Você está na página 1de 46

NQ3

JuVA~o/Set 1999

6 23
Leitores Tema de Cap;a- Op;inião
Custos e proveitos da autenticidade
~ Cóiase Silva
7
Rel2ortagem
Escola Profissional Bento de Jesus 25
Caraça - Delegação de Mértola Tema de Cal:!a- Caso de Estudo
O Mosteiro de Santa Maria de Flor da
Rosa: discussão de uma intervenção
11 JorgeRodrigues
Actualidade
Criada categoria específica para a 27
área do Património Arquitectónico Tema de Capa - Qpinião
Cultura e turismo:
para uma economia de mercado
12 Valérv Patin
Recortes

31
13 Tema de Capa - Opinião
Reportagem O "mistério" da reabilitação em
Exposição Caminhos do
Portugal
Património Ant6nio Manzoni de Sequeira

-i i-
:;JI ~ 17 37
Opinião
~~*. Forum
Divulg:a~ão
UNESCO
Desmentido ao artigo
Fomm UNESCO "Havia uma casa setecentista no
Univenldodee Património
quarteirão do Largo do Colégio"
18 Rui RamosLoza
Tema de Capa - QJ2inião
Mecenato Cultural em Portugal 41.42.43. 4,t), 46 47 ,t)O
Anabela Carvalhoe IsabelCordeiro
Notícias

20 12
Tema de Ca~a - Actualidade Agenda
Fundo de Turismo promoveu
debate sobre Património e Turismo
51,52,53
LiYIQQ
21
Tema de Ca~a - O~inião
.5.4
~ EUROPA
Cinco ideias simples
Pers~ectivas
~
Enunciadas pelo Príncipe-Consorte
Património em perigo
NOSTRA da Dinamarca, Presidente da
Europa Nostra
Nuno Teot6nioPereira
Património e turismo:
um casamento
8A 8
de
convemencla

N o dizer de Minja Yang, responsável para a região Ásia-


-Pacífico do World Heritage Center da UNESCO, "é pre-
ciso valorizar para conservar". A valorização do patri-
mónio cultural e, em particular, do património arquitectónico,
tendo em vista a sua utilização para fins turísticos, é uma das
formas mais eficazes de estimular a sua salvaguarda e de criar
as receitas necessáriaspara o respectivo financiamento.
O "produto cultural" assim disponibilizado permite atraír um
maior número de visitantes, revitalizar as comunidades locais
através da criação de novos empregos e engrossar as receitas
do turismo, que constituem, já hoje, uma das principais fontes
de divisas de muitos países.
No entanto, uma exploração turística desenfreada pode fazer
perigar o equilíbrio, por vezes precário, em que essepatrimó-
nio se encontra, do mesmo modo que critérios de intervenção
desajustados podem ferir, de forma irreversível, o carácter e a
autenticidade dos monumentos e sítios.
O casamentoentre património e turismo é, sem dúvida, ditado
pelo interesse.Mas nem por isso serámenos durável e frutuoso,
se se basear no respeito e numa visão de longo prazo.

\~} a.
.
v: Cóiase Silva
(Director)
t o meu aplauso pela frontalidade pensem também nos estudantes
expressa no Editorial da revista que, como'eu, possamler a Pedra
Pedra & Cal n° 1 e pela clareza do & Cal.
diagnóstico dos insucessosque pro-
liferam na área em questão. Votos AlbertoSousa Gomes
de sucessopara a publicação. Estudante
Almada
Pedro Tavares

Gerente da

ECG - Engenharia Coordenação e

Gestão de Empreendimentos, Lda

Lisboa

. Venho agradecermuito sensibi-


lizado o envio 40 número 1 da re- t Em primeiro lugar, após detalha-
vista Pedra & Cal, sobre as obras da leitura e apreciação da Pedra &
de preservaçãodo património arqui- Cal, vimos com sincera satisfação
tectónico. Trata-se duma iniciativa cumprimentar a Direcção e a Re-
do maior interesse para a salva- dacção deste novo projecto
guarda desta memória colectiva jomalístico e apresentar as nossas
que todos nós estamos empenha- felicitações mais calorosas. t Referindo com agrado a saída
dos em defender e preservar. Em segundo lugar, aproveitamos desta revista, gostaria de chamar a
para apresentar o aplauso e reco- v / atenção para a necessidade de
José Manuel Martins Carneiro não levar demasiado à letra o nome
nhecimento pelo aparecimento de
Director do Palácio Nacional da Pena da publicação. Na verdade, se
um órgão de comunicação social
Sintra Pedra & Cal soabem e pode ter for-
temático, com tanta qualidade grá-
fica e diversidade de tratamento. ça do ponto de vista da comunica-
O tempo o dirá, mas pelo exemplar ção/ marketing, é precisonão esque-
em análise, a aposta foi já ganha. cer o factor humano desta activida-
de.
Vitor Escudero
As pessoase a sua importância na
Director de Marketing do defesa, recuperação e conservação
Grupo Sousa Pedra do património, darão com toda a
Cacém certeza, matéria para interessantes
trabalhosjomalísticos.
c 'c '
Parabéns.
tApresentoo&meus parabéns pela
qualidade e diversidade dos assun- JorgeRafael
tos abordados na vossa revista Professor
Pedra & Cal. Porto
Espero continuar a contar com esta
revista como apoio às matérias de
estudo. . As cartas devem ser assinadase nelas
Aproveito precisamente para reco- constar o endereço do autor.
mendar que os autores dos artigos

Sim,desejoassinara Pedra& Cal durante1 anopelo preçode 2700$00(beneficiando


do desconto de 10% sobre o preço de capa) acrescido de 600$00para portes de envio.
Nome
ou transmita estecupão (ou Telef. Fax
fotocópia)atravésdo Profissão/Funçãn Contrib. n° "
Fax (01)3157996para fazera Moradaparaenvio
suaassinaturada Pedra& Cal. Localidade CódigoPostal
Em alternativa,poderáenviá-Io Juntochequen° no valor de si o Banco--- à ordemdo GECoRPA
pelo correiopara RuaPedro - Autorizo débito no meu cartão de crédito. O [81 O n°.
Nunes, n° 27 - 1° DtO Data Assinatura
1050-170Lisboa Nos termos lega;., ao signatário é garantido o acessoaos seus dados e respectiva rectificação
por Alexandra Abreu

esde os tempos mais remotos que


o Rio Guadiana fez de Mértola lo-
cal de passagem e permanência de
vários povos, que a desenvolveram
económica e militarmente e a
lançaram para o seu apogeu, tor-
nando-a uma das mais notáveis ci-
dades do Al-Andaluz. A uma pro-
longada fase de decadência, su-
cede-se um novo desenvolvimen-
to económico, já em pleno séc.XIX,
devido à exploração industrial da
Mina de SãoDomingos que foi, em
consequênciada riqueza da sua ja- vertentes de arqueologia, museografia,
zida, um dos mais importantes património cultural e turismo".
complexos mineiros do país. Após Localizada no núcleo histórico do
o encerramento desta lavra, uma arrabalde de Mértola, que do pas-
vez mais o Guadiana deixa de ter sado recebeu o nome que ainda
um papel de destaque e as terras hoje conserva, o de Achada de São
alentejanas, não sendo já 9 que Sebastião,a Delegaçãode Mértola,
antes foram, obrigam os naturais que iniciou a sua actividade no ano
do concelho a partir em busca do lectivo de 1992-93,estáactualmente
seu sustento. Mas de há 20 anos a a preparar o curso, de Técnicos de
esta parte, Mértola tem vindo a re- Recuperaçãodo Património Edifi-
nascer gradualmente, sobretudo a cado, com início em Setembro do
partir da dinamização da sua ver- ano corrente. no Património Edifica-
tente patrimonial e da sua rentabi- do tem vindo a ser objecto de crescente
lização turística. Este passado atenção, não só pela necessidade da sua
histórico, que deu a Mértola a de- preservação, mas também com vista à
signação de vila Museu, justificou sua utilização por particulares ou enti-
a criação da Delegação de Mértola dades públicas e privadas. Este novo
da Escola Profissional Bento de Je- curso pretende formar técnicos que con-
sus Caraça, que de acordo com o tribuam de uma forma eficiente para o
director Carlos Pedro, "procura conhecimentoe manutenção do
aproveitar a experiência da Vila nesta património construído, em edifícios
área e a existência de técnicos compe- isoladosou em conjuntos urbanos,para
tentes que colaboram como formadores, usufruto das populaçõese entidades lo-
para responder à necessidade de for- cais, mas também com vista à sua po-
mação de técnicos qualificados para as tenciaçãojunto de visitantes e turistas",
asseguraCarlos Pedro. O processo utilizando as técnicas tradicionais, e a CGTP Inter Sindical, a entidade
de candidatura do curso de Técni- num edifício localizado no centro promotora:. Co-financiada pelo
cos de Recuperaçãodo Património da vila velha em Mértola. Como Programa Prodep - Programa de
Edificado, obrigatório por lei no este processoainda está numa fase Desenvolvimento Educativo para
casodas escolasprofissionais sem- inicial, os alunos vão poder acom- Portugal do Millistério da Educação
panhar e responsabilizar-se por e pelo Fundo Social Europeu, a
todo o projecto, desde a parte Delegação de Mértola não pre-
burocrática que implica a elabo- tende ser uma escola lucrativa,
ração do projecto de recuperação, logo, cobraproprinas de carácter
a sua submissão à aprovação da simbólico, mas como o financia-
Câmara Municipal e ao parecer do mento não chega para todas as
IPPAR- Instituto Português do despesas de formação, a Escola
Património Arquitectónico, uma estabeleceu parceriascom asdiversas
vez que por sesituar dentro da vila entidades locais no sentido de par-
velha tem que obedecer a um con- ticipar em alguns projectos regio-
junto de requisitos que esta enti- nais integrados nos programas lec-
dade deve analisar e aprovar. A este tivos, que representam retomo fi-
processodeverá corresponder todo nanceiro para a Escola. É que para
o primeiro ano do curso, no qual além do curso já referido, a iniciar
os alunos vão passar também pela no próximo ano lectivo, na Escola
fase de experimentação dos diver- Profissional de Mértola são
sos materiais. Só nos últimos dois ministrados também os cursos de
anos é que a intervenção deverá ser Técnicos de Turismo Ambiental e
levada à prática prevendo-se que Rural; Património Cultural- Gestão
fique concluída no final do curso. e Divulgação e Museografia Ar-
"O objectivo é que os nossosalunos queológica. Foi aliás, no âmbito
acompanhemtodasasfases inerentes deste último, que alunos e profes-
a um projecto de Recuperação do soresprocederam à recuperaçãoda
Património Edificado,o que nofundo Ermida e Necrópole Romana e à
vai ser o seu trabalho no futuro. Neste sua posterior musealização em
caso,queremosque elespassempor to- parceria com o Campo Arqueoló-
das asfases, desderetirar o entulho gico e a autarquia local. De acordo
existentedentro do edifícioaté ao be- com Virgílio Lopes, coordenador do
beretede inauguração", acrescenta curso de Museografia Arqueológi-
Carlos Pedro. ca, "esteprojecto constituiu um desafio
A Delegaçãode Mértolaé uma das para a nossa Escola, já que coinçidiu
nove delegações da Escola Profis- com a abertura da nossa delegação. Mes-
pre que se inicia uma nova turma, sional Bento de Jesus Caraça mo ao lado das nossas instalações está
já foi elaborado e aprovado pelo existentes em Portugal, e é o a Escola C+S, e é dentro deste recinto
Ministério da Educação. Também o resultado de um protocolo assina- escolar que se encontra a Ermida de S.
plano curricular está definido, com do entre o Ministério da Educação Sebastiãoe a NecrópoleRomana,as
duração de 3 anos e equivalência ao
12° ano e é composto pela compo-
nente sócio-cultural; científica e té-
cnica, tecnológica e prática. Das
3640 horas de formação, 50% são
constituídas por vertente prática e
as restantes por formação teórica.
Na opinião do director da Escola,
"a vertente teórica reveste-se de ex-
trema importância para adquirir os
conhecimentosnecessáriosao exercício
da profissão, mas é a vertente prática
aquela que permite no terreno aplicar
esses conhecimentos sem a qual não
estarão aptos a começar de imediato a
laborar", Apesar do plano curricu-
lar estar já definido, a Escola Profis-
sional ainda está em negociações
com a autarquia no sentido de esta
permitir aos novos alunos intervir,
porta referir que a cada curso de Escola: estaUNIVA, quedesenvolve
li

três anoscorrespondeuma turma, todo o trabalho de encaminhamento dos


e, só quando esta termina a for- alunos no mercado de trabalho, é a
mação,é que é criada uma segun- grande responsável por esta taxa de
da turma no mesmocurso.É com sucesso. Mas não é só, também os planos
notório orgulho que os respon- de estágios profissionais suportados
sáveispela Escolareferem que a pelo IEFP têm-se revelado fundamen-
taxa de empregabilidaderonda os tais neste processo".
100%,mas Carlos Pedro,director Imperativa, para conclusão do
da Delegação, reparte os louros curso, é a realização de uma Prova
como IEFP- Instituto de Emprego de Aptidão Profissional (PAP),que
e FormaçãoProfissional,respon- devé retratar toda a aprendizagem
sávelpela criaçãode uma UNlVA- desenvolvida ao longo dos três
Unidade de Inserçãona Vida Acti- anos de formação. .
va a funcionar nas instalaçõesda

duas áreas arqueológicas que por se en-


contrarem em ruínas sofreram obras de
intervenção. Todo o processo, desde a es-
cavação arqueológica da Necrópole, pas-
sando pela recuperação e reconstrução
da Ermida até à sua musealização, en-
volveu a comunidade escolar, e adqui-
riu uma clara dimensão pedagógica,
funcionando como escola-viva em tor-
no das questões da salvaguarda e valo-
rizaçãodopatrimónio". A musealiza-
ção da Ermida é da responsabili-
dade do Campo Arqueológico de
Mértola, com o apoio do Programa
Itinerários Arqueológicos, promo-
vido pelo Fundo de Turismo em
colaboraçãocom o IPPAR.Amusali-
zaçãoda N~crópole éda responsa-
bilidade da EscolaProfissional Ben-
to de JesusCaraça e contou com o
apoio do Programa Leader 11-Rota
do Guadiana. Estasduas estruturas,
testemunhoshistóricos e simbólicos
de diferentes momentos de
ocupação do local, são entendidas
como museu de sítio, com a parti-
cular característica de ficarem si-
tuadas no recinto da Escola C+S de
Mértola. No seu conjunto, afir-
mam-se como uma nova e singular
realizaçãodo projecto Mértola- Vila
Museu.
"Este trabalho desenvolvido em
parceria com asforças vivas da região
é apenas um exemplo dos projectos
realizados pela Delegação de Mértola.
Todos os cursos desenvolvem as suas
formações neste sentido e são muitos
os projectos já realizados", acrescenta
Virgílio Lopes.
Desde a sua criação no ano lectivo
de 1992-93,a EscolaProfissional de
Mértola já formou 70 alunos. Im-
Reivindicacãodo GECoRPA é atendida

D entrodo sectorda constru-


ção as atençõestêm per-
manecido centradas na
construção nova. Reabilitar o
que existerequermais mão-de-
-obra,consomemenosmateriais
e, portanto, é pouco rentável
para o gosto do nossoestablish-
mentconsumista;e a conserva-
çãoe restaurodo património ar-
quitectónicotêm sidoencarados
como um pequeno território
marginal,pouco importante no
contextoda ConstruçãoCivil e
ObrasPúblicas(CC&OP).
Desdea suacriação,em fins de
1997,que o GECoRPAsevinha
batendo por uma alteraçãoes-
sencialdoDec.-Lein°.100j88de
23 de Março, que regulava o
"sistemade alvarás".De acordo
comessedocumento,a activida-
de no domínio do Património
Arquitectónico encontrava-se
arrumada na categoria"Edifí-
cioseMonumentos",dentreum
conjunto de quatro categorias.
As subcategoriasdavam a mes-
ma importância classificativa
aos "Monumentos Nacionais"
que a outras actividades da
CC&OP como "Estruturas de ra do protocolo GECoRPA/ trução (Dec.-Lei n°. 61/99 de 2
betão armado ou pré-esforça- CENFIC, a 3 de Junho de 1998, de Março), a Portaria n°. 412-1/
do", "Estruturas metálicas", na Jornada de Seteais, a 30 de 99 que fixa as categorias e
"Demolições"e "Caixilhariasde Outubro de 1998,em correspon- subcategorias da actividade de
perfis de alumínio e vidros"... dência dirigida à antiga EOP e ICC institui uma nova ca-
Tomava-seimperiosoque,pelo CAEOPP e em contactos tidos tegoria, designada por "Patri-
menos,o Património Arquitec- com dirigentes daquela institui- mónio Construído e Protegido",
tónico fosseconsideradonuma ção. resultante da desagregação da
categoriaespecífica.Tal ponto Assim, na sequênciada nova le- antiga categoria de "Edifícios e
de vista foi amplamentedivul- gislação sobre o acessoe perma- Monumentos": sem dúvida, um
gadona cerimóniade assinatu- nência na actividade da Cons- passo no bom caminho.
A entrada de turistas em Portugal aumentou 10,5%em 1998,tendo atingido os
11,2milhões. Tratou-seda taxa de crescimentomais elevadada Europa, sen-
do também quatro vezessuperior à média mundial, de acordo com dados da
OrganizaçãoMundial de Turismo (OMT).
Em relaçãoàsreceitas,o crescimentono ano transactofoi de 11,6%, facea 1997,em
Portugal, ou seja,cercade seisvezesmais do que a média mundial (cujo aumento
médio foi de 2%).
De acordo com a mesma fonte, os grandes acontecimentoscomo a Expo'98, no
casoportuguês, e o CampeonatoMundial de Futebol, em França,foram factores
que contribuíram de forma positiva para a evoluçãoverificada.
Mais turistas em As regiõesmais procuradaspelos helvéticos foram o Algarve, a Madeira e Lisboa
(mais de 18 mil suíçosvisitaram a Expo'98).
Portugal Destinos como os Açores, o Porto, incluindo o Óouro, e o Alentejo também têm
despertadomuito interesseentre os suíços.
In Correio da Manhã, 18.04.99

M ais informação e limpeza, melhor sinalética e conservaçãode edifícios e


monumentos sãoasprincipais sugestõesfeitas por quem visita a capital do
país. As queixas, apesar de menores, continuam relacionadas com estes
factores, destacando-sea dificuldade em encontrar mapas e informações sobre
transportes.
Um dos casosconcretoslamentava a falta de "placas informativas" sobrea locali-
zação do Castelo de S. Jorge,monumento que, tal como é referido no último in-
quérito trimestral, continua a ser o mais visitado, com quase80%daspreferências,
seguido da Torre de Belém,com 51%.
Quanto aoslocais de interesse,em primeiro lugar surge a Baixa,com 81por cento,
Inquérito ao turismo em seguindo-seAlfama e Bairro Alto. Nesta tabela,o Parquedas Naçõesocupa o oita-
Lisboa vo lugar.
Na respostaà pergunta "O que mais lhe agradou em Lisboa", cercade um terço
Turistas querem dos turistas elegeram a atmosfera, o clima, a beleza da cidade, o povo e a
mais informação gastronomia.
e sinalética In Público27.04.99

N o ReinoUnido as queixascontra empreiteiros (builders)subiram 12%em 98,


atingindo o elevado número de 65 000. Um inquérito feito pelo Office of
Fair Trading junto dos proprietários de habitações,permitiu concluir que
90% dos inquiridos quer novas leis banindo os construtoressem qualificação,ou
"cowboybuilders",
O director geral da Federation of Master Builders, disse que a única soluçãoserá
ReinoUnido um sistemanacional de fiscalizaçãoda indústria.
Necessidade de In Dai/y Mai/ 04.06.99

qualificação dos
empreiteiros

A grande pirâmide de Cheopsvoltou a abrir ao público, depois de 14 mesesde


.filma prolongada acçãode restauro.
A respiraçãodas centenasde turistas que visitavam diariamente a pirâmide
provocarambrechasna pedra que tiveram de receberurgentereparação,e também
que ser limpas dos grafittis que as "decoravam". O trabalho dos Conservadores-
-Restauradoresegípciose francesesnuma dasmais importantes das 107pirâmides
que existem no Egipto, custou ao governo 18 500 Libras, prevendo o Estado o
reembolsodesta despesaatravésdo próprio afluxo turístico à pirâmide.
~ O Conselhoda Antiguidade de Estadodecidiu limitar o número diário de visitantes
Influência nefasta a 300 entradas:uma redução significativa relativamente às 5000permitidas antes
do turismo de da acçãode restauro.
In The Guardian 04.06.99
massas
A Direc~ão Geral de Edifícios e Monumentos
Nacionais conta a sua história em

porOáudia Veloso

percurso de 70 anos da Direcção


Geral de Edifícios e Monumentos
Nacionais está a ser assinalado na
exposiçãoCaminhos do Património.
Porto, Coimbra, Évora, Lisboa,
Paris, Valladollid e Madeira rece-
beram, ou irão receber esta
exposição itinerante, que retrata a
actividade da DGEMN nas áreasda
salvaguarda e valorização do
património arquitectónico e da
instalação de serviços públicos. A
iniciativa é complementada com
uma publicação que, mais do que
um registo, é uma obra de referên-
cia para a história do património ar-
quitectónico, e um conjunto de pro-
gramas que inclui seminários, con-
ferências e debates, realizados nos
locais da itinerância da exposição.
"Com Caminhos do Património dos mais antigos serviços da
procuramos dar conta da enorme im- Administração Pública. Herdou, as-
portância cultural, da preciosa valia sim, as competências dos serviços
técnica e do rigor e actualidade da acção relacionados com os edifícios e os
da DGEMN, aspectoshojereconheci- monumentos nacionais atribuídas
dos a nível internacional pelas enti- ao longo da segunda metade do
dadesque nos têm chamadoa uma par- século XIX e princípio do séculoXX
ticipaçãoadiva nos seusprogramase a diferentes organismos. Com um
acções",refere VascoMartins Costa, quadro inicial de 195 funcionários
Director Geral da DGEMN. distribuídos por duas secções(Por-
Fundado em 1929,este serviço cen- to e Lisboa), dispunha de um La-
tral do Ministério do Equipamen- boratório de Ensaios de Estudos e
to, do Planeamento e da Adminis- Materiais, demonstrando a preo-
tração do Território resultou de cupação de acompanhamento te-
reformas sucessivas que tiveram cnológico que assistiu à sua criação.
origem na necessidadede centrali- EsteLaboratório veio a dar origem,
zar num único organismo as espe- em 1946,ao actual Laboratório Na-
cificidades da construção e cional de Engenharia Civil. A es-
reparaçãode edifícios, classificados trutura da DGEMN sofreu, poste-
ou não, tendo em vista superar as riormente, várias remodelações
carências de equipamento no impostas pela necessidade de co-
domínio dos edifícios públicos. nhecer mais directamente o
Criada pelo Decreto n° 16 791 de património a seu cargo, descentra-
30 de Abril de 1929,no seio do en- lizando os serviços de intervenção.
tão denominado Ministério do Em 1970foram criadas quatro Di-
Comércio e Comunicações, é um recçõesRegionais de Monumentos,
à semelhança do que já acontecia Mosteiro de Alcobaça, o Paço dos grande parte das principais inter-
para o sector de Edifícios, sediadas Duques de Bragança (Guimarães), vençõesefectuadas,com registo do
no Porto, emCoimbra, Évora e Lis- a Igreja de Santa Engrácia (Lisboa) estado em que se encontravam os
boa. Com a reforma de 1993 (De- o Museu Nacional de Arte Antiga monumentos antes das obras e do
creto-Lei n° 284/93 e Decreto Re- (antigo Palácio dos Condes de resultado final, permite conhecer o
gulamentar n° 29/93) efectiva-se a Alvor, em Lisboa), e os novos edifí- teor das opções tomadas e revela o
cios para os Ministérios das Obras quantb essasopçõescorrespondem
Públicas e das Comunicações (Lis- à segurança e convicção de quem
boa). sente que aplica princípios univer'"
Nesta mostra conclui-se que aspri- sais. "Os Boletins permitem estudar
meiras décadas de actuação da 131 grandes intervençõesfeitas no país,
DGEMN, ao contrário do que em constituindo um preciosodocumento
geral hoje acontece, seguem uma para análise da filosofia de actuação e
concepção de restauro baseada no dos critérios utilizados por estainsti-
princípio da unidade de estilo. tuição", sublinha Margarida Alça-
Grande parte das intervenções em da. Os 131 Boletins publicaram-se
monumentos pretendia não só com uma regularidade de quatro
reintegrá-Ios na sua suposta pure- por ano, de 1935até 1966,e depois
za original, como libertá-Ios de espaçadamente,até 1990. Nas pri-
descentralizaçãoe a racionalização constrangimentos visuais ou da meiras edições era patente o cuida-
dos serviços, reunindo, ao nível re- vizinhança de construções consi- do dispendido no grafismo, na es-
gional, edifícios e monumentos no deradas espúrias. Assim, não só se colha de diferentes tipos de papel,
mesmo serviço (à excepçãoda área efectuaram grandes alterações em na impressão, nas dobragens, nos
de Lisboa) e criando novos serviços, monumentos como foram profun- cortes e nos cosimentos, manuais e
entre os quais foi dado especial damente remodelados os seus es- meticulosos. Conforme os assi-
relevo às actividades que melhor paços envolventes. Os anos seten- nantes, faziam-se três tipos de ca-
garantissem a ligação com o exte- ta correspondem ao início do aban- pas: em pele e ouro de lei, em per-
rior, nomeadamenteo mventário do dono dos restauras espectaculares gamóide com dourados e cartona-
Património Arquitectónico (IPA) e a
divulgação do património construí-
do e das actividades da DGEMN.
O Nascimento e Herança da
DGEMN estãode~critosno primei-
ro núcleo da exposição Caminhos
do Património, cujos painéis con-
tam as histórias dos primeiros
grandes restauros da Direcção Ge -
ral, de que são exemplo a Séde Lis-
boa e a Igreja Românica do Mostei-
ro de Paçode Sousa(Penafiel)."A
selecçãodos painéis para a exposição foi
uma tarefa difícil, porque existem
imensos projectos interessantes", su-
blinha Margarida Alçada, coorde-
nadora da exposição. "O Comissário
João Vieira Caldas escolheu alguns
exemplos entre os muitos projectos que
poderiam ilustrar a exposição. Alguns e radicais, preferindo-se-lhes a con- das. Todas estas tiragens se esgo-
são de extrema importância, não só servação dos monumentos com as taram, tendo sido reeditados de-
porque representam o que foi a tradição contribuições válidas de todas as zoito números em versões simpli-
e a metodologia desta casa desde a sua épocase sem alteraçãodo ambiente ficadas, que também se escoaram
criação, mas também porque são, mui- em que se encontram, numa ati- rapidamente. Em 1998,a Direcção
tas vezes, documentos que o público não tude orientada pelos princípios Geral converteu esta colecçãopara
conhece, como é o caso dos desenhos de enunciados na Carta de Veneza CD-ROM, permitindo, assim, uma
Augusto Fuschini para a construção (Carta Internacional sobre a Con- ampla divulgação das suas inter-
da Sé de Lisboa". servação e o Restauro de Monu- venções,uma vez que este suporte
No segundo módulo da exposição mentos e Sítios - 1964). engloba textos históricos sobre a
são retratadas algumas Inter- Expostos estão também alguns importância dos monumentos,
venções no Espaço Monumental, exemplares do Boletim da memórias descritivas dessasinter-
de que são exemplo o Castelo de DGEMN, publicado desde o início venções, plantas de localização,
Lanhoso (Póvoa do Lanhoso), o da sua actividade. A edição de peçasdesenhadase fotografias que
registamo imóvel antes,durante e do pátrio. Pretende-se que a com permanente actualização de
depois dos trabalhos. Na ex- adaptaçãodestesmonumentos pro- dados textuais e iconográficos, de
posição, estão disponíveis com- porcione aos utentes a sensaçãode natureza técnica, científica e
putadores,nos quais os visitantes viverem a História. As Pousadas administrativa sobre o universo do
podem realizar as mais variadas mais recentes,construídas nas últi- património arquitectónico de Por-
pesquisas. "Trouxemosas novas mas décadas, reflectem, por outro tugal que, pelo carácter artístico,
tecnologias para esta exposição, não só lado, o alargamento da noção de histórico, tipológico ou morfológi-
para captar um público mais alargado, Património. Surgem, assim, Pou- co, representa um elemento impor-
sobretudo jovem, que nos interessa mo- sadasque aproveitam ashabitações tante para a definição e compreen-
bilizar para as áreas do património, mas de centros históricos e outras que são da nossa identidade cultural.
também porque, com essas tecnologias, adicionam aos mot:\umentos no- Através das novas tecnologias da
podemos dispor de recursos de infor- vos corpos com uma linguagem informação disponíveis na ex-
mação muito mais amplos", refere a posição, é ainda possível aceder ao
coordenadora. .o CD-ROM dis- IPA durante a visita. A Carta de
ponível permite uma pesquisa Risco é um projecto desenvolvido
muito direccionada, em que se com o objectivo de avaliar asneces-
pode efectuar uma selecçãodas in- sidades de intervenção no
tervenções, por exemplo, por esti- património construído e optimizar
los, tipologias arquitectónicas ou os recursosque lhe são afectos,me-
localização geográfica. diante um processo normalizado
Desde a sua criação que a DGEMN de recolha,processamentoe análise
executou ou encomendou projec- de dados numéricos, alfanuméri-
tos e conduziu ou fiscalizou obras cos, gráficos e iconométricos, de
de novos edifícios para a instalação carácter morfológico e geográfico.
de serviços públicos, que reflecti- Através deste processonormaliza-
ram a evolução da arquitectura por- do é possível avaliar o estadode de-
tuguesa ou, como no caso do mo- gradação dos imóveis e o seu grau
dernismo internacionalista dos de vulnerabilidade face aos riscos
anos30;se posicionaram até na sua extrínsecose intrfusecos. O Mostei-
vanguarda. A Arquitectura do ro de S. Vicente de Fora, pela sua
Século XX é, precisamente, o ter- dimensão,qualidade arquitectónica,
ceiro Caminho do Património, que localização.na cidade de Lisboa e
inclui painéis sobre o Edifício do problemas de conservação que le-
Comando da Escola Naval do Al- vanta, foi escolhido como exemplo
feite e o Edifício da Direcção das de aplicaçãode conhecimentose in-
Construções Navais (Almada), a vestigação. Nos seusclaustros,está
Cas~da Moeda (Lisboa),o Bairro de a serestudadoo comportamentosís-
CasasEconómicas de Caselas(Lis- mico e avaliada a sua segurançaes-
boa), a Embaixada de Portugal em contemporânea. As Pousadas do trutural, em resultado de um pro-
Brasília, o Laboratório Nacional de Castelo (6bidos), da Rainha Santa tocolo assinado em 1995 entre a
Investigação Veterinária (Vila do Isabel (Esh-effioz), de Santa Marinha DGEMN, o Laboratório Nacional
Conde), a Pousada de São Brás de da Costa (Guimarães) e o projecto de Engenharia Civil e a Comissão
Alportel e a Pousadade SãoTeotónio para construção da Pousada do Cabo Europeia,que deu origem ao projec-
(Valença). "Algumasintervenções em EspicheI (Sesimbra) estão descritas to COSISMO, descrito também na
monumentospara instalaçãode Pou- nesta exposição. exposição.
sadasdefinemum conceitode reutili- Por último, são evidenciados os Mé- No final do percurso, é proposta
zaçãodo património, constituindo uma todos, Técnicas e Tecnologias utili- uma visita virtual, através de apli-
forma de aproximação da população em zados pela DGEMN, "que constituem caçãomultimédia, à história e pro-
geral ao património edificado. Estar hoje uma metodologiaquepermite inter- cessosconstrutivos da Torre do Bu-
devoluto e semfunção é o primeiro pas- vir com critérios definidos e com uma gio. Sãoainda retratadas outras In-
so para a perda total dos imóveis", con- basecientffi"cade apoio, que se mantém tervenções Actuais, nomeada-
sidera Margarida Alçada. As Pou- constante", refereMargaridaAlçada. mente na Igreja do Salvador (Coim-
sadas em Monumentos são o tema O mventário do Património Arqui- bra), onde foram encontradas
para o quarto núcleo da exposição. tectónico (IPA) é o instrumento de tábuas debaixo do couro, com pin-
O objectivo de dar utilidade a con- base que congrega e fornece toda a turas do Séc. XV não retocadas,
ventos ou castelosque complemen- informação disponível, pelo que se com pigmentos originais, que per-
tasse a sua qualidade de monu- constitui como pivot de programas mitem avançar um pouco no estu-
mentos e facilitasse a sua ma- como a Carta de Risco e as Fontes do dos materiais da época e docu-
nutenção está ainda associado à Documentais. O IPA constitui um mentar algumasfasesda construção
necessidadede exaltação do passa- instrumento de registo sistemático daIgreja..
Forum UNESCO
..
Manter viva a História que as ~
Culturas dos povos construiram -,"",
Fomm
. , UNESCO
ePatrimónio

Criar uma redede trabalho internacional entrediferentes universidadesde todo o mundo com o
objectivo de treinar futuros especialistasna área do património cultural, coordenando,para tal,
as actividades de alunos e professoresdo ensino superior, numa missão de salvaguarda e
recuperaçãodo património de cada povo, de todos nós.

F oi este o desafio que fez nascer, a criação de uma rede internacional universidade ao património" - reforça
a 19 de Abril de 1995, o Forum de trabalho, indutora do intercâmbio Nuno Santos Pinheiro. Assiste-se,
UNESCO - Universidade e de conhecimentos através da pois, não só à multiplicação desta
Património Cultural, através de um realização de jornadas de trabalho, consciência pelas cidades, países e

I
protocolo de colaboração firmado de seminários, de conferências, de continentes, como à sua consolidação
entre a Divisão de Património Cul- viagens de estudo e da coordenação no espaço nacional, na defesa do
tural da Organização das Nações de pesquisas, no âmbito do património português. Sinal desta
Unidas para a Educação, Ciência e património cultural. Nuno Santos intenção plural, o Forum UNESCO I

Cultura (UNESCO) e a Universidade Pinheiro, director do Forum - Universidade e Património firmou


Politécnica de Valência. Apesar de a UNESCO Portugal e coordenador um acordo de cooperação com a As-
cidade berço ser Valência, em para o Magrebe e Países de Língua sociação Portuguesa de Munícipios
Espanha, o Forum UNESCO Portuguesa do Forum UNESCO com Centro Histórico - organização
formou sede em Portugal em Março afirma que "recuperando o património constituídapor todososmunícipios I

de 1997, na Universidade Lusíada, estamosa caminhar também vara a vaz com interesse na salvaguarda do seu
e ainda na Austrália e no Quebec. entre os homens, porque há uma tentativa património histórico urbano,
de entrega de um conhecimento,o que carente de intervenções ao nível da
I:
8: levará a um bem estar entre todos". recuperação e manutenção. Duas
O projecto de recuperaçãoda ilha de vezes por ano, os signatários deste
Moçambique, dirigido por Nuno acordo promoverão reuniões por
SantosPinheiro, mas executadopor forma a gerir e orientar as actuações
alunos da Umversidade Politécnica consignadas no mesmo, tal como a
de Valência,é um exemplo claro da contribuição científica e tecnológi-
interacçãocultural pela salvaguarda ca do Forum, através do Centro
do patrimómo de uma nação que, Lusíada de Estudos Tecnológicos da
sem esta umão de esforços,poderia Arquitectura (CLETA) e do Núcleo
deixar-se adormecer na erosão dos Lusíada de Estudo e Salvaguarda do
novos tempos.Após esteprojecto de Património (NULESPA).
recuperação,o Forum UNESCOPor- Esta cooperação deverá traduzir-
tugal classificou-seem segundo lu- se igualmente na criação de con-
gar no Concurso Internacional para dições que permitam uma maior di-
a recuperaçãodo Kasbah de Argel. vulgação do património e, se pos-
Estestrabalhos, como o da Medina sível, contribuir para uma formação
de Constatinee dasigrejasda cidade tecnológica de quadros que garan-
de Belém, são executados ao nível tam, no futuro, uma melhor sal-
umversitário com apoio de outras vaguarda e manutenção do
universidades estrangeiras com as património.
quais o Forum tem protocolos de Também na área da formação, o Fo-
Propõe-seesteorganismocriar uma cooperação.Através de cursos,visi- rum UNESCO tem dirigido a sua
atmosfera de reflexão e de inter- tas de professorese de alunos, e da actuação, em articulação com outros
-ajuda na defesa dos bens execuçãode trabalhos em conjunto, organismos, nomeadamente o
patrimoniais de cada país, assente os intercâmbiossãojá uma realidade CENFIC - Centro de Formação
na necessidadede concretizar um entre universidades,com protocolos Profissional da Indústria da
conjunto de medidas específicas, estabelecidos na Argélia, Brasil, Construção Civil e Obras Públicas
integradasno quadro universitário, Bulgária, Chile, Colombia, Espanha, do Sul. Em Março do ano corrente,
pelo que uma das principais linhas Honduras, Itália, Macau e México, decorreu em Santarém o I Curso
orientadorasdo Forum UNESCOé "numa vontadeineauívocade liqar a Internacional sobre Património.
~ estudo sobre10 anos que os mecenasassociamao inves-
de mecenato em Portugal (1986- timento realizado.
1996) realizado pelo Observatório A publicação da Lei do Mecenato e
das Actividades Culturais e recen- a consequente criação de benefí-
temente publicado, demonstra que cios fiscais de incentivo à activida-
no cômputo das acçõesmecenáticas de mecenática constituiu um pas-
empreendidas relativamente ao so importante para cativar o inte-
conjunto das actividades culturais, ressedas empresas.Mas, mais im-
poucos sectoresultrapassam o pa- portante do que as vantagens con-
tamar dos 10% de captação de cedidas e legalmente consignadas,
apoios. O sector da Música consti- é o facto do apoio a actividades cul-
tui a grande excepção, reunindo turais representar um reforço da
36,4% dos apoios relativamente às imagem de prestígio do mecenas,
outras áreas de actividade, que assim vê a notoriedade da sua
designadamente o Património, que instituição ganhar dimensão.
detém no período considerado ape- No caso concreto dos museus, nos
nas 5,3% da captaçãode apoios, as últimos anos, foi a alteração'da sua
Artes Plásticascom 15,2%, o Teatro imagem decorrente das acções
com 7%,o sector do Impresso e Lei- efectivamente concretizadas e de
tura com 3,5%, o Cinema e um dinamismo que não passou
Audiovisual com 2,1%. O que pa- despercebido junto da opinião pú-
receconstituir uma nítida apetência blica e dos meios de comunicação
pelo sector da Música, que concen- social que veio contribuir para uma
tra grande parte dos apoios, é alteração significativa dos apoios
explicado no referido estudo como obtidos.
estando associado à maior exposi- Com efeito, ao longo destesúltimos
ção pública associadaaos aconteci- anos, pode verificar-se uma gra-
mentos, estreitamente relacionada dual alteração da atitude do
com a acrescida dimensão dos pú- mecenas face às actividades do
blicos-alvo e com o maior benefício museu, através de uma ligação

1 AnabelaAntunesCarvalho,frequênciado Mestradoem Literaturae Cultura Portuguesa


Contemporâneas, da Universidade Nova de Lisboa, sob a orientação do Prol. Dr. Eduardo
Prado Coelho. Licenciada em História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Exerce funções de Técnica Superior no Instituto Portugês de Museus. Convidada pelo
Comissariado do Pavilhão de Portugal da Expo'98 para integrar a equipa responsável pela
definição e execuçãodos conteúdos programátic,os da participação portuguesa. Nomeada
Directora do Pavilhão de Portugal no âmbito da Area de Operaçõesda Parque Expo'98 S.A.
Regressaao Instituto Português de Museus para integrar a equipa da Divisão de Divulgação.
2 Isabel Alexandra Rodrigues Cordeiro, licenciatura em Histôria, variante de História da Arte,
pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Curso de pós-graduaçãoem Gestãodas
Artes, pelo Instituto Nacional de Administração. Frequênciado Mestrado em História do Séc.
XX, na Faculdadede CiênciasSociaise Humanas da Universidade Nova de Lisboa.Em Janeiro
de 1992,inicia a sua colaboração com o Instituto Português de Museus. Exerceu funções de
gestão e coordenação de projectos da Iniciativa Mosaico, uma estrutura na dependência do
Gabinete do Ministro da Cultura.
Em 1998 integra a Direcção de Serviços de Inventário do Instituto Portugês de Museus,
assumindo a coordenaçãodo trabalho desenvolvido pelos técnicosafectosa esta direcção de
Serviços e o acompanhamento da actividade da Divisão de Documentação Fotográfica.
efectivacom a instituição, traduzida corpo à ideia de que a conservação,
numa participação financeira con- divulgação e fruição do património
creta e também na oferta de um cultural constitui uma responsabi-
conjunto significativo de bens e lidade cívica de toda a sociedade
serviços. Mas, mais importante, foi civil.
O mecenato institucional que des-

.. de 1995 associa o Banco Mello ao


Museu do Chiado, constitui um
"A tendênciapara exemplo notável de ligação entre
duas instituições com vocaçõesdis-
uma prática tintas. O triénio 1999-2001terá um
mecenáticaconti- apoio consubstanciado numa rele-
vante comparticipação financeira
nuada, e cadavez que permite ao museu dar conti-
mais abrangente, de nuidade ao seu programa de acti-
todos os $ectoresda vidades.
Um dos mais significativos exem-
actividade cultural, plos de mecenatoinstitucional cons-
contribui decisiva- titui a participação da CIMPOR -
- Cimentos de Portugal na viabiliza-
mente para a moder- çãoda profunda intervenção de res-
nização das tauro em curso na Igreja da Madre
de Deus, um dos mais notáveis te- pIos relevantesde mecenatonoutras
infraestruturas cul-
turaisdopaís." souros nacionais, integrada no per- áreasde actividade cultural que não
curso do Museu Nacional do Azu- os museus, nomeadamente a asso-
lejo. O apoio permitirá abranger as ciaçãoem regime de mecenato ex-
acçõesde restauro na talha, azule- clusivo do BCP ao Teatro Nacional
a criação de um vínculo efectivo e jo, pintura, escultura e têxteis da de S.Carlos , da EDP à Companhia
continuado, obtido através da cam- igreja, sacristia, coro-alto e capela Nacional de Bailado, do BPI ao
panha realizada junto do tecido de Santo António. Teatro Nacional de S.Joãodo Porto
empresarial, consubstanciada na Também significativo, o recente e da Portugal Telecom ao Teatro
ideia do mecenato institucional a protocolo celebrado que associa a Nacional D. Maria ll.
que subjaz uma verdadeira asso- EDP ao Museu Nacional de Arte Esta tendência para uma prática
ciaçãode um mecenasa um museu Antiga, por um período de três mecenática continuada, e cada vez
por um período dilatado de tempo. anos e que vem viabilizar alguns mais abrangente, de todos os sec-
Esta ideia tem vindo a encontrar projectosprioritários do museu que tores da actividade cultural, contri-
uma adesão crescente entre os reúneuma dasmais importantes co- bui decisivamente para a moderni-
mecenas, nomeadamente institui- lecçõesnacionais. zação das infraestruturas culturais
ções bancárias e seguradoras, que Podemos ainda citar alguns exem- do país permitindo uma oferta cada
vêem assim associada a sua ima- vez mais diversificada e qualificada,
gem a intervençõescontinuadas, de uma participação acentuadamente
carácter estrutural. mais dinâmica dos criadorese agen-
A prática de um mecenato tes culturais e, consequentemente,
institucional assente numa conti- uma atenção e interesse crescentes
nuidade dos laços entre o museu e por parte do público e das comuni-
o mecenas,não invalida os apoios dades. Daqui resulta também uma
mecenáticospontuais, a iniciativas responsabilidade acrescidado teci-
de carácter mais efémero, como a do empresarial e das instituições e
com participação em exposições agentescúlturais e dos mecenas.O
temporárias, ou ainda na produção resultado final desta conjugaçãode
de réplicas de peças das colecções esforços e investimentos - onde o
dos museus, ou de publicações. incentivo à requalificação e valori-
Ambos os tipos de participação são zação do património cultural assu-
importantes, na exacta medida em me especialrelevância, pela impor-
que viabilizam o desenvolvimento tância que reveste no reforço das
de iniciativas indispensáveis ao identidades regionais - só poderá
cumprimento dos objectivos essen- resultar na valorização da nossa
ciais da instituição museal, fomen- identidade cultural no quadro de
tando simultaneamente um espíri- um desenvolvimento integrado e
to de envolvimento e partilha em da afirmação de uma imagem
projectos de índole cultural, dando forte de Portugal. .
por Cláudia VeIoso

- ' Ciclo de Debates1999do


telo Rodrigo, assumemum papel di- quesublinhou a actualidadeda dis-
Fundo de Turismo, que teve lugar namizador". cussão sobre o modo como se po-
no passado dia 21 de Maio, em Lis- O Prof. Sérgio Infante, da Univer- dem fazer as intervenções que uma
boa, incluiu uma sessão sobre sidade Técnica de Lisboa, abordou função hoteleira implica, quais as
-
I'Património e Turismo A Filoso- o tema "Metodologias de Con- principais alterações e suas impli-
fia de Intervenção, Técnicas e Cus- servação do Património Arqui- caçõesna estrutura e na construção
tos da Recuperaçãodo Património tectónico" , a propósito do Plano de do edifício, como se podem atacar
e o seu Impacte no Turismo". Es- Salvaguarda de Angra do Heroís- asprincipais anomaliasque afligem
tiveram presentes, entre outras in- mo. "Um plano de salvaguarda - este tipo de edifícios, etc.
dividualidades, o Secretário de Es- referiu - é em primeiro lugar um "Custos e Proveitos da Autentici-
tado do Turismo, o Presidente do instrumento que pretende compatibi- dade" foi o tema desenvolvido pelo
Fundo de Turismo, o Director Ge- lizar a Conservaçãodo Património com EngOVitor Cóias e Silva, Presidente
ral do Turismo, o Presidente do o Desenvolvimento". Na sua opinião, do GECoRPA, que abordou
Conselho de Administração da "a melhorforma de organizar o percur- questões como: o património na-
ENATUR, o Presidente do WPAR, so de uma visita cultural é sugerir uma tural e cultural como recursos e
o Director Geral de Edifícios e Mo- deambulaçãolivre, semguia, com a aju- como motivações do turismo; di-
numentos Nacionais e o Presidente da de um prospectosimples queforneça reitos das futuras gerações e uso
do GECoRPA.Na sua intervenção, informação através de itinerários devi- sustentável do património; autenti-
o Prof. Alexandre Alves Costa, da damente sinalizados e pontuados por cidade e "fachadismo"; autentici-
Faculdade de Arquitectura da Uni- painéis informativos" . dade e estrutura; demolir e re-
versidade do Porto, abordou a im- No encontro falou-se também de construir ou reabilitar e reutilizar:
portância do turismo como fonte de Casas Nobres, que de habitações impactospositivos e negativossobre
desenvolvimento, directamente passaram a assumir também uma o património natural e sobre o
ligada à preservaçãoda identidade função turística. O tema foi aborda- património cultural. .
nacional, referindo que "Portugal do pelo Prof. JoãoAppleton, daA2P,
pode desenvolver-se e perder a sua
identidade. Pode, pelo contrário, man-
ter a sua identidade estabilizando o seu
desenvolvimento, como acontecia em
grande parte durante o Estado Novo.
Pode, em terceira via e, do nossoponto
de vista, a única interessante, aliar o
desenvolvimento à preservaçãoe apro-
fundamento da identidade nacional".
"Recuperar e produzir Património
para o Turismo" foi o tema desen-
volvido pelo ArqtO João Paulo Ra-
pagão, docente da Universidade
Lusíada, que sublinhou a necessi-
dade de uma intervenção entre a
verdade, a qualidade e a viabili-
dade. "Intervir no Património para o
Turismo exige uma razão e uma imagi-
nação capazes de interpretar e mate-
rializar a sua identidade, revelada pela
sua ordem temporal e espacial própria
(...) O critério de intervenção defendea
ideia de manutenção do significado cul-
tural e social onde os espaçoscomo,por
exemplo; o Palácio do Marquês de Cas-
Enunciadaspelo 2imcipe-Consorte da Dinamarca,
Presidenteda Europa Nostra, por ocasiãoda Cerimónia
de entregados PrémiosEuropaNostra, .

Paris,28 de Janeirode '1999

Primeira Ideia: Numa econo- Terceira Ideia: Na Europa, a


mia mundial que se globaliza noção de património cultural
e numa Europa que acabade não pode continuar a reflectir
sedotar, atravésda moedaúni- a dicotomia tradicional entre
ca, de um factor poderoso de natureza e obra do Homem.
integração,toma-sevital salva- Na Europa, a natureza foi con-
guardar asnossasdiversidades dicionada pelo Homem ao lon-
culturais. Parecepois necessá- go de milhares de anos. Foi
rio que a Europa e, nomeada- este condicionamento que
mente, a União Europeia,atri- criou as paisagens europeias,
buam às medidas culturais e proporcionou a beleza, a va-
uma importância bem maior riedade e o valor dessas mes-
do que a actual. mas paisagens. Uma vez que,
devido à expansão económica,
as nossas paisagens estão hoje
Segunda ldeia: No seio de ainda mais em risco do que os
qualquer acção europeia que nossos monumentos, a salva-
coloque em evidência as nos- guarda das paisagens da Eu-
sas diversidades culturais, o ropa deve tomar-se uma prio-
património cultural deve ridade.
ocupar um lugar destacado e
priveligiado. De facto, o nosso
património, fruto de correntes Quarta Ideia: o património é
de pensamento e de acção que uma fonte de emprego que
têm ultrapassado as fronteiras ainda não foi explorada de for-
ponticas que condicionam a ma satisfatória. As iniciativas
Europa, tem a dupla vantagem que visam valorizar o patrimó-
de testemunhar as nossas di- nio cultural são muitas vezes
versidades culturais e de valo- desencorajadas, nomeada-
rizar, simultaneamente, a nos- mente, por sistemas fiscais
sa identidade europeia. desadequados, bem como por
A Europa Nostra em conjunto com o
uma suspeiçãoe desconfiança Instituto dos Castelos Históricos
persistentesrelativamente aos (EUROPANOSTRA/lliI) é uma orga-
proprietários dos bens cultu- nização que possui uma rede de
membros em toda a Europa, compre-
rais. Devemos adoptar uma endendo mais de 200 organizações
nova postura faceao patrimó- não governamentais orientadas para
a preservação do património, com
nio cultural capazde explorar cerca de uma centena de autoridades
as suas potencialidades em locais e mais de 700 membros indivi-
@ ~~~~
matéria de criação de empre-
go.
duais. Beneficia de um estatuto con-
sultivo junto do Conselho da Europa
e mantém relações estreitas com a
~ NOSTRA
União Europeia.
A Europa Nostra/IBI tem como objec-
Quinta e últi,na ldeia: A so-
tivos, encorajar e promover:
ciedade civil - isto é, todas as A protecção e a valorização do Patri-
estruturas não governamen- mónio Arquitectónico e natural na extenso público, reportando-se a as-
Europa; o respeito pelas normas de suntos de interesse geral. Assim fo-
tais entre os cidadãos e os po- qualidade em matéria de arquitectu- ram adoptadas declaraçõespara a sal-
deres públicos - desempenha ra, urbanismo e Qrdenamento do ter- vaguarda do litoral europeu, na pro-
ritório; o melhoramento do ambien- tecçãodas cidades históricas e na ini-
um papel importante para a
te. ciativa dos jovens relativamente à
protecção do património e pode Procura sensibilizar a opinião públi- protecção do património.
revelar-se um interlocutor pre- ca, bem como as autoridades interna- As resoluçõesdizem respeito à salva-
cionais, nacionais e locais. Organiza, guarda de um sítio especiale são des-
cioso dos responsáveispolíticos. para esteefeito, conferências,seminá- tinadas a um público muito específi-
As ideias e as iniciativas ino- rios, ateliers, estudoscientíficos, expo- co e, nomeadamente às respectivas
vadoras procedem, muitas ve- sições e viagens de estudo. autoridades. Em determinados casos,
Difunde várias publicações: um rela- quando é necessárioassegurar a con-
zes, da sociedade civil. Esta tório anual, uma revista bianual, uma tinuidade de uma resolução anterior
dispõe de poucos meios, más newsletter semanal e um boletim IBI. ou num caso de emergência, o Presi-
A Europa Nostra/IBI geretrês Progra- dente Executivo pode enviar corres-
conta com uma armada de mas de Prémios que são alvo de uma pondência em nome da organização.
benfeitores que aceitam consa- grande atenção por parte dos media. Desde 1983,cerca de 70 declarações,
grar o seu saber-fazer, o seu No quadro do seu Programa de resoluções e correspondências do
Prémios, atribui anualmente uma Presidente Executivo foram adopta-
tempo e o seu dinheiro à causa quarentena de prémios aos projectos das e difundidas, muitas vezes em
do património. Esta sociedade de restauro ou valorização do patri- colaboraçãocom outras organizações.
mónio arquitectónico e natural de Até agora 30% das intervenções rea-
civil soube organizar-se ao ní-
qualidade excepcional. Desde 1986, lizadas pela Eurqpa Nostra/ffiI foram
vel europeu dotando-se, atra- esta actividade conta com o apoio da um verdadeiro sucesso.Com o vosso
vés da criação da Europa Fundação "American Express". Em apoio, a nossa influência crescerá e
1993, foi organizada uma exposição reforçaremos a nossa eficácia.
Nostra, de uma estrutura itinerante onde foram apresentadosos As viagens de estudo são destinadas
europeia. Com efeito, a Euro- primeiros 15 anos dos Prémios Eu- aos membros individuais e aosmem-
ropa Nostra. Esta exposição já foi bros vitalícios. Estasviagens oferecem
pa Nostra reúne numa federa-
mostrada a um vasto público e conti- a possibilidade de contactar com or-
ção pan-europeia as diferentes nua a viajar pela Europa, com o ob- ganizações locais, sem a ajuda das
organizações nacionais, regio- jectivo de chamar a atenção para os quais seria impossível visitar as obras
projectos premiados. históricas que não estão abertas ao
nais e locais, que obram para a Todos os anos, um máximo de 3 Me- público.
protecção do nosso patrimó- dalhas de Honra são atribuídas a pes- As últimas viagens de estudo foram
I soasque intervieram com uma obra organizadas na Africa do Sul, Dina-
nio.
exemplar a favor da protecção ou da marca, Galiza (Espanha), Cumbria e
É, pois, mais do oportuno que promoção do património arquitectó- Paísde Gales (Reino Unido), Estados
as autoridades políticas escu- nico natural na Europa. Unidos, Suécia e outros destinos in-
O Fundo de Restauro Europa Nostra, teressantes.
tem a sociedade civil, que se A Europa Nostra /IBI é financiada
apoiado pelo Christie's Internacional,
associem mais estreitamente faz um donativo anual a favor de um pela quotização dos seus membros,
às decisões respeitantes o pa- monumento privado em risco (como donativos de organismos comerciais
os fortes e os castelos que têm um ca- e não comerciais, por particulares e
trimónio e que aceitem susten- rácter histórico assim como as respec- por subvenções e outras formas de
tar o .seuesforço com medidas tivas ruínas ou jardins). apoio da União Europeia, do Conse-
As declarações adoptadas pela lho da Europa e de outras organiza-
de apoio concretas: 8 Assembleia Geral sãodestinadasa um ções internacionais...
Síntese
da apresentaçãofeita pelo presidente do GECoRPA no ciclo de debates
do Fundo de Turismo - "Património e Turismo - A Filosofia de Intervenção,
Técnicase,Custosda Recuperaçãodo Património e o seu Impacte no Turismo"

-
1 Concorrênciacultural
Assiste-sejá, e assistir-se-ámais no é ofender os seussentimentose a
futuro, a uma competição entre suainteligênciae, talvez,afastá-Io
destinos culturais, competição que para sempre.É pois evidenteque,
é facilitada pela crescente mobili- em conservaçãoe restaurodo pa-
dade das pessoas.A resposta a esta trimónio arquitectónico,a qualida-
crescentenecessidadedos destinos de não existesemautenticidade.
culturais melhorarem a sua
competitividade encontra resposta 2 -Autenticidade
na busca da qualidade. Os limitados meios tecnológicos
O Grupo Europeu do Património disponíveis levavam, no passado,
(GEP) - associação que agrupa a a que as intervenções em constru-
generalidade das organizações ções existentes fossem feitas co~
profissionais europeias activas na recurso às mesmas técnicas e ma-
salvaguarda do património cultu- teriais originais. Isso possibilitou a
ral - estima que, em termos lenta consolidação do carácter da-
médios europeus, cercade 30% das quilo que, para as actuais e futuras
motivações e dos consumos turís- gerações,constitui um precioso pa-
ticos são induzidos directa e indi- trimónio cultural.
rectamente pelo património. O O fenómeno I/betão armado" alte-
Conselho Mundial do Turismo, ci- rou completamente este cenário,
tado pelo GEp, estima que, a nível sobretudo a partir dos anos 30 do
internacional, 37% das viagens te- século que ora termina. Com ele, as
nham uma conotação cultural. intervenções tomaram-se, frequen-
Nestas condições, oferecer ao temente/ atentatórias do carácter
vistante um produto de autentici- dos monumentos e dos centros his-
dade duvidosa ("gato por lebre"), tóricos.

1 Vítor Cóias e Silva, Engenheiro Civil, Presidente do GECoRPA - Grémio das Empresas de
Conservação e Restauro do Património Arquitectónico.
As figuras 1 e 2 mostram exemplos materiais, de matérias primas e de da intervenção ou a redução da sua
de perda de autenticidade, do pon- energia. Os mais de 50 milhões de intrusividade são critérios que ten-
to de vista da estrutura e dos ma- toneladas de inertes são extraídos dem a reduzir os custos,aumentan-
teriais utilizados. em pedreiras a céu aberto, com do benefícios.
uma enorme degradação da paisa- Os custos da autenticidade são,
gem, de leitos de rios e lagos e das portanto, a disciplina, contenção e
muitas vezes renúncia que ela en-
praias.
O fabrico industrial de materiais volve. Os proveitos serão, sobretu-
como o cimento, além da extracção do, para as futuras geraçõesde vi-
da pedra em pedreiras, obriga ao sitantes - que poderão receber a
consumo de grandes quantidades mensagem das velhas pedras - e
de energia. de usufrutuários - que poderão,
Estima-se que, em Portugal, sejam além disso, continuar a retirar be-
produzidos anualmente cerca de nefícios económicos do importan-
10 Mt de entulhos da construção. te recurso que é o património ar-
Um tal volume de detritos cria pro- quitectónico. Mas são-no,também,
blemas graves de depósito e não é para a actual geração, porque os
por acasoque no país proliferam os proveitos de uma sábia política de
vazadouros clandestinos, ao longo autenticidade - ou custos de uma
das estradas e caminhos, ribeiras, má - estarão à vista a prazo relati-
matas e baldios. vamente curto.
A opção pela reabilitação das cons- Mas não ficam por aqui os provei-
truções existentes em vez da sua tos da salvaguarda da autenticida-
demolição e reconstruçãoreduziria de. Se,em nome de uma maior au-
drasticamente quer o consumo de tenticidade, seoptar por reabilitar e
materiais novos quer a produção de reutilizar em vez de demolir e re-
entulhos. construir, promover-se-áa valoriza-
Segundo os Censos 81, existiam ção do património construído e, ao
em Portugal 1 125 850 edifícios mesmo tempo, evitar-se-á a desva-
construídos antes de 1945, repre- lorização
dopatrimónionatural. .
sentando cerca de 45% do total de
edifícios. Existe, portanto, um
vastíssimo "stock" edificado, que
abre grandes possibilidades à
reabilitação. Paradoxalmente, a
actividade nesta área é, em Portu-
gal, diminuta: em 1997,o peso da
"Reabilitação e Manutenção" no
conjunto da actividade da Cons-
trução Civil e Obras Públicas era,
em Portugal, de apenas 4%, con-
tra 45,9 em Itália e 43,3 em Fran-
ça...
Porquenão promover a valoriza-
Um dos critérios hoje seguidos na çãodopatrimónio construídoe,ao
concepção das intervenções é a re- mesmotempo, evitar a desvalori-
dução da sua Invasividade: A in- zaçãodo património natural?
tervenção deve ser o menos
invasiva possível, isto é, deve en- 4 - Património Construído e
volver a mínima perturbação pos- Património Natural
sível da integridade e da estabili- O desejo de usufruir o património
dade da construção. natural e o património cultural
constitui a mais nobre motivação
3 - Betonização da paisagem ou do turismo. Em resultado da cres-
reabilitação das construções? cente difusão da cultura, é cada vez
A construçãoé uma das actividades maior a sua importância como mo-
com maior impacto ambiental. Esse tivação do turismo.
impacto está,sobretudo, associado As intervenções mais criteriosas
à construçãonova, e resulta do con- não são,necessariamente,mais ca-
sumo de enormes quantidades de ras. Ao contrário: a minimalização
de estudo

intervenção
por Jorge Rodrigues1
Historiador da Arte

- Mosteiro de Santa facto que colhe maior credibilidade


Maria da Flor da Rosa,no concelho da própria configuração do conjun-
do Crato, não é apenasum dos mais to.
importantes monumentos medie- a Mosteiro é, de facto, constituído
vais portugueses. É também um por um Paço acasteladoque teria 4
local de grande significado históri- torres, uma das quais desapareceu
co, uma vez que albergou a cabeça para dar origem à entrada quinhen-
da Ordem do Hospital de S. João tista do templo, ao lado das quais
de Jerusalém, depois Ordem de se ergue o alto e fortificado templo
Malta, a partir do século XIV, dan- - sem fachada axial, verdadeira
do origem à fundação do Priorado capela e, ao mesmo tempo, torre de
do Crato que, no início do século menagem da edificação. Por trás
XVI, seria o segundo maior benefí- desenvolvem-se as construções
cio do Reino. monásticas, numa primeira série
Fundado em meadosdo séculoXIV, medieval em tomo do claustro que
foi-o por uma das muitas figuras de foi renovado no período manuelino,
grande importância na história por- entre finais do séculoXV e início do
tuguesa ligadas ao Mosteiro. Trata- XVI, pelo Prior D. Diogo de Almeida,
-sede Alvaro GonçalvesPereira,pai que adicionou também uma série
do Condestável D. Nuno Alvares de outras dependências em tomo
Pereira, e grande herói do Salado, das primeiras, fazendo-se sepultar
onde lutou ao lado de Afonso IV, na Igreja. O seu túmulo, bela peça
levando a preciosa relíquia do manuelina que fazia par com o do
Santo Lenho, depositada na casa fundador, foi infelizmente destruído
hospitalária de Vera Cruz de pela ruína da cabeceira do templo
Marmelar, cuja influência milagro- em 1897, salvando-se milagrosa-
sa na vitória foi sobejamente mente o de D. Alvaro, agora de
realçada pelos cronistas. novo colocado na Igreja.
A lenda, verosímil, pretende que o No início do segundo quartel do
Condestável ali teria passado a ju- século XVI, e tendo em atenção a
ventude, dando origem à designa- importância económicado Priorado,
ção popular do conjunto, plena de D. Joãom exerceo seu direito régio
orgulho local, de Paçosde Dom Nuno, impondo a nomeação do Infante

1 Jorge Rodrigues, é docente no Departamento de História da Arte da Faculdade de Ciências


Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Ultima, presentemente, os seu
doutoramento a apresentar a esta instituição. É igualmente assessor do Serviço de Belas-Artes
da Fundação Calouste Gulbenkian.
D. Luís, patrono das artes e verda- conjunto substituindo, por exem- colecção nacional de escultura, a
deiro Príncipe do Renascimento, plo, a cobertura em xisto a cutelo, par de uma exposição permanente
como Prior, de que resultará uma com enchimento de materiais cerâ- sobre a Ordem do Hospital ou de
tentativa de renovação do conjun- mico e terra, com propriedades Malta em Portugal, o Priorado do
to, com adaptação de uma sala anti-sísmicas, por cantaria talhada, Crato e a interpretação artística do
quinhentista para albergar um
Colégio de Teologia -no espírito da
reforma das ordens religiosas ins-
pirada pelo monarca e efectivada
por Frei Brás de Barros - e adição
de elementos de puro gosto clássi-
co, inspirados nas obras de Évora,
como é o casodasjanelasmaine1é:ldas
das torres e do portal do templo, ri-
gorosamente igUal ao da Graça de
Évora e provavelmente do mesmo
arquitecto, Miguel de Arruda - que
também terá trabalhado para o In-
fante na renovação do Palácio do
Grão-Prior no Crato, de que resta
essencialmenteuma grande varan-
da monumental.
Depois dá-se um período de
declínio, generalizado a todas as
comendas e terras da Ordem, ori-
ginando uma visita do arquitecto mais pesada e estática, provocan- próprio Mosteiro- sendo esta últi-
Pedro Nunes Tinoco em 1615, daí do algumas fissuras e as conse- ma uma necessidadeque tarda em
resultando um códice com 28 quentes infiltrações e debilidade concretizar-se de forma adequada.
desenhos, em 1620, das vilas, cas- estrutural da edificação. A adaptação de uma edificação
telos e mosteiros hospitalários do Recentemente o Mosteiro foi com as características da Flor da
Priorado, dois dos quais dedicados adaptado à função de Pousada, Rosa a Pousada é sempre redutora
às obras que haveria de fazer no com os problemas e abusos de in- da sua fruição, cortando canúnhos
Mosteiro da Flor da Rosa. terpretação e intervenção que tal de circulação e de leitura artística,
Tais obras não se fariam, caindo a uso sempre acarreta. Na minha e introduzindo alterações definiti-
cabeceira e parte do transepto do qualidade, na altura, de Técnico- vas, muitas das quais inadmissíveis
conjunto abandonado em 1897,na -Superior do IPPAR e consultor da - veja-seos casos,graves, do rasga-
sequência de grandes temporais Câmara Municipal do Crato, votei mento de uma porta para o antigo
que assolaram a região. O restauro vencido contra esta utilização. Não Refeitório, actual bar da Pousada,
só se iniciaria nos anos 40 deste sé- porque o projecto do Arq. Carrilho ou a incompreensão da implanta-
culo, com graves incompreensões da Graça fosse mau ou inadequa- ção do conjunto, em termos de co-
da especificidade construtiva do do - muito pelo contrário, já que tas e hidrografia, que provoca cons-
houve a tentativa de articular o edi- tantes inundações no interior, por
fício novo, de alguma forma "es- ignorar a necessidadede drenagem
condido", com o existente.Mas por- que se vinha fazendo desde o sé-
que um conjunto com a singulari- culo XIV, conforme escavaçõesar-
dade e dignidade do Mosteiro da queológicas comprovaram. .
Flor da Rosa deveria ser preserva-
do por si, sem necessidade de
álibis de rentabilização ou outros.
Alguém sonharia em fazer uma
Pousada no Mosteiro dos Jeróni-
mos? E alguém pensaria em fazê-
-Ia no Mosteiro da Flor da Rosa se
esteficasseem Lisboa ou no Porto?
A condição periférica da sua condi-
ção acabaria por ditar a sua sorte,
ficando assim afastada a hipótese
levantada por um grupo de histo-
riadores da Arte e museólogos, en-
tre os quais me encontrava, de al-
bergar no conjunto monástico uma
1 e

pnT V~1.s~ P~t;nl

Mesmoao ritmo actual do seu desenvolvimento, o turismo pode ser um


trunfo para o património, desde que as leis do comércio se apliquem com
moderação.

- tem frequen-
temente um sentido ambivalente
quando o seu objectivo é o da visi-
ta de sítios arqueológicos e monu-
mentais ou de museus. Por um
lado, é considerada çómo um fac-
tor privilegiado de educação e de
sociabilidade: conduz o visitante a
uma maior compreensão das par-
ticularidades culturais das comuni-
dades que o acolhem. Por outro
lado, a viagem é identificada como
um risco, em particular quando se
trata de locais sobre-frequentados
ou locais frágeis em termos de con-
dições de acolhimento. Por estes
motivos, alguns denunciam a ex-
cessiva exploração turística destes
sítios, que pode conduzir a uma
expoliação dos autóctonesdos seus
próprios pontos de referência tra-
dicionais bem como a uma perda,
por parte dos monumentos, da sua
autenticidade, isto é, do seu senti-
I Tradução de um texto do "Courrier de
l'UNESCO", Julho/Agosto 99. Valery Patin é
doutor em sociologia, administrador do Comité
Internacional do Turismo Cultural do ICOMOS.
do. É este o caso quando se tenta, frequência ultrapassa regularmen-
através de meios descritivos dema- te as500 000visitas. A exposição de
siado generalistas,satisfazer a todo Monet, apresentada em Londres
o custo o visitante apressadoou in- em 1999,bateu o recorde de entra-
quieto por não conseguir ver "tudo das de uma exposição temporária,
o que havia para ver". contabilizando mais de 8 500 visi-

.
"Museusforam remode-
lados: mais de 6 mil mi-
lhões de francos (200 mi-
lhões de contos)foram
consagradosà renovação
do Museu do Louvre".

tantes por dia.


Estasacçõesde valorização benefi-
ciaram do apoio dos media. O pa-
trimónio transformou-se, para a
maior parte dos visitantes, num
objecto de consumo familiar, sus-
ceptível de trazer surpresas,
descontracçãoe prazer, mantendo-
-se sempre de fácil acesso.O forte
crescimentodos produtos turísticos
culturais, como as curtas estadias,
reflecte esta realidade: associa-sea
reserva numa manifestação cultu-
Mas, resolver este problema de ral (exposição ou ópera), um trans-
ambivalência a partir de urna abor- porte (comboio, avião), e Un;laloja-
dagem unicamente cultural já não mento, de preferência num hotel
é suficiente: não reflecte as novas típico.
funções económicasimpostas, des- Em quinze anos, o turismo contri-
de há uma quinzéna de anos, ao buiu pois, largamente, para a património, quer no que diz respei-
património arqueológico, monu- integração do património cultural to ao papel das instituições, quer no
mental e museológico, pela pressão que concemeasmodalidades dein-
da procura turística. vestimento.
Para responder a esta pressão, nu- Na maior parte dos grandes países
merosospaísesinvestiram esforços turísticos receptores (excluindo Es-
consideráveis para melhorar e di- tados Unidos e Reino Unido), os sí-
versificar a apresentação do patri- tios culturais são,desde longa data,
mónio. Foram remodelados mu- geridos por instituições públicas.As
seus:mais de 6 mil milhões de fran- receitasturísticas que geram são,no
cos (200 milhões de contos) foram essencial,reutilizadas em benefício
consagrados à renovação do Mu- próprio. Podem, todavia, ser com-
seu do Louvre. Novos sítios viram pletadas por outros financiamentos
a luz do dia: museus de arte mo- públicos ou privados. Mas, em cer-
derna em SãoFrancisco,Barcelona, tos casos,asreceitasoriundas da ex-
Roma, Tokyo, Hong Kong, Bilbao. ploração dos sítios são utilizadas
Foram reabilitados centros históri- para outros fins, que não o da pre-
cos, foram restaurados monumen- servação e o da valorização desse
tos de grande prestígio, como o Pa- no universo económico. Esta evo- património. A situaçãoeconómicade
lácio Grassi e a Ca Rezzonico, em lução levou a um certo número de alguns paísespode explicar estepro-
Veneza. O número de grandes ex- modificaçõesno sistematradicional cedimento. O que não impede que
posições cresceufortemente. A sua de protecção e de valorização do uma tal lógica conduza à sobre ex-
Petra Gordânia),testemunham esta pretender gerir directamente os
realidade. monumentos, museus e sítios na-
A pressão turística, na medida em cionais. Foi necessário uma inter-
que cria oportunidades de receitas, vençãopresidencial para confirmar
tem conduzido, por vezes, as insti- que esta missão voltaria a estar sob
tuições culturais a desenvolver e a alçada das instituições culturais
reorientar algumas das suasactivi- públicas.
dades. Em França, a reunião dos Em matéria de investimentos, cons-
museus nacionais (RMN), encarre- tata-se que,.de uma forma geral, os
gue de gerir os museus do Estado, fundos públicos ou privados con-
alcançou, em 1990, o estatuto co-
mercial, o que lhe permite cobrar
direitos de entrada, editar livros de
arte e, sobretudo, comercializar
objectos derivados. A RMN realiza
um total de vendas na ordem dos
700milhões de francos (20 milhões
de contos). No Reino Unido, as re-
ceitas anexas (objectos d~rivados,
venda por correspondência,restau-
rantes) do National Trust, gestor
privado de mais de 500edifícioshis-
tóricos e sítiosnaturais, ultrapassaos
15milhões de contos.Em Nova York,
asvendasdo Metropolitan Museum,
aproximam-se dos 110 milhões de
dólares (20 milhões de contos). Em "A pressão turística, na me-
muitos países,os poderes públicos
organizaram-separa aumentar sen- dida em que cria oportunida-
sivelmente as intervenções do sec- des de receitas, tem conduzi-
tor privado sob a forma de
do, por vezes, as instituições
mecenato e de fundações.
culturais a desenvolver e
Produzir empregos e riqueza reorientar algumas das suas
Na maior parte dos casos,as insti- actividade"," .
tuições culturais e os operadores
turísticos cooperam uns com os
outros, nomeadamente, no quadro
de protocolos de parceria (forma- sagrados à protecção do patrimó-
ploraçãodos recursospatrimoniais, ção de pessoal, procedimentos de nio (conservação e restauro) têm
reduzindo, simultaneamente, os concertação, etc.). Mas a sua rela- tendência a diminuir em detrimen-
investimentos necessários à sua ção pode ainda ser conflituosa. to dos fundos consagrados à valo-
preservação e à sua apresentação. Com o pretexto, aliás, absoluta- rização do património. Ora, estes
Mais grave ainda é o facto de esta mente verdadeiro, de que o turis- últimos sãocada vez mais frequen-
lógica poder dar origem à criação temente sujeitos a uma lógica de
de equipamentosturísticos, nomea- natureza económica: devem pro-
damente hoteleiros, que, quando duzir empregos e riqueza.
mal situados e de medíocre quali- Mais significativo: a atribuição de
dade arquitectónica, ferem a quali- ajudas públicas a operaçõesde pro-
dade e a autenticidade das paisa- tecção e de valorização deve ser
gensculturais envolventes. Os pla- justificada com uma finalidade
nos de ordenamento dos sítios per- "económica 11clara, que se baseia,
mitem, normalmente, limitar estes na maior parte das situações,em ar-
desvios de procedimento, mesmo gumentos turísticos. É o caso dos
que a sua aplicação não seja, por programas da União Europeia
vezes,evidente devido aosaltos in- baptizados de Leader lI, Interreg ou
teresses financeiros em jogo. As mo estána origem do essencialdos Phare. Estes programas foram do-
dificuldades encontradas para ela- direitos de entrada e das receitas tados de cerca de 1,9 mil milhões
borar e colocar em funcionamento anexas, o Gabinete Nacional de de dólares (360 milhões de contos)
os programas de ordenamento dos Turismo Tunisino fez valer, recen- entre 1994e 1999.A título de com-
sítios de Angkor (Cambodja) ou de temente, a sua legitimidade em paração, para o mesmo período, o
"Em matéria de investimen-
tos, constata-seque, de uma
forma geral, osfundos públi-
cos ou privados consagrados
à protecçãodo património
(conservaçãoe restauro) têm
tendência a diminuir em de-
trimento dosfundos consa-
grados à valorização do pa-
trimónio"
.

programa Rafael- o único da União especificidades dos monumentos,


Europeia especificamente destina- sítios e museus que adquiriram um
do à salvaguarda e valorização dos estatuto de objecto de consumo.
bens culturais - foi dotadode ape- Se a lei do mercado fosse aplicada
nas 38 milhões de dólares (7 mi- livremente, corríamos o risco de P ennitir uma melhor cooperação
lhões de contos). assistir ao desenvolvimento de en~ tod?s os intervenientes no
Em conclusão, o turismo cultural grandes superfícies de património, turismo e uma das grandes es-
manter-se-á como um factor mediatizadas e standartizadas, tratégias da UNESCO para estimu-
potenciador de desenvolvimento convenientemente adaptadas à lar uma "sensibilidade para o cultu-
ral", neste sector em forte cresci-
para o património com a condição procura. E, quando o património
mento.
de preservaruma lógica cultural que autêntico sepresta mal a estemodo No decorrer da década mundial
sublinhe a sua independência face de valorização, nada impede que para o desenvolvimento cultural
aos interesses económicos, saben- se crie cópias concebidas não para (1988-1998),a UNESCO estabeleceu
do contudo adaptar-se a estes. O proteger o património mas sim protocolos de colaboraçãocom a Or-
que implica meios legais e regula- para possibilitar uma melhor ganização Mundial do Turismo
(OMT), o BancoMundial e o Progra-
ma das Nações Unidas para o De-
senvolvimento {PNUD), bem como
com empresasprivadas, gestoresde
sítios e especialistas,com a finalida-
Em quinze anos, o turismo de de incentivar uma reflexão mais
profunda sobre o impacto do turis-
contribuiu pois, largamente, mo no património e nas culturas.
para a integração do patri- A UNESCO disponibiliza, assim, a
mónio cultural no universo sua experiência na gestão dos sítios
do património mundial e apoia uma
económico. larga gama de projectos de turismo
cultural.
A vocação última do turismo é ins-
taurar um diálogo mais rico entre as
culturas, objectivo que sustenta vá-
rios projectos científicos internacio-
nais, apoiados também, pela,
mentares, a perenidade de alguns rentabilidade do seu consumo.Esta UNESCO.
financiamentos públicos, uma ava- hipótese está a ser estudada pelos Pretende-se,pois, promover a inves-
liação mais realista dos constrangi- promotores da nova estaçãolitoral tigação, encorajar a vigilância a to-
mentos e das vantagens da econo- de Yasmine Hammamet (Tunísia): dos os níveis, ajudar os Estados a
mia turística pelos responsáveiscul- programaram a construção de uma elaborar estratégiasde protecção do
património cultural a longo prazo,
turais. O que implica, igualmente, falsa medina de 55 000 metros
dar aos visitantes meios para me-
ter em linha de conta, de uma for- quadrados, que não colocará lhor compreender e fazer com que o
ma mais assertiva, as capacidades nenhum problema de acesso, de turismo sedesenvolva em hannonia
de gestão de que dispõe o sector circulação, de gestão do comércio com as populações locais e em
privado comercial, na medida em - problemas que caracterizam hoje seu benefício.
que saiba ajustar as suaspráticas às asmedinas autênticas.
.
- 'lhando "distraidamente"para a estatísticada construçãona
Europapor segmentode actividadeé patenteuma grandediscrepância
entreo pesorelativo do segmentode reabilitaçãohabitacionalem Portu-
gal (4%)e a média dos paíseseuropeus(35%).

Em Portugal, o investimento em seguem pretendemos, de uma for-


reabilitação per capita é seis vezes ma necessariamente telegráfica,
menor que em Espanha, cerca de "reflectir em voz alta" sobre:
catorze vezes inferior à média dos - Porque é que o peso da reabilita-
quinze países da União Europeia ção é tão baixo em Portugal quando
e estávinte setevezes abaixo do in- comparado com os restantespaíses
vestimento per capita da Noruega. da União Europeia?Porqueé que s0-
O "subdesenvolvimento português mos tão "terceiro mundistas" em
em matéria de reabilitação" é o pon- matéria de reabilitação?
to de partida para "duas reflexões" - Seráque, tendo em conta este tão
e para uma "necessidade comple- grande afastamento em relação à
mentar". Assim, nas linhas que se Europa, é previsível uma rápida

1 António Manzoni de Sequeira,


economista,Director do Departamentode Economiada
Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP) desde 1990,membro do
Conselho Fiscal do CENFIC, membro da Comissão de índices e Fórmulas de Empreitadas
(CIFE) e da Comissãode Análise e Estudosda Conjuntura da Construçãoe Acompanhamento
da Legislação(CAECCAL), comissõesde apoio no âmbito do Conselho de Mercadosde Obras
Públicas e Particulares (CMOPP), do MEPAT. Membro do "Observatório da Indústria da
Construção", a funcionar no quadro do IAPMEI.
Autor de vários estudos económicos sobre o Sector da Construção e ,Obras Públicas.
os 4% apresentados inicialmente,
como correspondendo ao peso dos
trabalhos de reabilitação no total da
construção em Portugal, estão lon-
ge de corresponder à realidade.
De acordo com os "nossos cálcu-
10s"1,o valor dos trabalhos de rea-
Fonte: Euroconstruct bilitação em habitação deverá ron-
dar os 300 milhões de contos em
1998, aproximadamente 25% da
produção do segmento habita-
cional e cerca de 12% do total da
expansão dos trabalhos de repara- suporte ao cálculo da produção no produção do sector, ou seja, uma
ção em Portugal? A que ritmo se segmento de reparaçãoé recolhida, percentagem três vezes superior à
processaráa convergênciaeuropeia quaseexclusivamente, com basena apurada directamente com base
nesta matéria? contabilidade das empresas de nas estatísticas das empresas.
construção o que, deper si, diz mui-
to sobre a qualidade dessasestatís-
ticas. A metodologia de recolha de
informação tem assim " assegurada
à partida três tipos de enviezamen-
tos":
a) A exclusão de reparaçõesdo tipo
"faça você mesmo";
b) A não consideração das "activi-
dades não declaradas", trabalhos
executados por empresas mas que
não dão origem à emissão de fac-
turas ou, ainda, executadas com
recurso a empresas "informais"
alicerçada no "biscate" e (ou) no
trabalho clandestino;
A "necessidade complementar" c) O reduzido número de empre- Nestas condições, os "erros estatís-
resulta da "indispensabilidade" sas especializadas nesta área que ticos" permitiriam justificar 8 pon-
em aferir se os valores apresen- faz com que uma parte significati- tos percentuais (p.p.) dos 31 apre-
tados para Portugal não estarão va das obras sejaexecutadapor em- sentadosinicialmente, ainda assim
subavaliados,sea grande diferença presas "generalistas", que não dis- e apesar das ligeiras correcções,o
em relação à média europeia não põem de meios para especificar do problema de fundo permanececon-
advém, essencialmente, das debi- total da sua facturação a parcela tinuando a existir um grande fos-
lidades do nosso aparelho esta- correspondente a trabalhos de so em relação à média europeia,
tístico? reabilitação. superior a 23 pontos percentuais.
Atendendo à metodologia de reco-
A necessidade de efectuar uma lha de informação podemos admi- Causas estruturais para o
correcção estatística tir que o segmento da reabilitação défice de reabilitação
Em primeiro lugar, convém come- e manutenção se encontra clara- Em nossaopinião,há três grandes
çar por esclarecer que há vários mente subestimado. Assim, pode- factoresestruturaisque ajudam a
problemas metodológicos e estatís- mos afirmar convictamente que explicaresteafastamento:
ticos associadosà quantificação do --
Ver Esboço de caracterização e avaliação do mercado de manutenção e de reabilitação em Portugal.
mercado de reabilitação. Desde I

logo, a informação que serve de, Lisboa, edição GECoRPA, 1999.


1.A "crise da construção civil" en- pontuais que constituem actual-
tre 1946 e 1976. Em Portugal o mente o grosso do mercado de
ritmo "suave" de expansão da ac- reabilitação, os escassos investi-
tividade de construçãonas décadas mentos estruturados em matéria de
de quarenta, cinquenta e sessenta reabilitação do parque edificado
origina, quarenta anos depois, uma ocupado em regime de aluguer es-
"crise estrutural no mercado de tão, em larga medida, dependente
reabilitação", não se construíram, dos incentivos e dos apoios do Es-
então, os prédios que "naturalmen- tado que sãonecessariamentepou~
te" deveriam ser recuperados nos cos e escassos.De referir que, entre
dias de hoje. Por outras palavras, o 1992 e o final de 1997, o RECRIA
"ciclo de vida do produto habita- apenas permitiu a recuperação de
ção" não gera, "no tempo certo e 16319 fogos, representando um in-
com a dimensão necessária", um vestimento de 44.4milhões de con-
grande merca'do potencial de caracterizadopor elevadastaxas de tos.
reabilitação; inflação, originou "senhorios po- Na ausência de um mercado efec-
2. O congelamento das rendas e o bres e inquilinos ricos". Por outro tivo de reabilitação acentua-seum
consequente bloqueio do mercado lado, o bloqueio do funcionamen- mercado de reabilitação potencial,
de arrendamento. Convém recor- to do mercado de arrendamento em função do estado de degrada-
dar que até finais dos anos setenta implicou a ausênciade investimen- ção do parque habitacional, que de
a expansãourbana em Portugal foi to em renovação e manutenção e, acordo com alguns "especialistas"
alicerçada em "casas para arren- em consequência, a degradação poderá representar cerca de 14%
dar", os portuguesesurbanos eram, acelerada do parque edificado; da volumetria global edificada,
então, em larga maioria inquilinos. 3. Por fim, importa perceber que o qualquer coisa como 57 milhões de
surto da construção nova nos últi- metros quadrados. Em valor os tra-
mos dez anos tem funcionado, em balhos necessários de reabilitação
larga medida, como obstáculo à deverão situar-se entre os 4.5 e os
expansão dos trabalhos de reabili- 5.8 mil milhões de contos,um pou-
tação. Porque, como se sabe e em co menos de um terço do PIB portu-
regra geral, existe um "trade-off" guêsem 1998.
entre construção nova e reabilita- Não obstante a identificação de
ção, ou seja,mais investimento em alguns entraves à expansãoacelera-
reabilitação implica menos procu- da do segmento de reabilitação, as
ra de habitação nova e vice-versa. nossasprevisões apontam para um
crescimentonasactividadesde repa-
Perspectivas de crescimento da ração em 1999e nos primeiros anos
reabilitação a curto e médio prazo do próximo milénio entre os 4% e os
Pela conjugação dos três factores 5% ano, pela acção conjugada de
apresentados anteriormente não
nos parece que o investimento em
manutenção possa crescer expo-
nencialmente nos próximos anos
de forma a alcançarmos, rapida-
mente, uma segmentação da pro-
dução na construção idêntica à dos
nossos parceiros europeus.
Enquanto não seromper o bloqueio
A intervenção administra~iva do do mercado de arrendamento, que
Estado do lado da oferta~ através não se muda por decreto, os
do congelamento das rendas, blo- actuais senhorios e os empresários,
queou o funcionamento do merca- em geral, não vão dispor dos me-
do de arrendamento e, nos anos oi- ios nem da vontade necessáriapara
tenta e noventa, excluíu do merca- investir na recuperação do patri-
do de reabilitaçãoos "escassos"edi- mónio; os inquilinos, por seu lado,
fícios construídos nos "trinta anos apesar de disporem de muitos di- quatro grandes tendências:
negros da construção" referidos no reitos adquiridos, não detêm a pro- a) A redução da taxa de expansão
ponto anterior. Na prática, o con- priedade plena da habitação e, por da construção nova para fins
gelamento das rendas traduziu-se conseguinte, também não estarão residenciais, resultante de um
numa transmissãoparcial dos direi- dispostos a investir na reabilitação acréscimo muito significativo dos
tos de propriedade dos senhorios na casaem que habitam. preços de venda da habitação;
para os inquilinos e, num período Para além das pequenasreparações b) A expansão <;tasegunda habita-

~
~
ção que, num número significativo
de casos,corresponde à reabilitação
de fogos existentes;
c) A dimensão quantitativa do par-
que degradado a exigir uma inter-
venção de urgência;
d) As políticas públicas de apoio à
reabilitação. De referir a propósito
que as Grandes Opções do Plano
(GOP's) consagram que " a reabili-
tação do parque habitacional deverá,
assim, no ano de 1999, ser considera-
da como um novo eixo prioritário de in-
tervençãono sectorda construção"..

Fonte: Euroconstruct
Desmentido ao artigQ;

l-Introdução execuçãodo ProjectoPiloto Urba-


O artigo publicado no n° 1 da Re- no da Sé,onde se insereo edifício
vista "Pedra e Cal" da autoria do Sr. que foi objectodo artigo.
Arquitecto Jorge Lira, intitulado
"Havia uma casa setecentista no 2 - Um conjunto de afirmações
quarteirão do Largo do Colégio" falsas
poderá ter lançado confusão e des- Quanto à análise objectiva do tex-
crédito na mente de quem se inte- to do Sr. Arq. Jorge Lira importa
ressa pela reabilitação urbana no referir, antes de mais, um conjunto
Porto, e, por isso se justifica este de afirmações falsas, cujo desmen-
desmentido. Se o não fizéssemos tido se comprova pelas fotografias
correríamos o risco de deixar enga- que agora apresentamos.
nados os leitores, com prejuíZo evi- O autor afirma:
dente para a cidade do Porto e para "... e um alpendre que foi alonga-
as instituições que aqui trabalham do...".
na reabilitação física e social. Esta afirmação é falsa, pois o alpen-
Poderia ainda parecer desnecessá- dre tem as mesmas dimensões e a
rio o desmentido público e formal, mesma forma que tinha antes das
se se tratasse de uma opinião pes- obras.
soal e isolada do autor do artigo. "... ao qual foi ~crescentado um
Sucede que não. Este artigo expri- novo pilar...".
me, como a ponta de um iceberg, Esta afirmação também é falsa. Já
aquilo que outros também dizem, havia pilar!
numa campanha de descredibiliza- O que acontece é que o elemento
ção, a qual, sobretudo junto de pes- anteriormente existenteera um dis-
soasmenos informadas, poderá ter forme pilar de botão, assente
os seus efeitos nefastos. num disforme maciço de baixa qua-
Para a preparação desta resposta lidade construtiva. Não foi acres-
contei com a participação escrita do centado qualquer pilar, sendo a
consultor de arquitectura do opção projectual (pilar metálico)
CRUARB, Sr.Arquitecto JoãoCam- respeitável entre tantas outras.
pos e do Sr. EngOAntónio Borges, "... as escadas antigas, realinha-
técnico deste serviço que dirigiu a das...".
1 Rui RamosLoza,Licenciadoem arquitecturana EscolaSuperiorde BelasArtes de Lisboaem 1978
De 1981 a 1991naComissão de Coordenação da Região do Norte, trabalhos na área doplaneamento
e desenvolvimento regional.
A partir do ano lectivo de 1985/86, actividade docente como assistente de disciplinas do curso de
arquitectura da Escola Superior Artística do Porto, nomeadamente: Estruturas Urbanas I e 11,História
da Arquitectura e Urbanismo, Arquitectura IV e Desenho Urbano I.
Docente na Universidade de Aveiro desde o ano lectivode 1987/88 no Departamento de Ambiente,
como assistente convidado do Curso de Planeamento Regional e Urbano.
Desde Outubro de 1991 Director do CRUARB, Projecto Municipal para a Renovação Urbana do
Centro Histórico do Porto.
Autor de diversos capítulos e coordenador da edição do livro PORTO A PATRIMÓNIO MUNDIAL,
que contém o processo de candidatura do centro Histórico do Porto para classificação pela UNESCO
como património cultural da humanidade (1992/93), que teve como resultado a inclusão do C.H.
do Porto na lista do património mundial em Dezembro de 1996, na cidade de Mérida, no México.
- Autor de diversos capítulos e coordenador da edição do livro PORTO, PATRIMÓNIO MUNDIAL;
que contém elementos solicitados pela peritagem do ICOMOS durante a apreciação do processo
de candidatura do Porto à UNESCO, publicado em 1998.
Estes elementos encontram-se "... e desmontaram os forros inte-
intocados, tendo sido, única e exclu- riores que davam suporte aos
sivamente,limpos, pelo que também tectos, alguns, em masseira...II.
é falsa esta afirmação. Está-se perante uma intervenção
" . .lh ' "
... novas caIXl anas... . quando se fala em tectos em
O edíficio em causa possuía masseira.
caixilharias de alumínio ou restos Não encontramos, nem fomos al-
arruinados de algumas caixilharias guma vez informados por outros
de madeira de fraca qualidade e o técnicos que também acompanha-
emparedamento total ou parcial de ram o desenrolar dos trabalhos, de
alguns vãos, muito deteriorados, quaisquer dos vestígios re"feridos.
sem contexto nem dignidade e que 11...Cobertura em telha, desde há
reflectiam o grau de adulteração a anos em telha marselha, mas com
gue o edifício esteve sujeito. vestígios de anteriores beirais...II.
E óbvio que as caixilharias teriam Não encontramos,nem fomos algu-
sempre de ser novas! ma vez informados por outros
"... Na cobertura sente-sea ausên- técnicos que também acompanha-
cia dos levasseados característicos ram o desenrolar dos trabalhos, de
da construção de madeira...". quaisquer dos vestígios referidos e
Os levasseadosexistem, principal- seria interessante proceder à prova
mente quando se instalam certas desta afirmação por quem pe-
patologias em antigas edificações. remptoriamente a exprime e, ain-
Na documentação fotográfica em da para mais, reconheceque nunca
anexo verifica-se que nesta casa, entrou no espaçoem causa!
não existiam! Apenas se pode inferir da existên-
"... com novas guardas de varan- cia de beirais pela presença das
da...". cornijas em cantaria de granito as
É óbvio que as guardas de varanda quais foram integralmente recupe-
teriam de ser novas, pois as antigas radas.
já há muito tinham desaparecido! Além de afirmações completamen-
"... novos rebocosde cimento, sobre te falsas, o artigo contém ainda um
alvenaria de granito, que já estão conjunto de afirmações incorrectas
salitradas e com tinta plástica a que apenasservem para confundir:
ameaçardescascar...". 11... de rés-do-chão outrora destina-
É falso! do a funções diversas e adequadas
Não existem, na envolvente exte- à salubridade precáraia dessecom-
rior, quaisquer vestígios de salitre. partimento directamente assente
"... esta casa havia assimilado, em sobre o afloramento granítico, e
alguma altura da sua longa histó- piso de habitação, em pavimento
ria, o processo construtivo em tai- elevado...II.
pa de fasquio, com que eram Com esta descrição está-seperante
construídos grande parte dos para- uma amputaçãode um piso à IICasa
mentos verticais interiores e parte Setecentistall. O artigo atribui-lhe
significativa das paredes exteriores apenas dois quando, de facto, tem
do primeiro piso...". três.
A casa,de três pisos, é, no seu exte- 11...Na sua relação absolutamente
rior, dominantemente constítuida orgânica com o terreno e na sua uti-
por alvenarias e cantarias de grani- lização da rocha como parte inte-
to. Todo o seu exterior no 10,20e 30 grante das paredes...II.
pisos é em granito, com a excepção Trata-se de uma mera idealização!
de uma parte da empena virada às O que se observa é uma implanta-
Aldas, onde apenas 10% da ção mediante desbaste de rocha e
envolvente era em taipa, muito de- aterros, solução absolutamente ge-
teriorada e alterada em função da neralizada em quase todo o Centro
sua exposição ao longo dos anos e Histórico do Porto.
num estado irrecuperável. As divi- 1I...Sendoevidente a semelhança
sórias interiores eram realizadas em desta CasaSetecentistacom outras
tabique e não em taipa. tantas, que encontrávamos em Vi-
Demonstra-se, assim, que o proces- larinho das Fumas, que podemos
so construtivo dominante não é o encontrar em Pitões das Júnias,que
expresso no artigo. subsistem no Li1}dosoe no Soajo,e
mesmo, na área mais remota do carecendo de uma intervenção que Igreja dos Grilos, entre muitos ou-
Planalto Mirandês...". preservasseautenticidade num ce- tros exemplo's produzidos pelo
Verifica-se a inconsistência e a nário evolutivo e compatível com CRUARB ou pela FDZHP.
amálgama na referência a regiões a dignidade da vida de hoje. Mas quando temos como pré-exis-
diversas que, como todos sabem, No Centro Histórico do Porto, es- tência um edifício muito degrada-
possuem arquitecturas vemacula- tamos perante uma cidade viva, do, cujo programa, por variadas ra-
res distintas. plena de actividade, com milhares zões, tem de ser habitacional, so-
Veja-se ainda: de habitantes, e não num local fós- mos obrigados a adoptar uma
"... Mas entre o furor reconstrutivo sil, que encerra uma problemática metodologia, menos conservadora,
e a eficiência da operação, foram radicalmente diferente, exigindo, que permita compatibilizar o pas-
englobados edifícios de diversa or-
dem, origem e valor patrimonial,
sem que as suas características in-
trínsecas e valores fundamentais
fossem diferenciados...".
Esta afirmação não se circunscreve
à "Casa Setecentista", mas questi-
ona a direcção estratégica da ope-
ração municipal no Quarteirão do
Largo do Colégio, na elaboração do
programa e de todas as delibera-
ções e decisões até à sua finalização,
o que remete a argumentação para
um plano geral, metodológico.

3 - Algumas questões metodo-


lógicas
Na área de actuação do CRUARB
verificam-se, ao longo dos últimos
25 anos, propostas, e obras, titula-
das por projectos de autoria de
dezenas de arquitectos, das mais
diferentes sensibilidades e com di-
ferenciadasposturas faceà adequa-
çãodos princípios para uma correc-
ta intervenção em ambiente urba-
no, histórica e culturalmente rele-
vante.
A liberdade de actuaçãodos projec-
tistas, enquanto profissionais licen-
ciados,é um esteio dos princípios a
defender,em conjugaçãocom a ou-
torga da sua missão.
A conclusão que mais interessa ao
artigo em apreço é a afirmação de
que a intervenção na chamada
CasaSetecentista"reflecte a trans-
formação parcial de uma cidade em
cenário daquilo que foi, com uma por isso, respostas metodológicas sado do edifício com as necessida-
profunda perda patrimonial nesse radicalmente diferentes. des e os meios actuais. É assim que
processo:a perda da autenticidade, Muita mistificação se continua a fazemos reabilitação de áreasurba-
e com ela, da identidade própria" fazer em relação ao Porto a propó- nasvivas e não de "cidade / museu".
(...) "0 que está em causaé, somen- sito do restauro, como se este fosse Vem a propósito sublinhar que es-
te e apenas,a metodologia com que o oposto da reabilitação urbana em tamos, de facto, em presença de
a mesmafoi realizada" (Pedra& Cal curso, mas deve dizer-se que, aqui duas linhas metodológicas, uma
N° 1,1999, pág. 23). se têm feito, sempre que possível e alicerçada no bom senso, na expe-
A chamada Casa Setecentista,não adequado, importantes operações riência, e na reflexão cuidada de
passavade uma construção insalu- de restauro. Veja-seo Centro de Ar- cada caso, e outra baseada numa
bre e arruinada, ombreando com tes Tradicionais, o mercado Ferrei- cartilha académica,fundamentalis-
todo um tecido urbano que espe- ra Borges,casatorre da Rua de Bai- ta e perniciosa, recheada de mui-
rava uma profunda reabilitação, xo, outras casas em Miragaia, a tas verdades, com toda a propagan-
da, mas inquinada por mentiras e sual.
meias verdades, como o exemplo Obviamente que não!
deste artigo prova à saciedade. Importante seria que as críticas às
O CRUARB cumpriu o programa imperfeições fossem:
de aquisições, fez o levantamento Feitas no local próprio, fraternas,
social das famílias e promoveu o rigorosas, verdadeiras, consequen-
seu realojamento, disponibilizando teso
os seis prédios do quarteirão para Assim poderia entender-se que es-
a intervenção de reabilitação urba- sas criticas se destinavam a ajudar
na, de forma que todo o quarteirão a corrigir os erros, valorizando os
pudesse ser integrado num só pro- 99,9% do meritório trabalho reali-
jecto e numa só empreitada, pro- zado por muitos intervenientes, no
curando assim conseguir uma es- CRUARB, no PPUBS, e na equipa
cala de intervenção que produzis- projectista, quantas vezesem esfor-
se um impacto forte e positivo no ço e com uma dedicação que só se
Largo do Colégio, o que está a explica pela satisfação de ver sal-
acontecer. var da ruína este património físico
Foi definido o programa em função e humano.
das característicasdos edifícios, da Com a crítica lançada numa revis-
sua localização e das necessidades ta que será provavelmente um
do bairro, com habitações,um equi- veículo de difusão muito dirigido
pamento polivalente e um café, ao meio técnico, académico e polí-
este, aproveitando um terreno tico da reabilitação urbana, de for-
onde terá havido uma casa, já há ma não rigorosa, nem verdadeira,
muito demolida. num contexto em que muitas per-
Com a aprovação, pela União sonalidades tentam provar, por to-
Europeia, do Projecto Piloto Urba- dos os meios, que o que o Porto faz
no da Sé, era imperioso que todos está cheio de erros (ou é tudo um
os projectos fossem rapidamente erro!), este artigo nada ajudou no
elaborados e as obras iniciadas e sentido de fazer avançara operação
concluídas de forma a não pôr em do Porto, quer nos seus aspectos
causa o financiamento avultado qualitativos quer na sua imagem
que o Porto tinha ganho, e que po- pública.
-
deria ser perdido se o projecto se
desvirtuasse nos seus propósitos
ou no calendário. Este desmentido é o excerto de um
Assim, foi decidido pela Câmara texto mais desenvolvido, que não
que os projectos ~m falta seriam pode ser publicado por questõesedi-
realizados por encomenda directa toriais, em consequênciada sua ex-
a gabinetes de arquitectura exte- tensão. O texto integral pode ser so-
riores. O quarteirão do Largo do licitado por quem o pretender para
Colégio foi entregue à equipa do Sr. CRUARB, Rua da Alfândega n° 8,
Arq. Sérgio Seca. 4000 Porto.
O projecto foi apreciado no
CRUARB com a participação do
consultor de arquitectura de então,
Sr.Arq. Alcino ,Soutinhoe foram re-
comendadas ao autor as correcções
necessárias e justifica das, que fo-
ram atendidas, merecendo por isso
aprovação na sua versão final.

4- Conclusão
Estamos perante uma obra da Câ-
mara Municipal do Porto, prepara-
da e gerida pelo CRUARB, projec-
tada por um arquitecto com quali-
ficação para tal.
Poderá questionar-se, ainda assim,
sea obra está perfeita, ou se o con-
ceito que a determinou é consen-
N o documentode trabalhoela-
borado para este Encontro
pode ler-se:
De entre as várias profissõeschamadas
a dar o seu contributo na reabilitação
das construções antigas e na conser-
vaçãodo património arquitectónico so-
bressaemos arquitectos e os engenhei-
ros civis. Os arquitectos porque é a eles
que compete conceber e planear as gran-
des linhas que devem orientar as inter-
venções; os engenheiros civis, porque
sãoelesque se encarregamde viabilizar
essasintervenções ao nível das estru-
turas e das instalações e são eles, tam-
bém,que dirigem os estaleirose as obras.
No entanto, a formação destestécnicos
tem sido direccionada, sobretudo, para
a construção nova, não tendo a reabili-
tação e a conservação, nos respectivos
curricula, pesoproporcional àqueleque
essesegmentode actividade já hoje tem
no conjunto do sector da construção ci-
vil e obras públicas. Mantendo-se as
actuais estruturas curriculares, este portuguesa ésubstancialmente diferen- sidade urgente de uma modificação
desajustamento tenderá a agravar-se te da de outros países europeus, como na estrutura dos cursos de enge-
num futuro próximo. por exemplo a Itália, onde a teoria da nharia e de arquitectura. "Talvez seja
Durante o Encontro, subordinado conservação e restauro assume uma necessária uma componente maior a
à temática "Arquitectura e Enge- importância substancial nos currícula nível da história dos materiais, da his-
nharia Civil: Qualificação para a dos cursos e na formação de todos os tória da tecnologia e da história da cons-
Reabilitação e Conservação", que novos arquitectos. Esta situação por- trução", referiu o Presidente do
teve lugar no Edifício da Alfânde- tuguesa é muito paradoxal, pois trata- GECoRPA. "Deve dar-se mais pesoà
ga, no Porto, no passado dia 2 de se de uma das poucas áreasque a legis- construção antiga, e não só à constru-
Julho, o GECoRPAcelebrou com a lação estabelececomo de actuação obri- ção nova. Já existe construção sufi-
Ordem dos Engenheiros um proto- gatória do arquitecto na prática profis- ciente, até de sobra,e esperochegarmos,
colo que proporcionará estágios sional". em breve, ao ponto em que as pessoas
nas empresas suas associadas, a jo- Vítor Cóias e Silva referiu que "em seconsciencializemquejá não é preciso
vens engenheiros em início de muitos paísesdesenvolvidos os empre- construir mais, mas sim aproveitar toda
actividade profissional. (cf. notícia gadores lamentam que os recém chega- a massaconstruída, recuperá-Iaem ter-
da pág 43). dos à vida activa, emboradotadosde um mos de conforto, de habitabilidade e de
A Presidente do Conselho Directivo excelentenível de conhecimentosna sua segurança. Isso obriga a uma compo-
da Ordem dos Arquitectos, mos- especialidade,estejam mal preparados nente maior em termos da história, do
trou igualmente interesse em cele- para as realidades do terreno, tenham conhecimento das antigas tecnologias,
brar, em breve, idêntico protocolo falta de cultura geral, de criatividade e dos antigos materiais. Os cursos, sem
com o GECoRPA. OlgaQuintanilha de flexibilidade. O sistema educativo deixarem de ser generalistas e
sublinhou, na sua intervenção que está desarticulado da realidade do mer- abrangentes,devemincorporar mais
"a maior parte daformação ministrada cadode trabalho,porquenemavaliaas material dessa área antiga. O que tam-
em Portugal continua a dirigir-se, de necessidadessentidas pelos empregado- bém pode acontecer é, na parte final dos
modo quaseexclusivo, para a prática do res, nem prevê as competênciasa desen- cursos ou numa formação complemen-
projecto novo, pouco integrando as im- volveraosestudantes antesde proceder tar, haver uma maior especialização. O
plicações teóricas e metodológicaspara à aprovaçãodos conteúdosdos cursos". estágio profissional é também uma peça
a conservação e restauro. A situação Do Encontro,concluiu-sea neces- fundamentalnesteprocesso".
o Secretário de Estado do Ensino
Superior, Alfredo Jorge Silva, defen-
A s intervenções de reabilitação
de construções existentes e de
deu que "as universidades e institu-
conservação do património ar-
tos politécnicos podem ter um impor- quitectónico envolvem uma elevada
tante papel na própria execuçãoe solu- especificidade, e uma complexidade
ção de problemas que se colocam ao ní- bastante maior do que a construção
vel do restauro e da conservação do corrente, exigindo uma muito maior
património arquitectónico. Mas devem minúcia e rigor, quer de planeamen-
ter uma humildade universitária, no to, quer de projecto, quer de execu-
sentido da complementaridadecom o sis- ção. Nelas se recorre, frequentemen-
te, a técnicas e materiais que diferem
temaprodutivo eempresarialenvolvente,
dos que são normalmente utilizados
naquilo que podem ser parcerias inteli-
na construção.
gentes,quer a nível da investigação,quer Por outro lado, a regulamentação e a
a nível do desenvolvimento experimen- legislação aplicável ao projectos e às
tal, para a procura' de novos materiais, obras de construção nova não se
novas metodologias, novos tipos de in- adaptam aos projectos e às obras de
tervenção e naturalmente na prestação reabilitação e de conservação. Toda-
de alguns serviços qualificados". via, a especificidade desta área e a
A Cidade Invicta foi o local escolhi- grande diversidade de situações não
permite a elaboração de regulamen-
do para a realização deste Encon-
tos suficientemente precisos e
tro devido à recente classificação do
seu Centro Histórico como Patrimó- abrangentes.
Dado ao actual enfeudamento ao
nio Mundial pela UNESCO e aos "betão armado" as intervenções tor-
esforços em curso com vista à sua nam-se, frequentemente, demasiado
valorização. De entre as mwtas ra- pesadas, intrusivas e atentatórias da
zões apontadas pelo GECoRPA originalidade dos velhos edifícios e
para a oportunidade deste Encon- monumentos, para além da sua efi- damente estruturada e regulamenta-
cácia ser, muitas vezes, duvidosa. da. Tal especialização deverá incluir
tro, destacou-se a crescente impor-
Nestas condições, o exercício da acti- estágios em obra de duração suficien-
tância atribuída aos trabalhos de te e devidamente planeados e acom-
vidade profissional na área da reabi-
reabilitação das construções existen-
litação e da conservaçãodeverá ser re- panhados.
tes, em detrimento da execução de servado a técnicos para tal especifi- O conceito de formação contínua
construções novas. camente qualificados. Este princípio (ou recorrente) adapta-se bem à
O Encontro" Arquitectura e Enge- aplica-se à elaboração dos projectos, especificidade e à constante evolução
nharia Civil: Qualificação para a quer de arquitectura, quer de estru- da áreaem apreço.Esta formação con-
tura, à direcção das obras, à presta- tínua não é exclusiva da universida-
Reabilitação e a Conservação" con-
ção de serviços de consultoria e fis- de, podendo ser cometida a outras
tou ainda com importantes inter- instituições detentoras do saber nesta
calização, e ao exercício de funções
venções de Giorgio Croci, da Uni- de supervisão, planeamento ou ou- área, como associaçõesou empresas,
versidade de Roma; Daniela tras afins. para tal acreditadas.
Lamberini, da Universidade de Flo- A universidade continua a ter um As Ordens dos Arquitectos e dos En-
rença; Walter Rossa, do ICOMOS papel fundamental na qualificação genheiros poderão ter um papel im-
Portugal; Lino Tavares Dias, do dos futuros profissionais de arquitec- portante na qualificação dos respecti-
tura e de engenharia civil desta área, vos profissionais que queiram exercer
IPPAR Porto; José Marques da Cos-
devendo conferir-lhes uma sólida for- actividade na área em apreço, através
ta, da DGEMN Porto; Am'bal Cos- do sistema de especialidades.
mação de base.A actual formação dos
ta, da Faculdade de Engenharia da engenheiros de estruturas é dema- Para tal, deverá ser criada uma espe-
Universidade do Porto; Carlos Gui- siado centrada na análise estrutural. cialidade de reabilitação e conserva-
marães, da Faculdade de Arquitec- A formação de arquitectos e enge- ção, que deverá obedecer aos seguin-
tura da Universidade do Porto; José nheiros civis para esta área deverá ser tes princípios:
António Rocha de Almeida, da As- mais generalista e diversificada, va-
lorizando, em termos de conteúdo, as Avaliação objectiva da experiên-
sociação Portuguesa de Projectistas cia profissional individual
técnicase materiais tradicionais, a in-
e Consultores; Vítor Dias, do tervenção em construções existentes Esquema de equivalência entre
CENFIC e Rui Loza, do CRU ARB- e, em termos metodológicos, o con- qualificação académica e expe-
Projecto Municipal para a Renova- tacto com a obra, a multidisciplinari- riência profissional
ção do Centro Histórico do Porto. dade, o trabalho em equipa, a criati- Acessibilidade diversificada: por
No fim do Encontro alguns dos par- vidade, a comunicação e o acesso a currículo ou por exame
ticipantes aproveitaram a visita fontes de informação externas, de- Renovação periódica
vendo o formando assumir um papel Obrigatoriedade (através de pro-
guiada pelo Arqo. Humberto Vieira, tocolos com as entidades tutela-
activo.
um dos projectistas responsáveis Esta formação de base deverá ser res do P.A., com as autarquias, e
pela intervenção de reabilitação e completada através de uma especia- mediante a publicação de legis-
renovação em curso no nobre edi- lização no domínio em apreço, devi- lação apropriada).
fício oitocentista.
A revista "Pedra & Cal" obteve recentemente, por despacho do
Ministério da Cultura, o estatutode publicaçãode manifesto interes-
se cultural, ao abrigo da Lei do Mecenato.
As entidades patrocinadoras da revista têm agora a satisfaçãoreforçada
de associaro seu nome a uma actividade cultural de reconhecida quali-
dade e de relevante interessepara a sociedadecom o retomo resultante
de tal associação,em termos de imagem e prestígio.
Acrescem os benefícios fiscais previstos no Estatuto de Mecenato apro-
vado pelo Dec-Lei n.o 74/99 de 16 de Março e cujo regime legal está em
vigor desde 1 de Janeiro de 1999.
Pedra & CQ Assim, as entidades públicas ou privadas patrocinadoras desta publica-
ção, cuja actividade consista predominantemente na realização de ini-
lbrigo da L ,eido ciativas culturais, têm a possibilidade de apresentar,em sede de Impos-
. Me~f ~l1.ato to, como custos ou perdas do exercício, até ao limite de 5 por mil do
volume das vendas e dos serviços prestados, dos donativos concedidos,
majorados em 20%.
No caso de donativos atribuídos ao abrigo de contratos plurianuais ce-
lebrados para fins específicos,onde se fixem os objectivos a prosseguir
pelas entidades beneficiárias e os montantes a atribuir pelos mecenas,a
majoração passa para 30%.
No casode pessoassingulares, poderão deduzir à colecta,dos donativos
concedidos e majorados nos termos do regime aplicável às pessoasco-
lectivas, com valor correspondente a 25%.
A Direcção da "Pedra & Cal" convida assim todos os interessados pela
salvaguarda do Património Cultural e Natural do nosso país, a associa-
rem-se a esta iniciativa enobrecedora.
Para mais informações contactar info@gecorpa.pt
ou sgdirpmc@mail.telepac.pt (Divisão de Informação e Relações
Públicas do Ministério da Cultura).

O GECoRPA e a Ordem dos Engenheiros firmaram um protocolo de


cooperação, por forma a aproveitarem reciprocamente as
condições, conhecimentos e relações de que cada uma das partes
dispõe, com vista a uma melhor prossecuçãodos respectivos objectivos
e, em geral, contribuirem para uma melhoria das intervenções de
conservação e restauro no sector do Património Arquitectónico e I
Construções Antigas (PA&CA).
Neste protocolo, o GECoRPAcompromete-se a obter junto das empresas
suas associadas facilidades para a realização de estágios de jovens
engenheiros civis, com vista à especializaçãona área da reabilitação de
CA e da conservação e restauro do PA. Os contactos entretanto
estabelecidospelo GECoRPA indiciam a possibilidade de concretização
deste objectivo, tendo em conta a disponibilidade manifestada pelas
empresas suas associadas.
As duas entidades acordaram também colaborar na organização de
encontros, seminários, exposições e eventos diversos, cabendo ao
:CoRPA assina GECoRPA disponibilizar os seus orgãos permanentes e mobilizar os
protocolo com técnicos das empresas associadas para participação activa nesses
encontros; prevê-se, igualmente, edições de publicações especializadas
Ordem dos na área das CAe da conservação e restauro do PA.
Engenheiros Por seu lado, a Ordem dos Engenheiros compromete-se, entre outros
tópicos, a colaborar, na qualidade de membro do júri, na promoção e I

divulgação do Prémio Nacional de Conservação e Restauro do


Património Arquitectónico instituído pelo GECoRPA.
Este protocolo, firmado durante o encontro sobre "Arquitectura e
Engenharia Civil: Qualificação para a Reabilitação e a Conservação",
que teve lugar no Porto no passadodia 2 de Julho, é válido por um período
de dois anos, sendo a sua renovação automática.
Na ocasião, a Ordem dos Arquitectos manifestou igualmente interesse
em assinar um protocolo idêntico com o GECoRPA.
Prémio GECoRPA de Conservação e
Restauro do Património

O GECoRPA prepara o lança- projecto. Aguarda-se, presente-


mento oficial para Setembro mente, a resposta de convite idên-
próximo do PrémioGECoRPA tico endereçado ao Ministério do
de Conservaçãoe Restauro do Pa- Planeamento,do Equipamento e da
trimónio Arquitectónico. Administração do Território.
A constituiçãodo júri do Prémio está A Presidência da República ficou,
já definida, contando com a parti- igualmente, de decidir sobre o Alto
cipaçãoda Ordem dos Arquitectos, Patrocínio a conceder a este even-
da Ordem dos Engenheiros e do to, reconhecendo desde o início a
ICOMOS Portugal, bem como, pelo inegável importância deste assunto
seureconhecido curriculum profis- para o país e o valor que um tal
sional na área da conservação do Prémio pode ter como estímulo às
património arquitectónico, com a empresasdesta área.
do Prof. Doutor Vítor Serrão e com O Prémio,com periodicidade bienal
a do Arqo. Vasco Massapina. e cuja primeira edição ocorrerá já
O Prémio terá igualmente uma no ano 2000,destina-sea galardoar
Comissãode Honra constituída por as empresasportuguesas que mais
entidades e individualidades da se distinguirem nas intervenções
área, estando desde já assegurada que visem a salvaguarda dos mo-
a participação do Ministério da numentos e edifícios históricos e a
Cultura, entidade que, desde o iní- sua transmissão,nas melhores con-
cio, encarou com entusiasmo este dições, às futuras gerações. E m 29 de Julho último, o Secre-
Os concorrentes deverão ser em- tário de Estado das Obras Pú-
presas com sede ou que exerçam blicas, Engo. Maranha das
actividade em Portugal na área da Neves, recebeu o presidente e a as-
conservaçãoe restauro do patrimó- sessorada direcção do GECoRPA.O
motivo principal foi o lançamento do
nio arquitectónico. As obras apre-
"Prémio GECoRPA de Conservação
sentadas a concurso devem ter-se e Restauro do Património Arquitec-
pautado pelos princípios metodo- tónico" e a participação do MEPAT
lógicos elementaresde intervenção, nesta iniciativa.
nos moldes preconizados na O governante ficou de dar seguimen-
Carta de Veneza. to à solicitação do GECoRPA e
O Prémio seráconstituído por Uma confirmou a sua presença no Semi-
placa comemorativa e uma impor- nário "Estruturas de Madeira: Rea-
tância em dinheiro, e a sua atribui- bilitação e Inovação", a realizar em
24 e 25 de Setembro de 99, e no qual
ção será amplamente divulga da
será feito o lançamento do referido
nos meios de comunicação social e Prémio.
junto dos agenteseconómicos liga- Entre outras questões abordadas, o
dos ao sector da conservaçãoe res- presidente do GECoRPA sublinhou
tauro de património arquitectóni- a necessidade da reabilitação das
co, com menção da empresa galar- construçõesexistentes,em geral, e da
doada, do projectista e do dono da conservaçãodo património arquitec-
obra. tónico, em particular, constituirem
Mais informações sobre o Regula- um sector bem diferenciado do
"mainstream" da construção civil e
mento do Prémio poderão ser ob-
obras públicas..
tidas junto do GECoRPA.
C om o propósito de analisarem os diversos projectos de Reabilita-
ção Urbana a decorrer em alguns dos países membros da UE, os
peritos do Conselho da Europa reuniram-se, nos dias 17, 18 e 19
de Junho num atelier de trabalho em Lisboa.
Neste debate discutiram-se, para além de casosconcretos de interven-
ções, os meios, os processos, a sustentabilidade e o desenvolvimento
social das questões do património.
A abordagem inovadora seguida pela DMRU - pirecção Municipal de
Reabilitação Urbana da Câmara Municipal de Lisboa - no ProjectoIn-
::Conselho da tegrado do Castelo, tem sido objecto de grande concordância no seio do
Europa - Atelier de Departamento do Património Cultural do CE, o que levou à ampla di-
vulgação do "Modelo de Lisboa" junto de outras cidades da Europa
Lisboa Central e Oriental.
O "Modelo de Lisboa" pode caracterizar-sepor uma grande participa-
ção das populações antes, durante e depois da intervenção de reabilita-
ção das suas habitações, bem como pelo carácter minimalista e reduzi-
damente intrusivo dessa intervenção quer a nível da perturbação do
tecido social, quer a nível das alteraçõesintroduzidas na concepçãodas
construções.
A gestãodemocrática, integrada e personalizada das situações,um qua-
dro público de intervenção flexível, adaptado e actualizado, uma reabi-
litação de bairros integrada no processo urbano, a reabilitação da habi-
tação inscrita na política pública habitacional, a garantia da manuten-
ção e o realojamentQdas populações, o arranjo e tratamento de espaços
públicos em benefício dos habitantes, uma organização de transportes
e circulação, de modo a reduzir os malefícios ligados ao automóvel, o
respeito pelo património do bairro e a evolução do urbanismo integra-
do foram as característicasapontadas como definidoras do processode
reabilitação urbana do "Modelo de Lisboa".

A ARP- AssociaçãoProfissíonal de Conservadores-Restauradoresde


Portugal promoveu no passado día 27 de Maío, em Lísboa, o seu
I Encontro Nacíonal com o tema "0 Conservador-Restauradore as
Instituíções que Tutelam o Patrimónío'~
Das díversas ínstituíções particípantes, destacam-seas íntervenções da
Dírectora do Instituto Joséde Fígueíredo (IJF),Ana Isabel Seruya, e do
Padre José Manuel Ríbeíro, Representante do Secretaríado dos Bens
Associação Culturaís da Igreja.
P~ofissionalde A Pro~. Doutora Ana Isabel Seruya destacou a necessídadede Portugal
Conservadores- se ver dotado de um Instítuto de Conservação e Restauro de referêncía
para as íntervenções no patrímónío móvel e íntegrado do país. A execu-
Restauradoresde ção deste projecto passapela autonomízação do IJF da tutela do Institu-
to Português de Museus, e pela críação do Instituto Português de Con-
Portugal servaçãoe Restauro, que terá uma nova capacídade de regulamentar as
formas de íntervenção neste sector.
A apresentaçãodo Padre JoséManuel Ríbeíro teve o partícular ínteresse
de permítír ver debatida pelo grande públíco a posíção da Igreja sobre
esta matéría, sítuação pouco corrente nesta área.
Com eleíçõesprevístas para Setembro, a ARP prepara, presentemente,
entre outras activídades, o Boletim n° 5, com saída prevísta para Setem-
bro, e está em processo de candídatura para a qualídade de membro da
E.C.C.O - European Confederatíon of Conservator-Restorers'
Organísatíon, ímportante confederação europeía desta área.
A Stap obteve, no final de Maio, a certificação do seu Sistema de

Garantia da Qualidade, de acordo com a norma NP EN ISO 9002.

A Stap tomou-se, deste modo, na primeira empresa portuguesa


certificada no âmbito da reparação, consolidação e modificação de es-
truturas e fabrico e comercialização de materiais para essemesmo fim.
O processofoi iniciado há cerca de quatro anos e envolveu uma reorga-
nização da empresa, no sentido de uma maior eficiência e eficácia, bem
como a sensibilização dos colaboradores da empresa para a Qualidade
e para a melhoria contmua, acompanhada da permanente formação
técnica.
Ao cumprir este objectivo, a Stap completou uma importante etapa,
podendo demonstrar melhor aos seus Clientes que está em condições
de fornecer serviços e materiais adequados à especificidade da reabili-
tação de construções e estruturas.

Mais recentemente, a Agência de Inovação, SA, comunicou à Stap a


aprovação,no âmbito do programa Iniciativa Comunitária PME, do pro-
jecto COMREHAB, cujo objectivo é o desenvolvimento de um novo
sistema de reforço sísmico de paredes de alvenaria de edifícios antigos.
Stap: qualidade O projecto prevê a realização pelo LNEC de um conjunto de ensaios
reconhecida destinados a testar a eficácia do sistema em mesa sísmicae dará lugar à
e apoio substancial execuçãode um reforço de um edifício real, em Lisboa.
A reabilitação sísmica dos edifícios, em particular dos que possuem va-
àI&D lor arquitectónico, constitui uma alternativa urgente à actual situação
de precaridade e insegurança em muitas regiões do mundo e uma boa
sequência para sector da construção, agora que o ciclo de construção
nova, que caracterizou este século, começaa perder o seu ímpeto.

D ecorreu de 5 a 9 de Julho passado, em Paris, França, o 2° Congres-


so Internacional do Consiglio Nazionale delle Ricerchee do Centre
Natioruil dela RechercheScientifique "Scienceet Technologiepour
Ia Sauvegarde du Patrimoine Culturel dans les Pays du Bassin
Méditerranée" .
É de destacar o notável esforço desenvolvido no âmbito do "Projecto
Especial" do CNR italiano que, a nível europeu, representa um caso
único. Com uma duração de 5 anos e um orçamento total equivalente a
cerca de 9 milhões de contos, este Centro coordena a actividade de cer-
ca de 300 grupos de especialistas,pertencentes a universidades, orga-
nismos públicos como o CNR, institutos científicos do Ministério da
Cultura e às empresas do domínio do património cultural.
o congresso"Ciênciae Tecnologia O objectivo deste projecto é obter, graças à colaboração de especialistas
paraa SalvaguardadoPatrimónio de diferentes disciplinas humanísticas e científicas, uma série de
Cultural da BaciaMediterrânica,de-
correuna Universidadede Nanterre. metodologias e de produtos inovadores, que possam ser, em concreto,
Nafoto, um aspectoda curiosa biblioteca propostos às administrações públicas.
dacampus
(anos60) Os resultados deste esforço estiveram patentes no congresso de Paris-
Nanterre, onde a maioria das comunicações apresentadasse relaciona-
ConsigIio ram com trabalhos específicos desenvolvidos no âmbito d~quele pro-
N azionaIe delle jecto. Foram abordados temas como Património Arqueológico e Vilas
Históricas; Metodologias e Medidas; Ciências da Vida e Património
Ricerche em Cultural; Museus e Aspectos Económicos do Património Cultural.
,Congresso(com o
Centre National de
Ia Recherche
Sci~~tifique )
1- S.T.A.P.- Reparação, 15 - Pedramalba- Recuperação de 28- SO-PR - Sociedade de
Consolidação e Modificação de Mánnores, Lda. Construções e Promoções
Estruturas, SÃ. Tel. (01)49510 05 - Fax (01)49510 05 Imobiliárias, Lda.
Tel. (01)31164 79 - Fax (01)314 86 28 e-mail: pedramalba@mail.telepac.pt Tel. (01)8472800 - Fax (01) 8472737
e-mail: info@mail.stap.pt e-mail:so-pr@mail.telepac.pt
16 - Poliobra - Construções Civis, Lda.
2 - OZ - Diagnóstico, Levantamento Tel. (01) 76205 50 - Fax (01) 760 79 07 29 - Somafre - Consbuções, Lda.
e Controlo de Esbuturas e e-mail: poliobra@mail.telepac.pt Tel. (01) 711 23 70 - Fax (01) 71123 89
Fundações,Lda.
. Tel. (01)3563317 - Fax (01)315 35 50 17 - Junqueira 220- Sociedadede 30 - Cruzeta - Escadarias,Cantarias

~mail: info@o:z-diagnostico.pt Conservação,Restauro e Arte e Restauros,Lda.


Tei. (01) 3639163 - Fax (01)363 38 O: Tel. (01) 7150130 - Fax (01)9824188
3 - Edicon - Consb"uções Civis e
18 - A. Ludgero Castro, Lda. 31- Gilberto Ferreira 11
Arte Sacra"
obras Públicas, Lda.
Tei. (01) 478 2417 - Fax (01) 478 24 68 Tel. (02)9511116 - Fax (02)951 7517 Tel. (096) 65 29 49 - Fax (096) 65 29 49
e-mail: alcporto@mail.telepac.pt
4 - Quinagre - Estudos e 32 - Ensul- Emp.Norte Sul, S.A.
Construções, Lda. 19 - Listorres - Sociedade de TeI.(01)255 89 00 - Fax (01) 25589 76
Tel. (01) 7936116 - Fax (01) 79355 74 Construção Civil e Comércio, Lda. e-mail: ensul@ensul.meci.pt
Tel. (049) 72 5219 - Fax (049) 71 71 7(
5 . CVF . Construtora VIla Franca,
Lda. 20 - Certar- Sociedade de
Tel. (01)3873401 - Fax (01) 3874586 Consh"uções,Lda.
Tel. (01)352 28 49 - Fax (01)352 3177
6- L.N. Ribeiro Consbuções, Lda. e-mail: certar@mai1.telepac.pt
Tel. (01) 415 3520 - Fax (01) 415 35 28
21- Miu - Gab. Témico de
7- JoséNeto & Filhos, Lda. Engenharia, Lda.
Tet. (089)4120 71- Fax (089)4158 45 Tel. (01)812 6144 - Fax (01) 81448 32
33 - Domingos da Silva Teixeira, S.A.
e-mail: netos@mail.te1epac.pt e-mail: miu.lda@mail.telepac.pt
Principal Actividade: Infraestruturas.
-
8 Monumenta - Cons. e Restauro 22 - acre - Sociedade de Comércio de Arranjos exteriores.Construção e
do Património Arquitectónico, Lda. Arte e Restauro, tda. conservaçãode edifícios.
TeI.(01) 88811 08 - Fax (01) 88810 87 Tel. (053)25 3614 - Fax (053)62 8717
Tel. (01)31164 79 - Fax (01) 31486 28
e-mail: dst@mail.telepac.pt
e-mail:info@monumenta.pt
-
23 Augusto de Oliveira Ferreira &
34 - ETECLDA - Escritório Técnico
9 - Lourenço, Simões & Reis, Lda. ca.,Lda. .
Tel. (01) 354 2137 - Fax (01) 357 00 ( Tel. (053)25 3614 - Fax (053)61 8616 de Engenharia, Lda.
Principal Actividade: Fiscalizaçãode
e-mail:dst@mail.telepac.pt
10 - Brera - Socode Construções e obras e projectos.Gestãoe
24 - Bleu Line - Conservação e coordenaçãode empreendjmentos.
Rep., Lda.
Tel. (01)472 54 70 - Fax (01)472 54 71 Restauro Arquitectura
Tel. (02) 600 71 07 - Fax (02)60955 53
e-mail: brera@ip.pt Tel. (01)32244 61- Fax (01)32244 89
e-mail: bleuline@mail.artecom.pt e-mail: bb@etec.pt
11- FN - Frederico Nascimento, Lda.
Tel. (065) 53 52 92 - Fax (065) 53 5217 25 - Pintanova- Pinturasparaa -
35 MC Arquitectos, Lda.

Construção Civil, Lda. Principal Actividade: Arquitectura e


e-mail: fnascimento@mail.telepac.pt
Tel. (01)7572856 - Fax (01) 7577472 projectos.Levantamentos,estudo e
12 - Fradical- Fábrica de e-mail:np45se@mail.telepac.pt diagnóstico
TeI.(01)32199 50 - Fax (01)346 79 95
Transfonnação de Cal, Lda.
Tel. (01)460 19 80 - Fax (01)460 1980 26 - E.M.J. - Empresa de Manutenção e-mail:mcarq@mail.telepac.pt
e Jardins, Lda.
- COPC - Construção Civil, Lda.
13 - Mural da História - Restauro de
36
TeI.(089)39 76 25 - Fax (089)39 93 95
e-mail: ernUda@hotmail.com Principal actividade: Construção
Pintura Mural, Lda.
TeI.(01)34700 32 - Fax (01) 3475918 civil. Conservaçãoe reabilitação de
-
27 Rodrigues, Cardoso & Sousa, construçõesantigas.Recuperaçãoe
14 - Arnaldo Moisão- Dourador, Lda. consolidação
Tel. (055) 55 13 15 - Fax (055) 55 1723 Tel. (01) 853 7122 - Fax (01)853 7162
Pinturas e Dec., Lda.
Tel. (01) 983 48 93 - Fax (01) 39790 49 e-mail: rcs contrucoes@hobnail.com e-mail: copc.ccivil@mail.telepac.pt
B uilding on the result of previous conferences,Terra 2000 aims to provide
an intemational forum for the exchange of new ideas and developments
which will ensure the survival of the earthen architectural tradition into
the next century. The conferencealso affords an opportunity to sharethe wealth
of earth constrUction in the British Isles, from dramatic prehistoric fortifications
to more modest dwellings and rural complexes.
Organization: English Heritage; University of Plymouth - Centrefor Earthen
Architecture; ICOMOS jUK - Earth StrUctures Committee.
For more information: Centre for Earthen Architecture, University of Plymouth,
Faculty of Technology, Drake Circus, Plymouth PU 8AA, England, UK; Fax:
(44 (O)1752-233310;e-mail: terra2000@plymouth.ac.uk

11-13May. 2000 - Torquay. Devon. UK

E ste Encontro decorre em simultâneo com a "2eme Rencontre en Génie


Parasismique des Pays Méditerranéens" tendo a vista a divulgação da En-
genharia Sísmica a nível nacional e internacional. Com a sua realização
em Faro, pretende-se ainda contribuir para a sensibilização das instituições da
região para a importância destestemas face à realidade local no que diz respei-
to à construção civil. Nesse sentido, o encontro comportará, para além das ses-
sõespara apresentaçãode comunicações,outras dedicadas ao debate de temas
específicos,nomeadamente sobre Estudos Relativos à Região do Algarve, para
as quais serão convidados especialistas.
Organização:EscolaSuperior de Tecnologiada Universidade do Algarve; Socie-
dade Portuguesa de Engenharia Sísmica.
Para mais informações:
Tel.: (089) 8035 61; Fax: (089) 8235 39; e-mail: sismica99@ualg.pt

27-29 Outubro. 1999- Faro.Algarve. Portugal

D icharevisiónpermitiráabordartodasaquellascuestiones que,deum modo


directo,afectanaI retablo-producción,circulaciónde modelosy artistas,
catalogación,inventarios,restauración,etc.- a travésde Ia intervención
de reconocidosespecialistasadscritoaI Grupo de universidadesdo Occidente
Peninsular.
Organização:Universidadede Santiagode Compostela.

29.30 Septiembre: 1.2 Octubre. 1999- Ourense,Espana

T his Intemational Congress wil1 provide an overview of resarches,studies


and state-of-the-art of knowledge in different fields of architectural heritage
related to the conservation and restoration in monuments, buildings,
churches, bridges, aqueducts and other structure built from the earliest times
ti1l the end of the 19thcentury. A special sessionwill be devoted to the structures
ofthe 20th century and to the perspectives for the third mil1ennium. The
Congress wil1 highlight the role that different techniques, technologies,
materiaIs, equipment, theoretical and experimental tools, etc. have played in
the history of architecture, and their relationship with the environmental
conditions in different parts of the world (climate, seismicity, etc.)
Organization: Unesco
Information: Isabel1eVinson: tel. (33.1.45)684353; e-mail: I.vinson@unesco.org;
Dominique Cail1ier: (tel.: (33.1.45)68.55.98;e-mail: d.caillier@unesco.org

10-15March, 2000
Bethlehem (Palestine), Unesco (Paris, France)
Para encomendar, utilize a "Nota de Encomenda"
- --
na
Lisboa em Obras
págilia 53 José Manuel Femandes
Boletim Monumentos - em Preço: 3.500$00
Código: HT.E.2 ~~~~
Cd Rom
Ed. DGEMN Este livro apresenta uma colec-
Preço: 10.000$00 tânea de textos publicados na sua
Código: DG.CDR.1 maioria em jornais e publicações
diversas.
"A reedição dos Boletins da Os temas1undamentais desta
DGEMN em suporte digital CD- abordagem sãoos do urbanismo, -
ROM, com o aproveitamento de da arquitectura e do património
algumas potencialidades da construído, centrados na cidade. ~
tecnologia multimédia, constitui de Lisboa.
- um reconhecimento pelo trabalho São assim referidos e analisados temas concretos, conceitos
dosque, no passado,forilm prestigiando esta casa,uma res- e questõesgerais ou acontecimentos "jomalísticosll, que pela
posta ao crescenteinteresse pela história do nosso patrimó- actualidade ou pertinência de que continuam revestidos,
nio construído e um elo de ligação com o trabalho de divul- surgem como apelativos, numa edição conjunta e agora or-
gaçãoe valorização do partimónio arquitectónico que nesta denada em livro.
décadatemos desenvolvido. Os temas da obra apresentam-seagrupados em setecapítu-
Acreditamos que só a devolução à comunidade dos conhe- los principais: A CIDADE - VISÕES; HISTÓRIA(S); O VE-
cimentos obtidos com o estudo e a interpretação dos regis- LHO CENTRO; AS NOVAS PERIFERIAS;LISBOA ORIEN-
tos histórico-documentais garantirá uma eficaz defesa do TAL; ARQUITECTOS E OBRAS; ECOLOGIA E PATRIMÓ-
nossopatrimónio. Só a difusão do conhecimento pode ga- NIO.
rantir a construção de uma sociedade mais exigente".

Vésperas Batalhinas Os Dez Livros de Arqui-


Saúl António Gomes tectura de Vitrúvio
Ed. Magno Helena Rua
Preço: 2.500$00 Ed. 1ST 1998
Código: CMB.E.3 Preço: 7.000$00
Código: IST..E.1
Conjunto de ensaiose artigos so-
bre a história da arte do Mostei- Trata-se da primeira versão
ro de Santa Maria da Vitória. portuguesa desta obra de
Uma parte deles foi já publicada referência- baseada na 2"
em revistas especializadas e de edição de "Os Dez Livros de
nãomuito fácil acesso,outra,so- ~
- Arquitectura de Vitrúvio" de
bretudo os pequenos textos inseridos na parte final - que Perrawt; de 1684,corrigidae aumentada - com 374 páginas
sãointitulados de StudiaMinora pela sua mais reduzida di- de literatura apoiadas por 68 gravuras e 87 desenhos,
mensão- apareceuem jornais de expressãoregional que cedo descritivos da tecnologia do mais belo estilo Romano.
sepultaram no esquecimento essescontributos para o co- Marco Vitrúvio Polião, arquitecto romano presumivelmente
nhecimento do passado batalhino. Um outro grupo, no en- do século I a.C, para além de se dedicar à construção,
tanto, porventura o mais significativo em termos de abor- procurou registar por escrito, ao longo da sua vida, os
dagem da história da produção artística neste claustro do- preceitos desta arte, compilando-os, já perto do fim da vida,
minicano, é inédito. nestes 10 livros, marco incontomável da arquitectura e da
história da arte ocidentais.

Edifícios e Monumen-
tos Notáveis do Conce- Casas Acariciadoras
lho de Alcochete Preço: 1.185$00
Preço:3.465$00 Código: FD.C.4
Código: CMA.E.l
"Durante três anos percorre-
Lugar de muitos usufrutos mos a República Mexicana fa-
paisagísticos,Alcochete de- lando com camponeses, gra-
fende as suastradições com vando as sua vozes, levantan-
autenticidade e empenha- do as plantas das suas casas e
mento. O concellio não tem tirando fotografias. Queriamos
- o gigantismo dos seus vizi- saber o que pensavam das suas
nhos e talvez por isso tenha casas, que nos explicassem -
mais espaço para vigiar o seu desenvolvimento e persistir como as constroem, que coisas funcionam bem, o que lhes
naquilo que é a sua originalidade. Possui monumentos que dá problemas e que modificações fariam para as melhorar.
chegam para uma referência cultural e situações onde o ur- Este catálogo reúne as imagens e os textos dessa experiên-
bano-rural se carregou de tradição. O presente traballio cor- cia, retratando a habitação camponesa tradicional do Méxi-
responde a uma inventariação dessepatrimónio. co, na perspectiva dos seus materiais consqtutivos".
Estuques e Esgrafitos de cessosalcançadospelos diversosinvestigadores,quer na
Évora recuperação do uso deste material, quer na redescoberta
das técriicas tradicionais da sua colocação em obra.
Preço:1.350$00
Código:DG.C.1 A elevada qualidade das comunicações, transforma este
volume num importante manancial de informação que per-
A inexistência de um levantamen-
mitirá actualizar o conhecimento dos nossostécnicos,e levá-
to de todo e qualquer facto ou éle- -los à desejada experimentação.
mento histórico, constitui o maior
passo para a perda total desse Monumentos
evento, interrompendo-se assim o
Revista da DGEMN
encadeamento da história na evo-
Preço: 2.000$00
- lução dos povos, negando-se às
gerações vindouras a história que lhes pertence e que cabe Código:DG.PP.l
aos presentes a obrigação de preservar.
Estuques e Esgafitos são as Artes Decorativas aqui aborda- Revista semestral, técnico-
das. Este livro é uma chamada de atenção para uma arte em -científica destinada à divul-
vias de extinção, nomeadamente o Esgrafito que vem cain- gação do património arqui-
do no esquecimento.
tectónico,com informaçõessobre
as actividades dos serviços, tra-
balhos de investigação e artigos
A Igreja da Memória sobre processos e técnicas de
Preço: 3.000$00 intervenção em imóveis de reconhecido interesse. Para
Código: DG.E.l além do Dossier e de vários artigos cientifícos constituem
secçõespermanentes da revista, o Inventário do Património
A Igreja da Memória, cons- Arquitectónico; Intervenções no Património; Cursos; Con-
truída em pleno período jo- ferências e Colóquios; Exposições e Publicações.
séfico, é, a vários títulos, um
dos exemplares mais curio-
sos da arquitectura do início
da segunda metade do sécu-
lo XVIII. Erguido a par das -
grandes obras pombalinas,
de reconstrução de Lisboa, o pequeno templo, 1lão se en-
quadra no entanto nelas, reflectindo um diferente gosto e
outra situação que, de certa forma, não teve continuidade, 22 ENCORE - Encontro sobre Conservação e
pemanecendo apenas como "memóriaJl de uma outra ar-
quitectura, que poderia ter sido a do reinado do "reforma- Reabilitação de Edifícios (2 vols.)
dorJl, mas que diversos factoresconjunturais tomaram im- Edição LNEC, 1" edição 1994,2" edição 1997
possível. Preço: 10.500$00
O documento que agora se publica, historia e esclarecea Código LN.A.1
intervenção efectuada. O notável trabalho desenvolvido no
restauro da Igreja da Memória, entretanto objecto de apre- Guião de Apoio à Reabilitação de Edifícios
ciação a nível internacional, foi distinguido pela Europa Habitacionais (2 vols.)
Nostra, que o premiou. (JoséAguiar, A.M.Reis Cabrita, João Appleton)
Edição LNEC, 3" edição 1997
Preço: 7.140$00
7i! Conferência Interna- Código LN.M.1
cional sobre o Estudo e
Conservação da Arquitec- A Componente Acústica na Reabilitação de
tura na Terra Edifícios
Preço: 10.000$00 N° 5, Colecção Edifícios (P. Martins da Silva)
Código: DG.A.1 Edição LNEC 1998
Preço: 2.100$00
"Terra 93" constitui-se como Código LN.E.1
corolário de um conjunto de
acções visando o aprofunda- Estuques Decorativos do Norte de Portugal
mento e divulgação dos conhe- Edição CRAT 1991
cimentos sobre as técnicas Preço: 1.300$00
inerentes à conservação e uso deste material de constru- Código CRAT.E.2
ção.
O crescente interesse pela recuperação e reutilização da Plano Verde de Lisboa - Componente do Plano
Arquitectura de Terra em Portugal, reforça a ideia de que a
linguagem da Arquitectura é fortemente influenciada pela Director Municipal de Lisboa
realidade cultural. Coordenação de Gonçalo Ribeiro Telles
A compilação em livro das comunicaçõesapresentadaspara Edição Colibri 1997
cada um dos setstemas propostos, permite estabeleceruma Preço: 3.990$00
análise comparada sobre as direcções da pesquisa e dos su- Codigo COL.E.1
Títulos mencionados na Pedra & Cal n° 2 Caracterizaçãoe Avaliação do Mercado da Manu-
tenção e Reabilitação de Edifícios e da Conserva-
Antas-Capelas e Capelas junto a Antas no Territó- ção do Património Arquitectonico em Portugal
rio Português Ed. GECoRPA, 1999
Jorge de Oliveira, Panagiotis Sarantapoulos e Carmen Preço: 9.000$00
Código: GE.E.1
Balesteros
Ed. Colibri, 1997
Pratica da Conservação e Restauro do Patrimonio
Preço:840$00
Código: COL.E.2 Arquitectónico
Ed. GECoRPA, 1999
Preço: 7.000$00
As CerâmicasÁticas do Castelo de Castro Marim
Código: GE.A.1
no Quadro das Exportações Gregas para a Penín-
sula Ibérica A Lisboa Turística, entre o Imaginário e a Cidade
Ana Margarida Arruda - A Construção de um Lugar Turístico Urbano
Ed. Colibri, 1997
EduardoBrito Henriques
Preço:2.100$00
Ed. Colibri, 1996
Código: COL.E.6
Preço:2.100$00
Código: COL.E.3

Vilas e Cidades

Roteiro- Monção, memória e festa.


Sabores- Doçaria de Feira
Destaques - Artesanato e Artesãos,
LoiçaPreta,Arte do "defumo".
O tempo dos BrinquedosArtesa-
nais.
Artes da Construção - Algumas
notassobreasartesdo ferro.
rural, hoje impõe-se,altaneira,à vis- buindo-se mutuamente a responsa-
ta de quem passa:é que a chamada bilidade de acudir a estemonumen-
variante à ENIO,com perfil de via rá- to único, classificadocomoimóvel de
pida, passaa seuspés no troço final interessepúblico, mas que é muito
de ligação à auto-estradado Norte, mais do que isso. De propriedade
alguns quilómetros antes do nó particular, jaz ao abandono e tem
de Alverca. sido utilizado da forma mais selva-
Ao subir nesta nova estrada em di- gem como abrigo de animais e de-
recçãoàs alturas de SantaIria, vale a pósito de detritos de toda a espécie.
pena abrandar a marcha e olhar à
direita para admirar o singular mo-
numento, assente sobre um impo-
nente paredão quadrangular, coroa-
do por pared~s e duas torres
ameadase onde se rasga uma gra-
ciosa galeria de dez arcos abatidos,
debruçada sobre o vale e avistando
ao longe o Tejoe a leziria.
Para além do porte majestoso,dos
cunhaisem aparelhoalmofadado,da
delicada arcaria,das torres, das por-
tas e janelas de molduras quinhen-
tistas, da capelacom preciososazu-
lejos da época,da atmosfera de pe-
numbra, mistério e pó que serespira
no interior, o palácio constitui um
todo coerente,harmonioso e quase
- precioso paço senho- intocado que faz dele um exemplar Mas esta situação não é única na
rial quinhentista, dos raríssimosque único da nossaarquitectura civil. zona. No lado oposto do vale hoje
restam na região de Lisboa, tem so- Referidona notável e útil publicação ocupadopela via rápida, e visível de
brevivido quasepor milagre ao lon- em quatro volumes que a Junta quem circula na auto-estrada do
go das últimas décadas,clamando Distrital publicou em 1963 sobre Norte, um outro paço da mesma
em vão por socorro..Votado inteira- "Monumentos e Edifícios Notáveis época,também classificadocomo de
mente ao abandono, só a robusta do Distrito de Lisboa", já nessaaltu- interessepúblico, éjá uma ruína. Tra-
construção o mantém ainda de pé, ra o Palácioera descrito como "com- ta-se da Quinta do Castelo, em
numa atroz e lenta agonia. Trata-se pletamente desprezado". O que é Pirescoxe,tambémreferido na publi-
do Paláciode Valflores,sededa quin- que pqde justificar que, quase qua- caçãoda JuntaDistrital.
ta do mesmonome, em SantaIria da renta anosvolvidos, nada tenha sido Apontam-seaquisituaçõesdramáticas
Azoia, na pequenapovoaçãode Via- feito para o salvar? de património em perigo. Nas mãos
Rara, hoje sufocada pela informe O jornal "Público" de 21 de Junho de privados,que não sabem,não que-
massapredial da Grande Lisboa. E veio denunciar a situação. É que a rem ou não podem preservarda ruí-
se até há poucos anos a sua presen- Câmara Municipal de Loures, o na total dois exemplaresúnicosda ar-
ça se escondia,debruçadasobreum IPPAR e agora também a JAE, têm quitectura senhorial no sul do país,
pequeno vale residual da paisagem andadonum "jogo do empurra", atri- impõe-se às autoridades intervirem
de imediato para os salvar,assumin-
lNuno Teotónio Pereira, n. Lisboa 1922.Arquitecto pela Escola de BelasArtes de Lisboa. do as suasresponsabilidadese even-
Foi delegado português no Comité do Habitat da União Internacional dos Arquitectos nos tualmentepartilhando encargose ta-
anos 60.Autor do estudo da "Evolução das Formas de Habitação Pluri-Familiar em Lisboa", refas.E sehá qualquervazio legal ou
de um ensaiosobrea " Arquitectura do EstadoNovo" e de numerososartigos sobreArquitectura,
falta de verbas que as tolhe, publi-
Habitação,Urbanismo, Património e Território.
Autor ou co-autor de conjuntos de habitação social e de moradias em vários pontos do País. que-seum decreto-leie abra-se,como
2° Premio Nacional de Arquitectura da Fundação Gulbenkian 1961,Prémios Valmor de 1968, outrora sefazia,uma subscriçãonaci-
71 e 75,com mençõeshonrosasem 1987e 88,Premio AlCA 1985,Premio Instituto Nacional de onal! E faça-sedesseslugares ances-
Habitação 1992,Prémio Espiga de Ouro da Câmara Municipal deBeja 1993e Premio Muni- trais e sagradosoásisde cultura, re-
cipal Eugéniodos Santos 1995. creio e contemplação,de que sãobe-
É co-autor do Estudo de Recuperação e Revitalização do Palácio Nacional de Mafra e de
projectos para Vila do Çonde, Barcelos,Lisboa, Universidade de Aveiro e Parque das Nações.
los exemplos nas proximidades as
Sócio correspondente da Academia de Belas Artes, foi Presidente do Movimento para a quintas do Sobralinhoe da Piedade,
Renovação da Arte Religiosa, da Cooperativa Cultural Pragma, do Centro Nacional de em VIla Francade Xira, e a quinta do
Cultura, da Associaçãodos Arquitectos Portuguesese do Conselho de Arquitectos da Europa. Conventinho,em Loures. .

Você também pode gostar