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Colégio José Álvaro Vidal


2021/2022

Observação de células ao MOC

Trabalho realizado por: Disciplina: Biologia e Geologia


Fabiana Li Lu, nº3 
Data: 6 de março de 2022
Filipa Gonçalves, nº4
Sofia Ribeiro, nº17
                                                                                                  
                                           

   

                            
                                         Disciplina lecionada pela professora Cidália Pires.
“We are the cells in the same body of humanity.”

– Peace Pilgrim

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Índice
 
Resumo…………………………………………………………………………………..4
Procedimentos gerais.............................................................................................4
Resultados relevantes /conclusões……………….....
…………………………….4
Introdução teórica
O microscópio..................…….…………………………………………….........5
Teoria celular……………………………………….............................................6
Tipos de células.........................
……………………………………………….....6
Células procarióticas e células eucarióticas.....…………………………..6
Células eucarióticas animais e células eucarióticas
vegetais……………...7
Onde a parte teórica e experimental se encontram………………………..……..8
Parte experimental
Materiais..................………………………………………………...…...............8
Procedimento experimental…………………………………………..…......9 e 10
Métodos........................................................................................................11 e 12
Resultados…………………………………………………………………………12 e 13
Discussão..................................................................................................................13 e
14
Conclusões...............……………………………………………………………………14
Anexos.............................................................................................................................15
Bibliografia……………………………………………………………………………..15

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~

Resumo

No âmbito da disciplina de Biologia e Geologia, realizou-se uma atividade


experimental, que teve como objetivo estudar, observar e distinguir os dois tipos de
células eucarióticas vegetais, assim como identificar alguns organelos constituintes das
células através do corante azul de metileno e observar seres procarióticos (e.g.
paramécias, euglenas, tardígrados, etc…) para identificar e conhecer algumas das suas
características.
          Pode-se dividir esta atividade em três partes: observação de células da escama de
cebola, observação de folhas de elódea e observação de seres vivos de uma infusão.

Procedimentos gerais:
I. Observação de células da escama de cebola - Allium cepa (células vegetais)
 Retirar a epiderme da parte côncava da escama, com uma pinça;
 Colocar, cuidadosamente, uma lamela sobre cada preparação;
 Observar, registar e legendar as observações ao MOC.

II. Observação de folhas de elódea - Elodea (células vegetais)


 Retirar algumas folhas de elódea com uma pinça;
 Colocar as folhas num vidro de relógio com água sob uma lâmpada durante
alguns minutos;
 Fazer uma montagem com uma das folhas sobre uma gota de água, entre
lâmina e lamela;
 Observar, registar e legendar as observações ao MOC.

III. Observação dos seres vivos de uma infusão (organismos eucarióticos)


 Recolher água da infusão, com uma pipeta;
 Com esse material, fazer uma preparação;
 Observar, registar e legendar a preparação ao MOC.

Resultados relevantes/conclusões:
  
          Nas primeiras duas partes da experiência (procedimento l e ll) verificou-se a
diferença entre alguns tipos de células eucarióticas vegetais, concluindo que a cebola
não contém cloroplastos como previsto, ao invés da elódia, cuja sua sobrevivência
depende nos cloroplastos, nos quais há a movimentação do citoplasma, o que facilita a
capacidade dos cloroplastos para captar luz e calor vindo do meio externo, o qual foi
visível ao microscópio - ciclose.

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          Na terceira parte da experiência (procedimento lll), foi possível observar o
movimento de diferentes protozoários devido à existência de cílios que facilitam a sua
locomoção.
Introdução Teórica

Um dos princípios fundamentais da biologia é que todos os seres vivos são


formados por células: estes podem ser formados por uma célula – unicelulares – ou por
muitas interdependentes – multicelulares.

          Os primeiros estudos relativos à célula remontam ao século XVll, mas apesar de
já se observarem células desde esse século, foram necessários 200 anos de investigação
e melhoramentos técnicos para que a ciência transparecesse a importância das células;
tornando-se o microscópio um símbolo da biologia.

O microscópio

Para a realização desta experiência foi necessário a utilização de um


microscópio. Existem vários tipos de microscópio (ex.: microscópio digital, que usa
feixes de eletrões, microscópio ultravioleta, utilizando-se a luz ultravioleta ao invés de
luz branca, etc…), mas o que se utilizou foi o microscópio ótico composto (MOC), o
qual é dividido por uma parte mecânica e uma parte ótica.

Nesta figura, pode-se observar um microscópio ótico composto e as suas


diferentes componentes:

Figura 1| Componentes de um MOC.

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Teoria celular

          Com os conhecimentos acumulados sobre a célula, foi permitido a Theodor


Schwann e Matthias Schleiden de formular a teoria celular:
 A célula é a unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos. Todos os
organismos, desde os mais simples aos mais complexos, são constituídos por
células;
 Todas as células têm origem em células preexistentes;
 A célula é a unidade de reprodução, de desenvolvimento e hereditariedade de
todos os seres vivos.

Tipos de células

          Existem dois tipos básicos de células: células procarióticas e células


eucarióticas.

Células procarióticas  Células eucarióticas


          Não possuem um núcleo           Resultam de evolução das células
organizado, ou seja, o seu material procarióticas, sendo mais complexas e
genético (DNA - ácido maiores (cerca de 80 a 100 vezes). Têm
desoxirribunucleico) não se encontra um núcleo organizado, isto é, possuem
contido por uma membrana (ex.: uma membrana dupla - membrana
bactérias).  nuclear - que delimita o material
Têm o nome de "procariota" pois genético.
este vem do Grego: pro = “antes de”, Têm o nome de "eucariota" pois
káryon = “núcleo”. este vem do Grego: eu = “verdadeiro”,
káryon = “núcleo”.

Apesar de ambas serem células, estas apresentam muitas diferenças entre si:

Células eucarióticas Células procarióticas


Células de organismos “complexos”, incluindo Organismos “simples”, que incluem bactérias e
todas as plantas e animais. cianobactérias.
Contêm um núcleo e muitos outros organelos, Não possuem núcleo ou outros organelos rodeados
cada um rodeado por uma membrana (núcleo e a por membranas.
mitocôndria possuem duas membranas).
Podem especializar-se em determinadas funções Normalmente existem como células individuais e
em que grupos de células podem formar grandes idênticas.
orgãos multicelulares e organismos.

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Tabela 1 | Diferenças entre as células eucarióticas e as células procarióticas.
Células animais medem cerca de 10-30 µm e as Medem cerca de 1-10 µm de diâmetro.
células vegetais medem cerca de 10-100 µm de
diâmetro.

As células eucarióticas podem-se dividir em células eucarióticas animais e


células eucarióticas vegetais.

 Células eucarióticas animais:

Apresentam mais similaridades às


células vegetais que diferenças, pois
ambas possuem núcleo e vários
organelos membranares.

Todavia estas também têm organelos


que não existem nas células vegetais
como: centríolos e lisossomas.
Figura 2 | Célula eucariótica animal.

 Células eucarióticas vegetais:

As células animais, ao contrário das


vegetais, não apresentam parede celular,
cloroplastos e grandes vacúolos centrais.

Como estas necessitam de realizar


fotossíntese para sobreviver, apresentam
cloroplastos e vacúolos para regular a
quantidade de água necessária.

Figura 3 | Célula eucariótica vegetal.

Apesar das células eucarióticas vegetais e animais serem diferentes, em certos


aspetos, estas têm várias estruturas celulares em comum:

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Figura 4 | Diagrama de Venn com componentes em comum e em diferença das células
eucarióticas
Onde a partevegetais e células
teórica eucarióticas animais.
e experimental se encontram…

          Para a realização desta experiência foi necessária o conhecimento básico de todos


os tópicos apresentados em cima, respondendo assim à questão problema “Como se
pode observar e estudar a estrutura das células eucarióticas?”.
Esta pergunta é então respondida:

 Tendo conhecimentos básicos sobre o microscópio ótico utilizado, como


funciona e como utilizar, já que a imagem que se observa fica invertida;

 Conhecendo os tipos de células (eucarióticas e procarióticas) e características


básicas sobre estas e técnicas de coloração (ex.: coloração por irrigação,
coloração por imersão, etc…), para ser possível a realização da experiência;

Desta forma pode-se estudar e observar a estrutura das células eucarióticas, em


todas as experiências realizadas. 

Materiais

 Microscópio ótico composto (MOC);  Papel de filtro;


 Lâminas;  Vidro de relógio;
 Lamelas;  Conta-gotas;
 Bisturi;  Água destilada;
 Pinça;  Solução azul de metileno;
 Pipeta;  Cebola crua;
 Agulha de dissecação;  Folhas de elódea; 
 Gobelé;  Infusão previamente preparada.

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Procedimento experimental

Procedimento I - Observação de células da escama de cebola - Allium cepa (células


vegetais)

1. Cortou-se metade de uma cebola;


2. Retirou-se a epiderme da parte da escama, com uma pinça;
3. Cortou-se dois pedaços de cebola, com 5mm;
4. Deitou-se sobre duas lâminas , duas gotas de água destilada;
5. Colocou-se uma amostra da epiderme em cada lâmina;
6. Colocou-se cuidadosamente, uma lamela sobre cada preparação;
7. Colocou-se 1 gota de azul de metileno e absorveu-se a água pelo lado oposto
com um papel de filtro;
8. Observou-se as preparações ao MOC, em diversas ampliações (40x e 100x);
Figura 59.| Materiais utilizados,
Registaram-se devidamenteefetuadas
as observações legendados.
através de fotografias.

Procedimento II -  Folhas de elódea (células vegetais)

1. Colocou-se algumas folhas de elódea num vidro de relógio com água durante
alguns minutos, sob uma lâmpada;
2. Fez-se uma montagem com uma das folhas sobre uma gota de água, entre
lâmina e lamela;
3. Observou-se a preparação ao MOC (100x e 400x);
4. Registou-se as observações efetuadas através de uma fotografia.

Procedimento III - Observação dos seres de uma infusão

1. Com uma pipeta, recolheu-se água da parte superficial de uma infusão;


2. Fez-se com esse material, uma preparação;
3. Observou-se a preparação ao MOC (100x e 400x);
4. Identificou-se os espécimes observados, com o auxílio das imagens de uma
tabela;
5. Repetiu-se os passos anteriores, mas com água de infusão retirada do fundo do
recipiente;
6. Repetiu-se o passo 4;
7. Registou-se as observações efetuadas através de fotografias/vídeos. 

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Figura 6 | Observação de células ao MOC Figura 7 | Experiência l, procedimento 7.

Figura 8 | Experiência lll, Figura 9 | Experiência ll, procedimento 1.


procedimento 2.

Métodos

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Para observação ao microscópio, o material biológico em estudo, neste caso
células eucarióticas vegetais, é necessário que seja preparado numa camada muito fina
entre uma lâmina e uma lamela para que a luz do microscópio consiga penetrar e assim
conseguir-se observar os diferentes organitos da célula.

Técnica de coloração

Nem sempre é possível observar esses organitos e às vezes nem a própria célula.
Logo, são usadas várias técnicas de microscopia para conseguirmos ver com maior
precisão. Como se está a fazer uma experiência escolar, substituí-se essas técnicas por
outras menos avançadas mas que produzem o mesmo efeito. Uma das técnicas mais
importantes na microscopia é a técnica de coloração.

A função dos corantes é dar maior contraste e evidenciar estruturas celulares


que, pela sua transparência e franco contraste ótico, se tornariam difíceis de observar,
mas com a ajuda dos corantes consegue-se destacar algumas partes da células vegetais
em estudo como os cloroplastos e os vacúolos. 

O corante foi só utilizado na primeira experiência, ou seja, na “observação de


células da escama de cebola”. Este foi o azul de metileno, um corante utilizado em
espécimes animais e vegetais, este tem como vantagens:
 a coloração rápida do núcleo;
 ser um corante vital.

Técnica de coloração por irrigação

A técnica utilizada na colocação deste foi a coloração por irrigação. Para tal é
procedido da seguinte forma:
 Com a preparação já montada
excede-se um pouco na água
aplicada;
 Com a superfície da lâmina
ligeiramente molhada coloca-se
uma gota do corante azul
metileno junto à lamela numa das
bordas;
 Com um papel filtro na borda
Figura 10 | Técnica de coloração por irrigação.
oposta à gota de azul metileno
pressiona-se ligeiramente.

O corante assim irá se espalhar por toda a superfície que conter água,
envolvendo a nossa preparação sem ter de levantar a lamela.

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Técnica de coloração por esmagamento

Outra técnica envolvida é a técnica do esmagamento.


Este método é utilizado quando entre as células do tecido em estudo tem uma
aderência fraca. Para observar essas células basta preparar o preparado normalmente
com a lâmina, e lamela e com a ajuda da agulha de disseção, e pressionar com o polegar
em cima do preparado. Isto provoca assim um esmagamento do tecido o que faz as
células se espalharem formando uma camada mais fina do que a original facilitando a
passagem da luz.

Resultados

Apresentam-se em seguida as ilustrações que representam as observações


realizadas: 

Observações do procedimento I:

Observações do procedimento II:

Figura 11 | Epiderme da
cebola com ampliação de
100x.

Observações do procedimento III: Figura 12 | Folhas de elódea


com ampliação de 400x.

Observações do procedimento III:

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Figura 14 | Parte superficial de
uma infusão com ampliação de
400x.

Discussão

Procedimento I:
Na experiência elaborada com uma cebola branca, apenas foi possível distinguir
a parede celular e o núcleos da célula da epiderme da escama, que se destacavam com
um azul mais escuro, e os vacúolos com um tom mais claro, ainda assim, mais escuro
do que o resto do tecido.
Usando a solução azul de metileno conseguimos observar nitidamente os
núcleos das células, mas isso não se aplica para a folha de elódea.

Procedimento II:
  O objetivo de observar folhas de elódea era ver os cloroplastos excitados pela
ação da luz que incidiu por alguns minutos nas folhas. Este movimento denomina-se de
ciclose.
 Não sendo o objetivo da experiência conseguir ver o núcleo da célula, mas sim
os seus cloroplastos a mexerem, não se usou nenhum tipo de corante, impossibilitando
assim o visionamento de núcleos. Ainda assim verificou-se a existência de muitos
cloroplastos soltos no citoplasma, embora não se ter conseguido ver o seu movimento
enquanto excitados.
Uma hipótese para o esclarecimento dessa falta de movimento pode ser o pouco
tempo que esteve em contacto com a luz, não ter tido tempo suficiente para os seus
cloroplasto se excitarem ou a intensidade da lâmpada que foi usada era pouca e
necessitaria-se, para melhores resultados, de uma lâmpada com maior potência.
Procedimento III:
Finalmente, na infusão foi possível observar seres vivos de uma infusão com
água de um rio, mas este podia ser água de um charco ou lago. Para a preparação da

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infusão foi necessário a colocação de um recipiente com plantas e água do rio à
temperatura ambiente por 15 dias.
A experiência foi efetuada duas vezes.
Uma vez com água retirada do fundo do frasco que continha a infusão e outra
com água da superfície do frasco. Observou-se que a água retirada do fundo do frasco,
onde os detritos estavam pousados, conseguiu-se observar muitos mais seres vivos do
que quando a água foi retirada da superfície do frasco.
Embora, normalmente, quando se observa uma preparação ao microscópio a
observássemos melhor com a luz no máximo não é o caso da infusão. Foi possível ver
melhor os vários seres vivos presentes na amostra com uma luz mais ténue.

Houve um bom trabalho de equipa e todos os elementos realizaram o seu melhor


para a experiência ser feita com o maior rigor possível. O trabalho foi dividido por todos
e houve uma ajuda por parte de todos na identificação de componentes celulares e de
seres vivos da infusão, inclusive da professora.

Conclusões e críticas

Pode-se concluir que existem diversos estudos acerca das células e nem todos
precisam da mesma preparação, o qual depende do que se quer estudar e ocasionalmente
são aplicados diferentes métodos.

A utilização de corantes permite realçar as estruturas celulares em estudo (e.g.


do procedimento II e III). São utilizados corantes distintos para diferentes estudos e
ocasionalmente nem é necessário a sua utilização.

Nos dois primeiros procedimentos, observou-se que apesar de serem ambas


células eucarióticas vegetais tinham características diferentes e tamanho
diferentes, as células da epiderme da cebola são mais irregulares e comparadas umas
com as outras têm diferentes formatos, enquanto as células da elódea são mais
compridas e estreitas e todas com um tamanho idêntico.

No caso da infusão observou-se a diversidade de seres vivos microscópicos


pertencentes a diferentes espécies. Algumas apresentavam mobilidade como as
paramécias. Estes seres vivos microscópicos vivem todos numa comunidade com
diferentes níveis tróficos, normalmente estes seres vivos desenvolvem-se em charcos ou
lagos porque a água é relativamente parada fazendo com que os detritos se depositem.
Como não há movimento e renovação de água constantes, os seres vivos acabam
por se desenvolver nessas águas, logo têm alimento e habitat perfeito para o seu
desenvolvimento.
Concluindo, todos os objetivos da experiência foram atingidos como esperado
e a questão-problema inicial também foiAnexos
respondida.
De modo a facilitar a identificação de seres vivos na infusão, foi utilizada a
seguinte folha:

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Figura 14 | Exemplos de microorganismos que se podem encontrar numa gota de infusão.

Bibliografia

Figura 1: https://img2.docero.com.br/image/l/nxsn8cs.png
Figura 2: https://www.scientistcindy.com/uploads/8/5/1/2/85124478/published/3d-
animal-cell-stock-anatomy-labelled_1.png?1534167837
Figura 3: https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/conteudo/images/observe-algumas-
estruturas-presentes-na-celula-vegetal-58ad656f20280.jpg
© Texto | BIOGEO 10- fig. 
Algumas informações: FERREIRA, Ana Luísa; BAÇÃO, Fernando Antunes;
JACINTO, Maria João; SILVA, Paula Almeida; (2021); BioGeo – Vol.2, Biologia e
Geologia - 10º Ano, Biologia; Leya Educação.

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