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Alfredo Jerusalinsky e colaboradores Psicanalise e Desenvolvimento Infantil Um enfoque transdisciplinar 7 edicio ~ ‘Vamos falar de um prot ia tropegamos neste com = eleito, depararos ao, coordenasoes reflesos esque ciavindependénci, rmaturacio neurolgh poem e seamontoam ea importinca que a ue tal nivel de importancia seja interese ou a ideologia sista camp ‘conceitos fais roprasio do c8 ent o0S. semque.em Jema:o desenvol 0 com um ver smento infantil! Porque hoje em dadeiro caos conceitual. Com ugéo do tonus muscular, adaptacio, dependén. individuacio, castragdes sucessivas, como evol -Esses incontaveis conceitos se super- “ltima instincia, e saiba qual é 0 lugar | ye a cada um deles, endo, por outro lado, habitual definido simplesmente pela profisséo, o do observador em questo. Assim, um neurolo- ad ertamente a maturaco ¢ talvez, 08 reflexos e.coordenagSes ‘como eixos do desenvolvimento, Tratando-se de um psicanalista, ndo va: dard em tomar a questi do suet 6 tale as fases libidinais, ou quis, | os compleossucessvos (depend da escola psicanalitica de que se trata), como 0 centro do assunto, Por sua vez, se fosse um psicdlogo, os habitos, | se desenvolve sio as fungdes e nio 0 ) Besehe oferece como presaa seu apetite.Reconhecimento que P)_ 9éra embora nunca o tenha visto antes, porque fecha perceptivay sobre uma imago biologicamente preestabelecicla®. O papel dan Ihante, neste caso, est 'a imago. Toda contingéncia Condigao fortuita, no entanto, também bastante reduzida por nismos biolégicos que impulsionam certos comportament chamada, sinais excrementicios, marcas urindrias de congeneres etc., além da conhecida convergéncia de habitat. Ao contréri, no ser humano, e para melhor iusttar nos refetme, a0 bebé, 0 completamente indefinidas. © can mecg, D0 cig dem nenhuma fonte corporal tensionada para nenhum fim Menos ainda py deré definir qualquer objeto que se Ihe possa vincular.F precisament, tal insuficiéncia que deixa espaco para uma dimensio psiquica: a pilsig como representanté do biolégico (Triebrepriisentanz). Mas esta, Para ay. * ticular-se como representante, requer a interferéncia do semelhante que, ») no caso do humano, nao se apresenta como imago reciproca a uma tg preestabelecida, mas sim como quem vem a trabalhar esse mal-estar do bebé na delimitagao de uma fonte (corporal, quelle), direcionar sua forge (drang), articular a posicao do objeto (objektreprasentanz), em relasio a uum fim (ziivorstellung). Por isso, 0 papel do semelhante néo é puramente imagindrio, como no caso das outras espécies animais, mas é significante, Inclusive esse imaginério, no humano, depender do Outro, porque de acordo com 9 que o Outro deseje, o que psicologicamente se constitu 5) ¥ como imago do objeto faltante ser essencialmente diferente. Ocorre que frente a um Real que o arrasta para um mal-estar de lugar vazio de objeto, a lade que se oferece ao bebé & desejar_o que 9 10.A esse respeito sio ilustrativos os conhecidos estudos etol6gicos de K. Lorene tam- bém podem se ver citagoes ilustrativas de J. Lacan em seu texto Acerca de la Causalidad Palguica, Homo Sapiens, 1978, p. 112-117, Neste timo texto, encontramos referénes tais como: “Primeiramente, 1939, trabalho de Harrison, publicado nos Proceedings te Royal Society. HA muito ques sabe que a pom mea isolada de ses cong nao ovula, As experiéncias de Harrison demonstram que a ovulagio est determinadt biol6gicos ¢, como tal, nio recors Outro deseja nele (pois para isso engendrou). Outro que, entéo, nao ‘opera uma imagem sobre ele, mas sim um discurso. E esta dimensio na qual o semelhante ndo se oferece tio somente como imagem especular, loferece-se sim referido a outro lugar: lugar desde onde esse semelhan, te procura incessantemente recobrir 0 que no Real permanece sempre aberto, a saber: 0 objeto. O Outro primordial, a mae,'faz, neste sentido, um verdadeiro es- forgo: toma o peito como dom, o cocé como presente, a vox. como cha- mado, o olhar como interpelacao. Costura e recobre o que incessante- ‘mente aparece como abertura: a insuficiéncia (normal) de sua crianca, ‘a queda incessante dos buracos que no corpo se oferecem e a chamam para serem preenchidos, Esses buracos, lugares de entrada e saida, por- tam as marcas simbélicas que a mie inscreve neles, desenhando, assim, a borda do objeto que essencialmente permanecera vazio (a0 menos qi a psicose o preencha), precisamente oferecendo seu lugar & inter- mindvel busca que nele se inaugura, ~~ Quando os manuais de psicologia nos indicam que as criangas.a par- tir dos 10, 12 meses de idade transformam-se em verdadeiros. explorado- res do meio ambiente, nao fazem mais do que registrar a observacdo dos efeitos dessa estruturacao. Com efeito, a crianga abre gavetas e mévcis, ra meias ¢ camisas, panelas e coadores € logo segue até a proxima porta (préxima expressio do contorno do objeto), a préxima tomada, a pr ma fenda, para, qual um magico que puxa a ponta de uma intermindvel série de lengos, puxar a ponta dessa interminavel série de representantes de representacdes do objeto (vorstellungrepriisentanz)"' cujo contorno ne- nhum chegaré a completar, Porém, ha aqui uma diferenga importante: a

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