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ALIER, Joan Martinez.

O ecologismo dos pobres:


conflitos ambientais e linguagens de valoração.
São Paulo: Contexto, 2017, 2.ed. (p-21-39)
Introdução
● O ecologismo (ambientalismo) se expandiu
como uma reação ao crescimento econômico,
mas nem todos ambientalistas se opõem a este
crescimento.
● Há três correntes principais que incorporam o
movimento ambientalista: “o culto ao silvestre”
(conservacionistas); “evangelho da
ecoeficiência”; e o “ecologismo dos pobres”.
● Os antiecologistas se opõem as três correntes.
O culto à vida silvestre
● É a primeira corrente e corresponde a defesa da natureza
intocada;
● Não se opõe exatamente ao crescimento econômico, mas
busca preservar os remanescentes da vida silvestre;
● A biologia da conservação é uma de suas bases teóricas
(preocupação com a perda da biodiversidade);
● Possui forte preocupação com o crescimento demográfico;
● “Uma proporção cada vez menor de biomassa está
disponível para outras espécies que não sejam a humana
ou associada a humana” (p. 23)
O culto à vida silvestre
● O culto ao silvestre se aproxima de explicações
religiosas/místicas para a importância da
conservação da natureza – com destaque para
a tradição das crenças indígenas;
● Ecologia profunda: proposta de uma atitude
biocêntrica frente ao antropocentrismo
superficial;
● Dessa corrente derivam as propostas de
ampliação do número de parques naturais.
O culto à vida silvestre
● Trata-se de uma corrente que cresceu nos
países do Norte;
● Grandes organizações não-governamentais
dão suporte aos seus teóricos (WWF; IUCN;
Nature Conservancy; Sierra Club);
O evangelho da ecoeficência
● Essa segunda corrente está “preocupada com os efeitos do
crescimento econômico, não só nas áreas de natureza
original como também na economia industrial, agrícola e
urbana” (p. 26).
● “Acredita no ‘desenvolvimento sustentável’, na ‘modernização
ecológica’, na ‘boa utilização’ dos recursos”. (p. 26)
● Expressões como “recursos naturais”, “capital natural” e
“serviços ambientais” são característicos dessa corrente.
● Caracteriza a participação de engenheiros e economistas na
discussão ambiental.
O evangelho da ecoeficência
● É um debate comum nos países do Norte, em especial nos EUA e
Europa;
● Modernização ecológica: eixo econômico – ecoimpostos, mercado
de licenças de emissões; eixo tecnológico: economia de energia e
matérias-primas.
● Solução ambiental dada por meios instrumentais ou cientificistas
(com otimismo tecnológico);
● Derivam dessa corrente: avaliação do ciclo de vida; auditoria
ambiental; metabolismo industrial; etc;
● Há uma complementaridade entre “o culto à vida silvestre” e o
“evangelho da ecoeficiência” (caso da acesso mercantil a recursos
genético como promotor da conservação de ecossistemas).
A justiça ambiental e o ecologismo
dos pobres
● Também conhecido como ecologismo popular, movimento
de justiça ambiental, ecologismo da livelihood, do sustento,
da sobrevivência humana, ecologia da libertação.
● Assinala que o crescimento econômico causa maiores
impactos ambientais que são sentidos de modo de desigual
(pela divisão internacional do trabalho);
● A preservação dos ambientes, no caso dessa corrente, é
uma condição necessária a subsistência dos humanos
pobres de hoje;
● Busca por justiça social.
A justiça ambiental e o ecologismo
dos pobres
● Essa corrente aponta a coevolução entre populações
tradicionais e a natureza, garantindo a conservação do
meio;
● Luta contra o racismo ambiental (em especial no EUA);
● É luta das pequenas economias contra a grande
produção industrial (agricultura convencional x
agroecologia; pesca industrial x pesca artesanal; etc.);
● Corrente apoiada por teóricos da agroecologia,
etnoecologia, da ecologia política, da ecologia urbana e
da economia ecológica, da sociologia ambiental;
A justiça ambiental e o ecologismo
dos pobres
● Tem trazido exemplos de ciência participativa;
● Caracteriza a luta por justiça de minorias (luta
dos seringueiros no Brasil, por exemplo);

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