confinamento (K) típicos:


Baixo confinamento: 500
Confinamento normal: 1140
Confinamento alto: 5000 (MANUAL DA BRITANITE, 2010)

Tabela 3: Velocidade das partículas X - Danos Causados


Vp (mm/s) Características das oscilações
2 Notadas somente por instrumentos
2a4 Imperceptíveis
4a8 Percebidas por pessoas que saibam da detonação
8 a 15 Causam trepidar das vidraças
15 a 30 Pequenos danos (queda de reboco dos prédios)
30 a 60 Fendas em rebocos
60 a 120 Fendas e quedas de reboco, rachadura nas paredes
120 a 240 Danos consideráveis a edificações (Fendas em pilares e paredes)
240 a 480 Danos destrutíveis (grandes fendas nas paredes, esfoliação a alvenaria, queda
de paredes)
480 Danos irreparáveis/ Colapso (grande destruição)
Fonte: Adaptado de Britanite (2010).

2.10.2 Impacto de Ar
Impacto de ar é uma onda de choque transportada pelo ar que resulta da detonação de
explosivos. A severidade de um impacto de ar depende da carga do explosivo, da distância e,
especificamente, do confinamento dos explosivos.

(13)
40

Fatores do estado de confinamento (K) típicos


Não confinado _______________185
Totalmente confinado __________3,3

Tabela 4: Pressão acústica e sua influência nas estruturas


PRESSÃO ACÚSTICA x DANOS CAUSADOS
Fonte dB Pa Danos
Canhão/explosão 180 21000 Abalos estruturais
Auge do show de rock 160 2100 Quebra de todos os vidros
Sirene de ataque aéreo 140 210 Algumas quebras de vidros
Limite 134 100 Nível de ausência de danos
Avião decolando 120 21 Início do conforto – vidros trepidam
Britadeira trabalhando 100 2,1 Limite do sopro de ar da detonação
Ruído de caminhão 80 0,21
Ruído de Trânsito 60 2,1.10-2
Conversão normal 40 2,1.10-3
Murmúrio 20 3,2.10-4
Sons da natureza 0 2,1.10-5
Fonte: Adaptado de (MANUAL DA BRITANITE, 2010).

A pressão acústica, medida além da área de operação, não deve ultrapassar o valor de
100 Pa, o que corresponde a um nível de pressão de 134 dBs pico, segundo as especificações
da ABNT – NBR – 9653 – 21/10/2005.

2.10.3 Manta para desmonte


A manta para desmonte (Figura 9) é usada para cobrir o plano de fogo com o intuito de
abafar os impactos gerados pela detonação. A Manta é constituída de borracha (bandas de
pneus) unida por um cabo de aço, com uma espessura total da manta de 27 cm, área de 24 m2
e uma massa de 230 kg por metro quadrado perfazendo um total de 5520 kg.
A manta é uma boa solução para o controle de fogo, demolições e desmonte de rocha
controlada em áreas urbanas ou locais de risco. Apresenta características elásticas fato que
permite fácil adaptação a qualquer tipo de terreno, cobrindo toda a área submetida à
detonação.
41

As principais vantagens desse acessório são citadas abaixo:

 Pode ser utilizado mais de uma vez;


 Prático no transporte e manuseio;
 Vantagem econômica em relação a cobertura com terra;
 Após a detonação, em poucos minutos, pode-se retirar a manta e depois
apenas deslocar os restos da rocha. (BLASTMAT, 2014)

Figura 9: Manta para desmonte com explosivos

Fonte: Elaborado pelo autor

2.10.4 Rompedor hidráulico


Os Martelos Hidráulicos (figura 10) são projetados para trabalhar no rompimento de
materiais provenientes de rochas e materiais de construção. Seu princípio é de transmitir
Energia de Impacto conjugado a frequência para fragmentar e penetrar no material. Os
Rompedores são bastante utilizados em pedreiras para fragmentação de matacoes oriundos
dos desmontes fato que gera economia e redução de custos uma vez que este equipamento
dispensa a execução dos desmontes secundários (CATERPILLAR, 2014).
42

Figura 10: Rompedor hidráulico

Fonte: Elaborado pelo autor


43

3 METODOLOGIA
Para o desenvolvimento desse trabalho foi feito constantes visitas, em cada etapa do
processo, onde foi possível observar os aspectos teóricos e práticos a partir dos registros
fotográficos, filmagem, entrevista com operadores da área, descrição topográfica, marcação
dos furos, execução dos furos, escorva, carregamento com explosivo, tamponamento,
amarração dos furos, detonação dos explosivos e análise de fragmentação.

3.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO


Através do Google Earth e GPS (Global Positioning System) que a área de estudo está
localizada a 647,2 quilômetros da capital do Pará, Belém, situado nas coordenadas
georeferênciada do mapa 2, na avenida J, no bairro Jardim Canadá, nas mediações da estrada
de ferro do projeto ferro carajás, zona urbana do Município de Parauapebas – Pará.
O acesso à área pode ser realizado pelas vias principais J e Faruk Salmem, por isso a
preocupação com as detonações. Na frente ao empreendimento existem edificações de casas e
prédios, no entanto, as mais próximas estão a cerca de 50 metros do desmonte mais periférico.

Mapa 2: Localização da área de estudo.

Fonte: Elaborado pelo autor.


44

3.2 MÉTODO DE LAVRA ADOTADO


A escolha do método de lavra baseou-se no condicionamento topogeológico, na
finalidade da extração do maciço e, principalmente na reutilização da área onde ocorrerá a
explotação. Baseando-se nesses fatores, adotou-se um sistema de lavra do tipo “A céu aberto”
com o método de lavra de bancada em encosta (Figura 11).
Para definição das bancadas não houve uma uniformidade para com relação a altura das
bancadas variando de 3, 6, 9 e 12 metros.

3.3 DESCRIÇÃO TOPOGRÁFICA DA ÁREA


O projeto de desmonte avançou em direção a um morro, onde o pico apresentava uma
altura entorno de 24 m tomando como base a rua que passa enfrente ao local de ignição,
segundo a figura 11.

Figura 11: Descrição topográfica da área e desenho esquemático fora de escala -


método de lavra bancada em encosta

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para a execução do projeto de construção civil (edificação do galpão no local) se


demoliu em 400 m de frente por 300 m de fundo, o maciço rochoso que compunha o morro e
rebaixou-se a uma planície de altura máxima de 1 m (tomando como referência a rua da frente
do local) onde será acessada por meio de rampas.

3.4 DIMENSIONAMENTO DO PLANO DE FOGO


Apesar das condições topográficas da área não permitir uma uniformidade com relação
as dimensões das bancadas, adotou-se um plano de fogo para uma bancada de 6 m de altura,
21 m de largura e 17 de comprimento (Figura 12). Posteriormente, dimensionou-se os valores
teórico das variáveis do plano segundo as equações do item 2.8.2, depois se adaptou o plano
45

de fogo com o objetivo de otimizar a etapa de fragmentação e minimizar os impactos gerados


por essa atividade.

Figura 12: Dimensão das bancadas em metro

Fonte: Elaborado pelo autor

3.5 GEOMETRIA DO PLANO DE FOGO


A malha escolhida do plano de fogo foi a de triângulo eqüilátero (Figura 13), também
conhecida como “pé de galinha” devido ser uma malha estagiada com a relação
Espaçamento/Afastamento = 3/1,75m, pois essas são indicadas para rochas compactas e
duras, uma vez que esta possui uma ótima distribuição da energia do explosivo na área de
influência do furo, maximizando a fragmentação conforme foi visto no item 2.8.2.2 deste
trabalho. As marcações dos furos foram feitas em campo após a definição do polígono com o
uso de um GPS para posterior perfuração dos furos.
46

Figura 13: Marcação do plano de fogo teórico em metro

Fonte: Elaborado pelo autor

3.6 EXECUÇÕES DOS FUROS


Para a execução dos furos foram utilizadas 2 perfuratrizes pneumáticas, figura 14,
(Modelo: PW-5000) com um compressor XAS 420, este conjunto de equipamentos
apresentam um rendimento de 37 m/h, executando furos com ângulo de 5 a 10°, profundidade
de 18 a 3 metros (de acordo com a necessidade do plano ou banco ), diâmetro do furo de 3”,
espaçamento de 3 m, afastamento de 1,75 e subfuração de 0,5m.
No decorrer dos desmontes observou-se o aparecimento de matacoes que são estruturas
indesejáveis. Logo, para a perfuração destas, foram utilizados marteletes para perfuração e
posterior desmonte secundário. No entanto, evitou-se esse tipo de desmonte, principalmente
em estruturas fraturadas, substituindo por rompedores hidráulicos do modelo EDT 430,
segundo a figura 15.
Figura 14 – Conjunto perfuratriz PW-5000 pneumático e compressor XAS 420

Fonte: Elaborado pelo autor


47

Figura 15: Rompedor hidráulico

Fonte: Elaborado pelo autor

3.7 ESCORVA, CARREGAMENTO COM EXPLOSIVOS, TAMPONAMENTO DOS


FUROS E SEQUÊNCIA DE DETONAÇÃO.
As etapas de escorva e carregamento (Figura 16A e 16B), foram feitos por 3 blasters
com o auxílio de 6 ajudantes. “Os explosivos utilizados foram: emulsão encartuchada de 2,5”
(Valex-Maxam), Espoleta N° 8 conjugada com estopim (piropim) e os elementos de retardo
foram de 25ms, 30ms, 50ms e 67ms.
O processo de tamponamento (Figuras 16C e 16D) foi realizado manualmente,
utilizando brita misturado com material oriundo dos desmontes anteriores.

Figura 16: Etapas de Escorva (A),carregamento (B) e tamponamento dos explosivos (C e D)

Fonte: Elaborado pelo autor


48

Com relação à sequência de detonação, optou-se por uma amarração na diagonal onde
dois sistemas de retardo foram adotados. O primeiro foi usando o sistema de retardo em linhas
(Figura 17) e o outro com sistema de retardo por furos (Figura 18).

Figura 17: Sequência de detonação com retardo por linhas

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 18: Sequência de detonação com retardo furo a furo

Fonte: Elaborado pelo autor

3.8 CARREGAMENTO E TRANSPORTE


O carregamento foi realizado por três carregadeiras de esteira do modelo: KOMATSU
PC200LC-8 com capacidade de carga de 2 a 3 ton. por ciclo, tendo como equipamentos
auxiliares uma pá carregadeira de pneus de marca e modelo: CAT 988H e um trator de Pneus
CAT 824H. Estes equipamentos auxiliares tinham como função os serviços de manutenção da
praça, serviços de apoio e em algumas situações, realizavam o carregamento dos caminhões.
49

O transporte foi feito por meio de 6 caminhões rodoviários basculantes do tipo SCANIA
P420.

3.9 TÉCNICAS ADOTADAS NO CONTROLE DO DESMONTE, SEGURANÇA E


MINIMIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS.

Como ferramenta analítica para o controle do desmonte e minimização dos impactos


ambientais foram utilizados as equações 10 e 11 e comparados os resultados com as tabelas 3
e 4 as quais estão baseadas na norma brasileira, ABNT NBR 9.653 a qual funciona como guia
para avaliação dos efeitos provocados pelo uso de explosivos nas minerações em áreas
urbanas (ABNT - NBR 9653, 2005).
As medidas adotadas para diminuir os níveis da pressão acústica das detonações
incluem a utilização de linhas silenciosas de acessórios de ligação e a eliminação dos
desmontes secundários pelo uso de rompedores hidráulicos para a quebra dos grandes blocos.
As detonações foram acompanhadas do uso de sirene de aviso, aumentando o nível de fundo
dos ruídos e antecipando os efeitos psicológicos da surpresa causada pela explosão.
Para diminuir os problemas com ultralançamentos utilizou-se uma manta protetora a
qual além de impedir os lançamentos de fragmentos ainda abafou as perturbações sonoras.
Com relação ao plano de fogo reduziu-se a carga por espera de explosivo e aumentou-se o
tempo de retardo do plano para que fosse possível a detonação furo a furo.
50

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 MÉTODO DE LAVRA


O método de lavra de bancada em encosta (Figura 13) confirmou as expectativas de tal
método, comentado no item 2.4. A tomada de decisão para a escolha foi baseada na
configuração do maciço rochoso (Características físicas e geológicas do deposito), nos fatores
ambientais, nos fatores de segurança e nas considerações de mão de obra e econômicas.

4.1.1 Configuração do maciço


Percebeu-se na geologia local que a matriz rochosa era uma rocha ígnea máfica do tipo
Basalto, fraturada com direções e mergulhos segundo a tabela 5 e figura 19, em algumas
dessas, foi possível perceber a presença de grãos de areia, mas, no geral, essas fraturas se
encontravam sem preenchimento. Outra coisa que chamou a atenção nesta estrutura geológica
foi a presença marcante de veios pegmatíticos de composição Quartzo-feldspato (Figura 19) e
em alguns pontos há a presença de algumas mineralizações de sulfetos. De forma geral, tinha-
se um maciço rochoso heterogênio, pouco alterado, com pelo menos 5 planos de fraturas em
blocos (com famílias de descontinuidades próximas).
Quanto a execução do método não foi possível ter uma uniformidade nas alturas das
bancadas devido à presença da grande quantidade das famílias de descontinuidades que
comprometiam a estabilidade dos taludes. Visando o sucesso e segurança do empreendimento
a altura das bancadas que melhor se adaptou tanto no plano de fogo quanto nos aspectos
geotécnicos foram as bancadas de 6 m de altura, 21 m de largura e 14 de comprimento, sendo
que, em algumas situações favoráveis foi necessário adotar bancadas de 9 m e 12 m, devido às
condições do maciço serem favoráveis a bancadas mais altas gerando maior economia com os
números de furos e redução no número de bancadas e detonação

Tabela 5: Direção e mergulho das principais faturas encontradas em campo


Fraturas Mergulho Direção
Fratura A 90° 320 Az
Fratura B 70° 250 Az
Fratura C 38° 305 Az
Fratura D 50° 180 Az

Fratura E 90º 305 Az

Fonte: Elaborada pelo autor


51

Figura 19: Principais famílias de fraturas e veios pegmatíticos Quartzo-fesldspato

Fonte: Elaborado pelo autor

4.1.2 Fatores Ambientais e de Segurança


Os impactos ambientais na área não foram significativos no que diz respeito a fauna e
flora por se tratar de uma área pequena, cerca de 140000 m2, e como supracitado é um maciço
de alta resistência aflorante conformando um pequeno morro sem a presença significativa de
matéria orgânica que permitisse a existência de arvores de grande porte.
Já analisando as condições ambientais para a comunidade adjacente percebeu-se alguns
impactos previsíveis e controlados como: A modificação da topográfica da área, poluições
sonora e do ar (suspensão de particulados), vibração excessiva e ultralançamentos. Com
relação a modificação topográfica, acredita-se que quando o projeto for concluído com a
construção da rede de supermercado no local esse impacto será minimizado.
No caso da poluição sonora as seguintes precauções foram tomadas: construção de um
muro de 2,5 metros na frente da obra, utilização de um abafador sobre o desmonte (manta de
cobertura para o desmonte) e detonação do plano em horários de maior perturbação sonora
(horário de pico). Já para o controle dos particulados usou-se carros pipas para manter o local
sempre úmido, diminuindo a emissão de particulados.
Para minimizar os efeitos da vibração excessiva no solo percebeu-se que o plano de
fogo bem ajustado, os elementos de retardo e a sequência de detonação foram de fundamental
52

importância para minimização desse impacto e maximização da fragmentação do maciço


rochoso.
As variáveis do plano de fogo foram calculadas e adaptadas ao maciço como pode ser
observada na tabela 6. Nesta pode se perceber os valores teóricos e os que foram praticados
no desmonte do maciço. Dentre elas, percebeu-se que com o tamponamento teórico não ouve
problemas relevante com a fragmentação e nem com ultralançamentos. No entanto, quando se
variou esse tampão para 2,5 m e 3,5 m houve uma fragmentação extremamente ineficiente
(presença de grandes blocos), alto nível de ruído e um alto nível de vibração no solo. Para
valores de tampão menores que 0,80 m o principal problema que foi percebido foi com os
ultralançamentos.
A sequência de fogo foi de relevante importância para o êxito do desmonte, uma vez
que é através desta sequência que a energia do explosivo foi distribuída no maciço
fragmentando e movimentando o material. Quando se executou a detonação dos furos com
retardo apenas entre linhas percebeu-se a geração de um alto nível de vibração no solo e uma
alta pressão acústica. Isso pode ser explicado pelo fato de que houve um aumento
significativo da carga de explosivo detonada, esse evento esta em conformidade com os
gráficos 20 e 21 que mostram a velocidade das partículas e da pressão acústica em função da
distância da carda de detonação.
Mesmo tomando todos os cuidados com o plano de fogo e adaptando as variáveis ao
maciço, situações isoladas de ultralançamentos aconteceram. Para garantir a segurança e
evitar esses eventos isolados cobriu-se a malha de desmonte com a manta protetora, segundo a
figura 17.

4.1.3 Mão de obra e Economicidade


Para a execução desse projeto não houve grandes problemas no que diz respeito a mão
de obra, já que essa atividade foi executada dentro de uma cidade e dividida em topografia,
terraplanagem, geotecnia e desmonte. Os custos praticados com terraplenagem foram
compatíveis com o mercado e a topografia foi terceirizada. Para análise geotécnica foi
realizado um pequeno estudo de campo, o qual gerou um projeto, e acompanhado por um
engenheiro geotécnico em regime de consultoria. Os maiores problemas na execução desta
obra foi adaptar, em alguns pontos, a terraplanagem e a geotecnia para garantir a segurança e
o sucesso do empreendimento.
53

4.2 DESMONTE DO MACIÇO ROCHOSO

4.2.1 Dimensionamento do plano de fogo


Os resultados teóricos e práticos dos dimensionamentos das variáveis do plano de fogo
foram baseados no item 2.8 e segue na tabela 6 e figuras 13, 17, 18, 20, 21 e 22.

Tabela 6: Resultados do calculo teórico do plano de fogo e valores reais de campo

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 20: Plano de fogo em campo

Fonte: Elaborado pelo autor


54

Figura 21: Marcação dos furos e carregamento teórico

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 22: Execução do plano de fogo em campo

Fonte: Elaborado pelo autor

4.2.2 Marcação, execução dos furos e sequência de detonação

Um dos problemas observados nesta fase foi com relação a retilinidade dos furos (figura
22), uma vez que o maciço rochoso era extremamente resistente, além disso, apresentava
fraturas as quais proporcionaram desvios acentuados convergindo as cargas de fundo para um
ponto mais concentrado. Somado a isso, a perfuratriz a PW-5000 usada, segundo a
bibliografia consultada, dependendo da profundidade e da resistência da rocha, pode gerar
esses desvios de forma natural. Para obter-se uma perfuração com o mínimo de desvios a
melhor perfuratriz a ser utilizada seria a Percusiva-Rotativa, no entanto os custos de aquisição
e operacional deste equipamento inviabilizaria o empreendimento.
Nos furos onde sofreram esses desvios, comprovados pelo inclinômetro, reduziu-se a
carga de fundo com o intuito de diminuir a carga por detonação. Percebeu-se ainda, que nos
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desmontes onde ocorreram esses desvios acentuados, o produto do processo foi uma pilha
espalhada com grandes quantidades de matacoes e ultrafinos, geração de um maior nível de
ruído e vibração, e teria gerado ultralançamentos se não fosse a manta protetora para
desmonte.
A amarração na diagonal usando a sequência de detonação com retardos por linhas
(Figura 19) não geraram resultados satisfatórios com relação ao controle da vibração, uma vez
que com esse sistema, ocorrem detonações em um intervalo de tempo muito curto
favorecendo a sobreposição de ondas, fato que propiciou vibrações excessivas no solo. Com
relação a fragmentação, foi satisfatório com uma pilha bem homogenia.
A sequência que melhor se adaptou aos objetivos do plano de fogo foi a que utilizou
uma amarração na diagonal com sistema de retardos por furos, como mostra a figura 18. Com
esse sistema, a fragmentação não foi tão eficiente quanto o da sequência por linhas, no
entanto, os níveis de vibração e ruídos foram de menor intensidade. Apesar deste sistema ser
menos eficiente na fragmentação ele foi escolhido devido a preocupação com os impactos de
gerados ao meio.
Observou-se que os níveis de vibração diminuíram ao passo que as cargas detonadas
foram individualizadas evitando a sobreposição de ondas por cargas mais densas. Outro fator
que influenciou na escolha desta sequência foi relacionado a granulometria do material, uma
vez que não ouve a necessidade de um controle tão apurado da fragmentação, já que o
mesmo seria usado para aterramento de uma das áreas de várzeas da cidade.

4.2.3 Execução do plano de fogo


A partir do dimensionamento do plano de fogo teórico, percebeu-se em campo que era
possível reduzir a carga de explosivos (tabela 6), uma vez que o dimensionamento teórico não
levou em consideração o fator amarração e sequência de detonação do maciço. Quando se
optou pela malha de detonação estagiada (Pé de galinha) esperava-se um melhor resultado,
principalmente, com relação a fragmentação e minimização dos impactos ambientais, uma vez
que com esta malha é possível espalhar melhor o explosivo no maciço rochoso, reduzir o
número de furos no plano, fechar mais a malha e liberar gradativamente a energia da
detonação. Fato que aconteceu na práticas com o auxílio do sistema de amarração na diagonal
com retardos por furos.
Na prática, os resultados confirmaram as expectativas quanto as reduções da carga total
usada no desmonte e minimização dos impactos ambientais (ultralançamento, vibração
excessiva e ondas sonoras). Nestas mesmas condições, foi possível perceber que o
56

tamponamento pode influenciar de forma direta tanto na fragmentação quanto em eventos


indesejáveis como é o caso dos ultralançamentos. Quando se usou um tampão pequeno (0, 80
m), o resultado foi uma fragmentação mais uniforme, no entanto os furos detonados deram
tiros (ultralançamentos). Para evitar esses eventos, aumentou-se a altura do tampão para 1,8 a
2,4 m, nesta faixa os ultralançamentos diminuíram solucionando o problema, já com relação a
fragmentação a pilha gerada no desmonte foi bem heterogenia com a presença marcante de
alguns matacoes que foram quebrados com o rompedor hidráulico. Quando os valores da
altura do tampão variaram acima de 2,4 m a granulometria do desmonte ficou extremamente
deficiente com a presença de grandes blocos e pouco material fragmentado. A altura do
tampão que melhor se adaptou ao plano foram os que variaram entre 1,80 a 2,0 m. Apesar
desta altura de tampão ter gerado matacoes também, os impactos ambientais para este caso
foram menores e a fragmentação do maciço foi relativamente boa.

4.3 AS TÉCNICAS EMPREGADAS NA MINIMIZAÇÃO DOS IMPACTOS


AMBIENTAIS
4.3.1 Controle analítico da velocidade máxima da partícula (Vp)
Com a aplicação da equação da Velocidade máxima da partícula (Vp), obteve-se o
gráfico 1, onde os valores adotados para a cargas explosiva (Q) foi de 25 kg, o coeficiente
numérico relativo à rocha e ao local (K) foi de 5000 e a constante relativa à rocha e ao local
(B) foi de -1,2. Segundo gráfico 1.
Gráfico 1: Velocidade máxima da partícula em função da distância da
carga detonada.
12000

Maxima velocidade da particula


k = 5000, B = -1.6, Q = 25
10000

8000
Vp(mm/s)

6000

4000

2000

0,0 0.5 1,0 1.5 2,0 2.5 3,0 3.5 4,0


D(m/100)

Fonte: Elaborado pelo autor.


57

A partir da análise analítica é possível determinar as distâncias e as velocidades de


propagação das partículas e compara-las com a tabela 3 que vai comparar a velocidade de
propagação das partículas com os danos que elas podem causar as estruturas. A distância do
desmonte mais periférico foi de 50 m, analisando o gráfico percebemos que a essa distância
teríamos uma velocidade de propagação entre 15 a 30 mm/s que seria suficiente para gerar
pequenos danos nas construções mais próximas como a queda de reboco dos prédios. No
entanto, com a técnica de desmonte adotada, onde se buscou sobre tudo a minimização desses
impactos aliado a uma boa fragmentação, não se percebeu nenhum desses danos listados na
tabela 4. Com base nesses resultados, pode se predizer que as partículas perderam grande
parte dessa energia cinética para o processo de fragmentação da rocha e ou para os planos
preferências de fraturas encontrados no caminho de propagação dessas ondas.

4.3.2 Controle analítico da Pressão acústica da detonação (PA)


Com a aplicação da função da Pressão acústica (PA), obteve-se o gráfico 2, para tal
resultado, adotou-se a mesma carga de explosivo (Q) 25 kg, no entanto a constante relativa à
rocha e ao local mudou para -1,2, e o K, que é o estado de confinamento do explosivo, foi
para 3,3. Segundo segue o gráfico 2:
Gráfico 2: Pressão acústica gerada pela detonação de um furo em função
da distância.
600

Pressão acústica
k = 3.33, B = -1.2, Q = 25
500

400
P(kpa)

300

200

100

0,0 0.5 1,0 1.5 2,0 2.5 3,0 3.5 4,0


D(m/100)

Fonte: Elaborado pelo autor.


Os resultados analíticos da pressão acústica nos mostram um crescimento exponencial
onde a partir de uma distância de 50 metros com a mesma carga de explosivo tem-se uma
58

pressão acústica de 25 KPa,comparando essa pressão com a tabela 4, constatou-se que nessa
faixa de pressão não houveram danos significativos as estruturas adjacentes, no entanto, os
incômodos com os barulhos gerados com as detonações (120 dB) foram inevitáveis, mesmo
com o uso dos abafadores. Para uma distância de 20 m a pressão acústica aumenta para 100
KPa, esta distância marca o limite da ausência de danos. A uma distância de 10 metros da
detonação, tem-se uma pressão próxima de 210 kPa e 140 dB, intensidade suficiente para
gerar danos nas estruturas mais próximas, inviabilizando o empreendimento.
59

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Os resultados dos estudos de campo provaram que é possível realizar um desmonte de


rochas em zonas urbanas de forma segura, controlada e eficaz, gerando os mínimos impactos
ambientais e sociais as comunidades adjacentes ao empreendimento a partir da aquisição de
equipamentos e técnicas sem sobrecarregar os custos operacionais do empreendimento.
Dentre as variáveis do plano de fogo a carga de fundo, a sequência de detonação e os
tempos de retardo foram umas das principais causadoras da sobreposição de ondas, as quais
serão responsáveis pelos altos níveis de vibração no solo e comprometimento do talude
remanescente. Esse problema foi solucionado quando se adotou uma sequência de detonação
na diagonal com retardos por furo, fato que acarretou em uma carga por espera menor.
Pode se dizer, segundo as práticas de campo, que a probabilidade de ultralançamentos
são potencializadas sempre que o plano de fogo apresentar um afastamento insuficiente ou
excessivo; alinhamento errado dos furos; iniciação instantânea dos furos em filas
consecutivas; ocorrência de anomalias geológicas; tampão inadequado e fragilidade da face
livre ou ultraquebras decorrentes de detonações anteriores.
Outro ponto que vale resaltar no processo de minimização dos impactos ambientais é o
que relaciona a altura da bancada e a carga de explosivos. A bancada muito alta aumenta os
riscos relacionados com a estabilidade dos taludes, assim como a necessidade de cargas de
explosivos maiores. Com esta carga de energia maior sendo liberada em um curto intervalo de
tempo, os riscos de vibração excessiva, pressão acústica, suspensão de particulados e
ultralançamentos aumentam consideravelmente.
De modo geral, todas as variáveis do plano de fogo vão influenciar no sucesso do
desmonte, no entanto vale resaltar a importância de se ter uma eficiente sequencia de
detonação, visto que esta pode minimizar a sobreposição de ondas e aumentar a fragmentação
da rocha. Com base nos resultados obtidos com esta metodologia sugere-se a aplicação desta
para outros tipos de rochas estendendo-se a variação de outros parâmetros como tipo de
malha, tipo de explosivos e acessórios (espoleta eletrônica).
Sugere-se ainda a aplicação desta metodologia com a captação das vibrações por meio
de sismógrafos onde será possível uma melhor leitura das vibrações geradas pelas detonações.
60

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