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AULA 01
Planejamento
Conteúdo
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO E GARANTIAS
PRÉ-AULA
EXPOSIÇÃO:
• DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA O SEMESTRE;
• DATAS DAS AVALIAÇÕES E COMO OCORRERÃO;
• DOS TRABALHOS PARA O SEMESTRE;
AULA
INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
O estudo da Constituição, a lei fundamental de organização do Estado, pressupõe o conhecimento
de certas noções básicas de teoria geral do Estado. Dessa forma, antes de iniciarmos o estudo do
direito constitucional, é de fundamental importância que certos conceitos sejam expostos, como o
de Estado, formas de Estado, formas de governo, sistemas de governo e regimes políticos.
O direito constitucional é o ramo do direito público interno que estuda a Constituição, ou seja, a lei
fundamental de organização do Estado, bem como os seus limites: a) forma de Estado (unitário
ou federal); b) forma de governo (Monarquia ou República); c) sistema de governo
(parlamentarismo ou presidencialismo); d) modo de aquisição, exercício e perda do poder político;
e) órgãos de atuação do Estado (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário); f) principais
postulados da ordem econômica e social; g) limites à atuação do Estado (direitos fundamentais da
pessoa humana).
É importante ressaltar que a doutrina não é pacífica quanto à definição do conceito de constituição,
podendo este ser analisado a partir de diversas concepções. Veremos algumas a seguir.
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
1 - Concepção sociológica.
Para Ferdinand Lassalle, em sua clássica obra O que é uma Constituição, esta é a soma dos
fatores reais de poder, não passando a escrita de uma “folha de papel” que poderia ser rasgada a
qualquer momento, sempre que contrariasse os fatores reais de poder.
Para Lassalle, coexistem em um Estado duas Constituições: uma real, efetiva, correspondente à
soma dos fatores reais de poder que regem um determinado país; e outra, escrita, que consiste
numa mera “folha de papel”.
A constituição real, efetiva, é um fato social, e não uma norma jurídica. Resulta da soma dos
fatores reais de poder que vigoram na sociedade, ou seja, do embate das forças econômicas,
sociais, políticas e religiosas.
A Constituição escrita (jurídica), por sua vez, é mera “folha de papel”, somente sendo eficaz e
duradoura se refletir os fatores reais de poder da sociedade.
Na situação ideal, haverá plena correspondência entre a Constituição escrita e os fatores reais de
poder.
Caso isso não ocorra, no conflito entre as duas Constituições prevalecerá a Constituição real
(efetiva).
2 - Concepção política.
Para Carl Schmitt, a Constituição é a decisão política fundamental, estabelecendo uma distinção
entre ela e as leis constitucionais. A Constituição disporia somente sobre normas fundamentais
(estrutura do Estado e direitos individuais), enquanto as demais normas contidas em seu texto
seriam leis constitucionais.
Schmitt distingue Constituição de leis constitucionais. A primeira, segundo ele, dispõe apenas
sobre matérias de grande relevância jurídica (decisões políticas fundamentais), como é o caso da
organização do Estado, por exemplo. As segundas, por sua vez, seriam normas que fazem parte
formalmente do texto constitucional, mas que tratam de assuntos de menor importância.
A concepção política de Constituição guarda notória correlação com a classificação das normas
em materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. As normas materialmente
constitucionais correspondem àquilo que Carl Schmitt denominou “Constituição”; por sua vez,
normas formalmente constitucionais são o que o autor chamou de “leis constitucionais”.
3 - Concepção jurídica.
Para Hans Kelsen, a Constituição, em seu sentido lógico-jurídico, é a norma hipotética
fundamental. Dessa forma, é o vértice de todo o sistema normativo. Leva-se em consideração a
posição de superioridade jurídica. As normas constitucionais são hierarquicamente superiores a
todas as demais normas jurídicas.
Kelsen entende a Constituição como norma jurídica pura, sem qualquer consideração de cunho
sociológico, político ou filosófico. Trata-se da norma superior e fundamental do Estado, que
organiza e estrutura o poder político, limita a atuação estatal e estabelece direitos e
garantias individuais.
Para Kelsen, a Constituição não retira o seu fundamento de validade dos fatores reais de poder,
ou seja, sua validade não se apoia na realidade social do Estado. O Direito deve ser analisado
de maneira pura, sem quaisquer considerações filosóficas ou sociológicas.
No sistema proposto por Kelsen, o fundamento de validade das normas está na hierarquia entre
elas. Toda norma apoia sua validade na norma imediatamente superior; com a Constituição
positiva (escrita) não é diferente: seu fundamento de validade está na norma hipotética
fundamental, que é norma pressuposta, imaginada.
Feitas essas considerações, voltemos à classificação das constituições que, quanto ao conteúdo,
podem ser:
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
A Constituição é a lei maior do país, o vértice do sistema jurídico.
Contém as normas fundamentais do Estado, estando todos sujeitos ao seu império, inclusive os
membros do governo, e confere autoridade aos governantes, que só podem exercê-la dentro dos
limites por ela traçados.
A supremacia da Constituição decorre de sua própria origem, pois provém de um poder
constituinte originário, de natureza absoluta, bem como do seu caráter de rigidez, sobrepondo-se
as normas constitucionais em relação a todas as demais normas jurídicas.
SINÔNIMOS DE CONSTITUIÇÃO
Diversos sinônimos de Constituição são utilizados pelos autores, sempre realçando o caráter de
superioridade das normas constitucionais em relação às demais normas jurídicas. Destacaremos
os mais frequentes, como Carta Magna, Lei Fundamental, Código Supremo, Lei Máxima, Lei Maior
e Carta Política.
ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
Em uma Constituição, que tem por finalidade estruturar o Estado e delimitar o seu poder de
atuação, inserem-se normas de conteúdos diversos. José Afonso da Silva, em sua obra Curso de
direito constitucional positivo, classifica as normas constitucionais em cinco grandes grupos:
a) elementos orgânicos — normas que tratam da estrutura do Estado, dispondo sobre a
sua organização e modo de funcionamento (exemplos: Títulos III e IV da Constituição —
“Da Organização do Estado” e “Da Organização dos Poderes”, Título V, Capítulos II e III
— “Das Forças Armadas” e “Da Segurança Pública” e Título VI — “Da Tributação e do
Orçamento”);
b) elementos limitativos — normas que tratam dos limites da atuação do Estado,
restringindo o poder de atuação de seus agentes para resguardar direitos considerados
indispensáveis de cada pessoa humana (exemplo: Título II da Constituição — “Dos
Direitos e Garantias Fundamentais”, especialmente o Capítulo I — “Dos Direitos e Deveres
Individuais e Coletivos”);
c) elementos socioideológicos — normas que revelam o compromisso da ordem
constitucional estabelecida com determinados princípios ideológicos (exemplos: Capítulo
II do Título II — “Dos Direitos Sociais” e Títulos VII e VIII — “Da Ordem Econômica e
Financeira” e “Da Ordem Social”);
d) elementos de estabilização constitucional — normas destinadas a garantir a solução
dos conflitos constitucionais, instrumentos de defesa do próprio Estado e das instituições
democráticas (exemplos: Título V — “Da Defesa do Estado e das Instituições
Democráticas”, especialmente o Capítulo I — “Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio”,
e dispositivos que tratam da intervenção nos Estados e Municípios, emendas à
Constituição e controle de constitucionalidade);
e) elementos formais de aplicabilidade — normas destinadas a possibilitar a aplicação dos
próprios dispositivos constitucionais (exemplos: “Preâmbulo”, “Das Disposições
Constitucionais Transitórias” e a norma que estabelece a aplicabilidade imediata dos
direitos individuais — art. 5º, § 1º).
Pós-aula
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA DISCIPLINA:
22/02/2022 - AULA 02 – REVISÃO AULA 01 – CONSTITUIÇÃO, CONCEITOS, SENTIDOS E
CLASSIFICAÇÃO.