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Gestão do Conhecimento em Organizações Orientadas para Projetos

Article  in  Revista de Gestão e Projetos · April 2015


DOI: 10.5585/gep.v6i1.111

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3 authors, including:

Antonio Cesar Amaru Maximiano Roberto Sbragia


Univeersity of Sao Paulo University of São Paulo
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Revista de Gestão e Projetos - GeP
e-ISSN: 2236-0972
DOI: 10.5585/gep.v6i1.111
Data de recebimento: 19/10/2014
Data de Aceite: 30/04/2015
Organização: Comitê Científico Interinstitucional
Editor Científico: Marcos Roberto Piscopo
Avaliação: Double Blind Review pelo SEER/OJS
Revisão: Gramatical, normativa e de formatação

GESTÃO DO CONHECIMENTO EM ORGANIZAÇÕES ORIENTADAS PARA PROJETOS

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo que identificou os conhecimentos relevantes sobre o processo de gestão de projetos,
os fatores que influenciam esse processo e as práticas de gestão do conhecimento (GC) em três organizações
brasileiras. O estudo concluiu que a GC é impactada positivamente mais pelo contexto do que pelas práticas; além
disso, parece não haver melhores práticas de GC de forma genérica. Há melhores práticas para cada contexto
organizacional. Espera-se que este estudo adicione conhecimentos ao campo de Gestão do Conhecimento em Projetos
(PKM – Project Knowledge Management) e indique direções para estudos futuros sobre esse tema.

Palavras chave: Gestão do Conhecimento, Gestão de Projetos, Organizações Orientadas para projetos

KNOWLEDGE MANAGEMENT IN ORGANIZATIONS OF PROJECTS ORIENTED

ABSTRACT

This paper presents a study that identified the relevant knowledge about the project management process, the factors
that influence this process and knowledge management practices (GC) in three Brazilian organizations. The study
concluded that the GC is positively impacted more by context than by the practice; Furthermore, there seems to be
best KM practices generically. There are best practices for each organizational context. It is hoped that this study add
to knowledge Knowledge Management Field Project (PKM - Project Knowledge Management) and indicate directions
for future studies on this topic.

Keywords: Knowledge Management, Project Management, Project Oriented Organizations

Ana Carolina Messias Shinoda1


Antonio Cesar Amaru Maximiano2
Roberto Sbragia3

1
Mestre em administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
- FEA/USP. Brasil. E-mail: carol.shinoda@usp.br
2
Doutor em Administração pela Universidade de São Paulo - USP. Professor da Universidade de São Paulo - USP.
Brasil. E-mail: maximin@usp.br
3
Doutor em Administração pela Universidade de São Paulo - USP. Chefe do Departamento de Administração da
Universidade de São Paulo - USP. Brasil. E-mail: rsbragia@usp.br
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SHINODA/ MAXIMIANO Revista de Gestão e Projetos - GeP
SBRAGIA
95 Vol. 6, N. 1. Janeiro/Abril. 2015
Gestão do Conhecimento em Organizações Orientadas para Projetos
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1 INTRODUÇÃO específicos: (1) catalogar os conhecimentos


relevantes para a entrega dos projetos, (2) analisar a
Uma das situações mais desafiadoras para a aplicação das práticas de gestão do conhecimento e
GC é a das condições da temporalidade e da (3) avaliar os fatores que influenciam as práticas de
singularidade que se encontram nas organizações gestão do conhecimento.
orientadas para projetos. Todo projeto tem término O estudo teve como objetivo geral
programado; um momento que não se reproduz. investigar como os processos da Gestão do
Todo projeto tem resultados exclusivos; não é Conhecimento e da Gestão de Projetos podem
repetitivo e sempre produz novos conhecimentos. interagir produtivamente em organizações
Essas duas condições intensificam a necessidade de, orientadas para projetos. Dessa forma espera-se
em algum momento ao longo do projeto, registrar os adicionar conhecimentos para a Gestão de
novos conhecimentos, evitando-se o risco de perdê- Conhecimento em Projetos (PKM – Project
los ao término do projeto. Knowledge Management), um campo de estudo que
A gestão dos conhecimentos, de forma integra os dois domínios (HANISCH et al, 2009).
geral, permite à organização ganhar velocidade e
eficiência no processo decisório, porque as equipes
de projetos não precisam reinventá-los. Além disso, 2 REFERENCIAL TEÓRICO
as pessoas nessas equipes podem estudar o
conhecimento produzido pela experiência, 2.1 Conhecimento
aprimorando continuamente a gestão dos projetos.
Mesmo que os projetos sejam singulares, há diversos Definir conhecimento não é uma tarefa
aspectos comuns (metodologia, ramo de negócios e simples. Grant (1996, p. 110) avalia a dificuldade:
tipo de cliente, por exemplo) que podem ser “O que é conhecimento? Como a questão tem
retomados a cada novo projeto. Essa é a finalidade intrigado alguns dos maiores pensadores do mundo,
da GC: integrar os conhecimentos gerados em de Platão a Popper, sem a emergência de um
projetos ao conhecimento da organização como um consenso claro, essa não é uma arena em que eu
todo, para aproveitamento nos projetos seguintes. escolho competir.” Nonaka e Takeuchi partem do
Há diversos tipos de organizações conceito de conhecimento como “crença verdadeira
orientadas para projetos. Este estudo escolheu o justificada”, que segundo os autores foi introduzida
ramo de negócios das empresas de consultoria. por Platão (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 24).
Nesse ramo, a proposição de valor (DAUCHY, No entanto, esses autores enfatizam que a
2010) baseia-se no conhecimento - é esse o produto epistemologia tradicional do ocidente se concentrou
oferecido aos clientes e o principal ativo estratégico, na verdade como atributo essencial do
que diferencia os concorrentes (HANSEN et al, conhecimento, enquanto eles destacam a natureza do
1999). As empresas de consultoria são classificadas conhecimento como crença justificada, um processo
como Knowledge Intensive Firms (KIF), na medida humano dinâmico de justificar a crença pessoal com
em que “[...] o trabalho e as organizações que são relação à ‘verdade’ (Ibid., p. 63).
intensivos em conhecimento giram em torno do uso Seja qual for a definição, conhecimento é
de tarefas intelectuais e analíticas [...] demandando essencialmente uma questão competência das
extensa educação teórica e experiência para serem pessoas (MARBOT, 2007) e pode ser recurso
conduzidos com sucesso.” (ALVESSON, 2004, p. estratégico da empresa. Esse conceito está associado
1). à Visão da Empresa Baseada em Conhecimento ou
Além da temporalidade e da singularidade, Knowledge-Based-Viewof the Firm (KBV). Para que
a gestão do conhecimento oferece outro desafio o conhecimento seja de fato estratégico, é necessário
importante para empresas de consultoria: o uso do que a organização seja capaz de acessar e integrar o
tempo. Nesse ramo de negócios, os profissionais conhecimento especializado de seus empregados
geram faturamento na medida em que estejam (GRANT, 1966).
alocados, ou seja, prestando serviço a algum cliente.
Sendo assim, tão logo o consultor finalize um 2.2 Gestão do conhecimento
projeto, já deve iniciar o próximo, para garantir
faturamento. Muitas vezes, não há tempo para Segundo Takeuchi e Nonaka (2008),
reflexão, registro e compartilhamento dos Gestão do Conhecimento pode ser expressa da
conhecimentos adquiridos. Como as empresas de seguinte forma:
consultoria lidam com esse dilema? De forma geral,
como organizações orientadas para projetos A gestão do conhecimento – definida
realizam a gestão do conhecimento de seus como o processo de criar continuamente
projetos? É esta a pergunta de pesquisa do presente novos conhecimentos, disseminando-os
estudo, que foi segmentada em três objetivos amplamente através da organização e
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incorporando-os velozmente em atuar tanto como facilitadores quanto dificultadores,


produtos/serviços, tecnologias e sistemas - dependendo de como se configuram na organização.
perpetua a mudança no interior da Por exemplo, a estrutura organizacional pode ser um
organização. (Ibid., p. I). facilitador (estrutura flexível) ou dificultador
(hierárquica). Sendo assim, este trabalho adota o
O processo de gestão do conhecimento termo neutro influenciadores (Figura 1).
pode ser influenciado por vários fatores, que podem

FATORES
INFLUENCIADORES - LITERATURA
CONSOLIDADOS
ESTRATÉGIA / APOIO Nonaka; Takeuchi, 1997; Von Krogh et al, 2001; Koskinen; Pihlanto,
DA ALTA DIREÇÃO 2008; Joia; Lemos, 2010; Chiri; Klobas, 2010.
CULTURA / Nonaka; Takeuchi, 1997; Von Krogh et al, 2001; Prencipe et al, 2005;
AMBIENTE Koskinen; Pihlanto, 2008; Joia; Lemos, 2010; Chiri; Klobas, 2010
Nonaka; Takeuchi, 1997; Von Krogh et al, 2001; Prencipe et al, 2005;
ESTRUTURA / PAPÉIS
Koskinen; Pihlanto, 2008; Joia; Lemos, 2010
PROCESSOS /
Nonaka; Takeuchi, 1997; Von Krogh et al, 2001; Prencipe et al, 2005.
TECNOLOGIA
FATORES Nonaka; Takeuchi, 1997; Von Krogh et al, 2001; Koskinen; Pihlanto,
INDIVIDUAIS 2008; Chiri; Klobas, 2010.

Figura 11 - Fatores influenciadores da GC

Além dos fatores influenciadores, a gestão organização. A primeira entende que organização
do conhecimento é estudada sob a perspectiva das projetizada é aquela que se estrutura
práticas em cada projeto (intraprojeto) e no conjunto deliberadamente em torno de projetos, sejam eles
dos projetos (interprojetos). Por exemplo internos ou vendidos a clientes da organização.
(KOTNOUR, 2000; LÍCIO, 2005; HANISCH et al, Sendo assim, a estrutura organizacional interna
2009; PRENCIPE et al, 2005; TAMINIAU et decorre de uma escolha estratégica e não fruto da
al,2009): necessidade de negócio. A segunda entende que
empresa projetizada é aquela que depende
 Práticas intraprojeto: identificação e registro essencialmente da comercialização de projetos: a
das melhores práticas, consulta a dados de estrutura, portanto, é exigência de negócio. Neste
projetos encerrados, avaliação de ideias de estudo, foram observadas as práticas de gestão do
projetos com base na experiência; conhecimento em estruturas orientadas para
identificação e análise de lições aprendidas. projetos, independentemente do motivo para a
 Práticas interprojetos: treinamento de novas projetização (ou projetificação).
pessoas nas equipes, avaliação de sinergias As organizações orientadas para projetos têm
em projetos paralelos, reuniões desafios para realizar a gestão de seus
interprojetos, comunidades de prática, conhecimentos, que decorrem da natureza de suas
grupos de estudos. atividades. Esse aspecto é discutido por Pinto (2005,
p. xi), que questiona: “Como podemos
2.3 GC em organizações orientadas para projetos institucionalizar e tornar essas práticas sistemáticas,
quando em sua própria natureza a gestão de projetos
Há diversas designações para a organização representa um empreendimento único, no qual não é
projetizada: orientada para projetos, baseada em dirigido ao longo prazo, mas em todos os sentidos
projetos, estruturada por projetos, entre outros. De temporário?” Singularidade e temporalidade,
acordo com o PMI (2008, p. 30), a maior parte dos indicadas por esse autor, são essenciais para a
recursos da organização projetizada está envolvida compreensão da dificuldade de gerenciar
no trabalho dos projetos e os gerentes de projeto conhecimentos em organizações orientadas para
desfrutam de grande independência e autoridade. As projetos. Temporalidade significa começo e fim
organizações orientadas para projetos têm definidos: o projeto necessariamente termina em
departamentos, mas se reportam diretamente aos algum momento, mesmo que demore anos. A
gerentes de projetos ou oferecem serviços de suporte Catedral de Colônia consumiu 600 anos... e está em
aos vários projetos. Para Anselmo (2009, p. 34) há permanente renovação. A singularidade está
duas conceituações principais sobre esse tipo de relacionada à criação de produto, serviço ou
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resultado exclusivo. É possível que alguns elementos empresa que tem uma repetição constante dos
sejam repetitivos (alguns membros da equipe, elementos, como uma linha de montagem ou uma
processos, materiais), mas isso não muda a rotina dentro de uma área funcional.
característica única de um projeto. Esse aspecto A Figura 2 detalha os desafios da natureza dos
difere de atividades ligadas à operação de uma projetos (temporários e singulares) para a GC:

TEMPORALIDADE SINGULARIDADE

Dificuldade de retenção: projetos não


conseguem reter novas ideias (não têm memória Baixa replicação: por serem únicos, não
em si) porque não têm rotinas e estruturas contam com o benefício da repetição (noção de
organizacionais; podem levar à fragmentação do curva de aprendizagem).
conhecimento organizacional.
Ineficiência: se não conseguirem reaproveitar Novas relações: pessoas se encontram para
conhecimentos gerados, as organizações têm que determinado projeto e depois se separam,
criar soluções para cada problema. dificultando a continuidade do aprendizado.

Figura 2 – Desafios da natureza dos projetos para a gestão do conhecimento (adaptado de KOSKINEN;
Pihlanto, 2008; LOVE et al, 2005; TURNER, 2005).

Outros autores reforçam essa o preço das soluções é estabelecido em homens-hora


argumentação. Por exemplo, Hanisch et al (2009, p. e qualquer atividade não vinculada aos serviços de
150) apontam que temporalidade e singularidade são consultoria consome os recursos disponíveis para
grandes obstáculos para a aprendizagem gerar a receita, devendo ser considerada como custo
organizacional em ambientes projetizados, sendo (ou investimento).
óbvia a importância de processos que assegurem o É dentro desse contexto de dificuldades que
conhecimento dos projetos para a empresa como um os processos da GC devem ser pilotados: refletir
todo. Koskinen e Pihlanto (2008) baseiam-se em sobre o que foi aprendido, registrar para uso futuro,
diversos autores para adicionar algumas disseminar para outros da organização. As pessoas
vulnerabilidades das empresas orientadas para da organização devem estar dispostas a investir seu
projetos: falha em trazer desenvolvimento e tempo nessa direção, para aproveitar os benefícios
aprendizagem no âmbito organizacional, dificuldade potenciais da GC.
de conectar os projetos aos processos de negócio da
organização, falta de tempo para reflexão durante a
implementação dos projetos devido a cronogramas 3 MÉTODO
excessivamente otimistas e constante falta de
recursos, reunião de pessoas com competências 3.1 Descrição do estudo
altamente especializadas dificultando o
estabelecimento de uma base de conhecimentos O estudo relatado neste trabalho teve natureza
comuns. qualitativa, exploratória e descritiva. O método
Especificamente nas organizações do setor utilizado foi o estudo de caso (segundo YIN, 2010).
de consultoria, que são orientadas para projetos por O modelo conceitual demonstra as relações entre os
exigência do negócio, esse fenômeno é percebido na componentes do estudo e pode ser visualizado na
medida em que o faturamento é baseado na alocação Figura 3. Em essência, o modelo conceitual retrata o
de seus profissionais (venda de horas de trabalho aos trânsito do conhecimento entre os projetos e a
clientes). Assim que um projeto é finalizado, o organização, dentro do contexto dos fatores
consultor é transferido para o projeto seguinte. influenciadores.
Segundo Lício (2005), no negócio das consultorias,

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FATORES INFLUENCIADORES

PROJETOS
ESTRATÉGIA / APOIO DA ALTA DIREÇÃO

PRÁTICAS INTRAPROJETO

FATORES INDIVIDUAIS
Criação e Comparti- Armazena-
Recuperação
Aquisição lhamento mento

CONHECIMENTO
CONHECIMENTO

PRÁTICAS INTERPROJETOS

ORGANIZAÇÃO

CULTURA / AMBIENTE ESTRUTURAS / PAPÉIS PROCESSOS / TECNOLOGIA

Figura 3 – Modelo conceitual do estudo

Os principais conceitos utilizados para práticas foram segmentadas em intra (dentro


formular este modelo conceitual foram: gestão do do âmbito de um projeto) e interprojetos
conhecimento, projeto, organização projetizada, (combinação e compartilhamento de lições
práticas intra e interprojetos e fatores aprendidas pelos projetos), conforme
influenciadores. proposto por Kotnour (2000).
 Finalmente, os fatores influenciadores
 A definição de Gestão do Conhecimento procuraram incluir as diversas
utilizada foi a sugerida por Takeuchi e nomenclaturas para este conceito:
Nonaka (2008, p. I) que afirma que é “o “condições capacitadoras” (NONAKA;
processo de criar continuamente novos TAKEUCHI, 1997), “capacitadores do
conhecimentos, disseminando-os conhecimento” e “barreira organizacionais”
amplamente através da organização e (VON KROGH et al, 2001), “condições para
incorporando-os rapidamente em evolução da aprendizagem” (PRENCIPE et
produtos/serviços, tecnologias e sistemas”. al, 2005), “fatores que afetam o
Este processo foi segmentado em compartilhamento de conhecimentos”
recuperação, criação/aquisição, (KOSKINEN; PIHLANTO, 2008).
compartilhamento e armazenamento,
seguindo a proposta de Fleury e Fleury 3.2 Estudo dos casos
(2004).
 Projeto foi entendido como “um esforço As organizações selecionadas para este
temporário empreendido para criar um estudo eram: (1) orientadas para projetos e de origem
produto, serviço ou resultado exclusivo.” brasileira, (2) que prestam serviços de consultoria
(PMI, 2008, p. 5). (internos ou externos), (3) pertencentes a diferentes
 Organizações orientadas para projetos são setores e (4) referências em seus setores. A partir
aquelas em que a maior parte dos recursos destes critérios, foram escolhidas três organizações
está envolvida no trabalho de projeto e os para estudo: Escritório de Projetos (PMO) do Banco
gerentes de projeto desfrutam de grande Central do Brasil, Cia de Talentos e
independência e autoridade (PMI, 2008, p. PromonLogicalis. A descrição de cada caso
30). encontra-se na seção seguinte deste trabalho. Em
 As práticas foram definidas como cada uma dessas organizações os entrevistados
“atividades profissionais ou de foram escolhidos com base em dois critérios: (1) o
gerenciamento que contribuem para a entrevistado deveria estar trabalhando na
execução de um processo e que podem organização há pelo menos um ano, de forma que
empregar uma ou mais técnicas ou tivesse uma visão experiente da realidade
ferramentas.” (PMI, 2008, p. 439). As organizacional, e (2) os entrevistados deveriam ser
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indicados por pessoas da própria organização, em empresa, possibilitando identificar as áreas que
situação de senioridade. deveriam ser analisadas e as possíveis pessoas a
serem entrevistadas. A seguir, foram agendadas
3.3 Coleta e análise de dados entrevistas por e-mail com essas pessoas que foram
indicadas. A coleta propriamente dita dos dados foi
Para a coleta dos dados, foi preparado um realizada por meio das entrevistas, de observação
protocolo dos estudos de casos. O protocolo incluiu direta e de análise de documentos. Em seguida, o
os seguintes campos: procedimentos iniciais (dados caso foi redigido e enviado a cada um dos
de identificação do estudo, dados básicos de entrevistados para avaliação, de forma a se fazer
caracterização das organizações, critério de escolha eventuais ajustes. Após a conclusão e validação dos
das organizações, critérios para a entrevista, número três estudos de casos foi realizada a análise
de entrevistas, possíveis fontes de evidências), integrada.
trabalho de campo, roteiro de perguntas, previsão da Para analisar os casos, foi utilizada a técnica de
análise de dados e guia para elaboração do relatório. análise de conteúdo. A análise de conteúdo utiliza
Esses campos são baseados nas sugestões feitas por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição
Gil (2009) e Yin (2010). do conteúdo das mensagens e dos indicadores
Com base no protocolo, foram realizadas (quantitativos ou não) que permitem a inferência de
entrevistas preliminares com dois profissionais de conhecimentos relativos às condições de
uma empresa de consultoria (não um dos estudos de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas
caso), para avaliar se o objetivo do estudo estava mensagens (BARDIN, 2008, p. 44). Foi realizada
claro, se o roteiro contemplava os principais tópicos uma pré-análise do texto, seguida da exploração do
que poderiam ser explorados sobre o tema e até material e, finalmente os dados foram categorizados
mesmo se o tema era relevante para a organização. e os resultados foram obtidos por meio de
Essas entrevistas mostraram a necessidade de os inferências, por meio da ferramenta analítica
entrevistados saberem que tipo de conhecimento se retratada na Figura 4. “AAA” identifica um tipo de
queria analisar. Definiu-se então que os conhecimento relevante, por exemplo,
conhecimentos a estudar seriam relativos aos “conhecimento técnico”; a coluna “número” indica
processos de recuperar, criar, compartilhar e quantas vezes esse conhecimento foi mencionado;
armazenar conhecimentos. A coleta de dados “aaa” revela a maneira como o conhecimento foi
envolveu, inicialmente, uma conversa com uma mencionado na entrevista; “x” mostra qual
pessoa da administração superior das empresas entrevistado tratou desse conhecimento.
escolhidas. Essa pessoa forneceu uma visão geral da

Figura 4 – Esquema da análise de conteúdo

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS informação e da comunicação. A Promon tem sua


origem em 1960. Passou por uma crise a partir de
Esta parte do trabalho apresenta brevemente 1963 - muito relacionada ao cenário econômico no
os estudos de casos individuais (Banco Central do Brasil na época - e um grupo de 11 dirigentes e
Brasil, Cia de Talentos e PromonLogicalis) e, em funcionários se uniu para assumi-la. A
seguida, a análise integrada dos casos. PromonLogicalis é a maior integradora
independente de soluções de Tecnologia da
4.1 Estudo de Caso: PMO do Banco Central do Informação e Comunicação da América Latina.
Brasil Atende à cadeia operacional de operadoras de
telecomunicações (móveis, fixas ou de TV por
O Banco Central é uma autarquia federal assinatura), assim como as demandas tecnológicas
que tem como missão assegurar a estabilidade do do mercado corporativo e do governo. Tem
poder de compra da moeda e um sistema financeiro aproximadamente 600 funcionários, grande parte
sólido e eficiente. Foi criado em 1964 e dedicada a projetos. A duração média dos projetos é
gradativamente assumiu novas funções até se tornar de quatro meses e há oito tipos de metodologias
o “banco dos bancos” no Brasil. Hoje tem cerca de principais oferecidas aos clientes.
4.500 servidores distribuídos em uma estrutura
matricial. Em março de 2004, foi instituído o 4.4 Análise integrada dos Estudos de Casos
Escritório de Projetos (PMO) Corporativo, em
formato de consultoria interna, com fundos do No total, 27 pessoas foram entrevistadas:
Conselho Monetário Nacional (CMN) e com a oito no Banco Central, 12 na Cia de Talentos e sete
missão de desenvolver o Banco Central por meio de na PromonLogicalis. 25 desses entrevistados
projetos. Algumas dezenas de milhões de reais são analisaram e comentaram a primeira versão dos
destinadas anualmente a essa finalidade, o que casos, contribuindo para a preparação do caso final.
permite a execução, em média, de 80 projetos Na média, os entrevistados tinham 10,7 anos de casa,
corporativos concomitantemente (prazo de duração sendo que grande parte tinha mais de 6 anos. As
é de cerca de dois anos). O PMO tem 12 gravações das entrevistas totalizaram 30 horas e 33
funcionários. Além do PMO Corporativo, há três minutos. Todas foram transcritas , resultando em 192
PMOs setoriais para apoiar a gestão dos projetos em páginas (letra Times New Roman, tamanho 12,
alguns departamentos do banco. espaçamento 1,5).

4.2 Estudo de Caso: Cia de Talentos 4.4.1 Conhecimentos relevantes

A Cia de Talentos (CT) é uma empresa de A análise integrada dos casos permitiu
recrutamento e seleção de trainees e estagiários, que identificar oito tipos de conhecimento relevantes
pertence ao grupo DMRH. Esse grupo começou em para as organizações participantes do estudo. Esses
1988 com a fundação da DM (Decision Making), são conhecimentos que os entrevistados afirmaram
uma consultoria especializada no recrutamento e ser importantes para serem gerenciados, ou seja,
seleção de gerentes e altos executivos. A Cia de devem ser foco da Gestão do Conhecimento em suas
Talentos tem atualmente cerca de 100 funcionários. organizações.
Os projetos têm duração de cerca de cinco meses e A Figura 5 detalha os quatro grupos e os
são bastante similares em termos de processo. oito tipos conhecimentos identificados no estudo. A
numeração não tem nenhuma relação com a ordem
4.3 Estudo de Caso: PromonLogicalis de importância dos conhecimentos. Para cada
organização, os conhecimentos relevantes e o grau
A PromonLogicalis é uma das organizações de importância de cada um podem ser diferentes.
do grupo Promon e atua no setor de tecnologia da

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TIPOS DE
GRUPO DESCRIÇÃO
CONHECIMENTO
O “saber como fazer” relacionado às ofertas de
serviço da organização.
 Exemplos: saber fazer um modelo econômico
1. Técnico
(Banco Central), um processo seletivo (Cia de
Talentos) ou integração de redes
(PromonLogicalis).
É entender o passo a passo, as etapas do projeto.
CONHECIMENTOS
 Exemplos: fases de um projeto de elaboração
RELACIONADOS
2. Processual: fases do de uma nova norma (Banco Central), fases de
AOS PROJETOS
projeto um projeto de seleção (Cia de Talentos) e fases
de um projeto de Data Center
(PromonLogicalis).
É entender o passo a passo das etapas da gestão do
3. Processual: fases do
projeto.
Gerenciamento de
 Exemplos: MGPro (Banco Central) e eventos
Projetos
de controle (PromonLogicalis).
CONHECIMENTOS O conhecimento de como fazer análises, negociar,
RELACIONADOS discutir com o cliente, ou seja, saber o que se deve
AO RAMO DE fazer para atuar como consultor.
4. Consultoria
NEGÓCIOS EM Exemplos: “inteligência consultiva” (Cia de
QUE ATUA A Talentos) e “inteligência em avaliar”
ORGANIZAÇÃO (PromonLogicalis).
Conhecimento do mercado em que a empresa se
CONHECIMENTOS situa (fatores críticos de sucesso, dinâmica do setor,
RELACIONADOS players), da empresa em si (estratégia, cultura,
AO CLIENTE 5. Cliente: setor, processo) e do contato (o que a pessoa valoriza, de
PARA O QUAL OS organização e contato que forma gosta de trabalhar).
PROJETOS SÃO  Exemplo: entender o mercado de operadoras de
REALIZADOS telefonia, a empresa “Vivo” e o “João”, que é o
contato dentro da Vivo (PromonLogicalis)
Saber quem possui qual tipo de conhecimento
dentro da organização.
 Exemplos: Consultores do PMO Corporativo
(Banco Central), Gerentes de Projeto e Gerente
dos Consultores (Cia de Talentos), Titulares
6. Quem sabe o que
dos Centros de Competências, Coordenadores
(Know-Who)
de Disciplinas e Gerentes de Projetos
(PromonLogicalis) e profissionais seniores,
CONHECIMENTOS com muito tempo de permanência na
RELACIONADOS organização (Banco Central, Cia de Talentos e
À ORGANIZAÇÃO PromonLogicalis)
NA QUAL OS Saber quais projetos a organização já realizou no
PROJETOS SÃO passado e quais foram as lições aprendidas.
REALIZADOS 7. Histórico de projetos  Exemplos: profissionais seniores, com muito
tempo de permanência na organização (Banco
Central, Cia de Talentos e PromonLogicalis)
Compreender a forma de ser dos profissionais da
organização seja na maneira de fazer o projeto ou
na forma de interagir com o cliente.
8. Cultural
 Exemplos: respeito aos candidatos (Cia de
Talentos) e nunca dizer “não é comigo”
(PromonLogicalis)

Figura 5 – Conhecimentos relevantes identificados

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Para comparação, um estudo de Schindler experiencial, ou seja, os diversos


(2002 apud HANISCH et al, 2009) apontou três saberes acumulados projeto a projeto.
conhecimentos na área de Gestão do Conhecimento
em Projetos ou PKM (Project Knowledge 3.4.2. Fatores influenciadores
Management):
Nos casos individuais, os fatores
 Conhecimento intrínseco aos projetos influenciadores foram sempre classificados como
(knowledge within projects): associado facilitadores ou dificultadores. No entanto, quando
ao processual (fases do gerenciamento se analisam os casos de forma integrada, percebe-se
de projetos), referindo-se ao que há fatores que influenciam a forma de se realizar
conhecimento sobre metodologias de a Gestão do Conhecimento, mas que não
gestão de projetos e práticas de necessariamente o fazem de forma positiva
comunicação em projetos. (facilitadores) ou negativa (dificultadores). Apenas
 Conhecimento sobre projetos fazem parte do contexto e influenciam a forma como
(knowledge about projects): semelhante os projetos e o conhecimento são gerenciados. Por
àquele sobre histórico dos projetos, na exemplo, constatou-se que o porte da organização
medida em que diz respeito a uma visão influencia o grau de formalização dos processos
geral sobre o cenário dos projetos (em (quanto maior a organização, maior a necessidade de
realização ou já realizados). formalização). No entanto, não se poderia dizer que
 Conhecimento entre projetos determinado porte organizacional é facilitador ou
(knowledge between projects): dificultador da Gestão do Conhecimento. O porte é
entendido como todos os influenciador, mas não se pode classificá-lo como
conhecimentos identificados no estudo, positivo ou negativo.
pois envolve o conhecimento Os fatores influenciadores identificados
especialista, metodológico, processual e encontram-se reunidos na Figura 6.

FATOR
COMO INFLUENCIA A GESTÃO DO CONHECIMENTO?
INFLUENCIADOR
Quanto maior o porte da organização (número de funcionários), maior a
1. PORTE necessidade de formalização de processos e documentação de
conhecimentos.
Fatores como intensidade da concorrência, grau de confidencialidade e
2. SETOR sazonalidade podem impactar a inovação e o compartilhamento de
conhecimentos.
Quanto mais variados forem os tipos de projetos realizados / ofertados
3. VARIABILIDADE DE
pela organização, maior a necessidade de organização do conhecimento
PROJETOS
por segmentos e maior a dificuldade de reaproveitamento.
O modelo de contratação influencia a relação do profissional com a
4. MODELO DE empresa, podendo impactar no seu tempo de permanência na
CONTRATAÇÃO organização, bem como interferir em suas atitudes no compartilhamento
de conhecimentos.
A forma de organizar as equipes dos projetos – área de especialidade ou
5. ESTILO DE
geral, compartilhamento de recursos entre projetos, multiplicidade de
ORGANIZAÇÃO DAS
papéis – influencia o grau de especialização e de compartilhamento de
EQUIPES DE PROJETO
conhecimentos.
O esforço da organização em alocar pessoas que trabalharam em
6. ALOCAÇÃO determinados projetos / clientes anteriormente ou em priorizar a rotação
influencia o grau de especialização do conhecimento e a inovação.
A atitude individual das pessoas (por exemplo, pró-compartilhamento ou
7. FATORES
de guardar a informação consigo) influencia o grau de abertura para
INDIVIDUAIS
realizar os processos de Gestão do Conhecimento.

Figura 6 – Fatores influenciadores

Porte, variabilidade dos projetos, estilo de identificados por Prencipe et al (2005) ao estudar as
contratação das equipes e alocação já haviam sido condições para evolução da aprendizagem

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interprojetos. Os fatores individuais também haviam contratação tradicional). Este fator não foi apontado
sido identificados por Chiri e Klobas (2010), que nos estudos analisados.
analisaram fatores influenciadores no
compartilhamento de conhecimento pelos 4.4.2 Fatores facilitadores
indivíduos, e por Koskinen e Pihlanto (2008)
relacionado à motivação para o compartilhamento de Os fatores facilitadores da Gestão do
conhecimento. Conhecimento, identificados nos estudos de casos,
O modelo de contratação foi identificado no encontram-se consolidados na Figura 7. A ordem em
estudo devido às peculiaridades das organizações que os fatores foram listados não está relacionada ao
pesquisadas (no Banco Central os funcionários são grau de importância de cada fator, até mesmo porque
servidores públicos e na PromonLogicalis grande se constatou que é a composição dos diversos fatores
parte é acionista, dois modelos que têm que facilita a gestão do conhecimento nas
características bastante diferenciadas do modelo de organizações pesquisadas e não um único fator de
destaque.

FATOR FACILITADOR COMO INFLUENCIA A GESTÃO DO CONHECIMENTO?

Uma cultura facilitadora é aquela que possui elementos como confiança


1. CULTURA entre as pessoas, abertura, além de valores como respeito e transparência.
FACILITADORA Organizações em que esses aspectos estão presentes facilitam o
compartilhamento de conhecimentos entre as pessoas.
2. ESTRUTURA
Uma estrutura organizacional mais horizontal - no sentido de distância
HORIZONTAL
nas relações entre as pessoas - facilita a proximidade e, logo, o
(POUCA
compartilhamento de conhecimentos.
HIERARQUIA)
3. PROXIMIDADE A proximidade física facilita a troca de conhecimentos tácitos na
FÍSICA organização.
A existência de papéis que permitem uma visão ampla dos projetos
4. PAPÉIS: VISÃO
realizados / em realização facilita a integração dos conhecimentos
AMPLA
organizacionais.
As práticas utilizadas para gerenciar os projetos da organização
5. PRÁTICAS DE
organizam os processos de Gestão do Conhecimento. As práticas
GESTÃO DE
formais, adicionalmente, evitam que se tenha que definir a forma de
PROJETOS
recuperar, criar, compartilhar e armazenar conhecimentos a cada projeto.
6. TEMPO DE
O fato de as pessoas permanecerem na organização por um período
PERMANÊNCIA
longo (baixa rotatividade ou turnover) permite o acúmulo de
(BAIXA
conhecimentos.
ROTATIVIDADE)
Pessoas competentes (com os conhecimentos, habilidades e atitudes
7. COMPETÊNCIA DOS necessárias à organização) são a base para que os processos e práticas de
PROFISSIONAIS Gestão do Conhecimento possam ter efetividade. Ter processos de RH
alinhados às competências organizacionais auxilia esse fator.
O fato de se trabalhar em uma organização referência estimula os
8. PRESTÍGIO
profissionais a buscarem capacitação para estarem à altura de seus pares
ORGANIZACIONAL
e da organização para a qual trabalham.
Os projetos facilitam a integração de conhecimentos que muitas vezes
9. PROJETOS
estão em pessoas / áreas diferentes para atingir um objetivo comum.
10. SISTEMAS E
A existência de sistemas de informação e arquivos digitais (planilhas,
ARQUIVOS
manuais) facilita a documentação de conhecimentos.
DIGITAIS

Figura 7 – Fatores facilitadores

Grande parte dos facilitadores catalogados Chiri e Klobas (2010), Joia e Lemos (2010),
no estudo foi também identificada em estudos Koskinen e Pihlanto (2008), Nonaka e Takeuchi
anteriores. A cultura facilitadora foi apontada por (1997) e Von Krogh et al (2001). A estrutura

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horizontal foi discutida por Joia e Lemos (2010) e Walsh e Ungson (1991) em seus estudos sobre
Von Krogh et al (2001). A proximidade física, por memória organizacional.
sua vez, foi analisada por Koskinen e Pihlanto No entanto, a competência dos profissionais
(2008) e Von Krogh et al (2001). Olivera (2000) e e o tempo de permanência associados aos
Prencipe et al (2005) já haviam comentado sobre os facilitadores da GC não foram encontrados nos
papéis na organização. estudos resenhados.
Kotnour (2000) discutiu as práticas de
Gestão de Projetos como facilitadoras da GC e 4.4.3 Fatores dificultadores
Hauskecht et al (2009) referiu-se ao prestígio
organizacional como forma de retenção de pessoas Os fatores dificultadores para a Gestão do
nas organizações. Os projetos foram apresentados Conhecimento identificados a partir da análise dos
como facilitadores da GC por Schindler e Eppler casos foram consolidados na Figura 8. A ordem dos
(2003). Por fim, os sistemas e arquivos digitais fatores listados também não tem relação com o grau
também foram apontados por Olivera (2000) e de importância, pois isso depende do contexto de
cada organização.

FATOR
COMO INFLUENCIA A GESTÃO DO CONHECIMENTO?
DIFICULTADOR
Faz com que o conhecimento se concentre nas pessoas da organização,
1. Resistência cultural à
de forma que elas precisam sempre ser acessadas por aqueles que
documentação
necessitam de seu saber.
A entrega de projetos ou as atividades do dia a dia são o foco dos
2. Não priorização da
profissionais, de forma que o registro, recuperação, compartilhamento e
Gestão do
até mesmo reflexão sobre os conhecimentos recém-adquiridos fica em
Conhecimento
segundo plano.
3. Falta de integração entre Dificulta o compartilhamento de conhecimento cross áreas ou entre
áreas processos (proposta e execução do projeto, por exemplo).
Dificulta o acúmulo de conhecimentos ao longo do tempo e causa a
4. Rotatividade de pessoas perda de eficiência nos projetos (precisam investir tempo para ensinar as
novas pessoas do time o que o integrante que deixou a empresa já sabia).

Figura 8 – Fatores influenciadores: dificultadores

A resistência à documentação já havia sido e Viscio (1998, apud Dunford, 2000, p. 44): “quando
apontada por Olivera (2000) e Taminiau et al (2009), uma pessoa deixa a organização, uma massa de
indicando que os consultores não gostam de fazer conhecimento sai diretamente pela porta com ela.”.
registros e que continuam procurando as pessoas A análise da falta de integração entre áreas como
para obter informações antes de ir em busca em dificultador da GC não foi encontrada nos estudos
sistemas. A não priorização da Gestão do analisados.
Conhecimento, por sua vez, foi discutida por Lício
(2005) e Taminiau et al (2009), na medida em que as 4.4.4 Práticas intraprojeto de gestão do
atividades de GC em geral não são pagas pelo cliente conhecimento
(como são os projetos), de forma que o foco maior
está na entrega de projetos. A rotatividade também As práticas intraprojeto, ou seja, aquelas que são
foi discutida por autores como dificultador da Gestão realizadas ao longo de um projeto, estão
do Conhecimento. Conforme a citação de Pasternack consolidadas na Figura 9.

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PRÁTICAS INTRAPROJETO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO

Recuperação Criação / Aquisição Compartilhamento Armazenamento

 Reuniões de tomada de
decisão sobre proposta
ou projeto
 Passagem de bastão
(time comercial para
 Alocação de time de entrega)
profissional com  Kick-off (no time / com
experiência anterior cliente)
 Desenvolvimento da
 Apoio de  Capacitações (on the
Proposta / Plano do
profissional job, formais, informais)
Projeto  Time do projeto
experiente (formal /  Comunicações
 Detalhamento do  Templates e
informal) informais
Plano do Projeto documentos
 Consulta a materiais  Reuniões ou Relatórios
 Novos profissionais referência
de referência de de Status
 Benchmarkings  Rede do projeto
projetos anteriores  Interações com cliente
(internos / externos)
 Consulta a  Reuniões de
 Consultorias
profissionais chave alinhamento do time
para indicação de  Reuniões de trabalho
materiais ou pessoas  Divulgação de notícias
do projeto
 Reuniões ou Relatório
de Encerramento
 Pesquisa de satisfação
de clientes
Figura 9 – Práticas intraprojeto de gestão do conhecimento

4.4.5 Práticas interprojetos de gestão do conhecimento

As práticas interprojetos de gestão do conhecimento, identificadas nos casos, estão consolidadas na Figura
10.

PRÁTICAS INTERPROJETOS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO

Armazenamento /
Criação / Aquisição Compartilhamento
Recuperação
 Reuniões Técnicas
 Eventos organizacionais
 Reuniões de acompanhamento
do portfólio
 Segmentação da carteira de  Reunião de alocação
 Reuniões de análise do
projetos ou de clientes  Projetos internos
portfólio
 Metodologia de Gestão de  Comitê, Evento e Portal de
 Reunião de análise das
Projetos Inovação
pesquisas de satisfação
 Manuais de Procedimentos /  Participação em Congressos
 Treinamentos (corporativos /
Metodologia do Projeto  Entrada de novos
técnicos)
 Sistema ou Rede dos Projetos profissionais na empresa
 Formação dos profissionais
 Conversas informais
 Troca de e-mails
 Informações de mercado

Figura 10 – Práticas interprojetos

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS desenvolvimento de competências) e do acúmulo de


conhecimentos organizacionais (permite adicionar
O problema de pesquisa proposto – como as valor aos projetos vendidos).
organizações orientadas para projetos realizam a Por outro lado, constatou-se que os projetos
gestão do conhecimento de seus projetos? – foi também trazem benefícios à Gestão do
respondido neste estudo por meio da identificação Conhecimento. Os projetos são veículos de criação
dos conhecimentos relevantes, da análise dos fatores de conhecimentos na organização. Isso porque são
influenciadores e da avaliação da aplicação das realizados para resolver uma necessidade ou
práticas de gestão do conhecimento em três problema e, ao desenvolver essa solução, geram
organizações orientadas para projetos, de origem novos conhecimentos. Além disso, integram as áreas
brasileira, que prestam serviços de consultoria da empresa e forçam o compartilhamento de
(interna ou externamente) e referência em seus conhecimentos entre pessoas que naturalmente não
setores de atuação. conversariam.
Uma das principais conclusões é que as Por fim, é válido destacar que foi percebido
práticas em si não são o ponto mais relevante para que o tempo para a Gestão do Conhecimento é, em
realizar uma boa gestão do conhecimento, mas sim a geral, pequeno nas organizações pesquisadas, pois a
criação de um contexto favorável à criação, entrega dos projetos é priorizada em relação ao
compartilhamento, armazenamento e recuperação. tempo de reflexão, compartilhamento e
Constatou-se que quando existe um ambiente armazenamento. “Projeto são constantes e pagam as
propício, as pessoas desenvolvem e aplicam as mais horas”, como comentou um dos entrevistados. Lício
diversas práticas para realizar a gestão do (2005) e Taminiau et al (2009) também já haviam
conhecimento, ou seja, a criação, compartilhamento, apontado essa questão. Sendo assim, é necessário um
armazenamento e recuperação de conhecimentos. esforço organizacional para que a Gestão do
Seja por meio de práticas formais, frequentes, Conhecimento possa ser priorizada frente à entrega
envolvendo diversas pessoas, ou informais, sem uma de projetos. Uma solução foi sugerida por Sabbag
frequência definida e entre duas pessoas, os (2009): incluir a Gestão do Conhecimento como uma
profissionais das organizações promovem as práticas das áreas do PMBOK (o guia de referência no campo
necessárias quando o contexto da organização da gestão de projetos). Essa pode ser uma forma de
favorece que isso aconteça. O contexto favorável à incentivar a criação de práticas de GC na
GC está relacionado a muitos dos fatores metodologia de Gestão de Projetos. Entretanto,
influenciadores denominados “facilitadores”: possivelmente será necessário que a alta gestão
cultura facilitadora (confiança, abertura, respeito, priorize a GC - a “intenção” a que se referem Nonaka
transparência), estrutura horizontal (pouca e Takeuchi (1997) e o “instilar a visão do
hierarquia), proximidade física, profissionais conhecimento” apontado por Von Krogh et al (2001)
competentes e organização de prestígio. Na - caso contrário, é possível que as práticas não sejam
literatura, este aspecto está associado ao conceito de aplicadas no dia a dia.
ba, que é o contexto comum no qual o conhecimento Como recomendações para estudos futuros,
é compartilhado, criado e utilizado e unifica o espaço há diversos caminhos a serem trilhados,
físico, virtual e mental (NONAKA et al, 2000). especialmente quando se considera campos tão
Além disso, constatou-se que não existem vastos como os da gestão de projetos e da gestão do
as melhores práticas de gestão do conhecimento de conhecimento. Podem-se confirmar os achados da
forma genérica, mas as melhores práticas para cada presente pesquisa em outras organizações orientadas
contexto. E mesmo dentro de uma mesma para projetos para aumentar o poder de
organização é muito difícil eleger “a melhor” prática. generalização dos resultados. Para isso, é possível
Em geral, é o conjunto das práticas, com suas empregar um método quantitativo. Pode ser
diferentes características e objetivos, que propicia interessante também estudar as práticas relacionadas
uma boa gestão do conhecimento. especificamente ao conhecimento tácito. Os
Tendo em vista o objetivo geral do estudo - conhecimentos dessa natureza não são facilmente
investigar como a Gestão do Conhecimento e a transferidos ou combinados, pois dependem de
Gestão de Projetos podem contribuir uma com a vivência compartilhada e troca de experiências. Ao
outra em organizações orientadas para projetos - foi mesmo tempo, exatamente por suas características,
possível identificar que a GC contribui para a Gestão são menos transferíveis e podem representar um
de Projetos por meio do aumento da eficiência diferencial competitivo para as organizações.
(reaproveitam-se conhecimentos disponíveis, em Este estudo pode contribuir para o campo da
vez de reinventá-los, possibilitando a redução do Gestão do Conhecimento em Projetos ao identificar
prazo de entrega), da melhoria das competências oito conhecimentos relevantes para serem
individuais (o compartilhamento propicia o gerenciados no contexto de organizações orientadas
ingrediente básico, o conhecimento, para levar ao para projetos. Estes conhecimentos foram
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reagrupados em quatro categorias: projetos REFERÊNCIAS


(conhecimentos técnico, fases do projeto, fases do
gerenciamento do projeto), negócio (conhecimento Alvesson, M. Knowledge Work and Knowledge-
sobre como prestar consultoria), organização (quem Intensive Firms. Nova York: Oxford University
sabe o que, histórico de projetos e cultural) e cliente Press, 2004.
(setor, organização e contato). Além disso, alguns
dos fatores influenciadores (modelo de contratação) Anselmo, J. L. Gerenciamento de projetos em
e facilitadores (práticas de Gestão de Projetos, negócios baseados em projetos: uma proposta
competência dos profissionais, projetos) integrada das dimensões operacional,
identificados não foram encontrados nos estudos organizacional e estratégica. São Paulo, 2009.
anteriores pesquisados. Foi proposto um modelo Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação
conceitual para a avaliação das práticas de GC da em Administração de Empresas, Faculdade de
empresa, segmentando-as em intra e interprojetos - a Economia, Administração e Contabilidade da
partir do estudo de Kotnour (2000) que divide os Universidade de São Paulo, 2009.
ciclos de aprendizagem das organizações orientadas
para projetos dessa maneira – e de acordo com os Bardin, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70,
processos com que mais contribuem. Confirmaram- 2008.
se estudos como o de Nonaka et al (2000) a partir da
percepção de que o contexto capacitante é Chiri, K.; Klobas, J. Knowledge Sharing and
fundamental para a realização da Gestão do Organizational Enabling Conditions.
Conhecimento. A partir desses resultados, espera-se Proceedings of 11th European Conference of
que com este trabalho tenha sido possível agregar Knowledge Management, 2010.
conhecimentos ao campo de Gestão do
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