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Ficha 1

Lê o texto e responde aos itens.

A palavra “Internet” veio para ficar – mas


agora é uma velha celebridade, que todos
conhecem, mas que já não aparece assim em
tantos filmes (ou seja, conversas). Se virmos
5 bem, usamo-la bem menos do que nos tempos
(ali pela mudança de século) em que era a
palavra da moda.
Algumas palavras aparecem e rapidamente
desaparecem. Outras vêm do princípio dos
1 tempos e ninguém as esquece. Há ainda
0 aquelas que surgem como uma explosão, usadas a todas as horas – e, de repente,
acalmam-se e saem do palco.
A Internet ainda tem ar de ser coisa recente, na crista da onda dos tempos, embora a
primeira transmissão na rede que veio a dar origem à estrutura que hoje conhecemos já
tenha ocorrido há mais de 50 anos. Se me apanhassem desprevenido e me perguntassem
1 se a palavra está a ser cada vez mais usada, talvez respondesse que sim…
5 Mas, na verdade, se usamos cada vez mais a dita Internet, cada vez menos usamos o
nome importado que lhe demos. Não acredita? Há várias formas de verificar, mas
podemos começar por usar uma ferramenta gratuita e muito interessante,
chamada Google Trends. Permite-nos ver a quantidade relativa de pesquisas sobre
determinado tema no Google ao longo do tempo. Ora, se pesquisarmos por “Internet”, no
2 mundo inteiro, vemos uma tendência de descida nos últimos anos (é apenas um dado
0 possível, entre outros, claro está). Mas porquê? Se não estamos a usar menos a Internet,
por que razão falamos menos dela? Na verdade, é precisamente por isso. A Internet já
não é novidade. Está tão integrada nas nossas vidas que já são as peças da grande
máquina que nos interessam: as aplicações no telemóvel, a rede Wi-Fi lá de casa, os
websites em que passamos o tempo…
2 A estrutura que está na base diluiu-se na paisagem. É como a eletricidade. Imagino
5 que, nos tempos em que apareceu nas nossas cidades, a palavra “eletricidade” fosse usada
com muita frequência. Era a grande novidade. Com o tempo, começou a ser apenas mais
um elemento da nossa vida, tão importante que nem o notamos. Precisamente como a
Internet.
Há outras razões: algumas palavras substituíram a expressão “na Internet”. Usamos
3 “rede”, “em linha”, “online”, entre outras. Tudo remete para a Internet, mas o nome em si
0 começa a ser usado em menos ocasiões. […]
As palavras não são peças imutáveis, usadas de forma mecânica e previsível. São
outra coisa, difícil de apreender ou descrever – tanto ganham força como quase
desaparecem, mudam de significado, subtilmente, sem pedir autorização, isto enquanto
nos ajudam a compreender o mundo, a imaginar o que não conhecemos e a conversar
3 com os outros. De vez em quando, decidem sair do palco e dar lugar às mais novas, não
5 sem dar um ar de sua graça quando é preciso. Foi o que aconteceu à velhinha Internet.
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Marco Neves, “A palavra ‘Internet’ é cada vez menos usada?”, in http://24.sapo.pt/


(texto com supressões, consultado a 15/11/2021)

1. Nos dois primeiros parágrafos do texto, Marco Neves


(A) demonstra a irrelevância de várias palavras.
(B) contesta a transitoriedade de alguns vocábulos.
(C) realça o êxito momentâneo de algumas palavras.
(D) evidencia a inexistência de inúmeros vocábulos.

2. De acordo com o texto, ao recorrer à expressão “velha celebridade” (linha 2), o autor utiliza
(A) a metáfora para realçar o atual desprestígio da palavra.
(B) a metáfora para evidenciar a antiga popularidade da palavra.
(C) a metonímia para evidenciar o desaparecimento da palavra.
(D) a metonímia para realçar a intemporalidade da palavra.

3. Os parêntesis utilizados nas linhas 21 e 22 justificam-se por


(A) salientar uma conclusão.
(B) introduzir uma exemplificação.
(C) assinalar uma explicação.
(D) isolar um comentário.

4. Relativamente ao terceiro parágrafo, o quarto parágrafo


(A) retoma a ideia anterior e introduz uma nova.
(B) contradiz a ideia anterior, fundamentando-a com exemplos.
(C) retoma a ideia anterior e ilustra-a com exemplos.
(D) contradiz a ideia anterior, através de uma interrogação.

5. As interrogações das linhas 22 e 23 sugerem a


(A) incompreensão do autor perante o desaparecimento de palavras.
(B) constatação de que as palavras perdem presença linguística.
(C) preferência dos leitores pelo uso da palavra “Internet”.
(D) perplexidade de Marco Neves face ao decréscimo do uso da Internet.

6. Através do recurso à forma verbal “diluiu-se” na expressão “diluiu-se na paisagem” (linha 26), o autor
alude
(A) ao desaparecimento da palavra “Internet”.
(B) à complexidade do vocábulo “Internet”.
(C) ao carácter abstrato do vocábulo “Internet”.
(D) à atual banalidade da palavra “Internet”.
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7. A associação de ideias estabelecida, a partir da linha 26, entre a Internet e a eletricidade evidencia
(A) a mutabilidade natural que caracteriza as palavras.
(B) o fortalecimento dos vocábulos ao longo do tempo.
(C) a previsibilidade presente na evolução da língua.
(D) o completo desaparecimento de alguns termos.

8. No último parágrafo, o autor enfatiza o facto de as palavras


(A) se imporem entre elas até ao domínio absoluto.
(B) evoluírem sem a compreensão do ser humano.
(C) servirem o nosso entendimento sobre o mundo.
(D) se fragmentarem com a passagem do tempo.
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1. (C);

2. (B);

3. (D);

4. (A);

5. (B);

6. (D);

7. (A);

8. (C).

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