Indique exemplos.
O Direito autoral propriamente dito, consiste no direito de quem exerce qualquer atividade
criativa, de pesquisa ou artística de controlar o uso de sua obra. Estamos falando da
propriedade intelectual, que tem como característica muito peculiar a imaterialidade.
O Direito autoral encontra amparo na lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos
patrimoniais e morais da sua obra. Vale lembrar que essa lei regula os tratados internacionais
no que tange a questão dos Direitos autorais, nos casos em que o Brasil é signatário.
Dito isso, agora veremos a seguir que o Direito autoral para a sua caracterização se baseia em
dois pilares. Sendo eles:
No caso do Direito Patrimonial, o autor e, portanto o titular do Direito autoral terá Direito a
uma remuneração pelo uso das suas obras. Esses Direitos podem ser transferidos, bem como,
o autor tem o direito de exigir indenização, caso a sua obra seja utilizada de modo indevido.
Já o Direito moral, permite ao autor preservar o vínculo pessoal com a sua obra. Trata-se de
um Direito intransferível e inalienável. Os Direitos morais dão ao autor o Direito de alterar sua
obra, independente de tela usando antes ou depois, bem como, suspendê-la e até retirá-la de
circulação. O Direito moral confere também ao autor o Direito de ter acesso a um exemplar da
sua obra que seja raro e único, caso ela esteja na posse de outra pessoa, sob fundamento da
preservação da memória.
Vejamos o que observa Liane Mählmann Kipper, Isabel Grunevald e Daiane Ferreira Prestes
Neu acerca dos Direitos Patrimoniais e morais:
Através dos direitos patrimoniais, os criadores de uma obra podem autorizar ou proibir tais
atos:
No caso do Direito autoral, este protege o autor ou autores de uma determinada obra, que
pode ser, por exemplo, um livro ou uma música.
Já os Direitos conexos protegem todos aqueles que nela estiveram envolvidos como, por
exemplo, no caso da música, os Direitos do produtor musical, do cantor, do compositor da
canção e das empresas de radiodifusão que podem vir a veicular essa música em seus
programas de rádio ou de TV.
Os direitos autorais são um assunto estratégico para a cultura brasileira. Vivemos numa
permanente tensão entre a viabilidade econômica da cultura e o financiamento público de
expressões culturais sem nenhuma possibilidade de sustentabilidade. A proteção autoral é um
dos núcleos para a construção de qualquer política pública na área cultural. Com uma década
de existência, a atual lei brasileira foi fruto de um processo de negociação bastante
problemático e é considerada excessivamente restritiva. Por essas razões, claramente
atrapalha o imperativo de enfrentar os desafios colocados pela digitalização e pela emergência
de uma sociedade do conhecimento.
O Ministério da Cultura – MinC atualmente promove consulta pública que objetiva a revisão do
marco legal vigente. O processo vem de longe, pois o MinC discute o tema desde 2007. Após o
lançamento do anteprojeto temos uma grande mobilização de vários atores, entidades ou não,
em torno da discussão das propostas nele incluídas.
O coordenador da Diretoria dos Direitos Autorais – DDI/MinC, Marcos de Souza, tem sido um
dos motores dessa discussão sobre a reforma da Lei do Direito Autoral – LDA. Ele atua no setor
autoral do MinC desde 2004 e participou diretamente de todo o processo de discussão que
ocorre desde 2007 por meio do Fórum do Direito Autoral. A intenção expressa pelo MinC é a
“harmonização entre o direito autoral e o direito de acesso” e a possibilidade de “criar uma
economia da cultura no Brasil”. Como o tema é complexo, nessa entrevista tentamos
esclarecer ao máximo as principais características do anteprojeto e como seu impacto se dá
em praticamente todos os aspectos da produção cultural.
As leis que vigoram para aplicação dos direitos de autoria, principalmente no que diz respeito
aos programas de computador, não tiveram nenhuma atualização nos últimos dezoito anos. Os
parâmetros de desenvolvimento e a comercialização dos softwares tiveram mudanças
significativas, assim, seria fundamental que houvesse uma reavaliação nas normas, de modo
que pudesse respeitar as necessidades atuais e similarmente fosse mantido o aspecto de
liberdade que as normas de propriedade intelectual norteiam. Nesse sentido, aduz (Canalli,
apud, Lessig, 2010, p. 131) que "uma cultura livre não é uma cultura sem propriedade, do
mesmo modo que um mercado livre não é um mercado onde tudo seja grátis."
O presente artigo tenciona denotar uma análise reflexiva sobre a legislação vigente dos
direitos de propriedade intelectual e a sua ampliação no que concerne à segurança dos
direitos autorais de programas de computador (software), paralelamente, tratar sobre os
avanços e desafios tecnológicos apontando uma real necessidade de atualização e
reestruturação dos direitos em relação a propriedade intelectual dos programas de
computador.
5. Para proteção autoral do software é necessário registrá-lo? Qual é o
órgão competente para o registro?
É simples: a maioria coloca uma declaração de direitos autorais nas partes importantes do
código no programa em que ele foi escrito. Se ele foi feito em Java, por exemplo, você poderá
colocar o símbolo de direitos autorais nos seus principais atributos de cada classe.
A proteção do software se dá por meio das regras de direito autoral, que estão estabelecidas
na lei 9.610/98, mas temos também uma legislação específica para o direito autoral de
software, que está na lei 9.609/98. Em resumo, regras específicas estão na Lei de Software e as
regras gerais na Lei de Direitos Autorais.
O registro funciona como uma prova de autoria e titularidade do software, além de ser
também fundamental para que você possa realizar negócios com ele, ou seja, cedê-lo, licenciá-
lo etc., como veremos adiante.
O processo para registro, que abordaremos em outro artigo específico, foi recentemente
alterado, permitindo que tudo seja realizado de forma eletrônica e com muita segurança.
O registro de software tem um prazo de duração muito generoso, ou seja, ficará válido por 50
anos, período durante o qual estará resguardado pela lei e com todas as garantias e proteção
contra o uso não autorizado.
Aliás, se alguém violar um software está sujeito não apenas a possibilidade de pagar danos
(inclusive morais), mas também a ser preso, já que no Brasil violar direitos de autor de
programa de computador é crime.