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Várias empresas ainda não perceberam esta tendência ou ainda estão privilegiando
alguns públicos em detrimento de outros. Como exemplo, podemos citar as
empresas de bem de consumo (duráveis e não duráveis) cujo foco principal é o
cliente. Elas possuem vários canais de relacionamento com este público (serviço de
atendimento ao cliente através do site da empresa, linha telefônica gratuita - 0800,
ombudsman, e outros) e com os seus fornecedores, mas na maioria das vezes
esquecem dos públicos que são multiplicadores e porta-vozes da sua empresa: os
públicos internos.
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Comunicação Interna torna-se a cada ano um quesito importante na avaliação dos
funcionários das empresas pesquisadas.
Para que ocorra o feedback, os públicos internos devem ser desenvolvidos para
alinhamento e mobilização de seus objetivos e da empresa, através de três linhas de
atuação da comunicação interna:
Não podemos esquecer que antes de ser empregado, o indivíduo é um ser humano
e um cidadão. Portanto, de nada adiantarão programas maravilhosos de
comunicação se eles não forem respeitados nos seus direitos de cidadãos e nem
considerados o público número um, no conjunto de públicos de uma organização.
A alta direção das empresas ainda vê a comunicação com os públicos internos como
segundo plano, simplesmente voltado para a operação de médias - jornais, murais,
revistas, intranet - quase sempre destinados a informar, o que dificulta um
planeamento estratégico
O funcionário é um público estratégico para as empresas, pois ele possui uma rede
de relacionamentos na corporação e fora dela e, com certeza, o seu trabalho em
determinado momento será assunto. Portanto, a imagem que o trabalhador tem de
sua empresa influência na imagem que a sociedade terá da mesma. Além disso, o
funcionário também é consumidor.
Com as novas tecnologias, principalmente no que diz respeito a redes sociais, a falta
de informação pode ser altamente prejudicial à empresa em relação aos seus
públicos internos.
Para o funcionário ter uma imagem positiva de sua empresa, um trabalho de
comunicação sério, transparente e que preze pelo diálogo é um dos caminhos.
Não há como ignorar a comunicação interna nas empresas. Ela passa a ser um
diferencial no posicionamento de marca no mercado e na sociedade. Não é
suficiente preocupar-se apenas com o relacionamento com clientes, os funcionários
também devem estar satisfeitos e imbuídos dos objetivos da empresa.
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amigos, entre outros). Nesta rede de relacionamento, o seu local de trabalho será
assunto em suas conversas, positivamente ou negativamente, dependendo da
impressão que tenham. Portanto, se o funcionário tem uma imagem positiva da
empresa, ele passará sua impressão para a sua rede de contatos, contribuindo
significativamente para o posicionamento da marca.
Porém para a comunicação alcançar êxito é necessário que ela seja permeada pela
transparência e ética. Muitas empresas acreditam que a comunicação com o seu
funcionário deve ser feita somente no momento de crises. No entanto, se ela for
contínua, as crises de imagem poderão ser evitadas ou amenizadas.
As empresas não têm mais como ignorar a comunicação com o seu público interno.
Não há dúvidas ou discussões contrárias, que os funcionários são multiplicadores e
atenção especial precisa ser dispensada a eles. Neste sentido, para manter este
relacionamento com o seu público interno, a primeira ação é um planeamento
adequado de comunicação interna.
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Os “muitos públicos” da comunicação interna
Tomemos como exemplo uma organização que nos é bastante familiar para
esclarecer esta situação: uma universidade. Nela, podemos, a grosso modo,
distinguir pelo menos três públicos internos, com características bem singulares: os
alunos, os professores e os funcionários. Cada um deles tem um perfil específico,
características bastante definidas e, em particular, vínculos distintos com a
organização. Há, entre eles, algumas diferenças básicas de idade (os alunos, em
geral, são mais jovens do que funcionários e professores), experiência de vida
(maior nos mais velhos), nível de informação (provavelmente, maior nos
professores) e até formas peculiares de enxergar a educação, o ensino e o mercado
profissional.
Podemos, com facilidade, tornar mais complexo este cenário, admitindo que, dentro
de cada um destes grupos (estudantes, funcionários e professores), existem
subgrupos com características distintas. Por exemplo, há estudantes com interesses
específicos (como os dos cursos de ciências humanas, exatas e biológicas),
professores titulados e mais jovens e funcionários com pouco ou muito tempo de
casa. Há até pessoas que trabalham ou prestam serviços, mas que são diferentes
do funcionário típico, porque pertencem a empresas terceirizadas e que, portanto,
têm com a universidade uma relação muito especial. Nós, que pertencemos ao
grupo de profissionais de comunicação, sabemos que estas diferenças são
importantes e que ajudam a explicar, inclusive, dentro da nossa própria área,
algumas incompreensões e preconceitos entre colegas de formação diferente (a
velha e não saudável disputa entre relações públicas, jornalistas e publicitários).
Logo, fica claro que existem vários públicos na universidade, muito mais do que se
pode imaginar à primeira vista.
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Mas por que essa constatação é tão importante? Porque, se não a tivermos
presente no momento de elaborarmos uma política ou um plano de comunicação,
deixaremos de contemplar esta diversidade e poderemos, facilmente, praticar os
chamados “ruídos” da comunicação.
Todos nós sabemos que as pessoas têm hábitos de comunicação que estão em
sintonia com sua experiência de vida, seu conhecimento etc. Assim, em uma
universidade, para continuarmos com o mesmo exemplo, não será razoável imaginar
que um único jornal interno possa, satisfatoriamente, contemplar todas essas
demandas. Que temas ele deveria abordar para contentar a todos? Que linguagem
deveria ser utilizada? Incluiria muitas fotos ou não?
Para cidadãos com nível de instrução média ou superior e que, isso é importante,
cultivem o hábito de leitura (sabemos que há colegas nossos na universidade que
fogem dos médios impressos como o diabo da cruz!), pode parecer lógico dispor de
um jornal ou revista, mas é preciso atentar que a escrita pode ser uma barreira
intransponível para muita gente. Seria talvez mais adequado propor uma rádio ou
vídeo-jornal para interagir com esses colegas.
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Considerar que existem públicos internos (e não, um público interno) em uma
organização é o primeiro passo.
A comunicação interna deve ser pensada com essa complexidade, embora isso
signifique abrir mão de uma série de práticas que estamos repetindo há algum
tempo. Não há outra saída, se pretendemos maximizar o nosso relacionamento com
os públicos internos das nossas organizações.
Cada público deve ser visto em suas particularidades, em suas demandas, em suas
expectativas, em sua forma específica de comunicação. O que pode ser razoável
para um deles pode ser contraproducente para os demais. Uma newsletter, sem
fotos, repleta de informações sobre o mercado, encaminhada via email, pode ser o
instrumento adequado para os executivos de primeira linha, mas desinteressante ou
inatingível para os colegas de outros níveis da estrutura organizacional. O jornal de
negócios Diário Económico continua sendo o veículo preferido pelos executivos das
nossas organizações, embora seja, para a maioria das pessoas, difícil, “chato” de
ser ler, já que raramente traz fotos ou ilustrações e tem uma linha editorial bastante
específica, com temas em geral especializados.
Pena que a maioria das nossas organizações ainda insista em distinguir as coisas
da maneira mais cômoda e mais fácil e prefira simplificar ao extremo a comunicação
interna. Provavelmente, elas conseguem, com isso, (será que conseguem mesmo?)
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reduzir custos, mas, podemos apostar, não devem estar obtendo os resultados que
tanto desejam ou de que precisam.
Públicos internos no plural. Muitos, muitos públicos. É assim que tem que ser.