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Apoiar produções no campo da pesqui

ENSAIO sa e da documentação tem sido, em anos re


centes, uma atividade constante da Fundação
estatístico Waidemar Alcântara que, desse modo, ofere
ce uma pequena parcela de colaboração para
DA PROVÍNCIA o resgate de registros marcantes do processo
de formação da sociedade brasileira.
A Biblioteca Básica Cearense é uma co
DO CEARÁ leção de obras raras de autores que no pas
sado se debruçaram sobre o contexto sócio-
cultural do Ceará de seu tempo e, com isto,
TOMO I nos forneceram o principal instrumento de
que dispomos para uma correta compreen
Thomaz Pompeo de Sousa Brasil são da realidade atual.
Com o apoio do Ministério da Ciência e
Tecnologia, através do CNPq,a Fundação Wal-
DEMAR Alcântara reedita estas obras após rea
lizar um rigoroso trabalho de pesquisa e sele
ção, no qual foram convocadas a participar
destacadas personalidades do nosso universo
intelectual.
É a expressiva participação nestas ini
ciativas de segmentos comprometidos com
o nosso desenvolvimento cultural que nos
tem permitido cumprir, no quadro das limi
tações próprias de uma organização não-go-
vernamental, este que é um dos principais
objetivos da fundação - o de contribuir para
a preservação da memória bibliográfica do
Ceará, indispensável na evolução dos estu
dos da nossa realidade e da análise do nosso
desenvolvimento.

Foto da Capa
Akquivo NIREZ
Vista da cidade de fortaleza
BIBLIOTECA BASICA CEARENSE Autor desconhecido. Extraida da publicação
State ofCeara, da exposição de Chicago,
FUNDAÇÃO WALDEMAR ALCÂNTARA USA, 1893
>

ENSAIO
V
ESTATÍSTICO
DA PROVÍNCIA
DO CEARA

I
Coleção Bibuoteca Básica Cearense
Comitê de CoorpeuacAo
Lúcio Gonçalo de Alcântara
Afonso Celso Machado Neto
Magnóua de Carvalho Serrão ''
SOBBECAPA

Sérgio Lima
Tratamento de Cópia
Geraldo Jesuino
Silvio Jesuino
Coordenação GhApica

Geraldo Jesuino
ForratECÃNicA, ímpkessão e acabamento

Imprensa Universitária - UFC


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Apoio iNsirruaoNAL

Universidade Federal do Ceará

iííFUNDAÇÃO WALDEMAR ALCÂNTARA


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Foitale2a - Ce.
Fone:(085)2274577 Fax:(085)241 2433
3

ENSAIO
ESTATfSTICO
DA província
DO CEARÁ
. TOMO I

Thomaz Pompeo de Sousa Brasil

CD

C
wm

/
BIBLIOTECA BÁSICA CEARENSE

FU NDAÇÃO WALDEMAR ALCÂNTARA

FORTALEZA
1997
CatmogaçAo na fonte;

BibuotecAria Telma Sousa

Brasil, Hiomaz Pon^eo de Sousa


Ensaio Estatístico da Província do Ceará /Thomaz
. Pompeo de Sousa Brasil. - ed. Fac.sim.-
Fortaleza; Fundação Waldemar Alcântara, 1997.
T L _(Cole^o Biblioteca Básica Cearense)
Fao-símile da edição Publicada em 1863
1. Ceará- estatística 1. Fundação Waldemar Alcântara
n. Título m.Série
CDD 310.8131
CDU311.313(813.1)
o Grande Livro
DO Ceará

Eduardo Campos
estudioso que assina esta obra de
transcendental importância, o sábio

O Thomaz Pompeu de Sousa Brasil,


perseverou sempre caminhando à
frente de seus concidadãos; - ia, e indo, foi
sempre por diante de todos, responsável e cul
to, e no que diz respeito à sua terra natal, voca
cionalmente preocupado com os problemas do
homem em seu imprevisível ecúmeno, a exerci-
tar-se de modo pioneiro e imbatível até hoje na
avaliação não apenas das potencialidades do
Ceará, mas da sua cercadura ambiente, a postu
lar, em vero discurso humanista a desejável com
preensão da vivência territorial e humana de seu
povo, na mais afetiva manifestação de apreço e
solidariedade.
Thomaz Pompeu de Sousa Brasü pelejou
armado dos propósitos de estudioso que desde
cedo aprendeu a amar e exaltar a natureza, an
tes mesmo de Haekel, em 1868, ter cunhado,
pela primeira vez, a palavra ecologia.
O pequeno estudo que escreveu sobre ar-
boricultura é mensagem que também se antecipa
ao tempo e mostra que o autor foi, antes de tudo,
um escritor usufmtuário de idéias fundamentais
e pioneiras de interesse pelo meio ambiente.
Basta ver no pórtico desta imponente obra,a
mais significativa que já escreveu sobre o Ceará - e
possivelmente,estamos sendo parcimoniosos na
qualificação -, as explicações a que se impôs pres
tar o autor, contando-nos por quais adversidades e
caminhos anfratuosos teve de percorrer desde 1855,
instante em que,presumimos,se animou a escrever
o livro, até 1863, quando afinal o viu publicado.
Queria Thomaz Pompeu de Sousa Brasil
mais que um factual relatório estatístico. Por isso
arregimentou-se para o hercúleo intento de ali
nhar - como diz em elucidativa prefação - ob
servações referentes "à Física, à Geografia, à His
tória, à Economia e a outras Ciências..." E mais
mendone-se: às referentes ao dima, e nesse to
cante apresentando em obra escrita e sob apreda-
ção científica um recenseamento meteorológico
(ver, a exemplo as tabelas 12, 13, 14 etc), índices
de precipitações pluviométricas, novidade em
documentos dessa espécie à época.
A Província do Ceará está presente em
retrato ampliado nesse extraordinário livro es
crito por escritor erudito, a partir da conceitua-
ção de seu território geográfico, clima e meteo
rologia, produções naturais, divisão política, pro
jeção demográfica, riquezas de ordem pública e
privada, e em segundo volume,editado um ano
depois(em 1864), o resgate estatístico não só da
cidade de Fortaleza mas de todos os municípios
interioranos, tudo acompanhado de mapas si-
nóticos, com distâncias intermunicipais, popu
lações e suas médias absolutas, e em coroamen-
to apreciável "resumo cronológico da história
do Ceará desde 1603 até 1861".
Nesta primorosa edição facsimilar, que re
pete com precisão as 839 páginas do primeiro
volume da obra, as 330 do 2° (perfazendo 1169
páginas), o leitor privilegiado, de hoje, tem a
oportunidade de fazer a prospecção dos legíti
mos fundamentos do Ceará e de seu povo, gra
ças à soberba inteligência de Thomaz Pompeu
de Sousa Brasil, na especialidade um dos mais
competentes estudiosos do Brasil, pesquisador que
andou, a toda certeza, surpreendentemente adi
antado a seu tempo e a seus contemporâneos.
L. .•i-J

'4 •

ENSAIO estatístico

DA

PROVÍNCIA DO CEARÁ.

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Tvp. dc B. dc Mattos.
Rua da Paz, 7.

/
EmiO ESTATÍSTICO

DA

PROraCIA DO CEARÁ,
POR

THOMâZ POMPEO de SOUSA brasil,


PRCSBTTERQ SECDLAR, BACHAREL FORHADO ES SCIEXCIAS SOCIAES E JURÍDICAS,
PROFESSOR DE GEOGRAPHIA E.HISTORIA DO LTCEO DO CEARÁ,
DEPCTADO Á ASSESBLEA GERAL LEGISLATIVA, SOCIO CORRESPUKVE.1TE
DO ISSTITÜTO HISTORICO-GEOGHAPUICO DO RIO DE JASEIRO, DO
DA BAHIA,. DE PERHASBDCO,E DE OUTRAS SOCIEDADES LIIIERABUS.

É a estalistica umainiperioüa ncccssMadü para todo


O paiz de livre exame, porque, cooio oli«crva o
íllustre Goetbe, não só os algari.^mos governam o
mundo, mai também mostram como clle c gover->
r
nado.
(Moreau de Jonnès.)

TOMO I.

1863
Para marchar nas vias ila perfcclibilidade humana, poderosa expres
são do livre arbilrio, nenhuma sciencia pode sei-vir de jruia mais
scffuro. do Hüe a estalistica; porque é prinoipalraenle por ella que
se pode remontar ás causas, apanhar suas relações, e por esse meio
conhecer a que devem tender os esforços da inteiligencia e da auc-
loridado publica, para fazer progredir a humanidade atravéz dos
obstáculos, filhos da imperfeição humana.
(TALEXTIS SHITH-De la Statistique.)

!
AO LEITOR.

Em 4855 contractei com o exra. snr. conselheiro


Vicente Pires da Motta, então presidente da provín
cia, um Ensaio sobre a estatística da província de
baixo das bases que adiante se verão.
Uma das condições do contracto era que o governo
nie fornecería por via das diversas repartições e au-
thoridades todos os dados que requisitasse, para por
esses documentos officiaes organisar o meu trabalho.
Formulei para isso modelos de mappas, e instrucções
com uma serie de quisitos bem explicados, e depois
de impressos, dirigi-os á todas as authoridades, jã
por mim, já por via da presidência, que por tres ve
zes repetiu a remessa. Não obstante esses pedidos, e
as recommendações do governo, não me foi possível
obter resposta nem á vigésima parte dos quisitos. Á
cxcepção das repartições da capiíal, alfandega, the-
vr iirrRODBcçio“>

souraria geraT e provincial, secretaria da presídencía’


e policia, commandantes (ío meio batalhão, do corpO'
de policia^ do capitão do porto,, e de algumas cama-
ras,. delegados e parochos que. me forneceram algu
mas informações, nem uma outra authoridade quiz,
ou pode faze-lo.
Com esses dados incompleto^ e pouco exactos, re-
eonheci que não poderia jamais completar um traba
lho serio-, que se recommendasse peía sua exactidão,.
qualidade essencial cm qualquer obra desta, natui-eza:
mas instadoi pela presidência para conclui-lo,, e não.
esperando mais obter as informações exactas das di
versas authoridades, a quem. tantas vezes se tinha
debalde pedido, resolvi, aproveitando esses mesmos
elementos, concluir esso enfadonho, trabalho, e en:-
trcga-lo ao.governov segundo o.meu contracto-..
Á excepção das observações feitas directamente*
por mim, e por algumas pessoas dístinctas,. que me*
forneceram algumas informações relativas á parte-
physica da província, e dos mappas officiaes obtidos,
das repartições fiscaes, ou coibidos dé diversos, re
latórios dos presidentes e ministros,, tudo. mais as
senta em dados de exactidão-contestável.
Comoi eíwafo, e talvez.o primeiro, desta ordem no:
Erasil, não deixa de ter seu merecimento-, porque,
depois, quando o governu quizer tomar seriamente o
cuidado- de exigir informações, que só; a authoridade;
está habilitada a dar, se poderá facilmente rectificar
0 que nelle houver de inexacto ou defeituoso-.. Em
iodo caso, porem, reune uma serie de investigações-
relativas á província, que dillicilmente se achariam-
WfRODUCÇÃO. VII

n’outra parte, ainda mesmo esparsas, principalmente


no que diz respeito ao òlima; porque é o resultado
de Observações de alguns annos cuidadosamente fei^
-tas e recolhidas.
É um Tacto bem estranho que o antigo governo
íolonial mostrasse mais solicitade e interesse pela
investigação do sólo, riqueza, e população, em fi m da
estatística das capitanias, do que o governo da inde
pendência para cá, apezar do preceito constitucional!
•Por carta regia de 21 de outubro de 1797 se man-
fiaram levantar mappas estatisticos em todas as capita
nias, tanto da população e de seu movimento, como
de sua industria, comraercio, navegação annual; pe
diram-se informações sobre o estado physico e polí
tico, geegraphia, producção da capitania k.
Estas recommendaçoes naquelle tempo eram or
dens que se cumpriam^ entretanto que depois da in-
■dependencia não se encontram, ao menos nesta pro
víncia, vestígios de indagações semelltaníes, salvo
■algum recenseamento, sempre incompleto.
Em um dos meus relatórios á presidência a respei
to da confecção deste trabalho, fiz observações sobre
o elencho recommendado no contracto, e que aqui
repetirei. Diziaí
«Esse ekncho abrange matérias estranhas aos prin
cípios sobre que hoje assenta a estatística; porque
exige situação, extensão, superfície, aspecto, nature-
za do sólo; rios, sua extensão, lagoas, bahias, portos,
■ft; serras, sua direcção, estensão, &, zoologia, foto-
logia, estado das mattas; causa da decadência de al
guns ramos de cuUv/ra; direitos ou impostos, sua ar-
VIU INTRODÜCÇÃO.

recadação, systema, e custo; meteorologia, p' opulação,


e seu movimento pelos diversos estados e sexos; orgn-
nisação politica, administrativa, litteraria; salubri-
dade, trabalhos públicos, finanças geraes, provinciaes,
mimicipae-s; seu systema de arrecadação, e defeitos;
orgnnisação judiciaria; cadeias, seu estado; estatistica
criminal; organisação religiosa com a divisão ecclesias-
tica, templos, seu estado &; riqueza publica em seus

diversos ramos, com suas producções; organisação mi


litar, seu estado e instrucção; historia da origem,
, cre-ação das comarcas, municipios e freguezias; do seu
progresso, ou decadência, e quaes os meios que podem
concorrer para sua prosperidade &.
E’ claro que muitas destas indagações pertencem
à phyzica, á geographia, á historia, a economia poli
tica, e á outras sciencias, e não são da esphera da es
tatística. Verdade é, diz um dislincto brasileiro ver
sado nestes estudos, que em opposição aos que qui-
zeram limitar a estatistica ao dominio das instituições
políticas, acanhando assim o circulo de suas investi
gações para não colherem os bellos fructos que ella
pode dar, alguns escriptores appareceram,que a ele
varam á cathegoria de sciencia universal, sujeitando
á sua analyse immensos factos, que lhe ficam fora
do alcance, estendendo-a a todas as espheras da ac-
tividade humana,invadindo o território das mais scien
cias, confundindo-a com ellas, e principalmente com
a geographia politica, a arilhmetica politica, e a eco
nomia politica, quando não tem mais, que uma com-
munhão de factos com a primeira, e de principio fun
damental com a segunda, e ás vezes de fim com a ter-
ISTRODUCÇÃO. IX

ccira, mas esses escriptores dando um tal desenvolvi


mento á estatística não fizeram mais do que retardar
0 seu adiantamento; uma sciencia, como diz J. B. Say,
não faz verdadeiros progi-essos senão quando chega á
hem determinar o campo de suas investigações, e o
fim dellas; do contrario, apanha aqui, e alli algumas
verdades sem conhecer a sua ligação, e muitos erros
sem os haver como taes.
A estatística não é uma sciencia encyclopedica fo
ra do alcance da intelligencia humana; está hoje
bem definida, e sua linha de demarcação bem traça
da, seus pontos de contacto com as mais sciencias
bem conhecidos,
lílla é considerada, não a sciencia que descreve
paizcs, porque esse trabalho respeita á geographia;
não a que relata a maneira por que elles se constitui
ram, e as phases por que passaram, pois que é isso
do alcance da historia; não a que indaga como a ri
queza é, e deve ser produzida, repartida, e consumi
da no interesse da sociedade, o que é da compe
tência da economia política; mas a sciencia, que se
occupa do exame das leis segundo as quaes se veri
ficam os diversos phenomenos da- existência social.
Se 0 methodo consiste em submetter á analyse
factos analogos, coordenados em series, e expressos
em termos numéricos, á fim de descubrir as leis de
suasuccessão, istoé, serve-se do methodo de observa
ção que tanto tem adiantado as sciencias exactas, e
que muitos asseguravam que não podia ser applica-
vel aos factos da ordem moral, cuja mor parte era
attribuida ao acaso, divindade cega dos tempos de ig-
X IXTRODÜCÇÃO.

norancia, incorapativel com a intelligencia infinita que


encerra em si o segredo de todas as leis que regulam
a successão dos factos, quer da ordem material,
quer da moral, e com a intelligencia humana, que
guiada pelo facto da sã pliilosophia pode chegar a
conhece-los em sua acção, posto que não os possa
comprehender em seu principio, que permanece
sémpre inviolável na radiosa esphera da divindade.
Por tanto, se, no desempenho de meu trabalho,
só me occupar de indagações propriamente do domi-
nio da sciencia assim considerada em suas verdadei
ras bases, embora soccorrendo-me á muitos dos pe
didos do elencho, desde jà previno a V. Exc. que não
é por faltar ás do contracto, mas somente para
obedecer aos preceitos da sciencia.
Eis 0 contracto:
«Copia.—Aos quatorze dias do mez de setembro
de mil oitocentos ecincoenta e cinco, na salla dopa-
lacio do governo do Ceará, onde se achava o exm.
sr. conselheiro Vicente Pires da Motta, presidente da
provincia, compareceu ó dr, Thomaz Pompeo de
Souza Brazil, offerecendo-se para formar a estatistica
da provincia, authorisada pela resolução provincial n.®
705 de 9 de agosto do corrente anno, e sendo ac-
ceito 0 seu offerecimento, mandou o mesmo exm.
sr. presidente lavrar este termo, obrigando-se 0 con-
tractante a confeccionar a dita estatistica sob as se-
guintes condicções:
0 empresário fica obrigado a apresentar uma re
senha estatistica da provincia, debaixo do seguinte
elencho:
INTRODUCÇÃO. XI

1.» PARTE—PHYSICA.

Toppgrapliia — Situação, extensão, superfície da


província, aspecto do paiz e natureza do solo com-
prehendendo;
Hydrographia —Rios, que houverem, seu curso,
quaes os navegáveis, e por que extensão: lagoas, ba-
hias, portos e ilhas.
Orographia—Serras, sua extensão, altura, nature
za do seu solo.
Reino mineral—Substancias metallicas, fosseis k,
onde se tem descuberto; estado e qualidade das mi
nas, exploração feita e por quem.
Reino animal—Noticia geral dosanimaes communs,
e especiaes da provincia, principalmente dos que fo
rem mais uteis e domesticáveis.
Reino vegetal — Noticia geral das arvores princi-
paes, seu prestimo, e quantidade. Estado das mat-
tas, causa da decadência em algum ramo de cultura.

2.a PARTE—POLÍTICA.

Industria em seus ramos genericos.


Agricultura e creação de gados—Quaes os terrenos
mais proprios, para que especie; preço uzual das ter
ras; methodo do trabalho, instrumentos aratorios, e
machinas uzadas. Producções, sua quantidade e va
lores.
Commercio—Generos de importação e exportação;
sua quantidade, e valores; direitos, ou impostos que
pagam; sua conducção e arrecadação, seu systema e
XII iNTi',onrr.r.ü).

i'u?lo. \',ivpg;i!;no'il(', longo ciii'So, o calioliigínii, gran


de c peiinona, cnibarcações de pescaria.
Arlc.s-Iiberaps, e fabris; niannnic.liiras o onicinas,
seus produetos, especie, rpiantidadc e valor.
Meteorologia—TomporaUira nas diversas estações,
plienomenos meteoroIogicos mais frequentes.
População—Por freguezias, municipios, comair,ns,
e total: seu movimento, sua divisão por sexos, còres,
idades, condições, o fogos.
Organisação polilica—Pieprescntação nacional, se
nadores, deputados geraes e provinciaes, collegios
cleitoraes, eleitores e votantes.
Organisação administrativa—Divisão civil por mu
nicipios; divisão policial, por termos e districtos.
Instrucção publica, e particular—Secundaria e pri
maria, numero de escolas, sua população, seu estado
raatenal, seu custo aos coífres públicos.
Salubridade publica, estado da vaccinação.
Soccorros públicos — Médicos e boticas, numero
do pessoas soccorridas, seu custo aos coffres pú
blicos.
Casas de charidade—Quantas, seu estado, renda e
despeza.
Trabalhos públicos—Estradas, pontes, mercados,
edifícios, k,sua despeza.
Organisação financeira Picndas geraes, provin-
ciaes, e municipaes; suas fontes e systema de arre
cadação.
Inconvenientes observados A:.
Proprios nacionaes, provinciaes e municipaes, suas
rendas e valor.
IHTRODUCÇÃO. Xlll

■Organisação judiciaria—Divisão judicial, em comar


cas, termos, e districtos de paz; magistrados—juizes
de direito, municipacs, de paz, jurados.
Cadeias—seu estado, estatislica criminal, contendo
0 numero dos crimes, qualidade, processos e julga
mentos, êc.
Organisação religiosa —Divisão ecclesiastica cm
bispado, comarcas, freguezias, curatos; extensão das
freguezias, inconvenientes das circumscripções ac-
tuaes. Culto, templos, seu estado material, seus pa
trimônios, conventos. Despeza com o culto publico.
■ Riqueza publica—Por minicipios, numero e espe-
eiesdas fazendas de gados; quantidade annualde crias;
seu valor, eimposto quepagam. Numero de engenhos,
ou engenhocas, quantidade de assucar, aguardente,
que produsem; valor desses productos. Numero das
lavras de caffé, algodão e mais objectos de cultura:
valor desses productos empregados. Preço dos gene-
ros alimentícios &
Organisação militar—Força publica do exercito,
policial, guarda nacionial, numero dos corpos e pra
ças; seu estado e instrucção.
Historia da origem e creação das comarcas, muni
cípios e freguezias: de seu progresso e decadência; de
seu estado actual, e quaes os meios, que podem con
correr para sua prosperidade,
3.“ O empresário será obrigado a apresentar esse
trabalho dentro de tres annos; salvo havendo motivo
justificado, poderá prorogar mais o tempo que julgar
conveniente.
4.a Todos os annos antes da reunião da assembléa
XIV INTRODUCÇÃO.

provincial, o empresário dará conta dos trabalhos qiie


tiver apromptado, e exporá em um relatorio o estado
de todo 0 ensaio, indicando os embaraços que encon
trar, e propondo os meios para vence-los.
õ.“ Organisará as inslrucções e modelos necessá
rios, e mandará imprimi-los á custa da provincia, para
remetter ás pessoas a quem incumbir informações
locaes.
O governo da provincia fica obrigado a fornecer
todos os meios, documentos e esclarecimentos que
forem exigidos pelo empresário; e porisso este poderá
corresponder-se com o presidente, e com quaesquer
authoridadespara solicitaras medidas,, e meios que fo
rem necessários para a execução desse trabalho.
7.“ No tempo marcado,o emprczario apresentará»
autographo ao governo da provincia, que o mandará
examinar por quem lhe parecer, e achando conforme
ás bases do contracto, mandará imprimir á custa da
provincia, fornecendo ao empresário cem exemplares.
8.“ No caso de ser o exame procedido pelo governo
desfavorável á obra, o emprezario poderá recorrer pa
ra um juizo arbitrai, ou para o Instituto Historico e
Geographico do Rio de Janeiro.
0 emprezario receberá tres contos de reis pela
obra, sendo um terço logo, outro depois de um anno.
e 0. ultimo depois da obra prompta.
10.® 0 mesmoemprezarioobriga-se, por seus bens,
a restituir as quantias recebidas, se por ventura não
cumprir as condicções deste contracto.
Do que para constar se fez o prezente em que as-
signou com o contraclante.—Eu, José Francisco Car-
INTRODUCÇAO. XV

cfo:o, secretario do governo o subscrevi.—Molla.—


Thomaz Pompco de Souza ZJrasíL—Conforme, José
Francisco Cardozo, secretario do governo.»
Não segui com effeito a ordem das matérias clas
sificadas no elencho; mas de todas cilas, e ainda de
outras mais Iractei segundo as regras da scicncia csta-
listica.
Julgo haver satisfeito de minha parte, tanto quanto
o governo provincial cumpriu da sua, a obrigação a
que me sujeitei pelo contracto. Resta sómente que
0 leitor 0 aprecie e julgue, não pelas regras abso
lutas da sciencia, porem segundo os elementos que
tive á minha disposição.
Fortaleza—28 de fevereiro de 1862.

Thomaz Pompeo de Souza Brasil.


DIVISÃO DO ENSAIO ESTATÍSTICO.

Partk raiMinr.A, oti physica, comprchendendo o territori»


cm suas diversas relações.
Paute skiíu-nua, ou polilica, comprchendendo;
1—População.
11—Hi(|ueza publica (industria agrícola.)
lll- (Commareiu interno e eiterno.)
17- (Navegação)
V—Administração publica.
VI—Finanças.
VII—Força publica,
VIU—Justiça.
IX—Instrucção publica.
Paute teuceiha, comprchendendo a estatística especial; 1.»,
das comarcas; 2.°, dos municipios; 3.°, das freguezias.
Parte quarta, contendo um resumo chrunologico da historia
da provincia.
PURTI PRiilRi

DO. TZRRITCKIC.
f'a.

0 lerrilorio em sua accepcão niais lata ê, diz Moreau de


Jonnès, o solo natal com suas lembranças, a patria com
suas affeiçües, a propriedade com seus poderosos interesses,
0 dominio agricola com a propriedade que é a riquesa do
povo. Elle comprehende;
O Estado physico do paiz—: 1 sua situação ou posição
astronômica, 2 dimensões, 3 limites, 4 aspecto, õ costas, 6
cabos, 7 ilhas, 8 orographia (montanhas ou serras, seu sys-
tema, direcção, e.vtensão, e altura), 9-hydrographia (rios, la
goas, portos, bahias, enseadas), 10 constituição geologica do
terreno.

O Clima—: 1 temperatura media e extrema, 2 humida


de, 3 quantidade de chuva annual, 4 pressão athmospherica,
5 ventos, 6 outros agentes metereologicos, 7 salubridade.
Divisaõ physica do territorio—: 1 sortes de terrenos,
2 extensão das montanhas, planicies e valles, 3 terras agrí
colas, 4 pastoris ou de creação, 5 ílorestaes.
Prodücções naturaes ou reinos da n.atdresa—: 1 minera-
logia, 2 ficlologia, 3 zoologia, ou mineral, vegetal e animal.,
Divis-ãd política—; 1 eleitoral, 2 administrativa (muni
cipal,- policial, fiscal, militar, postal, de obras publicas, ins-
trucção publica, saude publica, e agraria ou de terras pu
blicas),. 3 judiciaria, 4 ecclesiastica, antiga e moderna..
TITULO í.

DO ESTADO PHYSICO DO TERRITORIO.

CAPITULO I.

Situação ou posição astronômica.

O tcrritorio da província do Ceará está situado entre 2»


45’—e—7» H’de latitude meridional, e 2» 30’—6® 40’de lon
gitude oriental do meridiano do Rio de Janeiro, segundo a
carta geral do coronel Conrado. *

‘ Ka falta de observações exactas e na difficuldade de esco


lher entre, as cinco cartas da província(Paulet, 2 de Conrado, vis^
conde de Villiers, e dr. Theberge), porque as reputo pouco
exactos, consideravelmente discordes entre si, não só quanto á
situação astronômica como quanto á relativa a logares, sigo a
geral do coronel Conradò para as posições astronômicas e para
o mais a do dr. Theberge,que parece ter aperfeiçoado as duas
de Paulet e Conrado. À carta do dr. ÜTieberge incontestavel-
mente tem o mérito de representar approximadamente a proVin-
cia não só pelo lado pbysico, como pelo político, poistraz as di
visões mais recentes.
1
6 ENSAIO estatístico

CAPITULO, II.

Dimensões.

1.

A província conta de litoral, desde a Amarração por 2® 45’-


de latitude, na foz do Iguarassú(barra mais oriental do Parna-.
liyba) atoo Mossoró (fozdoApodi) 116 léguas: da extrema do
noroeste do litoral da mesma barra do Iguarassú, seguindo,
a linha da serra da Ybiapaba ao sul até 6° 30’, no Araripe,.
mede 130 léguas; por uma linha tirada desse ponto em ru-.
mo à ESE. pelas diversas serras e ramificações do Araripe
com vários nomes e tombadores, que formam a divisão das-,
aguas entre as províncias do Ceará, Paraliyba e Rio-Grande
até a foz do. Apodi (Mossoró) 120 léguas, mais ou menos.

2.,

A bacia irregularmente quadrilatera, que fica entre o occea-


no e as serras indicadas, constitue o terreno desta província.

Segundo as 5-cartas a posição astronômica da província é a


seguinte:
Latit. inerid. Lonjr. orienl. do Rio.
Paulet . . . . ■ . . 2.» 45’—7.» 40’ 1.» 18’—6.“ 13' (*)
Conrado (corographica). 3.» 5’—7.“ 19’ 2.° 39’—6.» 26’
Conrado (geral) . . . 2.” 45’—7.” 11’ 2.” 30’—6.“ 40'
Theberge . . . . . 2.» 43’-7.“ 35’ 1.» 55’—6.» 7’(")
Villiers. . . . . . 2.® 58’—8.» 24’ 0." 6’—5.® 48’

(*) A carta do engenheiro Paulet(uma copia imperfeita c estragada que leniio) está
graduada pelo meridiano de Coimbra (38* 35’—33’ 30’): ora o do Rio está ao occidenlo
do de Coimbra 34* 48’, logo redusido dá o.que fica acima.
(*•) A carta do dr. Theberge está graduada peio meridiano de Paris(39* 38’—43*40’)
que redusido ao doRio de daneiro, que está para o de Paris,eni 45’ 35’ Occidental, dá
0 que Cca.acima.
DA PROYINCtA too CEARÁ, 7

cuja extensão media de N. a S. dá 72 1/2 léguas, e de L. a


0. õ6 1/3,e 4681 léguas quadradas dc superfície. ‘

CAPITULO IIL

Limites.

1.

Os limites officiaes, tanto pelo lado do poente como Piauhy,


como pelo lado do sueste com o Rio-Grande do Norte, são
contestados por falta de uma linha exacta, que os regule:
entretanto os naturaes, sobre os quaes se funda a divisão
official, e confirma uma posse antiquissima, são os se-
gnintes:
Ao ESE. a costa do ocCeano, que decorre na direcção
absoluta para ONO, desde o Mossoró até o delta do Parna-
hyba, isto é, a barra do Iguarassd; ao 0. e SO. o ribeiro
Iguarassü, que faz barra no braço mais oriental do Parna-
hyba até a extensa cordilheira da Ybiapada, a qual, começan
do perto da costa de NO onde se diz Timonha, 11 léguas á
leste do Iguarassü, se vai estendendo por uma curva para
SSE., separando esta provincia da do Piauhy até os Cari-
ris Nuvos (Grato) ao 7“ pouco mais ou menos, iia serra do

* Estas dimensões são calculadas pela carta do dr. The-


berge. 0 sargento-raór José da Silva Feijò, engenheiro e na
turalista, que residiu n'esta provincia por muitos annos, e de
quem terei muitas veses de fallar, calculou a superfície da pro
víncia de 6 a 7 mil léguas quadradas de 25 ao gráu; o senr.
Milliet era seu Dicãonario Geographico do Bj-osU dá 4600; o
dr. José Joaquim de Oliveira, calculando pela carta coro-
graphica, do-coronel Conrado, achou 3625 de 20 ao gráu, e
3704 na de Villiers. Ainda quando as cartas fossein exactas, só
nos dariam um resultado approximado, quanto mais não o sen
do: é apenas uma estimativa. O dr. Viriato de Medeiros calculã
a superfície em 5475 léguas quadradas.
s ENSMO estatístico

Araripe,com a extensão approximada de i30 léguas; e ao S.


SE. a ramificação do Araripe, que corre de OAO á ESE for
mando um angulo obtuso até a distancia de 35 léguas, em
que termina repentinaraenle; e seguindo uma lombada baixa
pelo 7® e 11’de latitude mais ou menos até 16 léguas,de oeste a
esie, na extrema com Pernambuco.

Esta raia das extremas do Ceará com Pernambuco pode


contar de 45 a 50 léguas; uma linha tirada da extremidade
desta na direcção de NNE., sobre uma lombada, que vai
formando as serras Piedade e Luiz Gomes,a separa da Para-
hyba por uma extensão de perto de 30 léguas, e seguindo a
mesma direcção pelas serras do Gamará e S. Sebastião, e por
um dilatado plató deserto, e coberto de mattos carrasquentos
e espinhosos, chamado Calinga de Goes, serra, e picada
do Apodi até o Mqssoró (2 léguas acima da sua foz), com
pleta. os limites desta provincia com a da Rio-Grande do
Norte por uma extensão de 60 á 70 léguas. De sorto que
todo 0 desenvolvimento das fronteiras da provincia apresenta
uma linha de perto de 400 léguas. ‘

De costa desde o Mossoró até Iguarassú. ^ H6 legnas.


Do extrema do Piauhy pela Ybiapaba . . 130
De extrema com Pernambuco 51
De extrema com a Parahyba 30
De extrema com o Rio Grande do Norte . . 70

397
Não pude descobrir a.carta regia, que mareou os limites da
antiga capitania do Ceará, os quaes tem sido contestados de
longa data pela do Rio Grande, nas extremas entre as fregue
sias do Pereiro (Ceará) e do Pàu ■ Ferro (Rio Grande); e pelo
Piauhy na linha divisória pela .«erra da Ybiapaba.
Diz o senr. José- Martins de Alencastro na Memória publica
da na Revista do Instituto, Tora. XX, de 1837, que o Ceará tem
sido uma provincia conquistadora do tertitorto do Piauhy. Não
DA SR0V1>XIA DO CEARÁ. 0

CAPITULO IV.

Aspecto physico.

A configuração e superfície do lerrilorio apresenlam uma


immeusa bacia irrcgularmente quadrilalera encaixada entre
0 occeano e a extensa cordilheira da Ybiapaba que o circun
da com diversas denominações: o terreno começa baixo c
quasi alagado, na costa do mar, vai-se elevando para o inte
rior até a cordilheira da Ybiapaba, onde attinge a elevação
absoluta de 2000 a 2400 pés. A face do solo é geralmeiUe
desigual, por causa das seiras, serrotes, valles, laboleiros e
ribeiros que a cortam- cm todos os- sentidos; todavia não se
pode diser monluosa, porque estas desigualdades na maior
parle do sertão são pouco sensiveis, pouco alteram sua ho-
risontabilidade, a excepção. da-grande-cordilheira da Ybiapa
ba, e das serras- de Macanguape, Aralanha, Baturité, Urubu-
retama.

ha maior sem rasão; se fallasse quanto á conquista moral c


eivilisadora,. bem; conquista de território nunca houve. Pelo
(ontrario,os documentos, que apresentou o senr. Alcncastro, são
contra-procedentes, como passo a demonstrar resumidamente.
Segundo o senr. Aleneastro o Coará tomou ao Piauhy o ser
tão de Cratheüs, a chapada da serra da Ybiapaba, e 11 léguas,
que ticam entre os rios Timonha e Ignarassú, devendo a ex
trema do Ceará ser pelo dito rio Timonha. E' verdade que el-
ii! reconhece o vti ^ssidetis do Ceará em todo o terreno, que
llie contesta, e isso de longa data; e na falta de melhor titulo,
de que carece o Piauhy,é este bastante para legitimar a posse
do Ceará.
Na deficiencia de raias precisas, que nas pnmeiras cartas
regias da creaeao das capitanias er.a impossível dar-se por
falia de conhecimento exacto das localidades, as actuaes são
as únicas legitimas, pois estão sanccioniidas pela iiosse secular.
Vejamos os documentos do senr. Aleneastro. São:
l.“ Ura ofTicio dirigido ao ministério pelo governador do Pi
auhy em IG de setemhro de 1761, cujo nome não cita, mas que
lirovavelmente seria João Pereira Caldas, que então governava
aquella capitania, disendo que ouvira ao proprio ministro, quan-
O
10 ENSAIO estatístico

CAPITULO V.

Costas do mar.

0 litoral se estende, como já íica dito, desde a foz do Mos*


soró a SE. até a embocadura do Iguarassú ao NO. no bra-
ço oriental do delta do Parnahyba. Em toda esta extensão a
costa é formada de medoes de areia do mar, sempre em movi*
mento pela acpão dos ventos que sopram segundo as monções,
e ora levantam morros, ora desmancham-n’os para formal-os
mais adiante, de sorte que a costa está sempre a mudar de
aspecto.

do seu ajudante de ordens no Pará, que a serra da Ybianaba


era a extrema das duas capitanias de Pernambuco e Maranhão,
mas que elle nao tendo documentos desta demarcação, pedia
providencias contra as justiças do Ceará, que estendiam sua
urisdicçao a terras, que estão situadas nas vertentes da serra
para o lado do Piauhy, e pedia igualmente que ficassem para
oPiauhy as aldeias de Vil a Viçosa.
2." A carta regia de 21 de outubro de 1741 pela qual a ab
deia de S. Pedro de Ybiapina passou a pertencer ao Ceará.
3.“ Um officio do governador do Ceará, Luiz da Motta Feo e
lorres, de 18 de fevereiro de 1789 ao do Piauhy, Dom João de
Amorim Pereira, que diz o seguinte :
tDigo que a Vil a Viçosa indisputavelmente a esta capitania
(Learaj pertenceu e pertence, e me parece que quanto ao mais
se nao deve alterar cousa alguma sem positiva ordem de S.
Magestade &c..»
4.» üm officio do juiz ordinário de Marvão, Manoel Gonçab
ves de Araujo, ao governador do Piauhy em 28 de junho de
lySe que diz :
.Na presença de v. exc. ponho o lastimoso estado em que
se acha a ribeira de Cratheüs, pela falta que experimenta de
nao liaver na mesma ribeira quem encontre as disposições vo
luntárias de intrusos que n’ella se tem mettido, e estão met-
tendo com 0 frívolo pretexto de que pertencem aquellas mora
dias a comarca do Ceara Grande, dando para esse fini posse
das ditas terras e sitios ao parocho da matriz de S. Gonçaloda
serra dos Cocos,que desde o anno de 1760 tem tomado desta ca-
DA PROVÍAXIA DO CEARÁ. u

2.

Esta zona de areia movediça de ordinário pouco larga^ cor-


re paralclla á praia; mas em algumas parles as areias pene
trara no interior por algumas léguas, formando assim labo-
leiros arenosos, ao passo que a orla da costa apresenta sem-
pre uma serie de medões mais ou menos elevados, que du
rante a secca, quando ^einara mais os ventos de leste, to
mam a foz dos rios menores, fasendo açudes e represas, cu
jas aguas com as das. ch,uvas no inverno abrem caminho por
outra parle.

pitania para aquella mais áe vinte povoações (quiz dizer mora


dias), não se dando por contentes com tomarem aquellas que
mais perto lhes licam, sendo ainda dentro da mesma ribeira:
este presente anno vei.u o parocho de S. Gonçalo á fasenda de
S. Joaquim, que é dentro da ribeira:, n'estes termos obrará v.
exc. 0 que for servido.»
Estes documentos rccqnhecem os faetos seguinte.s: i.» que as
aldeias da Viçosa pertencem de facto (pela fundação e posse)
e de direito (pela citada carta regia) à provincia do Ceará;
2." que 0 sertão (na parte pertencente ao Ceará) foi povoado
por gente do Ceará, e desde, então sempre reconheceo. a ju-
risdicção, de authoridades do Ceará, 3.» que não ha titulo al
gum conhecido, que marcasse os limites exactos entre as duas
capitanias. Com que direito pois quereria- que pertencessem
a Piauhy os terrenos de Cralheús? Só porque as aguas de al
guns ribeiros, que vão ao Poti, pertencem ao Ceará ? Mas quem
não vê que semelhante motivo é infundado quando se não
apresenta titula authentico que dé por extrema das duas pro
víncias as vertentes das aguas? Se devessem prevalecer as ex
tremas naturaes, então todo o Cralheús, inclusive a comarca
de Principe Imperial, deveria pertencer ao Ceará, porque fica
do lado oriental da cordilheira principal da Ybiapaba atraves
sada pelo Poti.
5.“ Dra offleio do ouvidor Duarte Freire de 20 de agosto de
1763 ao governador João Caldas, qoe o tinha mandado syndi-
car da denuncia do juiz de Marvão. Diz o ouvidor:
«Procediaosummario, perguntando ás testemunhas, e por el-
las consta haverem-se introdusido varias pessoas nas terras
das fasendas de S. Antonio e Serrote, sitas no continente da ri
beira desta capitania, que obedecera á jurisdicção do Ceará.
Quanto ao ecclesiastico, consta que no anno de 1747 perdera o
parocho, que então era de N. S. do Desterro (Marvão) a posse
12 ENSAIO estatístico.

3.

As barras dos rios maiores obstruem-se cora essas areias mo


vediças, c com as de alluviüo, que trasem as enxurradas;
porem as grandes clieias também removem aquellas, e ca
vam as barras com a força da correntesa. A costa em geral
é baixa, e em varias partes alagada, formando nas marés vi-
vas extensos lagamares.

por causa de ser preso no cume da sorra dos Cocos por or


dem do pimlado de Pernambuco, desistindo da posse em (lue
estava por temer a vexação que padecia.»
Deste documento se vé que o cume da serra dos Cocos falé
onde se estende a freguesia hoje do Ipúj sempre foi do bispa-
ilo de Pernambuco, pelo que e respectivo liispo, usando dekse
dífdo M'^ra°nlilo°'^*'° deMarvão, fel-osem reclamação alguma
governador do Maranliao® dar sesmarias aos
1697, mandando
indios ao
do Ceará,
marcou por limites dessas sesmarias a barra do Timonlia qiio
hea 11 teguasa leste do Ignarassú: daqui deduz que essa car-
qmz respeitar os limites das duas capitanias, (lue ia
deviam estar determinados. Esta conclusão è e.xagerada* Não
ha determinação alguma anterior. De um facto particular não
e logico tirar uma consequência geral,
documentos citados pelo senr. Alencasiro para
Fimnftpoil
zimos todas as provasconquista de terriforio
da legitimidade peto Ceará dedu-
da posse.
No hvro do registro das ordens regias existente na sccreta-
de outubro de
bhi determinando
desanexassera da caiutaniaque as aldeias dacomo
de Pernambuco, Ybiapa-
ti-
° ftovernador
pertencer aquella do Maranhão, e sim
como d antes, continuassem a
f de 1 de outubro
officio de data de limitesdecom o Rio
1802 do Grande acheiBer
governador um
nardo Manoel de Vasconcellos ao capitão'general de Pernam-
Pnrm A'ípòro"rn°~®f’ h praticadas pela camara de
ríi ^ GrandejAllega
que repellira
0 mesmo a justiça do Icónão
governador fCea-

'^“P‘‘tiuia ua dita sorra, como ter sido
Mmpre estabelecida a linha divisória das duas capitanias pela
ve^nte das aguas. (Vid. L. XII dos Registros da ThesourLia
DA província do CEARÁ. 13

4.

Eslas areias, que aliás se estendem por toda a costa, ain


da alein desta província, ao sul e ao.norte, são incoiitestavel-
Dienfc impellidas pelo- mar para a costa, que vai pov isso al-
teaiido e fasendo em muitas partes o mar recuar. Na opi
nião do distinclo naturalista M, de Jonnès essas areias são
coiidusidas pela grande corrente equatorial, que as arroja so
bre a extensa costa do Brasil. ‘

CAPITULO VI.

Cabos ou pontas.

Não ha cabos propriamente ditos em toda a costa, apenas


algumas pontas arenosas mais salientes, e taes são, come-
çando-do norte: a de Itaqui à leste da Amarração, a de Jeriq ua-

qnara, a de llapagé á leste da barra do Acaracú, e é a mais


saliente da costa, a do Mocuripe á leste da Fortalesa, e a
Grossu á leste do Retiro-Grande.

CAPITUT.O VII.

Ilhas.

1.

Na 'costa apenas existem nove pequenas ilhas, situadas na


freguezia do Acaracu, a saber:
Ilha dos Bois—com dusentas braças de extensão nas costas
deAlmofala, freguezia do Acaracú.

* Esta é também a opinião de mr. Berthot, engenheiro francez


ao serviço desta provineia. Mas o dr. Capanema opina que
toda essa areia é decomposição da serra do Araripe levada ao
mar pelo Jaguaribe e outros rios,e pelo mar devolvida a praia.
14 ENSAIO estatístico

Ilha das Vaccas—^junlo áquella, com a mesma extensão.


Ilha do Guagerú—na mesma costa com meia legua de com
primento.
Ilha do Mangue Seceo—na mesma costa com 3/4 de legua,
de comprido.
Ilha de Fernando—xío. mesma costa com 150 braças.
Ilha do Mosqueiro—com 150 braças.
Ilha do Rato—com 300 braças de comprimento e 200 de
largura.
Ilha da Corôa-Gr.ande—com 350 braças de comprimento e
40 de largura.
Ilha. do il/osguiío—junto á villa do Acaracú com legua e meia-
de comprimento, e uma de-largura,distante da costa legua e
meia.

Além destas, ha apenas nos deltas dos rios algumas pequenas,


formadas de terreno d’alluvião,como na barra do Acaracú. No.
Jaguaribe lambem existem algumas, porém muito pequenas, e
sujeitas a inundações nas grandes enchentes..

CAPITULO VIII.

Orographia.
As serras, e os terrenos elevados da provincia do Ceará
podem ser classificados em dous systemas: o da Ybiapaba, ou
grande cordilheira circular, e o central das serras esparsas,
que se ligam mais ou menos ao primeiro.
ARTIGO 1.0

CORDILHEIRA DA YBIAPABA.

EXTENSÃO, SIRECCÃO, ASEECTO, FORMA, ELEVAÇÃO X FRESCURA.

1.

À extensa serra da Ybiapaba liga-.^se á cordilheira oceiden-


DA PR0VIXC1.V DO CEARÁ, 15

tal do sysloma brasilico: ella começa quasi na costa do no-


íoesle, perto da barra oriental do rio Parnahyba, entre o Igua-
rassú e oTiraonha, segue a direcção quasi de N. a S. até a
distancia de 130léguas,pouco mais ou menos, com os nomes
de Ybiapaba, Serra-Grande, Cratheús, na altura de 6.® 30’
•mais ou menos bifurca-se, formando um angulo quasi recto;
um ramo segue o rumo de SSO^ com o nome de Dous Irmãos,
entre as províncias de Pernambuco e do Piauhy, e com este
ultimo nome,e n’algumas cartas também com o de Borborema,
vai ligar-se ás cordilheiras da Tabatinga e da Mangabeira, que
separam as provincias de Goyaz, Bahia e Maranhão, até a das
Vertentes, nos confins de Matto Grosso, e dá origem aos afíluen-
tes do S. Francisco, Parnahyba, e Tocantins, formando assim
a cordilheira das vertentes do barão de Eschwege, a que Mr.
Balbi dá o nome de Occidental.

2.

O outro ramo, quenos circumda, segue com o nome de Àra--


ripe a direcção de ONO para ESE., formando com a parte
principal um angulo obtuso, e separa esta provincia da de Per
nambuco por cineoenta léguas, fazendo collos e declives
mais ou menos rápidos, que interrompem sua continuidade,
desde o fim do termo do Jardim, onde se abate quasi ao ni-
vel dosolo,até 0 logar denominado Baixio das Bestas, onde faz
0 divorthim aqnarhm do ribeiro chamado riacho dos Porcos,
que corre nesta provincia para o rio Salgado, e do da Terra
ou Mundo Novo, cabeceira do riacho da Erigida, afflueiile do
S. Francisco. Alem desse baixio ou quebrada, a serra eleva-sc
mais a leste com o nome de Furada, lança um ramo ao su
com 0 nome de Pajehü, na provincia de Pernambuco, e, na
altura de 7.® 19’ mais ou menos,forma a extrema meridional
do Ceará, seguindo o rumo de leste na distancia de 8 a 10
léguas com o nome de Piedade, manda um ramo a sueste,
i6 ENSAIO estatístico

que se liga à cordilheira, a qual na Paraliyba tem o nome de


Borborema, e é a extrema entre aquella e a provincia de Per
nambuco; e 0 outro ramo em forma de serrotes mais ou me
nos interrompidos segue o rumo de nordeste, separando o
Ceará da Parahyba, até a serra daCamará, d’onde se destaca
outro ramo a sueste, formando um.angulo quasi recto, e que
com 0 nome de serra do. Luiz Gomes separa a. provincia da
Parab.yba da do Rio Grande; o outro ramo continuando o ru
mo de nordeste forma a serra do Pereiro com 28 léguas de
comprido e largura desigual de R a 10, e quasi toda na com-
preliensão dos limites desta provincia, a excepção de uma
pequena nesga a sueste, até encontrar na distancia de 20
léguas do maroplató chamado impropriamente serra do Apodi,
que com a largura de 15 a lOleguas.sahe do.litoral, perto da
foz do rio do mesmo nome (ou Mossoró) e termina em forma
pyramidal um pouco ao norte da do Pereiro.

3.

E esta a serra principal do Ceará, que com quanto seja


baixa para merecer o nome de montanha, todavia. por sua
extensão, é superior a muitas da Europa, e podia ter esta
denominação.

i.

Ella apresenta uma crista quasi igual, e sem caheços ou


picos em toda sua extensão até o Araripe, de sorte que vista
de longe aparenta um perfil perfeitamente horisontal. Sua
elevação calculada pelo naturalista Feijó varia de 2,000 a
2,400 pés: sua configuração pelo lado oriental (desta pro-
vincia) forma uma especie de curva. que rodeia a provincia
de NO a SE com terminação rude, ou de
o declives rápidos,
faldas escarpadas, e de ladeiras difficcis, 0 que, junto á sua

V
DA PROVIKCIA DO CEARÁ, 17

elevação, a caraclerisa verdadeiramente de serra ou montanha,


e não simplesmente de plaló, como alguns pretendem, por
causa de sua terminação suave e pouco sensivel para o lado
do Piauliy.

5.

Seu cimo ou chão forma uma extensa chapada perfeila-


mente plana com largura variavel de 8 a 14 léguas: para o
lado Occidental (Piauhy) sua descida é pouco sensivel, pois
.que começa a elevar-se imperceptivelraente quasi das margens
do Parnahyha até a sua chapada; de sorte que costuma dizer-se,
que do lado do Piauhy não ha serra ou que aquella província
fica na altura d’ella: mas é porque se não attende á desci
da extensa e pouco sensivel. Na altura quasi de 5.“, no logar
chamado Cratheús, a serra soíTre uma interrupção repentina,
perpendicular, escarpada, e estreita, que dá passagem ao rio
Poti, 0 qual corre dos limites desta província para a bacia do
Parnahyha. Este rompimento, feito através de rochas vivas e
terrenos primitivos, não parece ser obra somente das aguas,
que antigamente deviam ahi represar o filtrar-se pela serra;
mas talvez de algum movimento convulsivo do solo, queali-
zesse abater, estando já perfurada por baixo.

C.

A chapada da Ybiapaha é fresca, em algumas partes coberta


de mattos, com correntes, alagadiços ou brejos, e nascentes
d’agua até ao logar chamado S. Gonçalo(comarca c freguesia do
Ipü): também para o lado do noroeste de villa Viçosa á sua ter
minação no Timonha vai abaixando, e estreitando-se, for
mando antes uma successão de serrotes, ou cabeços pouco
ferteis, ou seceos, como quebradas de serra, de maneira que
a chajpada larga, fértil em mattos e alagadiços, e própria para
18 ENSAIO estatístico

a cuUura, é a que se estende desde Viçosa até S. Gonçalo, onde


estão os povoados de villa Viçosa, S. Pedro de Ybiapina, S.
Benediclo, Campo Grande (antiga villa Nova d’El“Rei) e S.
Gonçalo, antiga matriz da freguesia da serra dos Cocos.

1.

De S. Gonçalo até onde toma o nome de Araripe a chapada


é mais ou menos estreita, ora varzeada e com alguns pequi-
seiros, ora coberta de matlo baixo, carrasquento, e geralmenfe
destituida d’agua. É totalmente inculta e deserta, mas abun
dante de caças. No Araripe até a sua terminação atem do Jar
dim a chapada alarga-se, o terreno é arenoso, e quasi hori-
sontal, formando apenas no meio uma pequena depressão,
mas geralmente falta d’agaa, abundante de pequiseirose mui
tas arvores fructiferas silvestres e de pastagens. As aguas ap-
parecem ou rebentam nas faldas em meia serra; então são
abundantes as fontes, que dão origem a diversas correntes,
que tornam os terrenos do Cariri(comarcas do Grato e Jardim)
muito ferteis e feracissimasdeloda a cultura. Na Serra Gran
de (de villa Viçosa a S. Gonçalo) as aguas vem da cumiada,
donde descem em corregos aos valles adjacentes; no Arari
pe as aguas nascem de meia serra, não havendo na chapada
uma só fonte.

8.

Do Jardim ao Pereiro a serra soffrecòntinuas interrupções,


e abate-se, apresentando antes escarpados de pé de serra do
que uma cordilheira seguida. ‘ No Pereiro, que se considera

• É por uma dessas quebradas que se julga praticável nm ca


nal. que communique asa^sdo S. Francisco com as do Salgado
(Jaguaribe), porque no Baixio das Bestas nascem, não longe um
DA província do CEARÁ, 19

como continuação da mesma serra do Araripe, tem l .^rgura


de 3 a 10 léguas de nordeste a suesle, é accidenlada de ca-
beços e valles, coberta de mattos, e com muitos olhos d’agua.
A do Apodi, que, com quanto seja separada da cordilheira do
Araripe e Pereiro, parece pertencer ao mesmo systema, e fe
cha a curva pelo lado do sueste, é um terreno elevado em for
ma de platá com a largura de 10 a 15 léguas, apresentando
uma planura, como a do Araripe; porem coberta de charne
cas, mattos carrasquentos e espinhaes, que formam um labyrin-
tho inextricavel; tem fontes, só frequentados pelos animaes
bravios, que habitam esse extenso e' deserto terreno.

ARTIGO 2.0

SERRAS ESPARSAS CENTRAES OU SYSTEMA CENTRAL.

As outras serras do interior acham-se pela maior parte


mais ou menos ligadas, e formam um cordão, que vai mor
rer na Ybiapaba.

§ 1.“

CotAão CiiwVta\.

1.

Este systema começa perto da praia, 6 léguas ao oeste da


capital, pelas serras de Cauhipe, Gamará, cobertas de maltas,
mas apenas com algumas nascentes,e separadas por um valle

do outro, os riachos do Mi/ndo ou Terra Nova, que forma o ria


cho da Ungida,afiQuente doS. Francisco,e o riacho dos Porcos,
aílluente do Salgado. 0 divortium aquarium é de pouca eleva
ção e a distancia é pequena; a questão principal para resolver
0 problema da praticabilidade é saber se o nivel do S. Francis
co é superior ao do Salgado.
20 E>-SAIO estatístico

csireito da de Maram/uape, que fica 4 Icguas a SO. da capital;


c estreita, lendo apenas tres léguas na direcção de nordeste
a sudoeste, porem alta, « coberta de matías, fresca, farta
d agua, composta de terreno ou barro vermelho muito substan
cioso; produz excellente calfé, cannas, bananas, e outras
fructciras: um valle estreito a separa da serra da Arahmha a
sueste. Esta é de forma triangular, tem 3 léguas de leste a
oeste, e 4 de norte a sul; tem pouca planura era cima, onde
forma diversos cabeços: o de Ambuassú está a 400 melros
acima do nivel do mar; suas abas e toda ella é fresca, coberta
de maltas, e abundante d’agua; produz, como Maranguape,
muito caffé, canna &c, e como ella está muito cultivada.

2.

Outro valle de 4 a 5 léguas por quebradas e cabeços a se


para da serra do Acampe, mais ao sul, a qual se liga a de
Baturité, que fica mais para o centro. Esta com a do Acarape,
que a ella pertence, estende-se de norte a sul por espaço de
20 léguas sobre uma largura varíavel de 4 a 8. Sua chapada,
que excede a cem léguas quadradas, é de cabeços e valles,'
d’onde rebentam arroios, que a fertilisara e tornam proprm
para toda a cultura, principalmente para as de caffé, canna o
fruclas. Um de seus cabeços, chamado Sre/o de Pedra, está a
G30 metros ou 3,000 palmos acima do nivel do mar. De toda
sua extremidade ao sudoeste se aparta uma serie de serrotas
para oeste até a serra da Ybiapaba.

3.

A primeira destas serrotas, chamada ü/emno,separada por

província, e pode
D.V PROVIXCIA DO CEARÁ, 21

umvallede 8 léguas, é secca, mas coberta de maltas e muito


própria para a cultura da mandioca e legumes: a de Santa Ma
ria,separada por um estreito valle, demora a sueste; e a do Ma
chado ao noroesle, que é mais alta, extensa e fresca, abundante
demattas e d’olhos d’agua: nella se fasem plantações de legu
mes. Segue-se com pequena interrupção uma corda de ser
rotes seccos chamados da Picada e Jatubá, que também dão
legumes, e tem madeiras, e um grupo de serranias baixas,
seccas e pedregosas, que tom.im diversos nomes, e formam
á este, na extremidade da provincia, um extenso plaló, ponto
culminante dás aguas, que descem para as bacias do Jagua-
ribe, Acaracú e Poli.

4.

Neste grupo de serranias, alem de muitos outros serrotes


seccos e eslereis, acham-se as serras Branca, Serrinha, Mat-
tinhas. Telha, Bestas, Alma, Santa Rita, Barbalha, Catolés
Estevão, Preguiça, separadas umas das outras por valles mai,
ou menos estreitos, e quasi todas próprias para legumes, es
pecialmente a de Santa Rita, qce é bastante fresca, cultivada,
e muito povoada. Este grupo, que tem 20 léguas de norte a
sul com a largura de 8 de leste a oeste, prende-se áYbiapaba
por dous ramos, um ao norte pouco importante, e outro ao
sul chamado serra da Joanninha. Entre elles fica uma espe-
cie de sacco meio circular,,contendo o sertão chamado do
Cratheús, pertencente á provincia do Piauhy, e encravado nos
limites naturaes da provincia do Ceará: a superfície deste ter
reno pode andar por 400 ou 500 léguas quadradas.
Ao sueste do grupo Occidental, da ponta de Santa Rita,
segue um cordão de serrotas baixas e pouco notáveis com
os nomes de serra de Mombaca, Mattas, Boa-Vista, e outras
que correm nesse rumo, fechando pelo leste o alto sertão de
Inhamuns com os nomes de serra do Mucuim, Penha, Fia-
22 ENSAIO estatístico

mengo &c até ligarem-se ao sudueste, com varias interrupções,


ás serras dos Bastiões e aò plató do Araripe. As aguas, que
nascem deste systema, dividem a provincia em duas partes
desiguaes, uma ao sueste, que comprehende dous terços, e
contem a bacia do Jaguaribe e seus affluentes, e outra ao no
roeste, abrangendo a bacia do Acaracü e diversos, rios pe
quenos que vão ter ao mar.

§ 2.0

\3vu\)uv!,Vam(i.

t.

A 22 léguas da capital, ao poente, e a 16 do litoral, principia


a serra da Uruburetama com 16 léguas de extensão de leste
a oeste sobre uma largura desigual de 4 a 12; liga-se ao
grupo central por meio de um cordão de serranias baixas,
pedregosas, estereis, que com pouco intervalo succedem-se
umas ás outras e vão ter á serra do Machado.,

2.

A Uruburetama ê bastante alta, muito desigual, composta


de cabeços elevados e de valles: é fresca, pelo meio correm al
guns riachos, sendo o mais notavel o do Mundahü» que desce
até 0 sertão; não é tão farta d’agua, como a de Baturité,
porem é bastante fértil, produz muito legume e algum caf-
fé, e, nos valles e varzeas, ao pé da serra, nos logares cha
mados Arraial e S. Francisco, dá bastante canna, e oferece
grandes proporções para a sua cultura que está pouco adian
tada.
DA província do CEARÁ. 23

§ 3.0

UVwMÓta e. "Rosano.

1.

A 60 léguas da capital, a 16 do litoral, e a 3 ao NO. da


cidade de Sobral, fica a importante serra da Meruóca com 1
a 8 léguas, e ao SE, desta a do Rosário. A Meruóca não é

abundante d’agua; mas é fresca,e seu terreno, muito substan


cioso, produz bastante mandioca e legumes. É talvez o terreno
mais cultivado da provincia e o que mais abunda em farinha. A
do Rosário é secca e pouco cultivada. Uma corda de serro
tes bai.vos, seccos, e pedregosos ligam essas serras ás faldas
da Ybiapaba, que corre ao poente a 16 léguas mais ou menos.

§4.”

OuUa» scvtolas dt Saquanbt u M.omba(;a.

1.

Uma serie de serrotas seccas e pedregosas estende-se da


barra do Jaguaribe para o sul do Aracaty,donde se dirige ao
sudoeste, ele\ando-se na distancia de 8léguas a leste de Batu-
rité para fonnar a serra Asai, notável pelo ferro mineral, que
nella abunda; d’ahi se dirige ao sul até perto do Icó, e a 60
léguas ao sudoeste da capital, formando outras serrotas pe
dregosas, das quaes as mais importantes são as dos Fran
cos, dos Orós, que vai morrer de 3 a 4 léguas ao sul do Icó.
Outras nascem destas, ou a ellas se prendem,e vão dividindo
as bacias dos riachos, que nascem da Serra-Grande e Araripe,
taes são as já mencionadas do Flaményo, Mucuim, Mombaça,
Boa-Yista, Nova e Joanninha que formam o saco extenso de
24 EXSAIO estatístico.

CraUieüs, donde nasce o Jaguaribe, e se ligam ao grupo cen


tral com a de Santa Pala.

§ 5.0
BttslVõcs í oulxas.

Outra cinta de serrotas parle da Flamengo e vai emendar


com a dos Bastiões ao sueste de S. Malheus, e d’ahi segue a
ajuntar-se aoAraripe. Aserra áa Joanninlia ao lü., a da Vbiapa-
ha ao 0., a do Araripe ao SO., e a leste as outras serrotas já
descriptas, fecham o alto terreno chamado do Inhamuns ou
Unliamuns.

§ 6.0
Smas dos Cavivis.

i.

Ao nascente do Inhamuns, e acompanhando a falda ori


ental da serra do Araripe, acha-se o território montuoso cha
mado dos Cariris, separado do resto do sertão por serras
pouco aparentes por causa da desigualdade do terreno. Ahi se
acham as serras ieQuicumcá, Santa Maria, S. Pedro &c., pe
quenas e pouco frescas.

2.

Tal é 0 STStema orologico desta provincia, sem contar al


gumas pequenas serrotas menos importantes, de que fatiarei
na descripção dos municipios em que se acham encravadas.

3.

Esta parle, assim como tudo o que diz respeito á geogra-


phia physica da provincia, demanda investigações e estudos
acurados e scientiíicos que ainda se não fiseram.
DA. província do CEARÁ. 25

4.

RESUMO.

TAEELLA DAS SERRAS FRISCIPAES DO CEARÁ..

(-.ADEUS PnLNCIFAES. SERRAS GONTI.NDADAS OU SEPARADAS QUE SE ENGRUPAU.

I.*
1 Serra Grande, 2 Cocos, SCralheüs, 4
Cadch principal Avaripe, 5 Furada, 6 Piedade, 1 Gamará, 8
rircular,
(Ybi;ipul)a). Cosmo ou Pereiro, 9 Apodi.
I lOGauhipe, H Joá,.i2 Gamará, 13 Maran-
/guape, 14Aralanha,lõRalo,1(5 Torre,17 Ma-
noe Dias, 18 Vento,19 Poccnhos, 20 Lagedo
(na comarca da Fortaleza) 21 Acampe, 22
Gado,23Palmeira,24Baturilé,25 Guariba, 2(5
Barbadas (no mmiicipio de Baturité)27 Pira-
punga,28 Pindá,29Vmrzea Grande, 30 Cnma-
irão, 31 Airéron,32Canindé,33 Lages, 34 Li
moeiro,35Mariana.36 Machado(no muuicipio
2.*
Ide Canindé), 37 Jalubá, 38 Kcada,39 Matlus;
Cordão c ^rupo 40Cobras,41 Correntes, 42 Branca, 43 Tem-
central.
babuba,44 Matlinhas (no raunicipio deSanta
Quitheriá),45Telba,46 Beslas, 47 Almas, 48
Santa Rita,49 Calogi, 50 Barbállia, 51 Catolé,
52 Estevão, 53 Preguiça (no miinicipio de
Quixcramobim) 54Mombaça, parte de Santa
Rila(no municipio de Maria Pereira)55 Joan-
ninlia, 56 Boa-vista, 57 Matlas, 58 Mucuim,
59 Penha, 60 Flamengo,61 Rosilho,62 Cha-
rila, 63 Dous Irmãos, 64 Banana, 65 Bois
'(ein Iiihamuns).
/ 66 Uruburelama, 67 Missi, 68 Pagé, 69
Arociras, 70 Gaminhadeira, 71 Manoel Dias,
72 Santa Lusia, 73Páu alto, 74 Verde,75 Ser
rotes escalvados, 76. S. José, 77 S, Ghrispim,
3.‘
78 Lolaia, 79 Mandacaru, 80 Livramento, 81
Uruburctama. Carahybas, 82 Vermelha, 83 Serra,do açude,
84 S. Francisco^ 85 Marfim, 86 Enchuy, 87
Valentim, 88 Almas,89 Correntes, 90 Papa
gaio, 91 Maiidu, 92 Imburanas (no munici-
Eio da Imperatriz) 93 Tejupüóca, 94;Santa
uiza (no municipio de Santa Cruz).
*
2G ENSAIO estatístico

CADEIAS PRINCIPAE9. SERRAS CONTINUADAS OU SEPARADAS QUE SE ENGRUPAV.

4.' í 95 Meruóca, 9f) Carun tiii, 97 Barrigas,98


Grupo di Mcruóca.
| Rosario,(no raunicipio de Sobral), 99 Mocu-
/ ripe (no Âcaracú).
'' 100 Jaguaribe,101 Asul, 102 Francos,103
Orós, 104 Oriboré, lOõ Porca magra, 106 Po
bres, 107 Branca, 108 Perequitos (nos mu-
5.-
nicipios de Aracaty, Caxoeira e Icó), 109
Cordài) do Jaíjuíi- Cavallos, 110 S. Benlo, 111 Negra, 112
ribt) ou sudoeste.
Angra, 113 Nova, 114 Santa Maria,115 Olho
d’agua, 116 Furtado, 117 Boqueirão, 118
Goes(em Lavras)119 Maria Pereira, 120 Fon-
,seca, 121 D. Anna (na Telha e S. Malheus).

122 Bastiões, 123 Frexeiras, 124 Trapiá,


(125 Brigida,
Grupo dos Bastiões'Araçás,
126-Torto, 127 Quincocá, 128
129 Fortuiia, 130 Palmeira, 131 Pe-
Inhas, 132 Estreitas (no município do Sabo-
^eiro).
7.*
[133 Santa Maria, 134S.Pedro, 135Mãosinha.
Grupo do» Cariris.

CAPITULO IX.

Hydrographia.

ARTIGO í*

DOS KI05.

1.

Na parte orologica ja ficou dito que a serie de serrotas e


serranias, que forma o systema central orographico da pro
víncia, divide seu território em duas partes destinctas: uma
ao sueste formando a bacia do Jaguaribe com seus affluen-
tes e rios menores que vão ao occeano; e outra ao noroeste
formando diversas bacias menores.
DA PROVI^■CIA DO CEARA. 27

§ 1.»

1.

Bacia do Jaguaribe.—Do angulo formado pola serra de


Mombaça com a do Jaguaribe, ao sul do grupo das serras
apontadas como ponto culminante, nasce o Carrapateira, que
corre -18 léguas de norte a sul, recebendo diversos riachos,
até meia legua ao sueste da villa de Tauliá. Noutro angulo
formado pela serra da Joanninha com a de Ybiapaba, ao sul
de Cratheús, nasce o rio Trici, que corre por 20 léguas de
poente a nascente recolhendo diversos, confluentos, passa
pela povoação de Flores, villa do Tauhá, e meia legua abaixo
reune-se ao Carrapateira e toma então o nome de Jcçfuaribe

(que quer diser rio da onça—Jaguar, yg) o qual d'ahi diri-


gindo-se a sueste por espaço de 10 legoas até a povoação de
Arneiroz, onde atravessa a serrota do Mucuim, muda de rumo
para cortar o centro da provincia com grandes voltas de poen
te a nascente, por uma extensão de quarenta léguas, passando
pela villa do Saboeiro, povoação de S. Matheus, villa da Te
lha, e serra dos .Oros, onde dá uma queda notável, segue
a mesma direcção até 3 léguas ao norte do Icó, onde recebe
0 rio Salgado, muda outra vez de rumo em procura do occea-
110 que dista d’ahi 50 léguas.

2.

Deste ponto derige-se com grande desvio para noroeste,


passando pelas povoaçõesde Boa-Vista, Jaguaribe-mirim, San
ta Rosa, abaixo da qual recebe á esquerda o riacho do San
gue, e á direita o Figuereda, vai a S. João formando ãbaixo
uma ilha em que se acha a povoação do Taboleiro d’Areia;
mais abaixo divide-se em dous braços iguaes, mandando o di
reito, 0 Corrego d’Areia, para formar a ilha do Limoeiro, de
23 ENSAIO ESTAriSTICO

5 Icguas de comprido sobre 2 a 3 de largura; o braço es


querdo passa pela povoaçãodo Limoeiro e abaixo recebe pe
la margem esquerda o rio Banabtiihú', e tres léguas mais alem
abre outros dous braços que formara a ilha de Russas; o
braço direito forma uma semicircumfereneia, reune o Qtiin-
queré(continuação do Corrego d’Areia); o braço esquerdo, me
nor,chamado rio de Russas,forma a corda do arco descripto
pelo rio, banha a cidade de S.Bernardo de Russas, e 7 léguas
abaixo reune-se ao leito principal do Jaguaribe (o braço di
reito) que nessa volta passa pela Gatinga de Goes e Giqui;
d’aqui desce á cidade do Aracaty, e 3léguas adiante lança-se
no occeano por 4.“ 25’ de lat. meridional eS.» 52’de long.
oriental do meridiano do Rio, segundo a carta do coronel
Conrado.

5.

Este rio tem 128 léguas de curso,e recebe de uma vasta ex


tensão muitos aflluentes, por isso nas suas enchentes adqui
re um enorme volume d’agua. Corta pela secca, deixando
grandes poços piscosos: a maré sobe por elle até acima do
Aracaty.

A\f,utTvUs lo JaquarVbt.

1.

Pela margem direita recebe: -


1.® O Pihii, 5 léguas abaixo do Tauhá.
2>® 0 Jucá, 1 legua abaixo deArneiroz,ambos procedentes
das faldas da Ybiapaba.
3.® 0 Conceição, que nasce do angulo formado pela Ybiapa-
ba com ò Araripe, passa pela povoação de Póço da Pedra, c
despeja-se uma legua abaixo do Saboeiro.
DA PUOYIXCIA DO CEARÁ. 29

4.» 0 Dasliões, que nasce da serra do mesmo nome,no muni-


cipio do Grato, passa pelaVarzea deVacca, perto do Assaré,
vai despejar-se meia legua abaixo deS.Matheus, depois de en
grossado pelo Carihú que vem de Brejo-Grande.
5.0 0 Salgado, formado de duas correntes que vem da fal-
da oriental da serra do Araripe. 0 Batateira, que é o pri
meiro, brotando de uma quebrada da serra á que dão o no-
me de Loanda, depois de ferlilisar um valle de 3 léguas,

recebe o Grangeiro, que banha a cidade do Grato, e logo adi


ante 0 Miranda e a Ponte já reunidos; e d’abi continua cor
tando uma planicie de 3léguas de extensão e um quarto de
largura, que alaga durante o inverno ; passa pela povoação
do Joaseiro, meia legua abaixo da qual, no sitio Carilé, rece
be 0 riacho Carás, que vem do Brejo-Grande, è d’ahi a 3 le-
guas ajunta-se ao Salamanca. Este é o segundo que, nas-
cendo. em uma falda da serra denominada Galdas, e rece
bendo outros tributários, entre os quaes o mais notável é o
Farias, que banha a povoação de.Gajaseiras, fertilisa uma
extensão de 4 léguas,e passápela villa da Barbalha, donde se-
pe alè faser a Jnncção indicada. D’ahi por diante, depois
de passar meia legua distante da povoação de Missão Yelha,
no sitio Gachoeira, assim chamado pela calaracta que for
ma n’esse logar,loma o.nome de Salgado, e 3 léguas abaixo
recebe o riacho dos Porcos, que nasce em uma quebrada da
serra do Araripe chamada Goroala, proximo á villa do Jar-
dim, por onde passa, condusindo as aguas dos pequenos ar
reios, que banham o piltoresco valle daquella villa, e rece
bendo outros riachos procedentes das raias do Parahyba, passa
por Millagres, e despeja-se no Salgado; este corre então de
sul a nordeste com innumeras voltas, banha a povoação
da Venda, Villa de Lavras, e uma legua abaixo corta a serra
de Lavras, formando um grande boqueirão de paredes altas
e perpendiculares, margea a cidade do Icó, e abaixo delia 3
léguas entra no Jaguaribe. 0 território comprehendido desT
30 ENSAIO estatístico.

do as nascenças do Salgado alé a Venda constituo o que so


cliama Cariris, situado no valle do Araripe. Antigamente o
Salgado era perenne, e raras vezes cortava até Venda; hoje
mal corre (na estação secca) até Missão Velha em consequên
cia de serem as suas aguas distrahidas com a irrigação dos
terrenos adjacentes, que se prestam grandemente á cultura
da eanna, c mesmo porque tem diminuidoem consequência da
derribada das mattas nas faldas, e chapada da serra do Ara
ripe.
6.“ 0 Figiiereda nasce na falda oriental da serra do Perei
ro, recolhe todas as correntes da serra, corre de sul a nor
te, passa pela villa do Pereiro, povoação do Caxaço, percor
re 0 valle que fica entre as serras do Apodi e Pereiro, e lan
ça-se no Jaguaribe 22 léguas acima do Aracaty.

2.

Pela margem esquerda recebe:


i.» 0 Gondadú, que vem das serras do Mucuim e Flamengo
e lança-se abaixo deArneiroz.
2.0 0 Trissú e Ciinqué, que nascem da serra do Flamengo e
d’outras serrotas, e se reunem perto de sua foz pouco abaixo
da Telha.
3.» 0 Fael, que desagua a 4léguas abaixo desses e corre de
norte a suL

3.

As bacias destes afíluentes com a margem correspondente


do Jaguaribe formam o território chamado Quixêlô tão afa
mado pelo seu fumo.
4.0 0 Banabuihú,tão volumoso e extenso como o Salgado,
pois conta não menos de 50 léguas de curso, nasce na par-
DA província do CEARÁ. 31

Ic meridional do grupo de Santa Rita, onde esta faz angu-


Jo com a de Mombaça, corre de poente á nascente com gran
des voltas e recebe á esquerda vários afíluentes de Santa Ri-
la, e á direita os de Mombaça e Flamengo, e 10 léguas abai
xo de Quixeramobim recebe o rio deste nome.
0 Quixeramobim nasce do coragão do grupo central,
corre por um valle entre as serras da Besta e da Telha de
noroeste a sueste por espaço de 12 léguas, e depois recebe o
Doa Viagem, que nasce das raias do Cratheüs, corre de poen
te a nascente pelo valle que separa a serra de Santa Rita da
das Bestas, e reune-se ao Quixeramobim 4 léguas abaixo do
Boa Tiagem; recebe á direita as correntes de Santa Rita, e
á esquerda as que descem da do Machado e d’outras, banha
a cidade de Quixeramobim ao nascente, e 10 léguas abaixo
engrossa o de BanabuiM, o qual mais 10 léguas alem
recebe o Satiá, que nasce da serra do Estevão, passa pelas
povoações do Estevão, Quixadá, e Barra do Satiá, onde des-
agua. As vertentes do Siliá ou Satiá, do Quixeramobim e
margem esquerda do Banabuihú formam o sertão chamado
de—Quixeramobim. Abaixo da barra de Sitiá o Banabuihú
derige-se a leste até lançar-se no Jaguaribe perto do Limoeiro.
5.” 0 Palhano, que nasce perto do Sitiá, despeja-se no Ja
guaribe proximo ao Aracaly.

■§ 2.»

P equinos rios ou badas qut iiUam uo mar ao suisti.

1.

1 0 Pirangi, que nasce na serra Asul, despeja-se no mar


5 léguas ao noroesle da foz do Jaguaribe, depois de 25 léguas
de curso.
2 0 Choró, mais ao norte, nasce da serra da Mariana, ro-
32 ENSAIO estatístico

deia a extremidade meridional da serra de Balurilé-, corren-


do rumo de poente a nascente, depois de aífastar-se delia
n’um angulo agudo, corre de súdueste a nordeste alé o occea-
no, recebendo diversas vertentes da serra de Baturité, passa
2 léguas ao nascente da villa do Cascavel, e desemboca no mar

por duas barras chamadas—velha e nova—entre Aracaíy e


Cascavel, depois, de um curso de 45 léguas.
3.“ O Pacoli nasce na extremidade da serra de Baturité,
passa peloAcarape, recebe as vertentes da parte oriental das
serras do Acarapee Aratanha, passa pela villa do Aquiraz c
lança-se no occeano duasleguas ao norte com 25 de curso de
sudueste a noroeste.
4.® Coró vem da serra da Aratanha, e depois de um curso
de 6 a 8 léguas, lança-se no mar, a leste da ponta do Mo-
curipey e a 2 léguas da capital.

RVos ou\)atVas ao aornsti.

t.

a Ceara, que nasce da serrota do Rato e d’um e d'’oulro


lado da serra de Maranguape e d’outras serrotas mais ao oeste:
um de seus braços banha a villa de Maranguape e com este
nome se reune perto de Sourc ao braço Occidental, que tor
neia a ponta da serra e,reunido ao braçm oriental,lança-se ao
mar2 léguas ao norte da Fortaleza,'n’um logar chamado Villa-
Velha por ter sido ahi o primeiro estabelecimento dos colo
nos porluguezes, e onde os hollandezes estiveram por alaum
tempo. Sua barra forma um ancoradouro fundo, que foi" an
tigamenle frequentado; porém, além da estreitesado canal, u, os
bancos que o rio tem formado no mar impedem hoje o ac-
cesso a qualquer sumaca.
DA província do CEARÁ. 33

2.

O Cuithipe, que nasce de um sacco formado pela ponta do


sul da serra do Joá com os serrotes dos Cunhas, corre a nor
deste por um terreno plano, varzeado, coberto de carnaúbaes
e despeJa-se no occeano a 6 léguas da capital. Sua foz quasi
sempre fica obstruída pelas areias e então forma uma represa
d'agua de muitas léguas.

3.

O S. Gonçalo, nasce na falda Occidental de Bafurité e des


peja no occeano 14 léguas ao noroeste da Fortaleza, defiois de
engrossado pelo Anil, que vem dos serrotes dos Cunhas, S.
Luiz e riacho Mocó.

4.

0 Ciirú, nasce na serra do Machado, corre a nordeste, re


cebe á direita o Canindé, que vem da serra da Mariana, dirige-
se ao norte, recebendo diversos affluentes vindos da falda Occi
dental deBaturité, passa na villa de Canindé,'abaixo da qual
10 léguas faz barra no Curú; este, mais abaixo, recebe o Caxi-
toré, procedente do interior daserradaUruburetama do lado
meridional; d’ahi corre o Curú rumo direito ao mar, em cuja
foz forma o portado Parasinho, depois de um curso de 40 lé
guas, 20 ao noroeste da Fortaleza.

5.

0 Mimãahl, nasce do interior da Uruburetama do seu lado


oriental, recebe várias correntes da falda septentrional, e, de
pois de um curso muito sinuoso de 23 léguas, lança-se no
mar, formando o porto do Mundahú á 6 léguas da serra. A
5
34 ENSAIO estatístico.

corrente principal é permanente alé o pé da serra, na povoafSo


do Arraial.

6.

O Aracahjassú, nasce de uma ramificação da serra do Ma


chado, chamada—Serra Verde—, corre de sul a norte atravez
de ura terreno excessivamente desigual, pedregoso esalitroso,
recebe as vertentes da parle Occidental da üruburetama, e, de
pois de um curso de 40 léguas, e de ter banhado as povoa-
ções de Santo Antonio eS, Bento,lança-se no mar, 50 léguas
ao noroeste da Fortaleza,

7,

O Acararú. o mais importante rio deste lado, nasce no meio


do grupo central das serranias, em um valle que separa
a serra das Matlinhas da serra das Bestas, uma legua distante
das nascenças do rio Quixeramobim; corre de sul a norte,
acompanhando a direcção da Ybiapaba, passa pelas povoações
de Tamboril, Barra do Macaco, cidade de Sobral, povoações
de S. José e SanfAnna e villa do Acaracú, abaixo da qual lan
ça-se no mar por duas embocaduras, formando uma enseada
situada 60 léguas ao noroeste da capital: recebe muitos af-
fluentes dos quaes são mais notáveis, pela esquerda:
O hUibá, 0 Jaíharas, ambos procedentes da Serra-Grande,
vindo 0 ultimo delles ajuntar-se-lhe proximo á Sobral.
Pela direita:
O Feitosa e o Macaco, que tem um curso de 30 léguas; o 3a-
curulús, que nasce na serra das Cobras, banha Santa Quiteria,
e tem 25 léguas de curso; o Gruairas, que desce da serra da
Picada e do Machado,e, depois de 35 léguas, despeja no Aca
racú,5léguas acima de Sobral. 0Acaracú passa em Sobraljá
bastante largo, volvendo nas enchentes uma grande massa
d agua:é o segundo rio da província.
DA província do CEARÁ. 35

8.

O üruahú ou CuryáM, nasce na falda oriental da Ybiapaba,


.30 léguas ao sul da costa, para onde se dirige acompanhando
0 pé da serra, cujas vertentes recolhe, banha av cidade da

tlraiija, e 7 léguas mais ao norte lança-se no mar, formando


em sua embocadura um porto franco chamado Camossim, que
é ü melhor da provincia..

9.

O Timonha, nasce na extremidade septentrional da Serra-


Grande (Ybyapaba), passa por Villa-Yiçosa em cima da serra,
e lança-se no mar depois de um curso de 25 léguas, forman
do lambem uma enseada.

10.

0 Iguarassú, nasce na chapada da Serra-Grande do lado do


■ noroeste, dirige-se á embocadura ou braço mais orientaj do
Parnahyba, onde se lança,formanbo o porto da Amarração ou
do Iguarassú, depois de 15 léguas de curso. Serve de extre
ma deste lado com o Piauhy.

H.

São estes os rios mais nptaveis do Ceará; apenas correm du


rante 0 inverno,pelasecca cortam, os maiores formando gran
des poços,e os menopes quasi que nem isso deixam. Ficam redu
zidos a outras tantas fitas de areia;porém na maior parte dellas,
cavando-se, encontra-se agua, e assim fazem-se cacimbas e
aguadas.Ordinariamente,depois dc 10 ou mais palmos de areia,
no seu leito,acha-se uma pedra molle ou uma argilla branca e
amarella, a que chamam sallão, debaixo da qual existe sem
pre agua.
36 ENSAIO estatístico

12.

StniIARIO DOS RIOS DO CEAR.Í.

BACIAS. EXTDNSÃO DO CURSO. AFFLOENTES PRIXCIPAB3.

Jaguaribe. ■ 128léguas. 1 Pihií,2 Trissi, 3 Carrapatoira. 4


Favella, 5 Jucá, 6 Conceição, 7 Em-
husoiro, 8 Condadü (no toiTitorio do
Inliamuni) 9 Flamengo, 10 Bastiões,
11 Carihú (no municipio do Assai-ii)
12 Teossú, i3 Cunifiué. 14 Fail, (no
municipio da Telha) lo Salgado com
50 léguas (nos territórios de Cariri,
Lavras e Icó) 16 Banahuilui com oO
léguas (cuja parte superior corre no
território chamado Momhaça e a in
ferior na de Quixeramohiin) 17 Pa-
Ihano.
Pirangi. 2a
Choró.. 45
Pacoti.. 23
Cocô... 10
Ceará... 12 1 Moranguape, 2 Ceará.
Cauhipe 16
S.Gcmeaio.. 23
Curu 43 i Canindé, 2 Caxitoré.
Mxmdnhü.... 2.3 a

Aracatgassâ 40
Acaracâ 60 1 Jatubá,2 Juré, 3 Jaibara, 4 Feito-
sa,5 Macaco,6 Jacurutú, 7 Gruaiitis.
Cvrvahú 30
Timonha 23
Jgmrassú... 15
ARTIGO 2.»

LAGÔAS.

1.

Esta provincia não lem lagos, nem lagôas importantes,


porém, varias pequenas e quasi todas muito piscosas, que
DA PRÒVINCIA DO CEARÁ, 3?

não seccara de um armo para outro: algumas destas nas bar


ras de riachos entupidos. Na extensão da costa encontram-se

diversas represas desta ordem, que uma vez por outra se rom
pem para no anno seguinte serem de novo fechadas.

2.

As lagoas mais importantes pelo seu volume d’agua são as


seguintes: a das Cabeceiras na embocadura do riacho Tiaia, a
do Trahiri, a de Ignarassú junto a Pecem, a de Mecejana, a
7Aimii!ftíZn junto a enseada do Iguape, a do Uruaruá perto da
barra do Choró, a do Sacco da Velha perto do Aracaty, a
Grande perto da confluência do Figueiredo,a de Agiialá(a maior
de todas que tem 3 léguas de circuito), a do Barro-alto junto
a Telha, a da Conceição na freguezia do Riacho do Sangue, a
do Camo7-opim na freguezia da Granja,

ARTIGO 5.0

PORTOS, BAHIAS E ENSEADAS.

1,

A extensa costa desta provincia não offerece portos notáveis,


nem mesmo vantajosos,a exceppão da barra do Caniossim; en
tretanto contam-se 15 portos ou fundeadouros abrigados, com
capacidade para admittir navios, e são, comegando do norte
para o sul, os seguintes:

2.

1.» A Atnarração, na barra do Iguarassu: admitte sumacas


que por ella sobem até a cidade da Parnaliyba.
38 ENSAIO estatístico

3.

2.» A barra do Tmonha,(i\ie admilte embarcações pequenas.

4.

3.® O Ca7nossim, o melhor da província, na barra do Gu-


ryahú,tem entrada franca, funda e espaçosa, e dá desembar
que á prancha. E o porto da cidade da Granja, a qual está a
legruas da foz do rio..

5.

O Jeriq«aqtíám,formado por uma grande enseada,e abri


gado pelo morro do mesmo nome,, a 12 léguas ao poente do
Acaracú:é seguro,mas pouco,frequentado. É notável por ter
sido no principio do século XVII visitado pelos francezes,
que entrelinham relações com os indiosde Ybiapaba, e por ter
nelleficado pormais de anne a primeira expedição de Jeronymo
de Albuquerque quando foi conquistar o Maranhão do poder
dos francezes-

6.

5.® O Acaracú^ na fóz deste rio onde amar entra por um


dos dous braços: sua entrada é diflicil pelos bancos de areia
e apenas dá accesso nas marés vivas a navios de baixo calado.
Presume-se que, tapando-se o braça menor do rio, as grandes
enchentes poderão rasgar ou desobstruir a barra dos bancos
n’ella formados. É o porto da cidade de Sobral, distante delia
ISleguas: a villadoAcaracúaeha-seaumal^na desta barra.*

* Na costo, freguezia do Acaracü,ha maisos portos da Barra


dos Patos, Almofalla, Porto do Barco e Fernando: porém para
oavios de cento e trinta toneladas.
DA província do CEARÁ. 39

7.

6.» 0 Peniamhuqainho è oma enseada entre o Acaracú e o


Mmidahú, apenas frequentado por jangadas e barcaças de pes
cadores.

8,

7.® O Mundahú,fundo e abrigado, formado pela represa do


mar na barra deste rio, vae sendo frequentado porsumacas,
liiates 0 barcaças: sua situação perto da serra da üruburetama,
e n'ura terreno frescoc proprio para lavoura, promette dar-lbe
grande importância futura. E’ uma das escalas dos vapores
da Companhia de Navegação a Vapor do Maranhão.

9.

8.» O Parasinho, formado pela barra do Curú.

IO.

9.® O Pecem, a 10léguas ao noroeste da capital,é só frequen


tado por jangadas.

11.

10.® O Ceará, ou simplesmente Barra,formado pelo rio do


seu nome a duas léguas ao noroeste da capital, profundo e es
paçoso; mas 0 canal, que dá entrada para elle, é muito estreito
e entre pedras, e além disso os baixos ou bancos de areia, no
mar, formados defronte da barra, o tornam presentemente
impraticável.

12.

11.° O Fortaleza,formado por um arricife que corre paral-


lelo á praia de SE. a NO.,porém baixo,e apenas visivel na baixa
40 ENSAIO estatístico

mar. Este porto vae-se consideravelmente aterrando pelo mo


vimento das areias que correm constantemente de lésle desde
a barra do Cocó: presume-se que, elevando-se o arricife, o ca
nal entre elle e a costa carregaria as areias;, outros dizem, que'
se areiaria mais depressa. Ultimamente dous babeis engenhei
ros, os drs. Jardim e Berthot, tem feito importantes estudos
sobre este objecto.

13.

12.0 0. Slocnripe^ a legua e meia a léste da capital: a enseada


deste nome está abrigada pelo morro, onde se acha um ex-
cellente pharol de luzes lixas. E’ resguardada, com bustari-
1e fundo, onde ancoram os navios, que, chegando á noi
te, não podem ou receam demandar o porto da Fortaleza: não
offerece bom desembarque.

14.

13.» 0 Iguape, a 11 léguas ao sueste da capital, e a 3 ao


nordeste do Aquiraz, é uma enseada exten.sa, bem abrigada
por morros de areia: sua entrada é franca, mas é pouco fre
quentada.
Alii esteve ancorada a esquadrilha de Jeronymo de Albu
querque em 1613.

15.

14.» 0 Araeaty, formado pela barra do Jaguaribe, a 3 lé


guas do mar, hoje acha-se areiado, tanto na barra como no

leito do rio, pelas terras e areias de alluvião que o rio conduz.


Aclualmente só dá entrada a navios de maior calado, nas
enchentes ou nas marés vivas.
DA PBOVINCIA DO CEARÁ. 41

16.

lõ.- O Rdiro-Grand», a 8léguas a léste dabarra do Jagua-


Fibc n’uma enseada formada pela Ponta-grossa, que se adian
ta pelo mar e dá abrigo contra os veittos e ondas, tem bas
tante fundo, porem forte arrebentação, que torna trabalhoso
0 desembarque e embarque. O terreno, que fica entre este
porto e 0 do Aracaty, não dá transito a carros por causa dos
muitos morros de areia movediça.

CAPITULO X.

Constituição geologica.

ARTIGO í."

TERRENO SUPERFICIAL.

4.

O terreno predominante na provincia é uma decomposição


de rochas crystalinas principalmeiite de gnais, que pouco va
ria na sua composição, e forma um vasto lageiro sobre toda
a superfície da provincia, ora descoberto, ora occulto por um
lençol de terra, que, em muitos logares, mede apenas um
palmo de espessura.

2.

Os montes do sertão constam de immensas ondulações de


micachistas dispostas por camadas,como crystalisadas, e di-

‘ Aos drs. Capanema, Coitinho, Feijó (antigo naturalista) e


Theberge devo as informações sobre este artigo.
6
42 ENSAIO estatístico.

versamente inclinadas, de granitos variados, de silex ou ireral


areia grossa, e seixos de si/ea;, rolados, rochas porphe-
rtcas variadas, e em muilas parles encontram-se veias de cal-
careo primitivo: é raro achar-se no sertão vestigios de ter
renos secundários.

3,

As bacias dos rios compõem-se por cima de uma camada


de barro massapé, e por baixo desta de areias r
grossas ro-
ladas, que em algumas partes vão-se petrificando por meio
de um cimento que
r as penetra, e abaixo dessas camadas ai-
luviaes encontram-se as mesmas rochas primitivas que em
todo 0 resto do sertão.

4.

Por diversas partes uma erupção granitica rompe essa dura


crosta de gnais, e vae formar esses grupos isolados, que são
como Ilhas no sertão; assim são as serras de Cauhipe(Gamará
e Joá) cortadas pelo boqueirão da Arara, e Maranguape com
os seus contrafortes. ‘

5.

Fronteira á Maranguape, separada por um estreito valle,


fica a serra da Aratanha da mesma formação granitica.
cons-

*_Este grupo é notável, diz o dr. Capanema nela sna wsp-


niíe vicfdameTmffoí^^^^^
que Mça aa mesma forma em barro vermelho nrocedpntpJ^nèiTO
de de-
írssi* ísísi.*'" 'e“iESrdo“-.e-
SSBSmSlnSK”
da província do ceará 43

íiluindo uma cordilheira que as vezes mergulha no sertão, para


em pequena distancia surgir de novo n’aquelle complexo que
abramreas serras do Acarape e Baturité, que deitam as aguas
para o Pacoli, Choro eCurú. Esta serra é notável pela direcção
coiis lante dc muitos de seus valles, que dão sahida ás aguas do
rio Acarape, o qual pelas cascatas de Paracupiba precipita-se
na planicie, e posto que mais extenso que seus visinhos Ara-

coaha e Candeá, leva menos agua que estes por causa da di


recção de suas margens.,

6.

A maior parte da formação da serra de Baturité é de gnais, cu


jas camadas correm aproximadamente de Ea 0; mas perto da
cidade de Baturité as rochas sãp schistosas e quasi exclusiva
mente schisto silicoso e qmrtzito cora ndca, e ás vezes também
mcopsamilo com algumas apparencias de Uacolomito em raros
lugares.
Algumas paragens nas encostas, que contem revestimento de
terra vermelha, são auriferas, porem com tal pobresa que não
vale a pena tentar uma exploração.

7.,

0 cabeço mais elevado dessa serra, chamado—Brejo de


pedras—, é todo composto de qmrtz e qmrtzito. Perto ha uma
bella floresta primitiva que parece ter de desàpparecer breve
pelo roteamento imprudente.

8.

Para o nascente dois ramos da serra curvam-se para formar


os valles do Candeá e Acarape com alguns contrafortes. Um es
treito valle separa este ponto de outro grupo do Cantagallo.
41 ENSMO estatístico

Affloramaqui oscalcareos, (iiic mais para o nascente se acliam


na Giboia de envolta com dolomilos.

9.

No Cantagallo principia uma serie de penedos bastante, ex


tensos de (lalcareo e gnais que reveste o primeiro, e se acha
era decomposição: mais além, na povoaç.ão do Acarape, o cal-
careo enche uma fenda de gnais e encerra fragmentos do
mesmo.

Portanto parece que esse calcareo, que é todo granular(sa-


charoide), é eruptivo.

10.

Esse calcareo crystalino (granular) apparece em quasi toda a


parte da provincia acompanhado de rochas granitai ias. Outra
variedade apparece na Serra-Grande, porém de ouira forma
ção—calcareo de sedimento como se nota no Araripe.

11.

De Batnrilé para diante acliam-sc por toda a parlo a mesma


crosta do í/mus c erupções graniticas até no Quixadá; alli sur
gem da planicie penhascos isolados carcomidos pelas aguas
da chuva, de forma curiosa, ora figurando degraus pcrfeita-
niente horisontaes, ora o fundo de cada degrau é um caldei
rão em quea aguaempoça. Esses penedos são si/en!<íco.v.

12.

Próxima está a Serra-Branca toda de granito,''ao pé da qual


havia uma lage, que produzia estanho, e que estancou desde
que alli fizeram uma fogueira para quebrar a rocha.
PUOVINCIA DO CEARÁ. A5
DA

13.

Em Ouixcramübim as lages tia crosta granilica, fine se veem


no rio,'contem porção de cryslaes de um mineral verde.
1-i.

lle Ouixeramobim para o Icü encontra-se o gnais emslra-


elos ipiasi aprumados, e outras vezes approximando-se ao nn-
Ciischisto: em vários logares é essa rocha abundante degra-
pliito.

15.

Na visinhança do Icó a Ibrinação muda de aspecto, os terre


nos primitivos são em algumas partes interrompidos pelos
schislos argilosos de transição, sobre tudo no canunbo da
Telha. Os morros e collinas são de (piarlzilos de gran lina
ios. Perto da cidade as col
as vezes compactos sem accessorios
tinas são de schislos selicosos.

10.

Na direcção do Grato, rio Salgado ar.iraa, acha-se o l.oqnei-


rão de Lavras, vaslo cnlallie perpendicular, corlado n’uma
collina, queé um penedo quarfzitocom desagregaçao debaixo
deaneulosqiie tornamos penhascos desprendidos as vezes se
melhantes á enormes fragmentos de feldsraiho; essa desagre-
■mção foi seguindo interiormenie o cuniinna ainda hoje de
Ldo a formar uma gruta de 500 metros de comprido em cujo
fundo se apag am as luzes, e o Ihermometro sobe a.TS^cenl, c
0 psychromctro a 31.® ‘

ncm?'5dèvidrem"'gnnde?a!irf ^e uma.
46 ENSAIO estatístico.

17.

Nas faldas da serrota existe em alguns logares terra veime-


llia aiirifera, e á pequena distancia da villa de Lavras estão os
entulhos das antigas lavras do ouro que ahise fizeram.

18.

Pelo Salgado acima, onde entra o riacho dos Porcos, muda


a tormagão do terreno, passa de granitico parapsamenito (grés
e areia), talvez limites até onde antigamente deve ler chegado,
a serra do Araripe.

19.

Perto de Jlissão-Velha encontra-se um vasto íagedo de pedra


do Mocuripe(schisto argiloso). Sua snperficie é lisa e polid a.
e em certos logares vermelha, compacta, e muito dura, com
0 aspecto de jaspe; é atravessada de fendas capillares, carco
midas pelas aguas. O rio ahi se precipita demais de 30 palmos.

20.

Ondas de terreno ora de barro vermelho,ora granitico, oitei-


rosem torno dos quaes se sedimentaram as aguas,que em outro-
tempo deviam tel-os coberto, formam a bacia do Grato, Os in-
tervalos destes oiteiros são cortados por muitos corregos, que’
chegam a empoçar; mas os extensos brejos de,que ainda ha tra~
dicção estão aterrados por detrictos vegetaes, massas de turba

f 5’orcegos reunidos em espaço muito es-


? yentilaçao e quasinulla. Este boqueirão e gruta
a ^ nem
volcamcidade, Capanema naovulcanica.
uma rocha encontrou o menor vestígio do
da. província do ceará.

íliic.liiüiilfi em alguns logares, que são hoje cobertos por esca-


cos caiiaviaes.

21.

lima rampa devida a longa desnudação encosta nos barran


cos verlicaos cheios de siuuosidades ile grande deseiivoWi-
nuiMlo, que Ibrma a serra do Ararijic, cujo cimo é uma chapa-
d;i (jiiasi plana, por serem as depressões apenas sensíveis.
22.

Esta serra toda carcomida, diz odr. Capaiiema, é iiminsi-


gnilicante resto de, um colosso de areias que alli toram dejiosi-
iailas. Todo 0 largo vallo que a separa da serra do Salgadinho
(mais do 20 léguas) era occupado por ella, pois que sobre essa
ultima cordilheira granilica se acha ainda algum psameniío.
A parte superior da serra é toda composta de psameniio de còr
avermelhada com nodulos asulados,e raras vezes negros; acon-
tece ser em alguns logares a argilla perleitamente branca, e
delia servem-se para caiar casas, ■*
23.

Por baiso do grupo psametitico, que contem nodulaiido


crraiides massas de pedra do Mocuripe, estende-se uma cama
da de calcareo excessivamente foliaceo; e logares ha, como
!>anL’Aiina , ondeelle é de gran lina que pode servir para a h-
Ihographia.
24.

Serve de leito a esse calcareo uma camada de Tana negro

« Esta argila deu logar a um engano do dr. Gardner que


supoz ser greda (giz, carbonato calcareo).
Í8 ESSAIO estatístico

entremeado de lages de palmo de espessura de ura psamenito


asulado duríssimo, que contem veias de pyritos e de sulphu-
reto de chumbo (galena), outras vezes alternado cora schisto
muito betuminoso contendo os mesmos sulphuretos enodulos
espliericos. * Ainda mais abaixo apparecem psamenitos menos
argilosos * que, parece, pertencem ao systema permico. A
parle superior, de certa altura, pertence á íormaçao cretacea..

25.

No Brejinho, a 20 léguas do Grato, existem algumas caver


nas bastante curiosas, porque mostram’a maneira pela qual as
aguas desmancham a serra,e explicam a. formação- das sinuo-
sidades e barrancos.

26.

Nã ponta do Araripe, que fica voltada para S.Pedro, ha uma


montanha meio isolada’, onde se acham grandes porções de ro-
chedos de gesso fibroso (sulphato- de- cal). Nas camadas caí-
careas affloram alguns saes de soda e polassa, e ate sulphato
de alumen. *

* Esti> schisto betuminoso foi tido por c-arrâo de pedra,


segundo o dr. Capanema, só serve para producção de oleos mas,
para
illuminacão. r r ^
* Em ã. Pedro o dr. Gonçalves Dias achou na rocha madeira
iqssil que com a semelhança da descoberta no Egypto deixa sup-
por que esta rocha inferior pertence ao systenia permieo, que
nv bacia da cidade de Sousa é representado, diz o dr. Capane-
ina, por seus conglóineratos.
Segundo o dr. Capanema só encontra-se na provincia
camadas de sedimento realmente impermeáveis, porém essas
hori-
sontaes, e por is^o não se prestam a poços artesianos; assim
como também nao as argilosas de Icó.por serem quasi verti-
caes. As camadas da Serra Grande(Yblapaba)também não lhe
poderam dar esperanças de poços artesianos, salvo para o lado
00 Piauhy, por onde ellas mergulham.
DA PROYINCIA DO CEARÁ 49

27.,

Na costa do mar, o litoral até certa distancia para o interior


consta de grandes aggloraerações arenosas impellidas pelo mar
ás praias, e d’alli pelos ventos, que assim formam esses como-
ros de ateia movediça. Na opinião do dr. Gapanema ê da serra
do Araripe em decomposição que vem essas areias, as quaes
são levadas pelas torrentes ao mar. ‘ Ejn muitos pontos essa
areia foi penetrada por um cimento que a transformou em
um roclmdo, como na barra do Pacoti: alli, como na Bahia e

Rio de Janeiro, se veem provas do levantamento,da costa, phe-


nomeno já observado por Darvin e outros na costa do Chili. *
No .Mocuripe se consolidam com o auxilio.do oxido ferruginoso
e argilla, e formam uma lage dura, cheia de fendas verticaes,
cortando-se em diversos sentidos, o que a torna idêntica ao
psaraenito do Araripe,logc que as aguaslevam o oxido de ferro.

28.

Affastando-se do liloraf, porbaixo das areias se acham terras


aluminosas de diversas naturesas, e debaixo destas as mesmas
areias grossas sobrepostas- a rochas primitivas que de espaço
em espaço, principalmente nas proximidades da serra, sur
gem à superfície.
29.

As montanhas do interior são todas graniticas, porphericas


ou calcareas semvestigio destratifícação,excepto as montanhas

* Segundo o dr. Berthot as areias das-costas desta provincia


são trasidas d'África pela corrente pelagica; esta opinião é tam
bém a de Mr. M. de Jonnés (Antilha Phijsica).
- O mesmo acontece com um tado da Scandinavia, costas de
França, &. em quanto outras mergulham como Venesa, que já
í.)i duas vezes alteada, e tem hoje as aguas nas suas praças
publicas.
7
50 ENSAIO estatístico

da Ybiapaba e doAraripe, que, como ficou dito, são todas de


formação secundaria; mas apresentam ^or baixo as mesmas
rochas primitivas.
30.

Na chapada do-Araripe, ede toda a Ybiapaba encontram-se


í areia solta semelhante á da praia, e uma vegetação do mesniu
genero, tendo plantas peculiares.
Essa camada arenosa é profunda, e embebe as aguas com lal
prestesaque nas maiores chuvas não empoça, istoé, na chapa
da do Araripe que é'perfeitamente horisontal.

31.

Posto que senão encontre agua n’esta chapada ainda a


grande profundidade,todavia a vegetação éprodigiosa, esuas
especies variadas. Ahi vegetam o jacarandá, o peqiii, mait-
gabeira,amarello, barbatimão, marangaba (especie de araçá),
uma graminea chamada andrequissí que serve de forragem
aos animaes, e outro capim chamado santo. Alli eucoutra-se,
diz 0 dr. Theberg, o typo das mandiocas cultivadas, arbusto
agreste cuja raiz é eminentemerite tóxica.

32.

A chapada do Apodi tem muita analogia com a do Araripe,


principalmente na ponta da serra, que fica por detraz do Inlia-
muns; porém é mais haixa, toda coberta de cactos espinhosos,
que adquirem dimensões de grandes arvores e difficultam o
ingresso nas mattas: é tamÊem arenosa, horisontal e falta
d’agua.
33.

Em outras regiões a chapada da Ybiapaha é semelhante á do


51
da província do ceará.

Araripe, mas em sua parte septentrional tem agua bastante eé


muito povoada: n’ella estão em grande parte as freguezias de
Vigosa e Ipú.
ARTIGO 2.0

PHEXOMENOS VOLCANICOS.

1.

A’a opinião de Feijó, antigo naturalista que muito estudou


esla provincia, as serras isoladas apresentam antigas crateras
volcanicas afuniladas, que provam irrupções, encontrando-se
ncilas muitas sortes de lavas, basaltos&.: na do dr. Gapanemu
não se vê um só vestígio que denuncie a existência de volcão,
salvo um tronco de basalto que encontrou na margem do Curú;
mas elle não examinou,como o dr. Feijó, os diversos serrotes
do sertão.
2.

Tremores de íerro.—Entretanto alguns ligeiros abalos de


terra tem-se sentido no valle do Jaguaribee na Granja.‘

3.

Perto da Granja, n’um terreno pantanoso em alguns annos

‘ Os tremores de terra de que tenho noticia são os seguintes:


A 8de aaostü de 1807 em tòdo o valle do Ja guaribe,estendendo-
se ao norte até a Fortaleza(30 léguas)ao sul do Ico jòO léguas)
(> a léste a igual distancia no Mossoró e serra do llartins,. na
nriivincia do Rio-Grande do Norte. lora
Em 1810, na Granja, quinta-feira santa, e nos annos de Ibib,
18.)2 e 18oo.
No Aracatv a 2 de dezembro de 1852.
Em 1824 abriu-se a terra, fazendo uma larga greta desde o
pó da serra de S. Pedro até o Jardim na extensão de .o legna.s
com a largura de 1 palmo, mais ou menos, e com unia proiuu-
didade insondavel.
52 ENSAIO estatístico.

a terra racha, fazendo profundas gretas, por onde exhala fumo


quente; é talvez uma simples emissão de gaz. No morro do
Cumbe, perlo do Aracaty, tem-se sentido por muitas vezes
ebuligão e especie de ondulagão nas areias.

4,

No termo de S.Quiteria ha um serrote escarpado, em forma


de agulha, todo pedregoso, era cujo cimo bastante alto parece
haver uma plariicie. Em alguns annos durante a estação chu
vosa tem apparecido incendiado esse picò, cuja luz se percebe
a mais de 12 léguas. Descem pelas encostas massas ardentes,
mas ainda ninguém foi examinar de perto. ‘ Segundo o teste
munho do padre Telles(author de um livro inédito oíferecido
ao príncipe D. João)na Uruburetama lia também um picão que
por vezes tem ardido.

5.

No termo do Acaracú consta também que um auno destes


ardeu ura serrote. Na serra da Barriga (a 6 léguas a leste dc
Sobral)tem por vezes apparecido desmoronamento e chammas
acompanhadas de fumo,e sempre depois de grandes chuvas. ®

) Este phenomeno que apparece raro, é recebido pelos serta-


nejos como um presagio de bom inverno. A ultima appariora)
foi no inverno de_18â9 depois de uma grande trovoada. Podia
ser a commumcaçao de uma faisca electrica a algmna matéria
f a 14 léguas. Por baixo deste serrote
visto de Sobral perfeitameníe
ha uma
vasta caverna.
* Eis 0 ^e a esto respeito communicou o revd. Nogueira
vigario da freguezia visinha:—«A serra é composta de massas
mregulares de ^andes rochas, é bastante alta e extensa. Em
copiosa chuva, pelas quatro horas
viu-se sahir de ima grande pedra um fumo preto e
esnesso,e a este fumo succederam chammas,que cobriram todo
0 serrote, queimando os arbustos que alli se achavam i
DA PROTINCIA DO CEA5U. 53

ARTIGO^.‘

CAVERNAS.

1.

Nas serras de Ybipata, Araripe e por mais oulras cncon-


irain-se cavernas bem curiosas pela sua formação e extensão.
-No Grato existem algumas cavernas abertas no talhado da
serra do Araripe, que a penetram mais ou menos.
No lugar Cajueiro ha uma que, segundo o dr. Macedo, não
apresenta signal algum de rocha calcarea, e outra abaixo do
nivel desta ,no lugar Brejinho, bastante celebre e curiosa por
conter vastas gallerias, a cujo fim ainda ninguém chegou. Di-
zem que ahi não penetra viverite algum, a excepção de uma
vasta familia de nictoreanos (morcegos) que deffendem a sua
entrada, e por isso permanecem as pegadas das pessoas que a
visitam, por ser o pavimento alcatifado de um pó de varias
cures, que parece ser o resultado das formações de greda com
terras ferruginosas. *
%

No boqueirão de Lavras fica,lateral ao rio, a grande caver-

fA 22 de fevereiro de 18S9 reproduziu-se omesmophenome-


no, mas não no mesmo logar,e sim em outro mais ao sul a 200
braças de distancia do primeiro. Precederam grandes chuvas,
seguiu-se a irrupção com grandes estampidos e esulos horrí
veis, atirando ao longe grandes pedras; o fogo dominou uma
grande extensão de mais de 150 braças, e deixou muitos bu
racos que se vêem de longe».
Em 1861 0 dr.Capanema visitando esta serra diz que nada en
controu que justificasse esse phenomeno (a serra tem mais de
2 léguas) e que na rocha predominam o gnais e granito.
'O dr. Capanema, que visitou essa caverna, achou-aa dmira-
tcI, mas diminuiu muito as proporções exageradas que lhe
54 ENSAIO estatístico

na formada por desaggregação na rocha quartzito, que foi vi


sitada pelo dr. Gapanema, o qual não encontrou signal algum
volcanico, como presumiam alli haver.

3.

No serrote de Cantagallo, caminho de Baturilé, ha grandes


cavernas formadas sob as massas enormes de rochas calca-
reas, que também foram visitadas pela commissão geologica.

4.

No serrote do Picão (S. Quiteria) ha outra immensa gruta


por baixo da massa granitica ou quartzito de que consta o
monte.

5.

Na Uruburetama ha varias, sendo notável uma perto de S.


Francisco formada poruma grande lage enterrada no chão,que
tem uma pequena abertura horisontal por onde mal pode en
trar uma pessoa; dentro acha-se ura vasto sallão com altura suf-
ficiente para se andar em pé; a pedra da abóbada é fendid a no

meio, por onde penetra a claridade. Encontrou-se nessa ca


verna uma grande quantidade de ossos humanos bem conser
vados, e de diversos tamanhos. Talvez fosse algum tempo ce-
miterio ouespecie de carneiro dos tapuyas.

6.

Na comarca do Inhamum,ao pé da Serra-Grande, ha uma


gruta extensa, que também nunca foi examinada.

i.

De todas as grutas da provincia a mais notável por sua exten-


DA PROVÍNCIA DO CEARÁ, 55

r-fiü 0 slalacliles é a de Ubajarra(serrote ao pé da Serra-Grande,


iia comarca da Granja).É aberta no cume da montanha, e muito
jirorunda: embaixo encontra-se um sallão formado por uma
aboliada extensa, e alta, que se não pode medir; presume-se
(juese estende por liaixo da Serra-Grande: é atravessada por
uma corrente de agua limpida, que corre no seu fundo,e some-
se em sua extensão; do tecto, e incrustados nas paredes, pen
dem slalactites de formas bisarras, que vistos ao clarão das
tochas produ2em na imaginação das pessoas ignorantes, que
alli descem já preoccupadas do maravilhoso, phantasticos
elfeitos. *

'O dr. Gabaglia, da commissão scientifica,examinou durante


uma semana esta curiosa gruta, e deu delia uma interessante
descripção.
56 ENSAIO estatístico

TITULO IL

DO GimA E AGENTES HETEOROLOGICOS.

CAPITULO I.

Temperatura^

1.

O ar é em geral quenle & húmido no litoral, nas serras


fresco, e quente no sertão; mas o calor não é tão intenso co
mo geralmente se pensa pela posição geographica da provín
cia; elle é moderado pela brisa constante do mar, extensão
e frescura das noites, as quaes, principalmente no sertão,
onde, supposto de dia o calor seja mais intenso, são muito,
mais frescas e agradaveis, talvez pela maior elevação do ter
reno e maior puresa do ar livre.

2.

Durante a estação chuvosa o ar do sertão é um pouco mais


húmido; porem esse estado dura poucos dias pela grande in
tensidade do calorico combinado com o vento sul que então
sopra. Pela secca, alem da acção dos raios perpendiculares
do sol sobre um terreno desguarnecido de arvores verdes,
a que eleva a temperatura pela reflexão, accrescem os in-
5'
da província D(i ceará,
cendios nos campos, que contribuem para reseccar a alhmos- .
phera. Não obstante, como as noites são iguaes aos dias, o
terreno elevado, e o ar livre, a terra, pela irradiação, das oito
horas da noite em diante torna-se fresca, e até pela madru
gada sente-se um frio agradavel.

3.

Nas serras mais elevadas, como na Ybiapaba e chapada do


Araripe, gosa-se de uma temperatura quasi igual, ao menos de
maio a agosto, á de alguns paizes meridionaes da Europa, se
gundo a opinião de viajantes europeus,- que o tem experi
mentado.
Dos mezes de maio a agosto é o tempo em que se sente
mais frescura, e mesmo frio em alguns logares elevados, cer-
pela obliquidade dos raios solares, então relaliva-
taineiite
mente para nós, como por se achar a terra humidicida e co-
herta de Verdura. O tempo de maxíhio calor é de novembro
a março, não só pela posição do sol em relação a nosso lic-
rnispherio austral, como por causa da sequidão da terra abra-
sada por seis meses de eslio seceo, que faz cahir as folhas de
todos os rnattos do sertão.

4-

Pode-se, pois, dividir emires zonas distinctas as variações


do clima desta provincia, segundo a diversidade dos elemen
tos que 0 modificam.
1." O do litoral, comprehendendo uma zona de 2 a 4 lé
guas, é mais fresco e húmido, e também mais constante.
2.'> O das serras, mais fresco que o do litoral, porem me
nos bumido eip geral.
3." 0 do sertão, mais seeco e quente.
58 ENSAIO estatístico

5.

Não tenho ainda obseirações melereologicas completas da


província, apenas de alguns annos desta capital, e passageiras
de vários pontos do interior. Destas observações, todavia, ser-
vir-me-hei para dar uma idéa dos agentes que constituem o cfi-
'ma, no Ceará; por isso considerarei successivamente as va-
riações lemporariaseas variações locaes (o pouco que se tem
observado):
1.® Em quanto á duração, examinarei as variações diarias,
mensaes è annuaes.
2.® Em quanto aos logares, procurarei quaes as modifi
cações que soffre o calor segundo as posições geographicas,
e altura do sólo.

ARTIGO í.»

VARIAÇÕES TEMPORÁRIAS.

As variações da temperatura, no Ceará, são sujeitas na du


ração ao curso do sol, e na capital, e quiçá era todo o li
toral, se aproxima d’aquellas que experimenta a athmosphera
pelagica.
§ 1.®

"Vaviatõis liavias.

1.

À escala das variações diarias de calor, á sombra, não


passa aqui de 9 gráus, e ao sol de 20 gráus: será muito raro
que exceda d’estes limites, e, muitas vezes, não passa de me-
tade. Por exemplo, no mez de julho o thermometro indica
pela manhã, á sombra, 20® ou 22®; marca ao meio dia de
da província do ceará. 59

S’" a 28°,e em dezembro e janeiro não passa de 25“ a 26“ pela


manhã, e no maior calor do dia sobe o mercúrio a 30“ e 31“-
2.

Nesta capital o medio das minimas observado em quatro-


annos é de 23“,1, e tem logar das 5 às 7 horas da manhã; e a
media das maximas ó de 30“,4 do meio dia ás 3 horas da.
tarde,
ü medio annual de dia, á sombra, é de 26“,6..

3.

A differenga das temperaturas, no verão e inverno,é apenas-


de 3“, quer entre as maximas, quer entre as minimas. Entre o-
dia e a noite a dilTerença maxima é de 7“,á sombra.

i.

Ao sol a variação e maior, pois que mesmo em julho marca-


■21“, ás 6 horas, e de 1 pára 2 horas tem attingido 42“, mas
no rigor da estação secca marca pela manhã25“e ás 2 horas 44“.
5.

0 termo medio das variações díarias, á sombra, é de 6“ e ao


so! de 19",5.
Na estação húmida ha maior variação que na secca.

6.

0 minimo da temperatura tem logar ao nascer do sol, e


0 seu máximo varia de 1 ás 3 horas da tarde, conforme as-
estações.
GO ENSAK) estatístico

7.

Seu movimento ascendente é rápido das 7 horas ás 10, de


pois enfraquece até meio dia. Sobe ao máximo entre as duas
horas, ou de hora e meia para as 3 da tarde. Desce lenta
mente até ás 5, d’ahi rapidamente até ás 0, e continúa leiila-
mente até uma ou duas horas antes de nascer o sul, quando
então 0 thermometro marca o seu minimo.

8.

O máximo do calor solar é de 44-. alirumas vezes, parem,


por circumslancias accidentaes sobe até 46.“, eo minimo édo
19.“ ao ar livre pela manhã; por conseguinte a escala Iher-
mometrica, que indica ao ar livre a temperatura diaria tal
como experimentam as plantas, forma-se de 24.“ a 2õ“ gráus,
tirada a media das extremas; e de 26“,5 tirada de todas as
horas, á sombra: a media do sol diaria é de 34“á35“.
Moscow, onde o mercúrio desce nos annos mais frios a 31"
centesimaes abaixo de zero, e sobe à sombra até 33" e ao sol
até 58" e mais, dá uma escala thermomctrica de 90".
A’ sombra a temperatura diaria media é a seguinte, resul
tado de quatro annos de observações:
- A’s 7 horas da manhã. 25",7
Do meio dia ás 2 horas 27“.7
A’s 6 horas da tarde.. 2Ü-.3
Media do dia 26“,Õ6
O o

"V amniüts mnasais t ouTvuats.

1.

Os mezes mais quentes são os de outubro, novembro, de


zembro, janeiro e fevereiro, quando não chove; os mais frios
DA PROVÍNCIA DO CEARX. 61

os de maio,junho,julho e agosto. A differença porém é pouco


sensível de um para outro mez.

2.

A progressão, que segue o crescimento e diminuição da


temperatura mensal, é semelhante á do calor diário; lenta,
quando a temperatura se approxima de seu máximo ou de seu
minirao, acceleráda quando, tornando-se retrograda, volta de
um destes termos para outro.

3.

O termo medio mensal é de^õOj^aSS^não variando 3° de


•um para outro mez.
L

Em quatro annos de observações a variação da temperatura


annualnão tem passado,de 6 décimos de um gráu centesimal.

5.

íSas seguintes tahellas ver-se-ha a distribuição do calor em


diversos mezes do anno,segundo as observações feitas em 1807,
1808,1859 e 1860.
62 FNSAro estatístico-

TABELLA 1..=^
Da timiperatura athmospherica observada na cidade da Fortalêsa'
nos annos de iSõi, iSSS, 1859. e 1860 no thermometro centí
grado, exposto ao ar livre, debaixo de sombra, n’um gabinete
forrado, porem arejado,, quasi ao. nivel do mar, pelas 7 horas
da manha, ie 6. da tarde..
1851.

MÁXIMO CALOR mínimo calor. CALOR MEDIO. Termo

MEZES. medio
% 1»
V
c
o
c JS *2 3 ^ ■g
2 c- mensal
•3 S E-
1:1
Janeiro... 28,S .30,5 27,5 26,5 28,5 27 27,5 29,5 27,3 28,1
Fevereiro. 27 29 28 25 26 26 28,5 27 27,2
Março 28 30 27,5 27 29,5 27 27,5 29,7 27,2 28,1
Abril 28 30,5 29 26 28 27 27 29,2 28 28
Maio 27,5 29,5 27 26 28 26 26,7 28,7 26,5 27,3
Junho 26 28 26 25 27 26 25,5 27,5 26 26,3
Julho 26 28 26 24 26 25 25 27 25,5 25,8
Agosto... 26 26 24 27,5 25 25 28;2 25,0 26,3
Setembro. 27 29 25 26 26 26 26 , 27,3 27,6
Outubro. . 23 30,5 28 27 29 27 27,0 29,7 27.5 28,2
Novembro. 30,5 26 29,5 27 27 30 27;5 28,1
Dezembro. 27 29 ,5 27,5 26 27 26,5 26,.5 28.2 27 27,3
Termos extre
mos e medios. 28,5 30,5 27,5 24 |26 25n26!2 28,6 26,7 27^

TABELLA 2.“
Antro de 1858—Therm. á sombra.

MÁXIMO CALOR mínimo CALOU. CALOR medio. 3


s
MEZES. tes ,g
=3 ■2 . •O. *-1
O
ã

S
-

n
- I- ■3 '3
S a
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o
3
3 •=
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í •-=

iJunho. .. 27 29 27,, 24,5 26,5 26 25,7 27,7 26,7 26,7 4,0


iJtilbo. .. i26,o 29 27 24 26,5 25 25,7. 27,7 26 26,0 3
Agosto.. 26,5 29,5 26,0 24,5 27 24,5 25,5 28,2 23,5 26.4 o
Setb.™. . . 27 29 27 25,5 27 23,5 26,2 28 26,2 23;8
Outubro. 28,5 30 27,3 26,3 29 26,3 27.3 29,3 27 28 J,0
;Novb.™... 27,3 30 27,3 23,0 26,3 26 26:3 28,2 26,7 27.1 4
iDezl).™.. 27 30 ^11^ 27 26,5 26,2 28,3 27 127:2 4.6;
Extremos e | m 20:5 27,2 125,1 27,07|2o,7 26,2 28:Í 26,4 27,2
medios j
TABELLÂ 3.»

Amio de '1859—Therm. á sombra.

MÁXIMO CALOn. MINIMO CALOn.' CALOU MEDIO.

Moio dia Tardo P


t
UEZGS. Meio dia Tardo Maniii Meio dia Tardo Maoliã Q
Manhã
atélh. ás6h. ás Th. ató 1 h. ás Oh.
ásTh. atélh. ás6h. ás *] h. ã >

Q
26,5 29,5 29 27,2 30 27,S 28,2 4 i»-
Janeiro— 28 30,5 28
26,8
27 25 .26 26 26 28 26,5 5 cí
Fevereiro.. 27 30 o
25 25,5 25 26 27,5 26,5 26,6 5
Março 27 30 28 o
23 23 23 26 27,3 26,3 26,6 4,5
AbrU 27 29,5 27
26,2 26,1 4,5
29 27,5 24 2íí 25 23,2 27
Maio 26 26,2
24,5 23 25 23,2 26,3 26 3,5
26 28 27
Junho
25 25,5 24,2 27 26 25,7 6
25,5 29 25 23
Julho
24 27,5 25 25 28,3 25,3 26,1 3
Agosto. .. 26 29 26
26,5 25 23 28,4 26 26,4 6,4
Setembro. 26 30,5 27
26,8 4,7
29,2 27 24,5 27,5 26 27,3 28,3 26,5
Outubro.. 27 27,2 4,2
25,4 28,2 26 26,2 28,9 26,5
Novembro 27 29,6 27 27,2 4,4
29,6 27,2 23,2 28 26 26,1 28,8 26,6
Dezembro 27

24,6 26,5 ,,25,3 23,8 29 26,3 26,5 6,5 o»


Tennos exiremos e incdlos ... , 28 29,3 28 t'í
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TABELLA 5.“
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Dias de máximo calor e máximo frio nos annos ilc ISõl, 1858, 1850 c 1800—á sombra.

MACIJIO CAI.DIl. iMI.NlAllJ CAI.Iill.


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Kevereiro.. 1 12 29 1 12 30 7 12 30.2 11 Gm 25 20 G 24,5 23 7in 24 30,23 24,5 a


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Março... 7 12 30 M 12 :.!() 1 11 28,9 20 G UI 25 12 G 24 2 0 GIII 24,8 29,(1 24,0 o
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Junho... 23 12 28 14 1 29 3 12 30 17 12 28,(1 25 G111 24,5 24 G 24,5 9 G 23,5 7 Gin 2 3 29 23,87
Julho... 1 12 28 G 1 29 31 12 29 5 2 t 28,(1 18 G111 24 G 6 24 12 Gm 22 IS Gm 20,4 28,5 22,6
.Agosto 27 12 29 10 1 29,5 9 12 29,8 22 1 1 28,8 1 Gin 24 10 G 24,5 8 G in 21,2 21 Gm 22,0 29,2 23,03
Scteinhro . 8 12 29 15 1 2í' IG 12 31 iO 12 29 3 Gm 24 8 G 25,5 17 Gm 22 >5 Gm 22,8 29,5 23,8
üiUiihro. .. 15 12 30,5 20 1 30 20 1 29,2 ;5 2 29,2 19 Gni 24,5 29 0 2(1,5 22 (i 111 24.5 3 () m 24 29,75 24,88
.Novoinhro. 10 12 30,(1 10 1 30 17 12 29,(1 24 12 29,(1 15 6 m; 25,4 i5 0 25,5 9 G líi 25 22 Gm 24,G 29,95 25
Dpzoinliro. 4 12 29,(i 17 1 .30 12 12 29,(1 10 21 30 13 Gnil25,2 27 G 25,5 12 Gin 25.2 9 Gm 24||29,8 25
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91 t:‘i;0 90 0‘08 0‘08 St: os os Oí 80 80 oqutil-

0'9f r-‘t:t: 00 o‘oo e‘t:o 9S 9S iS Oí lí Oí orenj
u il s‘oo 00 s‘t:o 1/0 9S 9S 8S Sí lí 01; ••'• •• ii.iqv
o
81 ÍO 0‘Í0 i;0 o‘0t: 9S 9S 85 t:ç Sí lí ODJBH
§ 0‘0l 00 s‘fit: S‘Í0 00 iS iS íi; Sí Sí •• ■oJia.jaAaj
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'[OS OD. "judj 'KUJJiX—OOSP ouuy
«'8 YTIjIÍIViL
TABELLA 9.a
Temperai>ira malta aannal nos qaiilro annoa observados—1Sr>1, iS58, ■I859ei860 ~nu cidade da
Fortaleza no Ihcrmomelro .cenli(/rado, ^
HES('jrO DAS TABELI.AS PRECEDENTES.

18S1 Toriiiosex-
A' sombra. 1838 1839 1800 Ircinus e
o
o niüdios.
H M.Anhri ás 7 horas
p Maior calor Moio dia ii 1 hora 28,5 28,5 28 27,5 28,1
Tardo ás (i horas 30,5 30,5 30,5 30 ,2 3 0,4
cn
Isi
o (Manliã ás 7 horas
1)0 niióo dia as 3 lioras, ao sol
Moio dia á 1 hora
28

24
28

24
28
' 44
23
28
44,5
2 1,4
28
44,2
23 ,1
Tardo ás 0 horas 26 23 25 24 25
w
Do moio dia ás 3 lioras, ao sol 23 24,3 23 24 24,7
Manhã ás 7 horas 26 26
Calor medio Moio dia á 1 hora 26,2 26,8 25,8 24,43 26
,Tardo ás (i horas 28,6 28 ,2 28 27,1 28,15
Do meio dia ás .3 horas, ao sol 26 ,7 26,3 26,3 26 26,43
56 34,8 3 5,4
Temperatura media do anm.
A’sombra
Ao sol. .. 27,2 26,8 26,4 26,4 26.2
oo 33,:t 34.6 34,0
TAljlíLLA 10.»

Resumo das imximas e minimas nas horas de maior variação do thermomelro, a sombra, em 3
annos e meio.

T)
MÁXIMO. mínimo. medio; O

ANNOS. o
O
Th.dam. li horas. Gh.dat. 7h.dam. li horas. 6h. da t. 71k dam. 12 horas. 6 h. da t. '
•B
a
o

18SI—6 mezes 28,6 30,6 28 Ti 26 26,6 28,26 27 w

1868. 28,6 30,3 28 24 26 24,6 26,3 27,83 26,23 26,8


1869. 28 30,3 28 23 23 26 23,3 27,73 26,3 26,4
1860. 27,6 30,2 21,4 24 24 24,46 27,1 26 26,4

Medio annual dos 4 annos 28,16 30,42 28 23,1 26 24,6 26,7 27,7 26,3 26,6
Oi
o
70 ENSAIO estatístico-.

TABELLA
Termo Diedio da kmperatura de quatro annos, tomado,
á sombra quasi ao nivel do, mar, na cidacte da For
taleza.

1851 27 N
1858 26,8 / Medio de 4 annos.
1859 26,4 26,6
1860 !
26,4/■
Ao sol..
1859 35,31 Medio de 2 annos.
1860 34.6 34,9.
Vê-se, pois, que as variações annuaes da temperatura não
excedem de 6 décimas de um gráu. *'

I Em Paris a tcmporalura media dc 10 .mnos do t806 a dSIfi foz a di/Tcrcnra de


-*,0, cm Londres a variaráo da temjjeralura media no pcrioiio do muilos annos’|.|e-
va-se a 2-7; cm quanto que nas Anlillias em U annos nao excedeu do um oráu e
íi décimos. ®

ARTIGO 2.»

YARIAÇÕES LOCAES..

1.

As temperaturas variam regularmente em sua intensidade,


segundo as posições geographicas, altura do solo, sua confi
guração, naturesa, estado superficial, direcção dos ventos,
presença das aguas fluviaes, situação de marés visiiihas. Algu
ma destas causas, actuando no clima desta extensa província,,
deve fazer variar em muitas partes o gráu de sua temperatura,
posto que a media pareça a mesma, segundo observa mr. Mo-
reau de Joniiès, para todos os logares situados entre os tro-
picos, qualquer que seja sua distancia do equador. ‘

fto
0», em Madraste a 13° em Martinica a® 14»,
idêntica em Cumana
na Senegambia env
a 15°
em Guadalupe a 16° e na Jamaica, a. 18° (M nfjS.) ^
DA província do CEARA. 71

2.

0 clima varia sahimlo da primeira zona do liloral para o


serlão, assim como deste para as serras. As serras haixas,
qne se acham a descoberto, estão, sob o ponto de vista raete-
reologico, nas mesmas condições que o sertão.

3.

E'um facto averiguado que no sertão, á maior distancia da


costa, 0 frio e o calor são muito mais fortes do que no litoral,
sob a influencia da temperatura pelagica quasi sempre uni
forme.
i.

No serlão o calor vai a 37», á sombra, como no Icó, onde


0 medio das niaximas, segundo observações feitas no mez de
janeiro de IStiO, é de 35®,25 de uma hora ás 6 dá tardo; e o
medio das minimas de 26®,66 ás 6 horas da manhã, sendo o
medio das medias diarias 30®,83.

Em Quixeramobim, que occupa o centro do serlão, o medio


dasmaximas éde 33®,58, das 3 ás 5 horas da tarde, quando
tem logar; eo das minimas, sempre ás 6 horas da manhã, é de
24®,86. e a media geral diaria 29°,27, mais baixo que o Icó,
certamente por causa da maior elevação do terreno.

6.

No Grato a media das maximas é de 32®,36 das 3 li2 ás p


horas da tarde; e a das minimas, ás 6 da manhã, 23®,51, c a
media diaria 27®,95.
72 EKSA.IO estatístico

7.

Gomo s&vê, a maxima differença lem logar das 2 até ás 5


horas da tarde. O ar é extremamente secco, e por isso o calor
não étão sensível ainda quando o lhermometro marca
porque a transpiração queelle produz éimmediatamonle eva
porada.
8.

Dos seguintes raappas de observações feitas no sertão se vê


que 0 calor varia conforme a distancia do litoral. O mesmo oh-
íierva-se nas outras linhas, que vão dos difCerentes pontos dos
limites da província na Serra Grande. O calor cresce até as ex
tremas do sertão, e d’ahivae declinando até as serras frontei
ras. Ao N.0. da província, cm Sobral (sertão do Acaracü),
e ao S. 0., no termo dolcó (ribeira do Jaguaribe e Salgado), é
ondea temperatura mais.se eleva. Ha pois uma zona de máximo
calor, oscilando pelo se.''tão intermediário, e seguindo a direc
ção geral de N.0. a S. 0.
9.

Quando se fizerem observações regulares, poder-se-lia for


mar um systema de curvas que mostrarão perfeitaraente a li
nha liisolerma, ou a marcha do calor na província.

10.

0 decrescimento da temperatura, apartir da região quente


para as serras limitrophes, varia conforme o logar é mais ou
menos elevado, mais ou menos coberto de mattas. No Acarape,
porexemplo,o calor vae até 31°, entretanto que na Serra-Gran-
de não chega a 24®.
11..
Na Serra-Grande (Ybiapaba) é onde o thermometro desce
DA província do CEARÁ, 73

mais, e somente os picos de Maranguape, Aratanha e Baturité


podem rivalisar com ella.

12.

A lei, que o calor segue, explica-se pelas variadas circums-


lancias, que se dão nas diversas localidades. O terreno do
sertão fica todo a descoberto durante o verão, e é geralmente
composto em sua parte superficial de rochas chrystalinas,
quer em grandes massas formando serrotes seccos, quer em
pequenos fragmentos. Esses terrenos, recebendo directa-
iiiente os raios do sol, adquirem uma temperatura elevadissi-
nia e tanto que no leito de alguns rios seccos entre as pedras
0 tliermometroseelevaaté61”. Oar expirado do litoral para
o interior vae aquecendo pouco epouco, participando do ca
lor dos logares por onde passa, sendo consequentemente sua
temperatura nos limites do sertão muito mais elevada do que
no litoral. Gomo a temperatura das serras limitrophes é
muito mais baixa que a do sertão visinho, o ar desce das ser
ras, obedecendo ao foco do aquecimento, e na região quente
cncontra-se com o que vem da costa: ahi, as duas correntes
clevam-se em consequência de grande calor, e o ar vae cami
nhando rarefeito era sentido contrario, e superior ao que des
ce das serras mais frio e mais denso.
Nas serras parte delle se condènsa, perdendo o excesso de
calorico que trasia, e o que sobe mais alto salva por sobre a
cordilheira, e perde-se nas chapadas do Piauhy. Os redemoi
nhos tão frequentes no sertão pela secca são consequência
immediata da aspiração do ar pelo grande calor.

13.

Nas serras elevadas como Ybiapaba, Araripe, Baturité, Ara-


10
11 EJÍSAIO estatístico

tanha e Maranguapo apenas se tem feito observações passa


geiras uma ou outra vez; mas sabe-se que o tliermometro
desce no ftiinimo até 15», na Scrra-Grande, e com pouca dilTe-
rença nas outras, ondeofrionosmezes dejunho e julho lorna-
se incommodo até aos europeus.
TABIÍLLA 1-2.

Observações aielereologicas feilas na cidade do Jcó.


Janeiro—iSfiO.

DIFFEnENÇA. THERMOMETnO HU.MIDO.


THERMOMETHO UENTKlllADO.
3
DUS. H.
H. Miniitias.
Maximas. j H. j Mininias. H. Maximas. H. Minimas. II. Máximas.

53
O
'4 12.5 '4 22,S ‘4.
7 35.0 ‘4 I
m
22.6 "6 20.6 3
8 34.0 ”3 27.8 57 13.4 ”3 6.7 5% '6
2
o
13.3 '3 7.0 "6 23,0 ”2 20.9
9 35.2 ”1 27.8 6 >■
'3 5.0 '6 23.2 tn
10 20.7 "6
13 35.0 '3 25.7 ”6 13.0 w
11.4 "1 5.2 '6 23.6
t
1 21.8 '6 o
14 35.0 1 27.0 "6 '■g
12.3 '5 5.0 "6 23.4 22.0 "6 o
15 34.5 27.0 '6 PI

13.6 ■3 4.3 ”37. 22.4 12 20.3, ”37.


16 35.2 '3 24.6 37. 23.7 '7 21.3 >2 73
35.7 "2 27.0 ”6 14.4 "2 4.0 ”6 s»-.
17
19 37.3 '3 14.4 '3
”6 23.6 12 21,6 "'6
35.6 3 26.6 '6 13.2 "3 4.6
20 21.15 ”11
13.15 "3 5.225 ”6 23.444 •7.
Medias. 35.25 27. 26.688 ”6

Temperaturas extraordinárias | 1619 as« 53 7.h.h. 01.24“,6'


t. 37“,3
Temperatura d'agua dos poços 29“,3.
-J

* Devo 00 meo amigo o Dr. João Martins daSUva Coilinho, da commissão scientifica exploradora, as notas mcteorologicas do sertão,
76 ENSAIO estatístico

Medias borarias.

H. Therm.

6 26.737
7 28.150
8 29.333
9 30.517
10 31.857
11 32.717
12 33.388
1 34.733
2 35.112
3 35.343
4 34.587
5 34.500
6 33.613
Media entre a max. e a mini-
ma 31.040
» de todas as horas 32.506

OBSERVAÇÕES.
Ceu quasi sempre meio nublado em eumulus. algumas veaes limpo; venlos de E.
M no dia 20
CO Sn as
•; tresTa
h. da“
tarde e trovoada para N. E <=hovis-
A calma, que é as veaes interrompida pelos redomoinhos. verdadeiras trombas que
evam pelos ares ostectos das choupanas, continua durante a noite até as 7 ou 8 h
mais ou menos, quando ciiega o vento aracaty, assim chamado porque sopra do lado
da Cidade, quasi sempre forte e accompanliado d’uma espessa nu em do pf 0ara
61da t f ''
3i.- e., que é a media das fl h. m. á.
«“poeirado é p.ara elies um verdadeiro maná.
co^i^jTfíf T «'P'«oi“o'>‘o das margens do rio Jeguaribe todas des-
iwf d província;
interior da ^ segue a direcção geral de N. E. que é>*03 sertõesdopedregosos
a mesma rio. do
dotnT"
Sangue. “Bstes nos seccam,
«'=''““‘1“ o« oonfluentes
passado o inverno umdeouJaguaribe,
dois meses,Banabuid
e assim eseriacho
con
servam durante 0 verão. A grande extensão de rochas graniticas, que pelo inverno
hêgafo r®."?’
chegando a 60. c. o calor das pedras pelas 6 h.» da
«‘•“«otaonto
t. O ar ééportanto
extraordinário,
aspira
do dcpreferenca na direcção delles até onde alguma serra interrompa-lhe o caminho
Em geral, no sertão, onde as linhas de maior aquecimento não tem influencia adi-
recçao dos ventos da tarde é de E. mm-ncia, ani

a ÜT to ARACATY nao e sensível, reinando


p tir do Icó, «“““P^hfndo o Jaguaribe,
então as correntes a direitadc
ascendentes
manha e as descendentes a tarde, como acontece em logares taes.
TABELLA 13.

Observações melereologieas feitas na cidade de Quixeramohim.


Dezeiubro de 1959 a Jaueiro de 1960.

THEUMOMETRO CEiNTIGU.VDO. DI1'FERKNÇA. THEllMOMETUO HÚMIDO. O


>
DIAS.
II. min. H. niax. H. min. H. max. H. min. H. ífl
max.
O
<

21 33.S •3 12.8 t
% 24.1 '1 o

22 34.4 ’4 25.3 ■"6 13.4 '4 4.0 “6 . 22.0 ”9 21.0 •4 >■

23 34.4 4'A 23.0 ::4'/, 13.6 4'/. 2.2 •4 02 22.8 "4 i |2 20.8 "4 02 o
o
23 34.6 5 25.0 5‘A 13.6 3 3.6 "5 02 22.2 '2 21.0 "5
33.0 "3 24.9 10.3 '2 4.2 "4 02 24.2 "4 20.5 '4 02 o
26 4 'A pj
>
27 34.0 ”3 'A 24.3 "5<A 12.4 "3 3.3 23.6 1 20.9 “10 SJ

39.0 "4 23.8 6 11.9 '4 1.8 "6 23.2 1 21.6 '10
29 23.0 '6 3.3 ”6 21.0 ’9
30 33.6 •4 23.1 '6 11.3 •3 2.8 "6 22.8 “8 21.6 10
31 32 4 ’2 23 0 '6 10.6 '3 3.3 '6 22.6 ‘4 21.4 11
Janeiro 1 33.0 '4 25.0 "6 12.2 "4 3.4 ”6 21.9 ■9 20.8 '4
Media geral. 33.58 '3.7 24.86 '3.6 12.23 ”4 3.19 '•5.6 22.94 ”11 21.08 13
Media das medias. 29 22 7.72 2176

Tcinpcr.iluiMs exlraordin.irias j 28 ás (> h. m.^23-.8


25 . 5 1i. t. —.3V.fi
I Temperalnra d'apua dospocos—28®.5.
-4
78 ENSAIO estatístico.

medias liorarias.

H. Tl,. c.

6 24.823
7 23.420
8 26.723
9 27.373
10 28.983
11 29.940
12 31.189
1 32.030
2 33.042
3 33.312
4 33.600
3 33.371
6 32.327
Media tirada das max. e mi-
niiiias 29.212
de todas as horas 29.812

- observações.

Ceu quasi sempre nublado em cumulus, vcnios de E. SE..


ESE. e S. SE. sempre frescos e fortes das 4 da tarde em di
ante; trovoada no dia 22 ás 6 h. da tarde para X. E., cliii-
visco as 6. h. da manhã a 28: a 3i de dezembro ameaçou
chuva as 6 h. da manhã.
TABELLA 14.

Observações melereologieas feitas na cidade do Crulo.


Janeiro a Fevereiro de f9«0.

O
THERMO METRO CENT. DU'1'EREKÇA. THEUMUMKTllU lUlMÍDÜ.

DIAS.
H. min. II. max. H. iilin. 11. p
max. lU mm. H. max.
<
55
o
I M 24,0 l
5 '4
2b 33.400 0 mg >
mg 13.8 ‘4 2.3 mg 22.6 1 20.2
26 33.000 ■4 23.7
■6 11.2 "4 2.5 ”6 23.4 '2 19.8 "6 §
27 33.500 ■4 22.3
'3 02 '6 10.0 2.2 ''6 25.0 '4 21.0 "6
28 33.000 23.0 i> o

"0 7.6 "3 3.8 "7 23.6 % 21.2 '6


29 30.800 '3 02 25.4
'6 7.8 ”4 4.2 ”6 23.1 12 20.6 '6
30 30.800 '■4 24.6
9.2 ”4 2.4 ”6 21.8 ‘4 19.8 '■6
31 31.2(M) ”4 22 2 '6
"6 20.4 ”6
Fevereiro 1 :!2.38() '4 23.4
23.514 '6 9.933 ”4 2.900 ■6 23.357 '3 01 20.429 ili
11
McJia. 32.380 ”4
27 95 6.416 21.893.
Media geral.

34"-0—dia 26 as 4 h. da t.
Temperaturas cxlraordinarias.
23'’-3- « 31 lí 6 h. da m . 1 Agua do rio Graugeiro—23.“,3. O
80 ENSAIO estatístico

Medias liorarins.

H. Thcrm. c.

6 23.78
7 '25.60
8 27.40
9 28.10
10 28.60
11 29.85
12 30.78
1 31.60
2 32.33
3 32.25
4 32.18
5 31.65
6 28.78

Media entre as maximas e


. minimas 20.05
Media entre todas as horas. 29.427

Observações.

Ceu qiiasi sempre nublado era curaulus c encoberto, ven-


tos fracos de SE. e calma, relâmpagos durante a noite de 28-
de fevereiro, evento sul forte,a29ameaçou chuva, e chovis-
cou a 30 de madrugada.
TABELLA 15.

B& 2 a i5 de fevereiro de Í8G0.


Ciclátle do Crnlo.

TIIEMIOMETRO IIUMIDO. a
thermometuo centígrado. DIEFERENÇA. >

DIAS. 50
Mínimas. 11. Maximas. II. Minimas. II. \Iaximas. H. Mínimas. H. P
Maxiinns. H.

9
22,4 6
Dl 20,4 m
6 Q
>
3 27,0 •1 21,9 .6 3.0 12 1.1 6 24,3 ‘1 20,6 .6
o
4 28,0 c 22,4 .6 .^,8 t2 1,0 16 22,4 .1 21,4 .6 o

30,0 2o,0 .6 7,0 «2 1.3 .6 23,8 .6 22,8 .8 o


10 PI
,26,2 d4 22,5 d 7 3,5 d 1
I
1,0 «7 2.3,5 .4 20,7 <8 >
11 w
27,2 12 23,3 6 3,8 Dl
12 1,3 d6 24,0 d6 22,0 d6
12
23,6 d 7 3,6 t2 1,0 d7 24,4 .3 22,6 d 7
14 28,0 ‘2
27,733 .2 23,014 .C‘A 4,45 1 -Vd 1,2 dO 23,733 d 3 Va 21,5 «6’A
Media.
25,373. 2,825. 22.616.

'30’,0—dia 10 ás 2 li. da t.
Temperaturas cxtraordiiiarias.
21'’,9— « 3 ás 6 li. dam.
00
82 ■■ ENSAIO estatístico.

Medias borarias.

H. Thcrm.cent.

6 23,10
7 28,80
8 24,51
9 24,96
10 25,47
11 26,02
12 26,98
1 27,23
2 27,70
3 27,75
4 26,78
5 26,90
6 26,80
Media entre as maximas e
minimas 25,42
Media entre todas as horas. 26.00

Observações.

No dia 2 ás 2 Vs da madrugada começou o inverno, ca-


hindo grande tempestade de chuva, trovões e vento S.O. Ceu
encoberto, calma, chuva quasi sempre á noite, e durante al
guns dias acompanhada de trovoada.
TARELLA Ifi.

T)e. 21 a 28 de marro de ISCA).

Cidade do Crato.

o
>■

THEUMOMETUÜ CENTÍGRADO. DIFFERENÇA. THERMOMETRO HlIMIDO.


DIAS. p
Maxim<is. II. Mhiínias. H. jMaxinias. H. Mínimas. H. Mnximas. H. Mínimas. II. ■ §
O
>
21 27,6 >4 23,6 ID
7 3,6 23,8 l
6
22
23
2 8,6
2 9,4
a

j4 22,4
4 ,3 :v'- 23,8 .3
D
o
5,7 a4 1,7 m
6 23,6 .2 20,7 IQ
6 P
24 28,2 <■5 5,2 «5 23,9 m
11
25 2 7,6 4 3,2 «3 24,6 ‘4
28 2 8,1 3 22,0 8
Medi.'i. 28 ,25 .4 22,667 «7 4,40 «3V4 1,7 4 6 23,96 3V. 20,7 aC
Media geral. 23,458 3 ,05. 22,33

Temperaturas extraordinárias. 29“,4—dia 23 ás 4 h. da t.


í
22“,0— « 29 ás 8 li. da m.

03-
84 ENSAIO estatístico.

JHedias liornrias.

H. Th. c.

6 22,600
7 23,000
8 27,73
9 24,80
10 2S,43
11 26,08
12 26,91
1 27,50
2 27,60
3 27,96
4 28,23
5 27,33
6 26,60
Media entre as max. e míni
mas 23,42
Media entre todas as horas. 23,92

Observações.

Ceu quasi sempre nublado em cumulus, e encoberto, ven^


to fraco de S. E. e calma, chovisco de manhã a 13, 18, 24 e
25, chuva forte e trovoada das 2 ás 6 da manhã era 26, 27, 28
e30.
DA província do géara. $5

ARTIGO 5.»

INFLUENCIA DA ELEVAÇÃO DO SOLO.

1.

Sabo-se que a elevação do sòlo produz um abatimento gra


dual de temperatura atbmospherica, e que o clima varia se
gundo a elevação do logar acima do occeano. Mas esse abati
mento não éexactamenteproporcional aos diversos gráus de
elevação dos terrenos; elle experimenta varias modificações
jior outros accidentes, e entre nós ainda ninguém mediu, ao
monos exaclamente, as nossas serras, e nem comparou a va
riação do thermometro ao nivel do mar com as diversas ele
vações; por isso não se pode saber qual a espessura da camada
aüimosplicrica em que se dá um resfriamento susceptivel de
abater um gráu de mercúrio no thermometro centigrado.

2.

Segundo as observações colhidas nas Antilhas pelo sabio


naturalista francez, que tenho citado, o abatimento de um
gráu centesimal corresponde a uma columna d’arde 160 me
lros para as montanhas de 400a.1200 metros, e de 171 me
tros para aquellas que excedera de 1200 melros.

3.

.\dmeltida esta regra para as elevações desta provincia, e


suppondo que a Ybiapaba attinge 500 loesas, ou quasi 750
metros, na sua parte mais elevada deverá o thermometro com
parado á temperatura media do litoral (ao nivel do mar) de
27° descer 8 gráus e marcar 19 ou 18“j do que não tenho ccr-
86 ENSAIO estatístico

tesa por falta de observações mas que provavelmente se


dá attento o frio que alli se sente.

4..

A serra de Baturité, cuja altura no seu pico mais elevado


é inferiorá de Ybiapaba no plató do Araripe, e, na parte cha
mada serra dos Cocos, atling-e, segundo obsen^açoes feitas
pelo dr. Gapanema, á mais de 333 toesas, ou á 640 melros,
e por conseguinte deveria abater 5» e meio centesimacs e
marcar de 21“ a 22“.

5.

As observações feitas pelo dr. Coitinho dão amaxima de 19“


a 25“ e a minima de 15“, o que corresponde ao calculo pre
sumido, segundo a elevação.

CAPITULO II.

Da humidaile.

i.

^ão se conhece, como em todos os paizes fntertropicaes,


senão duas estações—a chuvosa, que se chama ínaerno, e que
começa nos annos regulares em janeiro e dura até junho,
porem mais commummente em fevereiro ou março, depois dá
passagem do sol pelo zenith para o norte, e ás vezes depois
do equinoxio, ea secea ou es/io sempre mais duradoura que a
primeira.

^^«'^servações passageiras que se tem feito dão o mini-


mo de IS» a 17» e o maximo de 24» a 36», medio 19» a 21».
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ. 87

2.

Duranie o inverno todas as an'ores reverdecem, os campos


cobrera-se de verdura e flores; no verão as hervas sec-
cam e redusem-sea pó, as folhas das arvores cahem, eosmat-

los olTerecem 0 triste espectáculo da desolação, salvo nas ser


ras frescas, e nas praias.

3.

Podemos chamar primavera o tempo que corre de maio a


junho, nos annosregulares, porque équando oceuse mostra
mais sereno, o armais frio, puro, e fresco, a terra humide-
cida ou fresca acha-se ainda coberta de verdura; os mattos
adornados de flores que embalsamam a athmosphera; os ga
dos e toda casta de animaes, nedios e lusidos, emíim a na-
turesa apresenta-se por toda a parte animada e risonha. E
([uando se sente mais frio no sertão, quando se fazem as fer
ras das crias dos gados, e se colhem os legumes.

ÀRTIGO 1.

ESTADO HYGROMETRICO DA ATHMOSPHERA NA CIDADE DA


FORTALESA.

1.

A humidade athmospherica, que occupa o primeiro logar


entre os agentes que influem sobre o clima, é, dos phenome-
nosmetereologicos, o menos observado entre nós.

2.

Das poucas obsenações que tenho feito nesta cidade, e de


89 ENSAIO estatístico

algumas que mc foram communicadas de vários pontos do


interior, deduso os seguintes factos sobre as variações tempo
radas da humidade. ‘

§ 1.»

Xanaçpis UmiuoTanas àa aW\mosi[AvtTua.

1.

VARIAÇÕES DIARI/S.

1.

Quando o estado hygrometrico da athmosphera não sofTre


alguma perturbação, que o altere repentinamente, a maior
seceura acontece do meio dia ás duas horas. Para as 3 ou i
horas a agulha do hygrometro torna-se retrograda, á princi
pio de uma maneira quasi insensivcl, depois com rapidez
crescente, que marca o augmento de humidade do ar: das 5
ás G e as vezes até ás 7 horas da manhã ella chega ao máxi
mo deste crescimento; dessa hora em diante volta para o ter
mo,da seceura..

2.

A differença psychrometrica entre os thermomelros seceo


e húmido é maxima das 10 horas até'as 2 da tarde,sendo então

‘ Ha dous annos que tenho feito observações pelo hygro


metro de Saussure e pelo psychrometro de August. EstoVins-
trumentos se acham collocados, bem como o barometro e ther-
mometros, 15 metros acima do nivel do mar,e seus penedos um
ou dous acima do sólo, n’um gabinete arejado, forrado, e ao
rez do chão.
DA PROVINXIA DO CEARÁ 89

de i a 6 gráiis;ãs 6 horas da manhã regularmente a dilTeren-


ya éde “2® a 3°; e ás vezes ás 1 horas ainda o abaixamenlo á
maior. Es(e phenomeno observa-se em todos os logares, qua
leiii arvui•cdos na visinhança, ou outra qualquer vegetação,
poniiie depois do sol fóra é que começa a evaporação do orva-
llioi|uecahiu á noite, e por isso o ar satura-se de maior quan
tidade de humidade.

3.

Nas proximidades das serras d’Aratanha, Maranguape,Ba-


Inrilé e outras nota-se o mesmo phenomeno, e assim tamhem
no .se rtão, emquanto os campos estão verdes.

4..

A agulha do hygroraetro leva 6 a 8 horas para percorrer os


gráus que vão da humidade extrema ao termo de maior sec-
cura, e gasta 16 horas para volver ao ponto de partida.
Isto prova que o crescimento da humidade do ar é metade
menos rápido que a força do calor e ventos na acção de dis
solver e diminuir os vapores aquosos da athmosphera.

5..

N'a estação invernosa, e principalmente depois das grandes


chuvas, quando a terra está coberta d’agua, e é dardejada pelo
sol ardente, que faz levantar forte evaporação, o hygrometro
marca os gráus proximos á maxima humidade, eatéo radi-
i c.l, a qualquer hora durante grandes chuvas,e ainda depois
destas.

6.

Ao nascer do sol a humidade varia de 74® a 98° até o radical


conforme o tempo: do meio dia até 2 horas e meia entre 55°

90 ENSAIO estatístico

e 92"; :is6 horas da tarde entre 65" e 96", quando não se


dão causas perturbadoras; portanto a niaxima variação diaria
éde 27" a-45"

7.

0 termo medio da humidade observada nas horas de maior


variação é o seguinte:
De manhã ás 7 horas 79",7
De meio dia á 1 hora 73",5
Ás 6 lioras da tarde. 76",3
0 ijue dá ))ara a humidade, media de cada dia, das 7 lioras
da maniiã ás 6 da tarde, 75",8. ‘

§ 2."

V aviações TOMisaes.

A menor humidade do ar nesta cidade durante dois annos


de observações ('1859el860) teve logar nosmczesdcagoslo
setembro, outnliro, novembro, desembro e janeiro.
A maior humidade reina de fevereiro a junho.

2.

A maior variedade da agulha hygrometricaé, nos mezes de


secea, de 10 a 29 gráus e, nos mese.s de chuva, de 7" a 22"
durante o dia.

* Estas observações de 11 mezes pelo hygrometro de Saus-


fd''re«iffcado'^^*^^**^ exactidão, porque o instrumento não
porem está verificado pelo psychrometro, que é
quanto as horas de maior ou menor humidade ordinariamente.
DA PROVÍNCIA DO CEARA. 91

§ 3.0

\avvagõw aivftuivts-.

No anno de 1859 a inaxima humidade observada nas horas


do maior variação durante o dia (as 7,9,12,3 e G)foi de 97»,.5
polo hygrometro, e a menor foi de 55»; por conseguinte a
maior variação foi de 42°,5; termo medio annual 1G'‘,5.
No anno de 1860 a menor foi de 50° e a maior de 100° e
por conseguinte a maxima variação de 50»; porem o termo
medio annual de 23°,5.

2.»

"V ttvu\.(;õts \otai& iaVvvmvíiaÍLt aMvnvosçVtnciv.

1.

PELAGIGA OU DO OCCEANO.

Não se tem feito observações, que me conste, de todos os


phenomenos, que concorrem para a humidade do ar e para
sua variedade, taes como da evaporação das aguas.do mar,
das chuvas, dos pantanos,da transpiração das florestas, das al
terações que resultam da maior ou menor elevação dos logares
e da direcção dos ventos. Entretanto se é possivel argumen-
\ar-se por inducçâo a este respeito, poder-se-ha determinar
approximadamente a quantidade de evaporação pelagiea.

2.

Porquanto é sabido por experiencias repetidas que para


uma temperatura media de 18 gráus centesimaes, em França,
e2 ENSAIO estatístico

a agua que contem uma quantidade de sal marinho igual a


dosmares tropicaes perde em duas horas de polegada quan
do exposta a um gráu de calor igual ao do estio; por conse
guinte 0 mar perde era 12 horas i de polegada, o que faz ele-
vai• sna evaporatjão, cada dia por uin gráu quadrado, a 33 mi
lhões de toneis d’agua: ora, sendo a temperatura da costa
(lesta província de 20» a 27° á sombra, e de 35° ao sol, é
evidente que a evaporação, cuja força cresce na rasão da ele
vação da temperalura, e cuja relação de evaporação é de 17°
para 28° neste caso, deve tirar mais de 54 milhões de toneis;
porque 28" está para 17", cemo 54 para 33 milhões de toneis
por dia no espaço de um gráu quadrado.

3.

Sendo a temperatura media á sombra e ao sol nesta cidade


igual ou quasi igual á da Martinica (27° á sombra e35° ao
sol) a evaporação pelagica do occeano nesta cidade deve ser
igual a do mar Carahyba.

4.

Calculando, diz mr. M. de Jonnés, de 5 a 8 mill. por dia a


evaporação pelagica á sombra, eleva-se por anno a 3102, e
como a presença dosol sobre o horisonle triplica a evaporação,
nas 12 horas do dia chegará a 0306; e como a evaporação á
noite regula um 6.° da que se faz ao sol, resulta que a evapo
ração total do anno póde ser elevada a 10,857 mill. do occea-
no Atlântico nesta latitude; o que eleva a mais de 33 pés de
expessura a camada d’agua extrahida annualmente pela evapo
ração diurna e nocturna do
occeano equatorial. É por tanto
essa grande massa de vapor aquoso exhaurida do occea-
no, que, levada pelos ventos, se condensa sobre a superfície
da provincia, ou é condusida alem de suas raias.
da provinxia do ceãha. í)3

§ 3.»

T\uvVa\ e

i.

Raciocinando taml)ein por inducção da evaporarão (Invial c


pluvial nas Anlillias, onde clicga, termo medio aiinnal, a IdO
ou lÜO polegadas, pode-se calcular em igual quanlidade ai|ni.
salva a diirerenç.a das aguas pluviaes, pantanosas e íluviaes,
üiulesão em menor quantidade que naMarlinica.

2.

Os outros elementos da humidade athmosphorica c de suas


variações, como a transpiração das maltas,liervas, e influen
cia de certos ventos, não se podem de maneira alguma ainda
entre nós avaliar.

3.

Èporem certo que no sertão*o calorico sendo mais forte,


por diversas causas, absorve a humidade do ar, de sorte que
a atlnnosphera é sempre muito mais secea: mesmo no tempo
do inverno, quando não chove, o ceu apparece limpissimo e
muito asul, as noites muito claras, as serras avislam-se hem
desenhadas ao longe no horisonte, o que indica a pureza da
atlnnosphera.

4.

A differença psychrometrica é extraordinária no sertão. A


seceura do ar segue marcha idêntica á do calor, cresce á me
dida ([ue se caminha para 0 interior. Até 4léguas da costa a
humidade varia pouco, e a vegetação, posto que soffra pelo ve-
Oí ENSAIO estatístico

rnojconiliulo resiste, o que nõo acontece no sertão que as er-


vorcsíicam sem folhas, e o terreno completamente despido.
EmAcarape a differença psyclirometrica é de U“,om Quixe-
ramobim de 7»,72, e no Icó de 9»,18. Xo Crato a differeiifa
media e do ü<>,4i6. Em geral a maxima difierentia tem logar
das 2 ás 4 horas da tarde. É por causa de ser o ar extraordi
nariamente seceo que o calor não é tão sensivel, marcando
mesmo u Ihermometro SA."
A transpiração que produz o calor ó immedialamenle evapo-
rada, sendo o ar tão seceo
: como é, e essa evaporação rouba
parte do calor animal.

5.

A serra de .Maranguape é mais húmida que a^de Aratanha


e esta mais que a de Baturité. Em Maranguape a humidade é
lao abundante que as arvores fo mangue de terra) estão cons-
tantemGnte gotejando.
As serras baixas, que se acham hoje descobertas, estão nas •
mesmas circumstancias, que o sertão debaixo do ponto de
vista mcteorologico.
TABELLA 1.^
Do pslado hi/iirooiidrini (ht íilkmo!i\ihcra na ciãailo da Fuiiulmi ulmcrcado nn hjiaiomidm da SaiiHitura aulincado n’um
ji (diiii(‘líi ao raz do chão, lin-ado da ai', ao tdiidíjo do sol e da cliaca, l í a lii melros acima do nicel do mar, nos me-
zas saijuintes, ás 7 horas da manhã, DJ, c (i da tarde.
AD11108 de 195^ c

JIAXIMA HUMIDADE. mínima humidade. HUMIDADE MEDIA. Termo


c O
c
MEZES. medio
Manlià Aluiu dia Tarde Manha Muiu dia Tarde Manhã Meio dia Tarde .2
7h. 42 h. Ch. 71i. mensal.
•g
12 h. Gh. 7h. 42 h. Gh. O

55
1858—Dezembro.. 84,5 73 82,8 62 60 65 73,2 66,5 73,9 72,2 o

1859—Janeiro 84 68 84 64 62 70 74 65 77 73
a
« —Pevoreiro .. 87 80 91 72 69,5 72 80,5 74,7 81,5 78,2 o
« —Mareo 96 90 90,4 70 69,2 74 83 80 82,2 82,6 n

« -Abril 97,5 92 96,4 75 74 75 86,2 83 85,7 85,2


w
« —Maio 90 84 92,6 78 71 76 84 77,5 84,3 81,3
I —Jiinlio 98 80 80 75 73 75 81,5 76,5 77,5 80,5
« —Julho
« —Agosto 75,8
I —Setembro .. 76 67 78 64 55 66 70 61 72 66,5
« —Outubro — 83 71 67 66 57 64 74.5 64 65,5 70
íi —Novembro.. 75 60 74 66 60 60 70,5 64 67 67,5
« —Desembro... 85 77 86 73 64 72 79 70,5 79 75
IIc.-fiill.-Kliis exlmiiris. . . 97,5 92 92,6 62 00 60 89,7 73,5 76,3 75,8 O
VI
96 Exs.uo estatístico.

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oexis?!. "^ "C5 O sal.

Medio annual.
DA PROVI^XIA 00 CEARA. 9T

TABELLÂ 3.=^

Médios mensaes de i860.

Variaçáo niaxinia.

Janeiro. 83,3 '27

Fevereiro. 89 22

Março 89 21

Abril 90,8 2-4

Maio.. 93,6 19

Junho 92,5 19

Julho 89 17

Agosto... 70 30

Setemitro. 70 2i

Outubro 72,6 29

Desembro 77,3 21

Modio annual 82,6 23.3

13
00
«‘üS-tõ C‘K5-l;5|i)-95-5‘55 65 5 55 9‘95 9‘ê5 «■95-5'í5 «5 L C5 5 Íj5 9‘i:5 • • OJ(llllOZOt[
f‘i5-S‘55 !)‘95-6‘í:5 fi‘85-5‘55 í:‘95-S‘55 i5-(:5 65-5‘55 i5 55 5 95 Ç 95 86-6‘55 9‘f35-55 • -ojcimoAO);
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riV vimvj,
'lAiilii-i.A

Pxijcliíij)udi u—lUiiKi ih: ISCO.

tJ
MAXliMA HUMIDADE. mínima humidade. HUMIDADE MEDIA.

SO
Taidü l-ardc Tardo O

Th. 12 h. 61i. Th. 12 h. ■ 6\i. Th. 12 h. (ih.

Janeiro ,4-25 24-28,0 24,4-25,4 22,4-27 23,4-30,2 23,2-27,6 23,0-26 24-28,6 2:1,6-: 27,3:
fevereiro...||24-23 25-26,1 24,G-2(i 2:t-27 25-:i0,2 24,2-27,6 2.3,5-27 25-28,2 24,,3-26,8 24,3-27,:ii §
Marco. 4,5-25 24,6-23,6 2:1,8-25,224-27 24,4-29,4 24,2-27,4 24-26 24,5-28 24-27 24-27
Ahril.. 26 25,2-26,6 25-26 24-26,6 2:1,2-29,6 2.3,4^27,8 24,5-25,3 24,2-28 24,2-26,8 24,2-27 s

Maio 23,6-24 23,8-24,3 24,6-25,6 24-26 2;i,8-29 24,4-27,4 23,8-25 2:1,8-26,8 24,0-26,5 24-26,1
Junho. 2:1,8-24 24-26,4 24-25,5 23,2-25,8 23,6-28,6 24-27 23 23,8-27,5 24-26,3 23,7-26,.3
Julho.. -23,0-24 23,4-24,2 2:5,5-25 24,2-26 24-28,4 2.3.3-23 •23 23.7-26,3 2:1,5-25 2:1,7-23,4
Agosto 2:1-2 24-27.1 24,2-26,2 19-23 22-28 22,6-26,21121-27,3 23-27,3 2:1,4-26.2 22.4-26,7
Setembro... 24,4- 23,4-27,8 2.3,6-26 26 21,6-28,2 22-26.6 22,2-25,2 22,5-28 22,8-26,3 25,8-26,5
Oiitubro 23-24,8 24-26,4 23-25 -26 22,8-29,2 23,2-27,2 22,5-25,4 23,4-27,8 23,1-26,1 23-26.1 ,
Novembro.. 24-26,6 24,6-29 24-27 4-27 22,2-29 23,4-27 2:1,2-26,8 2;i,:i-29,i 23,7-27 2;i.:i-27,:i
Dezembro... 24-26 24,4-27,2 25,2-26,8 24-27 24-30 23,4-27,2 24-26,5 24,2-28 24,3-27 24-27,:i !
S
100 ENSAIO estatístico

ARTIGO 2.0

§ 1»

 isVação cUuDOsa.

1.

No artigo precedente apresentei as observações rpie tonlio


obtido para conbecer-se a quantidade do vapor d’agna, oii
liumidade contida na athmospbera desta cidade; passo agora
a apresentar n’este a quantidade de chuva e suas variações,
medida nos i2 annos anteriores.

2.

As chuvas começam n’esla provincia depois do solsticio de


dezembro, eiicepto algumas trovoadas accidentaes que ap-
pareceni algumas veses depois do equinocio de setembro.
E pois em janeiro que começa a estação chuvosa, que mui
tas veses falha, e só se manifesta verdadeiramente perto do
equinocio de março, depois de ter passado o sol pelo nosso
zenith para o norte. A marcha do sol exerce uma influencia
no apparecimento das chuvas entre nós, como em Iodos os
paises intertropicaes. Mesmo na segunda passagem do sot
para o sul, depois do equinocio de setembro, ou proximo a
essa epocha, appareceni as chuvas da secca.

3.

Quando o anno é invernoso, começam as chuvas em de-


• sembroe duram até junho sem notável interrupção: quando
é menos abundante, começam em janeiro, suspendem em fe
vereiro, e reapparecem em março para findarem em maio:
quando porem é escasso só começam verdadeiramente depois
do equinocio e ás veses não duram tres mczes.
DA PROVIAXIA DO CEARÁ. 101

4.

Mas quamlo, depois do equinocio, não chove, eiilão ha 0


que sü chama secco, triste calamidade, que por vezes tem
assolado esta provincia. ‘ Nos grandes invernos as chuvas
cahem em torrentes diluviaes; os campos se alagam, ernbre-
jam; os rios tomam dimensões fabulosas. *

§2.0

Bvas àe, cVvuva t quauViíluíLe, d'a(j\ia.

Contando como dias de chuvas aquelles,em que cahe mais

‘ As seccas mais notáveis, de que tenho noticia, "nesta pro


víncia, foram as de 1724 a 1727 que se estendeu desde a Bahia
até 0 Coará: desta já pouca tradição existe. A de 1777 a 1778
na (jual, segundo informações dii-igidas á côrte pela Provedo-
ria da Fasenda, o gado flcou redusido na provincia á oitava par
te. A de 1791 a 1793, chamada secca grande, a mais notável
jiclos seus effeitos assoladores. Algumas ribeiras ficaram de
vastadas inteiramente de gado: foi preciso em 1794 refaserem-so
om gado do Piauhy. Diz o corographo Ayresdo Casal que sete
Ircguesias ficaram desertas, sem um só habitante; mas isso não
é exacto. Existem ainda muitos contemporâneos dessa secoa
ijue me informaram do contrario. Alem da calamidade da see-
ca, surgiu uma tal quantidade de morcegos, que não só ataca
vam os animaes, como os homens, segundo uma Memória do
jiadre Joaquim José Pereira do Apodi (que corre impressa na
Revista do Instituto): estes mesmo de dia atacavam a sente
oin casa, e não havia força para repelli-los. Familias in
teiras morriam em casa, outras se encontravam mortas ao loncro
das estradas. Quasi todas as fontes seccaram. A de 1809 íis-
solou os gados no sertão do Acaracú. A de 1817 que segundo
0 governador Sampaio foi tão forte como a de 1792. A de 1824 '
a 182o foi a mais terrivel deste século pela crande mortalidade
do povos. Mas circumstancias estranhas tornaram-n'a mais
calamitosa do que o teria sido simplesmente pela falta de
chuva. A de 1843 maior quanto á falta de chuva foi muito me
nos calamitosa, porque se não deram as tristes occurrencias
da do 1823.
maiores invernos, de que encontrei noticia, foram os de
1/8:. em que os campos tornaram-se pantanos e foi quasi tão
desastroso como a secca, porque morreu muito gado atolado.
Üs de 18Ü0, 1819; 1826, 1829,1832, 1839, 1842.
iCrl ENSAIO estatístico.

de melade de um millimelro nu riitviomelro, Iciiliu n-.uis-


Irado os dias, que tem chovido durante os aimos de 1840 a
iStíl, e medido a agua respectiva, cujo resultado se vè dus
quadros seguintes. *

* Estas oliserv.Tnõrs não lem exactitlão rigorosa até tS.^ií,


aiienas dão uma ideia approxiniada, poripie a principio não fo
ram feitas com hydfometro e sim com iim instrumento imper
feito, cuja medida depois redusi á escala do hydrometro
TABELLA
DOS DIAS E QUANTIDADE DE CHUVA MENSAL DURANTE 10 ANNOS NA CIDADE DA FORTALESA, CAPITAL DO CEARÁ.

DIAS DE GHÜVA NOS 6 MEZES DE INVERNO. DUS DE CHUVA NOS 6 MEZES DE SECCA. QUANTIDADE D’AGUA NO INVERNO POR lUL-
LIMETROS.
QUANTIDADE D'AGUA NA SECCA POR MILLIMETROS.
ANNOS. o ZE s g 'U ■ ê
4-% 1' g
i •c
e
I 3 =2 O f 6
ce
u
I s o S: 2S g
ÍBS
|S
b •«S s> m as o tS s 3 H I as í-ã
mill. mill. mill. mill. mill. mill. mill. mill. mill. mUl. mill. mill. mill. mill. mill.
1849 0 10 16 24 21 18 89 8 4 2 1 6 23 112 0 156 690
210 390 315 1760 110 20 7 5 0 5 147 1907
1850 6 4 6 13 16 10 55 4 0 8 0 7 17 72 50 135 85 320 210 140 940 50 0 10 0 20 1022
1851 18 12 20 16 11 79 7 3 0 1 3 10 24 103 40 560 250 460 400 110 1820 60 5 O 2 10 17 147 1967
1852 7 14 20 17 20 8 86 4 0 0 3 7 16 102 80 285 400 260 330 130 1485 40 0 5 4 10 29 1514
1853 0 .4 14 21 11 9 59 5 0 0 0 0 0 5 64 0 23 240 387 200 120 970 35 0 0 0 0 0 35 1005
1854 2 10 11 18 16 79 9 1 4 1 4 21 100 15 195 100 420 400 380 1510 40 2 4 5 2 5 58 1568
1855 0 3 16 15 8 7 3 0 5 2 5 17 66 0 50 450 600 40 1160 20 0 2 10 4 80 116 1276
1856 6 16 21 22 8 5 78 4 5 5 9 6 12 41 119 120 390 290 630 100 40 1570 25 10 15 30 30 90 200 1770
1857 4 8 8 18 12 15 65 2 0 3 1 2 8 83 85 275 295 505 340 200 1700 25 O 10 5 2 4 46 1746
1858 2 6 6 18 18 6 56 6 7 2 7 5 31 87 10 145 45 365 380 85 1020 30 85 70 10 50 30 275 1295
1859 5 15 17 15 20 15 87 6 4 1 2 1 0 14 101 239
9 242 209 276 236 1211 48 27 2 12 1 0 90 1301
1860 7 15 18 21 24 24 99 14 7 3 8 0 6 38 137 35 306 281 384 365 141 1512 114,5 29,5 8 16,5 0 72 240,5 1753
1861 27 7 11 20 10 11 86 1 1 2 12 20 116 334,5 100 175 372 98 81 1160 1 1 10 4 11 228 25,5 1425
Medio. 5,6 10,8 14.6 17 15.3 12,3 74,3 5,4 2,3 2,7 3 6 21 97 60 238,2 255,2 431 271 15311370 46 13,7 10,6 8,1 8,8 43,1 132 1504
TADEl.LA 2.''

Da ^auanlidade media da chnm darmilrcmlaniczdo a.nvoedo umvc,^


cidade da Fortaleza no penodo de 12 annos de dò iJ a 7ò6 /.
dc clrnra na
Tíílialla resniiíMi do itumoni do dia.'' ilo cliuva o ntainlldado ira^iia
caliida na (idailotla l''orlalu/a dr lSi‘.)a

Dias do Qiiaiilid/ IJiiaiilid.'' Miiaiiliil.'


Em jxilc- Km luil- Dias do ANNOS. oiii niill. 0111 OlMíl. CMI O
oliuva.
MEZRS. padas. ■ Icniolros. chuva.

1». D.
n
1* D.
18Í9 112 1907 190,7 70--Í2
Janeiro 2—3 60 «,0 102,2
i8;;o 72 1022 :i7-8 o
Fevereiro. • • 8-9,8 238,2 10,8 o
ih;íi 103 1907 190,7 72—
Março 9-7 2?;5,2 l'i.,0 ;;?; • II
o
1,S?;2 102 i;;ií. Ifil/i.
Abril 16 431 17
10-4 271 i?;,3 l,s;i;! 64 100?; 100,?) 37-1 5)
Maio 18?ií' 100 i?;os I?i0,s .37-1(
Junho 5—8 i;í3 12,3
18?;?) 00 1270 127.0 'i.7—1
Julho 1—6 46 5,4 1770 177,0 o?;-4
IffiO 119
Agosto 0-6 ,13,7 2,3
18?;7 8.3 17'i(; 17k0 0'i-0
Setembro.... 0-5 11,8 3
120?;
18?i8 87 129,;; 47 ■•?;
Oulultro — 0-3 17.4 3
i8?;9 101 1301 i;!0,i 'i8.2
Novembro.. .0-4 30,2 2.3
i7?;3 17?;..! 04.9
5,4 1800 137
Dezembro... 1-2 1,4 142,5 142,5 ?;4.4
8.8 1801 110
Medio 4-7 127,7 !*
MimIío. ■ 07 i;;oi. 1.50.4
106 ENSAIO estatístico

TABELLA 3.='

Da. quantidade d^agua e dias de chuva nos i2 amof;


de i849 a i860, termo medio, por dia, mez e annu.

6
II
o
5
c a
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•§2 rs o

2
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ANNOS. ■s o
5
£S e . u
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” 2 o
c
s
^4
I!
> í:
2 S
u E G G

P. L.
Í849 5,2 159 1907 70—2 112 12
1850 2,77 85,1 1022 30—7 72 6
1851 5,4 164 1967 32-4 103 12
1852 4,1 126 1514 00—11 102 15
1853 2,7 83,8 1005 37—1 64 9
1854 4,29 130,6 1568 57—10 100 10
1855 3,5 106,3 1276 47—1 66 13
1856 4,8 i47,5 1770 65—4 119 15
1857 4,7 145,5. 1746 64—6 88 II
1858 3,5 108 1295 47-5 87 II
1859 3,5 108,4 1301 48 101 . 10
1860 4,8 146 1753 64—8 137 9
1861 3 .9 118 1425 54—4 116 6

§ 3.0

\aTva(;õt& ilanas Ias tUuvias,

1.

Nota-se uma diíTerença,sensível nas horas das cLuvas nos


diversos terrenos da província. No sertão as chuvas por via
de regra formam-se e cahem do meio dia para a noite: são
raras pela manhã. Nas serras e litoral, pelo contrario, são
qiiasi sempre pela manhã ou á noite..
DA PROVIKCIA DO CEARA. 107

2.,

Nesta cidade^ onde tenho,feito minhas observações, noto


que na estação secca os chuveiros ou chuvas, que ás vezes ca-
hem, são sempre de madrugada até 10 horas da manhã;tam
bém no principio do inverno é sempre por essas horas que elles
começam. Do meio do inverno para o fim, e principalmente
quando o inverno é forte, começa a chover á noite e ás vezes
á tarde.

3..

Não tenho feito distincção entre a quantidade de chuva que


cahe de noite e a que cahe dé dia, a excepçâo do anno findo—
1860; mas creio não andar muito longe da exactidão, se der
para a noite mais de metade das chuvas,e da quantidade d’agua.
As grandes chavas torrenciaes são sempre á noite. *
4.

Calculando a quantidade media das chuvasde cada dia, acha-


se para os seisraezes chamados de inverno, de janeiro á junho.

* Eis segundo as observações feitas em 1860 os dias de chu-


va e aqnantidade d'agua que cahiu durante os dias, e durante
as noites.
Dias
. Millimetros. Noites. Mill. Total dos Mill.
Meses,
18 . 5 ... 17 3S
Janeiro .. S ..
Fevereiro 8 •• 84,5 .... 10 122,5 306,5
Março 8 .... 134,5 .... 11 146,5 281
Abril. 20 .... 161,5 .... 12 186,5 348
12; 118 . 18 ...247 365
Maio .
4 .... 45 . 11 96 141
Junho
Julho. 6 .... 67 . 11 57,5 114,5
Agosto 1 . 2 . 6 26,5 29,5
Setembro. 3 .. 8 . 0 0 8
Outubro.. 8 .. 15 . 1 1,5 16,5
Novembro 0 .. O . 0 0 O
Dezembro 6 .. 67 . 2 ... 5 ... 72:

81 711,5 87 10004,5 1753


M
108 ENSAIO ESTATÍSTICO

lios lOiiiinos (1(!oliscrvação T,0 milliiiielros. Nosseismezcs


i!c voi ão 011 spcíM,(]e julho a doscnibro,0,7 dc millimelro. Cal-
ciilaiulo 0 IciTiio medio diurno de um anuo dá 4,líJiuillime-
Iros para cada dia do anuo nos Irose do olisorvapão. Nas
Aulillias, uos auuos soceos, regula 5,8 milliiuelros, e nos iii-
^uruüsüs 0,7.

0.

Em Pariz e Londres o lormo medio da chuva de cada dia


não passa de millimelro e meio.

1.

Como já (icou dilo, dislingucm-se duas cslações nesla pro


víncia: a invernosa ou‘pluviosa, e a secea ou verão.

2,

Com quaulo as chuvas regulares pertençam áquclla, qua


occupa os0 primeiros mozes do anuo, comtudo na estação sec-
ca cahemirregularruenle algumas cliuvas, principalmente pro-
ximo ao equinocio do setembro. Na comarca do Grato, que
fica7gráus ao norte, e a 80 léguas da costa, circumdada da
serra Araripe,(|uasi sempre as primeiras trovoadas cahem de
outubro para novembro.

3.

Nos 12 ou 13 annos de observações, nesta capital, vê-se


■que os mezes cm que cahe maior quantidade d’agua são março,
DA ^R0VI^•C1A DO CEARA, 109

abril 0 maio; é lambem nesse tempo que desabam rbuvas dilu-


viues e que se desenvolve mais a cleclricidadc. Em 1849 no
mez de abril cabiam 690 millimelros; cm 1860,OdO ou 2ü e 23
polegadas, taiilo ou mais quenas Antillias.
A.

O termo medio mensal dos tres raczes de março, abril e maio


foi, nos 13 annos,de 319,4 millimelros ou de 12 polegadas.
5.

Nos outros Ires mezes de inverno de janeiro, fevereiro c


jmilio regula 0 Icrmo.medio 150 millimelros ou 5 polegadas e
lliidias..

6.

Tomando porem o termo medio dos G mcz.esde inverno re


gulou 228,3 millimelros ou 8 polegadas o 2 linbas. Os mezes
mais seceos sfio agosto, setembro,outubro e mtvembro: neste
regulou 10,4 millimelros ou pouco mais de 4 liiibas.
T.

NosO mezes de secca, dojulboa desembro,regulou 22 mil-


limetros.

8.

Emfim,0 termo medio mensal nos 12 annos de observação


(de 1859 á 1861 completos) deu 4 p. 91.ou 125,3 mill.
9-

Nos meses mais pluviosos(março, abril, maio) o termo me


dio dos dias mais chuvosos foi, nos annos de observações, de
110 ENSAIO estatístico

14, 17 e 15 ou 45 por 90 dias, metade ou 15 por mez. Xos-ou-


tros mezes de inverno, de janeiro à junho, regnlon 29 termo
medio ou pouco mais de 92 mensalmenle. 0 termo medio dos
outros sois mezes dá 21 dias por seis mezes de secca ou 3,6 por
mez. 0 termo medio aniiuai é de 97 dias de chuva ou 8,i per
mez.

§ 5.0

"V atiações auuuats.

1,

Nosannos regulares, como foram os 13 de 1819 a 1861, e


termo medio da quantidade'da chuva quecahe nesta cidade é
de 55 pol. e 41. tendo sido o máximo nesse periodo, no anno
de 1851, de 70pol. e2 1. e o minimo em 1853 de 37 pol.
1 1,

.-2.

Durante esse periodo não houve um grande inverno, e nem


uma secca: em qualquer destes casos ha grande varie
dade.

3.

0 termo medio dos dias de chuva foi de 97 por anno, sendo o


máximo o de 1860 que contou 137 dias, e 64 ^ o minimo o
de 1853.

,'30 a 4O diluviaes e os outros *


tes 200a 230ou
ordinários, dia.«. sendo des
chamados de
fffams.
DA província do CEARA. UL

i.

Nos grandes invernos, ás vezes tão fataes como as seccas,


de t782, 1805, 1819, 1826,1832, 1839 e 18Í2, que alaga
ram Ioda a província, a quantidade d’agua de chuva deve ter
excedido a mais de cem polegadas.
5.

Os annos seccos podem ser classificados em tres ordens: 1


quando as chuvas são finas, que não fazem correr os rios e eir
çher as lagoas, e apenas chegam para fazer pasto e legume: 2.»
quando apenas fazem crear pasto ne sertão: 3.® finalmenle
quando nem pasto fazem crescer. Estas ultimas, que ordina
riamente são geraes, são as que causam grandes calamidades.
Na do anno de 1845, que presenciei e não foi a mais fatal de
entre as grandes, não receio exagerar se disser que em todo o
anno, ou na estação invernosa, não cahiram 50 millimetros
d’agua nesta capitah '■'
. 6.

As grandes seccas geraes, dè que ha noticia, perlencéra aos


annos" de 1724, 1778-, 1,792, 1825, 1845. Ás seccas geraes
sempre precede um anno escasso, ou'desses em. que apenas
as cliuvas fizeram algum pasto. Duram de 20a 36 mezes como a
de 1792.

7.

Àlem dessas grandes seccas geraes coritam-se ãs menores


del809, 1817, 1827,1837, 1841, as duas primeiras causa
ram liotavel estrago nós gados por varias ribeiras. ‘

‘ Nas Antilhas os dias de chova e a quantidade d’agna va-


riam segundo a situação e aspecto superficial do sólo. Na pia-
nicie, em S. Domingos, regulam os dias de chuva de 88 a i00,e
il2. ENSAIO estatístico

8.,

A quantidade de chuva está em relação com a evaporação,


por conseguinte dependente da temperatura dos logares, sal
vas as causas perturbadoras quedestroem esta ralação; é por
isso que quanto mais proximo ao equador maior é a quantidade
dachinTr. ‘

§ 6.,' O-

\anações \ocats..

1.

Não ha observações feitas em parte alguma daprovincia, á


excepção das. que tenho feito nesta cidade; por isso não se
pode saber a variedade que ha de um logar para outro. Entre
tanto é sabido que em certos tractos do sertão, como a ribei
ra do Araeatyassü, Ganindé e Riacho do Sangue, chove me-

nas montanhas de HO a 160. Na Martiniea,na parte montanho


sa, regula de 200 a 231, em Guadalupe o termo medio de 5-
annos é de 207 dias.
1
Pelas ob.servaçees feitas em diversos paizes sabe-se que
a quantidade de chuva ao nivel do occeano, ou a raediocre al
tura, regula assim por anno:
GHüVA AKNÜAL.
M polegadas ou 2i6 centim. nas Antilhas em 15» de latif.
7? « « 20o c era Calcutá * 22» de c
48 « « 130 C * Charleston « 32» de c
39 C « K)5 . » Roma t 42» de t
34 <L «. 94 C « Milão « 45» de «
20 c t 53 t c. Paris e Londres €. 48'>eSl‘'*
i7 > < 46 c « Petersburgo c 59» de c
16 ^ c t 43 c f üpsal € 60»
Nesta capital, a pouco mais de 3», em 10 annos de experien-
cias, regulou por 55 polegadas e 4 linhas ou 150 centimetros.
DA província do CE.ÍRa'. 113

nos que n’oulros: em geral chove mais no litoral e serras do


que no sertão.
2.

Os dias de chuva e a quantidade delia augmentam segundo o


terreno é mais elevado e coherto de arvores, por isso em Ba-
turité, Ybiapaba, Aratanfaa, Maranguape, chove muito mais
que no sertão visinho.

3.

Nos cumes das serras de Aratanha a 400 metros, de Baturilé


a lOO, e de Ybiapaba aSOO,em parte cobertas de arvores, guar
dada a proporção, ha talvez o duplo ou o triplo de numero de
dias de chuva que nos lopres ao nivel do mar. Com a quan
tidade d’agua succede o mesmo, ‘

i.

Na Serra-Grande lYbiapabaeAraripe), logar mais frio da


proviucia, è,por causa de sua elevação earvoredo, onde ordi
nariamente começam as chuvas na estação invernosa, porque
é onde os vapores aquosos,levados pelas correntesaereas, ex
cessivamente dilatadas pelo aquecimento do sertão, se con
densam peloabaixamento da temperatura. Depois as chuvas
apparecemno litoral e nas serras próximas,e d’ahi estendem-
se ao sertão. Esta ésua marcha regular.

* Na parte norte da ilha de S. Domingos(Ilaily),ao nivel do


mar, cahem de o4 a So polegadas d'agua annualmente; na par
te do sul (em Leogane)5 a8léguas de Porto-Principe 3.3; entre
tanto que nas vertentes das montanhas de S(K) a 600 metros,
como na Marmelada (1600 metros) cahem 100 polegadas. Nas
montanhas de Borgne(SOO melros)e em limbé tem chegadoaté
a 340 polegadas 1
114 ENSAIO estatístico

5.

k partir do litoral e das serras visinhas as chuvas vão


diminuindo. No centro do sertão, onde é mais secco, são me
nos abundantes. Os vapores aquososlevados do occeano não
tem tempo de condensar-se, e resolver-se em chuva nas serras
baixas, tanto porque seus pontos frios são limitados, como
porque são fortes ascorrentes de leste..

fr.

É ainda por esta rasão que as chuvas, não apparecem pri


meiro no litoral, do que na Serra-Grande, onde o pouco movi
mento não difficulta, como nolitoral,a condensafão dosvapo
res..

T.

Ordinariamente nas serras, e noslogares cobertos de arvo


res, a calma póde ser considerada como signal percursor de
chuva. Nesta capital todos os annos se verifica este facto.

8.

No littoral e no interior as chuvas são mais duradòras sem


pre que vem impellidas por ventos de terra entre S. 0. e S.E.
0vento leste é signal de cessação dellas..

9.

Os invernos, portanto, não só,dependem da maior ou me


nor intensidade dos ventos, como de sua direcção. Com a
DA província do CEARÁ, 115

passafera do sol pelo zeiiUh, para o siü, é quando a calma ap-


parece nesla província e taiubera quando comeca o inverno,
que se prolonga regularmenle atéo solstício de junho. Com a
volta do sol do tropico de Ganccr para o opposlo, as correntes
vem mais aquecidas, os vapores aquosos mais rarefeitos, e
por isso sua condensação mais difficil. Os ventos geraes são
então mais fortes c as chuvas désapparecem.

Chuvas \ovvtuclaes..

i.

No sertão catierh chuvas diluviaes, que as vezes enchem os


rios, eahrem os campos de enorme massa d’agua. Na costa
as chuvas são ordinariamente finas, posto que também mais
extensas..

2.,

Durante os annos de minhas observações as grandes chuvas,


que tem cahido nesla cidade, contando como taes as que mar
cam mais de uma polegada,,foram as da seguinte tabella.

3.

Sãorarissimasas chuvas de saraiva, e nunca as vi nesta ci


dade; apenas sei de algumas no sertão, em annosanteriores.


llfi ENSAIO estatístico

TADELLA

Das chuvas torrenciaes que tem cahião n’esta cidade


nos i2 annos seguintes:

o o 9 2
o
ANNOS. S •ê o 9 o
o 2
3 .a
c
'S 9 c* e 3 3

Cc.
3 ■Ã
•-i;
a
«3
s
i O 5^
I! V.

1849 2 6 3 1 12
1800 1 I 3 1 ü
1831 4 3 2 I 12
1832 1 3 a 3 3 13
1853 3 3 2 1 — 9
1834 1 1 2 3 3 10
1833 1 6 o 1 13
1838 1 4; 4 6 13
1837 1 4 6 11
1838 2 4 9 1 1 1 11
1839 2 2 2 2 10
1880 2 2’ 2 1 9
Medio nnnnnl. 0,2 1,9 3 4 1,7 8 -112

A maior pancada d'agua, que n’esles 12 annos cahiu nes


ta cidade, foi na noite de 16 para 17 de abril de 1833, que
fez 0 pluviômetro transbordar com mais de 200 luillimeíros.

ARTIGO 3.»

l>HENOMENOS ELÉCTRICOS.

À electricidade parece mui desigtialmenle espalhada nas


differentes camadas da athmosphera e superfície da provincia
do Ceará, a julgar pelos seus phenomenos observados em di
versas parles.
2.

Em todo 0 serlão as trovoadas e faios s3o frequentes du


rante a estação chuvosa, mas principalmente do principio do

I
DA PnOVINCIA DO CEARA, 117

inverno alé o equinocio dc março. Rara será a chuva do


meio dia para a noite que não seja acompanhada de trovoada.
3.

Na beira mar-, e principalmente nesla cidade, as trovoadas


são raras, e só lera logar do equinocio de março em diante.
Nos mezes de abril e maio é q^uando Iroveja a^ui algumas ve-
ses.

4-..

Pode se diser que em todo o sertão desde que começam as


chuvas em janeiro alé que findara, o ás vezes em outubro,
troveja todos os dias, diminuindo de intensidade de abril cm
diante; e só na costa, e por via de regra, se ouve o trovão
de fins de março a junho.

5.

Tabctla dos dias em que tem trovejado n”esta cidade


da Fortaleza nos annos seguintes:

£ e £ g
'S £ £ o
O .c
s RECAPITULAÇÃO.:
is; 3
o E
C. •c _c 2 V.
< rs
3
s,
< cr. O

1841) 3 6 4 1 15 (iias fracam."


18.50 3 3 2 8 « H
18o l 7 2 3 4 1 n . $

1832 3 4 3 2 12. « U

1833 1 2 1 1 5 a K

1834 2 3 3 2 12 < K

1833 •1 8 3 2 1 15 — C.-iliiratn 2.
raios nos(lias 11,
i836
cl7dem:ir'.-o. j
2 3 1 i 1 8 dias fracani.',
1837 2 3 3 4 2 1 15 « (

18.38 3 2 1 t t 10 < «

1839 1 t d 9
O

1860 3 2 3 2 1 11 <

0,19 1,3 2.3 :t.4 2,4 13 dias por cada


Medio 0,19 anno.
118 ENSAIO estatístico

li.

Era doze annos de obserracoes o lermo medio annual dos


dias de trovoada nesta cidade é de 13 por anno. Estas mesmas
trovoadas são peia maior parte fracas. Diirantc esse periodo
só cahiram dous raios em março de 1855, um no phnrol do
Mocirrrpe e outro n’inn-sobrado, no centira da cidade; em 18G0
cahiuumna praia dos Arpoadores, e em 1861 outro doutro
da cidade, *

ARTIGO 1»

THENOJIENOS BAROMÉTRICOS OU PRESSÃO ATHMOSPHERICA.

1.

As obsci’vaç6o.s feitas com um barometro collocado a 15 me


tros acima-do nivel do mar, dos raezes de maio a dezemhr-o
de 1859, deram o resultado constante da seguinte tabella.
Delia se vê que a pressão athmospheiica variou entre 755,8 e
703 millinietros, que redusidos ao O» da temperatura dão 0

terniomedio 759,25. No anno de 1860 foi dle de 758,k

‘ Disem que antigamente as trovoadas foram aqiii mais for


tes e frequentes,e cita-se a queda de alguns raios. No sertão,
em 1843, no ultimo de dezembro, presenciei uma das mais hor-
riveis na povoarão de Sancta Qiiiteria. Contaram-se seis raios
cahidcs na povoação e nos arredores: um dellesiiofrontespicio
da matriz que estragou.
2.

Tabella da pressão alhmtíspherica m cidade da FoHaíezá mdicando o maxmo, mi,mm e medio


das alturas nos ires mezes de mato, junho e julho de íòõV.
o
>■

Ás 6 HORAS DA TARDE.
li
ÁS 7 HORAS DA MANHÃ. ÁS 12 HORAS DO DIA. •£5
a o « o
MEZES. O

f
II
Maxiraa. Miiiima. Media. Maxima. Miníma. Medhi. MàxÁita. Aininia. 1 Modia. o

761,4 756,4 758,9 760,5 759 759,7 759,2 26,1 S o

Maio 761 757 759 o


PI
759,2 760,7 759' 759,8 759,8 26,2 6
Jimlio 763 758 760,5 761,5 757
JO

759 759,5 760 758,2 759,1 759,5 25,8 3,6


JuHio 761,8 758,2 760 760
759,8 759 759,4 759,4 26,1 2,8
Agosto. 760,8 758,5 759,6 7'60,2 759 759
756,7 758,8 759,7 750,8 758,2 759,4 26,4 4,4
Setembro 761,2 757,5 759,3 761
760,5 756 758,2 758,7 755,8 758,2 ?58,1 26,8 4,8
Outubro 760,6 757 758,8
759,5 756,4 757,9 758,7 757 757,8 ?59,9 27,4 3,4
Novembro 759,7 756.3 758
758 758,8 756,9 759,5 27,2 3,4
Dezembro.... 759,2 756,8 758 758,8 756;4 757,6
O
120 ENSAIO estatístico

TABELLÂ S.»*

Altura media mensal na escala barométrica a O da


temperatura na cidade da Fortaleza.

iseo.

Mill.

Janeiro .. 737.5 Ua.xima variação 7 mill.


Fevereiro.. ... 7S8;3 6,8
Março .. 738,25 3
Abril ... 737,7 5
Maio .. 758,a 6,3
Junho—. .. 738,8 3
Julho 739,4 4,4
Agosto 738,8. 4,7
Setembro.. 739,9 4,6
Outubro... 738,8 4.8
Novembro... 737,3 4
Dezembro.. 757,4 4,4
Medio annual 758,4 4,6

3.

Altura media do barometro sobreonivel domar..

1.

Pelas observações feitas nos dois annos de 1859 e 1860 a


altuia media do barometro parece oscilar entre 756,8 e 763,
e dar por conseguinte a media entre 758,4 e 759,4.

2.

Extensão das variações barométricas.

Ha ainda mui poucas observações para se conhecer a exten


são da variedade barométrica..
DÁ província do ceará. 121

Nesses 9 mezes observados,de 1859 a 1860,não desceu abai


xo de 755,8 e nem subiu alem de 763 mill. redusidos ao O”,
sendo portanto a escala apenas de 7,2 mill; mas o termo me
dio de sua variação em 1859 não excedeu de 3^7 mill,e em 1860
de 4,6.

5.

Movimento periodko do barometro.

A variação diaria compõe-se de dous movimentos; um regu


lar quanto ás epochas e quantidade, e outro irregular. As pou
cas observações feitas até hoje; a diminuta variação, quedellas
resultou; causas extraordinárias perturbadoras, e a falta cie
observações desde a meia noite até as 6 horas da manhã, tudo
concorro para não poder marcar exactamente a marcha ascen
dente e descendente do mercúrio.

0.

Entretanto nas poucas observações diarias, que tenho, no


tei (pie ordinariamente o barometro sóbe das 8 ás 11 horas do
dia; dessa hora em diante desce até as 8 da noite, quando co
meça outro periodo ascendente até as 11 horas da noite ecralii
torna a descer.

7.

Estas obsenaçoes são muito limitadas para estabelecerem


qualquer regra.

8.

Não tenho achado diffetença sensiveina columna do mer


cúrio durante as trovoadas e tempestades.
m ENSAIO estatístico

9.

A pressão aHimospherica lai decrescendo a proporção que


se caminha para o interior da provincia. Nesta capitala media
í de 758 a 759, em Quixeramobim é de 742,8, no kó de
74-6,36,.no Grato de 722,96,o que altribuo a elevnçâo de ter
reno..

ARTIGO

Ventos e outros phenojienos aereos.

Segundo as duas estações reinam na eosta dtias monções,


ou ventos. Na estaçãosecca, desde que findara as chuvas, ordi
nariamente em julho, começa a soprar com mais ou menos for
ça 0 vento leste e nordeste desde as 8 ou iO horas do dia pa-
rando algumas vezes das 12 ás 4 horas e continuando até alta
noite..

2.

Pela manhã sopra o terral, ou a brisa dé terra, que procede


da differença da temperatura do mar e da lérra por causa da
rondensação dos vapores dissolvidos no ar em consequência
da irradiação da terra durante a noite, a qual lhe fazadquerir (

uma temperatura mais.baixa que a do mar..

3..

Pelo inverno, ou quando começam as chuvas, ordinariá


mente pára 0 vento, e entra a calma. Ás vezes precede-a al
guns dias um vento mais forte, e depois passa a um vento norte
DA PnOVINCIA DO CEARÁ, 123

fraco; porem em geral, durante o tempo chuvoso, reina a esta


ção calmosa, principalmente de fins de março a maio. Durante
0 inverno sopra tamhem algumas vezes, p.rincipalmente no ser
tão, 0 vento sul ou do oeste. Quando apparece o vento leste ou
nordeste é signal de mudança de tempo, de inverno para verão.

4.

No sertão, e principalmente no valle do Jaguaribe, reina um


vento forte em tempo de secca, que se chama— —e ap-
pareceao cahir da noite quaside repente. Este vento é uma
providencia para os habitantes do paiz, porque vai refrescar a
athmosphera elevada a um allográode calor. Este vento proce
de do desequilibrio do aquecimento adquerido durante o dia
no sertão com a athmosphera baixa no litoral. O vento do mar
sendo mais fresco ao por do sol e encontrando o sertão com a
temperatura muito elevada e por conseguinte com o ar muito
dilatado, precipila-sb por sua maior gravidade sobre ovacuo,
que a dilatação do ar deixa no sertão.

5.

São rarissimos os furacões nesta costa e provincia, e alguns


que tem cabido não hão causado estragos notáveis.

6.

No sertão durante a secca são frequentes as trombas de vento


chamadas redemoinhos, phenomeno que resulta do encontro
de duas correntes aereas que se torcem em espirial, formando
uma grande tromba cylindrica, cuja base, ás vozes de muitas
loesas, se arrasta pela terra, rodopiando no seu vertice todos
os olijectosquesua força póde arrebatar, o levantar aos ares
para os atirar á grande distancia. Ha alguns que arrancam
IG
i2i ENSAIO estatístico-

arvores, derribam casas,e percorrera grande espaço; duram


as vezes meia hora e raais. Ordinariamenle são Iracos, porem
muito frequentes logo depois do inverno.

ARTIGO 6.0

PIIENOMENOS MAGNÉTICOS.

1.

0 magnetismo,segundo observações feitas em partes desta


cadas, parece destribuido uniformemente por toda a provincia.
É porem muito provável que nas proximidades da mineira do
Cangaty e em outros logares que contem ferro soja o desvio da
agulha extraordinário.

2.

O anno passado (1860), a direcção magnética foi de 8”


a 10.®

ARTIGO 1.0

PHENOMENOS LUMINOSOS.

1.

Pela posição geographica desta cidade a extensão dos dias


maiores é de 12 h. 14’, e a dos menores de 11 h. 46': ha por
consequência umadifferençade28’, quasimeia hora, entre os
dias do raezde desembroeos do mez dejunho.

2.

Esta volta quasi igual da luz do dia, durante todo o anno, im


prime uma singular uniformidade no exercicio das funcções
DA província do CEARÁ, 125

da vida animal, e vegetal; as precisões, os trabalhos, os prase-


res,tudo volve com regularidade em tempo certo; e as horas
consagradas ao somno não se alteram nem em relação á epo-
cha, nem quanto á duração.
3.

O crepúsculo, como se sabe, nas latitudes tropicaes apenas


dura um momento. O veu da noute cobre o céo immediata-
menle depois que o disco do sol baixa aohorisonte.
4.

Outro plienomeno resulta da posição geographica, e é que


- ssando
pas o sol duas vezes pelo nosso paralello, em março e ou
tubro,faz projcctar as sombras dos corpos seis mezes para um
lado, outros seis para o opposto na rasão inversa da marcha do
sol: tem portanto os habitantes duas sombras (amphicios).
5.

A serenidade constante do céo permitte obscn^ar quaesquer


phenomenos luminosos mais facilmente que n’outra qualquer
parle.

6.

A luz zodiacal observa-se constantemente,maxime depois do


inverno, de maio em diante: logo depois do sol posto apparece
da parte do poente uma luz esbranquiçada e de forma lenticu-
lar, que geralmente confundem com o crepúsculo.
7.

relo inverno são frequentes os circulos luminosos (halos)


126 ENSAIO estatístico

do que o sol e a lua se nipstrani algumas vezes circumdados,


assim como 0 íns ás vezes até ao clarão da lua, com as cores
prismáticas bem vivas e desenhadas.

8.

Não é raro nas noites da estação sccca, principalmente nos


mezes de agosto e novembro, o phenomeno das estrellas ca
dentes; contam-se mesmo casos de tal abundancia dellas, que
tem causado medo aos povos. Figura isto chuva de estrellas,
ou parece que a abóbada celeste se vai desmancharem eslrel-
las cadentes. É certamente o phenomeno muitas vezes obser
vado por Humbolt na America e que elle chama chuva de
estrellas. ‘

9.

Naslabellas seguintes vão marcados os nascimentos-e occa*


sos do sol, calculados para o tempo medio em 1860 do meri
diano do observatorio provisorio desta cidade pelo dr. João
Soares Pinto, membro da secção astronômica da commissão
scientifica.

Algumas pes.soas antigas de Sancta Ouiteria refprinm ma

suppondo sér chegado 0 flm do mundo.^ misericórdia


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05 05 «<l 00 *<1 CD 00 oooocc §o O — IO Oi Oi tii' 05 05 05 “SJ O Çs
05>tí' o § cooo^i^-a a
c^
c
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OSO^tfs^Ov^-^ÇOCO o hii- CO o Oi Oi Oi CO a
Oi o to O 0-5 oo 8SSSS oooo t<Ô
oo
ooooooooo
05 88gg o I a a
i28 EKSAIOESTATISTICO

no^TlNUAÇÃO.

Mezcs. Dias. Nascimento do sol. Occaso do sol.

Dezembro. 1 Sh. 42' 40// 3h. o3' 40/f


4 o 43 50 0 Oâ 50
/ o 44 45 o 58 15
10 u 46 00 6 00 00
13 o 47 15 6 01 15
16 o 48 45 6 02 45
10 o 50 10 6 01 10
22 o 51 40 6 05 40
25 o 53 10 6 07 10
28 o 54 40 6 08 40
31 5 58 00 6 10 00

Janeiro. 1 o 56' 30 6 10 30
4 5 58 13 6 11 45
7 5 59 30 6 12 00
10 6 01 00 6 14 00
13 6 02 15 6 15 15
16 6 03 20 6 16 20
19 6 04 30 6 16 50
22 6 06 00 6 17 30
25 6 07 00 6 18 00
28 6 07 40 8 18 40
31 6 08 20 6 18 50

Fevereiro. 1 6 08 50 6 18 50
4 6 09 20 6 19 00
/ 6 10 00 6 18 30
10 6 10 30 6 18 30
13 6 10 30 6 18 30
16 6 10 30 6 17 50
19 6 11 00 6 17 (.10
22 6 10 50 6 16 50
25 6 10 40 6 16 10
28 6 M 30 6 14 00

Março. 1 6 10 30 6 14 30
4 6 10 20 6 13 20
7 6 09 40 6 12 40
10 6 09 20 6 11 20
13 6 09 00 fi 10 00
16 6 08 20 6 09 00
19 6 07 50 6 07 50
22 6 06 50 6 06 50
25 6 06 30 6 05 30
28 6 05 30 6 04 30
31 6 05 00 6 03 40
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130 ENSAIO estatístico

CAPITULO III.

SMlubridade.

AliTIGO

MOLÉSTIAS ENDEMICAS.

1.

As enfermidades ondcmicas nesta provincia sãn raras, e va


riam com as localidades. Em geral, por lodo o liloral, cm uma
zona pouco afastada da costa, as moléstias endcniicas são de
typo intermitlente, e as febres gastricas e catliarracs no princi
pio e fins da estação chuvosa. Aasthma, bronchites, e mesmo
outras affecçõcs das vias aereas não são raras nesta cidade. As
oplitalmias lambem são frequentes no litoral. As causas das
febres intermitentes, calbarraes, eaffecções do peito são as
mudanças das estações, da temperatura, e outras.
Em geral as febres são de caracter benigno. As opbtalmias
allribuem-se ás areias finas, que cobrem o litoral. No Eralo
reinam as opbtalmias, assim como nas serras mais fri.as, e sitios
paludosos, talvez devida ao mosquito, que se torna em certas
partes um verdadeiro flagello.

2.

A salubridade do sertão é proverbial; todavia não ó isento


das calbarraes epleuriz no fim do inverno. A vaccina, segun
do me informa o seu provedor, o dr. Castro Silva, Icm sido
inoculada no geral da população desta capital, que por isso
se deve reputar a coberto do lerrivel flagello da variola.
DA PROVINXIA DO CEARÁ. Í31

3.

Em Iodos os mais pontos da província, aexcepção d’aquel-


les onde residem médicos, ou pessoas interessadas em propa
gar este benigno preservativo, a população carece deste bene
ficio.

4,

«Xo ultimo quartel do anno passado (1858), diz o dr. Ribei


ro, medico da pobresa, as moléstias zimoticas abundaram
mais do que neste, porque reinaram então o sarampo, a bexiga
da peste, grande numero debronchites. Presentemenle,depois
das chuvas, tem apparecido mais pleurises, pneumonias c
bronchites com caracter benigno. Portanto segundo os dados
apresentados, observa-se que as moléstias abundam mais nas
edades da infancia e adulta; porque do numero total de 445
doentes deu por homens 33 por cento, e por mulheres 40,por
meninos 17, e por meninas R. A mortalidade em geral deu 0
porcento, o que é muito pouco attendendo-se ánaturesadas
moléstias e o estado em que se acha a classe desvalida, pri
va da das commodidades da vida,habitando miseráveis choupa-
nas, esem meios para cumprir dietas.»

5.

Numero dos doentes que foram operados.

Homens.. 9
Mulheres.'. 17
Meninos. . 1
Meninas. . 2

29
n
43á ENSAIO estatístico

Resuma ãos doentes receitados pelo medico dapebresa cm 6


mezes.

Doentes... .. 445 Morreram. 29


Homens ;. . 174 Homens .. 19
Mulheres . - 149 Mulheres . 8
Meninos.. . 84 Meninos .. o

Meninas ., . 38 Meninas..

445 29

D.

De julho de 1859 a junho de 1860 o medico dapobresa re-


«eilo.u para 860 enfermos nesta capital, o que suppõe mais de
5por cento da população total: destes receitados eFam;
Doentes. Morrera.\í.
Homens . 219 .. 9
Meninos ... 121 I
Mulheres .... 407 7
Meninas ... 113 4

860 27
A mortalidade regulou pouco mais de 3 por cento.

7.

A febre omarella appareceu pela primeira vez nesta cidade


em junho de 1851, e daqui estendeu-se por todo o litoral, e
interioraté o Icó. Tem depois reapparecido uma ou outra vez
nesta capital, e em alguns outros pontos da provincia, e sobre
tudo em Sobral, onde um anno por outro mostra-se de novo
como neste de 1861, em que tem feito alguns estragos.
SRXOS. IlUNDIIjÕRS
rksi;ltm)0 da
a. OBSERVAÇÕES.
VACCINAÇÃn.
a

•i 1
UUNICIPIOS. CB -o Por inlurmcdio do governo provincial tenho feito repelidas remes- j
o i fS
i c c f. o

•ã :
l sas dc laminas com puz varcinico para todas as cidades c villas do In
o
s
rt 2
'C
.n O
4> (A x: O terior, mas nonluipia cornmunicaçâo tenho recebido sobro o resul
O
tado de seu emprego. Na capilal quasi posso affiançar que todos os ! >
Da capital 1956 1445 3401 679 3133 417 530 4080 SOU3 habitantes do casas dc lòlba ,e grande nujnero dos de palha sc ^
íJí

De
ach.am vaccinadns; pois anlcs dc ler sido nomeado Commissario Vac- j o

rinador, oxforcava-)iie em propagara vaccina, o que outros collpgas o


Do jgualraente tem feito mesmo antes deeii haver aqui chegado em J838.
No numoro dos que a nâo tiveram regularmente muitos ao depois a ti GJ
O
De
veram boa porque de novo a tomaram. n
PI
>■
Total.
>-

Ceará 22 de Agosto de 1859,


0 Commissario Vaccinador inicrino

Dr. José Lonrenço de Castro Silva.


CO
CO
134 ENSAIO estatístico

TITULO III.

DIVISÃO PHYSICA DO TERRITÓRIO.

A superfície da província apresenta naturalmente tres espe-


ciesde terrenos dislinctos;
Litoral.
Sertão.
Serras ou terreno montuoso.

CAPITULO I.

Do Iiitoral,

1.

O terreno do litoral, cuja largura é de 4 ou fi legiias, em


parles pouco superior ao nivel do mar, é revestido de uma ca
mada de areia fina acarretada da praia pelos ventos. O hu-
miis, que nelle depositam as alluviões, e as vertentes que ahi
abundam, tornam-n’o prodigiosamente productivo de canna,
mandioca edelòda sorte de hortaliça.

2.

Estes terrenos naturalmenle frouxos, ou pouco compactos,


não criam grandes arvores, mas arbustos e arvores acanhadas,
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ, 135

excepto coqueiros e carnaúbas que dão-se nelles perfeita-


inente, e produzem como forragem capim coreaceo coberto de
pello áspero, a que chamam agreste. Osherbivoros estranhos
dão-se mal com elle; porem nutre os do logar, que todavia
não soífrem comparação com os da mesma especiedo sertão.
A brisa do mar,que banha constantemente esta região, reunida
á humidade athniospherica augmenta sua frescura.

3.

Toda a zona portanto do littoral, na largura variavel de duas


a seis léguas, é terreno agricola proprio para a cultura de man
dioca, de legumes e de canna', aquelles cultivam-se por toda a
parte e esta nas mais baixas chamadas alagadiços, posto que
a terra não seja tão substanciosa como a dos ypús e a das co
roas dos rios: sendo por isso que ordinariamente estrumam a
dos alagadiços do litoral. Nas vargens desta mesma zona,
abundam os carnaúbaes, que as vezes se estendem por muitas
léguas.

CAPITULO ir.

Do sertão.

1.

Dá-se este nome a todo o terreno do interior que não é serra.


Consta de terrenos scccos,formadosde serrotes baixos e pedre
gosos, ou taboleiros duros, e arenosos, que se vão elevando
progressivamente do litoral para o interior, cortados por
muitos rios eribeiros,que corremsomente na estação chuvosa.

2.

Os montes e taboleiros do sertão são formados de teiTenos


136 ENSAIO estatístico

primitivos, em que dominam o silex e seus compostos sub-


postos a terrenos de alluvião com algum humus vegetal.

3.

Os taboleiros, que são planicies elevadas,constam quasi ex-


clusivamente de areias grossas e de seixos rolados. Nelles a.
vegetação é tolhida pela naturesa dosólo, pela acção do sol,
que queima e resecca, não menos que pela dos ventos que os.
varrem.

4.

Alguns valles entre os serrotes,que abundam no sertão, con


tem por sua constituição aguas interiores, e o humus, que as
enchurradas carregam das faldas dos montes, e por isso fa
vorecem a,vegetação debaixo do nome debaixiose coroas. Alti
crescem com viço grandes arvores, que entretem a frescura
e attrahem a humidade athmospherica,. e o terreno se presta
á cultura de legumes e mesmo de cannas, efrueteiras, se a
humidade não falta. Ordinariamente fasem,. pelo inverno,
plantações de milho, arroz,feijão, mandioca. Em alguns des
ses valles, que offerecem proporções naturaes, fazem-se açu
des ou tapagens que represam as aguas, as quacs pela in
filtração entretem constantemente a humidade no terreno cir-
cumdante em que plantam cannas e muitas arvores frueti-
feras.

5.

É em terrenos humidecidos por esta maneira que nos ser


tões extremamente seceos de Maria Pereira e Riacho do San
gue SC fazem plantações de cannas, e fahricam-se assucar e
rapaduras.
DA província do ceará. d37

6.

As bacias dos rios são geralmente formadas por varzeas


mais ou menos extensas, e ás vezes immensas como as do Ja-
giiaribe. Constam ellas de terrenos argilo-arenosos que du
rante as chuvas se desfazem em lama sem consistência; mas
durante a secca consolidam-se e reduzem-se a uma massa com
pacta e dura que greta larga e profundamente pela acção com
binada do sol e dos ventos. Poucos vegelaesse accommodam
em um sólo tão compacto no verão e tão húmido no inverno;
a arvore que domina nelle é a carnaúba, cujas raizes mui nu
merosas e fixas rompem 0 terreno para se espalhar com pro
fusão a grande distancia. Em algumas partes as ha em tal quan
tidade que cobrem a superfície da terra a grandes distancias,
fazendo mattas impenetráveis.

7.

Ha varzeas de muitas léguas que, não tem outra arvore, e


raro outro vegetal além de carnaúbaes prodigiosamente embas-
lidos. As coroas dos rios, quer pelo humus que contem nos
terrenos de alluvião que cobrem sua superfície, quer pela hu
midade que conservam em rasão de serem as partes mais bai
xas, entretem algumas arvores sempre verdejantes que con
trastara singularmente com o resto do paiz. Vè-se com praser
uma facha verde serpear com os rios no meio de uma região
secca, nua,.torrada e cinzenta durante os rigores de um verão
ardente.

CAPITULO IIl.
Bo terreno montueso ou serras.

1.

Pode-se dividir em tres especies as terras altas da provín


cia: serrotes seccos incapases de cultura, serras haixas culli-
138 ENSAIO estatístico

vaveis, mas pouco frescas, e serras frescas, capazes de Ioda a


cultura.

ARTIGOf

SERROTES.

1.

A superfície da província, principatmente no sertão, apre


senta grande numero de pequenos montes, ora de rocha viva,
ás vezes de uma só peça, como na comarca de Quixeramobim,
onde se vêm enormes massas graniticas; ora pedegrosos, e ou
tros finalmente de barro, mas geralmeníe seceos e despidos.
Estes últimos, e um ou outro, dos pedregosos, costumam em
pastar na estação invernosa..

2.

Alguns lambem são cobertos de arvores, principalmente


de ura matto especial, que só nasce entre as pedras, chamado
páo ih mocó, cuja folha verde nunca cae e dizem queé vene
noso. Nestes serrotes não se faz plantação alguma esão ordi
nariamente a morada dos morcegos, cobras e onças.

ARTIGO 2.»

SERRAS CULTIVAVEIS.

1.

Algumas outras serras, cujo cume ou encostas contem terra


ou barro arenoso, embora não tenham aguas correntes, con-
D.V PRO\IN'CIA DO CEARÁ. i39

servam bastanle frescura para se poder plantar ncllas com

proveito durante o inverno millio, feijão, mandioca e algodão.


Entre ellas enumeram-se as seguintes:
I parte da serra grande (Ybiapaba) que é secea, como
toda a extensão que fica de S. Gonçalo até a do Araripe: as
chapadas de Ybiapaba e Apodi,2 Cauhipe,3 Joá,4 Gamará, 5
Torl-e, 6 Manoel Dias, TLagetío, 8 Gado, 9 Palmeira, 10 Ma-
i;i;;a, tl Machado, 12Jatubá,13 Picada, liMattas, lõBraii-
ca tG Telha,.n Gabogi, ISBarbalha, 19 Galolé, 20 Joanni-
niia,21 Boa-vista,22 Rosário, 23 Bastiões, 24 Freixeira, 2õ
Trapiá, 2G Brigida, 27 Quencoqné,28 Penha,29 Eslreüa, 30
Sauda Maria, 31 S. Pedro, 32Garas, 33 Yargcm-Grande, 3t
Gusmes, 35 Mucuim, 36Mombaça, 37 Flamengo. Todas estas
serras e algumas outras são susceptíveis de cultura pelo in-
verno, e todas ellas são- mais-ou menos- cultivadás, porem, cm
algumas como as chapadas da Serra-Grande, Araripe, Apodi,
torna-se a colheita inaproveilavei ou muito trabalhosa pela
falta d’agua, pelas ladeiras,, e per» grande quantidade de aiii-
maes damninhos..
Todavia na maior parte dellas se fazem-plaiitagões de legu
mes, de mandioca c algodão. *■

*■ Estas serras, que estão encravadas no coração do sertão


(pela maior parle), certos baixios, as coroas ou inargens do.s nus.
alguns açudes, são as únicas porções de terreno do sertão, a que
0 sertanejo pódo recorrer para plantações de legumes, va.san-
tes&.Tüdou re.-<to doserlãosó produz-pastagens de boa qualidade
romo 0 eapini chamado miuioso e panasco de que se cobremos
tabolciros e serrotes, e que ê excellcnte alimento para o gado.
Quando cessam as cimvas, fica seeco e arido: mas ainda as.-im
c substancioso o muito nutritivo salvo quando o inverno é in
tenso. e, u lava de mais ou quando depois do seeco ctdiem eliu-
va.s que 0 fazem apodrecer. Neste caso, com o pisar dos animacs
reduz-se facilmente a farcTos.o o vTntoo caiTcga de modo que
Gs campos licam pretos e desealvados, como que oalcinados por
um vasto incêndio. Então a mortandade dos gados é inevitável.
Muitas vezes independente desta cam^a.nomeiodasccca, pessoas
imprudentes, caçadores, ou mesmo perver.sos lançam fogo ao
rainpo c um iiiccndio furioso animado pelo vento’ proi-aga-io
18
140 ENSAIO estatístico

ArxTIGO 3.»

SERRAS FRESCAS.

1.

Nesla classe coraprehcndo uão sô aquellas, que, porabun*


datilcs d’agua se prestam á cultura de cánna e caífé, mas tam
bém as que produzem legumes e mandioca em grande escala,
como a Meruoca. As mais ferteis, e lambem as mais cultivadas
são as seguintes:

2.

1 Maranguape, 2Aralanha, 3 Acarape,4Baturilc, as quaes


formam 0 principio da cordilheira central, e estendem-se por
mais de 20 léguas. Não só em suas chapadas e faldas, aliás
muito frescas, se plantam canna e caffé, como principalraenle
nos terrenos adjacentes, huraidecidos pelas correntes, que
dellas descem e correm por alguma extensão. Estes terrenos
chainam-se vulgarmente yptis, e são d’um barro prelo, massa-
pé, que tem muito liumus vegetal, ou decomposição vegetal e
animal que as aguas acarretam das serras, e por isso muito
substancioso. É nestes j/ptís ouvalles, que se fazem as maio
res plantações de cannas,
5. Uruburelama, que supposlo não seja tão abundante d’a-
gua como Balurilé, comtudo tem algumas correntes, onde se
planta canna, e, no pé da serra também forma baixios ou ypús

como por encanto, por uma vasta região, devorando léguas e


legnas de pastos. Estes fogos, aliás frequentes no senão, produ
zem não só 0 mal irnmediato de consummirem a forragem dos
animaes, de que resulta constante prejuiso aos creadores, como
devastam as maltas,e não contribuem pouco para alterara tem
peratura do paiz, tornando sua athmosphera mais secea.
DÀ província do ceará. 141

muito substanciosos. Supposlo planlcm-se nella canna c caíTó,


conitudo sua principal cultura é de algodão, mandioca e legu
mes.

6. Saneia Rita, que com quanto não seja naturalmenle abun


dante d’agua,os lavradores tem feito n’ella açudes e tornado seu
terreno fresco, onde fazem plantações de canna, e de muila
mandioca e legumes.
7. AYbiapaba, que em toda a chapada da serra desde a Vi
çosa até S. Gonçalo, n’uma extensão de mais de vinte léguas,
como nas abas delia, é fresca e abundante d’agua, e geralmen
te cultivada, tanto de legumes e mandioca, como de canna e al
gum caílé. Também ao pé dessa serra ba i/pás, emqueplantara
canna e muitas arvores frucliferas.
8. A serra do Araripe, cuja cliapada é secea e summamcntc
fresca,é abundante d’agua em suas faídas e sobpés, donde cor
rem abundantes arroios, que fertilisam todo o extenso valle
do Cariri. Todo esse terreno é bem cultivado, produz cannas,
legumes, mandiocas e algum ca£fé,e passa senão pelo terreno
mais fértil dã provincia, pelo mais extenso, e'pdo que offe-
rece mais proporções para desenvolvimento da cultura..
9. A serra dos Cosme eDamião ou Pereiro que em parle é
fresca e cultivada de cannas e legumes.
10. A serra do Machado, que com quanto não tenha corren
tes, é bastante fresca e própria para a cultura do calfé c can
na.

ÃRTIGO A"

i.

1. Terreno pastoril, o\i ie creação, occupa quatro quintos


da provincia,incluindo as serras baixas e a parte do litoral não
eultivavel, ou 3500 léguas quadradas.
2. Terreno laboravel. 1.® proprio para a cultura de
14-2 EXSAIO estatístico

milho, arroz, feijão, fumo,iodas as serras baixas mencionadas,


e grande parle do sertão, pelo inverno; as baixas ou coroas dol
rios ou açudes, ■ ? léguas quadradas; 2.o para ciillura des
ses mesmos objcclos, do mandioca, e algodão, essas mesmas
serras e o litoral nos logares frescos ou ?léguas quadra-
das; 3. paia cultura de caífé, as chapaiiase abas das serras de
Maranguape, Aralanha, Acarape, Baluritó, parte de Urubure-
lania (Mundahú)Ybiapaba e abas do Araripe; 4,° para cultura
de canna, legumes, mandioca. essas mesmas serras frescas e
molhadas, os ypús formados nos vailes adjacentes, principal
mente no Cariri, sobpés de Maranguape, Aralanha, Varzea do
Acarape,de Baturilé, daSerra-Grande. e de Üruburetama: eos
nosalagadiços do litoral. ou ? léguas quadradas. *

CAPITULO IV,

Mas florestas. *

1,

Nas Ires sortes de terrenos, de que se compõe o sólo da pro-


vincia os raattos são differentes. No litoral geralmenle é raro
e bai.\o, não ha propriamente maltas.
No sertãojuncto ás margens dos rios, a que chamam coroas,
ha maltas mais ou menos extensas, e também as ha nas encos
tas das serras e serrotes. Todas essas mattas, a excepção de
algumas anmres cujas raizes profundam mais a terra, despem
a folhagem na estação secea.

Vide a minha Memorta sobre a conservação das maltas.


DA província do CEARÁ. 143

2.

É nas faldas das serras,e nas chapadas de algumas,que seen-


conlrara as poucas maltas,que ainda temos,porque quasi todas
tem sido destruidas pelo péssimo syslema de roteação, princi-
palniente para a cultura do algodão que despiu quasi todos os
nossos serrotes e serras mais frescas.
Com tudo ainda nosvalles e encostas das serras se acham
algumas matlas e bastantes madeiras aproveitáveis.

3.

Não tenho dados para poder calcular a extensão das mattas,


que restam na provincia.
IM ESSAIO estatístico

TITULO lY.

DAS PRODICÇÕES NATIRAES.

CAPITULO I.

Do Reino Minepal (Rineralogia).

1.

Na parte geologica dos terrenos da província ficou dito em


geral a naturesa dos productos.inorgânicos de que se compõe
0 seu sólo.
Na falta de estudo especial sobre este ramo da scicncia, e
de conhecimentos de minha parte, limito-me a mencionar as
substancias mineraes ‘ mais uteis, que são conhecidas nesta
província, e as Iqcalidades,em que se acham.,
ARTIGO í.o

DAS ROCHAS.,

2.

As rochas mais communs em toda a província são gnais,


granitos, porfiros, quartz, micachistas,'pedras siliciosas varia-

‘ Debaixo do nome de mineraes, comprehendem-se todos


os corpos inorgânicos, pedras, terras, saes, metaes, combusti-
DA província do CEARÁ, 145

das, grés ou pedras de areia de qualidades diversas, umas


próprias para fillrar, outras para amolar, ha dellas finas e su
periores; pedras calcareas,as do sertão quasi todas primitivas,
eas da Serra-Grande stratificadas, carbonatos deeal de gran
fina. Em muitas partes se encontram bellas pedras siliciosas
crystallinas e diversamente corôadas, crystal de rocha, bellas
amathistas, agathas ou coloridas (?).

3.

1. Cakarea e mármore. Encontram-se,afastados da costa de


4 a 6 léguas, para o interior, muitos bancos de pedra calcarea
e mármore. O serrote -de Canlagalo (caminho de Baturité) é
composto de mármore primitivo. No logar Giboia,4 a 5léguas
da capital, abundam a pedra calcarea e bancos de mármore
branco e escuro. No destricto de Soure,fazenda de Nunes de
Mello, acha-se mármore com veios éncarnados. Dizem que o
morro de Jericoaquaraé de bello mármore. No Aracaty e no
Cariri se encontram bancos de mármore de variadas co
res. *

veis, que se acham no interior ou na superfície da terra. A to


talidade desses raineraes constitue o chamado—reino mineral.
Servem-me de guia neste estudo as memórias do naturalista
Feijó, as informações dos drs.Capanema e Theberge, boticário
Marnede e outros.
‘ O dr. Theberge diz que no Cariri encontrou cal carbure-
tada, schistosa, em grandes massas, formando bancos e deixan
do-se abrir em folhas horisontaes mais ou menos grossas,como
lousas, capases para ladrilho, mesas e outros misteres.
O dr. Capanema diz que o calcareo de Cantagalo é branco,
em algumas partes ligeiramente denegrido,e raras vezes amare-
lento. Encontra-se de gran bastante fina, alguns pedaços iso
lados: no geral porem a gran é grossa, o que não obsta para se
empregar na architectura. Encontra-se em vários accessorios
grammatito, no lògar Raposa, e no afio da serra com grapkito
em crystaes. Em outros logares encontra-se talco (?).
140 ENSAIO estatístico

4.

2. Crystaes e outras rochas. Por diversas partes se encon


tram cryslaes de basaltos em massa ou stratificados, princi-
palmenle no Grato e Tauliá, serrote de Caiilagalo ‘ e rio
Choro.

5.

3. Gesso. Ha muito no Araripe e era outras partes segundo


0 dr. Macedo; e sulfato de cal em grandes porções, diz o dr.
Capanema, na ponta.do Araripe do lado por S. Pedro.,

6.

4. Gypso. Também no Cariri;

7.

5. Èousa. No Inhamun.

8.

0. FeIdspalho,porphh-os, quavtziíos. Em varias partes da


provincia.

1 Do Gnato o dr. Macedo mandou para o museu do, Rio, e


para a Inglaterra uma grande porção de amostras. E n’ura ser
rote escalvado do Tauhé,.ao poente da villa, se encontram ama-
tnistas bellissimas e de diversas cores, o consta que achou-se
ahi um precioso diamante que foi vendido em Inglaterra nor
nora dinheiro.. ‘.
O dr Macedo mostrou-me uma pequena pedra do diamante
que achou no Tauhá. Dizem que o inglez Dixon achára no Uba-
jarra uma rica pedra preciosa.
No serrote do Cantaga'o ha finos crystaes de rocha em aga-
thas, assim como no riacho do Seixo, que despeja no Ghoró
DA PROVIXCU DO CEARA. 147

ARTIGO 2-.“

SUBSTANCIAS TEIJREAS E S.ALI.NAS.

i. Terra ou litimus vegetal. Qiiasi' todo o terreno está co-


lierlo de uma camada mais ou menos rica de humus vegetai,
ainda mesmo nas partes arenosas da praia,,cujas areias parece
á primeira vista excluirem Ioda a vegetação.. Nus margens dos
rios, nos valles, e ypiis o sólo primitivo é coberto de uma ca-
niada espessa de terreno de alluvião, queasenchurradas ar
rastara dos montes e campos,.e que lãl-o muito fecundo..

2; Argillas. Ein toda a parte abundam terras- argillosas


próprias para tijolos, telha, louça, e em alguns lugares fer-
ruginüsas,excepluados os que licam muito perto das praias e
ura ou outro da Serra-Grande. Nas camadas das serras encon-
tram-se diversas argillas de cores mais ou menos vivas, bran
cas, amarellas, de que muitas vezes-se servem os moradores
para caiar, casas..

3.

3.. Terras alumlnosas, siliciosas, magnesianas, e calcareas.


Diversamente combinadas, diz o dr.. Thebei^ge abundam em
toda a Serra Grande.

4.

4. Nitreiras naturaes. Encontram-se por quasi todo o cen-


19
m ENSAIO estatístico

tro, noladamcnte no logar Talajuba (enlre Saneia Quiteria c


Quixeraraobim) onde já houve uma ofiicina do governo*; na
Pindoha, termo daVilla Viyosa, onde lambem houve um labo-
inlurio; as da Tagycioca, no Gurü; as do Carnahubal,cm S. Pe
dro de Villa Viçosa *; as de Boasstí,na Granja; as da Conceição,
no Curú; as do Piiangi, Chovó: outras muitas nas serras do
Araripe, no Jardim, na Uruburetama’ e por muitas ser
rotas do sertão, como na dos Bastiões, freguesia de S. Ma-
Iheus e do Ipú,*

5.

5. Sal mineral. Encontra-se cm vários sitios do Jardim, no


sertão, e especialmente no Aracatyassú, onde as aguas são tão
impregnadas deste mineral, que os charcos ou poços rasos
crystallisam; os animaes estranhos ao logariião bebem.d’ella,.
e os passaros a repugnam.”

'Por ordem regia fundou-se nm laboratorio na Tatajuba


em 1779 sob a direcção do engenheiro naturaiisla dr. João da
Silva Feijó; esta offleina trabalhou 22 meses, e produziu 379
@ e 27 í? de salitre. Em dezembro de 1803 mandou o governo
suspender os trabalhos passando o laboratorio por nova ordem
para a Pindoba em julho de 1804. Cessou em fevereiro de 1805’.
Despenderam-se 10:430iíi720reis.
0 naturalista,dando os motivos que com rasão levaram o go
verno a suspender o laboratorio, insiste todavia na abnndancia
das minas da Pindoba.
* As do Carnahubal ficam 10 legoas de S. Pedro.
^ Na Uruburetama, segundo me informam, acha-se n'ama
grande pedra furada grande quantidade de salitre.
* Nas faldas da Serra Grande, no Ipii, ultimamente desco
briu-se uma rica nitreíra. Geralmento nas serras encontra-se o
salitre no estado de florescência nas grutas c fissuras, ou rachas
das pedras.
* No sertão encontram-se frequentemente terras .«alitrosas
que deixam florescer o sal emsuà superlicie; os gados costumam
lamber com avidez esUis terras, ordinariamente argillosas, de
modo que fazem escavações notáveis..
DA província do CEARÁ. 149

6.

6. Sa/marín/io(clilorureto desodiiim). Exiralie-se das aguas


do mar em toda a costa com extrema facilidade. Basta represar
nas marés vivasaagua^que entra nas salinas, para d’ahi a dias
estar toda crystallisada; todo o sertão do Aracatyassú é muito
salitroso, especial mente o sitio chamado Capim Grosso, onde
colhe-se sal puro.

7.

7. Salmuriato. Encontram-se minas no Boassú (Granja).

S.

8. Pedra htime (sulpbato de alumina e potassa). Acha-se


uma mina abundante no termo do Inhamun, logar Cajueiro,
occupando uma grande extensão de superfície,diz Feijó: e lam
bem no Araripe,^ segundo o dr. Capaiiema.

9.

9. Magnésia. No termo do Jardim,logar Cafundó,e no ter


mo do liihamuiir.

10.

1:0. Alvaiade. Acha-se uma mina abundante no serrote dos


Trcs Irmãos, em S. Malheus.

11.

11. Caparrosa. Encontra-se muita na Serra-Grandc, no


Jardim,logar Cameleira, na serra de S.Pedro,no Boassú, duas
15(3 ENSAIO estatístico

loguas aooesle, no escarpado de um serrote e n’um riacho,


que foi descoberta por Feijó.

12.

12. Poíassa(carbonato de potassa). Acha-se uma grande ca


mada abundaiitissima nolpú (Serra-Grande) a que o povo vul-
garraente chama sabão de pedra: outra jazida nologarS.Goii-
salo, freguezia de Arueiruz, e no .Iraripe (Grato), diz o dr.
Capanema.

ARTIGO 5.»

combustíveis.

1.

1. Amianto. Enconlra-se em varias partes do 'Cariri em


grandes veios, bem como ,no sertão, e principalmcnte n’um
grande banco no Quixeramobira, fazenda Junco, perto de I.a-
vras.

2.

2. Schisto betuminoso. Acha-se em varias parles do (iarii i:


as camadas estão a ílor da terra, e se avi.stam de grande dis
tancia. Segundo o dr. Thebergeurde bem e dá bastante calo-
rico.

3.

3. Lignite. Em Qaixeramobim, riacho da Palha.


DA PROmCIA DO CEARA. 151

4,

4. Oarvãomrncral. Disem que o ha na Granja, Serra-Gran-


•de (Ipú), e no Cralo, logar chamado Bispo, e Cafundó, termo
do Jardim,'este na mesma serra da Mãns-nha, Araripe e es
pecialmente no logar Salobro.

ARTIGO í.»

Sos METAES.

1>

1. Ouro. Encoiilram-se por quasi toda a provincia vestí


gios deste metal em pequenos grãos e palhetas; notarei oslo-
gares seguintes; Granja, Baturité, Ipú, GratoeLavras.
Em Granja acham-se no termo mesmo da cidade palhetas
de ouro; mas iiâo tne consta que se tenha feito exploração
alguma.
EmBaturité,logar5larés, acham-se pedras em cujos veios
encontram-se pariiculas de ouro. Alguns curiosos tem extra-
hido varias oitavas.
No Grato, logar Cachorro, exlrema de Jardim com Pernam
buco,tiram os habitantes por meio de lavagem palhetas de ouro
fino.

• O dr. Macedo, n’ama memória, que, publicou 'sobre os mi-


neraes do Grato, diz que existem jazidas de carvão no logar
chamadoBispo entre as serras da Mãosinba, AraripeeÜlliod’A-
gua do Milho. De carvão desta mina mandou elle amostras para
0 Rio e Europa. Alem dessas minas, accrescenla, ba outras
muitas entre a mesma serra da Mãosinha e o Araripe; porem a
mais notável é a do logar Salobro de IS a 20 pés de altura,onde
atonda também o sulpbato de ferro. Parece que verificon-se
não ser carvão puro,esimanthracitooulignito. Odr. Capancrna
não encontrou carvão puro.
152 EUSÍIO ESTA.TISTICO

No destricto Cuncas, termo de Milagres, extrahem de ha


muitos annos porção de ouro por meio de simples lavagem.
NoIpú,riachos Curumatan eluré, de muitos tempos que o
tiram,bateando palhetas de ouro. Diz. Feijó, que o de Curu
matan é muito amarelh) e de inferior qualidade, e que o de
Juré é muito superior.‘
Diz 0 naturalista Peij.õ em uma de suas memórias: «De ouro
encontram-se mais ou menos vestígios por todos os riachos,
corregos e vertentes das montanhas,queformam as costaneiras
da Serra-Grande,desde aTimonha até Gariris,com particulari
dade nas vertentes do Salgado,. Âcaracú e Jaguaribe, no Inha-
mun,Banabuihü, Quixeramobimeeabeceitasde Juré. Em to
das essas vertentes,e terrenos visinhos basta lavar a terra que
se acha debaixo do cascalho para pintar o ouro.z

3v

Nasmargens do rio Salgado, desde Missão-Velha até Lavras,


encontram-se á cada passo terras auriferas. Diz Feijó que basta
batear-se piincipalmente a que estiver pelos regatos por baixo
do cascalho. Eneonh^-sé o ouro em pó sabtil,em granitos ou
em folhetas, misturado com um esmeril negro mui brilhante e
attractivelao iman,e também engastado em veios de q,uatU.

4.

Féz-se ahi antigamente uma mineração importante por vía


de uma companhia de mineiros de Jacubina e d’outras partes
sob as vistas de uma guarnição militar vinda de Pernambuco,
cujo commandante era o fiscal recebedor do quinto: parece

^0 coronel Diogo Saltes tentou um anno destes explorar as


minas de Juré; mas, depois de algum trabalho, abandonou a
empresa por falta d*agna.
BA -PROVÍNCIA DO CÍKRÃ. 153

que deram pouco lucro esses trabalhos segundo a ordem regia


que os mandou prohibir em li de setembro de 1758 como
desvantajosa ao erário e ao publico; e por outra carta regia de
25 do mesmo mez e anno se mandou probibír qualquer explo
ração cm toda capitania.

5.

Segundo o estado e sitio,em que se encontram esses vestígios


de ouro, parece que todo elleéaccidental, e condusido pelas
loirmites e alluviões antiquisssimus o que fòz presumir, diz
Feijõ, a possibilidade de encontrarem-se suas matrizes na ca-
dea da Serra-Grande, donde foi destacado, e transportado
pelas aguas e levado ásaiargens dos rios e ribeiros.

2, Prata. Dizem que na serra deMaranguape,lugarTáquâ-


ra, ainda se vêem exeavações,fornos, e mais signaes de uma
exploração anliquissima tentada pelos bollandeses, de 1637 á
1640, tempo era que estiveram aqui.
Por uma provisão regia de 14 de dezembro de 1754 foi con
cedido por el-rei D.José ao capitão-mór Luiz Quaresma Dou
rado privilegio para exploraras minas de pralade Uniburetama
e Maranguape, que o impetrante dizia haver descoberto. Não
se sabe hoje onde ficam, enão consta que se fizesse explora
ção a não ser esta daTaquara de Maranguape.

T,

No serroteUbajarra, ponta oriental da Serra-Grande,foi ex^


piorada, por conceção regia, uma mina, no meiado do seculo
XVIII, por via de uma companhia de mineiros e fundidores,que -
i54 ENSAIO estatístico

em 1750 vieram de Lisboa,cujo trabalho foi abandonado, por


que 0 resultado não correspondeu á despesa. 0

O negociante Teixeira, do Ipú, que obteve no anno de 1857


um previlegio para explorar as minas da provincia, entre ou
tras amostras, que me apresentou, tinha uma de um racial
branco que parecia prata, tirado da Serra-Grande;inas eu não
sei se esse metal será o njesmo da mina da Ubajarra, a qual,
diz Feijó que a examinou, não apresenta outros vestigios de
prata e sim delgados veios de sulphafo de cobre era bancos de
pedra rija, vidrenlae côr de cinza., Estes bancos estendom-
se pela serra dalpiaba, apparecendo aqui e allipelas fracturas
da montanha até a parte do oeste, já na provincia do Piauhy,
estrada de Campo-Maior,logar—Porteiras—, onde os mora
dores visinhos tiram pela simples fusão um metal branco e
rijo, a que chamam prata,e de que fazem arreios para cavallos,
esporas &. Segundo o mesmo naturalista parece cobre-com
mistura de outro metal, talvez nikeK

9.

3. Cobre. Na Serra-Grande, termo do fpü, ha uma mina,

Diz Feijó que ainda em 1803 vivia em Villa Viçosa nm


francez, Mr. Fontanelle, bastante velho, que veio nessa expedi
ção mineralogica. Conversando com elle a este respeito soube
que de facto da mina do Ubajarra tirou-se um metal que chama
vam prata, mas em muito pequena quantidade, de modo que
apenas chegou para com ella se pagar o ordenado do Inten
dente.
O regimento dado ao governador do estado do Maranhão em
1634 recommenda especialmente a exploração das minas de
prata do Ceará descobertas pelos hoIlandezes.'Ha só uma tradi
ção vaga de que no logar Taquara, serra de Marangnape, os
hollandezes fizessem escavações e tirassem prata. O dr. Capane-
ma foi examinar esse sitio e nada encontrou que justificasse
trabalho de mineração antiga.
da PRO^•I^•CIA DO CEARÁ. i55

Guja amostra foi aqui apresentada pelo negociante Teixeira, e


dizem que érica. Na serra de Cantagallo, cabeceira do riacho
desie nome,acha-se lambem uma mina deste melai, segundo
rae informa um.ouriv.es que já fundiu uma amostra.. No Cachor
ro, terinu do Jardim, ha oulra.

i.0'.

4. Zincn. No logar S. Pedro, junto à serra (ía Mãosinha,


termo de Milagres, ha uma mina abundante desie metal. Di
zem-me que também se aclia nos logares S. Felippe e Saneia
Rosa (Jardim).,'

lU

5.. Chumbo. Perto do rpü (Serra Grandi;) dizem que se acha


uma rica mina que alguns chamam de plombagina, e outros de
chumbo ou. galena argeniilíva. Os habitantes tiveram-n’o
por meio de simples fusão para diversos usos. Em Quixe-
ramobim, fazenda Olho d!Agua, ha outra mina de chumbo. *

12.

6. PZom6rt,9fna(graphyte). Diz Feijp que encontrou por al


guns riachos que Jesaguam no Curü e Acaracu. Dizem que ha
uma em Baturilé e oulra em(^ixeramobim, no riacho Jaburú
e na serra Baturilé..

‘ Diz 0 dr. Theberge, que encontrou perto de Slilagrcs gran


de quantidade de blelide (sulphatu de zincu) tào abundante em
certos sitios que foi baslante a queima de um roçado para fundir
este [ueial, que correu para logares baixos, donde se apanharam
libras.
• N.ão longe de Villa-Nova tirou-se sulfureto de antitnonio, e
anioslras de molybdato de rbnmbo, que existem no museu do
Rio, íeguado diz o dr.Capanema.

156 ENSAIO estatístico

13.

7. Arsênico. Dizem que se descobriu uma mina no Inha-


mum, da qual foi apresentada aqui uma amostra ao boticário
Maraede.

il.

8. Vermelhão(sulphato de mercúrio). Diz o dr. Theberge


que lhe apresentaram exlrahido da serra do Araripe, um pe
daço deste metal, pesando mais de meia libra.

15.

9. Ferro. Encontra-se a cada passo e de diversas formas;


ora oxidado em forma oligistica, outras vezes em grandes mas
sas, outras misturado com terras aluminosas, formando ocres
mui variados de côr, e aproveitáveis para a pintura, ora com
binado com enxofre ou com acido sulfurico a ponto de tor
nara agua de certos ribeiros impotavel.

16.

No termo de Quixeramobim ha uma mina no logar Jaburu,


e outra em Arneiroz(freguezia deste nome), outra na Impera
triz local da villa, e finalmente outra emSancta Quiteria.

17.

Em toda a falda da serra do Jardim(Araripe),principalmente


no logar Lagoa, acha-se ferro em quantidade, donde se tem
fundido pedras que, me dizem, dão 80 por cento de ferro
puro.
157
da província do ceara.

18.

Diz 0 naturalista Feijô que ê o melai,cuja exploração deve


dar grande interesse nesta provincia attenta a riquesa de suas
minas, e a sua boa qualidade. Recommenda sobre tudo as
minas’doCangati,e a do boqueirão do rio Salgado,junlo a La
vras; porem nesses logares se encontra o ferro em pedaços
CCStacadose espalhados: ha abundancia delle na superfície da

terra e de qualidade superior, hematiste e magnético , de grã


muito fina. No Chorô estas massas são quasi esphericas á ma
neira de bailas de artilharia de grande calibre. Encontra-se
lambem este metal em veios mais ou menos grossos por
entre bancos de pedra, que constituem o núcleo das serras
de Bíturité e Uruburelama,visinhas a esta capital.'

‘ De uma memória inédita de Féijó sobre a mina do Can-


gati tiroo seguinte:
fNOME E CARACTERES.

«Ferro esneruíar, mineralisado,crystallisado em laminas espe


culares que pelo golpe do martello se quebram em crystaes ou
palhetas mais ou menos delgadas tirando a rhomboidaes, lu-
sentes e cor de aco na fractura.
aA superfície externa é desegual, preta e ferrugmosa, como
aue soffreu acção do fogo, e em partes suja de oxido ro.xo.
aO seu pó é denegrido, tirando a roxo escuro.
»A sua massa é dura de maneira que fere fogo com o fusil,
e risca o vidro. E^ein fim refractaria ao magnete e fusivej ao
fogo do maçarico com o soccorro do carvão, dando um vidro
escuro.
tlocal..

oAcha-se esta mina distante da Fortalesa 33 léguas ou


menos ao S. O., na margem oriental do riacho denominado pn-
gati, onde se chama Barbadas, sertão junto a cabeceira do no
‘^^Entre o Choró e o- riacho Cangati corre na di/ecção de N.
O. a S. E. uma cadía de montanhas, cuja ossada é de granito,
denominando-se ao norte serra da Qmrtba, e_ao sul das Bar
badas cujas, aguas, correndo ao nascente, vao entrar no no
. Choró,e para 0 poente formam o riacho Barbadas que vae en
trar no Cangati,na fazenda Bom Jesus, onde correm juntos p
espa“ de Suas até despejar no Choró junto a povoaçao de
i5i ENSAIO ESTATÍSTICO

ARTIGO 5.'>

INCnUSTAÇÕES OU PETRIFICAÇÕES E FOSSEIS.

i.

1. Petríficnçõcs. Em vários jmntos da Serra-Grande, par-


ticulariiieiUe no Araripe, no valle do Jardim, á 80 léguas do

Dans. E neste riacho Barbada.s. duas léguas acima de Bom Jesus,


( ue principia a’,apparecer esta mina de ferro, na fazenda Cunien-
nas, üccupando o espaço do duas loguas paia mais quadradas
de terreno até a serra.
«JASIMEMTO.

tÁcha-se o ferro nesta mina, ora avulso e espalhado, ora


amontoado aqui, alli, jà pela superllcie do terreno, já mais ou
menos enterrado, parte inglntinado, e como engastado n'uma
codea de granito susceptivel de separar-se, que na grossura do
polegada e meia cobre a rochagiim, a quai cscalvada, se deixa
ver snbrebujando em lombad.ns a snpercie do terreno e muito
mais visivelmente no alveo do riacho e quebradas.
«ORIGEM.

«Estes pedaços de mina de ferro parecem lançados e arroja


dos em al uvião por eíTeito do alguma força activa, oceasionada
talvez por alguma irrupção volcanica antiga, em que aquella
cadea de granito se achava em estado liquido, ficando por isso
Iiartes desses pedaços nejle embutidos, servindo-lhes de nova
ganga, quando outra porção arrojada se espalhou deseguaImente
pela mais superficie do terreno; o que parece verificar-se pela
semelhança e identidade de uns e outros pedaços e pela fraca
lirmesa ou liga da codea de granito com rocha.'
«NATURESA DO SÓLO.
«0 solo de todo aqurlle logar e circnmvisinhancas, e até das
serras, é argiloso, vermelho, arido e coberto ou'semeado do
pedregulhos quartzosos de granitos e ordinaiiamente em frag-
flienlos conglutinadüs e mais on menos consolidados com os dc
outros de ferro de balsatos pretos, mira &. formando pedaços
de uma rocha, semelhante á que os mineralogistas denominam
brecha, ou poudings, mais ainda pelo estado actual e desorde
nado de composição exterior das mesmas montanhas ou serras
visinhas as quacs se notam confusamente retólhadas com pro
fundos valles, cavernas, precipicios, o que indica antigas crate-
ras vulcanicas. vendo-se ainda do longe, de tempo em tempo
4)articularmente depois das primeiras chuvas, de seu interior
DA província do ceará. 459

xnar ena elevação talvez de 300toesas de seu nivel, encontram-,


se em abundancia as mais raras pelrificações de peixes e de
amphibíos, alguns de grandesa de quatro palmos, contidos
n’uma crosta de substancia calcarea, em cujo amago está o
•animal perfeito, redusído interiormente a uma crystallisação.

2,

Estas petrilicaçoes, dizodr. Theberge,se acham um pouco


abaixo dos talhados do Araripe, em valles e corregos fundos,
cujo alveo é calcareo, chistoso, ou enterradas n’um barro
misturado com muita cal extraordinariamente viscosa.

3.

2. Goncreções. Na Serra-Grande,termo do Ipú, encontram-


se concreções esphericas (elites), cujo núcleo está cheio de
oxidos metálicos de cores diíferentes, de que se servem os pin
tores.

4.-

3. Fosseis. Tem-se encontrado em varias escavações por


toda a provincia grandes ossadas de animaes chamados ante-
diluvianos, Mamouth, Mastadontc, Magatherios, e outras raças
extinctas.

estrondosos estampidos, pasmosos rugidos, o que os morado-*


res attribuem a existência de mineràes auriferos.
tÉ pois abundantíssima a mina das Barbadas e com pouco
trabalho se pode colher diariamente avultada porção de ferro,
principalmente do que está espalhado pelo terreno. E na yisi-
nhança de 3 a 4 léguas e mais âcham-se outros logares mais ou
menos abundantes de ferro, especialmente nas serrotas doPin-
■dá, Piraçwnga que ficam a oeste, onde im encosta que olha para
E.^E ba outra riquíssima mina magnética.*
160 ENSAIO estatístico

5-

No Gariri, diz o dr. Theberge,em uma excavação cncontrou-


so uma dessas ossadas de tamanho prodigioso; cada omoplata
tinlia'oiln palmos de altura. O dr. Macedo,um aimo destes,
quando juiz de direito no Grato, remetteu para o museu da
corte vários caixões de ossos acompanhados de uma memória,
de que deu noticia o dr. Burlamaque em seu relatorio an
imal.

No logar Sancta Catharina (Iagôa> sitio Cronzo ao pé da serra


da Ypiapaba, no Inhamum,encontrou-se uma grande ossada.
Entre Ghrateus e Quixeramobim descobriu-se outra na exca
vação de um poço.
Na freguezia de Arneiroz,ao pé da serra da Ybiapaba, no lo
gar Timbaúba, descobriu-se uma ha tempos, cujas juntas ver-
tebraes podiam servir de assento auma pessoa;o anno passado,
noIqgarSucatinga,(Gascavel) escavando-se uma grande bacia
formada por lagedos de pedra, depois de alguns palmos de
profundidade, deu-se com uma grande ossada da qual o medico
dr. Medeiros remetteu uma porção para 0 museu da corte. Em
1854, no logar Rapina,termo de Sancta Gruz, n’uma pequena
lagoa formada por dous serrotes, que a cercam em posição lão
elevada, onde só pode receber apa das encostas dos serrotes
pelo inverno, inaccessivel ao gado, achou-se também uma
grande ossada,cujos restosmuitas pessoas tiraram e por ordem,
do governo foram remettidos alpns para o museu. Um pedaço
da canella tinha quatro palmos e meio de cumprido e duas
de largura,*

* Ê claro (rae esse animal nào subiu aos serrotes para des
cer a este valle fundo: é provável que os serrotes surgissem
posteriormente ou qüe a desnudacão pelas aguas tornasse oser
rote escarpado.
DA província do CEARA. 161

artigo 6.”

FOSTES MINER.AES ETHERMAES.

1.

1. Thermaes. Estas fontes, cujo phenomeno se explica pelo


calor central dá terra, são raras nesta província. Apontarei
as de que tenho noticia.
2,

Nesta capital, no sitio do sr. Franklim do Amaral, ha uma


com duas veias, visinhas uma da oulra„dasquaes uma deita
agua ligeiramente tépida e a outra fria.
3.

No Pagé (eé amais notável) termo da Imperatriz, no meio


deumavarzeasecca, ao pé de um serrote escalvado, rebenta
umolhod’agua forte, bastante quente, evisinho d’este outro
de agua menos quente. O primeiro tem 35°, e o segundo 28°.
4.

No Grato se encontram algumas fontes thermaes e até gazo-


sas carregadas de substancias mineraes,segundo o testemunho
do dr, Theberge que as tem visto.
5.

No Aracaly dizem-me que existe uma no sitio do comman-


dante superior Pacheco, chamado—^Beirada.
6.

2. Fontes mineraes. No Tamboril,cabeceiras do Acaracú,


dizem que ha uma sulfurosa.
162 ENSAIO estatístico

T.

As do.Pa^é que dizem ser locadas de carbonato de ferro.

8.

Na freguezia de Saneia Quiteria ha um famoso olho d’agua


chamado deSalilre, que fica por baixo de uma eilensa lage,
formada por incrustações da mesma fonte. Esta agua, qun bro
ta de um furo praticado na rocha, é salgada, c corre em ubun-
daiicia por um bebedor de gado..*

CAPITULO II.

Do reino vegetnl. *

ARTIGO 1.»

DA VEGETAÇÃO EM GERAL.,

§ l.»

1.

A vegetação nesta província não apresenta especialidades,,

a a filie se tenha- examinado chimicamente


P fiue é ligeírainente ferrea
gente a procura. Os donos do sitio
lizeram dous grandes tanques, que recebem as aguas, um da

Unifa dlSteprln^^^^^^^ ““
ebriu-se uma cacimba no riacho Caicara
A JoséBartholomeade
notável: Queiroz,,
todas as pessoas que cuiaagua
delia te-
d^slííiS ® cadeiras, e dcjecçõcs
‘llnstre membro da secção botanica
f ®t^P‘eeadora, aos drs. José Lourenço, Theberge
parte d^ste So”^”®*^®’ informações sobre grande
DA província do CEARA, 4G3

em geral ésemelliaiileá das províncias visiiilias,c caracterisa-


so pela naliircsa do lerrciio.

2.

Debaixo de qiialro formas, diz odr. Freire Allcmão.Tiinior,


apresenla-se a vegetação nesta província. No litoral o terreno
arenoso é revestido do formosos taboloiros e denso carrasco,
onde vivem os pcqniseiros, canssús, pnçás, guajurnseiros,
e entre as arvores de construcção o gethaby de cerne amarello,
0 pau-ferro de cornes roxo e amarello, que ainda lein os no
mes de acccnde candeia cpau-scnc.

3.

Passando do terreno arenoso começam as calingas,forma de


vegetação própria des lerrenos argilosos, ou argilo-arenosos,
onde nascem especialmenleos sabiás,' espinheiros, paus bran
cos,jucás,catingueiras, cipaúbas &. Esta forma é a de mais
latas proporções na província.

4.

Nas abas das serras e pelas suas encostas lia maltas de vege
tação intermitlcnte, de mórvulloque as calingas; e são cha
madas mallas de coberlos,. por lerem o viço das dos baixios
coberlos dosserlões, e produsirem as mesmas cspecics.

5.

Nas sorras de correntes perennes, nos cimos das mais ele


vadas, a malta é constiluida por espeeies e gêneros proprios
da bella zona tropical, caracterisando-a a existência de laiiri-
neas (os louros e canclleiros), meloslomaccos, sapotaceos,
°i
•164 EXSATO estatístico

sftTliceas, seifamiiieas (pacovciras), piperaceos .É nesses si-


lios que a ílora orna-se com suas magnificas galas.

6.

Em fim nas serras de formaçSoalluvial a vegetação asseme


lha-se i\ do litoral: a chapada dessas serras é revestida de car-
rascos e laboloiros, tendo as baixas guarnecidas de matta, que
tem 0 vulto das catingas,difrerençando-se d’éllas pela continui
dade da vegetação,que lhe é própria, e pelas especies caracte-
riscas, as hatingas,o brandão de caibro, o pau-roxo (quarabú),
0 gymmnlhes {^oclc de batinga)

1,

Não i a especialidade de certas plantas, porem ainlermit-


tencia da vegetação o que caracterisa o sertão. Entretanto
pode-se ainda apresentar como seu caracter quasi geral
a vegetação de catingas,e era menor consideração a de carras
cos e taboleiros de vegetação intermittente, pelo que se está
vendo que as formas da vegetação con^ituem caracteres se
cundários.

8.

Nos sertões, um verão de 6 a'8 mezes todos os annos sob


a acçao de um sol ardente, que eleva a temperatura, termo me
dio, a 30” do cenligrado, lazcahiras folhas de todas as arvores.
excepto de algumas de raizes profundas Como a oiticica, o joá,
a canafistula, que nunca despem a folhagem,e são para todos
os vivenics daquellas localidades ura refugio, a quesesoccor-
rom contra a intensidade da calma.
Mas, apenas cabem as primeiras chuvas, todps esses mattos
pardacenlos e acinzentados, que iiareciam mortos, rebentam
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ, lÜü

com um viço exlraordinario; os campos,que o eslio deixara


como calcinados e denegridos, brolam liervas e ricas pasla-
geiis, c cm poucos dias opera-sc uma grande methamorphose,
um occeano immenso de verdura coltrc lodo o sertão.

9.

A epocha, pois, do desenvolvimento apparcnte da vida é


nos sertões o tempo das chuvas(verão de março que se chama
por aqui inverno). Esta é a quadra que se aproveita era toda
a provincia para as grandes plantações de legumes. As cultu
ras ou plantações do estio, em menor escala, são chamadas de
vasaules e se fazem pelos leitos dos rios, nas reveiicias dos
açudes, pelo chão de certas lagoas, que vão seceando no prin
cipio do verão: eultivam-se então fumo, maniva, legumes,
fruetas de rama &.

I 2.0

Da ^ovtscttvtva.

10.

Floi-escencm. A epocha da florescência geral é a estação


pluviosa, especialmenle no sertão; nas serras, porem, tanto
n’cssa,como na do verão de outuhro pouco mais ou menos(lore-
cem os catfeseiros, larangeiras, as murtas, massarandiihas,
cajueiros &. Entretanto a florescência de outubro éconstante
nas serras,enos taboleiros sempre verdes. Nos sertões ha tam
bém florescência, quando as chuvas, que cahem mais ou me
nos depois da passagem do sol para o sul, generalisam-se; e
bem que não sejam continuas, nem totalmcnfc se prestem á
nutrição do silvaçal,que entra a vcgetar,são comtudo sufíicicn-
tes para enfolhar os arbustos, e as vezes as catiiigas. E por isso
JOÜ EXSAIO estatístico

que no sertão chamara as primeiras trovoadas de outubro a


novembro—chuvas de rama. Por esse tempo, quando as chu
vas vem apodrecer e estragar os restos dos paslos, que ainda
serviam do nutrição aos gados, a rama do joá, da canafistula,
dojucá, da calingueira, do feijão bravo e de outras arvores
forrageiras servem de boa alimentação aos animacs. Floreccm
por esse tempo especialmente o joá, o pereiro, o trapiá, a cm-
burana, o feijão bravoà. Alcm destas, outras anrores, que
costumam ílorecer no verão, de fevereiro á abril, dão Qores
extemporâneas.

Ha por tanto duas cpochas de fructificação no anuo, a pri


meira abiiiidosa, a segunda escassa, ou vice-versa, conforme
as especies.

§ 3.0
P\aivVtt& mavs uUis.

12.

Phnlas mais notáveis por sua utilidade.


Uma quantidade immensa de plantas mcdicinaes, de marce
naria, de construcçüo naval e civil,de cordoaria,tintura ria, flo-
riferas, alimenticeas, nascem e crescem espontaneamente, ou
são facilmente aclimatadas nesta província. As mais impor
tantes são as seguintes:

§ -i.»
Plantas mtivãnais.

13.

Açafrão, Crocits sativiis, L.


Agrião, vulgarmenti duPará, Spilanthes olerocia.
DA província do CEARÁ. 167

Aguarapé ou golfão, Nimphea.


Alcaçuz, nativo, Periandra dtilcis.
Alecrim do campo,Lantaiia mia-ophila, Mart.
Alface, Lactuca sativa, L.
Alfavaca de cobra, Monicria trifolia.h.
Alfavaca do campo, Ocinium incanescens, Mart.
Algodoeiro, Gossypium vitifoUum, L.
Almiscar.
Amaniyobas.
Ambayba, ambauba, ymbaúba, arvore da preguiça, Cecropia
palmata, Villd.
Ananazeiro, Amassa sativa, Lindl,
Angclira, (Andira anthelminlica, Benth.
(OH geofroya vermifiiga.
Anil, Indigofera.
Anil assú, ou Tassuana, Evpatorium.
Anil trepador, Cissus tinctoria, Mart.
Allhea, Allliea officinalis; L.
Angico,.4cnc/a angico, Mart. *
Ararula,(arrow-rool) Maraniaindica ou aricndinacia.
Araticú do mato, Rollinea silvutica, Mart.
Aralicú do rio,4nnona spfnescens, Mart.
Aroeira, Ibatan astronium (esp. de).
Arrebenta-boi, rauivolfícB (spec.)
Arroz, Orysa saliva. L.
Arruda,Ruta graveolens, L.
Andá-assú, andá brasilienses. *

o " Arocira-arvores qüe abundam em todo o sertão,


angico appiicam-se em conlu-
nrnpir!, p *6 f?* 0 cortuiHe dos couros. 0 entrecasco da
® adstringente, sen^e para diversos misteres. A
nptrò n.
dtira panacea do^ sertão,^tao commum
arabica; o angico
e variado é oé seu
a verda-
uso
Ando-rtssM—drástico semelhante ao oleo de croton. E’ co-
i68 EXS.VIO estatístico

Acntaia, oii pimciila d'apa.


Acaliá, 011 herva de bicho, PoJygossiim anlilicmorroiãae-^
Marl. •
Avença, adiantum. -
Angélica brava, Gvettarda angélica, Mart.
Axixá, Herenlitt (especie de).
Amêndoa brava, ou merendiba, esp. de pigéiira.
Ameixa brava, Ximenia americana, L. *
Angelicó, Aristolochia (esp. de).
Baraúna,ilelanoxylon baraitna,Seholt.
Bahamo,Myimfennumerylhroxylnm, Fr. Allemão»
Barht\limã.o,. Slripknodendivn barbalimão, Mart.
Barba de camarão, esp. deSírycbnos.
Baliputii, esp. de grotnphia. »
Balala de purga,Ipomea operciilala, Mart.
Bonina, Boas-noiles, Maravilhas, Marabilisdiclieloma, L.
Baunilha, Yanilla aromatica, Sw.
Balala da costa, Ipomea maritima, R. Br.
Cabacinho, Momordica bucha, S.Paio, ®
Calfeseiro, caffea arabica, L.
Camará branco e vermelho, Lantana involucrata e ImtatM
camará,L.
Canna d’assucar, Sacharum offlcinartm, L.
Canna íislula, Cassia fistula, L.
Caapeba o.u periparoba, Piper umbellatum, L.

* Aeatiá—diuretico(dr. Castro Silva).


* Arcnca—habita as serras, e margens dos rios do sertão;
e a verdadeira das boticas (Mamede).
’Abunda na serra de Batnrité (dr. Freire Allemão).
* Abunda no sertão, seus caroços são, venenosos (dr. Frei
re Allemão).
* Batipuiá—ussm do fmcto pisado para tumores nas ar
ticulações, e do azeite para condimento (Mamede).
“ Cabacinho, bucha de paulista ou purga de bucha—purgan
te drástico dos mais energicos, usado em clisteres om muitas
moléstias (Mamede).
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ. 469

Cajiieii'0, Amcardhimoccidenlale, L.*


Cajueiro bravo, Cusalella jambaiba.
Carrapicho, Triumpheta lapulla, Vill. *
Caiiinana (sipó), Cbiococca racemosa, Jacq.
Capeba.
Cardo Saneio, Mexirona argemonemexicon.^
Caroba, Ggbistüx mti sijphilitka, Mart. caroba de flor ver
de. *
Caraúba, ou carayba. ®
Canudo de lagoa, Calonyction. ®
Caleiro.
Cumarií, Dipt^dx odorata, W.^

* Cajueiro—esU arvore Fruclifera silvestre, qüe abunda nas


prahs e serras, e nasce em qualquer parte, produz excellente
e saboroso frueto; cresce formando uma grande copa de uma
folhagem densa,(jue nunca despe. De seu frueto, aliás saboro
so, faz-se doce, e uni vinho delicioso e superior, que podia ser
objecto de extenso commercio, e que será quando a industria
fiscr progressos nesta terra. O sueco expresso é excellente
remedio contra a ascite, e a syphilis inveterada. Sua casca é
adstringente, esua resina superior á arabica(Mamede).
* Carrapicho—£om este nome se conhecem diversas her-
vas;
l.» Um capim ou herva graminea; usam da raiz e do frueto
para a dvspcnea.
2.“ Carrapicho de boi—do raiz comprida usada nas blonnor-
rlicas.
3.“ Uma herva rasteira da familia das leguminosas. usada
nas moléstias urinarias, e d por isso chamada «rinaría (Ma-
incde).
= E’ usado 0 caído santo nas moléstias de olhos, e nas do
peito como emetico (Mamede).
'* Caroba—Usam da casoa para lavar chagas, é d’esta e
das folhas contra a syphiliS e a boba.
Ha maisdüás especies—a caroba (Jocaranrfáproccro Spreng),
c a carobinha (/(tcaraiMlá, Juss.) Tem o mesmo uso.
® E’ a caraúba de sete folhas e purgante (F. Allemão).
. ® Camdo—planta tóxica (dr. Câslro Silva).
’ As cascas do cumaru são usadas cm banho para as do
res rhoumaticas (Mamede). E’ analeptica, diaphorelica, anli-
pasmodica, e e.mmcnagoga.
no KNSAIO estatístico

Cáriiaiílin.'
Colombi (Ic lagoa, Shrmikia.
Calingucira, Oili-cicá, Pleragina uvibrosissima, Arriula.
Cravos, diversos.
Chanana, Turnesa.
Cebola sensem, Alliim cepa.
Cebola brava,gencro Amarijilis.
Cidra, Ciírus medica.
Coerana on Canema, Ceslnm noclurnam,
Coilé, Crescentia.
Conlraherva, Dontenia cordifatia, L.
Cabacejro-amargo »
Copahjba, Copaifera offieinalis, L.
Cordão de frade, Leonolis nepetafolia, Bonlii.
Corindiba, Sponia micrantha^ (mutambo priqiiileiro).
Crista de gallo, Triaridiim elongalnm, Lêlirn.
Cravo de defunclbs, Tagetes ghndulifera, Sebrank.
Calólé, cocos. *

’ A Crtrna«6<i—esta arvore da família das palmeiras é a


mais prestimosa desta provmi-ia. O naturalista dr. Arruda
Cav. fui 0 primeiro ((ue ensinou a extrahir-llie a cera; mas ^
jiassarani-se bastantes annos desde esse ensino até f|uc o povo
praticasse essa industria, hoje tão conhecida. Seus Iriictos ser
vem de, alimentação aos gados, e torrado dá um agivulavel ralTéa
as l'ollias,alem do produsirem um peito, que dá a cera, servem
para a eordoaria, esteiras, chapéus, cobertura de casas e níui-
tos outros misteres: o tronco serve como madeira de construc-
ção e de marcenaria. E' de uma duração secular, presume-se
que leva mais de 200annospara diogar a seu coniplotc desen
volvimento; quando nova tom uma batata,, que chamam pal
mito, que nutre o gado, e de que fasem uma massa alimcnti-
cia nos tempos de fome. Sua raiz é usada como depnrativo,
principalmente nas moléstias vonereas.
Um dia, quando o.s poderes sociaes cuidarem seriamento do
seus interesses, se lembrarão tarde de pôr Cjíbro á destruirão
de uma arvore, que ó uma verdadeira riqueza.
* Cabacinho ffmnrflfo—muito conhecido no sertão, e usado
como eme.Jico nas febres malignas.
® Cníolc—esta interessante arvoro da familla tkis palmei*
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ. ili

Colés, Convohulus.‘
Cordeiro \
Coron de frade l
Chique-Chique \ Cactus. *
Mandacaru i
Palmatória J
Douradinha dos campos, Waltheria douradinha, S. Hil.
Eiidro, Anethum graveolens, L.
Fedegoso, Cassia occidentalis, L.
Fumo, Nicotina tabacum, L.
Feijão guandú, Cajanus flavus, DC.
Favella.
Gamelleira, Ficus ioliaria, Mart.
Gengibre, Zingiber officinalis, Roab.
Genipapeiro, Genipa brasiliensis, Mart.
Gerbão, Verbena jamaicensis. L.
Girgilim bravo, Crotalarioe sp.

ras, abunda nas no.s5as serras, e sobpés, e é das que implo


ram também soccorro contra a devastação florestal. Seu fructo
é eicellente nutrição para o gado, contem um coco muito oleo
so, de que se tira ascite para luses, e pode ser extráhido em
quantidade, e fornecer ura rico ramo de industria, quando a
preguiça for estimulada.
'6'oírá—especie de trepadeira, que dã uma raiz feculenta da
íamilia das convulvaceas, e de que usam era tempo de penúria.
Disem que como abuso d’ella muitas pessoas tem perdido todos
ou parte dos sentidos. Na Parahyba {aflirma o pharmaceutico
Mamede) uma família inteira, que usou desse alimento, solfreu
grave lesão no organismo, uns ficaram cegos, outros perderam
o tacto, outros a audição, equasi todos a falia: noMaranguape
liavia dous irmãos, homem e mulher, que ficaram surdos e ce
gos; mas tinham o tacto tão agudo que lhes suppria os sentidos
perdidos.
• Cacíttí—Todas essas plantas do genero Cactus crescem por
toda a parte, e servem de excellente nutrição aos gados, quei-
inando-se-lhes os espinhos; dastres—Mandacarú,CardeiroeChi-
que-Chigue—no tempo de penúria extra hem os pobres uma massa
para mingáu. As raizes de mandacarü e cardeiro são usadas
em cosimento como refresco e para suspender as hèmorrhagias
do utero (Mamede). A fructado mandacardé usada em xarope
contra a phtysica pulmonar.
»
m ENSAIO estatístico

Giquirity, Abrens-precatorietis.‘
Gilírana, Convulvuli varii.
Gilahy, ou jatliahyoujutahy, ouialüh-ã,Ihjmenceasiilbocarpa.
Hayne.
Giló, Guarca purgans, S. Hill.
Goiabeira, Psídium guayava, Rad.
Gravalá ou Coroalá, Dilbergia tinctoria, Mart.
Gnirainama ou Grumixama, Eugenia brasiliensis,Lam.
Giiajurü, Chrisobolanus icaco, L.
Guandu, Cajanus flavus, DG.
Gramma da praia, Stenotaphrum glabrum, Trin,
Guardião, Bryonioe et angurim sp.
Herva-babosa, Aloe-viãgaris, Lam.
Herva-cidreira, Melissa-Cispia.
Herva de cobra, Mikania opifcra, ]ilart.
Herva de lanceta, So/ida^oi^a/Kem, Mart.
Herva moura, Solanhmmgram, L.
Hem de passarinho, Loranthus.
Hem de rato, PoHcurea nicoliane foíia, Charn.
Herva lombrigueira, Spigeha.
Hem de Sancta Maria ou Bainborral, Chenopodium ambro-
sioides, L.
Herva de chumbo, ou sipó de chumbo, Cuseuta, Lusit.
Hem pimenta. Mentapiperila,!,.
Hortelan do mato,Peltodon radicans, Benth.
lájazeira ou cajazeira, Spondiavenculosa, Mart.
Imbira, Xilopia brasiliensis, Mart.
Imburana, Bursera leptophlaveos, Mart.
Ipecacuanha preta ou poaya, Cephaclisipecacmnlia.
Ipecacuanha branca,lotúdium ipecacuanha.

muito vulgar, especie de trepadeira, cu»


iebeldesSr! tro1iIvaT“° nas%htalmias
D\ província do ceará. 173

Jabolicabeira, Eugenia cauliflora, DC.


Jacarandá, diversos.
Jaracaliá, CaricadodecaphijUa, Vill.
Jasmins.
.Talobá, Julally,Jetay,Jatay-üva,fíí/fflíCIleas/^7&o«^)•/)ea,Haylle..
Je!)al•andi ou jabiirandi, OUonia auisim, Spreng.‘
Jinifa, da f. das cyperaceas.
im-cma, Acaciajurema, Marl. *
Joaseiro, Zisiphius joaseiro, Mart.’
Juripeba ou jurubeba, Solanum juheba.
Jucá. ®
Jeramataia, Vitex gardneriamy. “
Icó, Colicoãendron icó.’
Larangeira^ Citrus aurentius, Resso..
Limão, Citrus limonum, Resso.
Lingua de vacca, Elephantopus Marti'..
Lirio.

* Enérgico diuretico, sialagogo.


- Jurema preía—planta commum em todos os tabolciros e
varzeas do scrlão. Sua cascaétonicadenaturesa estupefaciente:
os Índios preparavam com ellauma tisananarcótica, e com o seu
uso caliiara em uma especie de magnetismo,em cujo estado pre
tendiam ver 0 futuro.
® Joaseiro—arvore abundante nos terrenos alluviacs argilo
sos do sertão, que nunca despe a folhagem,e em outubro, no
maior rigor da secca, renova a folha, que éum alimento nutri
tivo para o gado. Seu entrecasco serve para curar chagas,aiim-
par caspas &.
* Jurubeba—tonico muito amargo, que abunda nas serras e
nas praias, e usado contra infartação de viceras, e é estoma-
chico.
5 Jiícú—Servem-se do entrecasco, como do angico, para toda
qualidade de offensas physicas, feridas,contusões &: e usam co
mo xarope contra as catharraes agudas e chronicas,(Mamede).
A Jeramataia—muito' vulgar nos rios do sertão; usam das fo
lhas em banhos para dores rheumaticas e hydropisias(Mamede).
■ Icó—planta que embebeda os cavallos, e cujo antídoto é-
a ourina nos ouvidos (Mamede^
174 ENSAtO estatístico

^Mco,Plumhagoscandens, L. *
Losna, Arlhemisia ahsmlhum, L.
Macacheira ou aipim, Manihot aipy.
Macella, esp. de aphanostephus.
Malva, Malva silvestres, L.
Malvaisco ou malva de embira ou guaxinea, Urena lubata,
Cav.
Malmequer.
Malmeleiro. *
Mamoeiro, Carka papaya, L.
Mamona,Iticinus comunis, L.
Mandioca, Jatropha manihot.
Mangaheira brava, Haneorniapuhescens, Mart.
Mangerioba, Gassiaoceidentalis. *
Mangerona do campo, Glechon spalhulaíus,
Maniçoba, genero Jatropha. *
Matapasto, Gassia sericea, Sw.*
Massaranduba.

Malmeleiro, preto e branco—usam do entrecasm dn nr!

choul!?omí’a'‘do ®
suc*
DA PROMNCIA DO CEARA. 175

Mentraslro, Ageralum conyzoides, L.‘


Milho, Zeamais.
Mil homens ou jarrinha, Aristolochia trilohata, Will.
Millome, Dalbergia(aT\ore).
Mimosa, sensitiva.
Murici, Byrsonima verbascifolia,DC.
Murungú ou Mulungú, Erythrina. *
Mutambeira, Guazuma ulmifolia, L. ’
Mussamhé ou Messambé. Cleorne. *
Melancia da praia.’
Melão do San’Caelano, Momm-dica cherantia,L.'
Malicia de mulher ou sensitiva. »
Mucunam, Dioclea. *

‘ Mentrastro preto—habita os logares húmidos; é usado pc*


Ias parteiras em cosimento adoçado com mel de abelhas para
facilitar os lochios. Mentrasto branco ou /'edíffoso usado para fa*
zer correr o fluxo mensal.
* Mídungá—Servem-se do entrecasco para dores de dentes
e para engorgitamentos visceraes que sobrevem ás febres (Ma-
niede). Seu entrecasco usado em chá é excelleute narcotico
contra as insomnias mais rebeldes.
* .¥i/íam6a—emoliente emucilaginoso: usa-se da casca em
maceração nas affecçõès dos pulmões, e em clister nasalTecções
do recto (Mamede).
* MussamJbé—arbusto da família crucifera .que habita os lo
gares fre.ícos do sertão: empíega-se o cosimento da raiz nas
catarrhaes, tosse, e phtysíca, e nas febres iiiterniittentes.
* Melancia da praia—planta rasteira com frueto seme
lhante ao tomate: usam do cosimento das raizes nas gonorrhcas.
(Mamede).
® Melão de San’Caeta'no—usam do cosimento nas amenor-
rbeas e cólicas verminosas.
^ SenszYíoo—usada para a asthina (Mamede).
* Mucunam—trepadeira, dá uma grossa fava que contem
sementes do tamanho de ovos de pombo. Em tempo de penúria
0 povo usa desta fava muito lavada, e da raiz queé semelhante
a da mandioca; porem por mais cautela que tenham cedo ou
tardo se manifestam os efleitos toxicos dessa planta; a inchaeão
geral, pallidez, tonteiras, emflm completa anemia e anazai ta
são os seus effeitos (Mamede).
176 ENSAIO estatístico

Comhrctum
Mufumbo.
■ ■í Tetraceva.
Manacá, Francisceauniflora. ^
Mella pinto ou liem tostão, Boerhavia hirsuta.
Oiti, Moquiliagrandiflora, M.
Ortiga, Urtica carmeUana._ ®
Páu ferro, Casúa.
Páu de lacre ou caapiá, Yismia gtijanensis..
Pereiro, Aspedosperma. *
Páu marfim.®
Pc de galinha. ®
Pimenta d’agua, PoUgnnm acre^
Pinheiro de purga,(pinhão hravo), Jathropha aircas. L..’
Pitanga, Eugenia uniflora, L.
Purga de quatro patacas, AUamanda violacea.
Parietaria.
Paratiido, Gomphrenaofficinalis. ®
Peroba, Tecoma.
Páu d’arco, Pecoma ipé, Mart^

* áfanncú—tonico anti-febril, fdr. Castro Silva), e muito


empregado contra a syphilis inveterada e ultimamente contra o
cólera morbus.
® Hcrea íosíão—empregada na icterícia, hepatites ebroni-
ca, &.
® Ortiga branca e vermelha—Aà primeira, chamada cansan
ção, é usada a raiz como refresco: o sueco que produz a me
dula do tronco ernprega-senas moléstias de olhos, o cosimcnto
das folhas da' vermelha adoçado
nas aflccções com de
agudas melgarganta
d’abelhas éempregado
(Mamede).
em
* Pereiro—usado em banhos nas intermiltentes.
® Marfim ou Tej/upio—usa-se em clister, como purgante, e
da casca raspada como desobstruente.
® Pé de galinha—cupim muito commum usado ein logar de
grama.
’ As sementes são drástico e emetico poderoso; o oleo é
equiparado ao de croton tiglium.
s ParoíMífo—herva rasteira usada em xarope nas tosses
convulsivas (Jlamede), também contra as febres interraittentes.
DA PROVLNCIA DO CEARÁ. ill

Papo de perú, Aristolochia orbicolata, Yell.


Páu de mocó, Machmriune.‘
Potü. *
Páu branco, Cordia.
Qiiina, Contarea. ®
Piolirante, Acanthospermmn.
Rosas, diversas.
Sipó de chumbo, Cusenta ombeltata, flumboldt.
Sipódefogo ou de vaqueiro.^
Sipó layuá, Trianosperma taijpuá, Marl.
Sipó-timbó, Paiúinia pinata, L.
■ Sipó-peringa.
Soldauella.
Sambabaia, ou £amambaia,PoZi/poíZÍ!™.
Siceo.
Saíima.
Slramonio ou figueira do inferno, Daturaestromonhim , L.
SixUa, Salva officinaUs.
Tamarindo, Tamarindus indica, L.
Tancliagem, Plantago major, L.
Trapiá, Grataeva tapia, L. ®
Talajuba, Maclusa tinctoria^

í potó—tem um principio summamente acre; usa-se da raiz


contusa para fazer rubefacção na pelle.
* Páu de mocó—esta. arvore cresce entre as pedras e nunca
perde a folhagem, que, principalmente pela secca, é sempre de
um verde escuro: dá tubérculos; seus ramos' queimados produ-
sem uma fumaça que c(^a a quem se expõe á sua acção (Ma-
mecle).
’ Quina—em junho de 1807 a junta da fasenda em obser
vância da provisão regia de 29 de agosto de 1803 remetteu para
Lisboa as seguintes substancias medicinaes:—gum«296 libras,
balsatno 23, pimentas 28, resina 22, contralierva 30, ipecacua-
nlia 14, mamona 100.
■* Sipó de fogo—usaão em clister contra o venereo (dr. Cas
tro e Silva),
s Trapiá—antisyphilitico (dr. Castro Silva).
178 ENSAIO estatístico

Trevo aquatico, Menyanthei trifoliata, L.


Teajú ou sipó de leite.
Tejuassú ou sipó de lijuassú, Guarco spicwflora, Juss.
Tenharão, Caladium bicolor, Vant.
Tingui, diversos. 1 ,
TipijPetiveriatetandra, Gora.
Tucura, Astrocaryumvulgare, Mart,
Trapiá.
Thuy-sipó,(antidolo de cobra).
Tacora.
Umari, Geoffrea spinosa, L.•
Urucú, Bixa orellana, L. *
Vassoura, Sida earpinifolia, (L).
Velarae do campo, Groton campestris, S. Hill.

ARTIGO 2.»

NOTA DAS PLANTAS MEDICINAES OBSERVADAS PELO DR. FREIRE

ALLEMÃO SOBRINHO.

O dr. Freire Allemão Sobrinho communicou-rae a se


guinte nota dos simplices da matéria medica vegetai brasileira
que se encontram no Ceará.

1
Tingui—esta planta, alem da qualidade tóxica qüe tem a
sua raiz para o peixe, tem uma semente cuja amêndoa pro
duz um oleo concreto, de que se desfaz promptamente com
uma dissolução alcalina a ferver com a qual se combina para
se fazer um sabão de qualidade inferior (dr.Theberge).
* í/mari—usam das folhas cosidas para curar dyarrhea,
entretanto que o uso de seu fructo como alimento causa dyar
rhea, é também usado como vermifugo e peitoral.
’ l/rMctt—usado como tonico (dr. Castro Silva), e como pei
toral.
* Velame—Tevaedlo heroico como purgante nos carbúncu
los (Mamede).
DA província do CEARÁ. 179

CLA?SE DOS CEPHALO-MYELOSCANTES OU CEREBRO-ESPINAKTES,


AGENTES QUE MODIFICAM O ESTADO PHYSIOLOGICO DO SYSTEMA CE-
REBRO-ESPINHAL , AFFECTANDO AS FUNCÇÕES IKTELLECTUAES
SENSITIVAS E IRRITÁVEIS.

§ 1.»

Oritm ios Vt.Uuvtos, wçasmos Uultos mtvvs o\»,


mtuos wVtusos,

Abunda pela província o arbusto sarmenloso (em cipó) co


nhecido pelo nome de barbas ãe camarão. Gongenero do famoso
tye e da noz vomica,deve conter brucina e strychnina nas se
mentes e na raiz. Entretanto como duas plantas deste genero,
ambas conhecidas pelo nome de quina no Brasil, não parecem
conter aquelles princípios (não ha analyse completa de nenhu
ma),e apenas provisória a localisação da especie cilada nesta
ordem,.

r2.-

OvitTO Aos touvuAsvoos «.sVufOtawUs lyo,!, ittivnvvRam orAvuttniv-


mtuU 'ge.vAa Aos stwVvAos t tonovAsões.

A amêndoa braba, arvore que abunda nas serras de Baturilé


eAratanha. Seus fructos, casca, e lenha, tanto quanto se póde
induzir das propriedades organolepticas, devem conter os ele
mentos do acido cjanhydrico, e supprir ás amêndoas amargas
e aolouro^cereja.
Cnmarú)Agentes fracos que parecem conter princípios
Balsamo I analogos aos do precedente.
A casca do cumaru éanti-spasmodica e sedativa, é muito em
pregada pela medicina popular. Todos sabem que ambas são
mui cheirosas. A resina do balsamo é estimulante, emprega-
33
180 ENSAIO estatístico

da cómo incisivo nos catliarros e em funiegações nas amenhor-


rheas, paralysias, &.
Jiriqiiiti OM juriquiti, conhecido pelo nome de tentos dos
mudos no Rio de Janeiro, e pelo de alcanstis nas Anlillias.
Fica collocado nesla ordem pelas propriedades das sementes,
que são mui venenosas alem deacres e irritantes. O povo em
prega-lhe a raiz como becchico. A rama éresoluliva. Émui
sabido 0 uso da macerada dos caroços, como medicação ectro-
tica, contra as ophtalmias.
Cro7iha criz\
Angico. . .j
Barbatimão > As sementes são venenosas.
Sensitiva. .\
Molungú. .)
São empregadas para matar cães, afim de impedir o desen
volvimento ou propagação da hydrophobia. As raizes da cro-
nha-criz ou espongeira, como tonicas-ale.vitereas, cabem em
outra ordem.
Ameixa braba, arbusto muito commum. As amêndoas do
fructo venenosas parecem conter acido prussico ou os elemen
tos productores delle.,

í 3.»

Oíltm los iiVvvaivVts-mvcoVvcos, a qut ijtvUivam tolas as sola*


■atas vuosas.

Cardo santo, narcotico propriamente dito e sedativo (folhas


e fructo). O leite ou rezina é anti-herpetico,contra-venereo; e
é também empregado como estimulante nas ophtalmias. As se
mentes, levemente torrefactas e redusidas a pó, constituem um
purgante muito usado na dose de colher e meia a duas.
SuêoMherva moura ) Somente a segunda real-
Zubumbadtx branca [mente merece figurar nesta
« « roxa ou tromheta. ; ordem.
Dit província do ceará. 181

As sementes sobretudo são venenosas. Esta planta, que é


apenas empregada contra aaslhma ou puxado, merece sel-o
muito mais em outros casos, pois que nossuppre a beiladona,
que não sedá naprovincia.
Manacé, planta nativa, mui conhecida em todo o Ceará, cuja
raiz empregada,segundoBaena,. pelos indios para produzirem
uma sorte de delirio furente ou mesmo loucura persistente,
é usada quasi como especifico contra o rheumalismo articular.
Em alta dose produz escurecimento da vista, confusão de idéas,
delirio inconstante, tremores; opera como emoto-cathaiiico,.
e em doses refractas determina abatimento, sentimento de frio
ou frescura. É na minha opinião optimo succedaneo da digita-
lis ou dedaleira: e ja hei-o empregado com vantagem em by-
pertrophias e outras lesões de coração. Passa por contra ve-
neieo e chama-se mercúrio ãos pobres nos sertões do nosso
império..

§ -í.-

Otímtv ios uavtoV^co-’^ausMV^\\es, qwt Itmftws, yieT-


Iwvbução do tu\tui\miu\o t, da vnsta, uaust,as, vomWos, t
^ação do vtuU-t, s\ypto’Êts, çavalvysva, dopadio.

Nesta ordem, a que pertence a dedaleira, pode entrar tanto


como na precedente—o manacá..
A hervade rato,.à'e que conta a provincia tres especies, sen
do ado Araripeeuma.da serra de Balurité fracas em compara
ção da verdadeira, unica conhecida, e cujas sementes cullicni
em grande porção pelos meses de julho a setembro, sendo mes
mo objeclo de limitado commercio. A casca é enérgico ape-
riente; mas por suaviolencia agente perigoso, do qual ningucin
deve abusar.
kcaninana, planta purganteeapcrienlo, já mui conhecida.
182 ENSAIO estatístico

na Europa. Somcnlecm alia dose pode produzir os eíTeitospro-


prios dos medicamentos desta ordem.
A.paraiha. .
A cajavana . :: 1 As cascas.

Plantas amarissimas que com o pereiro passam vagamente


por venenosas. O extracto da cajavana ou fel de barro é muito
empregado nas malignas, nos catharrões malignados, segando
a lingua expressiva do povo. Éum poderoso tonico, quesup-
pre no Ceará ao páu-pereiro,á columba, á genciana. O perei
ro mui dilTcrenledo páu-pereira é também tonico (a casca); e
empregado em banhos, ou interiormente. Faz vomitar tomado
em dose elevada e produz effeilos cephalo-palhicos.
Angelim, as amêndoas usadas como anthelmintico, tem pro-
dusido accidenles graves de narcose e mesmo a morte. A cas
ca é aperiente; pouco usado.
Cajueiro, alem de ser a raiz purgante, as folhas desta ulil ar
vore são, em alta dose, capilosas.
Jaborandi. .
Pimenta-longa
■ ■ I Os somentilhos ou espigas.
Suppõe-se que produsem effeilos de narcose.
Maracujás, as raises são narcóticas, anti-hystericas e seda
tivas.
Piíomfta, a amêndoa è perniciosa às aves de creação; e te
nho notas da producção de etfeitos toxicos, produsidos da sua
ingestão no estomago em creanças.
O azedaráca, jasmim deCaijenna ou cinamomo-,planta inlro-
dusida, tem os fruetos e a casca (que é verinifugaj venenosos.
A rama fructificada é empregada como o barbasco ou tingui
nas pescarias.
Herva Inmbrigueira, planlinha mui commum empregada
como vermifugo. Ésusceptivel de produzir etfeitos narcóticos,
vomilos, e convulsões ao modo do angelim.
Culliva-se o eloendro ou espirradeira,.vegetal narcotico-acre.
Opipi ou lipi, herva de Guiné, é muito commum. É Iam-
DA PROVINXIA DO CEARÁ, d 83

bem empregado no Ceará contra o estupor e paralysias velhas.


Como narcolico que é,quando melhor estudado,constituirá um
dos mais preciosos agentes da nossa matéria medica: passa por
capaz de produzir o hehetismo, a demencia. É util nos casos
■de adynamia ou prostração de forças.nas fehres graves e outras
■affecçoes agudas.

§ 5.®

Ovitm dos dtuvewUs ou UTVodxjrvos.

O lué. . • .
O emnapú . . | A rama em sueco ou em decocto.
A coirana . . J

O vdtm dos vnebTvautts.

Pango (cultivado)
Catuaba. . . .
Jurema . . . . Cascas.
Mauacá . . . .
Jaborandi? . .
Tipi? Planta.

Excepto 0 pango e a jurema todos os simpíices mencionados


nesta ordem ahi lera apenas logar provisorio. As propriedades
cephalosicas da catuaba sobretudo são puramente de suppo-
sição.
Alem destes, ha outros vegelaes, que completamente estu
dados, fornecerão ainda números para a serie dos encephalo-
seantes desta lista. Assim o lingií-capeta, acascayeleira, obar-
basco, 0 anil ou arruda braba, a herva da costa ou Maria da
Costa, 0 canudo de lagoas, são plantas tóxicas, que nos é impos-
sivel classificar, nem provisoriamente.
184 ENSAIO estatístico

CLASSE DOS ESTIMULANTES.

§ 6.»

Otiou 3.0S tsVVmuIauUs t,xdlau\e.s, o^ivam Tj)avVvcu\ttvmea\e


so\)v«,oaça\t\\\o àV^tsViMO, t q^vie. couVtTft os atomaWcos i tsijie-
ovanas.

Colombabrava(cariAmomo d'o mato)-. Tèm as sementes acres,


eum pouco apimentadas, com aroma. A raiz lambem é aro-
malica. Esta planta do genero Renealmea abunda nas serras
de Balurité, Aratanlia, e nas matas das nascenças dos arroios
dos Caryris.
Pimenfalonga o\i de macacos. Usa-se dos sementilhos, que
são mui acres e aromalicos. Preparados estes sob a forma de
conserva ou electuario podem ser empregados contra a blen-
norrhagia. Usa o povo deste simples como incisivo, nos calhar-
ros; e passa por excellenle carminalivo.
Canella(cultivada).
Canella, cravo ou canella do matlo. É um marmeleiro de
folhas mui cheirosas, antes com o odor do cravo do que com o
da canella. Abunda em certos sitios da provincia; mas é pouco-
usado.
Gengibre (cultivada).
Pimenta «
Oyapa7ia branca dos Cayriris; herva aromatico-acre, anli-
escorbutica e alexiteria da serra do Araripo.
Capim santo ou capim gengibre do Araripe, de raiz acre e
piporina, empregada como incisivo nos catarrbos e blennor-
rhagias.
Jflfcorandi,estimulante sudorifico e alexilerio muito conhe
cido e muito empregado na medicina popular, e que abunda
nas serras de Balurité e Aralanha &. É allamente echlhyo-
toxicoa
DA PROVIJÍCIA DO CEARÁ. 185

AJfuvnca rfc (io/dyís, clolada das mesmas propriedades que 0


preceileiile; porem mais fraca.

1.0

OvAtm J.0S tsVimuAauVes aRVv-t5co\^uUco&.

Á(jrm do Pará.
Pirão ou carraiiichos dos cavallos.
.Uüilardas (cullivudas).
Limãosiiiltu do espinhos bravo, do follias cilriodóras do que
se eiiipregam os rebentos.
í.aruiKjiiíha brava, qiicé uma linguaciba; dá rebentos aro
máticos, e exsuda do tronco uma matéria giiramiresiiiosa.
Bruúna. .
Aroeiru. .
■ ■ I rebentos ou grelos.
Do todas estas se devem fazer alcooladas (alcoolalurasj por
maceraçuo ou deslocação, ou conservas dos suecos frescos.
A braúna é um anti-escorbulico brando, mas activo,sem acri-
moiiia, e é ainda dotada de propriedades anli-hysthericas o
nevrosthenicas. A resina da braúna é estimulante incisivo.
Mentruiz, lierva de Saneia Maria.
Paspas de marmeleifo.
Sementes de mamoeiro.
Grelosde*imhú c de imbú-cajá.
« « cujazeiro.
Azedinha, horva acidula.

§ 8.»

Oviim i\os tttvmwaVlvos.

Cardamomo ou colomlm brava, já citada. A raiz c semen


tes.
186 ENSAIO estatístico

Imbiriba de mesinha ou verdadeira. As sementes.


Pimenta-longa, os semenlilhos.

§ 9.0

l.sVvmu\a'nUs algWoilVsvatos.

Angélico o\i jericò. Éaperienle-tonico, que se emprega nas


febres graves, nos catharrões, nas sesões amalignadas, nas
amennorrheas.
Catuába, emprega-se a casca. Deve possuir virtudes tônicas
ainda não verificadas.
Raizdecipó—pratudo,cipó baüna,rama de vaqueiro ou laça
de vaqueiro, cabellos de S. João, nomes pof que é conhecida
uma trepadeira muito commum. A casca da raiz é também des-
obstruente-tonico e muito empregada em clysleres, ou era.
poções, nas malignas. É util contra a asthma..
Grelos da mangueira._
Folhas de ábacáte.

§10.0

Ovàimios

Raises de cipó de escada.


Gascae folhas de umariseira.
« àopáu de piranhas.
« e brotes de afta brava.
Rebentos de cajaseira.
Raiz do mandacarú-.
Cravo de urubús.
Contráherva.
Melõme, este não é o dos taboleiros.
DA província do CEARÁ. i87

§ 11.“

Oviltw i\os tsVvTOuVanVis-TxwTOiftvemcos, i\\xi vicowsVvUiem


tt acVvmlatU çVvxisVòVo^Vca io s^sVema wwoso, (^wt ipToiu’.í,m
M\c,T(yva Olt atijão t oçiTam como Vomtos..
Jarrinha. trepadeira, de flores singulares, de cuja forma
riie veio 0 nome, de raiz almiscarosa e amarga, empregada
como alexiteria, antibystlierica, emmenagdga e nendna.
O mií/iome, trepadeira semelhante de flores maiores, a qual
tem os mesmos usos.

O papo de perú, que ainda pertence ao mesmo grupo,e e a


mais forte de todas; pois que mesmo as folhas são empregadas.
Estas tres plantas supprem-nos a tão gahada serpentaria da Vir-
giiiia. Usa-semuao dellas nas febres graves contra os acciden-
les do ataxia e malignidadè-..
Contraherva ou caapiá, de que ha duas sortes no Ceará,
ambas medicinaes. São,muito conhecidas. Usam do xarope
preparado cora a planta fresca contra,as queixas do peito, nas
aracnnorrheas e dysmennorrheas chamadas desmantelas quasi
sempre precedidos de chlorose,sendo inconveniente o seu em^
prego nas metrites e ovarites.,
Macella.
Menlrasto.
Velamede cheiro,.
Alfazema hrava.
Cedrilha Empregara-se as partes
Herva cidreira ou Gamará cidrilha] herbaceas.
Cravo de urubús.
Dutonica..
Ghá de laboleivo..
A macellado sertão, que não é ado Rio eS. Paulo, e muito
mais efficaz que esta, compete em utilidade com a europen,
sendo apenas inferior na delicadesa do aroma. .4bunda tanto
que ^óde vir a constituir um ramo de coramercio. O men-
188 ENSAIO estatístico

traslo í asuçuaya, a hem de S. João, tão usada nos banhos


aroinaticos. O velarae de cheiro só existe, que o saibamos, nos
Cayriris; éhorvaalcanforada, cujo cheiro semelha um tanto o
do mentruz ou herva deSancta Maria: carminativo, anti-cscor-
butico, nerviiio e vulnerario. A alfazema brava é vulgarissima.
A cidrilha é umaplantinha desisqueiros; dá botões amarellos
e temas folhas liniares cidriodorasc fragraiites, não é usada,,
mas merece menção. A herva cidreira éuma sorte de camará
cultivado e empregada á guisa da sua homonyma. Os cravos
de uriibú, couvinha-cravinho,são graviodóros,antihysthericos
e ncrvinos. A betonica é mais incisiva que estimulante, raui-
tissimo empregada nas constipações do peito, nas debilidadcs
-do cstomago, nas sesocs benignas ck,
Cronha crb .
Aiifiirn . . .
Espinheirns . Folhas anti-spasmodicas.
EíloraqiieirU:
Ciimarú: . ..
JialsamO: ■. .. I Sementes e cascas.
"Estas cascas são muito empregadas como estimulantes ne*
vrolepticos, nas cólicas, grastalgias, dysmennorrheas, em ne-
vroses pulmonares e nevralgias, a que chama o vulgo flato en^
causado no peito 3:. Alera destas appíicações fazem da casca
do balsamn um extracto com consistência de pez, que é muito
galiadn como topico ulcerario.
Quitôcc (quitõco)-/ieí’y(i fragrante, pouco usada, mas já
muito conhecida.
Camará. Da rama preparam-se banhos aromáticos. As flo
res são peitoraes. A raiz é aperiente.
Classe dos evacuaxtes, siedicamentos que pob QfALOUER
EMUACTORIO PROVOCAM A EXCREÇÃO DB MATÉRIAS SOLIDAS OU
LIQUIDAS.
§ 12.0
Ovitm los áiaçUoTcWcos «, sulovv^xcos.
Lingmt ilevacca, que differe da que no Rio de Janeiro dão
DA província do CEARÁ, 189

esse nome, e que se não encontra no Ceará. A primeira ó a


Iierva do collegio ou herva grossa, muito conhecida e estuda
da. Esta planta suppre-nos a bardana europea.
Mentrasto ovibetn deS. João, sudotifico empregado nas
sesões benignas.
Jaboraiidi, sudoriflco potente,incisivo, muito empregado no
estado incipiente das febres, nas constipagões do peito, nos
rheumatismos ligeiros.
Tipi, mui conhecido.
Alfavaca de cobras, sudoriflco alexiterio.
Mangerioba, aperienle, diaplioretico etonico..
Lenho de páu d’arco roa:o,‘aperiente-depurativo.
Folhas e cascas das caraúbas, apcrienles encrgicos,, bran
dos diaplioreticos.
Casca e lenho de laranginha brava^

i 13.»

'DvaighoTS.Vuos mvTOsWvtuÜtos.

Retirante, a raiz.é tônica. É' o picão da praia,, qué foi tão


gabado no Rio de Janeiro contra as sesões^
Páu cardoso ou rato de bugio. A casca é depurativa.
Açapeixeoví salsa,agucena do brejo. As raizes sãoaperien-
les á guisa de salsa-parrilha eassazefflcases.. O sumo das fo
lhas novas, que são leitosas e aromaticas, é empregado em col-
lyrios contra as ophtalmias. Abunda emEaturité e nos Cay-
riris.
Raizes de carnaúba.
« « salsa ou japecoft(/a.
«■ jeroveva, aperientes,. anli-hysthericas, tonica.s,
muito empregadas-no tractamento das hydropesias.
Carobinha.
Caroba . .
■ ■ I Cascas aperientes e anli-bobaticas.
190 ENSAIO estatístico

Sucupira, aperiente energico. Usa-se da casca que é amar


ga e sub-adslringente.
Cravinho hravo áos ypús. Anti-syphilitico.
■Miitamba de saca-rolha. Diaphoreüco, tonico, tanto a casca
como 0 lenho da raiz.
■Sabonete de cipó^ raiz aperiente.

§ 14.0

Oxàtw àos tsçúVoratvUs-.

REGCHICOS.

-Alcaçiis do Brasil, raiz,


llaiz de juriquiti.
«. « vassourinha^
■Avenea.

§ 1'5.*>

'Pdtovats caWauUt.

Flores de angélica brava.


« «. camará branco.
Cabeças de perpetua, ('cult).
Raiz de mangerioba.
Flores de mororá.
« « catingueira.
Pontas « ambaúva ou toré-.

§ 16.0

A.uVv\vimoçtoicos.

Flores de quinaquina.
Casca de páu cardoso.
província do ceará. ■101
DA

Polpa do cuieíé.
■Flores de breão ãe estudante.

§ 17-»

IrcVswoí.

Capimsando, raizes.
Marmeleiro, raspa do elilrecasco»
Linguade vacca, raiz.
Cebola, os bolbos.
Rah do corongo ou pratudo.
Poaya branca, raiz.
Leite de pinhão bravo^
Mossambê, raiz.

^ 18.»

OtàiTO los açm&TvUfr.

O manacá.
K hervaãerato.
A caninana.
A papaconha vúlgo, oulpécacuanlia.
Èstas plantas, que são emeticas e purgantes, empregadas em
doses refractas são todas aperientes, contra-estimulanles.
Carnaúba amarella.
« verde.
Cascas purgantes^ diurelicas; em doses refractas excellenles
desobstruentes.
Joaseiro, a casca da raiz é em alta dose emetica-
192 ENSAIO estatístico

pTrfparoba[ jAperiente lonico. Asraiies.


Pegapinto ou lierva toslão, brandos aperientes.
Juripeba oujereveva, planta muito vulgar. Raises e fructos
amargos, tonicos, desobstruentes, usados na opilação, nas by-.
dropesias.
Orelha de onra, tônica gastroleptica, diurectica. Não se deve-
iconfundir com outra do mesmo nome, trepadeira,a que outros
dão mal o de jarrinha, ecyue é a verdadeira capeba de Plumier.
Este cipó muito commum é um dos mais energicos aperientes.
da America. É,o milõme muido.do Rjo.de Janeiro.
Açapeixe. .
Carnaúba . . sRaizes.
Japecanga . .}
Chá oü chádeCayenm, aperiente gástrico.
Gergilimbrabo, aperiente; empregado tanto como omossam-
bè e 0 pegapintos contra a blennorrbagia. Usa-se da raiz.
Mataforne,usu-se da raiz.
Bordão de velho, a raspa da madeira é usada, do modo de
quassia, como aperiente e diurectico nas aíTecçoes dartrosas.
Gamará branco, a raiz.é muito empregada como aperiente no
sertão, sobretudo,nasobstrucções do fígado.
A pimenta d’agua, herva do bicho oucatuia.
Feijão brabo,aperiente acre.
Sambaiba ou cajueiro brabo. Enérgico aperiente resolutivo.
Emprega-se a casca da raiz.
Trapiá, a casca da raiz contém um principio volátil, acre,
rubeíacienle. Em decocto é aperiente. Émais empregada como
rubefaciente.

§ 19.0

Açimutt anVV-WiTVftowWqvto.
0 mossamhê,
0 gergilimbrabo.
DA província do CEARÁ. 103

h canna de macacos, ostalos succosos.


A marianinha, diuretico, os lalos.
P■ eijapintos, a raiz, desobstruente.
Pimenta langa, espigas.
Imbiriba, sementes.
Copttiiva, oleo.
liesina de mangueira.

§ 20.->

Ovlm JLos OlVuvtVicos.

RAIZES LEXIEXTES.

Tlaizes de taboca, que supprem as do sapê macho.


Raiz de grama,
Talos de marianinha..

:§ 21.0

\i\,uvdi.tos i!LtsoVisV\’we.u\e.s.

liaiz de anil domuido.


« (( gergilim brabo.
« « tírucu.

« « jiiripeba.
Herva de camapú.
Raspa de bordão de vètho.
Cipó de fogo.
Ruti ou parreira braba.
Urtiga branca, a herva.

■DvuvtVitos toulva-tsVv«vu\a\vUs.

Carambas.
494 ENSAIO estatístico

Capelamüõme ou iarrínha, orelhas de ouça.


Ampeixe.
Japecanga.
Caninana.
Hervas de ratos.
Carnaúbas.

§ 23.°'

DvMTdicos VTvddvo&i

Cebola braba,.
Jaboranii.
Mossambê.
Mentruü.,

§24.0

DuivdVcoi \omço6i

Raiz de paratudo.
de páu pratudo.
Lenho de « d’arco.
Orelha de onça.

§ 25.0

Ovitm lios MutVicos.

Cebola braba.
Papaconha ou ipecacuanha.
Corongo ou raiz d&prahido.
Casca das raizes dejoá.
Pereiro, a casca.
DA província do CEARÁ. 195

Herva de rato, raiz.


Raiz de cobra ou pratudo.
Mane molle ou official da sala, raiz.
Sensitiva, raiz.
Os tres primeiros são osmais empregados. A cebola braba
prepara-se cosida, e em conserrá com assucar, de modo a coiis-
lituir um elecluariu simposo. Este vegetal substitue cabalmen
te a scilla, em todosos usos a q,ue desta faz a medicina. Os ou
tros dous são empregados em cosimento..

§ 26.0

Otiim Aos çuv^awlts.

Cipó, casca da raiz.


Cabacinha, fructos.
Purga de leite, leite.
Brandão, casca da raiz.
Cameleira,leite.
Janaguba, «.
Limãosinho, casca-.
Fe/ome, raiz eextracto feculano.
Batata, « «

Boninas, «
Caraúba, casca.
Gitó, a

Tajuja, raiz.
Cardo sancto,sementes.
Guardião, raiz.
Luere, resina.
Do cipó, velame, caraúba, gitó, e guardião usa-se o cosi
mento, em doses mui variadas. A cabacinha prepara-se por
uma simples dissolução de seus principios em agua; e o soluto,
que batido espuma,tanto mais fraco se torna, quanto mais es-

196 EXSAIO estatístico

pumadoé. Do brandão elimãosinho desfazem a raspa era agua


e assim 0 tomam. São perigosos drásticos. As boninas dão uma
feculafão purgante, como o velame e a batata, O lacre empre
ga-se como a gutia-gama chamada. Dos leites vegetaes cathar-
ticos usara conservarporções,cmpregnando pedaços d’algodão,
entre cujos filamentos coagula-se o liquido que na occasião de,
servir deita-se amacerar em agua. O velame é purgante tonico,
empregado como alexiterio,e«, da lista acima,o unico que tem
estas propriedades.

I 27.0

CLASSE DOS TOXICOS OU ROBORANTES.

Orãm (lo3 amarqos.

Suripebq. ou jeroveva, cuja raiz, como as das plantas conge-


neres, é amarga, e também as bagas. È tonico aperiente,
muito usado prinbipalmente como 4esobstruente nas aífecções
do figado, opilações è hydropesias; e tem ainda propriedades
depurativas. Asfructas podem ser administradas em conser
vas ou eleetuario.
Camapú, berra resolutiva amarga, que nos suppre o alke-
kenge e tem analogia de operação com a dulcamára. Entre o
povo é gabado contra a ictericia,
Jarrinha, capeba de cipó, orelha de onça, que èo milõrae
tniudo. Um dos melhores aperientes do Brasil. Obra como
a parreira braba ou como a abutua, e da-se do mesmo
modo.
Cflpe6fl'(oupariparoba), que se encontra nas serras decor
rentes perennes. T()nico>-estimulanle,incisivo. Usa-se da raiz
em cosimenlo. As folhas são detersivas.
Ptreiro, casca, tonico, emelico.
Paraila, semente usada exleriormente em banhos, como
DA província do CEARÁ, 197

antipsorico. Pode ser empregado como lonicoao modo do se


guinte.
A cajavana ou fel da terra, de casca amarissima. Extrahe-se
da raiz de que se usa em cosimento ou soL a forma de xarope.
Pode-se preparar o extracto e a linclura. Medicamento empre
gado usualmente nas sesões,. febres graves, nas febres catar-
rliaesA. Já disse queéa nossa columba.
Nabatenó, arvore do Aráripe. A casca não é puramente
amarga. Contem pouco íánnino.
Catuába, tonico por estudar-se»
Jucá.
Angélica, casca da raiz. Tonico desobslruente assaz incisivo
e muito empregacto.
Quinaquina, não é-verdadeira quina,tem porem incontestá
veis propriedades antiperiodicas,.bem que em mui alta dose.
Mangabinha, tonico gastroleptico.. Usa-se da casca.
Bordão de velho, arvore mui conhecida e commum no Ceará
e Cayriris, cujo lenho amargo é depurativo.

§ 28.»

Otàim àos ttásVmçjMxUs.

ADSTRINGENTES.

Angico . . .
Barbatimão . ■ I Cascas conhecidas.
Guagerü, casca e raiz.
Carrapichos, a raiz. É a ratanhia.
Muricis, casca e raiz.
Puçá,fructos verdes e casca.
Mangue.
J98 EXSAIO estatístico

29.“

MoYoaüLslTUM^tuUs,

Oili, a casca.
Sucupira, a casca. É alem disto aperiente, depuralivo.
Páo cardoso, a casca, É ainda dssobstruenfe.

AliTlGO 3.“

PLANTAS LIGNIFERAS OU DE CONSTRÜCÇ.ÍO.

iroeiVa, arcon cerneira dogen. ibáton (páu duro). Aslro-


nium^
Coração de negro das serras frescas, duríssima, celastracea
indet.
Páu ferro do litoral, do gen, canafistula, Cassia; np.
Jatubú.
Páu d’oleo.
Acccnde candeia ou amarcllo, especie de vinhatico, Echy-
roxpermi sp.
Camarú, odorifero.
Arapiraca.
Pereb-os.
Páu-hranco.
Páu d'arco.
Angclim.
Canella preta.
Cedro.
Condurú.
Massaranditla.
DA PROVÍNCIA DO CEARA. •l'J9

Pcroha branca.
Sapucaia.
Secupira.
Talajula.
Piroá, Pterigot(B sp.
Barhaiimão.
Gilhahij.
Louro de serra.
Louro do sertão, Cordiadm sp.
Páti branco louro, Cordia sp.
Sipaúba, Combreti sp.
Goiahuiha, Alseis.
Meriiidiba.
Guriguri.
Cajueiro bravo da serra ou gefilacaca, Piliopala.
Carnaúba.
Brauna.
Manapuçá.
Rabugem.
Pequiá, Aspidospermalis sp.
Joá.
Molungú, Ergthrence sp.
Timbaúba.
Mangue sapateiro e mais duas especies.
Sabonete.
Peroba, Tecomasp.
Inharé.
Sabiá.
Canafistula.
Genipapeiro.
Gamehira.
Oili.
Jucá.
Umari.
200 ENSAIO estatístico

ARTIGO ã.-

PALMIFERAS.

Coco da praia ou da Bahia.


Catolé, cocos.
Tucum.
Burity, Maxiritia.
Macmiba, Acrocomia..
Pali, cocos.
Anajá, Atlalia..

ARTIGO Sfi

PLANTAS OU ARVORES DE MARCENARIA.

GoJiçalo-alves, Astroniim fraxinifolium.


fíabitgeta, Platimiscium hetrmn.
Violele, Miscolobii sp.
Jacarandá, »

Páu branco, Cordmsp.


Cedro, Cedrila hras,
Páxi santo, Symploci sp.
Lonros, Lauracem varice.
Merindibas, Termmalim et pygeum.
Amarello..
Cumuni.
Pereiros.
Arapiraca^
Angico.
Conàurú.
Coração de negro.
Githahy ou jutaliy.
íatiibá.
DA província do CEARA. 201

Carnaúba.
Tatajuba.
Marfim.
Jurema branca.
Páu d’<)leo.
Botíngas(varii).
Bilros, Ehjiroxyhm.
Pereiros, Aspidospermalü sp.
Gitô, Guarea sp.
AmarelUnko da serra, Galipea.
Umari, Geoffroia.

ARTIGO ÕA

PLANTAS TINCTURARIAS.

Catingneira, Coesálpinia.
Páu branco, Cordia.
Jucá, Ccesalpinia ferrea.
Páu d’arco, Tecomo sp.
Rabugem, Platimiscium heteum.
Piuba, Apeiba.
Catinga branca, Croton.
Tapiranga.
Tatajuba.
Anil, Indigoferce et eupatorii sp.
Coerana, Cestrhm Imxigatum.
Gengibre amarella.
Murici.
Gitahi ou julahy, Apuleia.
Uriicú, Bixa orellana.
Malmeleiro, Crotonis sp.
Pereiro, Aspidospermalü sp.
Jucá, Coesalpinia ferrea.
202 ENSAIO estatístico

Coronlia, Acacia farnesiam.


Sapiranga, Bignonia sarm. indit.
Tíissuna, Eupatori sp.
Anil trepador, (eoavurana de curthã) cavurana de c.utthan.
Yangadeira.
Catinga branca, Croton.
ARTIGO 7.»

PLANTAS OLEIFERAS, GOMMIFERAS, RESINIFERAS E TEREBEX-


THINIFERAS.

Copaúba, Copahiferce sp.


Balsamo, erythroxylon,Fr. AIl.
Jatubá.
Aroeira, Astronium.
Emburaiia, Bursera leplophhos..
Cuniarú.
Almecegas diversas,/cicas sp.
Tiiiguacibas, Zauthoxyli,
Lacre, Vismia chrysautho.
Gamará de leile, Borrichia.
Aiifico, Acacia.
Gajueiro.
Sabiá.
Pajeliú, Triphlaris pajaú.
Andyróba, Tenillea trilobaia.
Cocos de todas as qualidades.
Baliputá.
Cameleira, Pharmacoscea.
Oiticica, Pleragina umbrosissima, Arr.‘

Oílícma—Esta arvore gigantesca, própria das marcens


dos nos, e üos terrenos aüuviaes,á cuja sombra recorrem todos
os viventos, nas horas de intensa ealma,dá um frueto muito oleo
so de que se pôde tirar grande quantidade de oleo para tinta
DA província do CEAPvA. 20J

Annredo cebo, Miristicce sp.*^


Maiiiçóba ou arvore da borracha.,’

ARTIGO &“

PLAX.TAS FIBROSAS.

Dão matéria têxtil mais ou menos grosseira as segiiinles:


Sabiá, Mmosce sp.
Friga.
Jlórórós, Dauhhiix:
Gapabóde, Caiihinia..
Pacote, Cochlospennum serraüfuUum, DG.,
Imbyratanha.
Imlíira branca, Daplmosis.
Imbirabas, Xylopiw et guatíerice
Malvas deirabyras, Urena triumfeltadèsmodüim.
Pinho bravo, 5õ;/i6acea.
Carnaúba.
Puiba, Apeiba cyruhalaria, Arr.,
Gargaüba, Gordios, sp.
Gravata ou coroatá.
Garúa.,
Palmeiras diversas.
Macarabira, Encholirium.
Sipó de escada, Schnelloe sp.
Karriguda, Chorisia^

1 Arvore de sebo.—Ua. em abundancia na comarca da Granja;


seu fructo contem uma subsUincia oleosa com a consistência e
naturesa do sebo; é usada para os mesmos'misteres que este.
* Arvo)\. •■'■i borracha.—Abunda na comarca da Foríalcsa, o
Baturité, e em todos os pés do serra.
26
“2U4 ENSAIO estatístico

ARTIGO 9.“

PLANTAS TUBERCULOSAS OU AMYLLIFERAS.

Alein deviiriasespecics de mandioca;


Aipim, Manihol.
Uatalas doces, Batatas edulis, Arr.
Inliames, Dioscorem.
Cará. . . . .
Cascos >/>íoscorÊíB sp.
Casquinlio . . .
Amario branco eroxo,.Convulvali, sp.
Bilros, Asltrasmeria vetiicoloi\
Colé, Convobudi sp»
Aiianè.
Naprê.
Cajaseira.^
Imbyralanha, Bombacis sp.
Urabú. 5
Mncunam, Dioclex sp.
Maniçoba, Jatrophxs^p. *
Páu de mocô,Machceriom aurkulatum, Fr..All.
Cliique-chique, Gerei, ®

^ Cijjaseira,—Na ponta das radiculas cria um tubérculo se-


melbanle a mandioca,que dá uma farinha ou gomnia usada nos
tempos de penúria.
- Imbyratanha.—Bá. uma batata comprida: quando nova, ó
tenra e de um adocicado agradavel.
’ Umbú —Cvia nas radiculas, á semelhança da cajaseira, iim
pequeno tubérculo, que está sempre cheio d'’agua frisíidissima
(dr. Theberge).
* Maniçohas.—Proãmem uma batata semelhante á mandioca,
que da uma gomma usada nos tempos de fome.
® Chique-chique.—B-d uma especie de batata tenra, de
usam para fazer farinha ou mingáu nos tempos de penúria. que
DA PR0VI^'CIA DO CEARÁ. 203

Wacambiras, Encliolirii sp.'


Carnaúba.
Palmeiras, Attalea.
Uerva da cosia, Schubertioe et marsdenice sp.
Jilandioca brava, Manihot.
Jlcngongo, Trichosmthes.

ARTIGO 10.’'

PLANTAS FLORIFERAS.

Quasi Iodas São exóticas e cultivadas nos jardins.


Jasmins.
Roseiras diversas.
Mogori, (k. ôc.

ARTIGO 11.°

PLANTAS FRÜCTIFERAS SILVESTRES.

Aleiras, Anona..
llangabas, Hancornia.
Piquis, Caryocar.
Joás,Ziziphusjoaseiro, Mart.
Carnaúbas, Corypha cerifera.
Uraaris, Geoffroym sp.
Marmellos do Araripe e Ybiapaba, Diospyri sp. rubiacea.
Saputis, Achras.
Pupás,MoMmiffi sp.

1 Macar)ibiras.—Dão tarabcm uma hatata de qne usam em


farinha por tempo de fome.
20:) ENSAIO estatístico

Maracujás—de capoeira, pelluxo, de eslalo, peroba, assú,


suspiro, Passijlorece sp.
Massaranduba, Mimusopisf.
Ubaias.
Bacopari, Clusiacea.
Sipoatas, Anlhodi sp.
■Pilombas.
Cajús.
Cajúhi I Anacardhim.
Maria-prcta, Diospijri sp.
Cuabiraba, Psidium catlleyanum, Mart.
Jabolicaba, Eugenia caulijlora, DG.
Aaioreira do mato, Brosymtsp.
Guaiaba, Psidium.
Iiiharc, Brosymi sp.
Jatubá, Hynienoea.
Aralicús diversos, Anonoe sp,
Aiinanaz, Bromelix sp.
Ameixas.
Araçás, Psidii sp.
Bacamicbá, BumelioeSp.
Burily, Maurilioe sp.
Ciijíiseira, Spondias venulosa, Mart.
Cainapii, Physalis.
Gamboim, Eugenia crenata, Mart.
liriibús, Spondias luberosa.
Jcramalaias, Yitex guardnerianus, B.
Gunjurú, Chrysobalanus icaco, L.
Melancia da praia, Solani sp.
Camulá.
Gravata ou coroatá, Fourcraya gig.
Catolés, cocossp.
Umbú, Spondias luberosa.
Geuipapeiro, Genipat brasiUensis.
DA PROVIXCIA DO CEARA. 207

Geriquiliúou jnracaliá, Carica dodecaplitjlu, Vell.


Muricisoiro, Byrsmimoe sp.
Mapiriiiiga.
Murla.
Ingaseira, In jf ce sp.
Macaliilia, Acrocomia.
Oilisoiro, Moquilèa.
Pinienlas diversas, Capsici.
Pilomba de leite, DumdicB sp.
Cajavana, Spondias íuftema('variedade).
Trapiá, Cralxma tvpia.
Maiiapuçá, Moiiriria puçá.
Mamoeiro, CarÜM papaya, L'.

ARTiaO /S.-

PL.VXTAS FRÜCTIFERAS EXÓTICAS CULTIVADAS.

Amoreira.
Abacate.
Aboboras.
Ananaz.
Abacaxi (ananaz)-.
• Araçás.
Goiabei-fas.
Coqueiros.
Bananeiras diversas.
Larangeiras diversas.
Limeiras diversas.
Cidreiras.
Limoeiros diversos.
Mamoeiros.
Melancias.
Melloeiros.
Jaqueiras.
2Ü8 ENSAIO ESTATÍSTICO

Mangueiras.
Taraarineiras.
Castanheiras.
Cacaueiros.
Coiideceiras.
Figueiras.
Jambeiros.
Mendubim.

ARTIGO

PLANTAS alimentícias.

Alem (Ias tuberculosas e fructiferas silvestres já apontadas,


ba as seguintes cultivadas.
Mandioca de muitas especies.'
Arroz.
Milho.
Feijão.
Modobim ou mendobim, ou amendohy.
Gaiina.
CalTé.

ARTIGO U\’‘

PLANTAS CULTIV.AD.AS PAILV O.COMSIEKCIO E CONSU.MO.

Algodoeiro.®

I A mandioca—éa mais importante riquesa vegetal da nossa


terra, ella é mais necessária e occupa um logar mais importante
na alimentação do nosso povo do que a batata na Inglaterra,
lias especies a mais notável é a man peba, que se pôde conser
var tres e mais annos na terra sem alterar-se;e cresce tanto
que um só pé dá uma carga de batatas.
- Algodoeiro.—Dá excellenlemente tanto no litoral como
nas encostas de todas as serras e serrotes. Depois (jue appare-
ceu 0 mofo e pulgão e com a baixa havida n’este genero sua cul-
bira diminuiu; ultimamente vai-se outra vez desenvolvendo.
DA província do CEARA ■209

1
Canna cl’assucar,
Gaffeeiro. -
Maniona.
Millio,
Feijão.
Mandioca.
Arroz.

ÃRTJGO 15°

PLANTAS FORRAGEIUAS.

São forrageiras entre outras:


Mororó.
Feijão bravo.
Ganafistula.
Páu branco.
Sabiá.
Umari.
.Toá.
Jucá.
Ghique-chique.
Macambiras.
Fava de rama.
Feijão de pombas.
Melasso.

I Canna.—Foi introdusida pelos primeiros colonos de Per


nambuco: mas sempre se cultivou em pequena escala a canna
charnada criüla. De 1816 para cá foi que introduziu-so a canna
cnvena. cuja cultura 6 hoje gerai.
* Cafeeiro.—Oü primeiros pés foram de Pernamiinco para
0 Cavriri, onde não cultivaram; mas d’alli passou em 1822 para
Baturité e de Baturité para Aratanha e Mcruóca.
210 E.NS.VIO ESTATÍSTICO

Ilervacços.
Juncos.
Banibon-al.
Capins diversos.
Carnaúba.

ARTIGO i6«

PLANTAS SAIiOElRAS.

Andyroba (o frutlo).
Joaseiro (o enlrecasco).
Saboneiu (o frucloj.
Tiinbaúba «

Sabão de soldado.
Sabonele de cipó (esp. de gonania).
Liinãüsinlio de purga.
Pitoinbeira.
Tingui cajièla ou de bóia..

CAPITULO III.

Do Deiiio Aiiiiual (Zoologia).

Os animaos desla provincia, quer Ijravios, quer domésti


cos não diíTeroiiicm geral dos das províncias visinbas. Como
em todo o Brasil não ha animal gigantesco, excepto em es-
tado fóssil, os maiores entre os quadrúpedes domésticos são
0 boi e 0 cavnlh, e dos bravios a anta ou tapyr, já rara; en-
tre as serpentes a boa(cobra de veado) e a sucurujnba; e en
tre as aves a ema semelhante a abestruz d’Africa.
BA PROVINXIA DO CEAHÁ. m

ARTIGO i.o

MAMMIFEROS.

Os grandes raammiferos foram todos introduzidos pelos


europeus: boi, cavallo, asno, ovelha, cabra, cão, gafo, porco.
Os indígenas são: anta capivara * (estas duas especies
já são raras na provincia), culia, euem, gato montez, gtiará,
guaxinim, garitacaca^, guariba, macaco, moco, onça* ou
riço, caitatú, queixada*, paca, prehá, preguiça, raposa,pona-

* Este anima t já é muito rnro^ antígainente encontrava-se


nas serras de Maranguape até Baturité, e nas praias, do Mnn-
dahú, onde também bavia a capivara. A anta (tapyra dos indí
genas) é 0 maior qnadrope brasilico, faz um genero à parte na
historia dos animaes. É do tamanho de um beserro e muiseme
lhante ao porco na configuração do corpo. O pello é curto, en
contram-se de todas as cores;porem.as.escuras e lonrassão as
mais communs. As pernas são muito curtas e grossas, os pés
tem tres. unbas como as do porco,e as mãos quatro; a canda
tem apenas tres polegadas de comprido, a cabeça grande e
comprida, os olbos pequenos, o beiço superior é uma especie
de tromba, què estende até quatro pollegadas, a bocca é guar
necida de formidável dentadura, pasta como o cavallo, ainda
que pesada é velocíssima na carreira, muito tímida e inoflén-
siva; não persegue nem aos cães, senão quando se não pode
mais defender; mergnlba espantosamente. Sua carne é como
a do boi, a pelle é muito grossa.
* Capivara (Hydrocherus capivara); é um porco ariiphibio,
pequeno,eabello. razo e áspero, os pés como os de porco; po
rem com membranas entre 08 dedos:vive quasi sempre n'agua.
^ Jaritacaca, vulga rmente maritacaca (Mephitis nlester), ge
nero de martha, de bello.aspecto, mas dotada de ama proprie
dade rara que é uma matena fétida, que expelle de glanoulas
próprias quando perseguida; tão fétida é-que ninguém resiste,
nem os ontros animaes, a ponto de aspbyxiasem.
* Onça (genero felix) ha de varias especies; preta ou tigre,
mntada (jaguar)ruiva ou sussuarana (cagoar). Chamam' tam
bém cangaçús, umas de pintas ou malhas grandes; que dizem
ser filhas éras pintadas com sussuaranas: é o leopa^o do Brasil.
® Caitatús, queiieadas (Dycotyles torquatos labiatns) são os
porcos bravios, andam em magotes ou varas, e são feroses,
quando atacados; mas;susceptíveis de domesticar-se. Jà hoje
sao raros na provincia.
Í7
212 ENSAIO estatístico

ré, catita, ratos de varias especies tamanduá *, tatús de


Ires especies ® tmhú, veados de duas especies, guandu, pa-
pa-mel, quati de duas especies, saguini, morcegos.*

ARTIGO 2.»

AVES.

tlATACES—Ürubà réi, tinga, e eamiranga, careará, gavião


de varias especies, coruja de varias especies, caboré, jacu-
rvlú, acahúan.
PASSAROS—Andorinha, araponga, anum preto, branco ou
alma de gato, asulão, beija-flor de varias especies, bicudo,
bom-é, cardeal, canario, cancão, corrupião oMsoffrea, casaca
de couro, Cabeça de rubim, encontro, graúna, lavandeira,
pintasilgo, patativa, papa-arroi, papa-capim ou caboclinho,
rouxinol, sanhaçú, sabiá de varias especies, xexeu.
TREPADORES—Píca-páíí,cujo bico fupa 3 mais rija madeira,
lucano de immenso bico e plumagem luxuriante pela vivesa
.e variedade de suas cores, papagaio de varias qualidades,
desde o periquiíinho verde de tamanho pouco superior ao do

1 Ratos, ba de qxiatro especies; ponarè oU rabudo que mora


nas pedras e ôco dos páus, guabiru qüe veia da Europa nos na^
vios dos primeiros colonos, vermelho e catita grande roedor.
* Tamanivá (Myrmecophaga tamanduá), havia duas espe
cies: 0 assú ou bandeira, e o mirim ou pequeno; hoje é raris-
simo 0 da primeira especie.
* Tatús (Dasypus), havia o variastra, grande, rujo casco po
dia levar mais de uma quarta de legume;jàhoje não se encon
tra; 0 verdadeiro de carne saborosa, o peba e o bola.
* Morcego (Vospertilio mnrinus)—fazem grande damno ás
ereacões é nas grandes seccas atacam atè o homem. Na de 1792
estes'animaes atacavam mesmo de dia as pessoas qüe cahiani
de fome, e acabavam de inani-las: no sertão do Apodi famílias
inteiras acabaram inanidas por esses horriveis vampiros, se
gundo a Meinoi'ia do revd.“ Joaquim José Pereira impressa na
Revista do Instituto Historico.
DA província do CEARÁ 213

canario até as corpolentas araroi, canindés, ararunas


maracanans, jandaias Iodos notáveis pela variedade e belleza

de suas cores; causam bastante estrago nas plantações sobre


tudo de vasaiites.
GALLINACEOS Pombo^ perdiz, pavão,jacú, gallinha, capote
ou gallinha de Guiné (nuniida meleagris), perú, ema, zabelê,
iivú, ganso, sariema, nhambú; muitas variedades de pombas
rolas como asa branca, rolinha, cascavel, jurili, íroqiiaz,
porem a mais numerosa é a chamada rola de bando ou de
airibação.
RIBEIRINHAS—Maçarico,. garças de varias especies, gazola,
jaburú, soco, jaçanan, gallinha d’agua, tamateão, petéu, ma
ranhão, sericoia.
palmípedes- ■Gaivota, pato, marrecas de varias especies»
patori, putriãOj pecaparra„ cuzicaca, mergulhão.

1 São frequentes no Uricury, raras vezes apparece alguma


pelo Ceará.
® Rolas de arrífcaçõo—Vivem em grandes bandos, sobre
tudo no tempo da postara, que é no fim do inverno. Então os
enchames são tão prodigiosos que formam nuvens de milhas
de extensão, voando sempre na mesma direcção, e juncándo
cada dia os campos por onde passam de uma profusão de ovos.
Nesta operação ellas percorrem as veses uma zona de muitas
léguas, porque todos os dias vão avançando em linha recta.
Apanham-se ovos em cargas, animaes de toda especie aíBuem
para devoral-os, e todavia não abalam. È mister presenciar
uma scena destas no sertão para acreditar em tal phenomeno I
Não obstante a devastação que homem e animaes fazem aos ovos,
grande parte vinga e em poucos dias novas pombas nascem
desses ovos, as quaes ainda implumes no campo servem de
pasto aos camivoros de toda especie; mas ainda assim muitas
escapam e formam novos bandos. No sertão em muitas ribei
ras apanham-se e.<!sas pombas, ou na bebida ou no pouso, em
tai quantidade que as seccam e levam cargas e cargas para
vender pelas serras.
214 ENSAIO estatístico

ARTIGO 3.»

CHELONIOS, SAURIOS, REPTIS, BACTRACIOS.

Chelonios ou tartarugas—Ha de quatro especies. ^


Saurios (lagartos)"^ama/eão, que toma diversas cores e
vive trepado nas arvores, Hjuassú do tamanho do camaleão,
calangro de varias especies, papa-vento, tejiipim, e finalmen-í
te 0 jacaré de especie pequena que ainda se encontra nos
pantanos junto ao litoral.
Ophidios (cobras)—Cascavel, a cobra mais venenosa e qué
mais abunda no sertão; a acção de seu veneno é sempre
mortal com raras excepções,;araracadeduasespecies, e tam
bém muito venenosa; as suas victimas transudam sangue por
todos os poros, coral toda variegada de zonas estreitas de
lindas cores, vulgarmente tida por venenosa, o que é real,
ha porom especies iunocentes, saramanta muito maior que
a cascavel, venenosa, porem rara, süricucú de que ha varias
especies, habita nás matas frescas é é muito inimiga do fogo:
costumam fazer fogueiras nas malas para mata-las, por
que eilas lançam-se ao fogo para apaga-lo, preta, caninana,
de taboleiro,papa-óvo8,i'agm, verde, de cipó, de duas cabefas,
de veado, a maiOr serpente, pode ter 30 e mais palmos e en
gole um veado inteiro, não tem veneno; porem tem uma for
ça prodigiosa e só ataca o animal para comer; outra boa ou

t Tartaruga—ha quatro especies no mar, das quaes a


cbamada verdadeirarenáe aos que apegam 100 a 130:^; é rara
e seria de ntilidade tentar a sua creaçao artiticial, que nas la
goas à beira mar vão seria difQcil até certa idade, depois po
deríam ser lançadas no mar, onde sem perigo adquiriríam o
seu desenvolvimento, e seriam ntil recurso para os pescadores.
Cada tartamga p5e qninbcntos ovos nas dunas, quando nascem
03 pequenos, correm para o mar; os carcarás os perseguem Io-
m,e na agua ot peixes,carangneijos,e zoopbjlos os aguardam,
de modo que só poucos escapam.
DA PROVÍNCIA LO CEARÁ. 215

sucurujuha, especie semelhante que vive nos grandes panta-


nos e qiie engole até um beserro, é porem menor que a de
Goyaz, Piauhy&c.
Bactracios (sapos)—Gí«, cururú, rã ^c.

ARTIGO 4.0

PElXESv

A extensa costa da província abunda em peixes dos quaes


0 mais estimado é a eavdlay que se pesca á linha em jan
gadas no alto mar; mas as pescarias que aliás se fasein em
curraes e à linha são insignificantes. Na barra do Ãcaracú
pesca-se em quantidade o camoropim, que se exporta tanto
para o interior como para fóra da província.
Os rios e lagoas não são menos abundantes de peixes de
varias especies, sendo mais communs as seguintes:—acari,
branquinho,cará, cascado,aurumatan, cangati,jttndeá, mossú,
piranha trahira, bagre, proba, piabassá, guiá.
PEIXES MAIS CONHECIDOS NA COSTA DO MAE E RIOS DO INTE
RIOR.—Acará, agulha, alvacor, arraia, badejo, bagre, baiacú,
bejupirú, baleia, barbudo, batata, bicudo, bocea de velha, boni
to, boto, bodião, branquinho, cabeça dura, cação anequim, ca
ção bagre, cação bicudo, cáção chape, cação d’areia, cação de
dente, cação de espadarte, cação golfim, cação moenda, cação

* Entre estes é notável a piranha pela sua 'voiacidade:


cresce atépalmo e meio com dous terços de largura, tem a
bocea grande, guarnecida, como a do tnbaião, de serrilhas de
dentes agudos, que cortam eoino navalha. Andam em cardumes
e quando ferem algum animal ou pessoa e que a agua se tin
ge de sangue, acodem com prestesa e devoram o animal que
encontram. Nem todos os rios tem piranhas; mas ha alguns
poços tão infestados que os animaes mio podem bebèr. Apesar
da voracidade são apanhadas á mão pelos pescadores que mer
gulham.
216 EXSAIO estatístico

Untureiro, cação pata, cação viola, camboatá, caldeirão, camo-


ropim, cangaty, caraunha, carapá, carepeba, caratinga, cau-
loá, cavalla, chareu, euríman, corvina, curumatan, dardo,
dourado, enxova, espada, gallo, garoupa, cangulo, jamanta,
jundiá,jeriquiti,jacundá, manjula, perna de moça, maraea-
peha, mero, morea, morobá, murueutuca, olho de boi, olho de
ceu, pampo, pargo, pargo penna, parú, peixe boi, peixe fila,
peroá,pescada, piáu, pirambú,robalo, robalito, roncador,saui-
ha, sainé, samuenda cara, sambetara, sarda, sargo de beiço,
sargo de dente, salema, sardinha, serra, serioba, tainha, ta-
pucá, trahira, uburana, vermelho, voador, peixe gallo.

ARTIGO S.»

INSECTOS.

Temos innumeras especiese muitas dellas nocivas: são no-


laveis por sua propriedade perniciosa asseguintes: catrapato,
parasita que vive nas folhas e que em certas epochas augmen>
la e agarra-se á pelle dos animaes, principalmente do gado
vaccum, e em tal quantidade que em pouco tempo tiram-llie a
sustancia e causam grandes estragos; pulgas, percevejos, bi
cho de pé, que se introduz na carne do homem ou dos animaes;
formigas de varias especies; euphn estragador dos moveis,
edifícios e dos pés de milho, da ro{a; traças devoradoras de
livros e papéis; aranhas de varias especies como a carangue-
jeira, muito venenosa; uma formiga chamada vulgarmente
onça, por ser parda rajada de branco, disem que é venenosa:
esco)pião (scorpio) bastante venenosa, mas não mortal; ci
garra, piolho de cobra (scolopendra), tiranaboia^ que passa

* O dr. Theberge diz o seguinte a respeito deste insecto:


«Falla-se com terror de um besouro cbamado tirananboia (ge-
quitirananboaj que dizem traser debaixo do peito um ferrão.
DA PROVIXCIA DO CEAR.V. 217

por venenosa, mas de que n3o ha exemplo de algum facto


que justifique essa fama; moscas de varias qualidades, sendo
as mais prejudiciaes as mutueas que perseguem o gado no
sertão, e nos tempos de secca augmentam sua mortalidade;
miiruanhas quasi semelhantes nas serras e praias; mosquitos
e morissoeas que nos logares húmidos atormentam a todo vi-
veiile; potó que expelle um liquido cáustico produsindo cha
gas dolorosas que saram difficilmente; pimentão, papa-pi-
menta, que em certas epochas abunda extraordinariamente e
que pode substituir com vantagem a cantharida; cascudos de
muitas especies, fulgurantes como os pirilampos, bezouros,
maribondos, gafanhotos, borboletas e suas lagartas, que tam
bém causara grandes estragos ás lavouras nascentes; mari
posa, cuja lagarta é uma especie de bicho de seda que forma
casulos volumosos e contem grande quantidade de seda grossa,
forte e elastica, muito pegada por meio de uma matéria vis
cosa, que a torna difflcil de desembaraçar-se; a eochonilha
que vive nas palmatórias; emboá (aulus), mofo (coceus) ^

que no seu vôo estonteado e rápido introduz no corpo da pes


soa ou animal que encontra em süa passagem, e que esta fer-
roada produz instantaneamente a morte. Forara-me remettidos
dous desses insectos em máo estado de conservação, mas que
reconhecí serem uns fulgora lanterna,rasao porque disem que
é cego, porque considerando a lanterna como cabeça nelia nãi
acham olhos. O pretendido ferrão à uma especie de tromba
que 0 animal deita ao comprido do corpo por baixo, quando
não usa delle. Não me foi possível achar orgão algum nocivo,
antes é uma variedade do dito fulgora de forma esbelta,
variegado de cores brilhantes; vivem nos jatohaseiros, onde se
desenvolvem passando por diversas transformações próprias
de sua especie sem qúe ninguém por aqui lhe attribua proprie
dade nociva a nao ser quando se chama tiranaboi, tão affa-
mada e tímida no Piauliy donde vem essa historia.» Tenho
um insecto destes secco, que me remetteram do sertão. E da
familia das cigarras que tem igual ferrão.
1 Este insecto durante muitos annos perseguiu os algodoei-
ros por tal sorte que quasi aniquila a sua cultura. Foi ha
poucos annos que esse pulgão devastador fez tregoa ao algo-
doeiro para se pegar ás arvores de espinho, de modo que já ho
Cayriri matou todas as larangeiras e arvores dessa familia.
218 ENSAIO estatístico

insecto microscopico que se accumula nas hasteas e folhas


das arvores a semelhança de bolor, eas mata em pouco tem
po; jn/Zo, gorgulh» que ataca os legumes colhidos e causa
grandes prejuisos. *
Abelhas.—Entre os insectos uteis contam-se varias espe-
cies de abelhas, cujo mel é saboroso e até medicinal,e cuja
cera sene para luz, como as seguintes: enxú, enxui que fa
bricam suas casas nas arvores exteriormente; cabussá que
ordinariamente faz. sua casa em buraco ou òco de páu (estes
só produsem mel e construem suas casas de cavaquinhos de
madeira que arrancam com as mandibulas, a massa é uma

t EfTtcacissima veneno, contra os goegulhos, e a borbolem


que perseguem o legume é o sulfureto de carbono, que não só
mata os bichos como também os ovos que vem dentro do grão;
bastam algumas goltas. deste ingrediente para um alqueire de
legume, é preciso que este esteja em caixão fechado. Em meia
hora estão os insectos todos destruidòs, e como o sulfureto de
carbono,é excessivamente volátil basta a exposição ao ar para
se perder todo,o que se conbece pelo desapparecimento do chei
ro que é muito forte. Convem não chegar fogo ao pé, porque in-
flamma-se com Êicilidade e desprende cheiro de enxofre quei--
mado.
Na Europa fabrica-se hoje o sulfureto. de carbono em grande
quantidade e pode-se obter á 120 rs. a garrafa, isto é quanti
dade sufBciente para cerca de 500 alqueires contidos em um
caixão bem fechado, que tenha 20 palmos de comprido, 10 de
alto e 10 de fundo. Um caixão com.estas dimensões não é de
grande dispendia è permitte a conservação de legumes durante
muitos annos; aqui no Ceará é de uma vantagem incalculável-
por ser o meio. de se armazenar durante longas seceas a pro-
ducção de um anno fértil; seria mesmo conveniente estabelecer
celleiros públicos nas povoações, o que tiraria o governo de
sérios embaraços em annos calamitosos, economisaria enormes
despezas que nessas oceattiões se não podem físcalisar. O
Sovo evitaria uma fuga precipitada e sem fim determinado,e so-
retudo não. estaria exposto a uma usura alem de todos os li
mites da honestidade e á enorme desmoralisação cora que mui
tos compram a vida;este recurso estabelecido e nos campos co
lhido o feno para 0 gado é quanto bastava para qne o cearense
podesse desembaraçado atravessar annos de secea qne até hoje
só inspiram horror. Oremedio éfacillimo para um maltão avm-
DA PROVÍNCIA DO CEARA, 219

especie de papel), ííííòíi grande e pequena, untssií amarello


e preto, pithiln, mvca branca, manuel de abreu, taiaira preta
e amarella, mosquito ciipera, sanharáii, bocca de barro, mom-
becca, írombela canudo, jandaira, arapuá.
Entre as vespas são notáveis por seu veneno os maribondos.
dc chapéu, de latú e preto q^ue não fabricam mel.,
ARTIGO 6;»

CRUSTÁCEOS.,

Nas praias e barras dos rios encontram-se muitas espccies


de crustáceos, como caranguejo, gaiamum, aratú, camarão,
lagosta, pithú-assú e aratanha..

AMTIGO 7;«

VERMES OU AN.\ELIDES.

Sangue-suga, minhocas que são uteis para afofur a terra,.


planarias, embuhás.

ARTIGO 8-

UOLLCSCOS.

Ostras, mariscos, polvos, e nos rios e lagoas muitos urim,


itans (dos generos unio e anodonta) com brilho de madre-
perola.

ÂRTIGO 9y

ZOOPHYTOS.

Asteria ou estrella domar, esponja, actinias, nemertinas,,


j( ttlern (Phgsalia Caravella),
£8
■2-20 ENSAIO estatístico

TITULO V.

DIVISÃO POlITICA.

CAPITULO I.

Divisão eleitoral.

APTIGO í.o

DIVISÃO ANTIGA É HISTÓRICA.

CoiV»VvlUVtV\t çotluqui-ítt.

A primeira eleiçSo que se fez na província foi para tlepulaílos


á cousliluinte portuguesa, em 2Í de dezembro de 1821, por
eleitores de parocliia reunidos em dois collegios, nas cabeças
das duas comarcas:—Fortalesa e Crato. Foram eleitos: pa
dre Anlonio José Moreira,Manuel do Nascimento Castro e Silva,
e José Ignacio Comes Parente, que recusou, seguindo em seu
logarosupplente, padre José Marliniano dc Alencar.
da província DO: CEARÁ 221

2.

ívotttvftioves liftaes.

A segunda eleição feita pelos mesmos eleitores foi parapro-


curadores geraes,.que deviam formar um conselho no Rio de
Janeiro juiielo ao príncipe regente, mandada proceder por de
crelo de 16 de fevereiro de 1822, e que teve logar a 12 de ju

nho de 1822, e deu em resultado como procuradores: desem


bargador José Baymundo de Paços de Porbem Barbosa e padre
Anlonio Francisco de Sampaio.‘
3.

CoesVüuvete. bva&vVúta.,

Convocada por decreto de 3 de junho de 1822, mandada


eleger pelas instrucções de 19 de junho de 1822 por eleitores
de parochia na- rasão de um eleitor por cem fogos.
Foi dividida a província em trcs collegios eleitoraes: Ara-

eaty, Icó, Sobral..


Foram eleitos oito deputados a saber: Pedro José da Cos
ta Barros, padre José Martiniano de Alencar, José Mariano
de Albuquerque Cavalcante, padre MaiiuetPaclieco Pimentel,
padre José Joaquim Sobreira, padre Antonio Manuel de Souza,
padre Manuel Ribeiro Bessa de Hollanda Cavalcante e dr.
João Anlonio de Carvalho.,*

4.

AsscmlAta YeqvslaVwa..

Pela Constituição do Tmperio, jurada em 25 de março de

* Tinh.a sido eleito o dr. João Antonio Rodrigues de Car


valho. porem a camara apuradora annulou 30 votos e deu o di
ploma ao padre Sampaio que empatara com o padre Bossa.
- Foi dissolvida por decreto de 13 de novembro dc 1823.
22”2 •ENSAIO estatístico

1821, e pelas inslrucçoes de 26 do mesmo moz que regularam


um eleitor de parochia por cada cem fogos e marcaram o nu
mero de oito deputados geraes e quatro senadores,fez-se a ter
ceira eleição; aquelles eleitos por maioria de votos dos elei-
,tores reunidos em collegios eleitoraes, e estes (os senadores)
por votos dos mesmos eleitores, em lista tríplice, para serem
escolhidos pelo imperador. ^

1
SENADORES ELEITOS!

1826.

Dr. João Antonio Rodrigues de Carvalho, coronel Pedro José


da Costa B.-irros, João Car bs Augusto de Ocynhaussen(marquez
do Aracaty), padre Domingos da Motta Teixeira, ([ue recusou.
em cujo logar foi eleito e escolhido,em 18*28, João Vieira deCar-
valho fmarquez de Lage), por abandono do marquez do Aracaty,
em 1832, padre José Martiniano d’Alencar.
1840.
Por morte de Pedro José da Costa Barros, Miguel Calmont
du Pin Almeida (marquez d’Abrantes).
1841.
Por morte de João Antonio Rodrigues de Carvalho, Manuel
do Nascimento Castro e Süva.
1848.
Por morte do marquez de Lage e de Castro e Silva, Cândido
Baptista d’01iveira e -FraEcisco de Paula Pessoa.
1861.
Por morte do padre José Martiniano d’Alencar, desembarga
dor Antonio Jose Machado.
1862.
Por morte do desembargador Machado, o dr. Micuol Fernan-
desVieira (fallecido ha pouco).
DEPUTADOS.

1.* Legislatura—1823.
Manuel do Nascimento de Castro e Silva, Antonio do Cas
tro Vianna, Blanuel José de Albuquerque, José Gervasio de
Queiroz Carreira, Joaquim José Barbosa, dr. Joaquim Maree-
DA PROVI^XIA DO CEARA. 223

5.

A população da província em 1824 era €e 220,000 habiían-


tcs, e dava um deputado por27,7õ0 habilaiiles.
6.

O decreto de2de maio de 1842, que mandou fazer a quali


ficação dos volantes, marcando o numero de 100 votantes por
cada eleitor,alterou o antigo systeraa eleitoral.

lino de Britto, Antpmo Joaquim de Moura,Marcos Antonio Bri-


eio.
2.»-1829.
Padre José Martiniano d’Alenear, Manuel do A^aseimento
Cas ro e Silva, Antonio Salles Nunes BelforJ, Vicente Ferreira
de Castro e Silva, José Rcbello de Souza Pereira, padre Manuel
Pacheco Pimentel, padre Francisco de Paula Barros, Antonio
Joaíjuim de Moura.
3.*-1833.
Dr. José Antonio Pereira Ibiapina, Manuel do Nascimento
Casiro e Silva, José Mariano d’Albuquerque Cavalcante, padre
Antonio Pinto de Mendonça, Vicente Ferreira de Castro e Sil
va, dr. Jeronvmo Martimiano Figueira de Mello, Joaquim Igna-
cio da Costa Miranda, Francisco Alves Pontes.
4.*—1836.
Dr. André Bastos d’01iveira, Manuel do Nascimento Castro e
silva. dr. João Capri.stano Bandeira de Mello, Joaquim Igaacio
da Costa Miranda,Vicente Ferreira de Castro e Silva,padre Car
los Augusto Peixoto d’Alencar, padre José Ferreira Lima So-
cupira, José Mariano-d’Àlbuquerque Cavalcante.
S.*—18il.
Manuel do Nascimento Castro e Silva, padre Carlos Augusto
Peixoto d’Alencar, Vicente Ferreira de Castro e Silva, padre
José Ferreira Lima Socuprra, dr. Francisco Salles Torres Hu-
luem, dr. João Capristano Bandeira de Mello, José Mariano
d’.Albüquer(jue Cavalcante, Joaquim Ignacio da Costa Miranda.
Fsta legislatura findou com a dissolução de 2 de maio de
i812.
6.»—J8J2.
Dr. Miguel Fernandes Vieira, padre José da Costa Barros,
Manuel Jõsé de Albuquerque, dr. André Bastos de Oliveira,
%2i ENSAIO estatístico

7.

Pela lei n. 387 de 19 de agosto de 1^6,que alterou o pro


cesso das qualifica^jões e mesas eíeitoraes, e marcou o nume
ro de 40 votantes para cada eleitor, foi outra vez reformada
0 systema eleitoral.

8.

Pela lei n.» 842 de 19 de setembro de 1855, e decreto n.»


1807 de’20 d,e agosto de 1856 que alterou o processo das qua-
lilicapões e mesas parochiaes,e redusiu a deslrictos de um de
putado geral e quatro proyinciaes a eleição de deputados ge-
raes e proyinciaes, foi aiuda reformado,o. mesmo systema.

Francisco de Souza Martins, dr. Antonio José Machado, padre


Anionio Pinto de Mendonça, brigadeiro José Joaquim Coelho.
7.“—t8i3.
Padre Antonio.Pinto de Mendonça, dr-. João Fernandes. Bar-
ros, dr. Manuel Soares da Silva Beserra, padre Carlos Augusto
Peixoto de Alencar, dr. Frederico Augusto Pamplona. dr. Joa-.
qiiiin José da Cruz,. Vicente Ferreira de Castro e Siíva, padre
José da Costa Barros, que falleceu antes de tomar assento,fasen-
do-o em seu logac o primeiro, supplente dr. Thomaz Pom-
peu de Souza Brasil.
S.”—1848.
Dr. José de Assis Alves Branco Muniz Barreto, dr. Frederico
Augusto Pamplona, dr. Joaquim Saldanha Marinho, dr. João
Fernandes Barcos, dr. .Miguel Joaquim Ayres do Nascimento,
dr. Thomaz Pompende Souza Brasil, padre Carlos Augusto Pei
xoto d’Alencar, padre Domingos Carlos de Saboia. Findou com
a dissolução de 29 de setembro de 1819.
9.“-1849.
Dr. Miguel Fernandes Vieira, dr. Antonio José Machado, dr.
André Bastos d’01iveira, dr. José Antonio Pereira da Graça,
dr. Pedro Pereira da Silva Guimarães, dr. Francisco Domín-
gues da Silva, dr. João Capristano Bandeira de Ãlello.
10."—18Ò2:
Dr. Miguel Fernandes Vieira, dr. Domingos José Nogueira
Jaguaribe; dr. Manuel Theofilo Gaspar d'01íveira, dr. Antonio
José Machado, dr. João Capristano Bandeira de Mello, dr. Bay-
tnundo Ferreira d'Araújo Lima, dr. André Bastos de Oliveira,
dr, Francisco Domingues da Silva.
OA província do ceara. 2“25

9,

Pela laliella seguinte se vê a deslribiilç^o por destriclos com


postos de collegios, e estes de freguesias segundo o uovo sys-
tema eleitoral. , ,. , - j ,
Comparado o numero de eleitorese a populaçao desse tem-
po resullava a seguinte relação para cada deputado:
Dcstrictos de um Numero de fre- População População
ik-pulado grcral e cuesias déca Eleitores. pàra cnda para cada
quatro provinciacs da destricto. deputado. eleitor.

1.» Fortalesa 4 m 72,100 S86


2.° Sobral... 4 90 36,360 406
3.“ Granja.. 3 83 32,100 627
4"> Baturité. 4 106 61.927 383
3." .Araeaty. 4 124 33,870 430
6 112 33,130 474
6.» Inhamuin
7.0 Icó 4 113 33,714 487
S." Grato S 146 71.300 338

8 34 899 I 1.78.894 4,173

10.

Uin deputado geral representava, termo medio 111 eleito-


•res e 57,380 habitantes, e cada eleitor 515 habitantes.

11.»—1836.
1.* por districtos.
í)r. José Antonio Slachado l.»districto, Capital.
Dr. Francisco Domingues da Silra . . 2.” ■» Soliral.
l)r. Sebastião Gonçalves da Silva. . . 3.“ Granja.
Dr. Domingos José jSoguerra Jaguatibe i» Baturité.
Padre Antonio Pinto de Mendonça . . 3.“ Ara ca ti.
Dr. Miguel Pernandes Vieira . . . . C.” 1 Iniiamum.
T)r. Ravmundo Ferreira d‘A. Lima . . 7.° > Icó.
Dr. André Bastos de Oliveira . . .. . 8.° » Crato.
12.'-1861.
Pé/os districtos de 3 deputados cada um.
Desembargador Jerony.rao Martiniano Figueira de Mello, con
selheiro José Martiniano d'Alencar, dr. Miguel Ferhandes Vieira,
conselheiro João Capristano Bandeira de Mello, dr. Domingos
José Nogueira Jaguaribe,dr. Ravmundo Ferreira d’Araujo Lima,
■dr. Miguel Fernandeç Vieira, ár. J. Macario Figueira de Mello.
226 ENSAIO estatístico

TABELLA 1.=»
Ditisão eleitoral da provsneía do Ceará até
1!^59 segundo a Bei de de setembro de
It^õG e deereto de ISO de agosto de tSãS.
17
¥
DestrictoSou SS J .
círculos clci- Collegiosdo que
toraes.
se compoum. Freguesias.
ez
i. ti s£
sT
52
■ o a£ =
Ed

1.» Fortaleza... 5630. 31


Forlalesa. Capital Maranguape 5i63 32
4 1
Aquiraz 811 49
Cascavel 1941. 21
, Sobral 2030; 44
St.» (Joiterla.. 930 lü
Sobral. Sobral. 4 1
S.Hntt'Anna.. C34 20
Acaracú 10.33 16
3.» Granja *2893 27
Granja. ■ Granja. Viçosa. 3604 16 4 1
Ipú. 2234 40
tíuturité 39
4.» Baturité. Canindé 896 14 ,
Baturité. Imperatriz; 1 4
Imperatriz.. 2346 32 ^
Sancta Cruz. 1294 21
Aracaty 296-2 39
S.“ Aracaty. Bu-ssas 2034 31
Aracaty. Quixer.*>*® Qaixer.w™.. 2370 36
4 1
■Cachoeira... 1833 18
; Tauliá 1193 21
Arneiroz.... ■18-20 33
6;“ Maria Per.*.. 1939 23
Inbanmin Tauhá. 4 1
Saboeiro.... 1197
■ S. Matheus>. 1230 42
' A.^saré 1334 13
Icó 1696 30
7.0 P.Teiro 1633 23
Icó. Icó. Telha 4 1
2169 30
Lavras 2666 30
Cratü 3723 32
S.» Barbalha 962 16
Grato. Grato. Mis.'ão Velha 1783 47 4 1
' Jardim 1783 36
- Millagres... 1637 15
8 4
DA PROVIAXIA DO CEARÁ. 227

ÃBTIGO 2.“

ELTIMA REFORMA ELEITORAL.,

i..

Pela lei 11.“ 1082de 18 de agosto de 1860 e decreto dc go


verno u.“ 2635 de 5 de setembro do mesmo anno n divisão an
terior foi alterada, reduzindo.-se os deslrictos eleitora es a tres,
sendo doiis de tres deputados geraes e dose provinciaes,eum
de dous geraes e oito provinciaes, conforme a tabella seguinte,
marcada por acto do governo provincial de 25 de setembro de
1860.
A mesma lei alleroua base para um eleitor, marcando trinta
Votantes por um eleitor, mas não podendo cada freguezia aug-
nientar mais que a metade do que dava anteriormente. Por
esta nova reforma fez-se a eleifão da duodécima legislatura,
cm janeiro de 1861. Segundo a qualificação tinhaa provincia
06,724 votantes, e deu 1,264 eleitores, divididos pelos 28
eollegios..

£0
Divisão eleitoral da província do Ceará em 1800, segundo o
decreto de 5 de setembro de 1860.
} «
.5
§1. >
S
COLLEGIOS DE QUE SE
C0M1’ÕE g-J I.
F^GUESIAS DE CADA GOLLEGIO.
</i U
"•g:3
28. gs»
•3
l-SS
>?c
Õ

A Fortalesa, cidade S. José da capital 2,138 71


&B Marangnape, villa N. Senhora da Penha de Marangnape. 1,313 43
Aquiraz, villa S. José do Aquiraz :. 768 26
Cascavel, villa N. Senhora da Conceição de Cascavel. 1,637 32
.2 Aracaty, cidade N. Senhora do Rosário' do Aracaty 2,291 66
S. Bernardo, cidade i\. Senhora do Rosário de S. Bernardo 2,298 47
Quixeramobim, cidade.. Sancto Antonio de Quixeramobim 1,483 49 12 3
S2 Cachoeira, villa N.S. da Conceição do Riacho do Sangue 1,238 29
O S
s 980 26
e
•3
.S.Joao do Príncipe,villa N. Senhora do Rosário de Taúhá 1,436 17
N. Senhora da Paz de Arneiroz
sS
*2^ N. da Purificação do Saboeiro 782 26
Q
Saboeiroj villa |N. Senhora do'Carmo de S. Matheus... 801 24
•3 SanefAnna do Assaré 1,306 17
Maria Pereira, villa N. Senhora da Gloria de Maria Pereira. 980 36

Sobral, cidade N. S. da Conceição de Sobral 1,819 60


.3 .
Sancta Quiteria 637 13
Acaracú, villa SanefAnna do Aearacú 1,773 24
O
ti
SanefAnna 600 20
O ti
Baturité, cidade N. Senhora da Palma de Baturité 2,396 39
Canindé, Villa S. Francisco de Canlndé 793 21 12 3
So Imperatriz, villa
O N. Senhora da Amontada da Imperatriz 2,114 48
li S. Francisco, villa N. Senhora da Penha de Sancta Cruz.. 811 27
Granja, cidade S. José da Granja. 1,733 39
5 l?
Viçosa, villa N. Senhora daÀssumpção 2,478 29
OI
Ipü, villa S. Gonçalo da Serra dos Cocos 1,649 54
O» Icó, cidade N. S. da Expectação do Icó. 1,304 43
Telha, villa SanefAnna da Telha 2.169 43
ifi Lavras, villa...... S. Vicente de Lavras 3,387 43
O

s3 Pereiro, villa. ,...•. S. Cosme e S. Damião 982 32


00 => Crato,cidade N. Senhora da Penha 2,090 30 8 2
sS
CO
Barbalha, villa Sancto Antonio da Barbalha 384 19
s
e
o

Jardim, villa..
{ S. José de Missão Velha
Sancto Antonio do Jardim
1,536
1,378
31
43
Mlllagres, villa N. Senhora dos Milagres 801 27
?l
CO
1,264 32 8
da província do ceará 231

2.

Dá esta tabclla comparando-se o numero de eleitores, vo-


taiilcs e populaeão, os seguintes resultados:
s

DI5TI\ICTOS ELEI- ç»
TOft.\ES.
M a •S
£ > c< c.

l.“ Capital. 11 14 509 26,067 198,430 66,14:3


3 Deputados.

2.° Sobral. 9 11 396 22,183 164,441 54,810


3 Deputados.

i 3.” Grato. 8 9 359 20,074 139,354 69,677


I 2 Deputados.

Somnia 29 34 1,264 68,324 502,225

3.

Do quadro supra resulta o seguinte:


Votantes de toda aprovincia. 68,324,1 por 72 hab.
Eleitores . . 1,264,1 « • 385 «
Deputados provinciaes de toda
a proviiida 32,1 « 15,235 «
Deputados geraes de toda a
província 8,1 « 60,945 « *
Senadores de toda a província 4,1 « 121,900 «
ÃRTIGO 3.»

ASSEMBLÉA PROVINXIAL.

Creada pelo aeto addicional (12de agosto de 1834) foi ins-

1
Tomando por base a população de 1860 do mappa estatístico,
fia segunda Parte, Tit. l.“
232 EJÍSAIO ESTATISTIC»

lallada em 1835,substituindo ao antigo conselho de província


creado pela Constituição. Cada legislatura dura dous annos.
ARTIGO i.o

DESPESA COM A REPRESENTAÇÃO.

l.

ÀssemliUa givaV.
i senadores a 3:600<5annuaes 14:G00-5;000'
8 deputados a 2:400s? <£ 19:200,MXU>
Ajuda de custo a cada depu-
tado 700^ 5:600^000

Somma 39.-400^000

2.

ÀssemWía 'pvoMvTvclal.
32 deputados a diaria de 8^000 por 62 dias,496á
cada um 15:872.s000
Ajuda de custo na rasão de 1,^500 rs. por legua 5:2õOáOÕO
Secretaria da asseinbléa, pessoal 2:600-^000
Tacbygraphos .. 1:500^000
Publicação de trabalhos. . . . .. 1:800-3000

•Somma 27:022.3000

CAPITULO II.

Divisão ailniinistraiiva.

ARTIGO 1.0

ORG.ANISAÇÃO CENTRAL.

1.

A presidência da proviucia é confiada a um alto funccion.a-


D-V PROVIXCIA DO CEARÁ, 233

rro, que dirige a administração geral da província, com uma


secretaria composta de um chefe (secretario) e mais onze em
pregados,segundo o quadro seguinte;

2.

Empregados. Ordenados e despesas.


Pelo thesouro geral.-Pclo thesoiiro provincial.
i presidente 6:000,5000
Ajuda de custo ao mesmo . 2:000-5000
1 secretario liõOO^OOO 6OO5OOO
Gratificação ao guarda mo
bília 905000
Mobilia, esua conservação,
reparo do palacio, luzes,
illuminação nos dias de
festividade nacional . .
1 official-maior 1:4855000
2segundosofficiaesal:1505( 2:3005000
3 amanuenses a-9755500 . 2:9265500
i arcliivista 9775500
1 porteiro 805-5000
1 correio . . . . . . . 7505000
E.\pedieute e impressão de
leis 2:2005000
11
Artigo 2.»

DIVISÃO MUNICIPAL.

1.

Divide-se actualmente esta provuiicia em trinta municípios,


sendo nove cidades e vinte e uma villas.‘

Saiic^-Anua”~®° ^ Tamboril, e a de
2.

QUADRO DOS MUNICIUIOS COM A DACTA DE SUA CREAÇÃO E FREGUESIAS.

.2 NOMES DAS FRE


KOJIES. DACTA DA LEI QUE O CREOU. S
GUESIAS.

1 Forlalosa Yilla em 1726 Cidade em 1823 1 Fortaleza.


Aracaty 1748 . 1842 1 Aracaty.
3 kó 1738 •€ 1842 1 Icó.
4 Grato 1765 t 1853 1 Grato.
I
o Quixeramobim.. 1788 c 185 Quixeramobira.
6 Baturité 1764 t 1858 1 Baturité.
/ Sobral 1779 < 1841 i Sobral.
8 Granja 1779 . 185 1 Granja.
9 Maranguape 1858 1 Maranguape.
10 Aquiraz 1713 1 Aquiraz.
11 Cascavel 1833 1 Cascavel.
12 Russas 1801 ( ( 1859 1 Russas.
13 Pereiro 1842 1 Pereiro.
14 Lavras 1816 1 Lavras.
15 Telha 1851 1 Telha.
16 Saboeiro 1851 2 Saboeiro e Assaré
17 Milagres 1846 1 Millagres.
18 Barbalha 1846 2 Barbalha,e M. Velha
19 Jardim 1814 1 Jardim.
20 S. J.odoPrincipe. 1802 2. Tauhá e Arneiroz.
21 Maria Pereira... 1851 1 Maria Pereirâ.
22 Cachoeira 1850 1 Cachoeira.
23 Canindé 1846 1 Canindé.
24 Imperatriz 1823 1 Imperatriz.
25 Sancta Cruz 1849 1 Sancta Cruz.
26 Acaracú 1849 2 Acaracú, St.“ Anua.
27 Sancta Quiteria.. 1856 1 Sancta Quiteria.
28 1840 1
29 çosa 1759 1 çosa.
30 S. Matheus * ... 1859 1 S. Matheus.

'Esta \illa, siipprimida e restaurada em 1859, ainda não foi inaugurada, mas dc\e-o ser este anno. Não são
0-liii iiicluidos os i'cccn(es niiiniciiiios de Tamboril e SancfÂnna. '
DA. província BO CEARÍ. 237

3,

QUADRO DOS municípios com seu pessoal e rendas.


'4
E Receita orçamento
MONICIPIOS. ■s
?

s
5
i-i

TC

FürRilesa 9 21:300Ji200
1
5 Sobral.... 9 8 2:869^5330
Granja.. 9 6 l:-400.#í000
3
9 9 4; 333^000
4 Aracaty..
9 10 2:190^3000
o Icó
9 10 4:8085000
0 Grato
Quixoramobini 9 6 1:1865700
7
Baturité 9 10 1:8615000
8
Cascavel 7 o 8665000
9
Aqairaz 7 4 3585000
10
11 SanctaCruz. 7 6 4365000
12 Imperatriz 7 4 6035000
13 Acaraeú 7 7- 1:1135000
14 Ipú 7 5 576^000
13 Viçosa 7 9 4845000
16 Cachoeira 7 4 2145000
17 Maria Pereira.. 7 4 5615000
18 Inhamum 7 4 4375000
19 Barbalha 7 6 '9605000
20 Saboeiro 7 6 3965000
21 Lavras 7 3 '2715000
Pereiro 7 4 4885000
23 Bossas 9 7 '7225000
24 Jlillasrcs 7 3 2865000
23 Canindé 7 7 448-3000
26 Jardim 7 3 3605000
27 .Telha 7 4 2485000
28 Sancta Quit-ria 7 4 2195000
29 Maranguape... 7 4 4:2125000
.30 S. iMathcus 7 4
31 Tamboril 7
32 Sanct'Anna 7
238 EXSAIO estatístico

4.

RESUMO.

"Yvnüa t dutts muuitvçaViittüts com \vu\Va t scfe ^vc(\ucs\fts.,

Pessoal.

Vogaes das raunicipalidades. .. 242


Empregados eslipendiados . . 216

458

Receita e despesa orçada em 1860 para vinte e oito cama-


ras 50:038,^000. •
A receita da camara loca, termo medio, 100 rs. por cada,
iridividuo.

ARTIGO õ.»

DIVISÃO POLICIAL..

1.

Consta de uma cliefatura de policia(repartição central cora


um chefe e sete empregados eslipendiados pelo estado), de
32 delegacias on termos, e 97 districtos ou subdelegacias.
Cada delegado, e subdelegado tem seis supplentes.

^vil
as üe S. MatlieuS; Taniboní e 0 orçamento
Sanct 4nna. das 3 camaras no-
DA PROVIXCIA DO CEARÁ. 239

2.

A repartição central da policia contem:


1 chefe (magistrado) com o orde
nado de. . 2:400i5 egratif. de 1:200-3
1 oflicial maior. . . . . . . 1:6003 4003
4 amanuenses a 8003 3:2003 a 4003 1:6003
1 lhesoureiro (que é um dos ama
nuenses) « 2003
1 porteiro 4003 2003

7:6003 3:6003
Mais despesas:
Com 0 expediente da policia 8OO3OOO
Com visita ás embarcações 1:2003000
20 carcereiros 2:7653000

12:3653000
3:6003000

15:9653000 ‘

30
2Í0 ENSAIO estatístico

Divisão civil (administrativa e po

2
< C
municípios ?: Termos. 'S
c:
o 1
i (delegacias.)
H •5
32. 29.
o z

Cidade. 1 Forlalesa... 1 Capital (Fortalesa).. 6


Villa. 2 Maraiiguape 1 .Vlarauguape 4
3 .Aquiraz \ Aquiraz 2
4 Cascavel... 1 Cascavel 2
Cidade. õ Aracaty 1 Aracaty 6
Villa. 6 Russas I S. Bernardo(Russas) 4

Cidade. 7 Icó 1 Icó 2


Villa. 8 Pereiro 1 Pereiro .., 2
> 9 Lavras 1 Lavras..;. 3
10 Telha 1 Telha 1
> II Saboeiro.. 1 Saboeiro.. o
> 12 S. Matheos. 1 S. Matheos .1
Cidade. 13 Crato 1 Crato 5

Villa. 14 Barbalha...7...... 1 Barbalha 2


S IS Jardim 1 Jardim 3
16 Millagres 1 Millagres 4
> 17 Inliamum 1 S. João do Principe. õ
a 18 Maria Pereira 1 Maria Pereira
Cidade. 19 Quixeramobim 1 Quixeramobim 4
Villa. 20 Cachoeira 1 Cachoeira 4
Cidade. 21 Baturité 1 Baturité 4
Villa. 22 Canindé 1 Canindé 1
a 23 Imperatriz 1 Imperatriz 4
a 21 Saueta Cruz 1 S. Francisco 3
Cidade. 2o Sobral 1 Sobral 1
Viila. 26 Sancta Quitheria ... 1 Sancta Quitheria 2
9 27 .Acaracú 1 Acaracú 3
9
28 SanefAnna 1 SanefAnna 2
a 29 Ipü 1 Ipú 4
»
30 Tamboril 1 Tamboril 1
Cidade. 31 Granja.. 1 Granja 2
Villa. 32 Viçosa... 1 Viçosa 3

32 97
DA província do CEARÁ. 241

licial) da província do Ceará em 1862.

Destrietos Policiaes.

(SUBDELEGACIAS.)
97.

Capital, Arronches, Soure,Siupé, Trahiry.


RIaranguape, Pacatuba, Jubaia, Mecejana,
Aquiraz, RloQte-móc. i
Cascavel, Sucatinga. j
Aracatv, Paripueira, Mutamba, Catinga de Goes. !
S. Bernardo, S. João, Taboleico, Limoeiro, Morada Nova, Li- :
^Tamento. i
Icó, Boa-vista. 1
Pereiro, Caxaró;
Lavras, Varzea Alegre, ümari. Venda.
Q'elha.
Salioeiro, Assaré,Poço da Pedra, Brejo Secco, Bebedouro.
S. Matheus.
Grato, SancCAnna do Brejo grande Joaseiro,Lameiro, Serra
de S. Pedro.. i
Earbalba, Missão Velha. i
Jardim, Gajoeira, Porteiras.
Jliilagres, Coité, Cuiicas, S. Pedro.
S. João do Principe, Flores, Marrecas, Arneiroz, Cocoey. |
W.aria Pereira, Pedra Branca.
Qaixeramobim, Sitiá, Qumdá, Boa-viagem. i
Cachoeira, Riacho do Sangue, S. Bernardo, Jaguaribe-mirim.
Baturité, Itãns, Acarape e Pendencia.
Canindé. ;
Im leratriz, Amontada, S. Antouio, Mundahú.
S. Francisco, Sancta Cruz, Arraial ;
Sobral.
S. Quithcria, Barra do Macaco. i
Acaracú, Tucunduba,e Almofala.
SancFAnna, e Mcruóca.
Ipú, S. Gonçalo, Campo Grande, Varzea Formosa.
Tamboril.
Granja, Varzea Grande.
Viçosa, Ipiabina, S. Benedicto-.
(*) Brejo Grande pertence a freguesia do Assaré e ao temio do Cráto.
N. B.—A povoaçào do Tamboril está crcada villa dependente dc condições que ain-
da nâo preencheu. .
242 ENSAIO estatístico

3.

28 cadeias nos seguintes logares:


\ em Fortaleza com 2 carcereiros a . . . 250;? 5005000
3 Aracaty, Sobral, Icó, 3 carcereiros a 150^ 4505000
5 <£ Granja, Grato, Baturité, Quixeramo-
bim, Pauliá, 5 carcereiros a , . . . 120(5 6OO5OOO
2 « SaboeiroeCanindé 2 carcereiros a. . 100^ 2005000
4 « Russas, Aquiraz, Cascavel e Sancta
Cruz, 4 carcereiros a 605 2405000
6 « Viçosa, Imperatriz, Maranguape, Te
lha,Pereiro e Caxoeira,6 carcereiros a 50(5 3005000
3 « LavTas, S. Matheus e Jardim, 3 car
cereiros a 405 1205000
1 « Mecejana, 1 carcereiro a 305 305000
3 o[ Soure,Trahiry, Siupè, 3 carcereiros a 25,5 755000

4.

'Risumo ios \oqaTts t ^«,ssoa\ la ijòVvcva.

32 delegacias, delegados 32,supplentes 192 . . . 224


97 subdelegacias, subdelegados 97, supplentes 582 679
Escrivães dos subdelegados 97
Carcereiros 29

1,929
Repartição central.
Cliefe de policia 1
Onicial-maiõr . 1
Amanuenses. . 4
Porteiro . . . 1

Total do pessoal . 1,036


DA MIOVINCIA DO CEARÁ. 243

Despesa publica.

Como pessoal da repartição e carcereiros. 15:965^000


Thelegrapho oplico. 180^000
‘Com a policia secreta l:000íi000
n:145íi000

ÃRTIGO i.»

DIVISÃO FISCAL.

A receita e despesa publica são de tres cathegorias, e por


conseguinte pertencem a tres ordens diversas:
1 geral.
2 provincial.
3 municipal.

I.

Dlúsão \vsco\ qtTo\ adua\.‘

1.

A fazenda publica consta de uma repartição central chamada


thesouraria de fazenda fiscalisadorae pagadora; de umaalfan-
dega no porto da capital; de mesas de rendas com um admi
nistrador eum escrivão nas cidades de Aracaty, Acaracií, e
Granja; de collectorias nos outros municipios; e de uma es
tação do sello.

‘ Vide Parte 2.’, título 7.


244 ENSAIO estatístico

Thesoüraria.—Contem os seguintes empregados com os


vencimentos:
Empregos. Ordenados. Gratificação.

1 Inspector. .. . . . . 2:000^000 500^000


1 procurador fiscal. . . . 1:100^000
2 chefes de secção a . . . 1;000a000 2505000
2 primeiros escripturarios a . 800,5000 200í,000
4 segundos « a . 700^000 2005000
3 praticantes a . 300-5000 1005000
1 official de secretaria. . . 8OO5OOO 2005000
2 amanuenses a . . . . 7005000 2005000
■) thesoureiro . . . . . 1:2005000 7005000
4 porteiro cartorário . . . 6OO5OOO 2005000
1 continuo . 3605000 1205000.
1 correio . . . . . . 2405000

20 Resumo,
20 Pessoal.
Ordenados. . 1'4:700/000'
Gratificações. 4:120/000.

18:880/000
E.\pediente e ser\'entes. . .. . . 2:400/000

Despesa com 0 pessoal.. . . 21:280/000

3.

Alfândega.—Contem os seguintes empregados com os ven


cimentos:
Empregos. Ordenados. Gratificação. Quotas. Somma.
1 inspector . . . .. 1:000/ 500/ 30 30
4 ajudante . . . - . 800/ 400/ 24 24
2 primeiros escripturarios. 600/ 300/ 10 20

4 74
DA PROTINCIA DO CEARÁ 245

■Empregos. Ordenados. Gratificação. Quotas. Somma.

2 segundos escripturarios . 500/ 250/ 7 14


2 terceiros « . 400/ 200/ 5 10
2 quartos « . 300/ 150/ 3 6
5 officiaes de descarga. . 300/ 150/ 2 10
1 tliesoureiro . . . . 800/ 400/ 15 16
1 fie! do lhesQureiro. . . 600/
1 guarda mór 700/ 350/ 20 20
2 primeiros conferentes. . 700/ 350/ 18 36
2 segundos « , 500/ 250/ 7 14
1 porteiro. . . . . 500/ 250/ 7 7
1 correio. . . . . 200/ 100/
1 administrador da capatazia 700/ 350/ 18 18
2 fieis d’armazem. . .. . 400/ 200/ 5 10

27 160
Resumo.
27 Pessoal.
Ordenados . . . 13:600/000
Gratificação. . . 7:100/000

Despesa com o pessoal 20:100/000

Porcentagem aos empregados. . . . . 8:622/000


Gratificações de embarques e por vigias noctur-
nas 365/000
Capatasia.
Despesa com este serviço . . . 4:467/000
Papel, pennas, livros 1:000/000
Ancoradouro e barca de vigia.
Pessoal das barcas e escaleres 1:128/000
Costeio e concertos . ■ 150t;000

Pessoal e material. < , .» 35:832/O0Q


246 ENSAIO Estatístico

5.

Mesas de rendas—Aracaly, 1 administrador, 1 escrivSo.


Acaracú,1 « 1 «
Granja, i 1

Total do pessoal. . s 6 Despesa . , 1:891/000

6.

CoLLECTORiAs, deum collector e um escrivão.


Aquiraz. Jardim. Cascavel. Pereiro.
Baturité. Saboeiro. Lavras. Maria Pereira.
Barbalha. Crato. Viçosa. Sancta Cruz.
Canindé. Russas. Imperatriz. Sob ral.
Icó. Quixeramobim.Ipu. Millagres.
S. Quiteria. S. Joào do P.
Despeza . 4:999/000.

T.

Estação do sello.—Compõe-se de um thesoureiro arren-


dador, que é o administrador do correio-, e úm escrivão, que é-
seuimmediato.

8.

■Risutuo qiTOÃ 4o çtssool pttVtivctuVs, 4. pvibWca.


Pessoal; Vencimentos.

Thesouraria. , 20 empregados 21:280/000


Alfandega . . 27 « 35:832/000
Mesas de rendas 6 cc 1:891/0001
Colléctorias . . 48 4:999/000 *
Sello, publico 2 600/000’

Total . . . . 103 64:602/000

* Tem uma porcentagem do que arrecadam.


* Tem uma porcentagem do que arrecadam.
* Tem uma porcentagem do que arrecadam.
DA PROVÍNCIA DO CE.VRÁ. m

n.

■DvvvsttO çvoVvudal^

1.

Consta de uma repartição central chamada thesouraria pro


vincial, que arrecada e fiscalisa a receita provincial; e de col-
lectorias temporárias nas freguesias onde não se arrematam
alguns impostos.
2.

Ptssoal t VMuVtiiMvVos ia tiiesouvavla.

Ordenados. Gratificações.

1 inspector, chefe da repartição 1:800/ 200/000


1 thesoureiro. . . . . 1:400/ 200/000
1 contador 1:200/ 200/000
1 procurador fiscal . 400/ 200/000
1 primeiro escriplurario. . 1:200/ 200/000
2 segundos ambos 1:600/ 400/000
1 amanuense archivista. . 700/ 200/000
1 guarda 500/ 100/000
1 fiel da.balança. . . . 600/ 100/000
4 porteiro 600/ 100/000
1 continuo . . . . . 500/ 100/000

Despesa de expediente , . 1:200/ 2:000/000


Armazém 400/

12:100/
3.

CoWecVonas

Aracaty, Açaracü, Granja, cada uma com umcollectoreum:


escrivão, pessoal 6.
Despesa com as Ires collectorias . . . 3:500/000
248 ENSAIO estatístico

4.

Ktsumo giToX.

48 Pessoal fiscal provincial.


Despesa. . . . . . 17:600/000

III.

Diwsão ^vsca\ mumãçal.

Cada camaratem um procurador que arrecada os impostos


municipaes e muletas, e paga as despesas d’ellas: percebe
uma porcentagem do que arrecada.
Pessoal de 32 camaras, 32 procuradores
que vencem 4:700/000

Resumo geral do pessoal encarregado da arrecadação e físcalisa-


eão das rendas publicas (geral, provincial e municipal), e
despesa com o mesmo.

Despesas. Empregados.
Geral . . . . . . 64:602/000 103
Provincial . . . . 17:600/000 18
Municipal. . . . . 4:700/000 32

Total. . . . 86:902/000 153

ARTJGOS.»

DmSÃO MILITAR.

A força publica divide-se em tres classes distindasj


1 força de linha ou do exercito.
2 força policial.
3 guarda nacional.
DA província do CEARÃ. 249

I.

YoTiia 4o txtTá\o^

i.

Compõe-se de um meio batalhão de linha com 342 praças,


comniandado por um tenente-coronel.
Consta em seu estado effectivo dos seguintes officiaes e sol
dados:
1 tenente-coronel commandante,
1 major.
1 ajudante.
4 quartel-meslre.,
\ secretario.
3 médicos.‘
4 capitães de companhias.
4 tenentes.
8 alferes.

24
64 officiaes inferiores.
8 cornetas.
240 praças de pret.
Este meio batalhão, que faz parte do exercito nacional, é
amovivel e faz a guarnição desta pròvincia. Sua despesa cor
re por conta do estado.
Alem do meio batalhão, ha mais empregados na fortaleza
um capitão de artilharia, um tenente reformado servindo de
ajudante, um sargento, e dois soldados. A fortaleza d’Assump-
ção é para 27 canhões, dos quaes apenas 12 estão montados.
Toda a despesa pola repartição da guerra regula, termo me-
diü); por 159:500/000.

_ O corpo de saude actual consta de um delegado do cirur


gião mór, 4 médicos, e 1 farmacêutico.
CORPO DK «IJARlVI^llO DO CEARÁ.

Mafpa da Força,

ESTADO MAIOK E MENOR. C0M1'ANII1AS.

O OFFl-
o OFFICIAES. PRAÇAS DE PRET. PRAÇAS DE PUET.
01A ES.
Ul
Eh Classificação. A(çro- Adill-
e gitdus. dus.
V
H O
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SS § c c O o o o
w H < V. Q Eú ü H c/:/ £ O < tf3 H VJ t-

Estado cffcctivo. 1 i 1 1 1 1 1 1 4 8 4 8 4 24 24 240 8 1 1 5' S :]42

Faltam. 1 1 2

Estado completo segundo o decre 3:]8


to de 5 do outubro do 18UÜ.... 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 4 8 4 8 4 24 24 240 8

s Addidos ao corpo de oarnlc, \ 4


TABELLA dos vencimentos dós officiaes.

VENCIMENTOS MENSAES.

Graduações. exercício. •«.2


S
OBSERVAÇÕES.
3.2
ts S
o <0
a.'
'O cs
O S« tf
CO O C5 U

0 tenenlú coronel tom díariamen-


Tcncnte-coroncí. Do commaiuto dobal.illiãn. 96:000 20:000 100:000 62:000 55:800
Major. De fiscal.. 84:000 20:000 80:000 43:000 43:400
lo 2:000 rs. do forragem, e 1:840 dc 1
a
elapè; o majór 1:400 do etapo e 1:400 í-
Alferes ajudante Do ajudante 36:000 10:000 10:000 24:800 31:000
do forregem. *0 capitão servindo do O
O
Alferes qüartel mestre. De quartel-mcslro 36:000 10:000 10:000 31:000 fiscal teiu 30:000 do cxcrcicio, 1:400
d

Dito secretario Dc secretario 36:000 10:000 10:000 31:000 do olopo, 1:400 do forragem diários.
53
De encarregado dã enfer- A gralificâçâô do commando da com-
2.“ cirurgião tenente... mari.a 42:000 40:000 80:000 31:000 paiüiiaé dada aos subalternos, que es
Do encarregado no serviço
Dito do corpo 42:000 40:000 80:000 31:000 tiverem ncslo exercício, o quantas
cumpanhius commandur (antas grati
Do oininiaiido du conipu-
Capitão iiliía 60:000 10:000 20:000 31:000 ficações lera do receber.

Tenente 42:000 10:000 31:000


NI
Alferos 36:000 ItmÕ 31:000 «li
TABÉLLA dos vmcimóntos das praças dc prct.

VENCIMKNTOS DIÁRIOS.

Gratificações.
Ciraduações. 6 OBSERVAÇÕES.
I P p<
O
O I èi g-S
CO
H
c/3
s
q'^
H

Sargento ajudante fi40 flO 480 As praças que, arabanilo o seu (einpn Jc serviço, são
w
Dito quarlol-inestro 380 43 90 480 engajadas para nclle continuar, so furem voluntárias tem
o
alem do Soldo as gratificações diarias do 45 e 00 rs se
Espingardeiro 100 480
forem recrutadas somente a do 90 rs, e o premio de
Coronlieiro 100 480
400:000 rs. quo llio d pago cm 3 prestaçOes igimcs,logo
Corneta-mór. 260 480
depois do engajamonto, qnando completam 3 annos, c
l.° sargento 500 43 90 480
quando findam o tempo do contracto; as que so alistam
2.» dito 2(50 480 voluntárias somente tem, alciiido soldo, 45 rs. diários di'
Furriel. 220 480 gratificaçdo o o premio a quo so sujcit.arom até 300:000 rs.
Gaito 100 90 480 quo ó pago da maneira dos ong:ij.ados. A ul:ipe ó alte
Soldado 90 43 90 480 rada todus os semestres eonfurme o preço dos generos.
Corneta 120 90 480
DA PRQVINCLV DO CEARÁ. 255

11.

roTiiCi 'goVxt\a\,

1.

O corpo policial, segundo a lei n.® 926 de 8 de agoslo de


1S60, compõe-se dos seguintes officiaes e praças:
Major commandante. . . . 1

Alferes ajudante . . . . 1

« secretario . . . . 1

Capitães de companhias . . 2
2
Tenentes
2
Alferes
Inferiores, musica‘ e praças . 207

216

2.

Este corpo puramente provincial e pago por conta da pro


víncia é especialmente destinado a fazer a policia, e por isso
acha-se sempre em destacamentos amoviveis.
-Despesa com todo o seniço deste corpo . . 61:874/400

* Por lei de 1862 foi abolida a musica.


25i E2Í3A10 estatístico

3.

Tábella dos postos e vencimentos do corpo de policia..

Postos. 2
•§ •
I •§ ■f
1 Cs.'
rz
Cs.- I.
Major commandante 100^ 30i5; 20^ 130,^000
Capitães........... ,703 103 80^000
Tenentes 633 63á000
Alferes....; 603 603000
< ajudante 60,^ 53 633000
Sargento ajudant&.. 920 80 303000
« quartel-mestre 920 80 30.3000
Corneta-mdr. 80 80 263400
Mestre de musica... 1:400 80 44341
‘‘ 00
Músicos 600 80 203400
l.“ sargentos 900 80 293400
2.« 5 800 80 263400
Forrieis. 700 80 233400
Cabos... 320 80 183000
Soldados 500 80 17340(í
Cometas 300 80 173400
* Lei de 8 de agosto de 1860;
DA província do CEARÁ. 255

III.

Guavia wadoAO.^.
1.

A guarda nacional organisada até 30 de junho de 1862 con


tava os corpos constantes do seguinte quadro: .
MUNICIPIOS. Sen-iço .Rcser- TOTAL.
COMANDOS SUPERIO-
RES. activo. va.

Capital
Maranguape..
Aquirás 6:368 1:018 7:386'
.Capital......
Cascavel
Sancta Cruz.. •
Aracaty 4:611 73i 3:36o
Aracaty S. Bernardo... 1
Icó
Lavras 6:117
Icó 3:050 1:067
Pereiro.
Telha
Sobral
Acaracú 4:323 1:211 3:334
Sobral
Sancta Quiteria...
Granja 3:824 493 4:317;
Granja
í Villa Viçosa
Crato.

Crato ( Barbalha
Jardim..
’> 4:085 543 4:0
t Milagres i
S. João do Principe
S.João do Principe!QuiNeramobim... 1 2:333 283 2:618
Riacho do Sangue.
( Maria Pereira— )
Baturité. 2:926 438 3:384
Baturité
Canindé !
Saboeiro..
.Avulsos 916 80 996
S. Matheus.
.Avulso. Imperatriz 1:674 232 1:906
Avulso Ipú 2:945 510 3:43,"-
SOMMA 39;233 6T65l|45:90di
.aí,
256 ENSAIO ESTATÍSTICO

Atè 1858 0 armamento da guarda nacional era como se


segue:
1 bandeira.
340 armas de adarme 17.
300 baionetas de adarme.
310 talabartes com chapas.
410 cinturões.
410 patronas cora correias.
410 bainhas de baionetas.
50 cananas.
50 cartucheiras.
410 bandoleiras.
410 escovinhas e agulhetas.
8 cornetas.
4 clarins.
9 tambores.
16 baquetas.
69 livros.

3.

Resumo geral.

E.\istem creados oito commandos superiores a que perten


cem:

2 corpos de cavallaria..
1 esquadrão
35 liatalhões de infantaria
Do serviço activo.
2 secções de batalhão...
2 batalhões
9 secções de batalhão ..
Da reserva.
9 companhias avulsas...
9 secções de companhia.
da província do ceará.. 251

Akida não estão organisados:


Do sèmço activo..
O batalhão n.° 32 da Barbalha.
O 35 do Jardim.
A secção de batalhão n.» 1 de Sancta Cruz..
A « de « n.o 3 de Missão Velha..
Da reserva..

O batalhão n.» 2 do Crato.


A secção de batalhão n.<> 6 de SancfAnna.
A (c dfi <í n„o 1 do Acaracú.
A de « n.o 9 do Cascavel.
A companhia avulsa n.,0 9 do Saboeiro.
A secção de companhia n.o 1 de S. Bernardo.,
A de n.o 4 do Canindé.
A « de n.o 5. de Sancta Cruz.
A « de <r n.o 1 de Maria Pereira,
A de ' « n.o 9 do Jardim..
Ha que preencher alguns postos em diversos corpos,
. Acham-se vagos os commandos do batalhão n.o 34 do Sa-
boeiro, e das secções do batalhão da reserva do Cascavel,
Acaracú e Lavras.
Despesa com o serviço da guarda nacional no
5:434/000.
exercício de 1859 a 1860 '
ARTIGO 6.”

DIVISÃO POSTAL.

1.

na
O correio publico compõe-se de uma repartição central,
capital, a cargo de um chefe (administrador), um ajudante,
um amanuense praticante e um carteiro, e de mais desoito
agencias, no interior da província, cada uma servida por um
agente e um ajudante..
'258 EKSAIO estatístico

2.
A administrução tem a seu sen-iço uma companhia de cor
reios (estafetas) que expede regularmente para as linhas do
inlerior de quinze em quinze dias.
3.
Âqtutias.
Aracaly, Lavras, Sobral, Russas, Grato, Ipú, Cachoeira,
Caniiidé, Granja,Icó, Quixeramohim,Viçosa, Sahoeiro, Inha-
niura, Acaracú, Missão-Velha, Imperatriz,Baturilé.
Ha para diversos pontos 17 linhas de correios pedestres per
correndo 534 léguas.
Tabella das linhas de pedestres.
2
LINHAS.
J

1 Da capital a Imperatriz 30
De Imperatriz a Sobral 30 6c:
2 De Sobral a Viçosa,Ipü, Acaracú, Sb- QuiteViã 20
3 De Viçosa a Granja 18
4 De Sobral a Granja. 22
S De Granja a Parnabvba no Plauhy...!!!!.'!! 30
6 Da capital a Baturité 23
De Baturité a Quixerarnobim 33 60'
7 De Qui.xeramoljira a Taubá 30
De Tauhtá a Therrsina 30
9 Da capital ao Aracaty 30
De Aracaty a Russas 10
Do Pia.-is is a Cachoeira 23
De Cachoeira ao Icó 13
Do Icó a Lavras 10
De Lavras a Missão Velha 16
De Missão Velha ao Grato 6 11-2
10 Da capital ao Acaracú !! 60
11 Do Icó ao Sahoeiro 26'
12 Do Icó ao Pereiro 12
13 De Mi.-ísão Velha ao Jardim 11,
14 De Mis.são Velha a Rarbalha 3i
13 De Baturité a Canindé 13Í
16 De Imperatriz a Saucta Cruz !" 3|
17 De Mundahú .
m
BA província do CEARÁ 2íifl

Ptsso(x\ iev ttJlmVftÃsVvaQão do corvcVo com seus ■ctwctmcwXos,


cos\clo c ac^tucias.
Empregados. Orden. Gralific. Lei qiie regula.
1 administrador * . . 7S0.3000 230.^000 Lei de 27 de setembro
de 1837, art.» 238i.
l ajudante contador . 525;3000 173;3000 »
1 praticante porteiro. 3371:300 112:5300 a «(

1 carteiro a 700rs. diários


quando servir. . . Dccrclo Je 2 de jimho de
^ 843 0 Aviso do 24 ilc marc-o
de 1858.
1 guarda da alfandega
servindo de agente
demara3|;mensaes 605000 Lei de 20 de setembro de 1857
artigo 25, g 2.
18 agencias no interior a saber;
1 em Sobral . . . . 1925000 Lei de 20 do setembro dc l857.
1 em Granja . . . . 144^000 »

13 em S. Bernardo, Im-
peratriz,Vlçosa,Tau-
há, Saboeiro, Quixe-
ramobim, Iptí, La
vras, Icó, Grato, Ca-
xoeira. Canindé, Ba-
turité,Aracatye Aca-
racüa 1205. . . . 1:8005000 <

1 com 3 % de rendi
mento e de agencia. 55000 c c

18 ajudante dos agentes.

Costeio.

Companhias de pedestres para condusír as inallas


para o interior 2:134^000

* O administrador é agente e thesoureiro do sello do papel


fixo e proporcional, e da disima da chancellaria.
^60 ENSAIO estatístico

Para os pedestres enviados pelas agencias para di


ferentes partes 1:681.5000
Aluguel de casa de administração. . • 2005000
10% dos seguros expedidos pela administração . 145000

Utensílios.

Mallas, moveis, e outros objectos. para a adminisr-


tração 300.5000
Ditos para as agencias 100.5000

Expediente.

Papel, pennas, tinta,, lacre, luzes, & .. ■ 2005000


41 total do pessoal postal, afora 16 pedestres.

5.

Despesa feita com o serviço do correio no exercido de


i859 a Í860.

Ordenados e Pedestres das Expediente e Gralificação v. Total da des


Gosteio. porcentagem
!jratiücaçÕes mallas. utensílios. pesa.
aos agentes.

1-2,284:572 130;600 4,008:660 664:960 357:287 7,446:079

Despesa total com o pessoal e serviço no anno ,


i dc 1860 a 1861—votada em 18-59 9:2595920

Receita arrecadada pela administração do correio no


exercido de 1859 a 1860.

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DX PROVINCU DO CKX&&. 2*6T

6.

lloúmexvlo lo tomro 4t i8iS o, 18^6.


Xnnos. recobeu. expcdin. total.

1848 14622 papéis 13361 28183


1849 17947 26282 44231

1850 19123 26194 43319


1831 24319 33898 38417
1832 36773 60405 97178
1833 46606 72022 118628
1834 61332 86402 147734
1833 83578 92827 173403
1836 71384 93715 147099

Comparando os termos médios dos triennios, vê-se o seguin


te movimento:
Hedio. augmenta.

De 1848 a 1850 ... . 39244 250 por cento.


De 1851 a 1853 . . . 91408
De 1854 a 1856 ... . 157079 170 « «

8.

IHommtiivto dos p&çm wO. TiçartVtão íio torftvo tvò mTtVão


4859 a 4860.

IIPORTAÇlO. nroaiáclo.

CARTAS. JOHN. CARTAS. lORN.

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MUI

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ee
2&â SKSAIO estatístico

OrganisaçIo do correio.—Foi creado por doliberação da


juncla da fazenda de2de abril de 1812, tendo principiadoa
funccionar em 1 de maio do mesmo anno sob a direcção dos
escrivães deputados da juncta com administradores geraes. O
plano e instrucções dadas então para o serviço deste estabe
lecimento obtiveram approvação pela provisão do real erário
de 18 de agosto de 1820..1

10.

Reorgaxisação—Por decreto de 5 de março de 1829 fõram


novamente organisadas as repartições do correio, creando-se
um administrador na capital, independente da fazenda, e re
formadas por decreto de 21 de dezembro de 1844. “

ARTIGO 7.»

DIVISÃO marítima ou capitania do porto.

1.

A capitania do porto do Ceará foi creada por decreto n.®


1944 de 11 de julho de 1857 e installada no dia 24 de novem
bro de 1857.

‘ Nomes ^,os agentes na capital. Posse.


Joaquim Alexandre de Amorim Garcia. l.° de maio de 1812.
Luiz Liberato Marreiros de Sá. . . l.° de junho de 1822.
Antonio de Oliveira Castro 23de maio de 1824.
Jorge Acursio da Silveira 1.» dejaneiro de 1823.
João Pacheco Ferreira . .. .. . . 1.” de janeiro de 1829.
’Nomes dos administradores thescureiros do sello.
João Pacheco.Ferreira 17 de junho^ de 1830.
Manoel Caetano Nunes 22 de novembro de 1348.
Gustavo Gurgulino de Souza . . . . 1.” de março de 1858.
DA província do ceará 263

2.

Pessoal, 'oiiatxmtuVos e iisigesas ^do co^<e qitdV.

1 capitão do porto (capitão de fragata) diversos


vencimentos . . . 1:469/625
1 secretario . . . . 400/000
1 official de deligencias . 192/000
1 patrão-mór . . . 320/000

Soccorros e mais serviços da capitania.

1 patrão. 360/000
12 remadores a 300/000 3:600/000
2 vigias de balisamento nos portos do Acaracú e
Aracaty a 120/000 . 240/000

Pesssoal 19. Despesa 6:581/625

3.

Desoito estações com 1,129 matriculados.


N.""dos matricul.

l.a estação Barra do Timonha . . 18 •


2.a í « « Gamocim. . 62
3.» d « Acaracú . . 39
4.a d d Mundahú. . 26
5.a d í Frecheiras . 10
6.a « d « Passarinho . 48
7.a « d <t Pecem. . . 28
8.a « « d Ceará. . . 9
9.a d capital—Forlalesa 201
lO.a d « Mocuripe. . . 80

521
33
264 INSAIO estatístico

Transporte 521
ít.i' estação Barra Iguape 107
42.a « Barra GhorÔ. . . . 68
13.a d d « Pirangi . . . 70
14.» « « « Aracaly . . . 65
15.» « « Ganna quebrada . . . 62
16.» d < Reliro 13
17.» d « Cajuaes 4
18.» d «. Moçoró
Avulsos empregados na navegação do longo curso
e cabotagem 219

1,129
175 Brancos estrangeiros . . . 28
51 Pardos escravos H
Nacionaes
808 Pretos « 9
47
48
1081

ARTIGO 8.»

REPARTIÇÃO AGRARIA.

Esta repartição creada, mas nunca organisada, foi supri


mida era 1860.
Tem apenas funccionado um juiz comissário para demar
car as lerras das exLinctas aldeias de indios, e vence, quando
luiicciona, o ordenado de 200/000 mensaes.

ARTIGO 9.»

mSTRUGÇÃO PUBLICA.

1.

A instrucção publica é de ensino secundário e primário lodo


sob uma direcloria geral.
DA ÍROYÍNCIA DO CEARÍ.. 26^

O ensino secundário compõe-se de um lyceu de preparató


rios cora sele aulas e de seis outras avulsas, e o primário de
H4.aulas para um e outro sexo.

1oVa\ ílo çissoal..

Direclor . . 1
Secretaria. . 4 empregados.
Aulas . . . 13 secundarias, alumnos. . . . 234
Substituições 4
Aulas . . . 82 primarias masculinas,alumnos 4,149
Adjuntos . . 6
Aulas . . . 32 primarias femininas <t 1,255
Inspcclores . 77-
5,638
219
Toca um alumno por 85 Habitantes.‘

3.

Desptsa, tom t&\t ttvvito..

Direcloria com a secretaria. . . 4:000/000 .


Lyceu 12:820/000
Inspecção e visita . . .. .. ., . 6:188/000
Professores de latim 4:000/000
Casa, livros e matcriacs para o ensino . 20:180/000
Professores primários . . . . . 70:900/000

119:088^000*

‘ Vide a Seminda Purfe organisação littcraria ou instrucção


publica.
* Vide lei do orçamento de 1860.
266 ENSAIO estatístico

4.

lusVTUcção çTo\issVom\.

Um collegio de educandos artifices, em que se ensinam alem


de primeiras lettras,musica, diversos officios mecânicos,como
de alfaiate, carapina, sapateiro e ferreiro, com 50 internos.

5.

Empregados do collegio.—1 director,! vice-director,ser


vindo de mestre primário, 1 mestre de musica, 4 mestres de
officina e de engajado, ao todo. . . . . 8

6.

DESPESA VOTADA—Ordenado aos empregados 5:220/000


Comedoria, vestuário. . 8:125/000

ÂRTIGO ÍO.»

SAUDE E CHARIDADE PUBLICAS.

1.

Este serviço está encarregado a um medico vaccinador, na


capital, e inspector da saude, a um medico da pobresaj da
municipalidade, outro do hospital e outro do corpo de policia.
Ha mais quatro médicos militares pertencentes ao meio ba
talhão.
Uma botica fornece por conta da provincia os medicamen
tos ápobresa. ,
C>

Hospital da charidade.—Uma irmandade da Misericórdia,


auxiliada pelos cofres provinciaes, creou um hospital mandado
DA DROVINCIA bo CEARÍ,
267
edificar em 1845 pelo presidente coronel Ignacio Corrêa de
Vasconcellos,e concluído em 1856 pelo presidente dr. Fran
cisco Xavier Paes Barreto. Este hospital e irmandade foram
inaugurados no dia 14 de março de 1861 pelo presidente dr.
Antonio Marcelino Nunes Gonçalves.*
3.

Compõe-se de uma mesa regedora com um vice provedor e


12 mordomos, edos seguintes empregados estipendiados.
1 medico(pagopela província). . . . 1:000/000
1 escrivão . 720/000
1 almoxarife . 600/000
1 continuo . 400/000
1 capellão . 500/000
1 sachristão 360/000
2 enfermeiros a 480j?000 . . . . 960/000
2 serventes com a diaria de 500 reis . . 180/000
1 cosinheiro com adiaria de 600 reis. . 216/000
4:936/000
4.

Tltsipwa tom a sauàt çuUita çot toula la çtoviVuwa.


Ao medico do hospital de charidade publica 1:000/000
Ao barbeiro . . 192/000
Medicamentos . . 1:000/000
Subvenção ao hospital. . . . . . 6:000/000
Medico da municipalidade . . . . . 400/000
Medico do corpo da policia . . . . 500/000
9:092/000

* A Casa da Misericórdia tem hoje de patrimônio quarenta


contos a premio. i
268 íitSAIO estatístico.

5..

ÇmilovVa 4o çovlo.,
(Por conta do estado.)

1 medico provedor, ouinspector da saude. .. 67/200


4 guarda a 5/600 mensaes. . . . . . 12/800

80/000

6.

lusWuVo vactvuvco..

(For conta do estado.)

4 commissario vaccinador na capital com o ordè--


nado de 300/000

7:.

CimvUTvo»,

Existem na provincia 35 cemitérios, para cuja construcgão


lem concorrido o cofre provincial cora 16:400/000, afora o
da capital, que custou mais do que essa quantia.

ARTIGO 11.»

4.

ADMINISTRAÇÃO DE OBRAS PEBLICAS.

O serviço publico provincial, segundo, o regulamento do


CA província do ceara. 269

'presidente da província se acha incumbido aos seguintes of-


ficiaes permanentes:
2 engenheiros,sendo um chefe,e director(existe hoje só um)
1 administrador geral.
1 lhesoureiro pagador.
1 fiscal.
1 archivista.
1 guarda armazém.

1 Total do pessoal permanente.

2.

Alem disso ha uma officina montada, servida por certo


numero de mestres de officios; administradores parciaes,
apontadores &c.

3.

Ha mais um engenheiro militar por contado governo geral


para as obras geraes.

CAPITULO III.

ÜivisSn Jndieiariá.

ARTIGO í.»

ÀCTUAL.

1.

Do quadro seguinte se verá que a província do Ceará achar,


se dividida em 14 comarcas com 14 juizes de direito do crime,
14 promotores, 19 termos judiciaes com 19 juizes municipaes
eorphãos lettrados, e de mais 10termos annexos, 90distric-
370 ENSAIO estatístico

tosdepa2,224officios de justiça com 134 escrivães etabelliães


do crime e civel, 90 escrivães de paz. 0 pessoal de emprega
dos de justiça publica inclusive Osupplentes para cada juiz
municipal e afora os meirinhos e officiaes de justiça, é o se
guinte:
Empregados. Ordenados. - Sommas.

14 juizes de*direito . .
. 2:400/000 33:600/000
1 promotor . . . . . 1:000/000 1:000/000
1 800/000 800/000
12 600/000 7:200/000
3juizes municipaes e orphãos 800/000 2:400/000
16 <L a 600/000 9:600/000
414 substitutos destes 19 ter-
mos

[60 substitutos dos 10 termos


annexos . . . . .
62 escrivãesecontadores. .
360 juizes de paz dos 90 distric-
tos
90 escrivães de paz . .
94 meirinhos. . . »

1,127
5,540 jurados qualificados em
1860

6,667 total do pessoal de justiça 54:000/000


272 ENSAIO estatístico

DIVISÃO JCDICIARIA DA

COMARCAS. FREGUESIAS.
TERMOS.
(Corapreliendid.is.)

n^ISES DE direito! COM JDISE3

PHOÜOTOHES. 5
LETTRAOa.
REDKIDOS. 34.*
oq

Fortalesa...
Fort.aleza... 3-
Capital (F) Aquiraz. Maranguape.
Gascave. Maraug.' Aquiraz
Cascavel
Aracaty. Aracaty. Aracaty...
Russas. S. Beníardo
Icó.
Icó. ã“ Icó. Pereiro.
Pereiro.
Lavras.
Lavras.
Saboeiro..,
Saboeiro Telha. S. Matlieus
Saboeiro.
Assaré
Telha
Crato
Crato P Grato. Barbalha. Barbalha
Missão Velha.
Jardim i* Jardim Jardim..
Millagres.
Millagres
S. João do Priucipe
Inhamum... P Tauhá. Arnelroz
M."Pereira
Maria Pereira
Quixer.wm.. P Quixer.bii» Cachoeira. Quixeramobim...
Riacho do Sangue.
Baturité 1” Baturité Baturité
Canindé Canindé
Imperatriz.. P Imperatriz S."* Cruz. Imperatriz.
SanctaCruz
Sobral
2a Sobral.
Sobral.
Acaracü.
S.i^Quiteria Saneia Quitheria..
Acaracü
SancTAnna
IjiÚ 1“ Ipü. Ipü
Granja P Granja. Granja
Vigosa l” Viçosa. Viçosa
I ■i9 IO
' Foi-auí dopoi? c;c; d.i3 3 freguesias—Taiuboril, Parasinlio, o Roa-viagera.
DA província do CBARÁ 273

PRO\'^l]VCIA DO CEARÁ.
DESTRICTOS DE PAZ.
87 *■
Juizes de paz. ) vz
■c

*3

tt
•C
£
.X

9
C
3
z

Capital. Soure, Siupé, Traliiry 2i7 4 7 0

Maranguapc, Pacatuba, Mecejana, Jubaia.. 83 4 d 1


Aquiraz e Monte-mór-novo 1S3 2 2 d
Cascavel e Sucatinga 124 2 1 1:
Aracaty, Goes, Mutamba e Paripoeira 17Ü 4 5
S. Bernardo^ S. J.®, T. d’Areia, Limoeiro, LhTt.*, M. Nova. 312 6 3 2
Icó 128 1 3 3
Pereiro, e Caxaçó 120 2 1 1
Lavras, Varze’alegre e Umari 150 3 1 1
Saboeiro, Puço da Pedra, Bebedoro e Brejo Seceo 4 1 1
S. Malheus 233 1
Assaré e Brejo Grande 128 2
Telha d 1
Grato 186 1 4 3
Barbalba...... 133 1 1 1
Missão Velha 1
o
.lardlm, e. Porteiras 194 9

Millagres 17o 1 1 1

Tauhá, Flores e Marrecas 169 3 4 2


Arneiroz e Cocoe 2
Maria Pereira e &a Bra nca 82 2 1 1
Quixeramobim,.Sitià, Quixadá eBoa Viagem -z60, 4 o 3
9
Cachoeira, Riacho do Sanfrue, Jaguaribe-merini, Boa-vista. IGO: 4 3
Baturiíé, Aearape, Itans 341 3 / ;i
Canindé 208 1 2 2
Imperatriz, S. Bento, Sancto Antonio, MimdahúcAn‘aial.. 2S0 o 2 1
Sancta Cruz e S. Francisco 149 2 1 1
Sobral 347 1 6 3
Santa Quitheri3, Cajaseira e Barra do Macaco 160 3 1 1
Acaracú, Alniofalà e Tucunduba 234
0
1 1
SancFAnna, e Meruóca. ; 2
Ipií, Tamboril, S. Gonçalo e Campo Grande. 134 4 4 S»

Granja, e Boassú 276! 2 4 3


Villa Viçosa, S. Pedro, e S. Benedicto. . .. 188! 3 _1 i

Somma |5Ã4Õ 84 76 32
" Foram depois creados mais 3 districtos de pas.
174 IKSMO ESTATISTICÔ

2.

0\Ç\ãos ik jusVvíio,. *

Escrivão dos feitos da fazenda l


<r de orphãos 24

« da provedoria 1

« de jury 11

« de juizes municipaes e de direito. . 5

Tabelliães . . . 29

de hypotheca . . 5

Partidores
Contadores e destribuidores. - . 5

85

3.

Esta pi’ovmcia pertence ao districto da relação de Pernam


buco.

- ARTIGO 2.“

"DIVISÃO ANTIGA E HISTORIC.V

1,

A antiga capitania do Ceará fez parte da ouvidoria de Per


nambuco até 1711.

2.

Por carta regia del7H foi separada de Pernambuco aoiivi-


doria (comarca)do Ceará eParahyba.

‘ Tem-se posteriormente nomeado muitos outros.


'DK Província do ce.«u. 275
3.

Por provisão do conselho ullramarino de 8 de janeiro de


1723 foi creada a comarca do Ceará,independente da Para-
■hvha.i

4.

Por decreto de 16 de junho de 1816 foi a comarca do Ceará


dividida em duas, a antiga e a nova, passando a cabeça de co
marca antiga de Aquiraz para a villa da Portalesa.
A antiga comprehendia:
íortalesa comas villas deindios de Mecqjana, Aquiraz, Ar-

Foram seus ouvidores. Posse.


4 Dr. José Mendes Machado. . . S de março de 1723.
■2 Aiitonio Loureiro de Medeiros . 1 de agosto de 1729.
3 Pedro Cardoso de Novaes Pereira 1 de junho de 1732.
4 Victorino Pinto da Costa Miranda. 173o.
5 Thomaz da Silva Pereira . . . setembro de 1739.
6 Manoçl José de Faria . . . . 2defevereirodel743.
7 Alexandre de Provença Lemos . 13 deijaneiro de 1749.
8 Victorino Soares Barbosa. . . 27 de junho de 1736.
9 João da Costa Carneiro e Sá . . lide janeiro de 1770.
10 João da Costa Dias Barros. . . '14'demarço de 1777.
H Felix Alexandre da Costa Tavares 1780.
12 André Ferreira d’Almeida óuima-
rães 1782.
13 Manoel de Magalhães Pinto d’Avel-
lar Bárbedo 3 de março de 1786.
14 José Victoriano de Almeida . . 18de novembro de 1793.
la Manoel Leocadio Rademaker. . 26 de fevereiro de 1801.
16 Gregorio José da Silva Coitinho . 1802.
17 Luiz Manoel de Moura Cabral. . 2l dô abril de 1803.
18 Francisco Aílonso Ferreira . . 23 de fevereiro de 1807.
19 Antonio Manoel Galvão (suspenso
por ordem do desembargo do paço
em 1814j . 4 de março de 1810.
20 João Antonio Rodrigues de Carva
lho . . 8 de maio de 1813.
21 Adriano José Leal . . . . 1821.
22 Joaquim Vieira da Silva e Souza. 1829.
m ■ -íaiSAIO estatístico

ronches,Soure e Baturité, Sobral, Villa-nova d’El-Rei, Viçosa,


Granja oAraca^.
A nova comprehendia:
Grato,Jardim,.Icó,Lavras, Inhamum,Quixeramobim.,

5.

Suvsaios ie. ^óva.

Pelo alvará de 24 de junho de 1810 foi crcada a vara de juizes


defórada Fortalesa com o dislricto das villas annexas de Sou
re, Arronches,,Mecejana eÀquiraz com o ordenado de 200/000
reis.»

2.

Pelo citado alvará de 16 de junho de 1816, que creou a nova


comarca do Grato,também o foram as varas de juizes de fora
de Sobral eAracaty com 200/000 de ordenado.
Sohral comprehendia o destricto de Granja, Viçosa e Villa-
Kova.
Aracaty comprehendia Russas.,

7.,

Dvmão áe. comvavcas t Urmos çeXo coálqo ào ÇTOctsso.


Em virtude do decreto , de 13 de dezembro de 1832 para a
execução docodigo do processo criminal o presidente em con-

Juizes de fóra da capital.


Dr. José da Cmz Ferreira. . 1812
Dr. Manoel José de Albuquerque 1817
Dr. Joaquim Marcellino de Britto 1823
Dr. José d’Araujo Franco. . 1823
Dr. Manoel Cardoso . 1829
BX província do ceará. 277

Çellio dividiu a provincia em seis comarcas e desenove termos


seguintes:
1 comarca da Fortalesa com ostermos de Aquiraz, Cascavel,
Balurilé, e Imperatriz.*
2 comarca do Aracaty, comprehendendo o termo de Rus-
sas.

3 comarca do Icó, comprehendendo Pereiro, lavras e S.


Matlieus.
4 comarca do Grato, comprehendendo o Jardim,
5 comarca de Quixeramobim, comprehendendo o Inha-
mum.

6 comarca de Sobral com Granja, Yiçosa, Íilla-Nova d El-


Rei (hoje Ipü).

8.

'Pdft assmbVía ijvomwãaiV cmlaSi

7 comarca dolnhamum, separada da de Quixeramobim por


lei de 25 de setembro de 1836.
8 comarca de Raturilé, separada da da capital por lei de
9 de janeiro de 1841, comprehendendo o termo da Impera
triz.
9 comarca da Granja, desmembrada de Sobral, e creadapor
lei de 23 de sefembro de 1842 com o termo de Viçosa.
•10 comarca do Ipú,desmembrada de Sobral, creada por lei
n.<>467 de 21 de agosto de 1847.

11 comarca da Imperatriz, desmembrada da capital com o


termo de Sancta Cruz, creada por lei n.“ 586 de 21 de outubro

de 1852.

« Foi iEualmente creada uma vara do eivei separada da do


crime e supprimida por lei provincial de 12 de setembro de
183:.
278 ENSAIO estatístico.

12comarca do SaLoeiro, desmembrada do Icó, creada por


lei n.® 752 de 5 de agosto de 1856.
13 comarca do Jardim, desmembrada do Cralo, compre-
hendendo Millagres, creada por lei n.® 798 de 27 de jiilbo de
1857.
14 comarca da villa Viçosa, desmembrada da Granja, creada
por lei n.o 902de 20 de agosto de 1859.

CAPITÜIO IV.

Pivisgo eccl^siastica.i

1-.

Bispado.—Esta província fòi elevada a bispado indepen-


dente com os limites provinciaes por carta de lei de 10 de
agosto de 1853,eapprovado pela bulla—Pro animarum salu-
te—áo S. S. padre Pio IX de 8 dejulho de 1854,desmerabran-
do-se do de Pernambuco, de que fazia parte. Foi inaugurado
0 bispado a 16 de abril de 1861, tomando posse como procu
rador 0 conego Antonio Pinto de Mendonça.
Presentemente forma uma só comarca ecclesiastica com
uma vigararja geral..*

2-.

Cathedral.—Pela lei de orçamento geral do império foram


creadas as dignidades e mais capitulares do cabido da nova
diocese, constante do .quadro seguinte:
Bispo. .. . . congrua. 3:600/000

* Vide a organisação ecclesiastica na Parte Segunda.


* Em. 1791 bavia na ppovincia, segundo uma memória do
visitador João José Saldanha Marinho 22 freguezias, 64 capei-
las e 14 Yillas. ^
279
da província do cearI.
CuthcdraL
800/000
1
700/000
1 coiicgü Ihcologal . . . •
700/000
1 conogo penilenciario . . •
4:800/000
8 concgos a 600/000 reis . .
1:600/000
4 beiicüciados a 400/000 reis .
1:920/000
8 capellães cantores a 240/000 reis
1 mostre de ceremonias. . . 2C0/C00
600/000
6 moços de côro a 100/000 reis
1 mestre de canto gregoriano . 200/000
1 sachrista
200/000
250/000
1 sineiro
1 porteiro da massa . . . . 150/000
1 guarda 150/000
1 organista 200/000
1 armador
120/000
1 allareiro
120/000
1 vigário geral 300/000
1 vigário provisor . . . . 300/000

40
Ao Ijispo para esmollas . . . 200/000
Para a fabrica
400/000
Para a musica eguisamentos. . 400/000
17:910/000
3.

Pissoa\ o\^tva\.
' 1 bispo.
15 capitulares.
8 capellães.
1 meslre de ceremonias.
Se 1 vigario-geral.
1 provisor.
27
35
280 ENS.VI0 estatístico

Transporte 27
i6 empregados diversos.
43

34 parochos a 600/000,despesa geral.


34 coadjuclores a 250/.despesa provincial.
1 capellão do cemiterio da capital.
Parochias .
■ j \ sachristáo s

\70funccionarios pagos do culto.


34 sachristães de matrizes.

104

4.

Despesa.
geral. provínciak
Bispo, catliedral. . . . 17:910/000
Parochos . . 19:800/000
Palacio episcopal,aluguel annual. 4:800/000
42:510/000
Coadjuctores 7:500/000
Guisamentos matrises a 100/ . 3:300/000
Ordenado e gratificação ao capel
lão do cemiterio . . . . 700/000
Ordenado e gratificação ao sa-
cliristão do cemiterio . 350/000
Giiisameiito e coveiros do cemite
rio 400/000
12:250/000

Total 54:700/000

4.

Os parochos, alem das congruas.pagas pelo thesouro geral,


percebem emolumentos pelos actos religiosos ípio praticam,
DA província do CEARÁ 281

(]ue se chamam direitos parochiaes e henesses. Umasfreguesias


são mais rendosas que outras, mas pode-se tomar por termo
medio 1:400/000 para cada uma; o que,com a congrua, eleva
os vencimentos dos paroehos a 2:000/000, pelo minimo.

5.

Igrejas, matrizes e capellas.filiaes 121


282 EKSAIO estatístico

DIVISÃO ECCliESIASTICA DO DIS-

ee

C9

.S
PAROCHIAS.. IPíVOCAÇÕES.
a
<
S
>

1|Capital S. José
2 Maranguape N. Senhora da Penha.....
c
3 Aquiraz S. José
4 Cascavel N. Senhora da Conceição..

S Imperatriz N. Senhora da Amontáda..
6 SanctaCruz N. Senhora da Penha
7 Baturité N. Senhora da Palma
8 Canindé S. Francisco das Chagas..
9 Sobral N. Senhora da Conceição..
10 Sancta Quitheria.. Sancta Quitheria
H Acaracú SancCAnna
1 12 Sanct'Anna SancCAnna
13 Granja S. José
Ú Villa Viçosa N. Senhora d’Assnmpção..
15 Ipu S.Gonçalo da S.dos Cocos..
2
ET
16 Quixeramobim... Sancto Antonio
17 Riacho do Sangue N. Senhora da Conceição..
•3
O
18 Inhamum S. João do Principe...'....
4!
19 Arneiroz N. Senhora da Paz
i 20 Maria Pereira...,
u N. Senhora da Gloria
I

21 Icó N. S. da Expectação
22 Pereiro SS. Cosnie e Damião
o‘ 23 Lavras S. Vicente
2i Telha SancCAnna
1 25 S. Matheus N. Senhora do Carmo
26 Saboeiro N. S. da Purificação
27 Aracaty N. Senhora do tíosario...
28 S. Bernardo N. Senhora do Rosário...
29 Grato N. Senhora da Penha
30iBrejo Grande.. SancfAnna ;..
31 Jardiim Bom Jesus
32 Missão Velha S. José
33 Barbaiha.... Sancto Antonio
341 Miliagres N.Senhora dns Miliagres..
NB.—A Resolução Provincial de 17 de dosembro de 1853 creou a frej^uesia de
que teve em íins de 1802 instituição canônica; foram também creadas nesse anno
ÜA província do CEARÍ, 283

PADO E PBOVinrClA DO CEARÁ.

títulos b dacta de sua CEEAÇÃO.

Provisão de 6 de agosto de 1761.


T. de 1 de janeiro de 1760 e L.P. de 4 de agosto de 1849
Alvará de 1700.
Decreto de 4 de setembro de 1832.
Provisão de 30 de acosto de 1757 e L.P. de 29 de julho de 1846
Lei provincial de 3 de dezembro de 1842.
Alvará de 8 de maio de 1758.
t de 3 de setembro de 1818.
« de 28 de junho de 1804.
Decreto de 3 de setembro de 1822.
« de 4 de setembro de 1832.
Lei prov. de 28 de agosto de 1849.
Provisão de 5 de desembro de 1757.
de 7 de julho de 1757.
de 22 de julho de 1760 e L.P. de 26 de agosto de 1846
C de 15 de novembro de 1745.
c de 6 de abril de 1784.
Decreto de 17 de agosto de 1832.
Provisão de 13 de março de 1784.
Decreto de 6 de setembro de 1832.
Provisão de 6 de abril de 1784.
Decreto de 11 do outubro de 1831.
« de 30 de agosto de 1813.
« de 11 de outubro de 1831.
Provisão de 7 de desembro de 1775.
Lei prov. de 22 de dezembro de 1853.
Provisão de 30 de agosto de 1775.
Em 1775.
Provisão de 3 de desembro de 1740.
Lei prov. de 26 de agosto de 1838.
Decreto de 11 de outubro de 1814.
Em 1760.
Lei prov. de 30 de agosto de 1838.
» « de 3 de desembro de 1842.
S. Anastacio do Tamboril desmembrada das fre^esias do Ipú e Sancta QuilberiaJ
as freguesias de Boa-viagem, e do Parasíobo. |

PIM DA PAUTE PRIMEIRA.


N

PARTI SlfiüSRA.
TITULO I.

DA POPtLAÇÃO.

t.

A populaçSo é.como diz um sabio eslalisüco, a alma do paiz,


sua forpa, seu poder, s.ua rinuezu, e sua gloria, se é elle fe
lizmente governado. /
A população, objeclo de Iodos os interesses sòciacs, é a liase
das operações da estatisüca,. e o termo regulador de seus re-
sullados. ^
É preciso contar os habitantés de ura paiz para conliccor-se
elles podem tirar dalerra,,como subsistência, e pura
0 que I
saber-se as forças cora q^ue o podem detfeiuler.
2.

Mas não iasta conhecer unicamente o algarismo da popula


ção,importa ainda descobrir, nessa massa,,as partes cli»tinclus
que a constituem, suas relações, mQviraenlos, e especialmenle
seu renovamento progressivo, seu crescimento ou dcclinaçao.
Para chegar ao conhecimento desses objectos a cstatislica
estuda a população:
36
ENSAIO estatístico

i.” Era seu eslado antigo, comparando-a á opochas diver


sas, e por periodos mais ou menos afastados;
2.0 Em seu estado actual e condensação;
3.0 Em seus movimentos internos, nascimentos, obitos, ca
samentos e crescimento;
4.0 Na differença de sexos,idades, e estado civil;
5.0 Na difTerença das raças.

3.

São estas as indagações que cumpre á estatistica fazer para


bem desempenhar o fim á que se propõe. Mas,é preciso con-
fessarque ainda nação alguma da Europa civilisada, apesar dos
grandes progressos que asciencia estatística tem feito em al
guns paizes, como na França, Bélgica etc. não pôde reunir
conipletaraonte todos esses dados, salvo talvez os Estados-Uni-
dos da America no seu censo decennal.
No Brasil, e especialmentê nesta província não ha um só
desses dados completos. Também o elencho de meu contracto
não pede esse estudo em todas as suas distincções

CAPITULO I.

População antiga.

ARTIGO 1.0

í.

Se ainda hoje não ha dados exactos, ou sufficientes para se


estimar com certesa a população desta província, menos anti-

marcas, ^total:
Elencho—íPppuIaçao por freguesias,
seu movimento, sua divisão em municípios,
sexosf co-
idade», condicçoes e fogos». Fiz modelos de mappas,comcores,
esses
DA província do CEArX. 289

gamente, em que os recursos eram mais diíficeis, e a população


mais rara e espalhada. Entretanto, consultando antigos docu
mentos e memórias, encontrei indicação de seu computo em.
varias epochas, que passo a apresentar, não como um facto ri-
gorosamenle verificado, mas aproximado mais ou menos da
verdade.

Authoridades. Ânnos.. Populrtríio.


Segundo ohjstoriador Varnhageu. . » . 1775 34.000
( Monsr. Pisarro . ^ ^ . 1810 130:396
Arrulamento pelo governador Sampaio .. » 1813 149:-283
Segundo o desembargador Yclloso . . . 1819 201.170
C 0 presidente Alencar. . . . . 1835 240:000
Arrolamentos parciaes 1857 486:2(«
Calculo aproximado para 1860 504:000

l^dação 4a çoçalaçãoMMaoUmtovvoTva&içotWipiícteiluvles ou
àtusVlalt mlva da çoçudação \>ot dt^ua quadmda.
Superfície da area da província . . 4,680 1. q.
Anno$. PopaIa;ão absolula. telat. por 1. tj.
1775 34:000 7 habit.
1810 130:000 28 .
1813 149:28a 32 .
1819 201:170 43 .
1835 240:000 51 «
1857 486:208 104 «
1860. 604:000 108 c

pedidcs e mais outros, confonne sc exige na estatistica, mas


api;zar de espeiar 4 annos, apenas pude obter de tü ou 12 fn -
gutsias. As auihoridades locaes nào poderam,ou não (iniscram
cumprir as ordens reiteradas da presidência, não estava ein
minhas mãos também con.seguil-0. Os mappas de.que nie sirvo
são anteriores, imperfeitos, e alguns oblidus particularmoute.
âoo ENSAIO estatístico

ARTIGO 2.»

CRESCIMENTO POR PERÍODOS; POPULAÇÃO MEDIA, CRESCIMENTO


ANNUAL.

1.

Períodos. População. Media. cresc. annnal.

477» 34:0001 82:000


â,7õ4
4810 130:396í 4 sobre 29,8

Ànnos 35 cresc. 96:396

4810 4'30:398 2,963 animal.


4813 449:285!439:840 4 sobre 47,2

3 8:889

3.
1813 149:285 8,647 annual.
1819 201:170
175:227
!
1 sobre 20.

6 51:885

i.

1819 201,170 220,585


2,426 annual.
1835 240,000 4 sobre 91.

16 38,830
5.

18.35 240,000 363,104 10,761 ann.


1857 486,208 1 sobre 34.

(( 23 c 246,208

6.

1857 486,208
495,104 8,228 nnnuuU
1860 504,000 {1 sobre 60.
3 17,792
D\ iPROVINCIA. DO CEARÁ m

7.

Dois períodos -extremos.


1775 34,000) ORO nfjn (5)529 annual.
1860 504,0001 269,000
85 470,000

8.

'Rt^e.xãó.

Se esses dados são exactos, a população desta pfovinciá


apresenta urti crescimento espantoso, que só pederia explicar-
se pela emigração de outras províncias; porem é mais prová
vel suppor que qualquer desses algarismos esteja muito abaixo
da verdade, excepto talvez o de 1813 por ser do arrolamento
mandado levantar pelo governador Sampaio em tempo que
havia muito respeito á authoridade: admiltindo èSse algarismo
que resulta dos róes das diversas freguesias daquella epocha,
e, dando4he dez pof cento de aceressimo como se pratica
mesmo nos paizes mais civilisados, corresponde a população
em 1813 â 165,000 habitaiítes, e suppondo que duplica em
30 annos,em 1860 deveria termais ou menes a população que
hoje se presume.
A não sef portanto a inexactidão dos algarismos, ou do com
puto dos primeiros periodos, niâo se pòde explicar o pheno-
meno de dobrar trez e quâsi quatto vezes a população em 85
annos n’um paiz simplesmente agricola e creador, para onde
não afíluem grandes massas de emigração.*

* Encontrei n’um eScripto do íev. dr. loao Ribeiro Pessoa,


cura da freguezia de N.S. dí Conceição da Caiçara(hoje Sobral)
de 1767, qiie havia então nessa freguesia 21,000 pessoas de con-
fiSsão, isto é, */, de população; por conseguinte a populaçao ab
soluta da freguesia seria 30,000; ora se somente a ribeira, ou
.292 ENSAIO estatístico

9.

Dos arrolamenlos antigos, que se faziam ou se deviam fazer


annualmente, só encontrei o seguinte de 1813 remettido pelo
governador Sampaio ao ministro D. Thomaz de Villa Nova
Portugal:

COMARCA DO CRATO.

Habitantes. Total.

Villa de San’João do Príncipe . . . 7,021


« do Grato
« do Jardim
}32,822
« de Lavras
« do Icó.
]18,216
« de Quixeramobim . . . . . 6,462 64,311

COMARCA DO CEARÁ.

Juiso de fóra do Aracaty.


de San’Bernapdo . . 11,363)
17,396
do Aracaty . . .. 6,033 J
81,907

sertão chamado do Acaractí tinha ha um secuTo 30,000 almas,


é claro que a capitania devia então contar mais de 100,000; por
conseguinte o computo de Varnhagem de 34,000 pelo anno do
1773 é visivelmente inexacto.
A chamada freguesia da Caiçara comprehende hoje as fre
guesias de Sancta Quiteria,Sobral,SancfAnna e Acaracú(a co
marca de Sübralj, cuja população em 1860 era de 40,200 almas.
Daqui se vè que, ou a população de 1767 não. era de 30,000 al
mas, ou que tem sido muito contrariada em seo desenvolvi
mento. Segundo a lei verificada do redobramento da população
nesta proviucia, devia hoje haver na comarca de Sobral 240,000
almas, isto é, tres redobramentos; mas ainda admittindo como
obstáculo ã esse phenomeno as grandes seccas de 1778, 1792,
1809, 1817,1823, 1843, não se explica a lentidão no cres
cimento da população daquella comarca: é por tanto mais obvio
SLippor, que 0 sr. rev. dr. João Ribeiro Pessoa exagerou esces-
sivamente o rol de seus desobrigados; também não é menos
inexacto o calculo de Varnhagen donde só 34,000 almas á toda
a capitania em 1773. Os nossos documentos antigos são todos
desta ordem.
OA província do ceará. 293
Juiso de fira da Fortalesa.
Transporte. 81,907
« do Aquiraz. 10,791 ^
« de Mecejana 1,729
< de Arronches 1,446 27,910
t de Soure. . 1,134
t da Fortalesa 12,810./
€ de Baturité . 4,737

Juiso ie fora de Sobral.


t de Sobral . . 15,218a
€ da Granja . . 3,730
30,731
t de Viçosa . . 9,520
« Nova d’El-r6i . 2,263 J
145,285

CAPITULO 11.

PopulaçSo aetual.

ARTIGO i.o

í.

De todos os dados eslalisticos o mais difficil senão impos


sível de obter-se, sem o auxilio da authoriclade publica, é
certamonte o censo da população em nosso paiz, *

Em vão requisitei enumeras vezes^ jà ao governo provin


cial, jã ao chefe de policia, ás authoridades locaes, parochos>
camaras etc., o arrolamento da população de cada freguesia,
para o que dei modelos de mappas e instrucções; apenas de 11
)ude obter o alistamento conforme o modelo com as qua-
idades e condieções exibidas. Na impossibilidade de alcan
çar um censo regular e simultâneo, vi-me obrigado a recorrer
a mappas mais antigos levantados sem as especificações neces
sárias e accrescentar tres por cento para calcular a po
pulação absoluta; cuja exactidao não pôde ser garantida á vista
de semelhantes dados.
2ôi EíSAIO estatístico

2.,

No principio deste século os governadores, segundo as or~


dens reaes,exigiam annualraente o arrolamenlo da população
por via dos parochos e eapitães-mores. Esla pratica durou
até 0 governador Sampaio.
Em 1835 uma lei provincial ordenou o levantamento do
censo de cinco em cinco annos,em virtude da qual l'ez-se o do
4835, de que tracta o senador Alencar, então presidente, ein
sua falia á assembléa, e outro em 1840. Ambos lorara visi
velmente inexactos, e deram um resultado muito inferior a ver
dadeira população, principalmente 0 de 1840, que apresentou
menos 32,000 habitantes que o de 1835.*

De 1853 para cá os chefes de policia e presidentes por ve-


zcs se lembraram de exigir dos agentes policiaes, e dos paro
chos 0 arrolamento da população;, porem essas exigenoias.
como tantas .outras tendentes ao bem publico, não passava ni
de veleidades de momento, que eram logo esquecidas, e ile
que também as authoridades loca.es não faziam grande ca-
bedal.

4.

Foi todavia durante a administração do conselheiro Pires da


Wotta, e chefatura de policia do desembargador Mucliadu que
as authoridades locaes da maior parte das freguesias reniet-
teram esses mappas imperfeitos, que me foram fornecidos pe
las secretarias do governo.e da policia em 1855, e écom estes

* Não pude descobrir- os mappas desse arrolamento. refiro-


! aos algarismos totaes que se encontram nos documentos.
me
oÉQciaes.
DA província do CEARÁ, 295

e poucos outros de 1857 e 1858, quepude calcular a popula


ção total da província por freguesias, municípios e comarcas,
como se verq dos quadros que aqui apresento»

5.

Esses 'arrolamentos parciaes não são do mesmo anno, e


para reduzil-osao anno de 1860 addicionei o incremento an-
nual de 3 por cento na população livre, e de 2 na escra
va, cujo crescimento é mais lento que o daquella. É facil
dever quanto tem de incerto semelhante calculo que só serve
para dar uma ideia approximada da população da província,
até que devidamente se levante o censo..

6.

Kão obstante reconhecer a inexactidão dos documentos,


que servem de base para esse computo; comtudo não me pa
rece que 0 erro seja por excesso, e sim por deficiência, porque,
se na Bélgica, e outros paizes civilisados, onde ha repartições
expressaraente montadas para esse ílm, e um povo civilisado
que avalia melhor a utilidade desse objecto, calcula-se sem
pre a população uin décimo abaixo da real, não é muito que
se admitta um erro semelhante em nossos recenseameii-
tos, sabendo-se com que desleixo esses trabalhos são exe
cutados pelos agentes policiaes, e quanto o nosso povo,já por
falta de illustração, já por má vontade, e infundados receios
de recrutamento e impostos, se não presta a dar com exactidão
as necessárias informações.

7.

Portanto o incremento annual que addiciono aos mappas


anteriores á 1860 não pode passar por exagerado; e talvez ain-
37
296 ENSAIO estatístico

da assim não atlingisse a approximação admiltida nas sciencias


de observação, quer se allenda ao defeito do censo sempre ■
inferior ao verdadeiro, quer se considere o progresso da po
pulação mesmo entre nós, segundo a regra de Malthus de que a
população duplica em 25 annos em qualquer parte, quando não
conlrariada por algum obstáculo.

8.

São reconhecidas a prolificação nesta provincia,sua salubri-


dade proverbial e facilidade de subsistência; e que de 1845
para cá nenhum obstáculo tem contrariado o progresso da po
pulação, antes é um facto também constante o da emi
gração que de 1845 em diante tem affluido das provincias visi-
uhas para as serras do Cariri, Ybiapaba, Baturité, Acarape.
Isto posto,0 resultado do calculo assentado sobre esta base
que tenho exposto é o seguinte;

m. n. 1,
'I

MAPPA estatístico DA PROVÍNCIA DO CEARÁ,


compreliendendo O censo da população livre e escrava por comarcas, municípios,frcguczías,e o movimento por baptisados,casamentoseobitos,de diversos aiiuos,
segundoos arrolamentos dos delegados,suldelegados,camaras,juizes de paz e parochos,e augmeutados(os do censo da população)com ao annoaté 1860.

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POPULAÇÃO LIVRE. POPULAÇÃO ESCRAVA. M

»
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HOMENS. MULHERES.
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HOMENS. MULHERES.
coa.iuc.4s-u. HII.MCIPIOS—29. FREGl'EZl.lS-34. Ú .
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Fortaleza cidade Fortaleza 17,062


Fortaleza
( Maranguape villa. ■Maraii^uape 8,461
15.430
8,'.)2h
32,512
17,.)3M
1,767
1,50.)
1,094
938
2,861
2,4 W
3.5,37:1
19,832
1,297
789
173
55»/^
567
150
2,138
1,313
71
43
Atiüiraz « Aquiraz 1,626 2,046 140 218 2,821 1,209 4,030 1,563 2,196 117 197 2,849 1,221 4,07:í 8,10.i 215 24 239 229 6 235 474 8,577 57.à 89 2o;. 768 26
Cíiscavpl C Cascavel 6.586 7,774 14,3f)() 384 340 730 1.5,090 1.007 215 332 1,637 32
Sonunns 4. 36.189 3(l.22.> 72,801 2.6 i:i 6..3().-i 78.872 8,668 5.43 Vj 1.2.14 5,856 172
Aracaty cidade Aracaty 8,091
Aracaty 0,547 l7;();i8 1,181 848 2.020 10,667 l,07l 137 I 272 2,201 66
Itussas 1 Russas 8,519 7.781 16,230 l,86(i 1,556 2,922 19,172 86 8 121 287 2.298 47
Sommns 2 16,610 I7.27S 33,888 2.547 2.401 4.951 38.8.Í0 1.942 278 3.59 4.589 113
Icó... .. .... cidad e. Icó 5,582
l’creii’o villa. 5,922 11,501 1,1 ao 803 1,951 18,4,55 678 60 154 1,501 45,
Pereiro 3,670 i
Icó. 4,960 8,636 130 229 379 9,015 525 68V, 67 982 32!
Lavras U Lavras 13,670
Telha < Telha
13,430 27,100 295 430 725 27,825 716 206 522 .3,587 45
5,501 4,000 9.501 466 548
Sonimas
1,014 10,515 503 126*/, 122 2.169 45
4. 4. 28,413 28,318 56.741 2.0,57 2.012 4.009 60,810 401*/, 865 8.242 1671
Sauueiro villa. Sahooiro 1,487 U8« 47 8 1,707 768 2,475 1,449
Saboeiro 908 48 0 1,628 /1 2,400 4,875 295 2o 820 291 2/ 318 088 5,518 190 5j 782 26
Assaré 1,860 2,189 290 ü 3,851 1,088 4,489 1,385 2,817
S. Mathens .S. .Malheu.s. .
349 0 2,621 1,880 4,001 8,440 167 31 198 125 37 162 360 8,800 452 95 148 1,306 17
<
2,521 2,480 149 0 2.896 2.254 5,150 1,057 3,109 39 3,931 2,251 6,205 11,3.55 44 73 117 91 72 163 280 ii,o;is 578 69 167 801 24
Íií>mmiis 2 8 12.064 12.600 24.670 685 643 1.278 25.948 1.226 368 2.889 67!
Cralu cidade Cralu 2,590 5,151 621 5o 5,Sa6 2,666 8,412 2,187 6,850 708 8a 7,286 2,480 9.771 18.181 495 28: 726 474 iUl 66.) I,;i9i 19,.575 878 I7y‘/, 895 2,090
Grato Barballia villa. liarbalha 5,536 60
5,684 11.22:: 395 266 661 11,881 419 75 125 5'84 19
Miss.ão-velha 6,283 5,86! 12,144 21:í 232 445 12,.589 529 99 Cio 1,556 51
Soiiuims 'i
8. 20,231 21 .:i 17 41,548 l.8:ii 1.168 2.497 44.04.5 1.826 8.58*/, 6.5:1 4.2.30 12üi
) lardiiii.. villa. Jardiiii 2,789 6,i9u 8,212 60 11,11o 1,485 12,357 :i,llü 6,448 8,210
Jardim 64 11,878 ,46i 12,88. 2.5,:|84 9-2 8.1 102 81 18.1 25.' 25,6 42 511 60 20f, 1 ,.i78
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4,.521 . .. .. J,l-45 8.966 277 801 58 ‘9,547 425 115 158 861 27
Siilllilinx 5 5
17.072 T7.278 :!4.:i.5o 402 4:>7 8 II 35. ISO 986 195 8611 2 2:19 72
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Ariieiroz 2,,509
.Maria.Pereir.a. . . i 8,38! 5.840 651 785 l.:i8:i 7,226 230 44 59 1,450 17
Maria l’i‘reira 2.294 2,866 210 (I 3,017 1,823 4.87(1 3,09,3 3,012 206 0 4.586 1.72.5 6.31! 11,181 248 8 256 200 10 210 4(i6 11.647 558 9i 102 980 36
Stuiuimx
14.2011 15.55{: 29.82.5 1,47! 1.72.4 .3.1(14 :32.tl-2l) 1 281 218 81(1 .3.4/0 70
Ouixeraiiiuliim, I (Jiii.Veraiiiuliilll... cidade (Jiii.veiaiiiuliiiii 6,880 6,7 ()/ 18. 15:: 7'.e. 865 l,ou, 1,082 1 1:9 IbO 1,485 49
Cai-lioeira villa. Riacho dü Sanque 3,288 :í.:i i(i 6.54:1 4'i0 526 961 7.509 50 1 61 177 1.258 29
Siiinuiiiíi . . 2. 0.01(1 10.077 lll.OIM': 1.2.((. .:i9i 2. ■12; .58:! -21(1 357 2.74:í 78
li-ilLirilii cidade. lialiirile 1-2,590
llatiirilé 12,46:; 20.059 162 ■14, oü, 25,864 1,816
Caiiiiulé villa. Caiiiiiilé 1,346 2,764 180 170 185 880 -2.896 59
3,140 1,320 4,46(1 1,422 2,038 200 190 ;l,H4 1,38( 4..'i,50 204
4
8.910 26 •2.30 196 .38 2.34 46', 9.371 490 60*/, 92 1,798 21
0
17.056 16.91.3 :M.96!I :í!I; 877 706 .3'i.73'. 1.806 42-2 4.189 80
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3,160 1,050
924 760
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1,684 422 740
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3,197
1,090
99: 4,19(1 8,400 457 13 470 500 10
1,89/
510
8,221
980
19,65.)
9,380 492
217 V,
77*/,
264
97
1,819
657
60
15
781. 1,876 8,o6() 148 12 16(1 153 12 1(55 32;: ; 3,885 508 44 120 1,77o 24,
S;iiicl’Atiiia 2,870 2.980 5.850 (ISO 75.5 1.4:1.- , 7.285 447: 115 170 600 20
tomims 3. 4
16.581 17.708 84,289 3,187 2.827 n lll) : 40.-20.I 2.6(191 455 657 4,8.51 119
hiii Ipii villa l|iii .1,054 5,466 60 196 6,170 2,l)Uil 8,770 2,üS'a 0,664 •lUO 180 5,Sii2 •2,6 ll S,i.7« 17,248 428 1.1 4 a. 851 15 866 807 i 8.115.') 987 14.i 8ay 1.649 54
(aiaiija Craiija cidade Granja 11,670 11.090 23,360 5.12 548 i.08i; 24.44(1 551 89 lo-i 1.73.5 .3!
\i(;o<a Viçosa villa. Viçosa 7,626 6.971 14,5117 12i' lüi 224 1.4.821 80-2 134’/, 180 2.478 29
14 29. 34.
soDiiniaiii totnew. . . .
2:1:1.1.59 .)
:i(),iiOi i| 469.(6.8 18.410 17.010 ^2.541: 5i)4,4 19 28,828 8,419 6,6()U 41,!Jib 1,274'
• • ’

i.
DA PROVIAXIA DO CEARA. 299

9.

Do quadro que acompanha vê-se a população da província


calculada para o anno de 1860 por todas as freguesias, mu
nicípios e comarcas.

10.

Desse quadro pois resulta quea população absoluta da pro


víncia chegava em 1860 a 503,759 habitantes, e a 108 por
legua quadrada;sendo por condiçõese sexos:
Homens. Mulheres-. Total.

Livres . . . 231,708 236,610 468,318


Escravos . . 18,434 17,007 35,441

250,142 253,617 503,759

11.

Comparada a população livre com a escravaí


Livre 468,318
Escrava 35,411

Eoceedente dx livre 4-2-2,877


A relação dos livres para os escravos êde 100:7,5 ou um es
cravo para quatorze livres; ou por 100 pessoas, 02,2 são livres
e 7,8 escravos.

12.

Comparando a população livre masculina com a feminina,


resulta;
Homens livres. . . 231,708
Mulheres livres . . 2.36,610

Excedente feminino 4,002


300 ÉNSAIO estatístico

A relação das mulheres para os homens é de 100:97,9 ou


por 100 pessoas, 51,1 são mulheres e 48,9 homens.

13.

Comparada a população escrava masculina com a feminina


resulta:
Homens escravos . . . 18,434
Mulheres escravas . . . 17,007
Excedente dos homens 1,427
Dá-se entre os escravos um facto contrario ao que se obser
va na população livre; isto é,o sexo masculino predomina em
numero ao feminino, phenomeno que só é explicável já
pela importação em maior copia de indivíduos d’aquelle sexo
outr’ora por meio do nefando contrabando e hoje de compra
em outras províncias, como também pela maior mortalidade
entre as escravas, que, obrigadas aos mesmos serviços de cam
po que os homens iião podem resistir á fadiga e ás graves mo
léstias adquiridas por se exporem ás interaperies das nossas
estações em tempos que lhes são vedados por suas funeções
uterinas.

ARTIGO 2.»

CALCULO DA POPULAÇ.VO ABSOLUTA PELO SEÜ MOVIMENTO.

1.

Com quanto a Estatística, como outras sciencias de obser


vação não tenha regras infalliveis que deem sempre os mes
mos resultados; comtudo factos observados em muitos logares,
e em todos os tempos, pela sua constante uniformidade, au-
thorisam certas regras que podem servir de medida.de compa
rarão approxiraada.
DA província do CEAR.\. 301

È assim que hoje em qualquer paiz da Europa, dada a sua


população absoluta em condições norraaes, calcula-se o seu
movimento; e vice-versa, sabido o seu movimento,induz-se o
computo absoluto da população^

2,

Na faltapois de um censo perfeito e exacto, recorro a todos


os meios auxiliares directos e indirectos, que podem dar um
resultado approximado da verdade.
Pelo censo imperfeito ficou dito que a população absoluta
era de 503,759 habitantes. Vejamos se o algarismo do movi
mento corresponde a esse computo.

I.

CaVtu\o ptVos uastvTiiMÚos.

1.

O termo medio dos baptisados em quatro annos, de 1857 a


1860, dá 23,778 baptisamcntos; accrescentando ú esta quau-
lidadel por cento para os nascimentos de mortos, e dos que
não chegam a baptisar-se,como se calcula na Europa, teremos
para o termo medio de natividade no quatriennio de 185; a
1860, 24,728 nascimentos.

2,

Na Europa,a fecundidade humana regula desde 1 por 22


habitantes na baixa Italia até 1 por 44 nas regiões frias uo
norte.
Nos paizes inlertropicaes, como Batavia, Anlilhas, eCui.í-
na, etc.,regula,termo medio, um por 26; regra que talvez soi-
302 ENSAIO estatístico

fra excepção em nosso paiz, cujas condições reproducüvas não


podem ser menos favoráveis do que na baixa Italia, tendo mais
a seu favor a precocidade da procreação nos paizes queules.

3.

Admiltindo portanto o termo mais favoravel de maior fccuii-


didade humana conhecida; isto 1 por 22, como em Nápoles,
0 termo medio dos nascimentos livres e escravos de fSõT á
4860 corresponde a uma população absoluta de 540,000 ha
bitantes, numero excedente, porem approximado do computo
dos mappas parciaes.

II.

Ca\tu\o ia igoçoVaiião çdo» tasamiuios.

1.

Nos dous annos anteriores del859^al860 o termo medio


dos casamentos andou por 3,852,e suppondo que entre nós re
gule, termo medio, um casamento por 132 habitantes, por cau
sa da população escrava, onde são raros, o algarismo medio de
3,852 presupõe uma-população de 508,000 habitantes ^
computo um pouco superior aos dos arrolamentos e inferior
ao que resulta do calculo pelos nascimentos.

Mas se atteiider-se que na população escrava os casamentos


são raros, regulando apenas 1 por 406 indivíduos, e que o cal-

‘ Os casamento regulam na Europa desde ura por cem habi


tantes nos paizes raeridionaes até um por 163 nas regiões do
Norte. O termo medioé de 126.
DA PROYINXIA DO CEARÁ, 30.3

culo feito pelos casamentos livres suppõe uma população de


475,000 habitantes, termo superior ao dos arrolamenlos,
segue-se que nesta hypolhese ter-se-hia, calculando um casa
mento livre por 126 pessoas, e um escravo por 400, o se
guinte:
Casamentos livres 3,812, 1 por 126 . . . . 473,000
escravos 89, 1 por 400 . . . 35,600

510,600
Este resultado approxima-se ao calculo dos arrolamentos;
mas é para a população media de 1859 a 1860.

3.

Temos portanto por esses tres meios a .população presumí


vel de 1859 a 1860.
Pelos arrolamentos flSGO) . . 503,739
Pelos nascimentos (1 por 22) . . . . . . 540,000
Pelos casamentos(1 por 126 livres) . . . . 508,000

4.

Pode-se portanto assegurar que a população absoluta da


provincia do Ceará de 1859 á 1860 devia andar de 500,000 á
515,000 habitantes. *

ARTIGO S.’’

CONDENSAÇÃO DA POPULAÇÃO,

1.

Na opinião de um sabio economista o gráo da civilisação de


umpaiz mede-se pelo numero de suas cidades evillas; porque

‘ Não faço calculo pelos obitos, porque o algarismo desses é


tão iuexactò que nao pode servir para termo de comparação. O
cólera em 1862 levou 13 mil pessoas.
304 ENSAIO ESTATÍSTICO

a reunião da população em diversos pontos é uma prova de sua


sociabilidade e bem estar.

2.

Não pude obter em 5 annos que se fizesse o arrolamento com


pleto de um só dos povoados da provincia, tendo-o apenas por
freguesias que se estendem alern das cidades e villas. Nem
mesmo na capital(Fortalesa) o pude obter. Desta porem cal-
culo pelo numero dos obitos do cemitorio(unico exacto em toda
a provincia), pela carne que se consome, e por outros dados in

directos, quenãopódeexceder.del6a n.,000almas, compre-


liendendosuburbios occupados por um grande numero de ca
sas de palha; porquanto a mortalidade anda de 430 a450 pes
soas;0 que suppõe 16,000 habitantes na razão de ura obito por
350 que pode aqui regular. O consumo do gado diário regula
14 a 15 rezes de 12 arrobas, ou de 5,500 arrateis de carne,
0 que suppõe uma população de consumidores (na razão de
um terço de arratel por pessoa) de 15 a 16,000 habitantes,
pouco mais ou menos. Éa cidade mais populosa da provincia.
Existem na provincia os seguintes povoados:
Cidades '. 8
Villas 24
Povoações, arraiaes. . . . . 150

172 povoados.
CAPITULO III.

Dn iiojmlaçüo eiu seus movimentosiuternos.


ARTIGO í.o

NASCIMENTOS.

1.

0 registro do movimento da população, que nos paizes ci-


DA PROVINXIA DO CEARÁ. 305

vilisaJos é feito com tanta regalaviJade, como uma das bases


mais im])ortantes para eslimar-se,o crescimento, oa decres
cimento de um povo, e para esclarecer os poderes políticos
nas medidas sobre recrutamento, impostos, salubridade etc.,
entre nós ó feito com tanta imperfeição e ine.\actidão, cjue
quasi de nada serve.1

'Em quanto o registro cinl dos estados nataraes e sociaes


do homem não for feito como nos paizes civilisados: isto é,
pelos mesmos factos naturaes, e civis, e não pelos de sua reli
gião, cujo preceito tem outro fira que não verificar o movimento
_■ , população, não teremos jamais bases seguras; porque ainda
da
quando fosseexacto o'registro ecclesiastico,só provaria o estado
christâo ou catholico do homem entre nós e não o natural e
civil- porquanto os parochòs só estão obrigad's a registrar os
meninos que- se baptisara, e não todos os nascidos; e é cei to que
muitos nascem mortos ou morrem antes de baptisados, ou
não 0 são solemneraente, e em fim não poucos nascem n’um
anno e baptisam-se no seguinte.
No que respeita 0 regisü-o dosobitos ainda é peior, porque os
parochos só registram (quando o fasernjos que tem iníerramento
nas igrejas e ceraiterios públicos. Ora, é sabido que nas fregue
sias do interior, e mesmo na capital, (que se estendo a mais
de :J0 léguas) se interram ns cadaveres de escravos e dos pobres
pelos inatíos, e á beira das estradas, levantando-se uma cruz.
Além desses inconvenientes resultantes de causas indepen-
■ dentes da vontade dos parochos para regularem o regi.siro,
acontece que muitos não os tem em devida forma; e até, é pre
ciso disel-o, alguns ha tão pouco escrupolosos que para satisfa
zerem 0 preceito da remes.«a dos mappas não duvidam inscrever
algarismos de pura invenção nas casas dos mappas, em vez do
numero realque não tem em assento,ouque não pr curam. Esta
fraude de nova especie tenho tido oceasião de verificar muitas
vezes, tanto em relação ao numero dos baptisade.s, obltos e ca-
.«amentüs, que trasem os mappas, comparando os de ura anno
com outro, e cora a população; como principalmente sobre o
e.stado social no que diz respeito a filiação ligitima ou illegi-
tima.

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DA PROVIXCIA DO CEARÁ 309

2.

Suppoiido exactos osraappasparochiaes, baptisarara-soiios


8 aiiiiüs anteriores, nas diversas freguesias da provincia, os
segiiiiiles:
Ânnos. Baptisados livres. Baptisados escr. Tolal.

1833 17,734 1,028 18,723


1834 18,393 1,049 19,643
1833 21,112 1,251 22,363
1836 20,848 1,133 21,9.81
1837 21,064 1,177 22,241
1838 21,760 1,732 23,312
1839 20,796 1,607 22,403
1860 22,333 1,492 23,847
Medio de 8 annos20,333 1,311 21,844

3.

Ainda que fosse exacto o algarismo dos baptisados fallova


oulru elemento essencial para o estudo de comparação (donde
tira a estatislica toda a sua importância)—o censo da popula
ção absoluta era cada um desses annos, para deduzir a rclanãu
da natividade com a população.

4.

ísttVenlttãt it vuos e. wovtos.

Snppondo quo todos os nascidos vivos se baplisarnme .'uinii-


tir.ilo, como na Europa, um nascimento morto por 2õ, ou i por
ceiilo do total da natividade, t,ei-se-lm para o termo ruedio
dos 8 annos 8513 nascimentos mortos, que reunidos ao termo
medio 21,344, faz 2-2,696.
310 ENSAIO estatístico

5.

Rda(;ão Ia '(vaVWvilai\,t,coTOtti[\o’pula(;ão.
Siipposlo exacto0 computo dc 504,000 liabitantos napro-
viiicia para oanno de 1800, á relação dos nascimentos d’essc
mesmo anno para a população seria:
Nascimcnlos. População. 1 por liabjiantcs.
23,847 504,000 21,1
Jlas para a população media de 1857 a 60 a relação dos
nascimentos médios desse periodo daria:
K.isiámonlos médios. População media, 1 por habitantes.
De 1857 a 1860 presumivel.
22,778 477,000 20,7

6.
Convem observar que es'ta relação difficilmenle pôde ser ae-
ceiia, visto como não ha exemplo de fccundidade,igual era um
paiz extenso, e de população rara, como o d’esla província,
0 que lãz suppor que a população absoluta deve ser superior
á esse algarismo, talvez mesmo a 530,000, para admittir-se
um nascimento por 24 pessoas. Segundo as observações feitas
nos paizes tropicaes como a Batavia, Cuba etc. regula o ter
mo medio da fecundidade humanai por 25pessoas.
Na Europa varia desde 1 por 22 na baixa Italia até por 44
nas regiões frias do norte. O termo medio é de 1 por 26,6. <

* Nas obras de estatística que tenho consultado só encontrei


düus exemplos semelhantes, porem em duas cidades, em Praga
em 1820 onde regulou 1 sobre 20 habitantes, e em Liverpool
em 1821 1 por 21; e na Prússia no século passado. Nos princi-
liaes paises da Europa regula o seguinte:
Allemanha 1 sobre 26 era 1810—1 sobre 28 em 1827
Suécia 1 « 27 « 1768—1 . 30 « 1829
Rússia 1 . 23 « 1800—1 c 26 « 1828
llespaniia. 1 t 29,0 « 1803—1 í 34,S . 1832
Dinamarca. 1 . 26 « 1842—1 . 32 . 1827
Prússia... 1 c 20 « 1700—1 . 27 . 1832
França.... 1 « 23 « 1737—1 « 33 a 1828
Inglaterra. 1 c 28 « 1726—1 « 30 t 1821
DA PBOVINCIA DO CEARÍ. Dll

7.

i\e stxos.

A superioridade dos nascimentos masculinos sobro os femi


ninos é iiin facto social constante,e universalmenle observado,
posto que pof uma singular compensação procedente de cau
sas diversas venham depois as mulheres a ficar em maior nu
mero na sociedade; comtudoosmappas dos annos anteriores
no decennio de '1844 a 1853 davam superioridade de nasci
mentos femininos, fado que a ser exacto faria uma excepção
noiavcl á esse phenomeno physiologico, observado, segundo
Humboldt, não só cm toda a Europa como na America.

8.

Segundo os mappas do quinquennio de 1850 a 1860 nasce


ram ou com mais propriedade baplisaram-se:
18S6 1857 1858 1859 1860 Medio dc 5 ann.
Masculino. . . 11,223 11,54811,81611,26012,186 11,606
Feminino. . . 10,758 10,093 10,81911,153 11,667 10,978

Exc. dos varões 565 855 997 147 519 628

9.

'Rt\iv(;rvci Aos sixos.

Annos. Mnscul. Foinln« Rasno do gxc. por 100.

1850 11:323 10:758


4» 51,3 in. e 48,7 f.
1857 11:584 10:693 12>4 51,8 m,e 48,-2 f.
1858 11:810 10:819 •^,8 52,3 m. e 47,7 f.
1
1859 11:200 11:153 51 m. c 49 f.
10
1
1800 11:186 11:657
10
51,1 m. 0 48,9 f.
1
Medio 11:606 10:978 10
52,2 m. e 47,8 f.
312 ENSAIO estatístico

10.

OvÇÇc,ve,n(ia çdo tslaflio sodal.

IS'ús 8 aiinos anteriores baptisarara-se:


Aiiiios. livres. Escravos. 1 cscr. por Lnpt. livr.
iao3 17,734 1,028 17.2
iS.3i 18,303 1,049 17,7
1833 2i,H2 1,231 16,8
1836 10,848 1,133 18,4
1837 21,064 1,177 17,9
18.38 21,769 1,732 12,4
1839 20,796 1,607 13
1860 22.331 1,492 14,9
Medio de 8 annos 20,533 1,286 13,9
De 16,9 baplisados um é escravo, ou 1 escravo por 16 li-
vres.

H.

EsVaio dvW los ^vWxo».

Qíi filhos nascidos de raatrimonio formam a grande massa


qiielles que renovam de aniio á anno a população. Se os map-
pas parochiaes merecem alguma confiança a este respeito os
nascimentos quanto ao estado civil regularam no quinquennio
de 'l(!ü6 a 1860 da maneira seguinte:
Amuos filhos legit. illegit.
1836 17,361 4,420 21.981
18.37 18,503 3,608 22,111
1838 18,539 4,794 23,333
1839 17,933 22,473
1860 19,007 4,941 23,948
Medio de 6 annos 18,380 4,486 22,866
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3
DA província do CEARÁ 315
12.

■Re,\a(;ão losltyUimos eom a \o\a\vàaile, dos uasdmtTvVos.

Tomando o termo medio dos nascimentos legítimos no

quinqueniiio comparado com a totalidade dos nascimentos,


vê-se que regula 1 legitimo por 1,2 da totalidade dos nasci
mentos; ou de 120 nascimentos, 100 são legilimos e 20 bas
tardos, isto é, 4 quintos dos nascimentos são legítimos. *

13.

'Redação dos uascViutuVos ds^vVvmos com a çofuVação.


Combinado o termo medio dos nascimentos legilimos com
a população media de 1856 a 1860, que calculo ser de 477,000
habitantes, regula:
População. Nascim. legit. 1 sobre;
477.000 18,380 25,9habit.

14.

Redação dos uascdmcudos dijdddmos tom as muVVvms casadas.


O arrolamento imperfeito, e incompleto q[ue tenho da pro
víncia não me habilita para determinar exactamente o numero

I Os algarismos que figuram nos mappasparochiaes á este res-


peito,_que pela max ma parte não podem ser acceitos pela scien-
cia, sao evidentemente suspeitos. Se fossem exactos era preciso
admittir um facto social inaudito em qualquer paiz, já não direi
christão, porem mesmo civilisado, porque nada menos provaria
que uma espantosa libertinagem de costumes, onde os fi lhos fora
de matnmonio orçariam por mais de dons terços dos filhos le
gítimos, em freguesias cuja população é pela maior parte cam-
ponesa. ^
“ ^ 927 legítimos e 73 bastardos.periodo
mentos, por 1,000
A espantosa nasci
differen
desta relaçao em França para o Ceará não se explica nem pela 1^
escravidp muito limitada, nem pela maior licença de costumes,
e sim pela mexactidão dos nossos mappas.
1310 EXSAIO estatístico

das mulheres casadas; mas admillindo, segundo os princípios


geraes de estalislica, qiie2 quintos da população são casados,
islo 6201,600 indivíduos, e por conseguinlo 100,800 são mu
lheres casadas, segue-se que o numero dos nasdinenlos legi-
tinios devo estar na seguinte relação para com as mulheres ca
sadas;
Termo medio das mu- Tcitoo medio dos nas- Relaoão para rom ás
Amjns. ciincntüs. mull.urús casaj.:s.
Iherea casadas»

de 1856á1860
1856
. 95,400 18,380 5,1 ‘
1860

15.

Rtlttçivo dos ^vWvos IcyiVvmos com os ivaVuvius.

O termo medio dos nascimentos no quinquennio de 1856 a


1869 foi:
Lcsil. Illegit.
18,380 4,486 1 bastardo por 4,17 legif.
Regula portanto 1 bastardo por 5,17 nascimentos, ou por
4,17 legítimos, proporção inadmissível n’uma população es
parsa emorigerada.
Na Europa é de 1 por 14 nascimentos ou 1 por 500 habi
tantes. -

* Em França a fecundidade das mulheres casadas regula, ha


meio século, termo medio de 1 nascimento por 6,7 mulheres
casadas; a fecundidade das mulheres casadas no Ceará é maior
um quarto.
- Inglaterra... 1842 1 sobre IS nascimentos totaes.
França ■> 1 « 14,10
Suécia 1820 1 . 20
Dinamarca... 1828 1 t 12
Noruega 18-29 1 . 14,8
■\Vurtemherg. 1827 1 . 7,S
Baviera 1820 1 14
Hanover 1823 1 « 13
DA PRaVIKCIA DO CEARÁ. 317

16,

Tios \v\\vos\)asVavlos ou ■iWtçjWxmos,

Filiios iilegitiraos ou bastardos são os que nascem fóra do


casaraenlo. Seu numero, termo medio, no quinquenniu de
1850 a 1800, foi de 4,486,. como licou diclo.

Saxonia 1821 1 sobre 8 nascimentos totaes.


Ba de.. . 1818 1 « 9
Allemanha ein geral. 1827 1 « 10,6
Acl). d'Áustria. 1828 1 » 5.
Bohemia 1823 1 . 8
Piusíia 1836 1 . 14
Lombardia 1828 1 í 31
To.<cana 1830 1 a 17
Nápoles (reino) 1830 1 a 20
Hullanda 1840 1 » 21
Termo medio 1 I 13,6
O excesso de libertinagem não dá maior numero de bastardos;
altalia é um exemplo, onde o numero de bastardos é proporciu-
nalmente inferior a (Le paizes moralisados como a Noruega. Nas
cidades populosas a proporçrão é muito differente por causas
obvias.
Pariz. 1 nascimento bastardo sobite 3 nasc. totaes.
Grenoble 1 a a « 2
Orleans 1 c; a « 4 «

Toulon i a 2
Stokolino 1 d a a 2 d

Lisboa . . 1 Q

Èerlin.. 4 CL a « 3 e

ATenna. 1 cc « 3 «

Nápoles i a d 3 «

Coponague... 1 c d « 4 d

Wiilão 1 « 4
Petersbourg.. 1 s d

Genebra 1 « 5
Florenca 4 c (t . S €
Stutgafd 1 d s « 7 «c

Munich. i d a € 7 V.

Hamburgo ... 1 c s e 40 í

Arasterdam . . t (L a « 10 €

Londres 1 « « e 30
3^
'518 ENSAIO estatístico

17.

RiVAção tom os ■n.o.stimtwlosVole.ts, tom os Iti^iVimos, t com (s.


çoYuvIação mtiia.
N.tsoimontosi tolaos. illcgilimos.
!2-2.S6Ü 4,486 1 basC. por 5,17 nasc.
1 « c( 4,2 log.
477,üOiJ 1 « « 108,3 habit.

18.

YVVlvos twí^dluilos.

Nos mappas não os encoiilrei,bem quo os baja ainda que pou


cos.

ARTIGO 2.“

•DOS ODITOS.

1.

l)os dados officiaes sobre o movimento da população úora-


uislro diis obitos o mais inexaclo deiles, eapenas é aqui coii-
sií;-iiadn para mostrar quo não deixei de examinar documento
nlpiim, mas não para tirar dclle deducção provável.

2.

Sovnindo os mappas parocbiacs dos quatro últimos aniios de


18.õ.õa 186Ô ‘ 0 algarismo obituario foi o seguinte:
Aiiiii)?. Livres. Escravo. Tola).

S.-!J4 31o Õ.i.Ò'.')


S.GfO 378 "6,()o8
y S.in? 376 5,87;{
d':.'iS C.Í7-2 661 7,133
P..:n 5.CÇ:6 476 6,172
l-íCÓ •o.Xcd 400 6,7d.j
}■[• iliode Ganncs,lG27 444 6,Ü71

{
X[t'm floá mappas serom inex uv. f.alt.am os de algumas
■ .‘Vl LiL-.-ias.
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ 3i9

3.

TVdcnãoàa movVaWAüdc, comaY0\n\\i'.cr'0.

Adraillindo o t,ermo medio da mortalidade iios seis aimcs i;l-


liraos, e comparada com a totalidade da população media,ro-
sultaria:
População, Mortalidnde.
Medio de 1850-00. 0,07.1 1 obito por 75,õ *
458,040

4.

Esta proporção einadmissivel,segundo as leis da E.^lalislica,


(jue tem verificado ser o termo medio da morlaiidade iiospai-
zes da zona tórrida de 1 obito por 2&a 30 habilanles.» A mor
talidade regularia por um quarto da natividade,,o*que daria um

* Esta relação é inadmissível, ainda o duplo apenas seria


aceito.
= Segundo documentos oíSciaes a mortalidade na Europa re
gula da maneira seguinte;
Rússia i obito por 28 haldiantes
Nápoles... 1 « 29
Ilalia geral 1 30
Hollanda.. 1 « .33
Hespanha. 1 « 34
.Prússia... i 38
França 1 0 44
Relgica 1 «. 48
Inglaterra. 1 <t 4o
Suécia 1 4-9
Noruega.. 1 50 h

Paizes intertropieaes.
Loliludo.
6= 40' Batavia 1 por 26
40" 10' Trindade 1 « 27
1.3" 54' S. Luiza 1 « 27
14° 44' Martinica 1 34
É saliida a influencia perniciosa c ue exerce sobr-? a vida or-
gamea a acção da humidade e calor nos paizes equatoriaes.
320 ENSA.IO estatístico

crescimento de população em paiz algum nunca observado de


baixo das melhores condicções.
5.
Este elemento pois não prestando-se a estudo serio, não
faço com elle comparação alguma, porque seus resultados se
riam absurdos e inadmissiveis. 1

* A mortalidade tem diminuído em Franca, de sorte que o


termo medio da vida humana de 33 annos passou a 36.
Em muitas circuinstaneias, principalmente nas operações de
seguros sobre a vida, é de grande interesse conhecer as proha-
Jjilmades da mortalidade afim de deduzir a duração provável
da vida. Tem se feito por isso tabellas que, sobre um n.° dado
de nascimentos de uma mesma epocha, indicam o n.° dos que
.sü.;revivem no fim de cada anno. De todas essas tabellas amais
.segura, e seguida pelas companhias são as de M. Montferrand
ca culadas sobre 12 milhões de mortos conhecidos. Re.-ümem-se
na seguinte:

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12
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4 II 3
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0 10,000 21 6,7.33 42 3,601 63 3,823 84 323


1 8,471 22 6,672 43 3,348 64 3,686 83 427
2 8,039 23 6,604 44 3,473 63 3,340 86 334
3 7,808 24 6,326 43 3,416 66 3,389 87 280
4 7,643 23 6,431 46 3,326 67 3,236 223
0 7,324 26 6 ,383 47 3,278 68 3,080 S9 179
6 7,4.32 27 6,287 48 3,204 69 2,923 90 1.39
/ 7.332 28 6,233 49 3,131 70 2,770 91 109
8 7,283 29 6,207 30 3,086 71 2,602 92 92
9 7,229 30 6,132 31 3,017 72 2,423 93 64
10 7,182 31 6,106 32 4 ,943 73 2.224 94 48
II 7,141 32 6.061 33 4,862 74 2,017 93 36
12 7,109 33 6,017 34 4.780 73 1.811 96 23
3 7.078 34 3,972 33 4,693 76 1,616 97 18
14 7,043 33 3,926 36 4,603 77 1,431 98 12
13 7,006 30 3,881 •37 4,513 78 1,273 99 9
16 6.963 37 3,833. 38 4,416 79 1,123 100 3
17 6,925 38 o,/88 39 4,317 80 9 93 101. 0
18 1 39 3.743 ,60 4,213 81 872 102 3
19 6,833 40 3,698 6 1 4,104 82 731 103 2
20 6,78.5 41 3,637 62 3,976 83 632 104 1
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DA SROVINCIA DO CEARÁ 321

ARTIGOS."

DOS CASAMENTOS.

4.

Segundo os mappas parochiaes onuoiero dos malrimonios


ntis oito últimos annos'de 1853a 60 foi o seguinte:

Annos. Livres. Escravos. Tolal.

1833 3,246 72 3,318.


1834 3,344 73 3,417
183o 3,697 90 3,787
1836 3,400 99 3,499
1837 3,476 8i 3,337
1858 3,834 103 3,937
1839 3,633 104 3,767
1860 3,928 74 4,002
Medio de8 annos 3,368. 87 3,653

2.

■RtlaQão ios casamiTvVos com a ■çoçnlação.


Tomado o medio dos 8 annos comparado com a população
media de 1853 a i$60 resulta:
População. Casamentos.
Medio de 1853 a 60—450,000 3^655 1 por 123,4 habit. i
2.

Comparando o termo medio dos casamentos livres com a


população respèctiva, resulta:
Populatão livre. Casamentos.

420,000 3,568 , 1 por 117,8

1 O termo medio dos casamentos na Europa é de 1 por. 126


habitantes, porem varia desde 1 por lOO* no máximo até 1 por
163.
Í322 ENSAIO estatístico

Esla relação exprime um estado que cabe nas condições da


sciencia estatislica, e por conseguinte deve approvimar-se da
cxaciidão.

Comparando 0 algarismo dos casamentos dé escravos,coma


respectiva população, sua rálação é ã seguinte:
População escrava. Casamentos.

Medio de 1853-60.
30..000 81 1 poc 344,8.

m. n. i.
um DO MOVIBEÜTO DA POPDLAÇÍO DA PROVIMA DO CEARA NOS ANNOS DE 1813 A 1800,1 O TERSIOIIEDIO DOS DOIS ftCATRlENiOS POR CASAMENTOS.

UEDIO ilOS ANNOS UB UCDIO DOS ANNOS DE


1833. 1854. 1855. 1856. 18.37. 1858. 1859. 1860.
1853-185(5. 1851—18(50.
MUNICÍPIOS freguesias
w
29. 31. s O O

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H

Fortaleza... cidade Fortaleza.. . 182 (5 188 179 6 18.3 218 1(1 228 197 15 ■212 194 9' 203 194 13 207 144 11 155 139 4 143 189 189 166 7 173
Maranguape villa Maranguape. 128 1 129 146 146 169 189 91 91 1-36 4/4 1361/4 139 13f 90 5 . 9.3 107 107 80 2 82 54 55Va
Aquiraz Aquiraz 69 1 70 55 1 56 .111 111 78 2 80 78 1 79 83 1 86 82 1 83 83 1 84 109 1 110 88 1 •89
(lascavel I Cascavel 109 109 109 2 111 160 1 161 129 2 131 125 ■ ■ 1.1/4 1261í4 100 100 398 398 133 133 230 230 215 213
Araealy cidade Aracaty 161 161 131 1 132 213 215 127 127 158 7. 1,85874 151 3 154 1.70 170 149 1 150 155 155 156 ■ l 157,
11 assas a Russas 129 129 103 1 104 142 142 93 2 95 117 :V4 11774 .100 4 104 125 2 12'7 128 128 122 122 1194/2 H/2 121
Icó 4 Icó 70 8 78 118 1 119 107 2 109 97 1 98 98 3 101
; _ 104 2 106 97 97 146 2 148 90 90 59 1 60
Pereiro... . villa Pereiro'. 51 51 90 1 91 80 1 81 67 67 72 , 4/2 721(2 52 52 80 1 81 69 69 73 73 684/2 4/4- 6874
Lavras.,.. ( Lavras. 108 5 113 129 9 138 135 11 146 182 13 195 < 38 Va 94/2 148 179 5 184 111 9 120 153 153 346 22 368 197 9 206
Telha Telha. 68 1 69 76 1 77 67 67 115 2 117 82412 lüi 118 89 126 4/2 1264/2
i
8.1;V. 1 2 106 198 198 118 89
Saboeiro.. (L
Saboeiro 37 3 40 .47 47 45 45 45 2 47 431/2 11/4 4474
Assa ré 80 4 90 101 8 109 93 8 101 98 5 103 95 64/4 1014,4 97 3 100 93 3 96 94 4 98 8Z 2 89 3 95
S. Matlieus. « S. Matheus.; 52: 4 66 55 1 50 65 1 66 120 3 123 70 Vb 24/4 100 3 103 68 6 74 51 ■ 3 54 45 45 66 3 69
■7274
Grato cidade Grato 184 3 187 220 6 220 159 5 164 144 4 1481177 41/2 1811,2 173 2 175 498 ,1 199 134 134 207 3 210 178 H/2 1791/2
Barbalha.. villa
Barbalha 66 1 6.7 93 3 •96 67 1 68 78 3 81 76 78 72 72 81 81 ,20 20 127 127 75 75
Missão-velha 109 109 157 '157 106 2 167 86 86 129 4/2 1291(2 93 ■ 93 86 86 94 15 109 108 1 109 95 4 99
Jardim Jardim... ; 106 3 109 109 2 111 110 110 72 4 76 992 101 59 6 65 76 70 76 3 79 95 8 103 70 4 80
Willagres.. C Millagres. 97 97 136 136 104 104 123 4 127 1151 116 122 122 91 9i 115 119 123 2 125 113 2 115
Inhamum..
S. João do Príncipe 64 8 62 70 9 79 ■25 10 . 35 30 5 35 458 53 54 7 61 8!) 11 100 56 12 68 6 11 17 74 10 84
Arneiroz 60 60 67 67 110 110 107 107 86 86 30 1 31 38 1 39 41 6 .47 61 1 62 ■42 2 44
Maria Pereira... I Maria Pereira 72 1 73 73 1 74 94 2 96 91 3 94 82‘A <74 83h4 153 153 .101 1 102 75 2 77 63 1 64 93, ■ 1 .94
Quixeramobim.. cidade Quixeramobim 115 15 130 89 3 92 115 15 130 130 6 136 112 112 122 110 8 118 179 179 146 6 152 142 5 147 144 5 149
Gaxoeira villa Riacho do Sangue..., 75 1 76 83 83 63 63 120 4 124 85 74 H/4 86R2 52 1 53 82 2 84 51 2 53 54 54 60 1 61
Baturité. cidade Baturité 157 157 101 1 102 103 2 105 92 92 113 11374 90 90 154 154 214 1 215 205 205 185 185
74
Ganindé.. . villa Ganindé 57 57 63 63 62 I 62 59 5 68 ,/,9 64 2 66 76 4 80 64 64 53 59 H/2 601/2
S7V4 il|4.
Imperatriz « Imperatriz 102 104 126 3 129 183 183 104 4 108 63 74 21(4 106 124 2 126 136 2 138 77 1 78 100 1 101 109 2 111
S. Francisco.... <r Saneia Gruz 48 1 49 59 2 61 53 2 55 66 1 67 56 7. 1112 58 66 2 68 91 91 86 86 89 2 91 83 1 :84
Sobral cidade SobraL..' 170 172 162 5 167 196 6 202 164 4 1681173 41,4 177,/4 202 4 206 175 2 177 307 307 179 179 216 H/2 2171/2
Sancta Quíteria. villa Saneia Quileria 64 64 52 52 62 62 93 1 94 65 74 1,4 65.7, 89 91 78 ■ 78 71 .71 69 69 72 1/2 721/2
Acaracü 21 21 32 32 47 .47 61 61 40 74 40 ./4 48 1 49 23 1 24 51 3 54 47 4 51 42 2 44
Acaracü <
SaneCAnna 88 88 72 1 73 85 3 88 61 61 lí n iU 93 1 94 101 33 134 134 33 167 07 2 69 98 17 115
Ipú. Ipú 105 3 108 93 2 ■ 95 86 5 91 220 2 222 76 3 79 143 3 146 77 6 83 191 191 141 3 144 140 3 143
Granja.. cidade Granja 93 2 95 81 3 84 95 1 96 88 3 91 89 .A 91 i A 75 75 74 74 110 110 99 99 89 99
Viçosa... villa ViQosa 200 200 124 124 143 143 117 1 118 146 miU 122 122 125 1 126 135 J 1^ 1M I m 134 7a 134V,
.'ii
Total 13,246 72 3,31813,344 73 3,477 13,697 90 3,787 |a,400 99 3,499||3,367 831,4 3,4ôüill 3,476 81 3,557 p34 1Ü3 pã? 3;6Ü3 TlÜ 3;7Ü7 p® "74 pÕ2 36324/2 yõ 37221/2
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ, S25

ARTIGO 4.»

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO.

1.

Tomando como exactos os calculos da população media no


periodo de 1775 a 1860,segundo o censo supposto ou verilica-
do nos diversos annos acima mencionados, chega-se ao resul
tado seguinte:
Períodos. Popul. media. Crcsc. ann. Rei. individual.
1773 á 1810 82,000 2,734 1 sobre -29,8
1810 á 1813 139,840 2,963 1 . 47,2
181.3 á 1819 173,227 8,647 1 c 20
1819 á 1833 220,585 2,426 1 91
1833 á 1837 363,776 10,761 1 34
1837 ã 1860 495,771 8,228 i 60

Termo medio de
1773 á 1860 268,000 5,329 4 . 48,6

2.

Admittindo o crescimento da população nesta relação do(ar


mo medio do periodo supra, para duplicar será preciso um
periodo de 33 annos.

3.

Ca\cu\o iVo CTtsdmtulo 'çtVo mwso da uaíVvnàaii sohvt a mõv-


lalviade,.

Nascimentos. População,
Termo medio de media de
1856-60 1856-60
22,800 458,600 1 por 20,1 habitantes.
Mortalidade.

Termo medio 6,071 458,600 1 obito por 79


Excedente dos nascimentos sobre os obitos 17,028
3“26 ENSAIO estatístico

Se esta diíferença fòsse exacta^ isto é, se o algarismo dos


obilos podesse ser acceito, ó crescimento annual da popula
ção seria:
População. Crescimento.aonual.

Medio. 458,640 17,0-28 1 por 21 habitantes


0 que não éadmissivel na marcha ordinaria.

CAPITULO IV.

População por sexos,idades,e estado cítíI.

1.

Sixos.

1.

Segundo o censo calculado para o anuo de 1860, tirado dos


arrolamentos officiaes^a população divide-se por sexos da ma
neira seguintei
Homens. . . . 250,142 Relação do excesso das
Mulheres . . . . 253,617 mulheres sobre o n.° de
homens. . . . 72
Excedente das mulheres 3,4 ío

2.

ÇoTistaio ÜLilvTOS i tsctatos.

Homens. Mulheres. Relaçãoío excesso.

Li\Tes. .231,708 236,610 exc. de mulh.4,902ou 1por^


Escravos. 18,434 17,007 c de hom. 1,427 ou 1 por
Total. . . 250,142 253,617
DA PROVISCIA DO CE-iRÁ 321

3.

A relação das miillieres livres para os homens e como 100


para 04, ou por 100 indivíduos, 51,4 são mulheres e 48,6
varões.

4.

Eiilre os escravos a relação é inversa como uma excepção


á recra geral,os varões estão para as mulheres como 100 para
91,2, ou por cada 100indivíduos, 52,.5 são varões e 47,5 mu
lheres.

it SIX08 uos nasdmiwios..

No artigo sobre os nascimentos-já,se mostrou que o termo


medio dos nascimentos era:•
Masculinos. Femininos».

1,1 ,562; 10,756 Vis-s^de excesso masculino


ou por 100individüos,.5J,8meninosc48,2 meninas.
ÍI.

Dv^tvtnça pov vãuAes..


1..

A idade do homem e mn facto muito importante para a so


ciedade civil, tanto para delia deduzir-se regras solire a dura
ção da vida, como porque sobre ella fundou a sociedade cer
tos direitos e obriga-ções.
As idades formam na sociedade civil grupos ou series de
possoas que temnecessidades semelhantes, ou direitos eolu i-
gações analogas. Ha ficçõeslegaes para cada uma dellas. De
pois de 17 annos a rapariga não tem mais acção judicial con
tra seu seduetor; pode o homem aos 18 annos entrar na lai-
40
328 ENSAIO estatístico

-licia, aos 21 emancipar-se para os direitos civis, aos 25 gosar


dos polilicos, aos 40 ser senador etc. Não obstante essas fic-
yões legaes, as revoluções e os gênios zombam de taes prescrip-
ções. ^
Por mais importante que seja conhecer-seas idades da popu
lação, observa -Moreau deJonnés quenada se conhece menos.
É sempre a parle mais imperfeita da estatistica e também a que
encontra mais difficuldade pratica. Os dados que obtive sobre
a população não me habilitam para comparações ededucções
sobre semelhante assurapto.

2.

Se quizesse porém soccorrer-me às regras, que as obser


vações tem estabelecido em outros paizes, poderia tomar 0
termo medio para calculara idade provável dos habitantes da
provincia divididos nas series de 1 a 5 annos, de 5 a 10, de 10
a 15, de 15 a 20, de 20 a 30, de 30 a 40, de 40 a 50, de 50
a 60 até 100.

3.

Observando pois essa regra poder-se-hia presumir, não sem


reserva, toda a população da provincia repartida pelas seguin
tes series: ’

Voltaire escrevia a sua tragédia—Edipo—aos 17 annos, e


Napotoao era general em chefe do exercito da Italia aos 2.5.
* Segundo Moreau de Jonnés o exame das differentes series
de dados numéricos em vários estados da Europa dá os re
sultados seguintes;
De i dia á S annos.
Inglaterra e Irlanda. . . . 1 sobre C,5 dos habít.
Escócia 1 7,.3 .
Suécia . . 1 7,3 .
França 1 € 8,1 I c
DA província do CEARÁ. 32&

1
De 1 dia até 5 annos 72:000 Y da totalidade.
1
5 annos a 10 » 63:000 <
s
1
10 « 13 c 30:400 <[
10
1
13 « 20 1 30:400 10
(

1
20 « 30 « 84:000 6
1
30 « . 40 * 61:460 c
8,2
1
40 <1 30 . 40:000 (C
10,e
1
50 . 60 « 36:000
u
1
60 « 70 € 21:300 ((
23,0
1
70 » 80 O 8:840 (
57
1
80 « 100 « 7:200 a
70

304:000

De 5 annos á ÍO

Irlanda . . . 1 sobre 7,33 dos habit.


Ilhas Britarinicas 1 flC 7,6
Kscocia . 1 c 7,9 . C

Succia . . . 1 » 10,6 . tf

França . . . I 5 10,23 « tf

De 10 annos á 15.
Irlanda , 1 sobre 8.2 dos habit.
Inala lerra. 1 C 8,7 «
Suecia . 1 < 10.17 « a

França . 1 . 10,67 »
Escuéia . 1 c 8,93 c tf

O total da população a 13 annos completos.


Irlanda . . . 1 sobre 2,41 dos hal)it.
Innlatarra . . 1 ec 2,3 « tf

Escoria . 1 s 2,63 «
Ilhas Britannicas 1 c 2,32 « ((

França . . . 1 3,2 . «(

Suecia . . . 1 c 3,5 « t
330 •ENSAIO estatístico

4.

Admitlindo por aproximação este calculo, deve ter a pro»


>’incia, supposto exacto o algarismo da.população absoluta:

De iS annosáSO.
Irlanda . . 1 sobre 8,20 dos habit.
Ilhas Britannicas . . 9,37 a
C

Inglaterra , . . . i ! I c 10,10 «
E.scocia . . . . , . I C 10,4 . X
França 1 « 11,2 » «
Suécia 1 « Ii,l . «

De 20 annos á 30.
Irlanda • • 1 sobre 5,6o dos habit.
Suécia • . 1 . 5,9 1
Escócia • • 1 « 0,1 i
Ilhas Britaunieas. . . . . 1 ( 6,15 Ct
França 1 c 6,18' «
Inglaterra . . . . 1 c 6,37 It

De 30 annos á 40.
França I sobre 7.25 dos habit.
Suécia i « 7,3 .
Inglaterra . . . . . . 1 8,0 «
Irlanda • 1 ( 8,7 . «
Ilhas Britannicas. . , . . i < 8,55 «
Escócia . . 1 ^ 10,11 «
De 40 annos á 30.
França • . 1 sobre 8,65 dos habit.
Suucía • l I 9,25 .
Inglaterra . . . . • . 1 c 10,62 «
Escócia . . 1 . 11,15 «
Irlanda . . 1 ® 12.8 « K
Ilhas Britannicas. . . • . 1 » 11,25 « K

De SO annos á 60.
França . . 1 sobre 11,4 dos habit.
Suécia . . 1 « 12,1 «
Escócia . . 1 « 15. (i
Inglaterra . 1 « 15. x <t
Irlanda . . • . 1 « 16,6 . 3

Em massa a população activa de 15 annos a 60 está para a


totalidade dos habitantes na seguinte relação; ^
França . 1 sobre 1,66 dos habit.
Suscía. • 1 * 1,7 « «
DA. PROmXIA DO CEARÁ. 331

Infanciadel dia até quinze annos 185,400, mais de‘/j


dá população. ‘
Mocidade e virilidade de 15 annos até 60, 281,260 mais de
metade ou 5,5 sobre 10. ’ , mais ue
Velhos de 60 annos para mais . , . 37,340 ‘/u ’
504,000

Inglaterra. . 1 sobre 1,88 dos habit.


Irlanda . . .1 tK 1,96 «.

E.ícocia . . 1 C 1,2 .
Ilhas Britânicas 1 « 1,87 « €

De 60 annos á 70.
França . ^ . . . - 4 sobre 18,2 dos habit.
8uecia . •. . . . . . 1 . 19,9 í «

Escócia . . . . . . . 1 . 20.9 « V
GrãErotanha. . . . . . 1 € 2t,8 « ■ic
Ilhas Britânicas . . . . . 1 t 2o. « «
Irlanda . . . . . 1 « 36,3 « «

De^O aWiOsáSO.
França . . . . . . . 1 sobre 39,91 dos habit.
Suecía . . . . .. . . 4 « 46. C s

Escócia . . 1 . 46. c

Ilhas Britannicas . . . . 1 c c «

Irlanda 1 < 104. < «


Tomando o termo medio desses dados numéricos tem-se a
regra seguinte approximada:
■De 1 dia a 5 annos •. 1 sobre 7,13 dos habit.
De 3 annos a 10 « 1 8,47 . IC

De 10 <1 a 13 » 1 9,34 .
De 1 dia a 13 < . . 4 2,78 . <í

De 13annosa 20 t 1 10,7 .
'De 20 í a 30 « . . 1 6,6 . 01

De 30 . a 40 « 1 8,4 C «

De. 40 . a 30 . 1 10,62 . <

De 30 . a 60 « 1 14,04 . H

De 13 . a 60 « l 1,74 . «

De 60 « a 70 * 1 23.31 . c
De 70 < a 80 . . 1 37,6 . C

De 80 « a 90 e mais . 1 13,23 . tf

Admittindo esses algarismos, vê-se que a infancia é mais da


metade da classe media da vida (13 a 60). Em França por 13
pessoas dos dois sexos ha 4 meninos até 15 annos, 8 na pleni.
tude da vida (15 á 60) e 1 velho.
‘ Em França regula um terço.
- Era França regula 6 por 10.
’ Em França regula 1 por 12.
332 ESSAIO ESTATÍSTICO

5.

Sobre 13 pessoas de ambos os sexos ha 5 meninos de 1 a 15


aiiiios, 7 individuos na pleniluile da existência de lõ a OOe 1
vellio.

&.

Uma lera era massa da popubção varonil de 15 a 00 annos,


sem distincção, daria 140,000; mas abslraliiudo uma vigessi-
nia parle para a diíTerença da superioridade das mulheres e
uma décima p^ira os que não são aptos para o servigo militar,
se reduziria a 116,000 pessoas, perto de um quarto da popu
lação totaL

III.

por isXaOio mU.

1.

Oeslado civil divide a sociedade em cathegorias dilTerontes,


que todas resultam do casamento.
1.» Os que vivem neste estado cliamam-se casados.
'i.'> Os que não estão c nunca o foram chamam-se celibala-
nos.

3.“ Os que já o foram, chamam-se uí«wos.


4.0 Os lilhos dos casados chamam-se kíjUimos.
5.“ Os que nascem fora deste estado chainam-se natiiraes
ou bastardos.

2.

Dos dados officiaes e particulares, que obtive, não pude fa


zer estudo completo a este respeito, porque a maior parte dos
DA província do CEARÁ, 333

mappas, ou não traz essas distincções, ou os que a trazem não


inspiram confiança.

3.

Entretanto de 12 freguesias, cujos mappas trazem a popula


ção por seus estados, infiro as deducções seguintes: sua po
pulação absoluta é de 158,642 habitantes livres e escravos.
Solteiros ou celibatários(homens e mulheres) 117,648
Escravos « 40,924 7,
158,642

4.

Separando as condições soçiaes de livre e escravo ha a se


guinte proporção:
SOLTEIROS. CASADOS.

Homens. Mulheres Homens. Mulheres. Tolal.


Livres.. 54,131 57,685 19,834 20,082 15t,732
Escravos 2,896 2,946 539 529 6,910
57,027 60,631 20,373 20,611 158,642
Solteiros livres (hom. emulh.) 111,816, mais de V, livres.
« escr. 5,842, perto de®/, escravos
Casados livres « 39,916, quasi ‘/i livres.
Casados escr. « 1,068, Ve dos escravos, 1
casado por 5,7 dos escravos.

5.

Entre os casados (livres e escravos)comparados com as mu


lheres ha um excesso de 238 mulheres sobre o numero dos
homens.*

* Este excesso deve attribuir-se a abandono dos maridos, oif


iiiexactidão dos raappaSk
33í ENSAIO estatístico

Homens casados . . . . . 20,373


Mulheres casadas . . . . . 20,611
Excesso de mulheres. . 238

6.

Do eslado civil dos filhos já se tractou no artigo dos iiasci-


Hicnlos.,

T.

Admitlindo as regras estalislicas observadas na Europa sobre


0 estado civil das pop,ulagões,poder-se-hiaapproximadamenle
calcular a d’esla província da seguinte maneira:
Solteiros (homens e mulheres) 302,400 Vj de população.‘
Casados a 201,600 75 «
Mas como o estado de casado entre os escravos é raro; não
creio mesmo que esteja na-proporção que dão os mappas das
12 freguesias mencionadas. Considerando somente a popula
ção livre 468,318, pode-se approximadamenle calcular o se
guinte:
Solteiros (homens e mulheres) . . .. 280,090 7*
Casados c « . . . 187,328 Vj
460,318

a.

Viúvos e viuvas. . . 31,220,1/15 da população *

*■ Estas freguesias são: Saboeiro, S. Matheus. Assaré, Crato,


Jardim, Maria Pereira, Canindé, Imperatriz, Sancta Quiteria,
Acaracú e Ipú.
* Na Europa conta-se por S habitantes 2 casados % e por
conseguinte Vs dos solteiros.
D\ PROVÍNCIA DO CKARÁ. 335

Scmlo:

Yiiivos . 20,812, Vs da totalidade.


Viuvas'. . . 10,408, 7» «•

9.

Ca\cu\o çava a ipoçvdae.âo somMÜt \u'Vt.

Casados(homens emulhcEes. . . . 187,328 V,


Solleivus .. . 249,770)3,
Viiivos- í . . 31,220 í '=
408,318

IV.

Poçulivção çoT suas taças s ovv^tus..

1.

As raras que povoam esta provincia são as mesmas do resto


dü Drasil.. Ra^a caucasica. ou branca.(portugriiesa e seus des-
ceudeiiles); indigena e seus desGendeiUes; alricana c seus iles-
ceudeiitcs; eas raças mixtas, crusadascom estas, que (iãoo.s
cafiisos, pardos etc. Não tenho dados para avaliar o
algarismo com que qualquer dessas raças, puras ou crusadas,
eiilra na massa da população geral.

Y.

DiÇcíiuça ia população.ifda sua te,V\q\ão.

A religião catliolicaapostolicaromana é omiico culto segui


do por toda a população da provincia..

‘ Os viúvos de ambos os sexos formam '/h ou Viõ da po


pulação de qualquer sociedade na Europa.
■ "Ha quasi o duplo de viúvos sobre o numero de viuvas, a
diíTerença é como de 2 para 1 ou 4 para 3.
«
336 ENSAIO estatístico

VI.

it touàVQÕts socVots.

1.

A.escravidão estabelece entre nós duas cathegnrias de indi


víduos—1/ives e escravos. No artigo da população actuul já
se deu o calculo da população escrava e de sua relação para
coni a livre.

2,

Volantes.—Na ultima eleição de 1860 havia qualificados


00,324.. locando por conseguinte 1 por 7,2 habitantes;

3.

Eleitores.—Foram marcados, segundo a ultima reforma


eleitoral delSGO, 1,264 em toda a província; por conseguinte
1 por 38õ habitantes.

4.

Deputados proaíncim.—Segundo a reforma de 1856,foram


designados .32 para esta província, tocando 1 por 15,235 ha
bitantes.

5.

Deputados geraes.—Dà a província 8, sendo 1 por 60,945.


termo medio.

6.

Senadores.—Dk i senadores, 1 por 121,900 habitantes.


DA PROVniCIA DO CEARÁ. 33T

7.

Guarda ««eíonaL—Acham-se alistados na activa e rescna


45,'J0(j, 1 por M hahilanlcs, ou 1 por õ,õ habitantes do
SüXu masculino, ou 1 por 10. dos livres.

VIL

OuVvas soãats.

A lei tem estabelecido diversas calhegorias, segundo as


idades, posses e certas habilitações,calhegorias que gosara de
certos direitos civis e politicos.^

VTIL

Dv\\v’.TOM;.a st^uTxílo es cqt^os, tmçvtqos puWicos i çvo^vssõts.

1.

^■ão foi possivel obter dado algum po.silivo sobre a divisão


da população por suas profissões sociaes e industriaes.

2.

CVtTo.

Segundo uma nota, que me foi fornecida pelo rev. visitador,


existem na provincia 118 sacerdotes, sendo destes 92 empre
gados no culto e 26 clérigos simples, o que dá um saccrdole
por 4,320 habitantes.

‘ Vede os quadros correspondentes dos eleitores, jurados


c guarda nacional.
33S ÍNSAIO estatístico

3,

"No^svisa.

Em nosso poiz não ha nobresa de sangue ; a lei po


rem tem conferido distinções e privilégios a certos fiincciona-
rios, ou agraciados com títulos honoriílcos e condecorações.

4.

Titulares.—Não os ha presentemerite no Ceará.

5-.

<}uanto a condecorados não pude saber o seu numero.

6.

IPun.ctionanos pvibWcos.

Estipend. grat. Tòlal.


Administrativos 437 d,118 1,555
Ecclesiasticos 153 153
Judiciaes ; 47 6,3-20 6,367
Electivos de representação 44
« municipaes 242 216 458
Corpo eleitoral 1,264 1,264
923 8,918 9,841
Força publica do exercito 336
« aa policia 216 46,458
« da guarda nacional 45,906j
Total 1.475 54,8-24 56,299
Cabe um funccionario por 51 habitantes. /
DA província do CEARA

TITULO IL

RIQIEZA PUBLICA E PARTICILAR.

CAPITULO 1.

Da industria agricola.

A.

A agricultura é, como diz um estatístico, o primeiro de to


dos os interesses dos povos, e todavia, por uma inconcebível
fatalidade, o menos conhecido, e o mais despresado de to
dos.

2.

Se nos paizes adiantados em civilisação ainda se não tem


podido conseguir organisar o inventario da agricultura, não
é para admirar que esse elemento falte nesta provincia.

3,

Os dados que pude obter não mehabílilam para determinar


340 ENSAIO estatístico

por meio (l’algarisraos exactos, exprimindo valores approxi-


madosí
1 A superlicie de cada sorte de cultura.
2 Sua semeação era quantidade e valor.
3 Suaproducção annual, total, e por braços.
4 O valor e preço de cada producção, por freguesia, por
municipio e cm massa.
5 O consumo dos prodiictos agrícolas por cada localidade,
por cada individuo e pela província.
6 O commercio tanlointerno como externo dessesproduc-
tos: objectos esses que a scicncia investiga; mas que sujipo-
nho que não será ainda para a geração actual conhecel-os.
4.

Os únicos dados seguros que existem são os que fornecem


os registros da alfandega e das outras estações publicas, os
quaes apenas mostram a sabida de uma porção da producção,
e não a verdadeira quantidade dos generos produsidos, e ain
da menos do terreno,que os produziu.
5.

No Titulo III da Parte Primeira calculei a quantidade geral


do terreno da província empregado na agricultura e creação do
gados; este calculo porem não pode por modo algum ser ga
rantido com exactidão; e na divisão especificada de cada inii-
nicipio, década espeeiede cultura ainda menos posso aven-

lurar-me.

6.

Consiierando esta industria em seus dois ramos principaes—


a agricultura própria, e a creação de animaes domésticos, te
nho de dividir minhas investigações em:
I Agricultura própria, subdividida em:
Industria extractiva.
BA BROVINCU DO CEARÁ. 341

Industria agricola.
II Creação de gados e suas especies.

ARTIGO í.»

DA AGRICULTÜR.A.

4.

Coraprehendo debaixo do nome de agricultura própria a in


dustria exiractiva, que consiste na colheita e manipulação do
producto espontâneo danaturesa, para o qual não concorreu
0 trabalho humano; e a industria agricola, que consiste na cul
tura das especies vegelaes, que o homem apropria para seu
uso.

I.

Ha wiasVvva txltadua.

l.

Os ramos principaes.desta especie, são os seguintes:


I Gomma elastica.
II Cera de carnaúba.
III Cera de abelhas sylvestres.
IV Palha de carnaúba.
V Madeiras e taboados.
VI Hervas raedicinaes.
VII Caça,
VIII,Pesca.
IX Sallinas.
X Mineraes.
XI Outros diversos objeetos.
Poderia ainda augmentar esta lista atlenta a grande copia
de vegetaes uteis á medecina e á industria.
3Í2 ENSAIO ESTATlSTICa

2.

I Gomjia elastica.—Araaniçoba, arvore que deslilla essa


gomma, abunda em toda a província; porem especialniente
nas comarcas da Forlalesa, Balurilé e Imperatriz, juncto ás
serras da Aratanha, Jubaia, Acarape, Baturité, Urubureta-
ma, etc. Já se exportava ha alguns annos esse producto, porem
em quantidade limitada: nos annos de 1804 e õõ o alto preço,
que obteve no mercado, fez cora que essa industria fosse abra
çada com fervor pelo povo.
Esse ensaio foi fatal ao commercio. e a outras-indusirias,
succedendo que os compradores por i.'experienciá recebes
se a mor parte do genero viciado pela má fé dos apanhado
res. AJem do depreciamento da nossà gonima elastica, occor-
rcu por esse tempo a baixa d’ella na Europa e na America. Tu
do isso pois concorreu para que a extracção continuasse com
frouxidão, no em tanto pode ainda ser explorada cora van-
tage-m. A exportação pela alfandega da capital foi de 1845
para cá a seguinte;
Valor jior
ANXOS. Arrobas. Arraieis Valor oflicial total. *
arruhn.

tSiò a t84G 344 16 964^3600 24-800


1846 a 1847 906 14 l:8t-2J4-.>0 24000
■1847 a 1848 62 124.ÍOOO 24000
1848 a 18-49 24 24 49^300 24000
1849 a 1830 42 9 1-26^180 34000
18:)0 a 1.831 23 14 76.^-2()0 34000
1831 a 183á 71 2 213^180 34000
1832 a 1833 168 24 471.à3-20 24800
1833 a 1834 399 1;.9933000 34000
1834 a 1833 13,933 108;-494á0()0 64800
1835 a 1836 3,832 13:408,d000 44000
1836 a 18o7 701 2:.383A400 34400-
1837 a 1858 1,214 4:079^040 34360
1838 a 1339 768 16 2:3364030 34300
1839 a- 1860 1.783 6:10-44700 34420
Medio dc annos.. 1.734 9:6374623 34392

* Este valor officlal não é exacto,, porque consta>me qiio o- genero sc compra
iO:ÜOO c mai5 aarrobas no mercado, mas c o valor dos mappas da alfandega.
DA província do CEARÁ M3

Redusinclo a pcrioJos de 5 annos, resulta:


Quinr^ucnnío. Qiiantídnde absoluta. PieJaliva. Preço por arroba.

1845 á 1850 1,378 270 2,300


1850 á 1855 16,618 3,226 4,1-iO
1855 á 1860. 8,320 1,464 3,500

Deste quadro resulta que esta industria teve seu máximo


incremento nos annos de 1854 e 55, que depois tem dccahi-
do, que 0 termo medio de sua produccao no ultimo quinquen-
niofoi de 1,464 arrobas,no valor de 5:343^000.

3*

II Cera de carxauba. -De ha muito era sabido que o po


glutinoso da folha verde da carnaúba dava cera; mas é de pou
cos annos a esta parte que começou a explorar-se estegenero;
e, com quanto a carnaúba abunde em todo o litoral, nas ex
tensas \arzeasdo Jaguaribe, Cauhipe, Acaracú, Curú, Ban::-
biiiii, Groaira,, Curnarú, Aracalyassiu por ora só nas comar
cas da capital e Aracaty é que se colhe a cera em maior escala,
pi incipalmente no termo de Rnssas.(comarca do .Aracaty). Sua
exportação principal faz-se do porto do Aiaca’y para Per
nambuco, e até grande parte pélo Assú, no Rio Grande, p.ara
evitar o imposto de mil reis em arroba que hoje paga.*
O consummo interno de vellas dessa cera é geral e exlensissi-
ino na provincia e dèv.e elevar-se a muitos milhares de arro
bas que não é possivel bem calcular-se.
Pelo porto da Forlalesa exportou-se a seguinte quantidade
dos annos de 1845 a 1860:

* Foi ultimamente abolido.


344 ENSAIO estatístico

Quantidade cm Valor ofíicial. , Valor porarroba


ANXOS.
arrübuá.

18'io a 1846 1,638 5:7825140 35530


1846 a 1847 118 2245200 15900
1847 a 1848 29 345800 15200
1848 a 1849 684 1:4225720 2508Ü
1849 a 18o0 0
18o0 a 1851 219 4995320 25280
1851 a 1852 68 2725000 45000
1852 a 1853 278 1:1125000 45000
1853 a 1854 1,456 6:4065000 45400
1854 a 1855 1,000 5:0005000 55000
1855 a 1856 2,619 17:2905400 65660
1856 a 1857 641 4:3715620 6i5820
1857 a 1858 1,632 11,:4245000 75000
1853 a 1859 1,988 14:7145000 75400
1850 a 1860 4,256 28:3285290 65660
M ‘Jií) ibs 15 annos.... 1,17.1 I 6:453á7()6|

Comparando e tomando os médios dosquinquennios dá o se-


quiiile resultado:
Qtiiiiiinennio. Quanlid. absoluta, Medio aHnual.

1845—50 2,469 arrobas. 494 arrobas.


1850—55 3;021 « C04
1855—GO H,13ô 2,227 «

Quanto ao seu valor:


Medio anniial. Valor da arroba. Valor total.

1845—50 '494 arr. 35300 1:488/000 -


1850—55 604 « 4o400 2:6575000
1855—60 2,227 í 6/670 14:860/000

5.

Pelo Aracaly exportou-se:


1857 33,660 arrobas .... 293:140/000
1858 35,135 .... 317:125/000
Wedio annual 33,897 l;2 « .... 305:152/500
DA província do CEARÁ. 34ü

6.

Não tenho mais dados de outros pontos da província para


calculara extracyão da cera, o consumo interno e cxporlafão;
porém é sabido que o uso da cèra da carnaúba para illumi-
iiacão é geral, e inlrodusido quasi que por todas as provín
cias, esua producgão pode ser calculada no minimo:
Quantidüdo. Valor.

Exporlafão annual. . 45,000 § 450:000/000


Consumo interno 35,000 « 350:000/000

80,000 « 800:000/000-

7.

III CÈRA d’abeliias svlvestres.—ETxportou^se em grande


quantidade até i845, mas fosse por não achar emprego na
Europa, ou porque-diminuísse a producgão, essogcnero tem
quasi dcsapparecide do raappa da exportação. De 1845 para
cá oxpurtou-sc pela Fortaleza e Aracaty:
Annos. Quantidade. Valor. Por arroba.

1845—46.... 2;183 arrobas 5:850/4-40 2/680


1846—47... 151 <1 543/800 3/600
18.47—48... 22 d 48/400 2/200
1848—49... 99 « 120/720 1/280
1853—54... 3 1/2 « 7/000 2/000
1854—55... 2 10/240 5/120
1857—58... 5 30/000 6/000
Pelo Aracaty:
1857—59.... 16 arrobas 102/400 6/400
Tem desaparecido do commercio externo, mas ainda appa-
rece bastante para o consumo interior,.e pode avaliar-sc era
5:000/000 0 seu valor.
346 ENSAIO estatístico

8.

ÍV Palha de carnaúba.—Além de varias obras que se ma-


nufacturam com essa matéria lextil, como esteiras, cestas,
cliapeos &c. è exportada em grande quantidade pelo Aracaty.
Pelo porto da Forlalesa exportou-se:
Annos. Valor.
1849. . . . 40/000
1850 . . 2/000
1854 . . 4/000
Pelo do Aracaty exportou-se só em 1857 400,000 palhas
por 8:000/000.
Esta pallia éde grande consumo interno, e, pela exporta
ção do Aracaty pode calcular-se que 0 valor de sua produc-
çào aimual sobe a 20:000/000.

V Madeiras e tabu.vdos.—Posto que a provincia não


abunde em grandes mattas, com tudo não deixa de ter bas
tante madeira deconstrucção, marcenaria, etinturaria para o
consumo e alguma exportaçjío, principalmente páu d’arco,
cedros, aroeira, carnaúba, angico, tatajuba &c. que se expor
tam de um município para outro. Das que sabem para fora do
império a que mais avulta é a tatajuba'(tinturaria). A expor
tação pela alfandega da capital tem sido a seguinte:
Madeiras em rolos. Madeiras em tahuados.
Annos. Valores. Valores.

1845—46. 109.5000 72,^000


1846—47. 42:5100 3t2,S000
1847—48. 256^440 268j5000
1848—49. 86^160
1850—50. 108:5000 117^000
1851—51, 297^920 180;§000
1852—52. 197^440 236,^000
1853-:-54. 305000 384^000
1855 —56. 8:3135800
1856—57. 8:0845000
1857—58. 3:7305070
1858—59. 7:8905000 2:0605000
1859-60. 8:5025000 4805000
DA ÍROVINCIA DO CEARÁ.

10.

Não é possivel determinar a quantidade e valor da madeira


de toda a especie, quer para construcção, quer para marcena
ria e tinturaria e muitos outros empregos, que annualmente
se vende nas praças, sem fallar mesmo na que se consome
nos proprios logares do córte. No ultimo anno, como se vê
da tabella supra, exportou-se para cima de 9:000/000. Pode
pois bem calcular-se o valor de toda a madeira exportada e
consumida naprovincia em-300:000^000.

11.

VI Hervas medicinaes.—Exportam-se algumas das nossas


plantas medicinaes em pequena 'quantidade, porém seu con
sumo interno é crescido: calculo o valor annual da exportação
e consumo era nunca menos de 4:000/000.

VII Caça.—^Ácaça de ánimaes, de tubérculos sylveslres,


bem como do mel de abelhas é nos annosseccos, emesmo or
dinariamente,o recurso poderoso daS classes pobres do inte
rior. Numerosas famiíias pelo sertão não tem outro meio de
vida. É sobre tudo nolavel, nessa industria primitiva a caçada
das rolas de arribação, chamadas pombas debando, que por
todo 0 sertão apanham-se por milhões na occasião do pouso,
bebida e postura. Seccam, e condusem mn cargas para
as serras, onde vendem ou trocam por farinha, rapadura,le
gumes etc. Alem da alimentação a que applicam a caça sylves-
tre, muitas especies principalmente d’aves são domesticadas
e exportadas. Pelo porto da Fortalesasahiram:
Annos. Valores.

1846-1847 50/000
1847—1848 21/600
348 Ensaio estatisticoí

Annos. ValoreSi

1849—1850., . 205/560
1850—1851. . 67/840
1851—1852. , '364/720
1852—1853. . 626/160
1853—1854. , 124/800
1854—1855. 375/700
1855—1856. , 66/700
E sobre modo difficil calcular ainda approximadamcnle a
quantidade e valor da caça annual, que aliás nutre uma boa
parte da população; será por certo muito abaixo do minimo o
valor de 50:000/00.

13.

YIII Pesca.—Não só a extensa costa da província abunda


em peixe, e crustáceos, como todos os rios, lagoas e açudes
do interior; e esta industria, se fosse bem explorada, era suf-
íicientepor si para abastecer toda a província, e entreter uma
larga exportação. Nas praias do Aracaty, Cascavel, Fortalesa,
Trahiri, Mundahú, Acaractí e Granja é onde se fazem maiores
pescarias em curraes, redes, eá corso em'jangadas. Do Aca-
racú já se exportou grande quantidade de camaropim; boje
porem está redusido este ramo de commercio. Parece mesmo
que antigamente se exportava desta cidade maior quantida
de, porquanto no anno de 1813 acho n’um'mappa oflicial a
exportação de 1:017,541 peixes seccos.

14.

Calculando a producção desta industria pelo valor official


da arreiuatação do imposto de 1845 para cá deve ter dado o
seguinte:
BA província do CEARÁ. 349

ANNOS. Valores. Valores dos quinquennios.

1843 39;3W000
1846 42:100^000
1847 44:040;íl000
1848 •51:800j;000
1849 46:860^000
1830 •55:940;3000 223:3005000
1831 52:400^000
1852 44:600^000
1833 47:740.^000
1834 49:980^000
1833 48:000^000 249:6005000
1836 61:760;?000
1837 69:960^000
1838 89:740^000
1839 189:9405000
1860 106:9605000 466:5605000
ile Ití annos. 39:723S0Ü0

15.

Comparando os médios dos quinquennios temos o seguinte:


Augn^cnto por cento.
1845 á 49 . . . . 44:700/000 11
1850 á 54 . . . . 49:932/000
36
185o á 60 . . . .. 77:760/000
Desses algarismos vê-se que esta industria tem quasi dupli
cado nos cinco annos ulíeriores, pois que nos onze primeiros,
de 1845 a 1855,o termo medio foi de 47,250/000; ede 1855
a 1860 regulou por 83:5l0/000.annuaes.
16.

O ultimo anno de 1860 rendeu, segundo o disimo,107 con


tos; suppondo que os arrematantes ganharam cento por cento,
e que outro tanto escapou á fiscalisação pode-se bem calcular
que 0 pescado actual do mar não dá menos de 300:000/000;
e incluindo o dos rios, lagoas e açudes, que não pagam disi
mo, não póde andar por menos de 500:000/000.
350 ENSAIO ESTATÍSTICO

17.

IX Sallinas.—Em toda a extensa costa da provincía crvsta-


lisa 0 saí, e podem estabelecer-se sallinas inexgotaveis; porém,
por isso mesmo que abunda, pouca imporlaiicia se lhe dá. Das
praias do Aracaty, Fortalesa,. Mundahú e Acarucú é donde se
colhe mais e exporta-se para fora da provincia. A provincia
do Piauhy e centro do Maranhão,são abastecidos pelo sal do
Ceará. Não lenho dado algum positivo para calcular a quan
tidade e valor do sal que se consome na provincia e se exporia.;
todavia julgo ficar abaixo da exaclidão calculando em.60 mil
alqueires no valor de 30:000/000*
18.

X Mineraes.—^Não ha actualmente miaeração na provin


cia: colhe-se apenas algum salilre, chumbo e fuiscas de ouro
em pequena escala. Em 1803 o naturalista Feijó extrahiu u'o
laboratorio que fundou na Tatajuba 378 arrobas de salitre.
19.

XI OCTROS DIVERSOS OBjECTOS.—Ha varios productos na-


turaes, que se extraírem, tanto para o consumo interno, como
para alguma exportação; taes são os oleos de cupahyba, de
dendê, oiticica, da arvore de sebo, varias gommas e resinas
como de angico, de balsamo, de jatubá, de cajueiro, alniis-
car, e outras; também pelles de animaes bravios, pennas do
ema,e d’outros passaros, drogas medicinaes,lenha, agua, &c.
Não épossivel determinar a quantidade e valor desses objec-
tos cujo uso interno é extenso; todavia suppoiiho que sobe a
mais de 120:000/000. '■

‘ Como producção do solo, e pertencente a esta industria, de


veria contar 0 valor dos pastos, e forragens de toda especie,
que nutrem ós gados; mas não tenho dado algum para formar
esse calculo.
èi 'Rcsuvixo àa çvolucçüo e voAot ia iuiusVvja ex\TucV\\:tt ia çfov’n\cm io Ccavi.

EXPOUTAÇAO. CONSUMO INTEllNO.


»
PRODUCTOS.
Quantidade. Valor. Quantidade. iValor. *0
53
O

1 Gomma elastica 1:464 arrobas. 5:3431000 5Í


»o G
2 Cera de carnaúba... 4ô':ÜOO ' 450:OOO.SOÜO 35:0.00 350;000,í!000 Q >-
3 Cera de abelhas. 1 :(il I 102;^i00 780 5:00()í)()ü0 O
4 Palha de carnaúba... 50:000 100^000 1,000:000 20:000^000 o

5 Madeiras e tabuados 8:000^000 ? 300:000^000 m


M
6 Hervas mediciflaes... ? 200^000 ? 3:8005000 >■
7 Caça ... ? SüOisnoo ? 20:0005000
8 Pescado ; 20:n()0;í()()0 ? 480:0005000
9 Sal 10:000 alqueires. 5:000s?ü00 50:000 25:0005000
10 Mineraes, 9 ? ?
11 Diversos objectos ? 10:0005000 ? 110:0005000
TOTAU 588:it'i.riàn(l() l,:M:t:KO(l50()0

«5
ü<
3õ2 3KSAI0 estatístico

21.

"Bvaços tnvçTiqalos nesla Vwilushia.

ííada posso aventurar que seja ao menos approximado quan


to a este abjecto, sendo de costume que indivíduos que a um
tempo S3 dão a esta industria, passam logo para outra; presu
nio todavia que nunca menos de 20 mil pessoas exploram a in
dustria cxtracíiva se não effectiva e professionalmentc, ao me
nos accidentalmente.

II.

"Da açjYicuVtuTo.

1.

Era todos os municípios da província se pratica mais ou me


nos a agricultura, quando não era grande escala, por certo
para a producção de legumes, que na estação chuvosa vem
com fartura em todo o sertão.

2.

Ila terrenos que por sua frescura e outras qualidades geoló


gicas são apropriados para a agricultura, outros, e estes em
maior escala, para a creação de gados: aquelles são as serras
frescas, as praias ordinariamente baixas, ou sob-pés das ser
ras, onde as correntes formam ypüs,e finalmente os açudes.
3.

A industria agrícola, principalraenle dosgeneros de expor


tação como caíié, cahna, algodão, tem lido nesses últimos an-
nos grande impulso.
DA província do CEARÁ 353

4..

Servir.do-mc dos dados cfficiaes e informações particula


res, notarei apenas as especies principaes, é é, por elles que
calcularei a producção, apezar de ser isso tarefa diflicil.

5.

Os ramos mais ricos da nossa industria agricola sJo os se


guintes:
I Algodão,
II .Caffé,
III Canua (assucar, aguardente, rapadura,dcc.)
IV Tabaco,
V .Mamona (ascile),
VI Farinha do mandioca,.
VII Polvilho,
Vm Arroz,.
IX Milho,.
X Feijão,
XI Fruetas.,

6.

I Algodão..—A cultuira do algodão é a mais antiga e a que


mais floresceu desde o principio deste século até 182'2. Eram
e ainda hoje o são as serras daUruburelama. Aratanha, Maran-
guape. Pereiro, Meruoca, os disLrictos onde mais se cultiva
este genero d’industria.

7.

A Uruhuretama jà deu mais de 25 arrobas de fibra, porem


depois da invasão do mofo e secea-maeã, males estes que tem
contrariado esta cultura, decresceu ella muito,e quasi que des-
S54 ■ENSAIO estatístico

appareceu de nosso mercado. De 1848 para cá Icm tomado no


vo incremento, e vae crescendo progressivamente.

8.

■Quem primeiro deu na provincia impulso á cultura do al-


:godão em maior escala foi o governador Luiz Barba Alardo de
Menezes, que creou o commercio directo da capitania cora os
portos da Europa. Segundo um rnappaael813a 18i4expDr-
laram-se as seguintes arrobas de fibra;

1813 . . . 39,245 @.
1814 . , . 47,032 «

9.

De 184b para cá tem-se exportado pelo porto da capTlal 0


seguinte:

AN.NOS. Valor odlcial.


Arrobas. Yalor de arrob.i.
TOTAL.

1840-46 8:493 V, 33:981^:000 45000


1846—47 3:158 12:6:32^000 4.5000
1847—48 16:996 73:207 J300 4 5 423
1848—49 34:218 131:;397^'120 35840
1849—30 23:072 110:31OASOO 45400
1830-31 48:442 270:3964982 55386
1831—32 42:921 201:728.4700 45700
1832—3.'! 67:323 340:991,51.30 35030
1833-34 30:839«/, 300:071^030 55900
1834-53 48:367 237:873.^640 45920
1853—36 63:633 357:163S200 55440
1836-37 61:378 369:468^000 65ÜOO
1837—38 76:820 ■/* 319:373á280 45160
1838—59 74:314 ,/, 324:6385603 75080
1839-60 78:2.37 396:3185340 75620
•Moilio vl(; 15 annns... I 4tj:84o I áò8:708-3011 | 5ÓI40
DA ÍKOVINCIA DO CEARÁ. 355

10.

’0s Vimos miS,vo8 àos quVwc^Mtwmos i siu auqmtúVo.

'Quinquennios. Qunnt. absol. Rcl. annual. Aug. porcento.


1845—1850 . . 87,939 17,588) . . 189 Vo
1850—1855 . . 258,112 51,6-22 •
1855—1860 . . 356;625 71,3-25 )• • . 38 Vo

0 aiicmsnlo do segundo quinquennio sobre o primeiro foi de


189 por cento, o do 3.» sobre o 2.» de 38. É um progresso
nolavel. ^
Nos dois últimos exercicios'de 1860 al8G2 exportou-so:
Valor.

1860—1861. 58,7-28 ® ii7:880/000


1861—1862. 50,785 « 470:497/000

11.

Pelo Aracaty exportou-se:


1857—1858 . . . . . 43,310 arrobas.
1858—1859 . . . . . 71,445 «

12.

Não é fácil saber-se a producção total do algodão na pro-


vincia; calculei por informações mais ou menos fundadas, o
que se verá do mappa infra.^ Por elle avalio a exportação
do algodão em pluma em 125,000 arrobas, que ao preço
de 7/500, produzem 937:000/000.

1 Em 1859 os districlos visinhos á capital Torneceram o se


guinte: Pacatub-a 500 arrobas, Acarape 1,100, Baturité 6,000,
■Marangunpe 9,000.
- Parte deste alsodão foi exportado para a capital.
* De 20 freguesias cujas autboridades remetteram mappas
850 ENSAIO estatístico

13.

Suppondó que o consumo interior em tecidos grosseiros,


redes, &c., &.c. não pode ser menor de 10,000 arrobns, ao
mesmo valor,segue-se que a producção actual do algodão nesla
província dá:
Exportado. . . . i2õ,000arrobas. 937:0000000
Consumido . . . 10,000 t 70:000:SÜ00.

133,000 . 1,01-2:000,pOOO

U.

II Caffé.—Cultiva-se hoje esta planta no Araripe,Ybinpa-


ba, Uruburetama e outras serras, porém em limitada escala.

do produceão e industria,a cultura do algodão em 18.38 a 1839


era a seguinte, que se não pode garantir:

Estabelo- Quaiiliilado de
FREGUESIAS. cimentüs ou arrobtis dc
roçados. pluma.

1 Fortalesa fsó do dcstricto de Sourc). 70 9


i 2 Maranguape com facatuba 60 9:300
1 3 baturiié com Acarape 17:000
4 Iiuperaíriz 3-20 20:000
I 5 Sancta Quithcria 22 ?
I (5 Sanct'Amia. 10
i 7 Acaracú , 9 400
! 8 Cascavel (só Sucatinga) 3 ?
9 Araeaty 50 12:000
!0 Maria Pereira 50 ?
11 Jardim 23 6:000
12 S. ãlatheus 13 ?
i 13 Assaré 13 ?
: 14 Riacho do Sangue 10 9
il3 Canindé 18 1:100
j 10 a 20-Russas, Pereiro, Icó, Lavras
(prosuQie-se pela exportação do Ara-
1 caty) ? 59:000
^ N.-B. Faltórn informações de 14 freguesias. 12o:OU:íí
DA PROVÍNCU DO CEARÁ. 35t

Já nas serras de Jlaranguapej Aratanha, Acarape e Baturilé


0 cullivü é em grande escala e muito prommetledor.
É a mais moderna cultura -da proviucia.‘

15.

O uso do calTé é geral em toda a prcvincia, por isso o con


sumo interno é muito considerável: mas só por conjecturas
é ((ue se pode calcular.
A exportação pelo porto da capital foi:

ANNOS. Arrobas. Valor ofticial. Valor dc arrobas.

1843 a 1846 1,446 5;49i5SC0 35800


1816 a 1847 668 2:4045800 3';ítíüü
1847 a 1848 600 1:9.38^000 3^230
1848 a 1849 7,338 17:317.5680 2,ã360
1849 a 1830 1,587 3:174.5000 2.Í.OOO
1830 a 1831 14,138 44:7395280 3A1C0
1831 a 1852 14,908 41:7425400 2^800
1832 a 1833 30,246 92:5523700 3i50C0
.1833 a 1834 24,96.3 98:6115750 3.5930
1854 a 1853 6,833 33:8233350 45930
1833 a 1856 27,883 115:9935280 45ICO
1858 a 1837 6,567'Y2 31:3915230 45780
1837 a 1838 40,610 186:387.5700 45370
1838 a 1839 67,022 284:8435300 45230
1839 a 1800 108,.340 580:6893000 55330
yioCúo áú 15 23,358 102:0865770 35734

1 A primeira semente de caffé veiü de Pernambuco para o


Cariri em 1822. Mandaram-n’ad’alliao capilão Antonio Pereira
de Queiroz, em Ilaíurité, que plantou em roda de sua casa al
guns pés, e de?'es em 1824 Domingos da Costa e Silva levoa
aliruns para Aratanha. Era 1826 o principal lavrador daquolla
seí-ra, João da Costa, plantou alguns pés, e em 1829 colheu as
primeiras semerfos. DVni espalhou-se para Maranguape, e vol
tou para Baiurit^-. or.Je a semente jã tinha desapparecido, e poc
toda a provimda.
358 EXSAIO estatístico

10.

Nos dois exercicips de 1860 á 1802 exportou-sc::


Viilor.

1801—1862. 80,020 @ 506:091X000


1801—1802, 187,396 í 1,178:051/000

17,

Comparando os períodos do cinco annosvc-se osegiiinle:


Qiianlidiide
Quiiiquennios. absoluta. Dítaannual.
Aiigmento Termo medio do valor
i
por ccnlo. annuul. 1
An’ol)a.

1813 a 1830 11,639 2,327 6:063á830


1830 a 1833 637
91,110 18.223 62:293^908
1833 a 1800 230,622 190
30;i2i 239:702à3i6
1800 a 1861 •271,016 137;000 842:207:)Ü00

18.

Do quadro supra collige-se que no segundo quinquennioo


augmento foi de 657 por ccnlo, e no lerceiro sobre o segundo
de 190: é já um augmento espantoso. O valor medio da ex-
portação de 1845 a 1850 foi de 6:065/856, ede 1850 a 00 o
termo medio foi de 2,39:702/546; e dos dois últimos annos
foi de 842:207^000..

lô*;

Fallara-me informações de todos os pontos da província


para calcular a producção e consumo deste genero; apenas
pude por dados, que não reputo seguros, organisaro mappa'

* Pelo in^querito oflQcial-que se fez era 1839 do terreno auri-


cola e producção dos districtos visinhos á estrada de Baturité,
venfleou-se que nos de Maranguape, Pacatuba (serra d’Arata-
DA 1’ROVINCIA DO CEARÁ 359

abaixo, por ondo se deduz que a producçâo total do caílé no


Ceará sobe a 200,000 arrobas, sendo;^
Exportado para fóra da província . 160,000 @ 8CO:OOOyOOO
Cousumido na província 40,000 « 200:000.3000

260,000 l:0u0;000,3000
Deslc consumo tocanr annualojente 2 libras e meia para cada
individuo, o que é muito abaix.o da verdade.

20.

III Caxxadeassucar.—Este ramo de agricultura é um dos


mais antigos da provincia. A semente de canna foi introduzida

nlia), Acarape e Baturité ha os seguintes estabelecimentos de


caffé:
Expod.vào.
Maranpuape. . . 70 estabel. montados 34,000 Q).
Pacatuba. .. . . 60 a 43.070 ■<
Arararie . . . . 20 « 3,000 «
Baturité . . . . 200 t c 90.000 «

330 172,000
A producçâo de outros pontos excede a 30 ra il arrobas.
Só de 13 freguesias tenho mappas de agricuiíura e estes dão
0 seguinte para a cultura do caflé:
Eslabelerinirníos. Airt.bas.
1 Fortalosa (somente Soure) . . iO ■?

2 Itaranguape 1.30 79.070


3 Baturité 220 93.000
4 Imperatriz 23 6.CÜ0
S Caninde (na falda da serra de Ba
turité 12 300
6 Ipü (Serra-Grande) . . . . 19 ?
7 Grato 10 9

8 Jardim 9 9

468 178,410
Presumo que as freguesias, cuja producçâo, nâo se sabe, de-
v'eni dar mais de 30 mil arrobas.
Segundo os mappas da alfandega a exportação em 1801 su
biu a 200 mil arrobas, o que suppõe uma produccão de 230
mil.
1 Este calculo era para 1860; já em 1862 excedeo a 40
por "/o-
4i
360 EXSAIO ESTATÍSTICO

pelos primeiros colonos que vieram de Pernambuco e Bahia


pelo meiado do século XVII; mas é somente de poucos annos á
esla parle que a cultura da canna tem tomado maiores propor
ções com 0 fabrico da aguardente e assucar; pois d’antes só
se fazia rapadura, o que ainda hoje se faz em grande escala no
Cariri£ Serra-Grande. No Cariri (Grato e Jardim) onde exis
tem tresentos engenhos de madeira e ferro quasi toda a cultura
da canna reduz-se ao fabrico de rapaduras, melaço e aguar
dente, sendo que de 1857 para cá é que se começou a fazer
assucar, e já em 1858 exportaram-se 10,000 arrobas. O Ca
riri e Serra-Grande exportam immensa quantidade de rapadu
ras, melaço e aguardente para as províncias visinhas do Piau-
hy, Pernambuco, Parahyba e Bahia,
21,

A exportação pela alfandega desta cidade é sô da producção


das comarcas de Fortalesa e Baturilé; porque os outros pon
tos não mandam para a capital.
ASSUCAR.

AXXOS. Arrobas. Valor oflicial. Valor dô arroba.

1843-46
J846—47 426 1:2:45:3400 2^1900
1847—48 183 V, 3S3à(l40 2;í080
1848—49 31 137 57íX) 2Á700
1849—30 1:009 1:9.(7:5280 1^920
18.‘i0—31 1:582 1:4635:(30 923
1831—32 8:434 9:2!45860 U09Õ
183-2—33 12:279 V. 18:6645840 líi.320
1833-34 23:206 ‘Ã 36:-2025I40 15.560
1834—33 .33:914 v: 32:794-3310 ■15470
1833-36 .32:779 'L 59:6.385690 15820
18.36—37 67:386 Vj 163:0965920 25430
1837—38 160:.302 333:4295160 25080
18.33-39 197:274 Vs 394:3495000 25000
18.39-61» 147:082 204:1645000 2j>000
annoí, 43:862 i 91:2625170 i I -5760
DA PROVLNCIA Dü CEARÁ. 361

22.,

Deste quadro vê-se que ainda em 1845 não se exportava


assucar desta capital..
23..

Comparando-se os tres quinquennios em suas quantidades


absolutas e relativas acha-se o seguinte resultado:

"s s
s
s c
•5 o
ii a
s a
3 5 3
S

o
s
ã ©

'S s
Ci a X <5

1845-oü 1,671 Vi 334 3.393:420 739:08i


1850—55 81,436'/. 16.288 4400 118',339:;)00 23,0S7:riüt!
1853—60 004,82472 120;964 650 1,246.897:770 2i9,793:5;)'.

24.

Deste quadro resulta que no segundo periodo a producção


do assucar augmentou 4.400 por cento sobre a do primeiro,
e no terceiro 650 sobre a do segundo, e que o termo medio
do valor do uílimo apresentou 250:000/000. Mas esse me
dio sóbe a 168,220 arrobas annuaes, representando o valor
de 336:440/000 se tomar-se por base a producção dos Ires
últimos anuos de 1858 a 60^ sem contar-se o que sabe pelo
Aracaly e outras partes.

25.

Tom pois a industria sacharina augmentado consideravel


mente nestes quinze últimos annos, posto que pareça ir cm
decrescimento pela baixa que ha dous annos tem este genero.
26.

Faltam-me dados para avaliar por toda a província a pro-


3G2 ENSAIO estatístico

clucção lotai da canna—em assucar,aguardente,rapadurae me


laço; tenho apenas informações de 2i municipios com 1,27G
estabelecimentos grandes ou pequenos e cora 1,09i engenhos
ou engenhocas cuja exaciidão, porem, não garanto.

27.

Presumindo que o consumo interno e exportação por ter


ra e cabotagem para as provincias visinhas sejam superiores

1 As freguesias, de que tive mappas d’agricuUura, contem


0 seguinte numero de estabelecimentos de canna com esta pro-
ducção:

•è . Quantidade
4^ o 2 Quantid.ade Aguardctilc.
FREGUESIAS. dc assucar. dc rapaduras
Z Canadas.
a Arrobas. Arrobas.
ã

t Fortalesa 126 82 60,000 9


2 liara nguape... 47 47 63,200 9 54.000
3 Aquiraz 10 i 104 23,000 6,230 iO.OOO
4 Ca.scavel 106 87 30,000 6,000 ?
o Aracaty 16 16 ? -? 50.000
t) Baturiíé 92 92 38.000 20.000 50,000
7 Canindé 2 2 ? 100 ?
8 Imperatriz 83 80 8,000 3,200 13,000
9 Ipá 183 93 2,800 6.500
10 Acaracú 24 20 660 ?
II Sancf.Anna 50 50 1,300 300
12 liaria Pereira.. 40 40 ? 3,800
13 Tauhá 12 12 ? 1,200
■li Assa ré 38 18
13 S. llatbeus 3 3 ? ?
■16 Caxoeira 22 22 ? ?
17 Lavras 44 7,500 ?
18-Missão Veiha.. 48 48 ? 40.000 7,000
■19 Crato 180 180 ? 100,000 30,000
20 Jardim 142 140 800 60,000 23,000
2) Darbalha 70 70 ? 40.000 20.000
.'■'1 >.'(»(//. . . . 1446 1,2.32 223.000 292,811) 266.(iüU

X.R. Faltam infonnacões de 13 fre!»uesias, a saber: Pereiro, Telha, Millaçres,


SaliDoirc, Arueiroz, Russas, Saneia Quiteria,
' Quixerainobim, Sancta Cruz, uran-
ja, Virosa, Sobral, Icó.
DA PROm’CIA DO GEARÁ. 363

à exportação externa, calculo que os 1,094 engenhos e enge


nhocas conhecidos das 21 freguesias de que tracta o mappa
da nota, e os outros que devera haver uas 13 freguesias, que
restara, não produsera annualmente menos de 500,000 arro
bas de assucar, rapaduras e mel, que podem suppor-se des-
Iribuidas da maneira seguinte:
Exp. para fora da província. Consumido. Valor.

Assucar '210,000 arrobas 40,000 500:000/000


Rapaduras e mel 40,000 « 310,000 700:000/000
250,000 350,000 1,200:000,5000
Cada pessoa consome, por tanto, termo medio, por an-
no 25 libras de doce (assucar, rapadura, ou mel) no valor de
1 /650 rs.

28.

A(juardciite._—O fabrico de aguardente, depois que o assir-


car Lomou maior desenvolvimento, tem diminüido nesta co
marca da Forlalesa, donde anteriormente se exportava para
fora da proviiicia; mas continua em grande escala pelo inte
rior onde é consumida, e exportada por terra para as pro-
vincias limitrophes.
29.
Pelo porto da capital exportou-se de 1845 a 1858 em aguar
dente;

ANXOS. Canadas. Valor official. Valor da canada.

1813-1846 640 320^000 500


1846—1847 2:786 1:0025960 360
1847—1848 2:078 1:1225120 540
1848—1849 100 805000 800
1849—1830 1:690 4225300 200
1830—1831 4:307 1:6365660 380
1831—1832 624 218^400 350
1832—1833 748 2995200 400
1833—1836 2:801 1:4005500 500
1856—1837 900 4505000 500
1837—1838 27:340 13:1235200 480
Mcclio de 11 aniios 4:001 1:8235040 460
364 EXSAIO estatístico

30.

Do quadro supra vê-se que o anno de maxima exporlação


foi 0 de 1857 a 1858, e que nos dous seguintes nada se ex
portou. Esta industria representa um grande valor na rique-
sa da provincia.

31.

A cultura da canna, portanto, rende annualmente em seus


diiersos productos appreciaveis—assucar, rapaduras, mele
aguardente—1,480:000^000.

32.

IV.—TABACO—ou fumo, como vulgarmente se chama, é o


quarto ramo de producção agrícola da provincia, que é sus-
ccptivcl de grande desenvolvimento, e de tornar-se uma fon
te de riquosa publica; por quanto em.toda a provincia se cul
tiva com vantagem, especialmente nas ribeiras do Jaguaribe,
Banabuiü e Acarape. O de Quixelô (municipio de Telha)
passa pelo melhor. Presentemente a manipulação consiste
somente emfaser rolos seceos, que são consumidos na pro
vincia ou exportados por terra para as visiiihas-, principaL-
Hicnle para a de Piauhy.

33.

Calculando a producção pelos direitos ou impostos cobra


dos na repartição fiscal, na rasão de 20 por cento, deve ter
sido a seguinte:
Aimos. Valor oflicial.

1845 11:220/000
4846 26:000.5000
1847 4:760/000

41:9805000
®X PAOYINm DO CEARÁ 365

Transporte .. 41:980/000
1848 .. 22:880s!000
1849 .. 22:040^000
1850 .. 20;960;?000
1851 .. 22:660^000
1852, .. 8:560^000
1853 .. 16:560^000
1854 .. 29:170^000
1S55 .. 35:740^000
1850... .. 37:060íi000
1857. .. 31:720^000
1858 .. 34:140^000
1859 .. 39:640^00
1800.. .. 41:640^00
Tütal de lOannos , 404:150=5000

Medio de lOánnos 25:209^000

34.

Comparando os termos médios dos dois primeiros quinquen-


nios com o ultimo sextennio resulta:
Valor absoluto. Rei. annual. Angraento por •/.

1845—1849. . 86:900/000 17:380/000’) 11


1850—1854. . 97:310/000 19:420/000
1855—1800. . 219:940/000 36:657/000/ 88,3.

35.

Comparando os termos extremos:


1845, 11:220/000)o,. por cento.
1800, 41:540/000]^^^
36.

O augmento desta cultura tem sido considerável. Presumin-


ífo que mais da metade escapa ao imposto, não será fóra de
36C EXSAIO estatístico

proposito calcular em 80:000^000 o valor annual desta in


dustria.

37.

V. Azeite de maiioxa.—É um ramo de industria agricola


que.poderia dar grandes vantagens se fosse bem explorado,
atleiita a propriedade do sólo para essa cultura. Galcdando
a producção pela exportação, unica base segura que tenho,
acha-se o seguinte:

MAJIOXA EM GRAO.
ANXOS. Canadas. Valor.
Alqueires. Valor.

1847—48 120 eoAOoo


1849-30 64 16AÜ00
18.50—31 633 635;í)000
1831—32 669 334^300
1832-33 1:484 l:18iA000
1833-54 ilO 53,^000
1834—53 44 44,^'20Ú
1837—38 932 l:444;í.320
1838-59 147 367Ao00 468 V,2 2:3435730
1839—60 32 128.3000 163 9335230

38.

Não avulta pela alfandega a exportação do azeite ou do fru-


ctoda mamona, porém o consumo interno é geral e extenso.
Só nas prisões, quartéis epharol consomem-se annualmente
para cima de duas mil canadas, e o resto do consumo não
será abaixo de 18 mil. Portanto a producção e valor podem ser
calculados no seguinte:
20,000 canadas a.3/200... 64:000/000

39.

VI. F.ariniiaDE MANDIOCA.—È a base da alimentação, o pão


do nosso povo, e por conseguinte de um uso geral; tanto
quanto se pode calcular por 500,000 habitantes..
DA PKOVlNCtA DO CEARÁ. 367

Por exporlação tem sahido pelo porto da capital:

A^’KOS. Alqueires. Valor oillcia].

1843-46 lr394 2;780Â000


1846—47 11:294 âí.-oSS^^OOO
1847—48 3:923 3.í)2:Já00a
1848-49 7:226 7;246á000
1849—30 1:376 1.008,^000
1830-31 2:804 2:804^000
1831—32 7:432 7;4o9á000
1832—33 28 S6;Ô000
1833-54 399 798^000
1834—33 132- 304^000
1833—36 18 S4;à000
1836—37 521 989,ò2oO
1837—38 537- l;0o3^200
1838—39 750 4;2-2o;íG00
1839—60 1:038 6;4024000

40.

Comparando o.s qurnquennTOsr

Quinquênios. Alquuipjes., Termo medio Valor total. Medio.


annnnl.

1843—30 2.3:413- 5:083- 37:3434000 7:3095000


1830—33 18:833 2:167 11:4214000 2:3004000
1833-60 2:866. 573 13:8244030 2:7634000

41.

Desse quadro vê-se-que a exportação pelo porto da capital


tera diminuido; mas tem crescido pelos portos- do Acaracú,
Granja, Mundahú, Cascavelj e Aracaty. Segundo a taxa im
posta quando o valor da farinha, é legumes excede a2/000, a
exportação pelos outros portos, da província deveria ter sido
a seguinte:
1856 21 alqueires.
9
1857
1858 8,568
9
1859
4860 6,000
45
368 ENSAIO estatístico

42.
Faltam-me dados seguros para calcular a producção da fa
rinha em toda a província. Tenho apenas informações, em
cuja exactidão não posso confiar. Destas resulta que ha na
província 11,000 estabelecimentos de farinha, grandes, e pe
quenos, produzindo 600,000 alqueires, que ao valor minimo
actual de 2^500,importa em l,500;00ü#000. ^
* Segundo os mappas das freguesias, os estabelecimentos
e a producção da farinha em toda a província são:
FREGUESIAS. Estabelecimentos. Quantidade de
queiros.

1 Fortalcsa 460 60:000


; Ü Maranguape 83 50:000
3 Aquiraz 196 21:000
' 4 Cascavel 13-2 33:000
3 Ar.acaty 130 20-000
6 Russas 129 11:000
7 Icó 64 11:000
:8 Pereiro 130 22:000
9 Telha 120 10:000
10 Lavras .200 20:000
11 Missão Yellia 120 10:000
12 Grato 4:054 70:000
13 Jardim 1:828 38:000
14 Assaré 123 2:800
13 S. Matlieus 166 3:200
16 Saboeiro 12 100
17 Tauhá 60 3:000
IS Arneiroz 161 2:000
19 .Maria Pereira 120 11:000
20 Caxoeira 32 1:000
21 Quixeramobim 96 10:000
•22 Baturité 420 40:000
23 Canindé 72 600
24 imperatriz 248 30:000
25 Sancta Cruz 124 6:000
26 Sobral 100 6:000
27 Sancto Quiteria.... 32 1:000
28 Sanct Anna (Meruóca) 600 40:000
29 Acaracú 200 20:000
30 Ipú 216 10:000
31 Viçosa.. 300 20:000
32 Granja.. 120 10:000
33 -Millagres 60 4:000
34 Barbalba 130 20:000
11:000 600:800
DA província do CEAR.V. 369

43.

Pode-se, pois, calcular a producção da farinha na provín


cia destribuida da maneira seguinte:
Valor*

Exportação ;. 30,000 alqueires. 75:000.^000


Coiisumo 570,000 « 1,425:000:5000
600,000 1,500:0005000
Consome portanto cada indivíduo pouco mais de um al
queire de farinha, termo medio, por anno ou 35000.

44.

VII. Polvilho—ongommade mandioca—éoproducto amy-


laceo da mandioca, que tem grande consumo interno, e por
exportação pela alfandega da capital tem sahido o seguinte:

Valor de ar
ANNOS. Arrobas. Valor official. robas. i

184S—1846 760 577^600 760


1846—1847 32 12.^160 380
1847—1848 128 40^960 320
1849—18o0 380 725000 200
18,50-1831 2,080 6865400 330
1831-1852 4,5.52 1:2745560 280
1852-1853 11,568 3:2395040 280
18.53—18.54 168 1205950 720
1854—1855 120 425000 350
18.55—185,6 1,000 3605000 360
1856-1857 2,864 1:1745240 410
18,57—1858 3,072 4:19,5.5200 600
1858-18,59 2,000 3:2005000 15600
18,59—1860 1,808 1:.527,5760 845
Medio de 14 annos. 2.250 1:22:15060 531

45.

Como se vê do quadro supra a exportação deste proclucto


lem augmentado, e ainda émais copiosa pelos portos do .\ra-
370 ENSAIO estatístico

caty e Acaracú. É sobretudo muito mais extenso o consumo


de gommas e massas no interior, podendo-se calcular o se
guinte:
Airobas. Valor.

Exportação annual 25,000 20:000/000


Consumo interno.. 225,000 180:000/000
250,000 200:000/000

46.

Vlll Arroz, IX milho, X feijão.—Estes legumes são cul


tivados em toda a provincia em maior ou menor escala; e, de
pois da farinha de mandioca, constituem o alimento geral do
povo, e forragens dos animaes domésticos.

47,

A exportação destes generos pelo porto da capital tem re


gulado de 1850 a 1860 como se segue:

MILHO FEIJÃO ARROZ ARROZ


ANNOS.
Alqueires. Alqueires. Alqueires. Arrobas.

1830-1851 876 746 583


1831—1852 1,307 37 527 479
1852—1833 551 34 153 1,067
1833—1834 584 t) 2,176 4,730
1834—1833 665 141 0. 1,884
1833—1856 7,085 O 7 493
1836—1857 1,329 O O 0
1837—1838 253 3 4 82
1838—1839 4,032 24 94 324
1839-1860 683 8Vs 638 1.400
;McilÍü 'ie 10 nnnos. 1.738 25 436 1.104

48.

Tomando nosseperiodo para comparação tres epochas, uma


de 1846 a 52, outra de 1853 a 57, e finalmente de 18õ8 a 60,
DA província do CEARÁ. 371

segundo os mappas da alfandega, a exportação foi a se-


pinte:
Do çwvolo le. a

Farinha ,. alqueire 35,689 termo medio amiual 5,089


Milho... « ^,294 « <£ 899
Arroz em casca. 11,284 « c « 1,612
« pilado.... arroba 4,161 « « 594
Feijão . alqueire 11
240 í 80

Do 2.® çmoJlo iU.i85õ a 5T [5 auuos').


Farinha alqueire 848 termo medio annual 169
Milho « 4,571 « 914
Arroz em casca-. « 2,762 « « « 545
« pilado... arroba 7,999 <t tt 1,599
Feijão alqueire 141 « « 28

Do 5,0jmoào 1858 a 60(5 auuos).


Farinha alq. 1,788 termo medio annual 894
Milho.., « 4,735 € C <L 2,367 7*
Arroz era casca. « 75^2 c c c 376
■« pilado.... i,724 c c a 802
Feijão q. 32 7. C « 16 V*

49,

0 termo medio do preço d’esses generos, segundo o valor


oflicial tomado na mesa de rendas, foi o seguinte:
1.® çtnoAo àt 1847 a 1.Sb2.

FARINHA MILHO FEUXO ARROZ


ANNOS.
Alqueires. Alqueires. Alqueires. Alqueires.

1347 25900 25600 b,í820 1^880


1848 15600 15600 55660 l'á;470
1849 25940 15620 6,Õ000 1^500
1850 15920 65000 lHoOO
1831 15700 15760 45760 1^380
1852 15800 25160 45000 1^460

iMeilio dos 6 annns^ 25196 15333 od3B:i 15531


372 ENSAIO estatístico

2,.o 'çtnoüLo le. i8^õ a VSõl.

FARINHA. MILHO FEIJÃO ARROZ.


ANNOS.
Alqueires. Alqueires. Alqueires. Alquc-ires.

1833 4^920 2^020 OiílOOO 25700


1834 4^000 2^140 6^400 OáOOO
1835 5^360 2^960 6i34ÜO 258^0
1836 4ig7S0 2;&723 6/Í4S0 2^970
1837 6j;000 6S000 85000 õõDOO
o50l2 35169 65630 ;já 1/0

’b.° iftmíio üit a \&60.

FARIXHA MILHO FEIJ.\0 ARFu-Z.


AKXOS.
Alqueires. Alqueires. Mqueiies. Alqueires.

1839 65000 45300 55300 66000


1860 65160 45330 45200 36000
.Mtíilio dos 2 oiinos. 65080 45323 45830 S6.S00

50.

Comparando os tres períodos com relação â quantidade, re


sulta:

Medio dos 6 annos de 1846 Medio dos 5


Differeata. Auqmcnto
a 5-2. annos de 1853
por cento.
a 57.

Farinha—3:089 alq.» •169 4:420 para mais. 760


Milho 889 914 13 — menos 1
Feijão — 80 — 28 52 — mais. 283
Arroz —1:612 — 343 1:067 — mais. 290

Comparando o segundo com o terceiro período:

Medio do 5 annos de 1853 Medio dos 2


DilTercnça. jVuçmento
a 57. ^os de 1858
por ce:ito.
a 60.

Farinha—169 alq.*.. 894 723 para menos. 428


Milho -914 —.. 2:367 Va 1:433 — — 256
Feijão — 28 — .16 Va 17 Vs para mais yo
•Arroz —343 — .. 376 469 43
DA PROVINCLA DO CEARÁ. 373

Cora relação ao valor:

Medio dos 6 annos de 1817 Medio dos5annos de 1853 Medio de 2 annos de 1858
a 1852. a 1857. a 60.

Farinha 2:196 4:780 6:080


■.Milho.. 1:933 2:723 4:323
Feijão.. 3:373 6:430 4:830
Arroz . , 1:533 2:970 5:500

51.

Desles terraos resulta que a exportação dos leguraes dimi


nuía á proporção que encarecia; mas depois do alto preço a
que chegaram, de 1860 em diante entraram a descer.

52.

Não tenho dados para calcular a colheita annual de legu


mes na provincia, e nem por conseguinte o seu valor e con-
sumo. Cumpre, porém, observar que o milho planta-se por
toda a parte, tanto no sertão, como nas serras e praias; o
feijão do mesmo modo e o arroz nas partes mais allagadas.
Deve-se tamhem observar que o milho é de um extenso e geral
uso para homens eanimaes; o feijão serve também de alimen
tação para uma grande parte dos fasendeiros do sertão; raaso

arroz é pouco usado.

53.

QuaivViüiaài e. m\oT los\iqumis.

Devendo tomar uma estimativa da producção annual dos le


guraes, e de seu valor, e da producção que é quasi toda con
sumida, excepto a pequena esiortação que se faz pelos por
tos do Acaracú, Granja, Mundahú, Fortalesa, Aracaty e por
3T4 ENS.UO estatístico

terra para o Piauliy, calculo, termo medio, nos aiinos regu


lares da maneira seguinte:
Quantidade. Valor medio. Valor do alqueire.
Milho 250,000 alq. 500:000/000. 2^000
50,000 1 200:000/000 4/000
Arroz 50,000 « 200:000/000 4/000
300,000 900:000/000
Deslribuidos da maneira seguinte:
Exporitido. Con«uniido.

Milho. . 25,000 alq. 225,000 alq.


Arroz. . 20,000 « 30,000 «
Feijão . 5,000 c 45,000- «

54.

Os legumes dão uma só colheita annual, porque os plantam


na estação chuvosa, que dura de 4 a 5 mezes. O milho collic-se
(puatro mezes depois de plantado, o arroz e feijão cinco..
55.

A producção varia segundo a qualidade dos terrenos: nas


boas terras regula 300 porcento. A mandioca arranca-se re
gularmente depois de ura anno de plantada, e produz mais ou
menos, conforme a especie e o terreno, sendo preferivel o
argilo-arenoso.. Nos melhores terrenos o cento de cavas
chega a dar de seis a sete alqueires de farinha. A mandioca é
para esta provincia e para todo o Brasil o que a batata é para
a Inglaterra e Irlanda, uma verdadeira providencia. Ella
produz por toda a parte, e tem a subida vantagem de ser-lhe a
terra 0 celeiro natural, principalmente para a manipeia, que
perdura muitos annos nos roçados sem perder as suas quali
dades nutritivas.

56..
XI Fructas—quer frescas,quer seceas constituem um ramo
DA província do CEARÁ 3'i5

importante da industria agricola da provincia, cuja producção


e valor não são fáceis de determinar, sabendo apenas por dados
olTiciaes que de Maranguape e Acarape regula por 3,700 cargas
no valor de 11:300/000. Não pode calcular-se em menos
de 200:000/000 o valor das fructas.
57.

XII Outros productos.—A agricultura ainda dá outros


proíluclos de valor, coino capim de planta,, hortaliças, flo-
res cuja quantidade e valor não se podem calcular ap-
proximadamenle: calculo porém desta maneira:
Capim de planta e outras forragens que se co
lhem para aniniaes de estribaria 100:000,^000
Hortaliças 25:0005000

Flores
1:000-5000

126:0005000

4S
MAPPA

da prodticção agrícola.

GENEROS. Exportados. Valor. Consumidos. Valor. Producoíio tülal. Valor.

O
o
Algodão 125:000 @ 937:0001000 10:000 7f):ooO;í;noo 136:000 1,012:000^000]
C/3 CalTó 160:000 » 800:000,^000 40:000 200:000)^000 200:000 1,000:000^3000
Assurar 210:000 » 420:000^000 40:000 80:000)^000 260:000 5fl0:00ü)ííü00
H Rapaduras 40:000 80:000^000 310:000 620:000^000 360:000 700:0ü0sô000'
00
àQ
Aguardente 50:000 c. 40:000,2000 300:000 240:000,í;()00 350:000 280:000^000,
o Tabaco ? 20:000,2000 ? 60:000^000 ? 80:000,^(100;
03
Mamona 2:000 c. 6:4002000 18:000 67:600^000 20:000 64:0()0;$000
Farinha 30.000 alq» 75:()00,i5000 570:()()() 1,426:000^000 600:000 1,500:000^000
Milho 25:000 r 50:0002000 226:000 4;»:0fl0i{;ooo 500:000 500:(K)0)30()0|
Arroz 26:000 . 80:0002000 30:000 120:00011000 50:000 2()0:()00)!3000
Feijão 5:000 20:0002000 45:000 180:0ü0,í;000 50:000 200:00(),,‘5000'
Fructas ? f ? 200:000 ílOOO'
Capim dc planta ? ? ? 100:0o0ü00fl ? 100:()00JÍ(KM)|
Hortaliças ? ? ? 26:0()()ò000 ? 26:000^000!
Flores ? ? 1:0005()()() 1:0()0ÍI000,
TOT.\L 2,628:4002000 ;).2;(7:6002000 I 6,7()6:01M12000]
«£>
I-
DA província do CIíARÁ. 377

59.

Consome cada habitante, termo medio,[ô.jõOO annuaes.

Iwsivumtixlos tt^Tícolas.

O arado, o primeiro instrumento civilisador de um povo,


ainda ó desconhecido entre nós!

2.

O machado e a foice, instrumentos de roteação e devasta


ção, são os únicos empregados todos os annos para novas dei>
ribadas e roçados.

3.

Segue-se a enchada para abrir sulcos e mondar os roçados,


ou fazer a capina.

4.

A conducção faz-se na costa do animal, ou em carroças pe


sadas, de rodas inteiriças, e puchadas a boi.
5.

Os legumes são colhidos á mão, pilados a braço cm pilões,


ou descaroçados.

6.

A mandioca é desmanchada emrodetes movidos a braço ou


animal por meio de uma roda grande que se chama holandeira.
A massa é comprimida em pesada prensa de madeira.
378 ENSAIO estatístico

7.

A canna é exprimida em moendas de ferro ou de páu (pela


maxima parte), movidas por animaes.

8.

Nenhuma machina especial se emprega no fabrico do assu-


car ou aguardente.

9.

O algodão é apanhado á mão, secco ao sol, e descaroçado


em pequenas machinas (rodetes), movidas a braço ou a boi,
depois ensaccado e comprimido em uma prensa de madeira.
10.

O caffé também é apanhado a mão,secco ao sol, e despolpado


em machinas chamadas ventiladores.

11.

São estas as machinas até hoje empregadas na industria


agricola da provincia.

IV

"V oVoT ias IsYvas.

1.

Não se pode dizer nem ainda approximadamente o valor das


terras agricolas, porque depende de varias condicções, como
proximidade de um grande povoado,frescura maior ou menor
do terreno, producção mais copiosa de tal ou talespecie.
2.

Em geral os terrenos húmidos de plantar canna ou capim


DA PROVIXCIA DO CEArÍ. 379

são mais caros; e sendo perto de algum grande povoado po


dem regular de 5^ a 10^1000 a braça.
3.

Os terrenos de caffé, que são em serra, porém frescos, po


dem regular a 2/000 a braça.

4.

Os terrenos leguminosos também são mais ou menos caros,


conforme a sua distancia dos povoados; podem, porém, regu
lar a 1^000 abraça.

ííumwo iosttaiio»

Não tenho dados para dizer o numero de individuos que se


empregam na industria agricola-propria; sendo certo que mui
tos que a ella se dedicam occupam-se também n’outras pro
fissões. Não pode no emtanto ser menos de 100,000 individuos,
dos quaes 10,000 são escravos.

ARTIGO 2.»

DA INDDSTRIA CREADORA Oü PASTORIL,

Dtt «naiião It qalos gvossos.

1,

Este ramo de industria é o mais importante da provincia, e


constitue sua principal riqueza, Gomprehende a creação
dos gados vaccum,cavallar, muar, lanigero, isto é, cabrum,
ovelhum e suino.
ESSAIO estatístico

2.

O terreno da provinc-ia, principalmeiite a parte do sertão,


onde se encontram extensos tractos abertos, vargens, tabolei-
ros, que se cobrem todos os annos de pingiies pastagens de
mimoso, panosco e foutrashervas forrageiras, se presta excel-
leutemente a esta industria, e o gado multiplica-se admirafcl-
mente.

3.

Tres inconvenientes, porém, contrariam o seu progresso;


0 mau systema de creação, as seceas e as epizootias. A espe-
cie do gado não tom talv(iz degenerado, mas nada se tem feito
para mclhoral-a. Alguns municípios cream melhor que outros,
devido isso aos campos e pastos. As ribeiras de Quixeramobim,
Acaracü, Inbamum, eCanindésãoas maisallamadas.

O systema de creação ésemi-sclvagom, quasi todo entregue


ás forças da naturesa, o que obsta o- maior desenvolvimento
de que é esta industria susceptível; pois os constantes pre-
juisos que os creadores soffrem anuualmente tem por causa
lal systema de creação. Além disso, demanda elle grande espa
ço de terreno livre para os gados vagarem, o que hoje já não é
possivcl cm rasão do crescimento da população, que vae inva
dindo esses espaços, como também varias ribeiras ainda estão
inaproveitadas por falta d’agua segura. Portanto, ou os crea-
clores terão de trocar o systema bravio de creação pelo do es
tábulo de tanta vantagem na Europa, ou essa industria não
fará mais progressos, ainda quando se tenha mesmo de apro
veitar os terrenosseceos,porque apopulação crescenteil-os-
ha proporcionalmente invadindo. O unico meio, pois, de fa-
sel-a ainda centuplicar é abandonar a rotina.
DA província d» CEARÁ. 38t

5,

As seccas e epizoolias reclamam seria attenção dos poderes


do Estado; porque não arruinam somente a riquesa publica,
mas ainda a sorte da população da província, que nessas ter
ríveis crises pode ser aniquilada.
Quaes as causas dasecca?
Será possível evital-as?
Será ao menos possível prevel-as?
Será possível prevenir os seus effeitos?
Quaes os meios para isto?
São questões estas que deveriam ter sido estudadas scien-
tificamente, e resolvidas de um modo pratico ao alcance de
todos. *

6.

As epizoolias ordinariamente se desenvolvem com intensi


dade nas seccas, o que faz aggravar a calamidade destas. São
conhecidas com os nomes de caíarrftnes, mal.triste, treme,
rengue, mofo, Mesmo era^terapos ordinários estes males,
paincipalraente o triste, atacam as fasendas e fasem conside
ráveis estragos.

7.

Apesar das seccas e epizootias, esta industria temaugmen-


tado, e 0 gado que ha hoje na província é superior em quan
tidade aos de epochas anteriores. A especie do cavallar tem
degenerado quanto ao tamanho e figura, mas devia ser oriun
da de excellente raça, como observa o dr. Burlamaque, por-

‘ Tenho escripto e publicado alguma coüsa no sentido da


solução destas questões;ultimamente também os drs. Theberge,
Viriato Medeiros,Beaurepaire Rohan e Gabaglia publicaram me
mórias a este respeito.
382 EXS-UO estatístico

que á despeilo da incúria de nossos fasendeiros ha Ires secu-


los-não se acha ainda de lodo degenerada. Em forcas os nossos
eavallos são muito superiores aos do sul, porquanto nSo só
carregam 10 a 12 arrobas, como fasem longas viagens de 80
a 100 léguas sem muda.

8.

A raça muar, que de pouco tempo começou a introduzir-se


na provincia, é na maior parte pequena,descendente como é de
jumentos portugueses; mas já se tem introduzido quantidade
de andalusos que vão melhorando em tamanho esta raça hy-
brida.

9.

A experiencia que se fez cora a acelimatação de dromedá


rios e camellos não foi bem succedida. De 14 que em 1859
vieram por conta do governo para esta provincia, apesar de
ilesvelos e cuidados, tem morrido quasi todos, restando apenas
uns 5 ou G com os novos que já aqui nasceram.

lô.

ÇvoiVutiião fc cpiaTvWiait áo qaáo.

Não foi possivel obter informações completas do numero de


fasendas, producção e quantidade de gados, mas regulando-
inc pelas arremataçoes antigas dos disimos, e pelas collcctas
feitas 110 triennio de 1852 a 54 pude organisar o quadro se
guinte com bastante probabilidade de exactiduo:
DA BROVINCIA DO CEARÁ. 383

11.

levmo mtÜLvodoilVsvmo, i i[ivolut(;ão los ijnlos vactxim t cavaWav,


ca\cu\aio çdas ca\)i(;a& aTtmtvlftitts, içcXoçToiwcVoiivs aiw-
'ma\ai;õts, o abaVvmtnVo àt “10 a'50 i^ov ctuio uos à‘vsv-
TOOs;

DISIUO HEDIO DE PRODUCÇÃO. PRECO.


CADA ANNU.
ANTIGOS
Vac. Cav.
TRIENNIOS. Vac. Vac. Vac. Cav.
GARROTE. POI.TRO.

1803-1806 8:600 1:070 103:200.12:840. 1|800 3iíí600


1806—1809 8:671 1:083 104:0S2 12:996 1^850 3^700
1809—1812 6:418 713 77:016 8:536 . 2i@80ü SítiOO
1812—1815 3:700 712 . 68:400 8:344 2*8500 5^000,
Annos.
1827 4:130 439 ■ 30:000 3:320 . 4^970 6S368:
1828 3:196 498 . 62:332 6:000 4^^617 6^243
1829 3:667 359 68:004 4:320 6^1200 8^340.
1830 5:114 391 61:368 . 7:092 6M30 8^340
1831 3:953 607. 71:436 7:284 5^770 lo.i3800
1832, 6:334 460 78:408 5:320 3.^900 lüià-2C0
1833 6:080 572 72:960'6:864 7.^840 14^400
1834 6:912 67o 82:944 7:100 7,^420 14;íOUO
1844 2:400 300 34:000 4:800 - 5^000 lo^OOÜ.
1843 710 80 ' 11:360 1:280 7íí;000 1.4:^000
1846 372 71 9:152: 1:136 7^000 14|^Ü0Ü.
1847 3:483 435 . 33:728 6:960 8.^300 17^000'
1848 3:375 446 ^ 57:216'7:136 7^3000 14,^000,
1849 4:837 607 77:712 9:712 7*800'., 14^000.
1850 4:400 530 70:400 8:800 7^006. 14^000:
1831 4:960 620 79:360 9:920 7^200 14^400:
1532 7:612 1:048 117:106 16:767 7'í500 dO;^000;
1833 6:087 650 ■ 93:647 '10:024 ' 8^000 16^000:
1834 6:760 829 104:007 12:734 8;â800 15^1200'
1833 6:100 730 97:600 12:000 8^300 16.^000
1836 7:360 920 117:760 14:720 8^300 17;^000:
1837 10:304 1:313 160:064 20:008 8^500 17^000;
1838 9:984 1:248 139:744 19:968 ' 91000 18^000
1839 7:333' 917 116:680 14:372 lOílOOO 2OJ000
1860 I 9:241 1:200 120:000 13:600 8^000 ISílOOO

47
384 Ensaio estatístico

^2.
Comparando o movimento da producção por períodos vê-sc
0 seguinte:,
1,® çmoio 4t, V80^ a 1809.
PBODUCÇÃO TOTAL. MEDIO DO PEniODO.
Crescimento an
imal dúvaccum.
Vaceum. Gavallar. Vaceum. Cavallar.

1803 103,200 12,840 138


103,626 12,918
1809 10í,0õ2 12,996 i sobre 633

Annos 6 Cres. 932 136

A producção cresceu neste período na rasão de ^ por


cento.
2,.® çmoao At 1809 a 1815.
Depois da sccca de 1809.

PRODUCÇÃO total! MEDIO DO PERÍODO.


Decrescimento
Vaceum. nnnual do vac.
Cavallar. Vaceum. Cavallar.

1809 77,016 8,536 1,436


72,708 8,500
1813 68,400 8,344 I sobre50,3
Annos 6 Dec. 1,816 12

Com a secea de 1809 a producção do gado decresceu iiesle


periodo na rasão de 12 porcento.
5.® çmoio At 1815 a 1821.
Depois das secess de 1816 a 1817,1834 a 1835.

PRODUCÇÃO TOTAL. MEDIO DO PERIODO.


Dccrcscíincnlo
auDual.
Vaceum. Cavallar. Vaceum. Gavallar.

1813 68,400 8,344 1,333


59,200 7,032
1827 50,000 5,520
1 sobre 38
Annos 12 Dec. 18,400 3,024
D.V PROYtNClA DO CEARÁ. 385

Com asseccasdeisn e 1825 decresceu a producção jadi-


miiiuidacom a delSOD na rasão de 36,8 por cenlo.
A.O igmoio àt ISÍiT a \S5.A.
Annos muilci regulares^

PRODUCÇ.ÁO T0T.\L ■ MEDIO DO período. Crescimento


annual.
Vaceum. Cavallar. Vaceum. Gavallar.

1827 30,000 0,320 4,706


66,472 6,310
1834 82,940 7,100
1 sobre 14
Aniios 7 Cres.32,940 1,380

Nesle curto período regalar o crescimento da producção foi


na rasão de 65,8 por cento.
ige,TvoJ.o dj 1,854 a 1844»'
1'IWDUCÇAO TOT.\L., MEDIO DO PEIUODO.
Decrescimento
Cavallar. anaual.
Vaceum. Cíuvallar. Yaccuin.

1834 32,940 7,100 4,894


38,472 3,930
1844 34,000 4,800
1 sobre 12
Annos10 Dec. 48,940 2,300

Neste período, as epizootias, pei|uenas.secciis de 1837,1841


e a grande de 1844 lizeram decrescer a producção na rasão
de 145 por cento!
6.® 'pmolo dt 1845 a.1859.
PRÜDUOÇAO TOTAL. MEDIO DO PEIUODO.
Decrcscimcnlo
Gavallar. annual.
Yaccum. ílavallar. Yaccum.

1843 11,360 1,280. 118,8


40,880 5,040
1850 70,400 .8,800
1 sobre 4.
Annos 3 Dec. 39,040 7,320

* Este anno. foi o primeiro, da grande seeca de 1843 a 1846.


386 ENSAIO estatístico

Agrando secca de 1845 a 1846 fez decrescer aproducção


na rasão deõáüpor cento.
1.0 ptvvpào dt d&bO a \8õ6.
Annos regulares.

l-UODUCÇÃO TOTAL. .MUDIO UÜ PERÍODO.


Crescimento
Vaceum. Oavallar. Vaceum. Cavallar. animal.

18ü0 70,400 8,800 3,142


93,340 16,686
18.39 110,680 14,57-i
1 sobre 18
Annos 9 Cros.46.280 3,772

iNeste período a producfão cresceu na rasão de 65,7 por


cento.

13.
Dividindo essa serie de períodos era duas epochas medias,
temos;

dt \805a 4854.

Vaceum. Cavallar. Vaceum. Cavallar. Decrescimenlo


annuul.

1803 103,200 12,840 633


93,072 9,970
1834 82,944 7,100
I sobre 132
Annos 31 Dec. 20,236 3,740

Neste período de 31 annos decresceu a producção na rasão


do 24,5 por cento.
1.» de, 1854 à 1857.

Vaceum. Cavallar. Vaceum. Cavallar. Crescimento


- animal.

1834 82,944 7,100 3,337


71,304 13,534
18,37 160.064 20.008
1 sobre 21
Annos 23 CrfS.77.120 12,908
DA província do ceará. 387

As seccas del8i4 al846 nãoobstaram ao crescimento rá


pido do gado nesse periodo de 23 annos que foi na rasão de
93 por cenlo.
Ú.

'Qomparando os dois períodos extremos, isto é, os médios


dos trieunios de 1803 a 1806—1853 a 1857, temos:

Vaceum. Cavallar. ] Vaceum. Cavallar. Crescimento


aunual.

1803—1806 103,220 12,810 733


1833—1837 143,996 18,182 124,348 13,311
1 sobre 167
Annos 36 Cres.42,296 5,342

No espaço de mais de meio seculo aproducção dos gados


appresenta apesar dasseccas,um crescimento de 41 por cento.

15.

Dos quadros supra calculados sobre a base official de 8 por


cento, como manda a lei do disimo,se vê que a producção do
ultimo qualriennio de;i857 a 1860reguloa, termo medio,
145,490 cabeças annuaes do gado vaceum; e de 18,182 do
cavallar: mas attendeiido a que o disimo é realmente pago a
menos de 4 por cenlo, e que por conseguinte pode-se, sem
receio de exageração, duplicar o algarismo da producção,
deve-se calcular, pelo minimo, a producção actual da ma
neira seguinte:
Vaceum. 300,000 crias.
Cavallar. 36,000 .
Ora suppondo, cottio geralmenle regula, uma cria por 4 ca
beças para a totalidade do gado, devo calcular que a produc
ção suppõe hoje as seguintes cabeças de gado:
Vaceum 1,200,000
Cavallar 140.000
38S E;NSAIO ESTATÍSTICO

16.

Comparando a quantidade dos gados com a po^pulação- da


província, em diversas epochas, acha-se o seguinte;

1 rez por ha- 1 cav. por


Annos. População. Gado vaccum. bitanle. Ca-vallor. liabítantc.

1810 130,396 417,200 2,3 3-2,000 0.4


1813 149,283 273,600 1,8 33,176 0.24
1819 201,170 236,800 1,1 28,128 0,12
1835 240,000 33,200 1,3 28,400 0,16
1860 500,000 1,200,000 2,4 140,000 0,23

Vê-se pois que o primeiro e ullimo períodos são os mais ricos


em gados, e que a relação do gado com a população tem sido
mais elevada.

IT.

Quanto ao valor da producção desta industria pode conhe


cer-se pelo preço medio nos diversos períodos (com relação á
Bioeda de hoje):.
Preço do garrole. Do polU’o. Valor da producção.
l.operiodo de 1803—1809 1^25 3,2630 237:0002000
2.» . c 1809-1813 22500, 5ÃOOO 224:000^000
3.“ « . 1S13—1827 3iíl740 3^680 261:0003000
4.“ c . 1827—1834 6^200 103,200 476:0003000
5.“ « € 1834—1844 63210. 123000 434:0003000
6.» . . 1845—1830 73000 143000 336:0003000
7.» . t 1«30—1860 83300 173000 1,073:0003000
Terraomediodel857—1839 103000 203000 1,818:0003000
8.» periodo de 1860—1861 83000 133000 894.:0003000
Para appr&ximar-me da exactidão devo duplicar o algaris
mo da producção; porque, como já fiz ver, o disiino., que ser
viu de base a estes cálculos, não se paga na rasão de 8 por
cento e sim de 4: por tanto o. termo medio, em vez de ser
DA província do CEARÁ. 389

145,496 garrotes e 18,182 poltros, deve calcular-se da se


guinte maneira com o seu valor de hoje (1861) muito infe
rior ao dos dois annos passados:
Producção. Valor.

Vaccum. . . 300,000 2,400:000j5!000 a 8|!000


Cavallar. . . . 36,000 540:000íi000 a 15^000
2,940:000^000
Desta producção deve descontar-se de 25 a 30 por cento
para a mortalidade ordinaria, por conseguinte o valor liquido
será de 2,000:000/000.

18.

O valor da producção corresponde a 5/880 por cada ha


bitante, na hypothese de 500,000 habitantes.

19.

\a\ov VoVoA. àa Iwíiuslua çaslonA qalos grossos.

Suppondo os preços médios dos gados vaccum e cavallar


na rasão de 15/000 o primeiro e de 30/000 o segundo, deve
dar 0 seguinte:
Vaccum. . . . 1,200:000 cabeças. 18,000:000/000
Cavallar . . 144:000 s 4,230:000/000
Valor total desta riquesa. . . . . 22,320:000/000
Toca a cada habitante, termo medio,44^640 reis.

20.

Consumo.—Suppondo que cada individuo consome, termo


medio, tres arrobas de carne por anno, ou pouco mais de
quatro onças por dia, deve elevar-se o consumo a 1,500,000
arrobas annuaes para a população da província; calculando
lambera que cadarez deajoiigue pesa, terpç medio,10 arro»
390 INSAIO estatística

bas, serão precisas 150,000 reses annuaes.para o consumo


interno de uma população de 500,000 habitantes. Isto posto,
a producção annual reduz-se:
Mortalidade ordinaria (30 por cento). . . 90,000
Consumo interno . . . 150,000.
Exportação para as provincias-xisinhas . . 25,000
Ficam para a reproducção . . . 35,000

300,000

21.

Gado muar.—^Não tenho dados para estimar a producção


desta creação; mas contando eom as raças atravessadas (liy-
bridas) não se pode avaliar hoje cm menos de 400 crias por
anno, que ao valor de 40^000 por cada uma sobem a
16:000^1000.,

22.

Redusidos a valores os produetos das Ires especies de crea


ção, que se aproveitam, ou pela exportação ou pelo consumo,
ou para reproducção, dão:
Do vacura . . . . 1:700:000,^000
Docavallar. . . 380:000,)1000
Do muar . . . . 16:000^000
2:090:000^000

ir.

Do qaiVo mvvvio.

1.

As raças lanígeras de ovelhas e cabras, e suina, são mais


ou menos exploradas por toda a província, e constituem uma
boa parte da alimentação do povo no interior. d’ella.
DA PROVIUCPA DO CEARÁ. 391

2.

Não IcmIio ciados positivos para calcular a quantida


de dessas raças em prodiicção e valor; mas creio poder
dizer que aquella excede a 500,000 cabeças annuaes, o que
imporia em 200.000,^(000 só para as duas especies, de ovelhas
c cabras; e ejue a raça suina passa de 50,000, no valor de
100:000;>000: tudo é consumido na provincia.1
Reduz-se por tanto ao seguinte:.
Producção annual. Valor.

Ovelhas e cabras . . . 500,000 crias 200;000-S000


Porcos . . 50,000 cc 100:000,^000

550,000 300:.000|000

HL.

Cvta(;õcs miccias..

1.

Perus, galinhas, guinés etc.—Não figuram nos mappas de


cxporlação, mas é sabido que nãoé pociuena a quantidade de
aves domesticas e ovos que sífo consumidos na provincia, e os
que 0 são pelos navios,.que frequentam os nossos portos. O
preço de uma galinha presentemente é de 1^5000, de um perú
3:iO00, de um ovo de galinha 30 reis.

2.

Presumo que o valor da producção ánnual desses generos


pode eslimar-se muito por baixo em:
Pênis, putos, galinhas, guinés . . . 50:000.s000
Ovus . 50:ü00ó000

100:000^000

* Em 1S08 diz o naturalista Feqó. que percorreu por alanns


annos a capitania, haver 5 mil rebanhos de ovelhas de 200 ca
beças liara cima.
48
.392 ENSAIO estatístico

IV.

\dVov io swwíjo Aos ammvass.

1.

Toda a coramunicação e transporte que se fazem no interior,


ou por terra, é em costas de animaes, ou era carros puchados
a bois. Esse serviço é crescido, attenta a locomoção constante
do nosso povo e as trocas de productos. Só pela estrada de Ba-
turilé, que dista da capital quinzeleguas, verificou-se por um
inquérito ofíicial que excedia de 450,000 arrobas annualmente,
e 0 frete subia de 150:000/000. Dolcó para o Aracaty, e vice-
versa, andam para cima de 800 carros. Do Grato para o Icó,
bem coinodoAcaracú para Sobral ha um trajecto effeclivode
carros e aiiimaes.

Attendendo ao que verificou-se do valor do frete entre a


capital e Baturité não será fóra de proposilo calcular, ainda
que muito por baixo, que essa industria não dá menos de
800:000/000 annuaes.

V.

Do soáano ou voVov Ao VraboVlvo Aos oçsranos.

1.

Os salarios variam na provincia conforme as localidades,


naturesa do serviço, e-qualidade das pessoas, desde mil reis
diários aos homens occupados era certos serviços até 320 aos
meninos; pode-se, porem, tomar hoje por termo medio 600
reis diários.
DA PROYINXIA DO CEARÁ. 393

2.

Kão lenho, porem, dados para calcular o numero dos


operários, e nem por conseguinte o valor do producto
dessa indaslria. Elles avultam mais nas obras publicas e par
ticulares das cidades, e no trabalho agricola do caffé, algodão,
legumes, e nos pastoris , onde os salarios são mais bai
xos; e, como ha cinco mil fazendas de gado, e em todas
ellas. alem do vaqueiro, ha de um a Ires operários, posso cal
cular da maneira seguinte:
Vaqueiros ouencarregados de fazendas de crear. . 5,000
Operários ou subserventes aos vaqueiros . . . 10,000
ct empregados no serviço agricola. . . 20,000
(( empregados no serviço de viação quer
como correios, arrieiros etangedores. 500

(( empregados nas obras urbanas,trafico das


praças, obras publicas etc . . . 1,000
30,500

3.

\oAot iista VivJiMsVna.

Convem saber que esses operários nem sempre estão oceu-


pados, principalmenle os empregados na agricultura, obras
publicas etc.
Poclcr-se-)iia todavia calcular desta maneira:
5,000 vaqueiros,termo medio. . 200/ 1:000:000/000
10,000 ajudantes de vaqueiros. . 50/ 500:000/000
20,000 operários agrícolas. . . 25/ 500:000/000
500 « correios,arrieiros 100/ 50:000/000
1,000 de obras publicas,
urbanas etc.. . 150/' 150:000/000
36,500 2:200:000/000 .
304 EXSAIO estatístico

VI.

"V aVov üLas Vwvas le,

1.

As terras de pastagem, mnito mais baixas em valor do que


as de plantação, guardam também preços relativos ás locali
dades em que se acham, á naturesa do pasto, da aguada
certa, do espaço (largura como se chama) etc.

2.

Em geral vende-se no sertão a legua de tres mil braças a


dous contos de reis; ás vezes por mais, conforme o logar. O
preço de estado é por meio real em legua quadrada, o que dá
4:500/000 por legua.

VII.

Bvaços tmpvt^aílos ■aa cvtação.

1.

Os individuos, que se empregam na creação lambem em


grande parle lavram a terra e dão-se a outras industrias. Gon-
lando-se com aggregados e familias pode-se calcular em
200,000, sendo apenas uns dous mil escravos.

2.

íilttppa ái tola a pToAueção Cia xuàustna pastovW.


Gados grossos.
Fazendas 'om 1854. Produccão prosuraivel cm 1860. Valor liquido.
Vacum. Càval. lluar.
4,720 300,000 36,000 400 2:940:000/000
2:940:000/000
DA província do CEARA. 39d

Transporte 2;940:000ô000

Gados miúdos.

Ovelhas e cabras. Porcos.

500,000 25,000 300:0001000

Creações miúdas.

Perus. Patos. galinhas. Ovos.

9 9 9 ? 404:000/000
3:344:000/000

Serviço dos animaes em transporte. . . 800:000/000


Salarios de operários de todas as^ ualidades 2:200:000/000
6:344:000/000

3.

'Resumo qeval le Voàa a VuilusWia agncola uos seus MÇereuUs


wmos.

Industria extractiva(vide o map. de pag. 351) . 1:902:745/


« agrícola própria(v. o map.de pag.376) 6:766:000/
(í pastoril (vide omap. de pag. 394) . *3:344:000/
Total do valor do produeto. . . . . 12:012:745/

vm.

CousuPvo vuVevuo.

Gado vacum, 150,000 reses ou 1,500:000 arrobas: por


cada habitante 96 libras annuaes.
Gado miudo de toda especie, cabra,ovelha, porcos,550,000
cabeças pesando 1,000,000 arrobas, por cada habitante 32
libras annuaes.
399 ENSAIO estatístico

Consome porlanlo cada habitante i28 libras de carne por


anno, termo medio,* ou S^JOOO em valor.

CAPÍTULO III.

Da inilustria fabril.

I.

Pvo(\,uc.(;ão.

1.

Poucos são ainda os objectos explorados pela industria ma-


nufactora nesta provincia; os priiicipaesartigos, que figuram
nos mappas de exportação são os seguintes;
I Couro salgado,
II Solla,
III Couros miúdos preparados,
IV Carne charqueada,
V Queijos,
VI Sabão,
VII Vella? de carnaúba,
VIII Calçado,
IX Chapeos do seda,
X Obras de palha (chapeos, esteiras, cestos),
XI Tecidos grossos de algodão,
XII Redes,
XIII Costuras, bordados e crivos,
XIV Objectos diversos.

162 libras de carne;°a consumo annual de cada individuo é de


caça e peixe podem elevar o termo medio
entre nos a ISO libras annuaes.
DA província do CEARÁ. 397

2.

I Couro salgado ou secco.—Não ha oulro preparo nesla


industria senão o necessário para preservar o couro da putre-
facção; salgado ou simplesmente destendido para seccar é
exportado pelos diversos portos da provincia para o estran
geiro, ou praças visinlias do Maranhão e Recife.
3.

Sua exportação pela alfandega da capital foi nos annos an


teriores a seguinte:

ANNOS. Gouros. Valor official. Valor de um couro.

1845 a 1846. 52,020 129:6464000 2^300


1846 a 1847. 18,285 40:958.4400 2^240
1847 a 1848. 11,203 26:8924000 2ÍI400
1848 a 1849. 7,371 15:142i?;000 2^5000
1849 a 1830. 5,394 11:3274400 2^100
1830 a 1831. 8,900 21:360^000 2ÍI400
'1831 a 1852. 11,506 32:7924100 2.4830
jl832 aJ833. 21,037 68:7904990 3,4270
1833 a 1854. 30,800 130:9004000 44230
!i834 a 1835. 32,670 138:8474500 44230
118,33 a 1856. 35,486 184:5274200 54200
1836 a 1857. 32,444 264:4184600 84130
|1837 a 1838. 27,518 220:1444000 84000
11838 a 1839 24,838 150:0214520 64040
Í1839 a 1860. 28,143 211:916,4790 743.30
;Mcdio dos loíinnos 23,187 109:1784966 44063

4.

Por períodos de cinco annos:


Quantidade absoluta. Termo medio augmento por
annual. cento.

De 1845 á1850 97,051 19,410 8


De 1850 á1855 104,913 20.982
De 1855 ú1800 148,429 29,685 30
S98 EXSAIO estatístico

Comparando com os valores:


Valor absoluto. Medio aiinuaJ.
De 1845 á 4850. . . 223:770/500 44:751/000
De 4850 á 4855. . . 393:100/000 78:020/000
De 4855 à 1860. . . 1:030:150/000 206:224/000

&.

Kão tenho dados do porto do Acaracú por onde se faz maior


exportação; e, do Aracaty e Granja só tenho de dous annos,
que são:'

Granja.

4858 . . 1,413 couros valorofficial 8:478/000


4859 . . 6,845 51:542/000
Medio. . 4,129

Aracatij..

1858 . . 14,501 couros valorofficial 87:006/000


4859 . - 2,289 « « 17:247/000
Medio. . 8,395.

6;

Pode-se calcular a producção deste- genero e sua destri-


huição da maneira seguinte:
V^alor.
Exportação pelo porto do Aracaty. 8,500 63:750/000
Exportação pelo porto do Acaracú . 8,000 60:000/000
Exportação pelo porto da Granja . 5,000
37:500/000
Exportação pelo porto da capital . 30,000 225:000/000
51,500 386:250/000
0 consumo interno é quasi nullo.
DA província do CEARÁ. ■399

7.

II Soi.LA.—A’ oxccpffio du cortunie fraiicez eslabelccidu 110


Aracaty, que prepara o couro lão Lem como na Europa, Ioda
a mais solla é lúscaniente curlida com a casca do angico, e
lodavia é um dos priiicipaes arligos da nossa industria fa
bril.
Sua exportapão pela alfaiidega da capital foi nos quinze ai.-
nos ulliiiios a seguinte-.

AN.NOS. Quantidade de meios. Valor efllcial. Por cada meio.

ISl.j a 1840. , 7,2.37 10:990.A300 1A300


1840 a 1847. 16,797 21:4.40^160 15)280
1847 a 1848. 5,4.34 6:108,íi480 1.14120
1848 a J84!l. 980 98OA0OO 1^000
;8i‘j a i8;;n. 1,132 1:378.A00» 1A370
Í8.j0 a 185t. 1,193 1:329;S600 1A280
I8.-)I a I8.'i2. 2,8o;i 4:0313260 IA 120
’l8.jâ a 1833. 3,006 4:9.30A9Ü0 1A63Ü
1833 a 1834. 9,284 14:8.34.3400 i,!;ooo
1834 a 1833. 10,303 19:782A760 1A920
18.33 a 18-36. 4,239 14:751.3720 3,A480
1830 a 1837. 3,362 16:00;b5120 4A760
1837 a 18.38. 1,166 3:30:)A.320 4A720
1838 a 18.39. 1.498 8:298A920 3A340
1839 a 1860. 9..381 ■32:373j;400 3 A 400
5,241 ~ÍÕT89ÕÍ249' 2Ã27F

8.

Por períodos de seis annos:

Quant. absoluta Medio annunl.


1845 á 1850. . . 31,620 6,324 41:097/140
1850 á 1855. . . 26,641 5,328 45:168/920
1855 á 1860. , . 20,346 4,070 77:132/680
49
400 ENSAIO estatístico

0.

Deste quadro vè-se que a exportação pelo porto da capi


tal tem diminuido de quantidade, ao passo que augnicnlado
de valor.

10.

Pelos poilos de Aracaly Granja.


1857. . 15,923 3,886
1858. . 9,000 12,799
1859. . 18,700 22,054
Medio de tres annos. 14,541 12,913
Kão lenho dados positivos da exportação pelo porto do
Acaracújinas informam-me que excede aunualmente de 60,00ü
meios de solla.

11.

Pode-se pois calcular a producção da solla, sua deslribui-


ção e valor pela maneira seguinte:
Exportação pelos portos do;
Quantidade. Valor.

Aracaly. . . 15,000 45:000/000


Capital . . . 5,000 15:000/000
Acaracú. . . 60,000 180:000/000
Granja . . . 15,000 45:000/000
Consumo interno 120,000 ' 360:000/000
215,000 645:000/000

13.

III Coenos JituDos (preparados).—Pouco se exporta deste


geiiero em comparação da quantidade que se prepara e con
some na provincia.
DA província do CEARÁ. 401

Pela alfamlcga da capital Icm-se exportado nestes quinze


annoso seguinte:

Quanlidiide. Valor oíTicúíl. Valor dc cada um.


A^^*US.

18.4.3 a 1846. 7,CS0 1:377,5000 180


!846 a 1847, 363 71áU00 200
1847 a 1848. 744 148íib00 200
1848 a 1819. 930 110.5000 200
1!)4!; a 18.30. 8 25S()0 320
1830 a 1831. 3,644 ”'285800 200
1831 a l.^32. 1,018 2035600 200
18.32 a 18,33 11,446 2;o4l45Ü82 222
1833 a 1834. 6,290 1:3965380 222
a 183o. 2,183 533ÒI40 244
1833 a 1836. 1,363 3135000 200
1836 a 1837. 992 198,5400 200 .
1837 a 1833. 5,739 2;8695300 500
1838 a 18.39. 2,840 1:4205000 500
Is.V.l a 1860. 4.427 l:.=j()751ü8 .334

M..ii" dl* lõ .'innus^ 3,324 904,502:1 262

13,

Pelos portos da. . . . Granja e do Aracaly.


1857 . . . . . . 4,916 103,404
18.58 . . . . . . 6,845 76,971
iSTiü lenho dados para cidcular a exportação pelo Acaracú.
14.

Pode-se calcutar a producção e dcslribuição deste gencro


da maneira seguinte:
Couros. Vnlor.

Exportação pelo porto da Fortalesa 4,000 2:0ü0.s(:.00


Exportação pelo porto do Aracaty 90,000 45:000:4000
E.xportação pelo porto da Granja . 6,000 3:000:>0UU
Exportação pelo porto do Acaracú 10,000 5:000.>0UÜ
Consumo na proviricia. . . . 300,000 150:000-M)i)0
410,000 205:0005000
402. ENSAIO estatístico

iõ.

IV Queijos.—É de poucos annos esta iiiduslria, e ainda


mui limilada jã por falia de actividade dos fazendeiros ejáde
conhecimentos necessários para o íiibrico. A maior parte ou
quasi lodo o queijo se consome inlernamente, sendo muito
fraca a expoiTação, que se faz em maior escala pelos portos
do Acaracú, Granja e Aracafy.
Pela alfandega da capital, de 1855 em deante exportou-se:

AiNNOS. Libras. Vulor oflrcial. Valor th libra.

!8.w a ISofi. 460 1791400 3t)0


a 1837. 9.509 2;8o2;3700 300
1837 a 1838. 6,638 1:3:11^600 200
1838 a 1839. 1,034 36-2^362 343
18.39 a 1800. 1.486 7431000 500
'l'.* 5 annos. 3,883 1:0935832 346

16.

Presumo que pôde se calcular a producção e deslribuição


deste artigo da nossa industria pela maneira seguinte:
Libras. Valor.

Exportação por mar e por terra. 100,000 20:000/000


Consumo interno . . . . 900,000 180:000/000

1,000,000 200:000/000

17.

V Carne charqueada.—Anligamenle preparava-se e expor


tava-se bastante quanlidaíle de carnes seceas para Pernam
buco c Maranhão, hoje esta industria está muito limitada, e
só pelos portos do Aracaty, Granja e Acaracú, donde não tenho
dados, sei que se faz esse Iraíico em maior escala.
DA PROVINXIA DO CEARÁ. 403

Pela alfandega da capital, de 1852 até hoje exportaram-se:

Arrobas. Valor ofiicial. Valor da arroba.


ANNOS.

434 1:1113040 25oG0


11852 a 1853.
,1853 a 1854. 1,080 3:4o()3000 3^200
3854 a 1853. 1,604 3;0Iõ^o20 1^880
11833 a 1836. 162 9723000 6^000
1836 a 1837. 800 5:0803000 6I3SO
1857 a 1858. 907 5:66837o0 6á2o0
,1838 a 1839. 11 1103000 103000
,1839 a 1860. 15 V. 173í>C00 113200

18.

Pela tabclla supra vê-se que pouco se exporia de carnes


scccas pela capital, e o mesmo succede quanto aos demais
portos. Calculo, pois, que pelos diversos portos da província
sairão, termo medio, annualmente 5,000 arrobas, que na ra-
são de 4/000 cada uma, produsem 20:000/000.

19.

VI Sabão.—Existe uma fabrica de sabão n’esta capital,


outra no Aracalye outra na Pacaluba, cujo produeto é quasi
cxclusivamente consumido na província.
Pela alfandega da capital consta que se tem exportado:

Libras. Valor oíilcial. Valor de uma


ANXOS.
libra.

!856 a 18.57. 11,600 1:1603000 100


18.37 a 18.38. 3,740 3743000 100
1858 a 1839. 9,220 1:1903000 120
1839 a 1860. 37,760 6:4193200 170
404 EXSAIO estatístico

20.

Não pude saber a exportação pelo Aracaly. Pode-se cal


cular que as fabricas proJusem para:
Exportação . 40,000 iil^ras 4:000/000
Consumo interno , 200,000 « 46:000/000
300,000 « 5,0:000/000
2t.

VII Vellas de cernauda.—Esta industria rae se propa-


eundo por Ioda a provincia,porque ousod’essas vellas é geral
no Brasil; mas sua maior exportação faz-se pelo Aracaly. No
artigo cera de carnaúba contou-se na producção da matéria
prima a parle igualmente manufaclurada, e para alii reporta
mos 0 leitor (pag. 343).

Vlll Calçado. -Desta cidade, e principalmentc do Aracaly


exporta-se quantidade de calçados,além do grande consumo
inierno que delles se Hiz. De 1845 para cá tem-se exportado:

ANXOS. Pares Uc sapato. Valor oílicial. Valor de um par.

a 1846. 373 386A2.30 15030


.1846 a ]847. 1.667 1:067^000 15000
1847 a 1848. 2,196 2:1960000 lr5000
1848 a 1849. 4,110 4:110,5000 15000
1S49 a 1840 4,488 3:3905400 5800
I8.j0 a 18,t1. 1.870 2;0945400 15120
ISül a lS.j-2. 2,áü3 2:463-5000 15000
i852 a 1858. 5,493 6:042-3.300 15100
:i8.a:i a 1834. 12.628 12:6285000 15000
':834 a 1833 14;409 14:4095000 li.000
I8.5.3 a 1836. 3.2-33 1:7895830 53.50
1X.36 a 18,37. 2,993 1:64651.30 5350
lSô'7 a 1838. 3,992 4:73:15920 5760
1838 a 18.39. 6,623 4:96753.30 5730
1;m9 a 1800. 5,442 4:0815300 5750
Mo-lio ilc tõannos. 4,800 4:1885474 5894
DA província do ceará. 405

23.

Pelo Aracaly exportou-se nos dons annos de:


. 27,357
. 7,499
Medio . 17,428
Podem-se, pois, calculara producção e exportarão pela ma
neira seguinte;
Exportação pelo Aracaty . . . 20,000 30:000/000
» pela Fortalesa . . . 5,000 7:500/000
25,000 37:500/000
Consumo interior . . . 500,000 750:000/000
787:500/000
Cada pessoa, termo medio, consome annualmenle um par
de sapatos no valor de 1/500.
24.

IX CiiAPÉos DE SEDA.—De uma ou duas fabricas, que exis


tiam nesta cidade, exportou-se até 1857:

Gbapcos. Valor.
ANNOS.

1830 a 1831. 175 4S3iáQOO


1831 a 1852. 126 138-SOOO
1832 a 1833. 6,034 2:026^000
1833 a 1834. 3,221 644^000
1833 a 1836. 130 730^000
1836 a 1837. 24 96^000

Esta industria não tem progredido,e lioje limita-se a sim


ples concertos, e a acanhadíssimo fabrico, podendo-se estimar
em 5:000/000 o valor da producção.
25.

X 0CR.VS DE PALHA—Fabricam-se não só da palha da carnaii*


400 EXS.VIO estatístico

1)3 c do coqueiro, como lambem dcembyras c d’oulras libras


lüxüs diversos arlcfeclos, como sejam cbapeos, esteiras, cor-
rias, redes de pescaria &c., &c., que lem grande uso inlerno
e mesmo exleriio, fasciido-se a exportação pelo Aracaly, em
cuja comarca dão-se mais a esta industria. Em i8õ7 exporla-
ram-se por esta capital, 4,625 estci-as no valor de 02.5/000,
epclo Aracaty 26,000, representando o valor de 2:620/000.

26.

Pode-se, pois, avaliar a producção e destribuição pela ma-


ncira seguinte:
Exportação no valor de. . . . 4:000/000
ronsiimo interno no valor de. . . 60:000/000

64:000/000
27.

XI Tecidos d’algodão.—De ha muito tempo que se usam


tecidos grossos de algodão no interior para vestido de escra-
vos, e homens- do campo, e até para consumo no Piauliy
Kãú tenho dados para estimar a producção e valor. Arbitra-
riaineiite pode-se suppor o seguinte:
Exportação em rolos para o Pianhy no valor de 4:0005000
Consiirao inlorior em saccos e roupas « 64:0005000

68:0005000
28.

XII Redes DE dormir.—Também em vários municipios co


1110 0 do Grato, Sobral, Saboeiro, Baturité, Fortalesa,(Xc., se
tecem e bordara redes de dormir, eas vezes com perfeição ad-
iniraiel. Exportam muitas d’cllas, porem o consumo interno
f geral, porque na nossa província todos usam dessa cama tara
commoda e própria para o paiz.
DA PROVIAXIA DO CEARÁ. m

29.

Podem-se calcular pouco mais ou menosa producçao e con-


suaio das rodos pela maneira seguinte:
Exportação 200 20:000/000
Consumo interno . .. . . 20,000 100:000/000

20,200 ■ 120:000/000

30;

XIII Costuras, bordados, re.nd.as e crivos.—Diversos


trabalhos de agullia se executam com summa perfeição, e for
mam liojs um crescido ramo de industria: grande parte de rou
pas, roudas e labyrintlios é exportada para o Rio de Janeiro e
proviiicias visinlias; mas não passando pela mesa de rendas,
não se llie sabem a quantidade e valor. Podem-se, porem, caí-
cular a producção e destribuição pelà maneira seguinte:
Exportação. Consumo interno.

Roupa feita . . . 5:000,5000 300:0005000


Renda . . . . 10:000^000 20:0005000
Crivos (labyrintlios). 45:0005000 30:0005000

60:0005000 350:0005000.

31..

São estes osprincipaes artigos de nossa industria fabril, de


cuja producção, exportação e consumo só posso fazer conjec
turas fundadas em hypotheses mais ou.monos falliveis.*

* Bem sei que em matéria desta ordem não servem hypo-


Iheses: mas que fazer quando ha cinco annos espero em vão os
dados officiaes que o governo devia fornecer-me por via das
aulhoridades subalternas? Ou nunca terminaria este trabalho
ou devia soccorrer-me dos dados que estavam ao meu alcance.
50
408 ENSAIO estatístico

XIV Outros objectos.—Fabricam-sD aincla obras de raar-


ceneria, carapina, calafate, ferreiro, ourives, laloeiro, lam-
pisla, pedreiro; diversas obras de couro para o serviço do
campo; flores de penna, de panno, de cera, de massa; obras
de oleiro e oulros arlefactos sobre os quaes não tenho base al
guma para calcular sua producção e valor; todavia esses pro-
ductos não podem valer anuualraente menos de 800:000/000

33.

^tsumo ia çTolvvt(;ão«,va\ovãavui\.\valTia\a\)vi\.

Exportação. Consumo. Total»

J Couros salga-
dos. 386:250^000 386:2505000
2Sullas 285:000;í000 360:0005000 64o;000^000
3 Couros miúdos
4 Queijos 65:0005000 150:0005000 215:0005000
5 Cariic de cbar-
f|ue 20:0005000 180:0005000 200:0005000
6 Sabão 20:0005000 20:0005000
7 Vellas do car-
naiibatV.ccra) 4:0005000 46:0005000 50:0005000
8 Calçado 37:5005000 750:0005000 787:500jiÜOO
9 Cliapcos de se
da 9
5:0005000 5:0005000
lOübrasdepalha 4:000a000 60:000.5000 64:0005000
11 Tecidos de al
godão 4:0005000 64:0005000 68:000:5000;
12 Redes de dor-
mir 20:0005000 100:0005000 120:0005000‘
13 Obras do agu
lha 60:0005000 350:000.5000 410:0005000;
liOiuros objec-
tOí 9
800:000.5000 800:0005000
Ti)T\I 9ii5:7.)ii-jt)00 2,8I).j:00050ÜO :í.77O:75O5U0O
DA província do CEARA. 400

34.

Falia a renda da propriedade Icrrilorial, para a qualfalle-


cem-nie inleiramente as bases do calculo. Apenas consta pela
arremalapao das décimas das casas allugadas que esta renda
deve chegar a 212:500/000 annuaes. Mas aqui não se conta
0 valer da renda da casa habitada pelo proprietário, que deve
ser 0 quadrupulo. Quanto àrenda das terras foreiras ou sim
plesmente arrendadas, nada sei; pode-se porem calcular para
a renda das casas 850:000/000 e das terras 50:000;j000; ao
todo 900:000/000 de renda territorial.

35.

■Resumo qml Ola çYoiucção Ias xuJlusVvvas, eiVvatUva, aqv\co\a,


ataOiova e, ^abvvl.

Industria extracliva 1:902:745-M300


Industria agricola . . . . . 6:T66:OOOáOOO
Industria creadora ou pastoril . . 3:344:000:>000
Industria fabril 3:770:750^000
15:783:495,ílOOO
Renda territorial. . 900:000:^000
16:683:495/000
Serviço dos aniraaes em transporte. 800:000,?000
Sallario dos operários em todas as
profissões 2:200:OOOaOOO

19:683:495,§000

36.

Dividido 0 valor total da producção dessas industrias pelos


500,000 habitantes da província, loca a cada um 38/160.
m ENSAIO estatístico

II.

'CftTvsumo (jMoVÃ.Tvlwivo ia çvoiutijão ia çA'0\)incVa.

Da industria extracliva. . 1-.313:000/por habit. 2/020 rs.


Da industria agrícola . . 2;528;000/ « <i 5/056 «
Da industria pastoril . . 2:200:000/ « « 4/100 «
Da industria fabril . . . 2:865:000/ « « 5/no «
Dos operários e transpor
tes . , . . . 2:000:000/
10:906:000/
Valor total da producção. 19:083:000/
Saldo que fica. . . . . 8:177:009/

Deste saldo, parte paga os productos Importados, e parte


accresce na riquesa publica.

in.

lustvumwvlos.

1-.

k pequena industria fabril da provincia é quasitoda manual;


apenas auxiliada por algum instrumento muito cornrnum e
grosseiro.

2.

Os tecidos grosseiros e redes de dormir fazem-se em teares


movidos a braços das tecedeiras. As obras de agulha, costuras
e labyrinthos são todas a mão. Apenas nesta capital se tem
introdusido uma ou outra maquina de costura.
DA PROYIAXU DO CEARÁ. 411

IV.

'Bvatosoocuífo.a.os m VtvilttsinB, ^o,\)n\.


1.

Não pude obter informações sobre a divisão da população


por profissões. É todavia a industria fabril a que occupa mais
individuos. As olíras de tecidos, costuras e labyriutos, são
quasi que exclusivamente das mulheres; e estas então não se
destrahem para outras. As demais obras, como solla, queijo,
vellasetc. são feitas por individuos, que não se occupam so-

mente d’essas industrias.

Na fabrica de cortumedo Aracaty, do francez Camoin, nas


fabricas de sabão do Aracaty e Forlalesa, e nas diversas offici*. .
nas de sapateiros, alfáiates, ferreiros, carpinteiros, carapinas,
marcineiros, pedreiras, oleiros etc. oçcupam-se os individuos
exclusivamente desses misteres; mas não tenho dados para
calcular approximadamerite a quantidade de pessoas que ex
ercem taes profissões. Talvez não desça de 10,000 homens,
sendo a vigésima parte escravos; quanto porem ás mulhe
res costureiras, tecedeiras, fiandeiras etc. pode elevar-se a
40:000seu numero.

V.

■Poçulaijão vuAuiVvval ifvwumwil.


1.

Já disse que em muitas profissões os industriaes não se occu


pam somente com uma, como por exemplo o lavrador que é
•ordinariamente creador, etc.
412 EXSAIO estatístico

2.

Segundo os cálculos, aliás arbitrários, que tenho feito para


a estimativa dos individuos, que se occupam d’algumas das
nossas industrias, a população industrial deve ser a seguinte,
comprehendendo os individuos das farailias.
Lívtcs. Escravos.

Da industria extractiva . . . » 20,000 9

Da industria agricola 100,000 10,000


Da industria creadora 200,000 2,000
Da industria fabril. . . . . . 50,000 5,000

Industriaes de toda a especie contando


todos os individuos das familias. . 370,000 17,000
DA PROVI^'CIA DO CEARA'. 413

TITULO III.

DO COMERCIO.

1.

Sujeita a capitania do Ceará a Pernambuco, foram suas re


lações commerciaes sempre e quasi que exclusivamente com a
praça do Recife até que em 1809 o governador Luiz Borba
Alardo de Menezes, pondo-se á testa da agricultura e docom-
mercio, conseguiu por meio de associações que os negociantes
da capitania abrissem communicação directa com alguns por
tos da Europa (Lisboa eLiverpool).
Essa tentativa produziu excellentes resultados, deu anima
ção à cultura do algodão, eteria desenvolvido os recursos da
terra se em seguida os corsários francezes, e depois os de Ar-
tigas, e mais tarde os de Buenos-Ayres, sem fallar nas con
vulsões politicas de 1817 a 1825, não tivessem contrariado
essa industria nascente.

2.

Não pôde superar tamanhos obstáculos essa tentativa do


commercio directo com a Europa, e de todas as casas commer
ciaes só umaingleza, que logo depois estabeleceu-se nesta ci
dade, persistiu no trafico, continuando porem sempre o de
cabotagem em maior escala com as praças de Pernambuco e
Maranhão, tanto desta cidade, como dos portos doAracaty,
Acaracú e Granja.
Hoje só ha commercio directo desta capital(onde ha alfan-
dega) com as praças estrangeiras dos Estados-Uiiidos, Ingla-
41i E^'SAIO estatístico

terra, Portugal, França, Allemanha, e Ilalia, nações que por


hora são as.que commerciam com esta praça
3.
FiStaAdecvmtwtos tommtTãaes.
Só da capital íbi possi\el obter o numero dos estabeleci
mentos de commercio, que constam do seguinte quadro:

5 Brasileiros..
7 Estrangeiros. Escriptorios.de commercio.
ii TOT.^L.

38 Brasileiras.
tõ Ésirangniras. Lojas de fasenda.
03 TOTAL.

49 Braliseiras.
Tabernas.
2.i Estrangeiras:
i O TOTAL.

87 Brasiieiras.
6 E.‘!tr.nTi£rpir.''s. Quitandas.
93 TOTAL.

3 Brasileiras.
1 Estrangeiras. Boticas.

4 TOTAL.

4 Brasileiros.
I. Armazéns.
12 Estrangeiros.
1(5 TOTAL.

i Brasileiras. Fabricas—de sabão,seleiro,


2 Estrangeiras. charutos, chapeos.
4 TOTAL.

9 Brasileiros.
6 Estrangeiros. Açougues.
to TOTAL.

70 Brasileiras. OiHcinas—de alfaiate, sapa-


6 Estrangeiras. teiro, ourives, funileiro, &c.
70 TOTAL.

0 Brasileiras. Casas de roupa, e calcado


S Estrangeiras. feito.
11 TOTAL.

353 TOTAL GEUAL.

* Presentemente existem nesta capital sete casas que tem


commercio directo com as praças estrangeiras, que são: uma
ingloza, outra allemã, outra suissa, outra franceza, duas por-
luguezas, e uma brasileira-
DA província do CEARÁ. 415

ARTIGO 1.0

IMPORTAÇÃO.

Ocommercio faz-se ou directamente com o estrangeiro,ou


indirectamente por cabotagem, ou fmalmente de mercadorias
nacionaes com as praças do Império.

I.

ImçoTlacião isVmwgma iwicta.

1.

Esta faz-se pela alfandega da capital, por onde se despacham


as mercadorias, que importam as casas mercantis da capital,
e exportam osgeneros do paiz. Sete são as casas importado
ras, sendo apenas uma d’ellas brasileira.

Nos desasete annos que vão de 1845 a 1862 a importação


directa de mercadorias estrangeiras feitas pela nossa alfande
ga consta-dos mappas seguintes:

51
41Ô ENSAIO estatístico

MAPPA DO VALOR DAS MERCADORIAS ESTRANG. IMPORTADAS DIRECTAKENTE E DESPA*

ANNOS FI-

1845—1816118i6-1847 j 1847-184811848— 18 49
Aguardente,licères, e ou
tras Lebitias espirituosas SI 3600 473^400 3S2rõ800 72o,3200
Alcatrão, pixe, breu, e re
sinas
Alhos; e cebolas 783000 383400 1603000
Aniinaes vivos 2803000 1003000 3003000
Armas 203000 1Ü030ÜÜ
Azeite d’uliveira 3043000 363000 “«)G34ÕÓ
Bacalháo, e diversos pei
xes, seccos 0 salgados.. 23000 8853600 1:194^400 7803000
Bandejas de charão, e fo
lha envernisadas 34i5ü60
Banha, e unto de porco..
Barri lha
Batatas 1943250 23250 933750 25^5873
Bonets, e carapuças
Calçado de couro,o panno
para homens e para sr. as
823200
Cai de pedra
Carnes diversas em sal
moura 0 ensaccadas... 3893466 1893120 1353200
Carruagens
Cartas de jogar 485000
Carvão de pedra 11:2725080 10:9563000 24:8493600 35:4115980
Cera cm bruto, em vélas,
e outras obras, 6373500 4715000 4215.570 703000
Cerveja e cidra 22430U0 433200 2923800 1873200
Chá 4863000 6143400 1403400
Chapeos de pêlo de sèda,
ile tialhí, e de outras es-
pecies 553040
Cliapéos de sol de sêda e
de panninho 2405000
Charutos e fumo em folha 63000
Chumbo de munição 1:6055000 'l3253ÓÒ 2363200 1:2755748
Chumbo em obra"grossa,
e em bruto 523500
Cobro cm folha e obra
grossa 85333 3683200
Conservas 203800 14340Ô 213440
Cortiças

Somiiia 115:6243829114:1643270 29:17139G0j38:9343501


BA província do CEARÁ. 417

CHADAS PARA CONSÜMO N’ALFANDEGADA CIDADE DA FORTALESA NO DECEKIO DE 1845 A 55

NANCEIROS.

1849-1830 1850-1831 1851-183-2[1852-1833[1833-1834 , 1834-1833

444^:000 4861:600 216^:000 l:233i?i00 2-.190,|;b00 3;039íí000

32^000 218^200 1;429íí;3(M)


1262666 70,2000 134,^000 80^000 43U230
3732000 1282000 2003000 530^000
9520ÜU 1:837^000 8822000 9;312^1000
32750 282800 2932200 307^300 579:^600

2302000 7472280 3302000 309^160 1:0432360 1:832^400

472600
3392337 1712407
4302000 1:8382800
832246 1832833 2212100 2392377 372300 2292300
472300 4942300 2482000

4212600 2402000 232200


1862400

132720 2942030 2442600 4315691


3005ÜÜO 1:8002000

31:9785900 30:7335160 22:1482980 23:7122000 16:8632300 9:0062600

4502000 2:1922930 2:4212730


2802800 4432300 2782700 2:0382400 2:1372600 2:3802800
1872200 7682000 1:2245000 1:4912600

2782000 6322800 1:6102124 4:0162600 .4:9345060

1152200 623.2600 1872200 2:7292600 7:270.2667 4:3642000


372300
6752ÕÕÒ 2:4035248 1:6062874 1:7032777 '9Õ7.25ÕÒ Í:4.4()2ÓÓÓ
1052000 1572300 1622000 1:6272684 732000 3875748

195200 2942400 4672320 . 922160 192920 3:0772260


........ 1302000 162000 59.26->0 2672200 7.172200
202000 1732124

33;955:50D3,37:816.2307127:4302374;43:8302882;38:69i.,..0; 31:556.2860
418 ENSAIO estatístico

Continuação

ANXOS FI-

18iS—1846 1846—184711847—1848 1848—1849

Transporte 14;164íl270 29:171,5960 38:934;â5-01


Couros envernisados , e
preparados d'outra for
ma 4^000
Doces e outros objectos
de confeitaria 45^780 73ái950 20^160
Drogas, especies medici-
naes e espiritos diversos. 181^760 1311729 2215900 -1545390
Euxofre
Especiaria ’8Í9Í432 '6Í;383 7885760 58-25166
Estanho, zinco e latão em
bruto, e obra grossa...
Farelo
Farinha de trigo e seus
artefactos 10:9645286 2:2025332 2:5025976 7:1925248
Feijão, ervilhas e outros
legumes 305000
Feno
Ferragens, e miudesas.. ” 7785936 "340,5033 1:1095300 2:2935130
Ferro e aço em bruto, e
obra grossa 635120 1915472 937^643 1345000
Fogos artificiaes..
Folha de Flandres 2405000"3325ÓÕÒ '5Í2ÍÕÕÒ Í:2Í6-ÍÕÕÕ
Fructas sasonadas e sec-
cas 1285000 3665932
Graxa para calçado
Instrumentos de musica e
seus pertences
Instrumentos mathemati-
cus e cirúrgicos
Liaces.de vime, e palha de
rotim
Livros e impressos 1685293 15000 2325000
Livros em branco 37,j>e00 345000
Louça de toda a especie e
vidros 1:6765726 7265373 1:8oo5339 4:3145030
Lustres, lampiões e can-
dieiros
Blaçame
Machinas diversas 80.5266 375300 600.5000
Nadeira bruta

Somma i 30:393.5182 18:6575330 37:7815i70Í53:604|623


DA PROVLNXIA DO CEARÁ. 41&

dú mappa.

NA.NCEmOS.

1849—ISoOi 1850—1831 1831—185211852-1853 1833—1834 1854 183o

33;933.í090 37:610^307 27:430^374 43:830^882 38:091^004 01:350^860

628300 1‘.4958300 2:9878200 1:133SOOO

1238130 298230 183$240

253783 384^1976 563^:712 1:1658670 6298040 2:08IS871


3248000 238200 308000
288^666 '1838334 1:1578841 1:9428302 1:2208022

1018600 115S200 2698160


9SOOO

2:801,á300 4:419^484 6:4128388 7:1038400 5:2108300 8:0878776

608000 238800 68400 1498254


68000
2:9S0;i946 3:443^1090 3;ü398Ó8Ó 23:7778919 2Ò:2()789Í8 13:9628384

831^000 886^424 1:0908000 6:0038504 6338624 6:3238886


6418500
’72ÓÍÕÓÒ 1:248^000 '‘832SÕÓÓ 2:3848ÕÓÒ ‘36Õ$ÕÒÒ 960SOÜO

4158350 7168740
15;3000 28600 9928830 6248000

34^000 4008000 2:0248000 1:3178734 9228900

208000

48,0000
728000 4818440 1:6068800
253^000 16^666 2188500 7438340 6868480

2:919^400 3:183.^1936 7:1618131 15:9388364 7:9308o77 13:2428692

308000 678400 968000 4948400


2398000 3348950 172si607
1:000.^000 9:60‘8sÓÕÒ 10:9178000 3:3008000 10:0928390
eOOçiOOO

44:602^725,34:353á349Í39:07U339j 137,949:720 136,273:689, 119,671:062


420 EX3AIO estatístico

Continuação

ANKOS FI-

1845—1846,1846—1847 1847—1848 1848-1849

Transporte 30;593Ji 182 18;657|;5.30 37:781 M76 53:6041623


Manteiga 4:616.^800 4:521:^600 1:156^066 l:888s800
Mármore,lousa e ardosias
Massas diversas . . . . 9^600 36^1280 86$40Ò ^ !
Mobilia, e outros mo
veis 648:3392 895J1800 I:636j;i45 1:0360830
Moedas de curo e prata.
Objectos diversos não es
pecificados 10^000 9^000
Obras de casquinha. . .
Obras de ouro e prata e
pedras preciosas. . . .
libras, e
O objectos d’arma-
dorbordador esirguüiro
Oleo de linhaça 122^760 11^320 20^160 108.3000
Papel para escrever, im
primir e papelão. . . . 44M33 72^000 18,3000 870000
Papel para musica . . .
Papel pintado para forrar
casa
Pedras de cantaria e ou
tras qualidades. . . . 30.3000 1033218
Perfumarias
Polvora 7';087330Õ r:9'l2|;30Õ 2:2303000 3:7378300
Quadros e molduras -. .
Queijos 1623400 ‘ 63360Ò ’l72'3S0Ó '14.50200
Quinquilharia 1473186 8633076 4310766 75933ÍG
Eapé
Belogios de parede, e ci-
1
ma deraeza 103.3000 3363000
Eoupa feita 1003000
Sabão. 3:2003000
Sal. . 426.0666
Salitre. . ..
Sanguexugas b'3Ó0Õ
Sebo em vél.as, n em rama 523300 1463300
Selinseseuspcrtences. . 1143600 103200
Sementes,raizes e plantas
vivas
Tecidos, e outras raanufa-
cturasd’algodãü. . . . 60:1933169 98:4993280 131,840:632 113,407:710

Somma 103,932:722,128,98.5:098,175,094:131 177,131:031


Di PUOVIXCIA DO CEAUÁ. m

do mappa.

NAiVREIROS.

18i9—18S0 1830—1851 1831—183’ 1832—1833 1833—1834 1834—1833

44,60-28723 34,3538349 59,0710339 137,04987-20 136,2738689 119,671806-2


2,0328800 2,ü21s70ü 3,0808000 3,7698-200 12,30-2#i400 4,4583400
14,8400 iüOiíOOÜ 37.5600
''‘ 6Í80ÕÕ 668000 485000

245000 6538000 3,0845000 3,4145100


6,2138120 968000 22,1198840 7,13-25000

968000 308000 8743700 2,9675914 4,2975396


37.5000

1,9688009 1205000 85000

42-2667
1568000 298100 1618100 7385900 1375300 3995400

303300 233S700 763S667 1,9888040 2,19-25300


12,5300

1305300

408000 36-3774 9375300


1,1395334 1,.5305780
3,9828300 Ü,2308000 “6,’l87S500 11,9025300 11,81-25300 12.1305000
2;!6500ü ' lU-iOÜO
1028400 ’’' iVVsVoO '‘' 3488000 3115800 3485400 49750í)0
1,313869-2 38000 6433010 124.5200 1,013-3080
85ü00

108000 2708000 235300 1,1028000 1.2705000


800000 248Ü00 6075-230 • 60.-3220 -2335000
55630 54,5400

o3.$000 2705009 1405000 875500


805000

1410030 4398330 1300000 1,4065840 1,6123334 1:3345334


508000 105000

85,6008781 133,1998387 172,0528717 324,332.5111 338,0345934 020,82356-22

144,9458976 2-24,09/8278 241,8368336 709,8848023 517,6228311 772,17o8231


422 ENSAIO estatístico

Continuação

ANNOS FI-

1845—1846| 1846—1847 1847—1848 1848—1849


Transporte 103,932$722 128,985S098 175,994$13l 177,131S031
Tecidos, e outras manufa-
cturas de lã 604$000 1,102$533 730^000
Tecidos,e outras manufa-
cturas de linho 900$386 1208233 1,391$36C 1,189^1640
Tecidos, e outras manufa-
cturas de seda 508000 2768666
Tecidos, e outras manufa-
eturas de diversas espe-
cies
Tijollos, telhas, e outros
objectos de barro. . . .
Tinta para escrever e im
primir
Tintas diversas 318800, 528100
Toucinho 1128000 1688000
Trigo em grão eoutros ce-
reaes 1348100
Vélas d'espormacete, e á
sua imitação 968750
Velludos„e'‘velludilhos. .
Vidros para vidraças. . . 96^000
Vinagre ". . . . 1,0488000 6268400 3608000
Vinhos diversos 1,5328240 2,2408600 2,3488760 ’249.^bÓÓ
Somma total. 108,3458548 133,3918714 180,4708923 179,395^1671

/Brasil
. I Estados Unidos. . , . 3,923,5947 4,8008000
■| \ França, e suasposses-
^ sõos“ 70^000
I) Grãa-Bretanha . . . . 99,180^786 130,307^639 171,5208925 174,5958671
è f llalia . . . • ) • •

VPortugal . 5,37038 i 5 ' '3Í0843075 ' '8,'849S998


Total 108,3453548 133,3913714 180,3708923 179:39.58671
DA província do CEARÁ, 423

da mappa.

NANCEIROS.

•18Í9-18ÕU 1830—1851 1831—1832 1832—1833 1833-1831 185i—1833

U4,943s97C 224,0978278 241,836$336 709,8848026'317,6228311 772,1730231


336S0Ü0 2,2608700 2;i30$754 13,698s403 10,6110240 18,4080304

4,0228720 3,3450977 12,2538618 8,5280884 12,388081.4


8.00000, 3000000 6,1410374 6,3060400 5,7900934

747028G 3,5920807 20;103$413 17,4130884 21,0410644


4800000 989082Cf
530200 230600 40800
1560200 1100100 4180094
180000 1238000 360000

310000 1260000 1280814

480000 3340000 9600000


2830200 2310000 18.70960
430000 340000 1570400 9630800 ’2.490ÕÒÕ
3790200 1,3120076 5,7030700 . 12,8740480 1,3840120 7,7340860

146,4310462 231,8340774 259,3660994 776,4500718 373,4390139 847,0640613

8,3610577 - 7,7330796 3,1270287 12,1520694


38.9410418 73,3300348

3.1720930 1,6740613 41,4940437 68.2720034 34,1010146


141,2780312 228,1040336 242,0810484 699,9380663 462,0970400 637,938049-4
1;4330867
''2,9750625 7,6880066 '27,26 r082Õ '44.O4V073’3
146,4310462 231,8340774 239,3660994 776,4300718 373,4390139 847,0640613

r3
424 ENSAIO estatístico

BAPPA DO VALOR DAS MERCADORIAS ESTRAKG. IMPORTADAS DIRECTAMENTEEDESPACBA-

ARTIGOS. 1833—1836. I8o6-I8S7 1837—1838,


è.
1 Aguardente, licores, e bebidas espi
rituosas 3,78611716 3,416:^360 8,8761054
2 Alcatrão, pixe e breu 38í5500 924=3000
3 Armas 6,6325800 ’ 192Í000 Si^üOO
4 Azeite de oliveira 75200 906A600
5 Bacalháo, peixe secco e salgado 1,8905833 ''768ÍÒÕÓ 100^600
6 Banha, e unto de pòrco 230^313
7 Barrilha 1,919Í623 2,1175440
8 Batatas 1735624 375000 1695960
9 Bonets e carapuças 120,5000 1205000 45200
10 Calçado de couro e panno 1,735^000 1,6875000
11 Carnes era salmoura e ensacadas.. "ÍÍ758ÒÕ 2756í)() 9695098
12 Cartas de jogar 3005000 1,3195000
13 Carvão de pedra 23.6735480 32,1845380 21,0735000
14 Cerveja e cidra 3,4045700 2,3565180 11,3385440
13 Chá 3835200 2295300
16 Chapeos de soda, palha e outros... 5,3735000 '4,3015000 1,3925400
17 « de solde seda e panninho. 3.3995007 4,4815600 1,8485000
18 Chumbo em barra e obra grossa... 2,9885000 1,9235000 4.0265407
19 Cobre em folha e obra grossa 1,2435680 1865100 4,4125067
20 Conservas 2415200 1085000 365133
21 Cortiças 55000
22 Couros envernisados e preparados. 3,3325300 ''4,'8'6‘3'^'ddo 1,4695600
23 Drogas, especies medicinaes, e espi
rites 1,987,5310 6745182 2,0705488
24 Enxofre 45000 545000 75000
23 Especiaria 9165833 3,3115372
26 Estanho, latão, zinco em bruto, e
olira grossa 643.3"20 7875600 4315676
27 Farinha de trigo, e seus artefactos. 3,681=5800 1,8125400 5,8235058
28 Feijão, hervilhas e outros legumes. 395600 125800 395300
29 Ferragens 22,6485215 17,0775311 44,0005772
30 Ferro, aço em bruto e obra grossa. 14,1095360 7,0075662 21,0165076
31 Flores artificiaes 2405000
32 Folhas deFlandres era chapa e obras 1,4065600 'Í'9’8d5ddo '1,858^492
33 Fructas sazonadas e seccas 925000 105000 35123
34 Instrumentos de musica e pertences 3,828566.0 1,2305000 907^733
33 Livros impressos 5325000 9225300
36 1 em branco ’'"'2d50'(iÕ 2325000 2475333
37 Louça e vidros 17,9875837 5,7165406 34,9005366
38 Maçáme 1285733 3225810
30 .Vhcliinas diversas 13.6.325000 14.8005030 2Í.'7’3t54Í()
Somma. 143,3245825 111,8335800 200,61753781
DA PROVI^'CIA DO CEARÁ. 425

DAS PARA CONSDnO «'ALFAMDEGADA CIDADE DA FORTALESA KÒS ANNOS FINANC.DE I8S5-62

1858—1859. 1859—1800. Medio nos.


dos 5 an-
1860-1861. 1861—1862. Medio do biennio

5,1282436 6,3402689 5,509á!GS9 16.0932818 10,5822218 13,3382018


3522560 261^012 1962434 619,2800 4082117
233230Ó 4432000 l,5O5A260 4,417.3334 5,7382834 5,0782084
2052200 2:j:jj8l)0 42500 3272150 1652975
15,0642000 34,V302000 10,390^686 1,2002000 600^)000
46^062
3332000 7905500 1,028,^ i i:; 1,7645186 1,4102260 ’1,5902223
1892030 88,2500 i;i3.36IO 11 12090 1202000 1152500
5532900 362000 166^) 7342567 82íí0(i() 4085283
4,9142466 2,7122600 2,209á813 4.09720.34 3.9852600 4,041.2317
1232783 4072034 329â08;1 1162900 54-2951 852925
7132000 2502000 5IG;íl0i) 508.2000 254,2000
35,4812182 24.7922000 27.441 208 -2:},034200011.1672680 17,2652840
10.4582702 6,2802876 7,167^791 8,5452894 8,.;;!72156 8,3212525
4815500 219;A240 752000 1..>022000 6«82500
4,150í)933 3,8302134 3,8S9;340.; 2,5ü:í.o260 4,4ií;,y068 3.4592664
4,3852609 1,835260;! 3.629;S973 3.4005800 4,1 192600 3,7602200
3,4-295920 2,8472497 3,042^966 1,6562787 4.2.';-22i24 2,9542455
2,5072633. 2,1462334 2,099.3174 1.7182634 i;2i82000 1.4832317
1985200 2775734 172^253 125000 5352467 2732733
1^000 202310 102155
’Í9032300 ’4,bY0220ü 3,359^:840 8,8012100 3,8152250 6,3082175

7412966 3,068209-2 1,708^1407 3082745 1,2952602 80-25173


1382900 50,2750 2682920 1342460
142933 1,2542867 113^984 671263’4 2,5182134 1,594,2884
722600 1332788 41.3^8.3G 2.6042314 1.5892037 2,1262675
4,27-22732 4,0-252034 3,923ái04 2,2862503 5,5552914 3,9212211
422000 282380 4-242000 2122000
22,0662528 29,5572522 27,0702069 Í4.Y092-Í74 21,1682323 17,6682798
6,16654.3;' 15.0532268 12,6822600 2.0942017 17,1922404 9,6132210
2012600 2192600 1322240 '3162267 1585133
2,ü3626j:- 2,2132800 2,1032100 2,1882217 '2.43I2S25 2,3102036
212024 86.2167 ' 26.28.67 .562517
74729:i:i ’2.6152334 1,8692932 3,027.2367 2.0482000 2.5372683
2,040.2109 6002500 8192020 365000 3892250 21226-25
2,136253 1452334 5602210 4,2182667 1.1042500 2.6612.583
17,946572; 13,2095153 17,952.2096 23,3052646 20,7272898 22,0162772
902308
SV,577277(1 i 0.7982180 21.31 12782 722900 ‘.Í337^3200 1.7042600

184,50727211183,6465721 164,2832244 132,8692002 153,9162342 138,27-22376


426 ENSAIO estatístico

Continuação

AUTIGOS. ISo3-18SG. l8S6-18o7, 1857—1838.


VL

Triinsporte 143.32'i.,A825 111,8336800 200,6176378


40 Madeira Ijrula 2.9I9â.OOO 108.6433
^
41 .Ilanloiga 8.9136000 "4,3836600 4,4026400
42 Mübilias e outros moveis !!! 2.7826300 3,8126000 4,960.6800
43 .Moedas de ouro, e prata 8016880
44 Übjectos diversos não classiflcadcis. 12.3616163 '’4,’o‘7’9’6642
45 Obras de easquinlia ÍÕ,'4’07'6684
'2486000 1726606
40 « de ouro e prata ”’i!3306ÕÕÓ 11.0336300
47 Oleo de liiihaça
4196760 3526240 1,8836200
48 Papel de escrever e de imprimir,’ê
papelão 3,0476934 2,o78.6ft6C
49 Papel do musica . 1,1836983
1026000
50 Pedra decantaria
51 Perfumarias
2006000 96210 ’Í7,'6'3’7‘6iÕÒ
1,4936200 1,2946400 5206000
52 Polvora
8,1786730 13,31 1.6230 13,3996000
5o Quadros e molduras 1916400
51 Queijos [\\\ 86400
9806600 2776300 2886950
5.J Quiiifiuilliaria 5.1876071 1.0236033
5í) Houpa feita . . 3,8396499
57 .salitre .'!!!! 1,1136060 4,3066023
306000 806000 1,2006400
58 Selins e seos pertences 2716800 3316333 1,6806000
50 Tecidos, e outras manufacturas’dê
algodão 674,3096701 701.8126214 722,0796413
CO Tecidos, e outras mauufactnras de lã. 20,930,6972 22,370.6319 33,2036143
Cl Tecidos, e outras manufacturasde li
nho 8,5o76o43 12,6816719 14,2736423
C2 Tecidos, e outras manufacturas de
seda Í6,1936100 5,9906230 8,2446966
Oi Tecidos, e outras maimfacturas.mix-
tas 35,7836300 22.8536008 29,9376203
Ci Tinta para escrever, o imprimir!!! 906000 ■ 796200
03 Tintas diveisas 866333
1496624 9086306 1,8026713
00 Trigo cm grão, e outros cereacs..
586907 16000 266400
C7 Velas de cspermaccte, e á sua imi
tação
08 Vidros para vidraças !!! 1,6306300 1,9876373
1596234 846000 19BS266
60 Vinhos diversos. !!!!! 7406560 288^000 2,1346840
70 .Alhos e cebolas !!!!!!!!!!
Animaes vivos 4096683
72 Bandejas de charão, e Fiàiidres ’en- 7648000
vernisados
73 Carruagens 5038800
l,726s667
Sormna.
059,4278995 917,3038902 899,4198830
PA PROVINXIA DO CEARÁ. -427

do mappa.

I
Medio dos 5 an-
1838-1859. 1839—1860. nos.
1860—1861. 1861—1862. Medio do bicsni*

18i,317íi721 183.G16SC2I 164,2838244 132,8698002 153,9108342 138,2728370


l,676ô270 l,5.33s-210 1,2458384 2288800 602,8691 415874.3
9,3:;8çi'i(l() 3,6338600 6,1788600 8.9348000 9,5138000 9.2238300
8,0288700 4,9i9sü00 4.9098ICO 5,6948100 3,0958300 4,3948800
1608376
"g.98882i'i ’'9,1278340 9,7328848'Í3,'d28'8'4'7'8 '2Í,'i'i'389'83 '18^0728230
848133 100 268667 138383
GlStioO '’Í,’3’88s0d0 2.8028306 1.7938200 6,5328120 4,162$6Ü0
SisOOO 4978000 6818640 1,1328200 608800 3968500
3,7388322 4978730 2.2098387 1,9678317 7,9028114 4,9348715
218600 248830
188000 3,5668923 408000 4778620 2388810
1,7238966 1,1438301 1.2368223 2.7708842 2,1898734 2.4838288
13,0008000 13,3438000 13,4868800 12.2778300 12,1008000 12,1888730
1328466 468200 798693 ' 608343 - 338300 S6S921
204S600 498800 3618430 367S800 7818900 3748830
638966 3748818 1,4478234 723.8627
2,0268830''3,í7'2's'7'6's 2,9758761 7,9998700''8,'l'l'2'88'ü'ü 8,0568230
140$000 2918288
2,'2368333 2,4738767 1,4398260 4998200 'Í,ms33-i 8618767
393,7698682 607,7948536 659.9938109 634.7228451 732,3918037 683,5368754
38,9378066 8,3138339 26,0368368 14,2448803 23,0938163 18,6698984

8,2088330 18,3328687 12,4508780 16,0938134 30,4388280 23,2738707

9,630.8043 3,9098335 8,7938339 3,5818102 3,3648331 3,4728826


16.520$077 14,6018400 23,9438879 18,0.32.8907 2,0108400 10,0218633
1238949 170.8800 1108436 1028600 238500 0480.30
6718933 3388047 8I4S140 4878130 6008347 3438838
148400 208141 108000 58000

1,1738300 3468400 1,0278333 2,3308150 1,9238400 2,1378775


5398440 3268907 2638169 1348000 778000
2,2038686 2048014 1,1148620 1.9298120 9648360
818936 48000 28000
Í,'9'9'6'8'o'o'o ''2,'8'9'o'8'o'o'o 1,1308000 88300 1638334 838917

3798333 6628200 3098466 1738667 878833


1.4138333 6288001)
911,7438093 886,4938802 932,86386981881,9098882 1023,822,337 948,2388909
£3
423 ENSAIO EôTATlSnCO

Coüticuaçãe

ARTIGOS. 1833—1836. 1836—1837. 1837—1838.


JS.

Transporte 939,427-.939 917,363:902 899,419:830


74 Cijra 0111 velas 1,670:000
73 Charutos e fumo em folha 12:000
76 Doces e confeitos 60:133
77 l'’arelü 5:000
78 Feno 4:800
79 Graxa para calçado 18:000
80 Cancha , remos, e outros objcctos
marítimos 237:230
81 Liaces de vimes &c 800
82 Ohjcctos, e ohras de bordador e se-
rigueiro 114:006
83 Papel para forro do casa 430:000
84 Sanguesugas 73:000
83 .Sementes, e plantas vivas 112:000
86 Sóla 119:000
87 Toucinho 130:300
88 Vinagre 334:300
89 Alcatifas
90 Bijoutaria falsa
91 Esteiras
92 Instrumentos mathematicos
93 Lustres, lampiões e candieiros
94 Machinas á vapor
93 Objcctos para escriptorio
96 € para modistas e enfeites
de senhoras
97 Obras e objcctos de chapeleiro
98 Ouro para dourar
99 llelogios de banca e parede.... 40:000
100 Sabão 1:000
101 Sal 1:000
102 Tartaruga em rama e obra 117:000
103 Tijollos 400:000
llVi Vcludi) e veludilho 110:000

Stvnma total 939.427:939 917,363:902 003,098:499


DA. ÍROTINCIA DO CBARÍ. 429

do mappa.

1883—1839. jggg, jg0O Medio dos 5 an- jggg—1861. 1861—1862. Medio do bienni*

9H,743;09:í 886,493:802 932,863:698 881,909:882 1023,822,337 948,238:969


334:000 228:000 114:000
793:874 161:173 1,Ó9Í:374 736:000 923:687
129:600 1:200 39:386 28:134 14:067
13:900 3:400 28:500 14:230
14:400 3:840 35:400 17:700
3:600 261:334 130:667

161:280 83:706
59:800 12:120

22:933
2,690:360 11.390:667 2,940:245 404:000 202:000
15:000 28:124 14:062
20:000 26:400
23:800
30:100
110:900 256:800 632:843 444:821
344:000 68:800 333:334 181:667
6:000 1:200
27:880 5:375
1,403:600 280:720
841:267 162:600 200:773
2,300:000 500:000 4,800:000 2,400:000
130:366 26:073

622:831 124:370 212:000 20:000 116:000


319:400 63:880
64:000 12:800 7:000 3:500
386:000 123:200 80:000 13:260 47:630
200
2,317:500 463:700
23:400
80:000 66:667 33:333
32:000 32:400

920.081:720 903,007:923 958,689:394 888,472:981 1026,344:228 952,898:344


m ESSAIO estatístico

Continuação

ÍEstados-Upidos. .
1'rança
PROCEDENCU.

Brasil . . . . . .

Inglaterra . . . . ,
Portugal
1835-1856, 1856-1837. 1857—1858.

2,957:550
5.998:233 5,504:099 13,187:700
69,365:803 33.068:326 3,030:0-22
880,481:7-20 876,793:477 363,638:068
424:533 36,873:709
Cidades Hanseaticas
Bélgica
Dinamarca . . . .
Possessões inglezas ,
Total . . 939,427:939 917,:103:902 903.698:499
DA PROVIXCIA DO CEARÁ. 431
do mappa.

1838-1839. 1839-1860. Medio dos 5 an- 1860-1861. 1861—1862. .Medio do biennio


nos. '

4,386:280 2,319:300 7,321:193 8,904:207


64.900:791 5.478:600 37,231:724 31,784:611
831.304:610 888.046:990 811,268:310 899,437:962
4,893:803
32,431:732 33,474:438
119:732
22,323:278
=^=^=1=^:1= 1,300:000
J2O.fl8l:720l 903,007:9231 938.689:3941 888,472:98111026.344.228 932.888:344

ii;

liuçoiílação eslvaiuiúva WiuecVa, ou çot cobolcujem,


Não só pelo porto da capital, como pelos do Aracaly,
Granja, .Acaracú, e Mundahú, importa-se grande quantidade
de mercadorias estrangeiras despachadas em Pernambuco,
Rio Grande dò Norte e Maranhão, mas cujo movimento não
posso apresentar por falta de dados. Desta capital, foi a im-
porlafão por carta de guia nos desesete annos de 1845 a
1802 a constante dos mappas seguintes:.

5i
432 • ENSAIO estatístico

■APPA DO TALOR DAS BERCADORIAS ESTRANGEIRAS IDIPORTADAS POR CABOTAGEIH COH

ANNOS FI-

1845—1846 1846—1847 1847—1848 1848-1849

Aguardente,-licôrcs e ou
tras bebidas espirituosas. 1895000 252^00 4285500
Alcatifas, e encerados 25400 4^000
Alcatrão, pixe, breu, e re
sinas 545000 ■405000
Alhos e cebolas 635880 1895000 4595000 2805000
Armas 745400 5375000 1505000 5465000
Azeite de oliveira 565100 4475000 1,1425000 1,0985000
Bacaihào e divei sos peixes
salgados 5955000 7605000 8245000 2,9285000
Bandejas de charão, e folha
envernisada 365000
Banha e unto de pôrco...
Batatas 355100 ' Vsiodo 165200 485400
Bijüuterias falsas
Bonets e carapuças
Calçado de couro e panno
para homens, e-senhoras -SI 5000 •645000 2765000
Carnes diversas eni sal-
, moura e ensacadas
Carnes e linguas de vacca
seccas e salgadas 55400 95600 425400 225400
Carruagens
Cartas de jogar 1205000
Carvão de pedra 2085200
Cèra om bruto, em vélas,- e
outras obras 1015250 6235600 3265400 9975600
Cerveja 715200 1835000 1985000 7235000
Chá 3395000 2405000 7095000 4,0055000
Chapéos de péllo de sêda,
de pallia e outras cspecies 7475600 2,6125000 2,3605000 4,3805000
Cliapéos de sol de séda e
de panninho 1035000 755000 2005000
Charutos e fumo em folha 95CU0
Chumbo era bruto e obra
gri^ssa. 455000 2285000 4985720 3045000
Conservas 75O8Ü 135000 295000 625000
Cortiças
Couros envernisados, e
preparadosd’outra forma 3385300 9005000 1,4805000
Dòcrs e outros objectosdc
confrilaria 285000 85000
So7nma. 2,4135270 6,9435700 8,8295220 14,3425900
DA-província DO CEAR.Í. 433

CARTAÍE GOÍA^NO DECENIÍIO DE 1845 A 1855.

NANCEIRÜS.

1849—18SU 1830-1851 1831—1832 1832—1833 1853—1834 1834—1833

1,190^000 3,676^900 1,449^830 1,8691200 1,371;30OO 958í000


24^000 •12iSOÜO

865440 S0I600 153^000 ■23^000


8525000 2615750 2795400 219^600 614jà200 6IUÜO0
3235ÜÜ0 4,011530(1 3,2145000 C,180j;600 1,987^000 4,0494000
6315000 1,1665810 1,0175000 470^000 1,248.^801) 1,008^000

1,203^600 3,4915300 1,'7835800 1,910^000 3,982^000 2,793^000

73Í1000 68^800 2015000


805280 22U.P0UU 495000
122^000 845300 645640 ’'Í88Í;ÒÒÕ 281^000 233-5000
3305000
2465200 "233^050 "323ÍÒÒÒ 4605000

3125000 485000 305000 105^000 3€^000 7815000

2435360 3875600 208^600 199ÍÍOOO 2805000

605800 ICO^OOO
400^000 3005000
3815000 80^00 728^000

5925000 3,1935480 2,9285800 1,4465000 2,0815000


6605000 1.4785000 1;19457G0 1,3785830 8115000 2.8195000
5675000 213695600 6475200 1,1965400 60ij>üüü 9415000
5,0645000 10,3345880 6,0135000 9,3895900 11,0605000 10,6045400
4645400 2,4345980 1,1435300 1,3075800 4,2365000 1,3065000
4811000 285000

9665400 1,2195700 5605000 1T05000 4155000 1,0015000


695000 395800 765800 1,1145220 935 iOu y()5i iu(»
385000 84^800 195000 445UOO

1,2805000 2,7005000 3,8125000 3,5095000 3,9225000 5,0415000


285000 75600 1005000 1195200
14,803^8001 37,8175960 23,2205570 33,0915000 30,8205200 37,0945000
i-ii E>'SAIO ESTATÍSTICO

Continuação

AiN.XuS Tl-

1843—1846 1846—1847 1847—1848 1848—1849

Trnn.ipnrte 2,413^270 6,943,^700 8,829^220 14,342^900


Drotías, cs|)pcics. medici-
0 csiiiritüs diversos 1771.360 3,000.^000 3,000^000 2,383,í000
Enxofre
E.s|Ar;iaria 33^430 2,obo5()'oó 3,000^000 1,283^600
Esianlio, zinco,c latão,em
bruto 0 obra grossa. . .
Farinha dc trigo e seus ar-
tctactos 2,066í;240 8,012í!000 9,18oJ1000 13,42611300
Feijão, ervillias e outros
legumes 3011000
Forragens 312M60 10,018^000 i4,ooo.í;ooo 10,000.í000
Forro, c aço cm bruto o
obi’a griissa 60ÍÍ000 173^200
Flores artiriciacs
Fogo artilicial
Folha de Flandres. . . . 565000 905000 105000 1405000
Frucias sazoiuulas c sêccas 1625800 1435400 2195400
Graxa para calçado. . . 1175000 240,^000 29.5000
Insirurneritos de inusica, e
seus pertences 5005000 1,000.5000
Liaces de vime, e palha
de •rolim
Livros impressos. . . . 205120 1S05000 1355640 25330
« cm branco. . . . 405000 3005000 2045000
Louca do Ioda a ospecie e
vidrijs 215140 2115380 4055100 1,1225200
Lustre.s, lampiões e can-
dieiros
Maçamo 145100
Machinas diversasl . . . 250^200
Manteiga. 3005600 2,4815200 2,2805800 2,6765800
Massas diver.sns 75120 5052G0 1015400 495700
Mohilia 0 outros moveis. 135000 275000 545000
ObJ(.'clus diversos não es-
pocilicados 90.5360 805000 2085000
Objectos para cscriptorio.
Oliras de caldeireiro e co
bre em folha 8815700 322.5300 1205900
Obras-de casquinho. . .
O.iiras de ouro, prata e pe-
dras pi'i'cii)s.is
Súinma 3,3415100 34,143.5380 42,7725360 47,0605330
DA província DD CEARÁ* 435

do mappa-.

KAiNCfilUnS.

1834—1853
1849—1830 1830—1831 1831—1832 1832—1833 1833—1854

14,4094200 37,8174960 23,2204570 33,0914000 30,8204200 '37,0344000


6,5304350 2,0384780 2.9075780 4,4604300 4.6904540
8004000
1124000 234600 384000 '414000
1,2964606 -1,2425760 1,9534030 2,236,4100 2,011,5600 788,4200

884800 44800 4684000

7,0634200 15,8174800 13,7854000 13,5344000 27,3924000 16,631.4000


894600 1614000 125030
8,3234000 22,022,5330 20,0814610 15,2435330 17,5374400 20,290.4930
1,1625720 1,4814000 7124470 9074260 6334000 9.0354500
724-;C0 '2724000
1324600 2304iOO 2284000 67-24000
1504000 ■ !. .. 136400:) 1.3114000 282-30110
27641-00 3094000 55350.30 2974460 '747,4000 1534000
4014400 436,4000 2654000
3274000 1924000 1484000

504000 8414000 1,3644400 617,4800 1,3304000 2,8344060

2004000 1764400 1324000 1784000 3944000


2374000
395,4000 5534440 415,5200 l,0o04100 1.82)4600
654200
136,4000 440,4000 404000 59-24000

6054700 1,7334200 2,268.4700 1,2824-460 7935800 2,591.4050

44400 614200 7-4000 355000


1353-:)00
'1404000 1.304000 5604000 1.2034600
2,9234600 4,4324540 3,0545800 3,747^620 3,742400!) i;76350ü0
85,84710 1524400 4424400 4314000 3114000
1044000
774800 2134800 625000 1954000

. 1.0404220 1,9594600 4,3264400 6,7274300


1704000
1684000

3444100 1,437,5030 245440, 4,1835000


6124000
. . . .. 1375500 . . 39O4IUO

1.0:;05000 2I640Q0 3,2674800 4.678.4000 3.7724000


300-5000
39,4735020 9-4,427,4846 77,9-42iíib0 82,0515240 103,1405300 12-2,509.4240
S5
436 ENSAIO estatístico

Continuação

AX.NOS Fl-

184o-184tí 1846-1847 1847—1848 1848—184{)|


Transporte 5,541$100 34,143$o80 42,772e860 47,6G0s3a0
Obras e oljjectos de arina-
JorJjordador e sorgiieiro. 600
Obras e olgeclosde eliapc-
leirü
Olcü dc liidiara .. . . 6S000
Ouro para duúrar. . . .
Papel para escrever, iin-
priQiir, e papelão. . . . 1768340 3,5268000 2,1008000 4,2888500
Papel para musica. . . .
Pedras de oauiaria o ou
tras qualidades
Perliuiiarias 598420 2,000.8000 1,500.8000 5008000
Polvora
3008000 2,012.8300
Quadros emolduras. . .
Queijos 648840 34800(1 '48800 158300
Quinquilliarias 7418000 11,1468770 13,418870(1 8,0008000
Eapé
488000
Relogios de parede e de ci
ma de meza 1508000 1958000 308000
Roupa feita 968000
Sabão
Salitre
5290320 590S88Ó 2028680 '4998440
Saiiguesugas
Selins e seus pertences. . 400000 200000
Sementes, raizes e plantas
vivas
Sola 488000
Tecidos P outras inanufac-
luras d’algodão 4,9818900 78,6140786 93,4088626 131,2510610
Tecidos e outras manufac-
turasde lã 4808200 13,6890000 11,7480000
Tecidos e outras manufac- 9,1760001
turas de linho 2338380 3,4010300 3,7630000 3,2680800
Tecidos e outras raanufac-
turas de sèda 898600 11,7068000
Tecidos e outras manufac- 5,64'8$000 15,4300000
tura s dc diversas cspecics
Tijídlüs. tolhas e outros üb-
jectos do barro
Tinta para cscievcr o im-
primír .
-Somina. 12,8970100 lGI..004$olü 177,2690666 222,3000510
DA PROVINXIA DO CEARÁ. 437

do mappa.

KAiNCEinOS.

1849—1330 1.S30—1831 18ol—18.r2 1832—1833 1833—1831 1831—1833

39,4738020 91,4278816 77,9428130 82,0348210 103,140$300 122,3098210

2008000 308000 266S000; 350$500

. 1778000 488000 629S000


438000 2248400 ICOsOOO
’ 8338000 148000

1,6608000 3,4038870 3,6038000 6,5918800 2,3328000 4.19.38200


1083000

448000 418000 818000


SOO.sOOO 3318200 1,0388600 1,3348660 . 632fi000 1,7338800
3,8238000 9308000 3008000 3238000
388000
888800 238000 1038000 'lOAOOÓ
9,0008000 12,7730920 2008000 2,6278600 8938000 ’ 448‘s(3o6
98000 88000 10800Ü

608000 9968000 1608100 3018000 8488000


2338800 '9408200 80.SÚ00 2,3618000
73,8000 578200 248000 768000 3908000
128800 288000
40.8000
60SC00 2888000 408000 9208000 ’ 5728Ó0Ó 2798750

48800
738000 6228000

99,2028930 263,3698135 117,7868680 114,7008120 120,1118000 <61,3248834

3,6928000 10,5178073 6,9238380 9,1368350 6,4538600 12,3128700

1,0008000 3,478$220 9,1728760 3,4678700 1,8348000 3,3948000

3,6938800 9,3068800 8,8638830 10,1628890 11,0198000 22,3278100

6,7548830 4,4838280 3,0698000 7,3408520

2808000 1908000

1028800 1828400 418000 64.8280

163,370íi330 401,080^461 231,634,Õ630Í237,546,ÍÍ410 233,327,^300 442,8275920


40-3 ENSAIO estatístico

Cantinuação

ANNOS FI-

18ÍO—)8i(i 1846—1847 1847—1818 18o8—1850

Tran.tfioiic 12,8970100 101,0040516 l77,2G!),pC66 222,500^510


Tintas diversas 8Ü0ÜOO 880400
Tuncinlio
1160000
Triçro em grão, e outros
rnroaes
Télas d'espcriiiücctes, e :i
sua imitação 180000 3O80oOO 2400500 3840000
Veludos, R veludilhos . .
Vidros para vidraça. . . 30600 48s6oÕ
Vinagre 1280650 880800 1,3960300
Vinhi's diversos '943078Õ 9.27S!5i0n 10.1280000 1.5.5690200
Sívnma 13.8r)20.4So!l7O.762-i(iíii 87.80609661230.0490710
DA província do CEARÁ. 43'J

do mappa.

NANCEIROS.

1849—ISNd 1800-1851 1851—1852 1852-1853 1853—1851 1854—1355

103,3703550 401,0803464 -234,6543630 -237,546 íi UI. 253,327^1300 442,827^920


G7300Ü 20-5000 93^0011 107-5800 61,^000
59350Ò ' 152.3000 6O3SOUU 40,^000 20pUÜO

403000 383000 603000 27.Í000 97^000 16-3000

3673500 75I3S80 1293100 6203600 433í;COO 383CÜO


1273800 223.3000 3.33000
2483730 59.3000 116-5000 2033000
1.120300(1 1.3703400 3,052S0U; 2.0563000 1,1553000 927 ■:00o
28'.807-340i) 19.2653-2-20 I I.208320C 19.6133000 13.175,3600 18.11936 00

193.8025450 422.5635164 249,6605460 260.2983010 270.4533700 462.1)3755811


44Ü ENSAIO estatístico

I9APPA DO TALOR DAS MERCADORIAS IMPORTADAS POR CABOTAGEM COM

MERCADOMAS. 1800—1856. 1856—1857. 1857—1858.

1 Aguardente e licoi-es 1,2773500 1,445.0200 2,19M190


2 Alcatifas o encerados 4530Ü0 3100640 38:1^009
3 Alcatrão, pixe, breu e resinas. .. 123800 4323800 121^167
4 Alhos e cebolas 633^400 38836U0 932^750
5 Armas 7313000 3C80ÜOO 988^000
6 Azeite de oliveira 1,7603000 1,5443400 1,461^900
7 « de outras especies 700
8 Bacalháo e outros peixes 3,4983400 4,6303ÓOÓ 32,929^531
9 Bandeijas de charão e folha de Flan-
dres 493000 3593200 160,^000
10 Barrilha 2053200 28^809
11 Boncts e carapuças 9223000 1,1523400 l,637.íl32
12 Calçado . . 2,5363330 8,8943660 12,282;^ 174
13 Cal'de pedra 13000
14 Carnes cm salmoura, e cnsacadas. ‘ 7003564 483800 '3250800
15 Cartas do jogar 6243000 3,3003000 3,472:3000
16 Carvão de pedra 660
17 Cera cm bruto e .cm vellas. . . . 2643000 3,4903000
18 Coi’veja . ! 3903400 1653600 8033100
19 Cliá 1,0633800 2,5883400 2,484,3000
20 Cliapeos de seda e palha 11,7813766 16,5773000 29,6803566
■ 21 a de sol de seda c panninho. 43I3G00 1,2973466 4,9483400
22 Charutos c fumo em follia. . , . 203000
23 Chumbo cm barra, e obra. . . 288,3000 639.3500 ‘ 1,290^767
21 Cobre cru folha e obra grossa. . 1,748>280 2,5513430 3,6873123
25 Cuiisei’\’as . . . . 873200 123600 1,128,3200
20 Cortiças 153000 53000 733000
27 Couros envornisados e preparados. 2,2.333700 4,2123131 4,0633700
28 Doces c cuilfeitos 523600 41.^600 176.3000
2'.! Di'ogas c cspccics mcdicinacs. . . 6,2093476 6,3363565 4,8433740
3(1hàixolVe 463000 143400 20,3300
31 lèsjicciaria 9543880 2,2133179 1,8043852
32 lèslaiiiiü, zinco, latão &c 3523800 143748
3:i Ca l eio 283000 24,3000
34 Fai liilia do trigo e scos artefactos. 12,2913000 12,2873300 37,2633198
3-5 i'eijào. hervilbas ác 63000 153000 43000
30 Cmn-agcin 4,6463833 18,96130.5'.! 24.004,3440
37 PeiTo. aço, i-ni barra e obra grossa. 7663284 3,57038 49 • 2;713.37G6
38 Flores a'rliliciaes 1683000 4923000 2583467
39 Forro artiilcial 1263000 363000 1,4223500
40 Fo lia de»Flaudres 1763000 6443000 1803000
41 Frucios s.'i7.ou;iiln.s e scccos. . . , 6943400 783300 7433883

Súnima. 58,6756833 99,379s)879 178,4663300


DA PROVI^'CIA DO CEARÁ. 441

CARTA DE GDU NOS ANNOS FINANCEIROS DE I8S5 A 1862.

Medio dos 5 an- Medio dos 2


1858—18ü9. 1859—1SCO. nos.
18G0-1861. 18G1—18G2. núá.

4,0973980 9,108-3160 3,6233950 3,0993300 5,19.3.^200 4.4.40-3250


52iü00 1993500 197.3928 170.3000 d,G03.360U 8103300
2158250 174:3000 211:3203 744.3000 292^000 5183000
7713000 1,2883320 808:3814 1,5573800 l,710í.000 1.6333900
3.1923000 12,0443180 3,3843030 4.2253400 1.018.^000 2.621 3700
3,0553000 0,0903820 2,9033424 2,0723000 l,82-4?00ü 2:2483000
140
48,7153983 00,2153673 29,9973797 19,3393333 '13,788^000 17,6033060

2203934 2003000 2093827 1053000 51-3000 783000


. 463800 3050012 GÜO.SOOO 4823516
9933000 912:3700 1,127.3378 2,1003000 22líi000 1.163.3500
9,24 704 18,2453700 10,2400513 13,025:^000 12,084.3800 13,1553200
■(—
200
2303002 '7043133 3993Õ59 '2’23'340Õ '2103000 220:3700
3,400.3000 1,1533750 2,409.3150 1,278:3470 710:3200 9973333
132
5..4'oo'3807 7,l'27'333Ó 3,3383839 3,3'03'320Õ ■ 4,9'27'30'0Õ 4.1153100
'7223520 5,1553299 4,0093000 1:2.303200 2.9223900
1,4-473383
1.943:3400 4.224.3O60 2,952.3100 5:020.3200 4:289:3150
2,400:5733
31.4193707 45:4533832 20.9823580 19,8103800 oO:1503400 22:9803000
O,00Ü.:j()U0 4,404.3433 3;428.3379 5,5783200 2:7933000 4:i803900
3.3Ü00 2.0793000 5403400 4203300 1,1053400 7953850
1.35S,p900 1.538.3800 1.0013193 4813400 382.3000 -4333200
3.974-3509 2,947:3903 2,9013801 2,045.3170 2.7003000 2.-4033585
1,5913200 048 3-180 0933610 '2993400
443:3000 '3713200
333025 1803000 013325 1953400
1423200 10.S3KO0
3,3523500 12.3503320 0.2423482 2,177:3207 3,1033 400 2.0403303
2733534 5.7733740 i;2433508 3803200 0143400 4973300
7.3053120 15,7773500 8,1003493 13,0003720 20,000381!() 16,800 3700
333050 323000 333270 423000 283000 353000
2.212 3938 3.245.3380 2.0803245 2,9723830 2.4903(i00 2.7313'<15
'1533:100 3,3103800 '7073550 7803000 ' 64-3200 '423.3100
-4(13000 1803000 543400 153000 73500
70.0933402 89,7813532 44,4463298 42,1403807 ’00-018.3400 51.079-3033
152:3000 1043033 68.3206 433000 191.32i:.0 1173100
12.485.i038 2.3.0443510 16,0283418 10,8393090 9.1013000 10.000 3:(45
5,9 iO 3014 19,3043780 6,0073534 3293880 3.8133200 2,071 35'i-O
4003201 2043933 883000 '178-3000 1333000
i,0(kí-3o:;o Í.l'l2''0'0f) 7533000 400-3100 4093000 4:’,4-:.jSO
2703000 2003000 2803000 2503000 1.503000 2033000
7903142 1.3733770 7333299 1.1013800 1.0443400 1..373 3100

232,0123033 301,740.3430 187,818.3074 105,280.3439 189,508,3000 177,310-3833


442 ENSAIO estatístico

Continuação

s
MERCADORIAS. 1835-18S6. 1836-1837. 1837—1838.

'Trans^ortP- 38,6738833 99,3798879 178,4668300


42 Graxa para calçado 838600 484SG0Ü 1,1148134
43 Instrumentos míisicos e secs per
tences . ■ 1,1448300 404S900 2,3418931
44 Livros impressos 1,9288900 1,1268700 1.9148230
45 « em branco 2668000 818000 2.5188400
46 Louça e vidros 3,3688239 7,4308843 12,2378483
47 Lustres, lampiões e candieiros. . . 2708000 508334
48 Macliinas diversas 4308000 8808000 7728000
49 Liaces de vimes 1628298
50 -Manteiga ' 3,1958200 ' 3,5768800 8,3278200
5í Massas diversas 1448000 2868000 9018125
52 Mobilia 1046000 1328600
53 Olijectos diversos não classificados. 9,6318196 37,7628-234 27,5048213
34 Obras de ouro, prata e pedras pre
ciosas 13,3228500 12,1218000 17,0248625
55 Objectos de armador e serigueiro. 1868000 73-2SC00 1538999
56 Oleo de liuhaça 4518260 1768940 2098930
57 Ouro para dourar • 2328000 1408000 12ÍS0Ü0
58 Papel para escrever, > imprimir, c
papelão 4,6408200 7,3328111 4,88-488o4
59 Papel para musica 88000
60 Papel para forro de parede. . . . 2308000 ‘ 1,Í68828Ó ‘ 464800i
61 Pedra de cantaria 368000
62 Perfumarias 1,522$000 ' 3,0738319 4,262800.3
63 Queijos 2018200 la7s60C
64 Quinquilharia. Í,599sl’4Ó 1488000 1,0128434
6.') Ua )é , 48000
06 Uo ogios de parede e do banca . . 338000 6.8908000
67 Roupa feita 4,8308150 2,2688600 12.8308271
68 Salitre 148372 128300 1838600
69 Sanguesugas 3008000
70 Sebo em velas, e cm rama 218000
71 Selins e seos pertences. .. . . . . 220.8000 5168000 6338667
7-2 Tartaruga em obra e rama. . . . 458000
73 Tecidos e outras manufacíuras de
algodão 25,4328781 83,7688792 128,92882.30
74 Tecidose outras manufacturasdelã. 3,3738300 22,0398536 26,678$073
75 Tecidos e outras manufacturas de li-
nho 1,7488610 3,9048310 4,9338735
76 Tecidos e outras manufacturas de
soda 8.7738310 38.53783-22 28,7108629
Somma 149,88989911332,3808288 374,6358368
DA PaOVINCU DO CEAILÍ. 443

do mappa;

Medio dos 5 an^ Medio dos S


1838—1839. 1830^1860. 1860-1861. 1861—186-2. nos.

-232,0128033 361,740S430 I87,818$674 163,2808439 189,5088000 177,31688.33


3298000 H4$000 423S460 1928000:. 5198000 3708300

1,1238905 4,343ê300 2,532íi06" 2,6368000 1,6478400 2,1418700


1,8788167 7,28.1$13-2 2;8-2.3è829 1,5298200 4,27.08400 1,3998800
4618202 691$166 753SS53 3608000 319SOOO 3399300
8,0188344 13,477$923 9,7.46sõ0-2 14,8478300 5,4108400 10,12888.50
2618334 329$S00 182.S233 2118000 1228000
7108000 928S500' 748S100 4,1038000 '4328000 2,2788500
378797 134$000 66g819
6,4818800 23,2I0$290 8,P98$258 ■ 8,48388-20 à;472860Ô 8,9798210
3028767 616S000 4498974 698.8300 1,2538600 97780.50
7838000 4878300 3018420 1.6188003 560.8()(I0 1.089,8000
29,0398331 60,1698911 32,8238131 28,316$007 42,3898600 33,1328803

79,3438000 18,6738300 34,09.78483 20,1008270 14,1148000 17,1078133


218S400
■ 68400 ’ 7398080 316,8726''3918700 13800Õ '3038330
988000 1,6298010 4188608 10.8000 1198000 798300

3,3188222 10,4468270 6,1288331 7,2648300 11,3718000 9,41786.50


288000 78200 1-28600 68300
37284.36 8s000 2818200 1448600
78200 2348000 1278000 .
2;3988602 1.8068916 3,6128968 2,7188140 4,2238600 3,1888370
398S000 2,1538800 5888120
1008400 708700 5868138 1288000 '2i'-18000
258.8000 1338600 738120 3S-2SS00 2028000 39-28400-
6248000 838.8000 1,6818300 2308000 2318000 232.8000
9,8378750 20,1838320 9,990.8398 18.3508870 13,2558100 13,9038 i 35
8338000 3628800 282805.4 5-498600 . 1228000 3338800
600S000 5008000 2808000 960.8000 3128000 6.168000
1608000 3628000 3608000 18.08000
'2708160 9318000 5188366 2308000 1,7-20.8000 97.58000
280.8000 ' 708330 ■
278730 70-28600 r,8768000 1;2.80S300

131,9238742 136.1188892 101.691887'j '49.390.8000 -2-24.4178030 13G.G03.8.500


26,6660071 41,1108017 24,3738844 33,9708560 21,9278200 30,4188880

6,0318981 12,0088616 5,7238190 3,3828700 14,1729100' 8,7778.550


29.5208209 30,0278163 27,3138783 28,9718160 39.0039.000 34 0335730
575,9316307 781,9938912 463,4418879 302,8428246 606,3338800 433,5908941
57
444 ENSAIO estatístico

Continuação

«
MERCADORIAS. 1855-1856. 1856-18o7. 1857—1858.
C

Trmmorte 149,8993991 332,380^288 374,633^368


77 Tecidos eoulfiis manufacturas rnix-
tas 8,324^660 17,024íi297 18,997J139
78 Tijolos, telhas e outras obras de
barro 143600 170^.400
79 Tinta para escrever e iinprirnir... 723000 924390(1 67^934
80 Tintas diversas 933920 5523620 1783146
8! Toucinho 278.3000 H83Ü0(: 523000
82 Trigo em grãos e outros cereaes.. 563200 545001; 1343600
83 Velas de spermacete, e á sua imi
tação 3723600 1,1143125 6,1643950
8i Vidros para vidraças 4095680 333000
85 Vinagre 1,43536011 2.2303000 1.1833600
86 Vinlios diversos 22,2725160 13;473322ü 23,3093200
87 IJanha e unto de porco 703000
88 Ilatatas 2003480
89 Carnes elingoas de vacea seceas &c 1,4193252
90 Carruagens 8193334
9i Esteiras 12^200
'92 Obras de casquinha 483000
91 Quadros e molduras 187S600
94 Sabão 2,2968800
95 Sal 800
96 S('mentes c plantas vh’as. 7S3ÕÕ
97 Sula 4208500
98 liijoutaria falsa.
99 Cone
lOu Instrumentos dc cirurgia
1(U .Madeira bruta
102 Pelvura
103 Snla
lOi Veliulo.s e vehidilhos

.Sie.iiHCí iDliil 183.2293411 307,87134511 630,2398803


DA província do cearX. 445

do mappa.

Medio dos 5 an-


1838—1839. 1859—1860. nos.
1860-1861. 1861—1862. Medio dos 3 an-
nos.

373,934^1307 784,993^1912 i63,4iliSI879 302,842^246 606,333;3800 433,590ái941


18,773:199 21,223:660 16,872:991 24,081:320 9,131:200 16,616:26o
37:000 76:000 38:000
101:000 24:000 237:867 109:000 220:600 164:800
237:801 1,220:133 460:324 1,296:184 338:000 917:o92
218:320 989:600 331:184 23:000 581:000 3o3:ooo
3,382:060 1,329:820 1,031:336 130:620 117:600 134:110

113:000 2,207:400 1,994:813 1,674:670 1,439:400 l,337:o3o


243:3;J4 640:000 263:602 77:000 38:Soo
1,917:600 10,966:000 3,346:360 6,307:000 4,646:000 3,476:Soo
21,173:100 71,317:820 30,309:300 88,976:500 7o,483:67o 79,73o:o85
66:667 319:300 131:193 399:467 12:ooo 3oo:733
261:634 992:100 290:842 377:667 551:400 464:333
283:830
163:860 ’6Õó:d00 l,4o9:ooo l,oo4:5oo
160:000 '34:440
96:000 32:000 16:000
37:520 68:000 123:400 96:7oo
21:920 463:744 10:000 3:ooo
3:000 760 334 167
10:000 180:000 39:500 37:300 2:0oo 19:75o
84:100 41:670 2o:833
29:000 5:400
30:0uü 6:000
106:000 87:000 38:600
63:000 12:600 36o:ooo 18o:000
3,387:300 2,120:000 1,541:500 39o:ooo 193:000
378:000 73:000
1,336:092 1,560:770 619:372

629,933:614 900,992:433 324..434:139 627,392:178 696,361:070 360,774:341


446 ENSAIO estatístico

Continuação

PROCEDÊNCIA. 1833-1836. 1856-1837. 1837—1838.

Pará 2.278^660 6,3G8á8'>9 12.063^819


Marauhão 31,800^785 • 36,844^382 24;.041á632
Piaiiliv
Rio Grande do Norte. ’’l,5eoÍ39G ’’l,2V6V90l
Parahyba
Pernambuco 136,314^610 3Ó3,V86’Í332' 44.Í903VÒò4
Alagôas
Bahia 1225170 1705000 4.4015333
Rio de Janeiro 14.3065626 18,179.5309 38.6745701
Portos da provincia.. 2.9175020 1.43;5300 7.633^634
Total. 183.2295411 367,87154.30,030.i,ii(j)8;)3
PA província do ceará. 447

do mappa.

Medio dos 5 an- Medio dos 2 an-


1858-18S9. 1859—1860. nos.
1860-<86i. 1861—1862. DOS.

1.3,6674170 17,9864380 16.059^190 26,211^800


81,992|J319 182,191423.5 191.935á672 145,116.0300
8;a93^440 3,620í600
"1,3884000 40-24000 314^000
611^400
309,3904197 624,3484928 373,1304926 5ÒÍ’52(Xí;37n
3834468 60811009 ’13,8904800 "l,630|i400
22,6484620 42,7064892 21,0744970 18,107,^600
1,4014014 ■8724333
629.9.534014 yu0.vi92443r> 627.3924178 («96,3614070 .3l)0.7/4A5'tl

m.

A imporlação de mercadorias e gêneros de producriio na


cional se ftz por todos os portos da proviiicia; mas lambem
só do da alfandega, cujo movimento foi nos desesele annos de
1845 á 1862 como se segue, é que teniio dados seguros;

5S
448 ENSAIO ESTATÍSTICO

HAPPA DO VALOR DOS GENEROSEKERCADORIAS DE PRODUCÇÃO E SIANDFACTDRANACIOKAES

ANNOS FI-

184o—18it) 1846—1847 1847—1848 18a8—1859

Aguardente 14,287^700 12,198^000 4,252,^000 37311500


•Álcool 3.p00ü
Algodão em rama. IGoioÕÕ 3,188#ÜÜ0 69,S13Í()00
« c fio ...
-Arroz com casca.. 3,644;A.500 24ÍÕ00
€ pilado 9,207^660 1,107^360 2,23-2^460
-Assiicar branco... 18,393^092 11,87U0Ü0 2,297^840 3,873^400
« mascavo
c refinado.
^ves , 4^800
•Azeite de mamona 549^200 60^000
€ de diversos vege-r
taes 2Í1400 44^000
Bilros lOígOOÜ
•Bolacha e biscouto 310^600 126.^.400 141,^000 95^900
■Cabos c corda gem de con ro
Calfé em grão li2bb'Í(}GÕ 150,^000
Gaibros
Cal. -83^200 ' 326s50d0
•Calçado degomma elastiea
« diverso 294^000 1001500
■Canoas
■Carnes salgadas e seccas . 9^000
Carroças e carretas
Carruagens eooiddu "
Castanhas 6jâ000
Gera de carnaúba 95,5000 9^600 Vsidoo ’ 1,072^200
« da terra 1,1775720 73^900
Cbá 104jâ0üü ' 2GÍddd 532^000
Cliapéos de pelo de stída e lã 8315000 620^000 576^000 1,380.^000
1 de (>allia 80^000
Ch arutos 4,1175800 683ííd00 536^000 2,491,5680
Chocolate 245000 26^000
Cocos seccos 155000
Cola , 375300
Cordas diversas não espe
cificadas 75210 7,5000
Couros preparados
« salgados 2,376,53-20 1365000 2165000
C uias
'•líòces diversos 1,1915600 2395900 1835300
PisiianartoiTs . . 125000
Somma 35,1545692 29,7645860 1-2,6545350 82,1205940
DA PROYINGU DO CEARÁ. 449

IMPGRTADAS DE DlEFERENfES PROVÍNCIAS E PORTDS DO IMPÉRIO NO DECENNIO DEI845-I855,

yAXCKIROS.

1849—1830 18üO-183l| 1831—1852 1832—1833 1833—1854 1834-1853


l.OGOiSOO 392^000 1,642^400
4,9902000 3002000 1,0312000
13^000 36^000 632000 292000
2,930^000 32,825^000 59,213^000 67,8632000
11;S320 172000
Iáí920
ia2720 78:^250 10ÍÍ880 212000 132000
11,3602960 3,318,2700 7122300 9922000 1,1772600 1,1082000
942400 1802000 1532000 52120
92600 42800 1352600 3292600

’ èóioóò
102240 252000
332900 102000 542000 2832600
22000

342000

102000
1,9322000 8602000 li9592000 5,3712000 3212000
602000
Í228ÓÓ 1862300 3202000
1002000 2302000

62000
1,7032600 5042640 2,0082000 9662000
62400
'1392200 2,1532500 6322000 ‘l,’23726ÓÓ 1,7262200 2,5102800
2,3222000 4742000 2002000 1,2242800 2,1722400 7882000
992100 4012700
3,8642000 4,9012400 5,1282350 7,1042400 Í2'3y22CK)'Í2,43628Óo‘
52000

252600 202000 982000

252000
762600 4632000 3242400 1,4282000 ■1602000 642000
242000 3382400 4,6592000 3,9422000
142400
113220Ó 332600 142’08() 322000
272200
23,7992780 56,4832090 76,8412130 98,3832880l 18,3882000 19,3932920
450 ENSA.IO estatístico

Continuação

ANNOS FI-

1845—1846 1846-1847 1847—1848 1848—1849

Transporte 55,1545692 29,7645860 12,6545350 82,1205940


Esteiras
265000
Estopa em Qo
Farinha de mandioca. . . 263,9735980 136,9365000 1,0725.600
c de milho
Feijão . . . . . . . . ‘ 2,6|5550Ó ’ 4045000 965000 ‘446560Í)
Ferragens diversas.’• .
Fogo artiflcial. . ... .
Fructas sasonadas e seccas 105000
Fumo era folha
c em rôlo 18,9425185 3,1055000 2,0305000 4,2125000
Gamellas.
Genebra
Goiabada.
Gomma, polvilho. . . . 1745000
Guaraná
Instrumentos de musica.
Ipecacuanha
Lãa
Licores 95000 395200 545400
Livroè em branco. . . 845000
» impressos . • . 6165380 1355500 2485700 263570Ó
Louça de barro. ... 555000 45000
Machinismo. . . . . . .
Madeira diversa 645000 ‘ 1,1335800 1,0665400
Marmelada
Medicamentos diversos. . 365600
Mel, melado ou melaço. . 2,3045000 4,0005000 2495600
Milho 6,9465000 5965000 425000
Mobilia diversa 2825000 1855000 1605000
Moedas metallicasde cobre
■ c de prata ! .’ !!!’ 9,2165000
Objectos de costura;borda-
os
Objectos não especificados 1265500 1835200 125000
Obras de caldeireiro. . . 1745000 2205000 5605000 1,9565000
» desirgueiro. . . .
c de diversos officios. 1255600 1985000 2015500 '3565Õ0Ó
« de ouro 1595000 9,1805000
« de prata
Oleo de ricino
Orxata 65000

Somma. 352,3135177 375,8675860 35,9565350| 91,8575440


DA PROmXIA DO CEARÁ. 4õl

do mappai.

KANCEIROS.

1849—1830 1830—1851 1831—1802 1832—1853 1853—1854 1854—1853

23,7995780 56,4835090 76,8415150 98,3855880


18,388^000 19,593^920
405000 31*5000 905000 15200
105000
'26050'OÓ 7-,6385000
185000
84â900 6965000 105000
. 3685400
4405000 '1005000 433000 433^000
85000 . .. ... . .
’ 15r560Ó '0415600
2,935^000 .4,1245400 3,5005200 3,2895800
3,7925000' 3,4385Õ0Ò 25000
175600 '61-45Ô0Õ 3Í520Ò '258580Õ
312^000
'9305ÕOÕ
35000
'45000 85000
1365400 492,5800 5935000
1325000
15.5800
245001
245000 1055000 385000
1135400
565000 1045000 605000
2805400 3435400 6265400 2.11*800 4265400 6075000
134,5000 . 305000 105500 1435400
2005.000 2305G0Ò
5,1935960 1,8145800 406,5000
305000 105000

2125000 745400 1035200


2985QOO 6385000
725()0Õ 20.05000 1015000 2685000 3505000
52,5000
^4965000 ’ 2,6885Õ0Ò 2,3715200
395000
2705000 1305000 1,7065800 2.3905600 2445000
1,4805000 2845400 2,1085800 i,323|í200 2,2835000 5,.4615440
1SC5000
50560Õ 5605000 ‘ 322560Ò 1,839,3400
8,7405000 ■ 8,8225400 • 6,4345000 ■ 7,1765000
945000 4535000 2305000
30,^000

44,1095180 69,3285230 88;798.5630: 126,4425580 37,6605200 41,241590(>.-


59
452 ■ ENSAIO estatístico

Continuação

ANNüS FI-

1845—1846 1846—1847 1847—1848 1848-1849

Transjjorte 352,313i?177 375,867i?860 35,956^350 9J,857i?440


Palhas diversas
Pannos d’aIgodão. . . . '34sõ()ó
Páos para jangadas. . . 4008000
Puxirí
Pedras diversas para obras
d'alvenaria 58000
Peixes seccos,salgados ou
em salmoura 1,8478000 1,6928000 5,3948000 2,8118000
Pianos
Piassaba em molhos. . .
Plantas vivas
Queijos 108000 128000 548000
Raizesraedicinaes diversas
Rape 5,8218000 4,5388000 ‘3;6378bÒÓ '3,'542$bÒÓ
Redes para dormir . . . 728000 16$000
Rendas de linho oualgodão
Resinas diversas . . ..
Roupa feita
278280
Sabão
Saccosvasios
. 2888000 'i;04289ÒÓ ■ ■3,1858400 ' ■7,’34688Ò()
38000
Sal
Salsa parrilha. . .
2898000 ! ! ! ! ! ’. ' ■ 'sèsseiò
468000 3308000 1228880
Sellins 50 8000
Sementes diversos.
Sola
Tabaco em pó. . . 108800
Taboado diverso. . 2918500
Tamancos . . . .
Tartaruga em bruto
Toucinho 1088000
2,7558898 4738300 2358000 1,3008480
Vassouras . . . .
Veias de carnaúba. 2184Ó()
« de cera. . . , 8518800 1,6038000 1,009$000 1,1788400
« de composição
Vinagre . . . . . 19280U0

Soinma total 364.7508875 185,9308860 50,10586.50 108,


®.V PROMNCIA DO CEARÁ. 453

do mappa.

KANCEIROS.

1849—1850 1850—1851 1851-1852 1852-1853 1853—1854 1854—1855

44,109$180 69,328^250 88,798i?650 126,44211580 37,660^200 41,241^960


32S000
■ ■ibi$2Òó usooo

32S000 16$0ÒÜ 17$000 io$doó


46S000 5$000

2,0728000 3,1508000 3,145SOOO 1,944$000 24$000


300$000
4$000
68Ô00
928400 248000 228400
lOSOOO
Xsàísbõõ '4^3488000 ■ S/iSÓsbÒÓ 7,3598000 7,8678000 8,012$000
208000
2288000
808000 608000 1,2668000
' 4,3398700 6,3198200 5,9538800 7,3298200 7,0488200
1448000
1108000 ■ 'isósobõ ' 81.58360 ' 2338000 ’ 3459200 3328400
7988000 4848000 2088000 6258800 6028000 4008000
2198000
168000 228000 108000
8068400 648000 5698000 2028000 608000
4848000 36$800
2428000 1688000 ‘ 598000
88000
408000
548000 578600 S780ÒÓ 1688800 1568000
160
■ Í982ÒÓ 1558000 3,2748600
6628400 1,0448000 1,9338000 408000
728000 1028300 3018200
1,1868400

58,4978680 96,4478650 105,9468170 149,6908080 54,2758800 51,4928160


454 ENSAIO EST.toSTIGO

BAPPA DO VALOR DOS GEMEHOS E SIERCADOFJAS DE PEODUCgÃO E HANUTACIDEA-NACIONAIS,


■ KOS ANHOS FINANCEI-

AHTIGOS. 183S-I836. 18o6—1857.

Açafrão . . . . 400
2 Aguardente. . .. 4,240.^000 800.5000
3 Algodão em fio. I39.íü;)ü 1455120
4 Alcohol . . . . 324,íiü00 2385160
5 Arroz em casca. I38s00(t
e « pilado. . 4.12.3,5175
7 Assucar branco. 4.0S0í5üü0 1,5035162
8 » mascavo . . . . 3,588^050 4-25397
9 c refinado 92^000 7S560O
10 Azeite de diversos vegetaes 480
11 Bantia. e uiito de i)orco. . 45000
12 Batatas 25000
13 Bolaxa e biscouto grosso. 125000
14 fino 1125000
15 GalTéem grão 385475
16 Carnes salgadas e seceas. . . . 155200
47 Castanhas 12,^000
18 Chã. 1,4805000 3,4075000
19 Chapéos de seda e palha. . . . 1,2-465000 1,580^000
20 Charutos 15,004^200 18,1995700
21 Chocolate 45000
22 Cola 785Õ0Õ 1665000
23 Cuias 235000
24 Doces diversos . iijjdoõ 305750
23 Erva-rnate . 235000
26 Farinha de mandioca 7á800
27 Ferragem diversa 23.5000 1245000
28 Fogo artificial 4305(100 4I4.SOOO
29 Fumo em folha e rolos, . 7,6805800 5,9375836
30 Goiabada 60.-5(100 815.500
31 Gomas diver.sas . f
35000 185800
32 Guaraná
145600
33 In.strumentos músicos
5735000
34 Joiasdoouro
2,4935000 6,8875800
35 álacliinismo diverso. . . . . . .
36 Medicamentos diversos 2,2855000
7885000
37 Mel ou melaço 215000
38 Mobilia . . 215500
100.5000 2205000
39 Objectos não especificados. . . ! 5915000 6155600
40 Obras decaldoireiro. 1,8885001; 1,7775640
41 « do scrigueiro 5750(K.i 3245600
42 » de diviTsos officios . . . . 1,085500(1 1.1335000
Somma. 46,0045225 47,6485140
DA província do CEARÁ. 455

Importadas de differentes prcwikciase portos do império ao porto da fortaleza


,ilOS de 1355 a 1862

1857—1838. 1838-1839. 1839—I8C0. i860—18C1. 1801-1862.

1,1734400 1,1004000 8004000 8184000 .'Í,3.30'AOOO


l;;05i80 2704000
' 237460Ó ’ 319478Ó 'iW^doó 1104400 f:0;320ü

1,3984;'00 ’ Í257Í;30Õ ’■ ’ Í,3974(Í0Õ 1,.3254100


7.2794257 • 8,2764300 . 7,281.4812 6.984Í539 17,1234100
11,310^243 Il,0i040ü0
' l'8345lÕ

1884000 1,2124200 7434500

3,6604000 8004000 1,2004000 004000

4,1694000 1,7104500 2,8004000 7794000 iriOÔÜOÕ


1,4154300 2,6764600 2,9004000 7.0604000 5,3834000
34,3354900 38,9234400 29,0034900 38,7764390 42,800a200
164000 134000 1014000 8 4000
884Õ0Ó 1134500 2ÜG40U3 1204000 2884000

324()0Ò 104000

'15G4S0Ó 24000
3404000 6714500 33j)000
9594000
9,9544000 11,7804400 ' 10,3884350 11,1894960 18,.53d4doã
00-4000 864250 2914000 404280. 1934iUO

8134000 9444000 8124000 1004000 1624000


6,4534000 16.2094CÜÜ 1,5634200 3004000
■ 6,7804000 ■3794000 2384000 5004000
14440.00 404000
164000 40.4000
' 3004000 3304000 604000
' 3,3584480 7,8744120 7,1614800 71.3.4929 4,4.374100
2,8224600 7604080 2764000
8540(10
’ 3734doÓ 1064000

85,6394347 95,4644350 67,6114322 79,43443811 108,8934100


CO
450 ENSAIO estatístico

Continuação

AKTIGOS. 1835—1856. 1856—1837.


>C

Trinisporfe 46,001^223 47,6484140


43 Oleo de cunahyba 20^000
44 Oleo de recino 160.^800
4o Pixiiry lO^UüO 64000
46Tiass:il)a ern molhos 804000
471 Rape '7,V36ào6í) 6,3324000
48 j Redes de dormir lO^OüO '34^000
49 Redes de pescaria 400^000
50'Roupa feita 'i.Veí^oüõ 6674000
51 Sabão 3,1374000 10,3704480
52!Sal 304000 1,3464000
53lSalsa parrilba 2934000 831^300.
54'Selins e lombilhos 3604000 1,288|ÍOOO
53'Solas 1304000
SGiTaboado diverso "'‘ 724000
57]Tapioca 6ÍddÕ
58 Velas de carnaúba 84100
59 Xaropes de fruetas 514000 384000
60 Calçado de gomma elastica
61 Caldeiras para engenho
62 Farinha de araruta
63 í de miiho e outras
64 Feijão
63 Licores
66 Livro.s impressos
67 I em branco
68 Obras de funileiro
69 « de prata .
701 Pedras para obras de alvenaria
71 1 Peixes seceos e salgados &c.,..
7f- Ripas
731 Sementes diversas
74' Veias de cera
73 Calçado diverso para homem..
76 Côra de carnaúba
77 Cliapeos de palha
78 Cigarros
79 (lenebra
80:.Madeira diversa
81!Panno d’algodão
82 Couros silsados

Somma total I 59.2494025 69,6384220


BA província do CEARÁ. 457

do mappa.
9

1857—1858. 1858—1859. 1859—1860. 1860—1861. 1861—186-3.

85,639^(347 95,464^350 67,641^1322 79,43411381 108,89511100


SOIOOO
'ibbiííõoò ibáiCOÓ 48^000 ‘sbsuõoõ
20i5000 31^750

8,2bo’íl()0Ó ^834^000 8,575^000 8,166^000 10,571^000


20^000 84^000
72^000
199^000 329^00
16,243^760 9,115^040 ^392^720 4,502^460 532i5800
3,595;ê000 778^800 1,408;^000
309^000 399^000 443^000 6Í2íi88Õ 932|;86Ó
188^'000

20^000 18M00
708^660 279^750

lUOOO
3541200 1,9235290
3^200
20.5000
85000
3275000 165000 515000
1925000 1,1075000 2,851^700 1,2495120 8785000
1205000 1805000
2205000
7005000
325000 6005000 455000
405000 185000 2105200 85789 105000
505000
405000
2005000 5815000
2,2525800 2,3895400 2575000 1085000
305000
4,594-3000
6503000 383000 1515000
2805000 145480
5605000 4365000 7565000
505000 4523000 185000 805000
5765800

116,4235507 119,5955400 97,8265092 97,23554001 124,1685560


458 ENSAIO estatístico

Continuação

PROCEDEKCIA. 1835-1856. 1836-1837.

Pará 1,76411900
Maranhão 11,683,^320
Piauhy
Rio Grande do Norte Í,834á6oÒ
Parahyba
Pernambuco . . . lÍ88Cá62Ò
Bahia 16.960^220
Rio de Janeiro. . 18,742^136
Portos do interior. , 79811130
Total 59,249^0-25 i 69,638;g220
DA DROVIAXIA DO CEARÁ. i59

do mappa.

18.17-1838, 18.38—1839. 1839-1860. 1860—1861. 1861—1862.

3.38i30;)0 1,8113750 5,6933000 6,6093960 2.241,3660


lo,.36SíuOO 9,9603400 7,3743320 6,6083361 3,980:^100
i’ ’ Õ.8’38’áij0Ò '7783800 1,4083000 ’ 's'82‘338Ó '5763800
•8003000 3123000
'-10.281^607 30,6143230 33.8933272 36.V243609 49.2113200
29.-286-3300 32.9893720 23,3143830 33.8113490 48.1513000
23,370^980 .33,22-23100 18.7233200 11,10.33-200 20,000.3800
9.39 á 120 7.4183400 6.90339.30 9:lji000
= r

llG.4i2:U:.ií)7 119.3953400. 97.826.p09^2 92-^:{3^3400 12.4,1083.360

«1
m ENSAIO estatístico

IV.

1.

Risumo la vmçortação txVtaift^úva fiuctVa, t xnlvvttVa; t natvonaV, \d\a iji\a


a\\ai\ài(ja üLatoçWoV 4t a txçttssa m MaXovts
IMPORTAÇÃO.

Exercicios. Ext. directa. Ext. indirecta. Nacional. TOTAL.

1843—46 108:6435548 13:8335480 364:750^873 487:‘249^90:i


1848-47 133:4015720 170:861 5466 184:930^860 490:194jl0i6
1847—48 180:3805723 187:789^1460 50:103^6.50 4I8:27g^8;i3
1848—49 1'79:3935337 239:7495600 108:608-5920 327:704^0.57
1849—50 146:4;M5469 193:06254.50 58:4975680 399:991^599
1850-51 231:8445774 423:1335866 98:4475030 753:448^^290
1831—52 239:376^994 248:673,3660 103:9465170 604:196^824
1852—53 736:4625128 260:0985010 149:6905080 1,166:450)^218!
1853—54 315:8315939 270:3345300 .54:2735800 840:662^0391
1854—33 843:8645615 364:1715984 31:4925160 1,259:528^759!
1833—.56 960:4635009 188:1995871 60:0935025 1,208:755^5
1836-57 916:4935899 367:9615.348 70:29511280 1,.334:750^467
1837—58 1,103:0145919 331:9875099 11.5:8635307 1,730:867^523'
1858—59 917:9875346 631:2765988 118:5935398 1,668:859^732
1839—60 916:061,50.37 900:9925847 97:8285392 l,908:882á496
1860-61 889:3645480 627:.3925I78 97:2355400 1,613:830^278!
1861-62 1,016:1635322 696:3615070 124:1685.560 1.836:85 M6.56
Ti)tal delTaii-
nos.... 10.073:3935489 6,.320:1415677 1,918:9385607 1,613:8?05278
jMedio de 17
annoB.... 592:6705204 371:7735039 11:2875874 18,293:4695627:

2..

ViTiuo miixo tttiuual ia vmçoHa(;ão çot q^ttvnqMtunVos.

Quínquonnios. Directa ext. Indirecta ext. Nacional. TOTAL

1845-50 149:44956.39 161:4615291 153:5785797 444:4895737;


1830-35 521:3245090 313:7.305764 '91:3705372 926:8255226’
1855-60 962:8045046 324:0835630 84:á205601 1,575:4085277
1K(:0—P2 n3->;763sn01 360:774554! 70:1715980 1.723:.3405967
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Annos. Brasil. Inglaterra. Est.-Unidos. França. Portugal. Italia.
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1845-:-1846 ■<

1846—1847 130;317j;649 3;08ipi I


8:849íl998
I -ê o §-►§ S
1847—1848 171:530.5725
174;.5735537
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05 s
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o
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1848-1849 3 3
5:1725950 ■s. t3
'1849-1830
Í18S0-1851
141:2585512
228:1045536 1:6745613 2:0655625 °- ^ s. Ü 1
^ o o iS
o

1851—1852 8:3715577 242:0815484 7:6985066 8:3715S77| *§ 2 b' M


>■

jl852—1833 7:7355795 699:0585063 3Í:'4965374 7:7355790


17:2715830 S- o g g
^ ^ cr S.
5:1275278 403:4915200 38:9415418 68:2725034 5:1275278 c • •rs *-5 o
; 1853-1854 ■T3 o CD
11854—1855 12:1.525094 677:9385496 73:3305548 34:1015146 44:1415733 12:1525694
4605552 3:9985238 a «= “.
; 1855—1856 5:9985238 881:4815120 2:957íi50O 09:5635803 o
a
:i856-1857 4:5345099 876:0915474 35:0685320 4:5345099 ■-J "tí

13:2775720 1,049:6515068 3:2305709 36:8555709 13:2775720l


1857-1858
11858-1839 4:4805289 851:5105200 61:9905797 4:4805289, § 2.
1’ =jâ
11859-1800 2:3175500 893:5475494 5:4785400 '4:7175663 2:3175500 c 3 I'
1860-1861 7:3215195 811:2085310 37:2315724
51:7845611 3. O s* q>
1861—1862 8:9045207 899:4375902 o 00 I
462 ENSMO estatístico

Y.

lTOçor\a(;ão çov caYotaçjtm ou\vos çov\os i\a çToúwcxa.


Não tenho dados seguros para calcular o movimenlo com-
rnercial, que se faz entre as províncias limitroplies e os por
tos do Aracaty, Mundahú, Granja e Acaracú; mas por in
formações particulares calculo toda a importação que faz a
província pela maneira seguinte:
F.STnANÍÍElllA.
Nacional. Total.
Directa. Indirecta.
1

Pelo porto da capi


tal 1,016:000:000 700:000:000 120:000:000 1,836:000:000
Peto porto do Ara
caty 1,500:000:000 100:000:000 1,600:000:000
Pelo porto do Mun-
9 9
dahú ?
Pelo porto do Aca
racú 600:000:000 40:000:000 640:000:000
l^clo porto da Gran-
ja 200:000:000 20:000:000 220:000:000
Por terra ? 9 .54:000:000
Süiniwj 1,016:000:000 3,000:000:000 280:000:0.0 4.;;50:000:000

AJITIGO 2.»

DA EXPORTAÇÃO.

A exportação das mercadorias e generos de producção da


província se faz para as praças estrangeiras directamenle
jiela alfandega da capital, ou por cabotagem, pelos diversos
portos da província, e por terra, pelas províncias visinhas.
I.

Exçovtação ivvttla.
Nos annos de 1843 a -1862 fez-se pela alfandega da capital
para diversas praças estrangeiras a exportação constante dos
niappas seguintes:
464 ENSAIO estatístico

KAPPADOS CEHEROSEBERCADORIAS DE PRODDCÇÃO E HAMBTACTDaA HACIOKAES, EXPOR-

ANNOS FI-

ünidadcs. 1815-1846. 1846-1847. 1847-1848.

Aguardente (Para foradoimp. Canadas.


1 « dentro do « < 640 2786 2078
Algodão em rama.{ ^ /«^oS Arrobas. 849317 >b ;M38
C
16996

Animaesvivos....{ « « Números 50.3


120
376 531
< 3-2
Arroz com cksca.{ ; ; Alq.
C 40
20
17
9773

Arrobas. 737 291?


í : dSoâo : C 172 820
AocnPüP í * fora do c c 15 16*
1 . dentro do . c 4“2o20í? i70
Apdc í ‘ fora do < Números oO Ò7
1 « dentro do . c

Azeite de mamona { * ‘ Canadas.


I < dentro do c < 120
Barris, barricas e
outros cascosaba
tidos « dentro do c Números
Batatas « fora do < Arrobas. 2
t dentro do « c 4 111?
Bolacha « dentro do i c 1 7 241?
Cabello e clina.... « fora do i ( 217 18
« fora do c
Caffé em grão [® - dentro do c
<

c
303 151? 351 151?
1141 316 20.
41 -23S>
533
Cal « fora do c Alq.
í a dentro do c <

« fora do • Pares. 121


Calçado c dentro do c ff 234 1667 2196
Carne secea « dentro do , t Arrobas. 1340 7271?: 37
Cascas medicinaes[‘’ fura do
« dentro do
c
«
(

c
2169 730 260

Céra de carnaúba.[ ‘ dentro


fura do
do
<
c
(

(
4.36 131?
1202
46 -iSff
70 29 «
28 291?

Cera da terra { ‘ dentro


fora do
do
c
«
C 2133
30
47 17 a
C 106 23=. 22 41?
Chá « dentro do Libras.
fora do
Cliapcüs f:
t dentro do « 192
Charutos. « dentro do • 3000 .32400
Chifres..
fora do « 26250 , 6000 10320
{: dentro do * 5300
fora do » 2000
Cocôs seceos
c dentro do c
DA província do CEARÁ. 465

TADASPARA DENTRO £ FORA EO rOPERIO NOS DEZ ANNOS FINANCEIROS DE 1845 A 1855.

NANORIROS.

4848-1849. 1849-1850. 1850-1S5I. 1851—1852. 1852-1853. 1853—1851. 1854-1855.

180
160 1690 4127 6-24 748
34217 24í? 2.3072 4ÍP 48442 51? 42921675-22 31 ib .30839 171b 48366 21 ib
5 27. 191 7 «
434 677 517 1152 340
1 6 1 11 42 26 157
82 1504 384
8 746 445 153 672 163
111211? 20-2 460 41b 706 16 252 9'b
302 471 277101? 607 4024 3. 1868 637 29.
ICO.) 22. 134027. 8410 18. 1211911.2306 3 18ib 33893 17 «
51121? 3 18 í 24127. 43 157 143 18 2.4 «
292 180 462 1460 316
2 147 7 40 1134
2
64 635 669 1484 110 44

53 49

1 81? 4
5913. 18 28
13 11
5109 18Í? 1772 61? 530 41b 7905 13ib 2497 201b 909 22 ib
262816. 1587 8íí ;238d21. 14378 22340 27. 2-2467 18. 5973 16.
10-24
8 28 170 60 25
200
4110 4483 1870 2465 5943 126-28 14409
212 ■ 66 434 1080 1604
200 3o 200
2 128
684221? 648 lOib 6 2|lb
249 18 ff 68 278 211b 807 22. 993 27.

98 291? 316. 2
137 160 5
30
7 175 126 6034 32-21
7000 8900 81700 ICOOO 20800 600
7268 4Ü0J 1600 8100 7990 12502 30000
7000 6700
3950 2750 1000 3000 4100 10 2800
1510 1838 25
466 ENSAIO estatístico

Continuação

ANN.iS fl-

Unidades. 1815-18411.iiaW- 1847 1847—18;8.


I

Cordas divensas.. Para dentro do Imp. Braças. ;»3ü


Couros [ireparadüs fora do li7i
«* « dentro do ()i7d ;!i>j 744
I salg e seceos f(,ra do loSüB 17üi4 ■Jl20a
< t € dentro do 0722 371
Doces diversos.. fora do AiTobas.
€ t dentro do C

Drogas dentro do t

Ervas medicinaes fora do « 6-2


€ C dentro do < 3
Esteiras dentro do 481
Far. de mandioca fora do Alq. 122
< < dentro do < 1394 l i 294. 3923
Feijão dentro do ( 24 18
Fruotas dentro do 1400
Kuniü dentro do Arrobas 232 98 72
Gengibre fora do a

Goinina polvilho, fora do Alq 108 3


c < . . dentro do c 12 11
< elastica fora do Arrobas 344 16'!' S06 1411) 62
Joiasd'üuroe prata dentro do 447
Lã fora do Arrobas.
Licores dentro do Canadas
Eivros impressos dentro do Volrmes
Louça de barro.. fora do Pess.is.
3 « . . . dentro do K

Madeiras diversas. fora do Arroiias. !ü420 31980 20640


8 C fora do Linhas. 5
c C. fora do Palmos. 631 421 1949
c « fora do Tôros.
c c dentro do AtoI as.
c c dentro do Linhas.
€ c dentro do Palmos.
c c dentro do Pranch
c c dentro do TOres. 3 10
Medie, diversos... dentro do Caixinha
Mel dentro do Canadas 20. 900 36
Milho fora do Alq. 161
C dentro do C( 38 38 2060
Mobil ia dentro do Pessas.
Moedas metalicas
de prata fora do Patacões.
Moedas metalicas
de prata dentro do C
í)\ PROVISCLV DO CEARÍ, 467

do mappa.

NANCEIROS.

1848-1849. 1849-1850. 1850-1851. 1851-1852. 1852-1853. 1853—1854. 1854-1855.

800 24400 2000 4390 560


600 800
930 8 3644 1018 11446 6990 2183
7371 3394. 8799 11443 21013 26767 30793
100 6! 22 4032 1876
1012>b 6 1 Slb 7111b
7. 4121b 8 21. 9 28 « iiieib 10 27.«
3 1b 2116. 3 23. 6 241b 2 3 4
11 180
17 7. 3
114 103 430 233 1123 1476
400 600 60
7246 1376 2804 7432 28 399 132
73 2 37 34 141
3400 3200 4000 1670 1600
3 97 281b 91 81b 33 36 6
60
142 549 1440 21
43 118 20 6 15
24 241b 42 23 91b 71141b 168 2 ib 399241b 15935 291b
573 1244 102
7
32 27
754
60
41
18900 2.4248 29040 23340 28299 43440 27406
12
827 310 1842
18
20 492 150
3 5
660
3

1000
80
349 1307 1995 3230 1947 233 617
464 876 1307 531 584 668 2136
108 16

613

1733 6420 1 1482 6735


C3
408 EMSAIO ESTATÍSTICO

Continuação

A.\.NOS Tl-

Eiiid.iJüS. 18Í7 isn—ItiW.

Moi;das mutiilicas
de cobre. . Para dentro do inip.
Olijcctus do costura dentro do « Possas.
OsSüS fora do « Airobas 2Ü00 3700 11)70
a dentro do n a 8
Ovos dentro do «
Palhasde carnaúba fora do (t Sumeros
a de •1 dentro do « a

Pannos de algodão dentro do i Varas


Peixesseccosesal-
gad. eni salmoura dentro do AiTubas 19
Queijos dentro do d 4 nfi’ PJlGí?
Quiiicjuilliarias. ... fora do a 34 5/r 9 10.
<í dentro do 22 lo «
« dentro do Pessas.
llapaduras fora do Arrobas. 40 281!’
d
dentro do 3i3 24ff 32 201? 109 12.
Papé dentro do Libras. 347 31 2üü
Piodos de algodão
para dormir fora do Números
Pedes do algodão
para dormir dentro do S 8
Pendas dentro do Varas.
Pcsinas divei'sas. fora do Arrobas
C <í
dentro do a G2Í'
Sabão foi'a do
« dentro do 118 .4Í(’
Sal dentro do Alfj.
Sebo .... denti o do Arrobas. 347 lüí? 794
Sementes dentro do Libras.
Sola. . . . fora do Meios. G()21 10797 5444
de.ntro do a 1210 10
Tabaco em pó. . , dentro do Libras,
Tai>oado fora do ünzias.
dentro do 5 0 20 22 V,
Tai'tarug:i bruta. . dentro do Liliras. 01
« em obra dentro do Pe.ssas. •.
Tljulês e telhas. . dentro do
'roueiiib.) dentro do • Arrobas. 24 43211? 20
Unlias de boi . . . fora do 300 50
Veias de carnaúba fora do K

(L dentro do K

/
DA. província do CEARÁ. 469

do mappa.

NANCEinoS.

1818-1810. 1810-1850. 1850-1851. 1851—1852. 1852-1853. 1853—1851. 1851-1855.

31 G 228 43 63
4200 810 930 2130 80 COO,

i930
2030
1000 4000
232 20

3 4 8
G
21521)? 187 3ÍP dC6 30i‘> 206 2'1‘ 136 24'>' 308 14 ib
189 22)?
7 9a 13 1.
119
10
268 374 22433 173 138
288 30

53 8í? 39030Í? 8il2i>' 33 20ii> SlGii*


13
452 99 272 309 32

50

22 3 4 17
900 1333 200 97
53
21 16
G4 21 IGí?
2O10Í?
13 20ff 14 22Í? 57 2. 66 24ib 44 Oib
50 56 770
16
1684 934 1018
352 614 2 a 877 24ÍP 1171 50
363 2530 2706 5481 10183
500 200
830 323 300 3803 120
480 932
848
15 3 1
35 Vi
27 ‘7.1 30 59 96

14
7320
7 2Cff
400 600 400
10
779 488 71b 675 587 10 ib
1523.Í? 233 CP 507 14^
!|
MCIflMl, HPflRTADOS PAU FORA 00 HlPERIfl, IS AlOS DE 1855 A1802.
1853—1836. 1836-1857. 1857—1838. 1858-1859. 1839—1860. 1860—1861. 1861—1862.

4 ■§ 4
s
Quantidade. Valor official. Quantidide. Valor ofBcial. Quantidade. Valor oIQcial. Quantidade. Valor official. ^ Quantidade. Valor ofiicial. Quantidade. Valor official. Quantidade. Valor official.
SS I 75
a 3
à
5 3 a s s

11 Afruanlutitu can. 180 1153000 can. 27,340 13:3493528 eau. 2 can. 13 6^300
2| AlgitOrui G3,643V4 336:7443140 @ 61,578 369:9583150 76,820 519:8653112 74,314 526:2033713 77,581 596:4853920 38,728 419:8105372 50785*/* 470:479^800
(3>
3 Aititiiacs vivo.s 3 63000 142 4:2063000
4 Asstic. iiiascavado. 32,589 59:3913320 §. 67,368’ 133:5973880 @ 160,301 323:2795179 @ 197,258 ' ’4b7:6Ò33243 Í47'd83.‘ 287:3833040 @ 95,972 193:d89’344Ó @ Í14472'/1 2lÍ;66Íf62Ó
51 Aves 60 603000 26 233200 40 403000
6 Catiello c clina... 40 1613760 @ 58 2443716 @ 28 1125371 15 623372 ■ ■ 'iúi ‘ 181372Ó 76 3033580 47 ’ 172^640
7 ralTé. < 8,771 36:8393800 124,945 59:2463191 c 39,216 200:2873515 56,430 288:3883900 44,146 237:6933680 147,939 940:876:3300
8 Ciira dl! eariiaúlia 5 303060 o- 1773593 184 1:2873860 78 623^740
9 ChifiTs 24.981 8193420 32,017 1:0273242 ' 31,‘l84 ‘ 1:2473502 24,900 9963000 26,973. 1:070.3920 37,140 1:6463280 1:3793700
10 r.üfiis suecos 100 43000 3 00 123000 3,170 1263800 1,288'. 513520 2,206 723000 3,600 10830Ü0
II Couros salíiiidos. 11.» 30.713 Í58:33Í530Õ n.» 24,739 188:60832<.:0 n° 23,986 208:4133441 21,731 144:9343229 20.970* 153:8593200 47,355 328:1443270 58,0-23 372:9485080
12‘Goinma elasíieu. . 3,732 14:4323140 701 2:3383840 1,214 4:0803128 768 3 :6005872 @ 1,783 16:6913340 4,598 46:5843680 @ 1,258 29:2633160
§ 403920
CliLaii 54 2053000 2 253929 8
1 li Madeiras divur.sas. 25.660 8:3133800 § 24,380 4,270 ' 1:7085Ó0Ò C 2,100 8403000 560 ‘ 123320Ó
15'íOlij. não especilic ■ 19 113400 18 73000 230U0 903475 303000 ’2.43Õ4Õ
16!()s.sos 1,380 1383000 500 503000 1,000 2003000 1,240
niUesinas c 10 203180
1,434 4:0363900 1:8473250
18 Sola m.°* 237 4743000 m.°' 497 1:0003000 420 1:3823628 5,790 ra .”‘ 7,730 825
19 Arroz cm casca.. alq alq. Y 33000
20 pilado @ 2'‘ 63400 3
21 Courossuccus 15 603714 163000 1543800
22iFar. dn mandioca. alq. 27* 193000 alq. 2 165000
23 Fruetos sazuiiados
e suecos n.» 100 35000 2,000 203000
24 Gi!r},'t:liiii @ 9 123414
25 Tamarindos 4 313200
26 ratajulja 5,608 2:0183871 @ 5,790 2:1603000 7,730: 3:0923000
27!l5olaxa u liiscontos 1
28 Carnes salpadas. 5, 153000
29! Uores diversos. .. libs. 84 423000 libs 140 563000 libs. 60 2430001
30 ICsteiras 673 1:153000 205 243600 200 243000
31 Feijão ■ alq. ,/* 163500
32 Mamona em grão. alq. 5 183743 í I

33 j Toucinho @ 2 173700
34!Selio 112 3373960
351Ta!;iJulia 3,608 2:0185871 @ 5,790 2:1603000 2,730 3:0925000 3,273 2:1443200 5,082 2:0323800
@
31)1 Vinho do cajú can.

37 Mel, melado ou me
laço 1133800
1.336:57 I?!648 1.2.3'i.;!l84326-i 2.0;i2:12:1.3810
Smiiiihi.. . . 6:i7;14,Wt.OO 7-26:003 3124 1,141:0863879 1,291:9323918
PAn.t oxdk:
Gram llretanlia 637:1.453.400 7-26:9033124 1,101:6003780 1,241:4523318 1,238:7163648 1,126:5453962 1,318::1823216
Fstadns-Cnidus 117:8533000 115:2713700
10:6803042
França, o suas ptisscs-
128:4383300 133:9323962
sòcs d^Auiurica 28:8003057 50:5003400
179;0743('67
63; 46238631
DA província do CEARÁ. 473

II.

■EiçorVação iívacvo->\a\, ou çarci os çotVos do Iruçtno.

Os diversos portos da província expèdem para os daquellas


qiie lhes licam próximas, especialmenle para Pernambuco,
grande parle dos productos; mas só lenho inforniaí‘ües
officiaes da exportação que se faz pelo da capital, que nestes
descle annos foi como consta dos seguintes mappas:

8i
474 ENSAIO, estatístico

HAPFA DO VALOR DOS GENEROS E HERCADORIASDE PRODDCÇÃO E HARDFACTERÃS NACIO-

ANNOS FI-

18Í3-1SÍ6 1846-1847 1847—1848 18ò-8-18o9

Aguardente. P.“ foradolnip.


«( « dent.do < 320:000 1,000:000 1,0.39:000 80:000
Alg.emrama « fora do « 33,981:873 12,631:623 70,131:721 131,160:310
(T ( <í I dent.do «
Anim. vivos. »fora do « S,'l30':Ó0Õ 6,488:000 ’ 6,473:000
« « « « deut.do í 1,246:000 100:000 544:000 40:000
Arroz com e. 0 fura do « 40:000 14,008:373
2 ( t « deut.do « 80:Ò0Õ 34:000 12:000
t pilado. 5 fora do a ' 676:94i
« I «dent.do « 344:000 820:000 289:920
Assucar. . « fora do « 44:640
» dent.do ■« 1,223:300 340:000 139:320
Aves. . . « fora do « 50:000 21:600
« deut. do «
Azeite de m « fora do «
a c c < dent. do « 60:000
Barris,barri-
cas c outros
cascos abat. «dent. do a

Batatas. . . . 5 fora do 2:000


( < dent. do «
5:360
Bolaxa. . . «dent. do 4:000 24:800
Cab. c clina « fora do <L
869:370 61:020
Caífé em gr « fora do C
913:675 1,403:873 261:700 11,446:470
a c ' c « dent. do c
4,364:000 1,013:200 1,674:000 5,887:840
Cal. « fora do
t « dent.do a
' 12:800
Calçado . . « fora do í
29:040
«dent. do a
254:000 1,667:000 2,196:000 ' 4i’«õ;OOÓ
Carníí secea «dent.do 3,942:400 23:100 74:000
Cascas med a fora do C
344:040 120:000 48:000 ' 32:000
d 1 dent. do €

Cèradecarn. s fora do d
97Í:93Ó 93:730 37:000 1,332:930
d C «deut. do c
4,808:000 136:140
I da terra « fora do C
6,673:000 190:123
i <í K 0 dent. do < 90:000 341:500 70:800 126:600
Ciiã. . . « fora do d

Cliapéos « fora do d

K «dent. du «
768:000 21:000
Cbarutes « dent.do a
30:000 311:400 42:000
Chifres. « fora do « 368:10(1 60:000 103:200 72:680
a « dent.do a 33:000
6omma. 66,703:390 26,790:933 iU3,92ü;93' lo4,8U6;070
DA província do CEARÁ. 475

NAES,EXFORT. PARA OENTRO E FORA DO IDIPERIO NOS DEZ ANNOS FINANC. DE 1845 A1855

í^ANCEIROS.

1849-1830 1830—1831 1851—1832 1832—1833 1833—1834 1834—1833

40:000
422:300 1,632:300 224:640 299:200
110,214:197 270,514:019 201,724:000 340,279:728 289,894:300 237,333:160
29:280 1,032:381
■ 6,162:lOÕ 7,774:000 5,464:000 11,822:000 3,380:000
231:000 40:000 662:000 1,914:000 924:000 1,202:340
137:079 1,876:400 546:000
477:440 443:000 97:920 1.290:240 163:000
88:323 298:287 414:570 588:900 67:200 232:780
602:880 266:220 607:000 4,828:912 1,868:000 386:872
1,898:737 1,689:998 8,678:444 18,133:373 34,493:19.3 32,003:060
11:400 773:900 129:000 472:300 283:281 60:000
203:360 63:840 189:280 618:200 112:009
4:000 173:610 7:960 12:800 373:700
3:323
16:000 633:300 334:300 1,184:000 33:000 44:200

31:000 49:000

800 2:360
190:100 72:000 110:230
33:740 44:210
3,176:480 1,516:4.30 23,909:698 9,808:340 4.344:.340
3,047:520 39,634:100 43,134:000 67,022:323 89,870:130 28,830:634
318:000
‘22:400 83:Ü0ü ‘ '38:400 ' ‘37:300
100:000
3,141:600 1,870:000 ‘2,463:000 3,94.i.()0Õ 12,628:000 1-4,409:000
342:720 211:200 1,111:040 3,436:20!) 3,042:000
H:2l»0 64:000
20:480 25:600
3,171:2.31 26:620
479:100 272:000 1,114:625 3,2.34:730 4,969:687

‘ 7:000 ‘10:240
137:000 240:000 10:000
6:000
433:000 138:000 ‘2,026:400 644:200
71:200 424:300 96:000 143:600 3:600
33:280 23:600 129:600 109:900 123:000 82J:000
70-000 60:700
126,697:139 133,931:868 1ü7,042:104 482,378:997 433:349:686 347,373:693
47G ENSAIO estatístico

Continuação

AXNUS FI-

1840—1846 1846-1847 1847—1848 1848—1849

Trmifijiorte. I .66,705:390 26,790:933 103,920:937 134,806:070


Cocos seccos P." fora do Imp. 60:000 118:300
a s I dent.do <

Cordas div. « dent.do 19:000


Couros prep « fora do C 163:400
C 1 « dent.do 1,233:200 71:000 148:800 190:000
« salga
dos e secco « fora do C 108,433:637 39,972:047 26,359:280 13,142:000
Couros salg
e seccos. I dent.do a 21,510:400 890:400
Doces div. t fura do c

<L « . d dent.do a
71:680
Drogas. . 0 dent.do c
3:000
Ervas medie « fora do a 70:400
t I • dent.do ( 96:000
Esteiras. . « dent.do a 144:300 22:800
Far. de man
dioca. . d fora do 156:480
Far.de man d dent.do d 2,788:000 22,588:000 3,923:000 7,246:000
Feijão . . d dent.do c 72:000 4:000 36:000 219:000
Fruetas. . d dent.do a
7:000
Fumo.. . d dent.do I ’Íbl6:ÒÓÓ 392:000 288:000 ”'l0:ÒÒÓ
Gengibre . d fora do S

Gommapolv d fora do C ”689:6ÒÓ 18:400


( t d dent.do C 36:000 12:000 22:000
<i elast d fora do a 904:033 1,812:840 124:180 49:300
■ Joiasdeour
e prata. . d dentdo 9 8,940:000
I.ã d fora do d

Licores. . d dentdo €

I.ivros impr d dentdo C

l.ouça de b d fora do d

« de « d dent.do c

Madeir. div d fora do C 3,042:000 6,696:000 4,296:000 3,864:000


« d fora do 1:600
c d fora do c 109:000 "'42:1ÒÓ 256:440 86:160
c d fora do c

< d dentdo c

c d dentdo c

c d dent.do c

í dentdo <

d dentdo C 5:000 10:000


Soinma 207,793:680 97,635:622 148,476:917 181,928:710
DA PROVIXCU DO CEARÁ. 477

do mappa.

XANCEIROS.

1849—18o0 18o0—1851 1851—1852 1852—1853 1853—1854 1854—1855

126,697:139 333,931:868 267,042:101 482,578:997 455,349:686 327,575:693


86:000 32:000 96:000 123:000 84:000
30:200 37:160 500
8:ÓüÕ 'Í4Í:000 40:000 43:900 11:400
324:000 211:200
2:560 728:800 ” 2Ó3:M() 2,289:200 1,398:000 5-21:400

11,398:560 20,950:888 31,920:296 68,750:800 114,971:300 131,466:7-20


256:00r 122:000 44:000 16,128:000 8,404:480
74:24! 30:080 10:000 * • J •• 36:700
22:400 55:400 46:080 11:520 58:880 69:400
40:960 183:000 61:800 54:400 2:000
18:100 288:000
532:000 86:400
21:000 54:000 25:300 112:500 147:600 •

256:000 480:000 120:000


1,008:640 2,804:000 7i452:000 56:000 798:000 304:000
5:000 74:000 136:000 705:000
‘Í7:000 32:000 20:000 9:900 8:000
763:500 584:000 210:000 214:500 30:000
114:460
489:000 1>172:000 3,123:100 118:600
72:000 210:800 80:000 30:720 41:250
126:000 75:840 214:312 454:875 1,998:746 108,8-22:040
3,932:400 8,219:920 1,020:000
11:580
'^s-òòò 19:200
754:000
19:200
1:640
5,517:600 7,140:560 5,933:200 7,783:000 4,605:400 6,951:000
25:400
55:200 249:720
7:200
4:800 137:440 30:000
18:006 40:000
103:600
2:500

149,889:759' 376,499:536 3:6,301:752 066,634:9821 7!)ó,90i:606 5c.ü.0jü:4-23


65
478 ENSAIO estatístico

Continuação

ANNOS FI-

1845—1846 1846 ■i 84711847—184811848 -1849


Transporte. 207,793:680 97,635:622 148,476:917 181,928:710
Medie. div. P.^dent-dolmp.
Mel < dent.do « 2U0:0ÕÓ 225:ÒÓÜ 18:000
249:600 538:400
Millio. . . . « fora do *
(C I dent. do « 174:000 '" 7Ò:ÕÒn 2,000:000 928:000
Mobilia. . . c deat. do «
Moedas met.
de prata. . « fora do « 1,180:800
Moedas met.
de prata. . * dent. do « 3,369:600
Moedas met.
de cobre. . « dent. do • 4,000:000
Obj. de cost. 5 dent do i
Ossos. . . . 5 fora do « Veb-òõó 296:000 157:600 336:000
a i dent.do « 640
•Ovos <L dent. do c
Pal.de carn. (t fora do i
( « a a dent.do a 10:000
Panos d’alg. c dent.do a
Peixe seccoe
salg. om sal
a dent. do « 59:600 19:200
moura . . .
29:000 396:000 971:200
Queijos . . a dent.do «
60:800 739:600
Quiníiuilh. . a fura do a 218:600
a dent. do a 143:800
« a dent.do a 5:400
Rapaduras . a fora do a 19:200
c dent. do a 220:000 14:000 112:400 9:600
< . «

Rapé. . . . c dent.do a 547:000 31:000 200:000


Redes d’alg.
para dormir a fora do «
Redes d’alg.
para dormir a dent.do « 40:000
Rendas. . . a dent. do a
Resinas div. a fura do « 30:720
a a dent. do t 43:200 81:920
Sabão. . . . a fora do a
a dent.do a 338:000 "'iòò-ciòò
Sai a dent.do a
Sebo . . . a dent.do a ■ 'ibssslõóò "1,126:400
667:200
Sementes. . a dent. do a
Sóla . . . . a fora do a "7,m8^ '2Í,500:Í6Õ ' 5.944:.32Õ 45Ò:ÕÕÒ
6‘jmma. 221,070:800 122,313:182 159,764:237 191,864;530
DA província do CEARÁ. m

do mappa.

NANCEinoS.

I 1849—1830 1830—1851 1831—1832 1832-1833 1853—1834 1834—1833

149,889:739 376,499:336 316,301:732 366,634:982 795,901:606 386,636:423


1,000:000
’ '32:000
'2,170:000 2,149:200 2,592:000 4,074:000 639:720 1,480:800
360:640 1,307:000 1,102:000 584:000 333:000 3,268:080
637:000 100:000

12,326:400 2,843:440 12,969:600


1,300:400
217:600 12:000 684:000 86:000 246:000
67:200 74:400 196:000 8:000 60:000

19:300
2:300
4:000
80:640 3:200

9:600 12:800 40:960


1,194:240 1,197:400 314:200 639:400 437:600 1,970:880
72:812 63:800
6:400
13:000 170:400 177:200 233:000 17:300 346:400

23:560 266:800 34:000 11:400 2:240


452:000 118:800 272:000 154:300 16:000

250:000

88:000 13:000 16:000 83:000


33:000 90:000 243:680 40:000 19:400
10:500 4:000
40:960
65:000
47:000 182:600 212:600 113:360
3:120 30:000 17:920 134:000
1,963:600 *2,808:800 3,114:100 3,367:180 3,733:000 2,036:000
. 8:000
200:000 680:000 _3^0i:280 4,600:400 8,774:400 19.330:000
157,336:819 399,076:036.330,849:3721394,333:122 811,333:338 616,118:583
480 ENSAIO estatístico

Continuação

AN.NOS FI-

1843—1846 1846-1847 1847—1848 1848-1849

Transporte. 221,970:800 122,313:182 139,764:237 191,864:350


Sola. . . . P."dont.doImp. 1,356:480 20:000 432:000
Tahc. em pó. a dent.do a

Taboado . . « fora do a

a . . » dent.do e 72:000 312:000 268:000


Tartaruga b. « dent.do a 610:000
em
nl)ra. . . . 1 dent.do «

TijoLetêlhas í dent.do a

Toucinho. . « dent.do «C 120:000 139:700 100:000


Unhas de boi d fora do a 48:000 8:000
Vélas de car
naúba. . - « fora do (C

Velas de car-
namba. . . « dent.do a
143:600
fora do o 171.848:860 9l,ò27:òii 134.318:8/1 i0ó,7 20:070
Somma. 1
• t dent.do « 31,618:420 31,443:34c 23,3.33:360 23,722:030
223.467:280 i22.972:8S-:
60.1.12:237 192,442:130
DA PROVIXCIA DO CEARÁ. 481

do mappa.

NA.Ni;iíll\l)S.

1849—18Ü0 I8Õ0-185I 1851—18S2 1852—1853 185.3-1854 1834—1855

157.536:819 399,076:036 330,849:372 394,533:122 811,.533:338 616,118:383


2,38U:Ü00 830:000 646:000 360:000 6,084:800 240:000
339:200
53:600 ’6Õ:d0ü ‘24:000 'l8:doÓ
117:000 180:000 236:000 384:u00

40:000 70:000
29:280
40:000
34:720 92:600 256:000

60:000

2,365:720 3,245:600 4,712:000 2,489:684 2,264:800 8,014:080


138.287:173 319,135:076 264,701:492 483,837:596 372,855:405 564,818:600
24.188-080 84,9(51:960 71,997:880 113,948:490 247,121:533 79,568:063
102,473:2o9 404,097:036 336,699:372 597,786:086 819,976:938 644,386:663

cs
MAPPA DOS GEIROS E HERCIUIORIAS DE PRODtCÇlO E HAIFACTBRA MaONAl, EXPORTADOS PARA DENTRO DO IMPÉRIO. NOS ANNOS DE lOSS A 1802.
1855—1856. 1856-1857. 1857-1858. 1858-1859. 1869-1860. 1860-1861. 1861-^862.
s

QiualMade. v.in. eiBoid. QnsthUds. VikrofficU. QuuUilids. Vilor oflicit]. Quantidade. Vabr ofltcial. Quantidade. Valer efficial. Quantidade. Valor officlal. QuantiMa. Valor offlclal.
Sm 1 a

1 Aguardente can. 2,621 1:310X500 can. 900 45(1X000 • a • • • • • • • •


• ••• • •

2 Algodão em flo.. ^ libs. 8 3X560 libs. 17 8^500 5 30X750 • •

3 Animaes vivos... 634 12:642X000 357 4:782^000 65 233X000 4 3SÒX000 3 460X000 1 100X000 3 300X000
4 Arroz em casca.. alq. alq. 7 10X000 alq. 2 5X000 alq. 94. 561X000 alq. 657’/. 3:208X500
S ' a pilado 495 937^740 82 165^635 324 1:188X00(1 § 1,400 6:236X083 763 * 635X850
6 Assucar branco.. 208 359X360 16 80X400 140 647X578
7 Batatas.. C 4 20X000 • • 1
8 Caffé c 18,789 78:881,^865 6,568 31:397X907 28,116 126:620X976 27,806 119:887^Í13 @ 53,111 278:564X150 44,474
9 Caibros..
348:397X378 39,467 235:652X300
.300 60X000
10 Caixas de pào... 26 26X000
11 Cal alq. 12 48X000 alq. 40 20X000
13 Caíçad. de homem
par. 3,253 1:790X500 par. 2,993 1:571X300 par, 5,992 3:131X400 par. 6,633 4:943X300 par 3,542 4:542X200 ptr. 1,221 650X500 par 127 101X600
13 Carnes ensacadas 5 50X000 2 21X680 907 4:760X260 11 1 lOXOOU 15 172X000 313 5:655X200 217 869X560
14 ( salg.esec. < 157V* 937X000 978 5:053X420
16 Cera de carnaúba C 2,690 16:207X199 C 617 '4:318X342 1,632 1Í:425X75Õ 1,841 13:107X063 4,196 27:81iX38Í 1,312 1Ó:788XÔ0Õ 3,615 20:400X700
16 Chapeos 150 750X000 24 96X000 48 144X000 34 400X000
17 Charutos •. 600 12X000 • • • • •••
• • • • • • I »
18 CÔC08 seccos— 300 *12XÓ0Õ 130 5X200
19 Couros preparad. 1,378 ‘ * 275X000 • •• 993 198X400 5,739 1:899X630 2.840 1:430X000 4,427 1:.570X040 7,375 1:676X000 1,514 285X450
20 < salgados.. 4,771 26:279X003 7,685 67:982X720 1,517 507X400 3,087 18:622X000 7,17.) 53:798X000 543 3:801X000
21 Doces diversos... libs 168 53X760 libs. 16 2X530 libs. 32 lOXOüO libs. 48 21X000 libs. 253 126X000 libs 280 112X000 libs. 613 34()XÍ0Ò
22 Drogas diversas.. vol 2 20X000 • • • • .4 7 2X240
23 Ervas medicinaes. 1 3X200
24 Esteiras 2,050 305X000 4,625 925X000 .... • ■
3„342 460X000 3,339 518X800
25 Par. de mandioca. alq. 18 54X000 alq. 521 989X2.50 alq. 535 1:931X200 alq. 750 4:425X600 alq. 1,036 6:390X000 alq 2,130 2:5:16X900 ‘alq 38 197X100
26 Feijão 70 210X000 c 131X630 C 24 133X000 ‘ » V4 35X750 63 82X000
27 Gommaelastica.. ?Vè 'mm •. • • •
^ •

28 ( polvilho.. altf 121 363X000 alq. 358 ’ 1:177X240 'aíq! 768 5:181X680 alq. 275 3;208XÓ8Ó alq! 126 Í:532XÒ0Ó alq. 1,007 1:784X68 i alq 744 imiim
29 /oias de ouro.... 184 1:040X000
30 c do prata... 12 6X000
31 Licores can. 104 104X960 can. 24 38X400
32 Medicamentos... cai\ 4X000 fr CO
200 200X000
33 Miiho alq 1,085 3:255X000 alq 1,329 2:Ó73XÕ0Õ alq. 253 888X650 alq. 4,052 17:371X750 alq. 683 2:976X300 alq 0,415 3:484X503
34 ftfobiliav peç 4 20X000 itee 9 200X000
3a QdJccI. de costura, 8 62X000
36 e não espec.''“* 4 12X800 930X000 .... 222X000 * 480XÓ0(')
37
—,Obr.de caldereiro 2 60^000
381 Ovos 48 960 100 um
39 Peixe secco..... 2 6^400 24X000 ....
40^Queijos libs. 459 142X360 libs. 9,509 2:783X840 libs 6,658 1:352X720 libs. 1,054 351X080 I b$ ,486 743X000 libs. 2,190 904X 400 libs. 955 301X520
41 Rapaduras 134 2X680 1,860 5;x200 900 30X000 .... 200 4X000 .... 100 2X0h0
421 Rapé libs. 1,955 Í:803XÔ0Ò libs. 4,050 3:643X000 libs. 2,900 2:540X000 libs. 785 743X000 libs. 1GU 160X000 .... libs 300 300X000
43;Redes de dormir. -6 36X000 10 lüÜXOOO •...
44.Rendas v.“ 50 'l6X()0Ó v. 512 166X000 • • 19 133XOOÕl
451 Roupa feita p- 254 616X000 900 1:800X000 408 8I6S000 * 720X000 i.’!! P 35
46 Sabão... libs 1,700 170X000 lO.s 9,920 992X000 iL 3,740 375X200 1,416 7:032X500 ® 1.707 8:706X437 906 3:542X080 1,057 ‘ *5:905X690
47 Sebo 1,181*/, 4:720X000 3,420 16:021X875 2,586 12:670X12,5 f 1,416 7:082X300 « ,707 8:706X437 1.754 6:209X012 c 4,005 13:379X020
48 Sola in." 4,002 10:004X000 in.'* 2,865 5:730X000 in “• 124 6:476X000 ni.“' 1,498 8:308X000 in.“* 9,:;8l 32:619X50(1 lib.v 14,953 3:738X750 ... 15,373 3:843X230>
19! Toucinho 4 16X000 8 40X000
•O Velas do carnaúba 384 3:073X7.50 c 685 5:841X532 c 353 4:244X250 libs. 4,072 Í:752XÕ0Õ íibs l,IGI ’ 398X000 íib.s. 6,484 2:3'S8XÍ6Ò íibs. 8,591 ã:.*73X40<)
61 Xaropesdefructos gar. 2 2X000
52 Azeite de marriona can. 932 1:944X520
33 Cêra preta d'abe-
lha 5 30X800 • V

54 Livros impressos. 333 138X000


55 Madeira diversa.. rolo 8 3X200 rol. 88 212X000
56 Melaçü can. 4 2X040 ean. 438 128X200 can. 136 33X600
57 Pentes de chifre. 8 3X200
58 Alg. em pluma... 5 30X750 @ 46 323XÍ0Ó 693 4:983X575
59 23 235X520
Banha ou unto..
60 Fumo IV» * *16X250 < 31 150X000
61 Maihona ou car-
rapato alq. 468*/, 2:342X750 alq. 165 935X250 alq. 24 82X000
62 Sal c 28 40X000
. . .1 197:813X716 211:942X235 443:281X516 300:125X114 296:771X280
Somma 165:450X854 149:545X416

PARA onde:

56:661X487 55:778X775 102:174X215 113:686X1.36 103:592X500


Pará 70:961X470 ; 20:968X505
• •

87:049X293 75:781X9X7 149:032X558 112:292X412 99:681X280


Maranhão 55:187X197 ; 43:284X416 19:442X560
1:011X680 72IX7C0 1:766X750 6:292X386 13:234X220
Piauhy 16:871X492 4:854X495 4:443X560
387X2011 i 2:333X565 1:510X860 6:276X150
Rio Gr.*do Norte. 1:780X268 1:355X400 2:129X940
lüOXÜOÜ 540X000 344X000
Paíihyba 1:99.5X000 36:149X660
69:449X030 25:436X-i56 59:634X233 136:700X628 40:697X151
Pernambuco 24:537X122
180X000 540X000 240X000
Alagoas.
19:448X000 7:215X500 *22:(Í6ÍX339 ' 9:80(jx(Í0Ò 3Ò:47'6X86d
Bahia 9:447X120 5:923X470 854X920
6:927X820 5:144X840 7:768X630 4:205X300
Rio de Janeiro... 3:939X065 4:324X680
197:813X716 211:942X233 443:281X516 300:125X114 296:771X280
Total 165:450X854 149:545X416
DA PROmXIA DO CEARÁ. 485

2.

■Rtsumo la wij)ov\a(;ão “çata \ÓTa, & Io Imçtno le miíca-


ionas t qtntws do ^volucção çTOxvwcial ^úVa çoVa a\\aTv4t^rlO.
ia oaçWal.

ANNOS. Para fora do Império. Para portos do Imp. TOTAL.

!l84S-t846 170:430^800 31:6183120 222:46W920


Í184Í)—1847. 91:327^54-2 31:411:8340 122:938^88-2
'1847—1848 134:5182!877 25:753,15360 160:272^237
1848—1849 166:622iS070 23:7-23.^080 129:243,^130
il849—18S0. 138:287^170 24:188^080 162:473,^259
18d0—18ol. 318:133^076 84:96M9C0 404:097^036
1851—185-2 264:701^492 71:997,8880 336:699^372
I1832-I8Õ3. 486:339^576 H3:948|i490 600:288,^066
: 1853—1834 47-2:833í;403 147;121:í34-2 619:976:8947
1854-1833. 564:813;5300 79;306^06;) 644:381,53631
i185S-1836. 637:143M00 163:490:8854 8Ü-2:o96;í234
1856-1837. 7-26:903,3124 149:543;í;416 876:448.í340'
11837—1858. 1,141:086,8879 197:813^716 1,338:900:8393
1838-1839. 1,291:9323918 211:942^233 1,503:8955133
;18S9—1860 1,336:3713648 443:28M316 1,799:853^164.
1860—1861. 1,234:9843262 300:1-25^1114 1.333:109,5376
11861-1862. . 2,021:2783330 296:77111280 2.318:0495810
Somma 11,238:1363269 -2,4-21:260^046 13,639:416,0313
Medio de 17,in.' . 142:427^061 803:493^076

3.

Tmiuo moivo ia exçoxlação aivwwdVVovivaia ■çov qriv-rttYMtumos.

Quinquennios. Export. paia fora. Export. para denlro. TOTAL,

1845-1830. 140:3591891 31:718^800 172:078,3691


1830—1833. 42l:36Sáí410 99:519:8183 521:0843393
1833—1860. 1,003:148,^300 233:606^747 1,236:7333047
I Biennio.
1860—1861. 1,638:13U396 298:448^197 1,930:379339.3

Desffe quadro se vê que no segundo período o augmealo


sobre o primeiro foi de 202 por %; o do terceiro sobre o
486 EXSAIO estatístico

segundo de 136 por ®/o, e do quarto sobre o terceiro de 55


por »/o: em desesete annos a exportação sextuplicou! Isto é
prova cabal do desenvolvimento considerável da agricultura
nestes últimos annos.

4.

Ka falta de dados officiqes sobre a exportação por cabota


gem dos demais portos da provliicia para outras do Império,
prevaleço-me de informações particulares que não garanto.
Alem da exportação maritima deproduclosprovinciaes, faz-se
também por terra em grande escala de gados parq o consu
mo dasprovinçiasde Pernambuco eParahyba, ede sal, caffé,
assiiçar&c, para as províncias limitrophes. Este commercio
é bastante extenso e considerável; mas fallam-me dados para
calcula-lo.

5.

'RtsuTOO ia exçovlação pnswmxvA ii Voàa a ipvovvwda.

Procedência. Para fora do Império Por cabotagem. TOTAL.

Forlalesa.. 2,000:000^000 300:0005000 2,300:0005000


Aracaty — 1,300:000^000 1,.300:0í;0500(í
Granja 200:000^000 200:(l0!>5000
.Araracú .. 300:000ií000 300:00050tiÜ
iluniJaliú . ? ? ^
Int( riár-ga»
dus,&c... 300:0005000 .^0:0005000
4,000:(1005000

6.

Dos mappas vê-se quê o nossu commercio directo ê quasi


exclusivamente com a Inglaterra, e o de cabotagem pela ma-
xima parte com Pernambuco e Maranhão.
DA PROTINCIA DO CEARÁ. 487

ARTIGO 3.”

COMMERCIO INTERNO PROVINCIAL.

1.

As praças marilimas são as importadoras donde sahem


para o intérior as mercadorias que recebem; mas cada uma
estende suas tranzações á certos limites conhecidos. Eis os
municípios que commercialmcnte dependem de cada praça im
portadora:
Praças. Municípios dependentes.
Fortalesa... Fortalesa, Aquiraz, Cascavel, Maranguape, Ba-
turilé, Ganindé, Quixeramobim, Maria Perei
ra, Inhamura, Imperatriz, S. Francisco.
Aracat% Aracaly, Russas, Icó, Pereiro, Lavras, Telha,
S. Matheus, Saboeiro, Caxoeira, Grato, Bar-
balha. Jardim, Milagres.
Sobral Sobral, SancfAnna, Acaracú, Sancta Quitbe-
ria, Ipú, Tamboril, e Príncipe Imperial (do
Piauhy).
Granja. Granja, Viçosa e Piracuruca (do Piauhy).

Segundo o inquérito ofHcial procedido em 1860 sobre o


movimento commercial pela estrada deBaturilé e Maranguape,
verificou-se que esses logares importavam, e exportavam o
seguinte:
Importação,
Ârrobas. Valof. Frete.
Locares.
Pacatuba (pov. de Marang.* 23,968 75;030í;000 4;962i5300
Maranguape 30,000 240:000^000 4:8005000 '
Acarape(doBaturité) . . 4,200 20:6665000 3845000
33,920 360:0005000 20:3325000
91,088 695:7165666 30:4985500
61
488 ENSAIO estatístico

Exportação.
Logares. Arrobas. V.ilor. Frcic.
Pacatuba. 177,112 320:210^000 31:8804160
Maranguape . . . 170,375 432:6104000 30:328^000
Acarape 92,773 161:029.4300 37:1104000
Baturité. 100,000 476:0004000 60:0004000

340,262 1,412:8494300 159:3184160

To\a\ ia vmçovlação, e. iiçorVaíjão desses ifoiAos.

Importação. . . . 91,088 693:7164666 30:498,4300


Exportação . . . . 540,232 1,412:8494300 139:3184160

631,340 1,108:5664166 189:8164060

3.

A conducção dos generos da terra, e das mercadori.is es


trangeiras é feita para o interior, e vice versa, em costas' de
animaes, e em carros pesados, regulando cada arroba termo
medio 40 rs. por legoa.
DA província do CEARÁ. 489

TITULO IV.

DA NAVEGAÇÃO.

i.

Vi\a\tv\a.\ ■mcinVvmo»

ComprchenJia o ra alerial perleiieenle á marinha ra ercanie


da pnjvincia alé marco de 18(>l Irese pequeiuis navios de
caliolagieni cuni 557 toneladas, e 48 menores do tralico dos
portos com 231, e G05 de pescaria, como se verá do mappa
seguinte:
'Mappa itmoTvslvaVvvo ias cmViaYtações cahotaqim, Vra^xco Aos
povVos í ptsca piv\tvvcM\\ts a esla promada.
TRAFICO DOS
CABOTAGEM. PESCA.
PORTO?.

i
EMBARCAÇÕES.
c
I
■5 O o
3
=
s o
o p
X
±1 E-

Pa tachos 1 131
Hyatos 4 271
Cuteis. . 4 98
Lanchão de coberta. . 2 If
Barcaças 2 3(1
Alvarengas 3 S4
Lanchas 1 10
Canòas de cohcrta. . . 15 90
Baleeiras 7 78
Botes 1
Catraios l 1
Canoas 123
Jangadas. 20 17.4
Somma. 13 00/ .18 2;!2 -2981
490 EXSAIO estatístico

2.

PmoaV manVvmo.
A capitania do porto dividiu em 18 estações maritimas a
costa da provincia e netlas matriculou 1,129 indivíduos em-
pregados na navegação de toda a especie, e pescaria, como
do mappa seguinte se conhecerá:
■NoVa itmousU-atwa lo» vwàWvAuos tmçvtgttios wi Vouoo tuvso,
«abotagim, tm^\co iòs çbvVos t nos, uvaçtsca, os oviats íovaiw
TOaiTituVaaos m caçVtama 4o povVo.

lO

1 s
n
I
*r.

i.* Barra da Timonha. . . 18


« do Camossim . . 6á
3.' « do Acaracú. . . 39
4.* Mundahú. . . • . .. . . 2G
S.* Frexeiras 10
6.* Parasinho 48
7.* Pecem 28
8.* Barra, dcí Ceará. . . . 9
9.* Capital do Ceará. . . . 20«
10.» Mocuripe . . . 80
11.=
107
12.*
63
13.“ Pirangi 70
14.* Aracaty .’ 63
13.* Canoa Quebrada. . . . 62
16.* Retiro. .
13
17.* Cajuazes 4
18.* Moçoró.
Avulsos Emprega dos nas navegações de longo curso!
de cabotagem «tc 219
Total
l,l2a

Brancos. 173
Naciomes. índios. . 31
Pardos. . 808
^Pretos. . 47
Estrangeiros.... BranCúS . 28
Pardos .
Escravos
í Pretos. .
11
9
Total.
1,129
DA província do CEARÁ. 491

3.

ÍS.ovvTWt.wVo wanVvmo.

Do iwirlo da Fortalesa, dnnde somente lenho dados com


pletos, Idi 0 movimento maritimo dosannos de 1845 a 1802:
Lofiijo curso. Cntmtngem. É
S A
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Ânnos.
tfi
1 •0 3
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o *3
§ ã I t 1-i ll |l
18ÍO-46 II 2389 131 48 7337 311 59; 974(5; 61-2
I84C-47 13 3246 159 33 3900 391 46 9146Í 330
1847-48 12 3121 153 13 1327 139 25 4448| 292
184S—49 10 2342 110 15 1337 1.52 23 4079! 268
1849-30 13 3347 176 26 2316 224 39'i 3803; 400
1830—31 16 4226 227 27 3128 272 43! 73341 499
1831—52 13 3770 166 30 2831 271 43' 60011 437
1832—33 23 0398 295 169 3444 845 182 11842 1140
1833—34 17 .3612 209 172 3397 791 189 112C9 lOGO
1834—35 16 4864 197 150 ,3007 634 106 8471 851
1833—56 20 0679 242 148 5922 746 108 12601 988
1830-37 13 4923 179 138 10688 1087 192; 13613'1266
18.57—38 23 8106 296 213 53608 3887 236; 61774'418:;
1838-39 20 8471 313 341; 71219 48.57
027i8 4342
1839—60 25 8938 311 343 70833 4109 336; 79583 4420
1860-61 23 6324 233 220 03123 43611 243! 71449 4796
1861-62 30 9030 343 203 02853 4601 2331 71903 4944
Son,maT...!3Í7t.922()8 3708.2184 415932Í27.5H.5,2.506 .507140 3i-iü3
M.d(2l7 !T8“3424 218' 128 29882! 10221 151 3.5306 1840

Convem observar que neste mappa não entraram ate 1852 os vapores da—com
panhia brasileira—nem as pequenas euibarcaçôus que navegara uiilre os portos da
província.
■l.

^l«v!u\\t.\\\o çuT (^\ú«i^\ve,n\úos.

o
u
H
03 Nav. de longo curso Medio annual. Navegação de cabot Medio annual. Total.

Quinquennios.
in
U
Navios. Toneladas. Navios. Toneladas. Navios. Toneladas. Navios. Toneladas. Navios. Tonclad.
o

t/>

U)
1845-1830 59 2,9G9 12 594 135 18,437 27 3,087 194 21,506
1850-1855 85 24,870 17 4,974 538 20,007 107 4,121 023 45,477
1855—1800 106 33,599 21 0,720 1,037 241,010 207 .48,322 1,143 575,209
1800—1802 53 15,371 20 7,087 538 127,978 209 03,980 591 142,352
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Francuzas.
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Dinamarq.

Ilollanilcsas.

10 ADomàüS.

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00IXSI1VIS3 OlVSHa m
DA PROVmCIA DO CEARÁ. 495

t.

çoit\o laYovVaUia uos auivos ài a \860,sequivJio a caçUaula do çov\o.


SAHIDOS PARA PORTOS NACKJNAES. P.” P. ESTR.
ú TniPULAçÃO.
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O. a a' ca o E- E-‘ ■ la ca

66 7 4 ;57. 25 37 39 5 ■230.56,516 4,300 288


78 1 1 5 <49 21 36 39 2;]0 60,986 4,040 426 1 153 U
83 l 5 108 82 IM 66 356 71,433 4,699 499
■2-27 2 8 14 314 128 .74 144 5 816 188,995 13,039 1113 i 153 11

76 Vj, rU 3'/, 104 42 23 Jf 17, 272 62,MF W46 371 V2 51

dtWí saWiTamROs awRos.-.le V8S8 o,- \860 r.om dt.sVgixRção dt suiis çtostdtxx-
RoWdodts.

3.

PAK.A PORTOS N.\CIONAES. NACIONALIDADES.

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C&. t I 5

1 4 352 14 3 7
1 1 4 1,079 46 1 10 1 1 I
1 1 143 6 2 12 1 1 1
1 2 1 li 1.574 66 li 29 1 1 1 i I I I

08.'
496 ENSAIO estatístico

sr.o

íilaçça àas tmbavcaçõt» wvmauUs.esItaivqtvTas, qu4 mlTOiam ivo ipOT\o iVs\a


jvoMàMxms, üLwVi-

ENTRADOS DE PORTOS ESTRANGEIROS. SAHIDOS PARA POR-

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ANNOS. 2
£ 1
s §
S. •S. 3 bfi 1 ti

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o
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■> .a. '1 Â' 1

1838 1 11 l 13 3,817 139 4 15 2 1 1

1839 1 9 3- 15 3,960 175 1 15 4 3

1860 7 1 ' 8 2.616 109 II 8 2 I


Total ile 3 ans. 2 27 ...■ 3 ' 3 1 36 10,393 443 1 4 41 14 6 2

Medio de 3 <nns. 9 .... 1 1 : Va 12 3,463 137 % 1 13 4^|2 %

■j ,
DA PROVINCU DO CEARÁ. 497
3.

cVdaie, i itWe, saUltam wos aiAuos ii tSbS a 1860 com dcsV^uação dt suas
•fto t nacvonalVdadcs.

TOS ESTKANOEIHOS NACIONALIDADE DAS EMBARCAÇÕES.


Francez. Inglei. Portug. Sardos. Holiand.' Aineríc. Dínam. iotal.

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2S 8,015, 310 1 4 12 18 1 13 23

-23 6,534 286 1 M 23 2 1 1 1 15 24

00 6.433 268 7 18 1 1 1 8 22
. . 70 21,082 861 2 6 30 50 2 2 . . 1 2 1 1 36 69

. . -23 7.027 288 V, ^10 19 % V 4/


'3
12 23
a.
498 ENSAIO ESTA-TOTICO'

ÍHaççaào» mmo» tuVraào* ivo çotVo la ãilaae.


1843—1846.

Procedência. Nacionalidade.
o,.
S’ •3-
§

Bahia Inglez
Esíados Sardos.. Sardo
Americanos 1 160 11
Estadosrünidos..
França Francezes
Grã-Bretanha... Inglezes 5 1,538 62
Portuguez 1; Í47 12
Maranhão
o Brazileiro
z
o Pernambuco.....

Portugal.
í Francezes
Inglez
Brazileiros.. 2 308 26
Poríuguezes
Possessões francezas. na
America Francezes 2 236 20
Rio Grande.do Norte Inglezes..
Rio de Janeiro...... Inglezes..
H! 2.3801 131

2 30"
Bahia
Maranhão 17 2,313
Pará
a Parahyba.
Pernambuco 20 2,789
£- .2
Portos da província
Rio Grande do Norte &
O
Rio de Janeiro 7
Santa Catharina 2 424
48 7.3.Õ7 i

\
DA província do CEARÍ. 499

àa Tovlaltia ros ía \SSiS a A.8b0.

1846-1847. 1847—1848. 1848—1849. 1849—1830.

S E

2 ■3 Q< .1-
O
.s *3 .2 03 '3
•? 3 fi
§ § o* ã o s-
t- á Cd S- Cd

1 146 8 2 •643 40
1 131 13
6 1,839 76 7 2,109 93 8 2,333 101 8 2,369 100

3 636 31
1 378 14
1 134 12
1 138 9 1 63 /

2 486 28 3 4967, 37 3 635 36

13 3.246 159 12i 3,121 133 10 i 2,342 116 13 3.547 176

4 7047* 56 5 6687, 63 3 4487* 39 4 . 578 50

9 1,2237* 106 5 510 56 10 10247, 103 10 1,143 88


8 1,0337, 84 3 149 20 2 637 10 10 10 4 19 67
1 9 2 178 19
11 2,937 ” 136

3315.9007, 391 13 1327=^/, 139 15 1537V 10 152 26; 2.310 '224

es
500 ENSAIO estatístico

'Maçça Aos naxivos enlvalos \\o ijioirVo A« áAoAe.

1830—18Ò1.

PROCEDÊNCIA. NACIONALIDADE.
?c
f

■?

Bahia Tnglez
E.stados Sardos. Sardo
Estados-ünidos. Americanos 1 S30 40
França Francczes 1 138 10
Grã-ÍSretanlia.. Inglozes 10 2,817 12G
O
Maranhão Portugnez
«Si Brazileiro
Pernambuco, Francezes
.Inglez
Brazileiros 1 204 13
Portugal
PortugQCzes
Possessões francezas na
America Francezes 3 317 29
Rio Grande do Norte Inglezes
Rio do Janeiro Inglezes
16 4,2-i6! 227

Bahia
Maranhão 7 1,0G2V. 81
Pará 1 111 9
Parahyba
2
Pernainhuco 11 1,44874 117
I Portos da província.. 8 307 63
Rio Grande do Norte. n

Rio de Janeiro..
Santa Catharina
27 3.1“2874 272
DA província do CEARÁ, 501

ia ÇortdVwa i\os auwos àt \%SO a

Í8S1—1832. 1852—1833. 1833—1834. 1834—1835.

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1 53G 16
1 103 7
2 280 13 2 38Ü 17
1 244 12 3 723 36 2 281 2.5
8 2,813 108 11 3,102 136 6 1,933 78 4 1,391 31

1 712 14

2 897 33 2 828 20 4 1,131 oo


1 243 i2
1 378 21 2 334 ■o-i

3 474 30 6 1,097 74 1 138 10


1 489 13 1 420 14
1 324 11 2 1,018 27
13 3.771) 166 23 6,:!!I8 293 17 5.612 209 16 4.864 197

5 907 74 6 1,032 86 12 l,006Vs 146 4 290 26


3 333 33 2 222 22 1 111 II 3 333 29
1 103 10 1 27 4
10 1,306 104 14 1,659 133 12 1,333 91 14 1.207'/.. 102
12 28 3 60 145 2,362 387 140 2,498 319 128 1,740 .492
1 44 7 6 112 20 1 18 o

30 2.831 271 16. .^,441 843 172 3.397'/,


's 791 i59|3,0^=/., Jl/il
502 ENSAIO estatístico

^kçça ios ^\aüos tu\Todos t\o çotIo Ia ãàaiUt Ia ¥oY\a\«a uos

i835—1830.

PROCEDEKCIA. BANDEIEAS.

O
5

i s
c*

Liverpool . Ingleza. . 10 3,333 12


ríavre. . . Franceza. 1 2ii 13
.Vew-York. Americana. . i 243 8
Pensacola. 1 181 8
.C
Liisbòa. .. Portugueza. .
Caycnna. . Americana. .
«O

O
Liverpool . Hamburgueza
CA
Xew-Casíle ingleza. . . .
Anvers . . Hüllandeza. ,.
Terra-Nova Ingleza. . . .
[nglaterra. Ingleza. . . .
Ingleza. ... 7 2,474 90
Diversos portos com escala Franceza. . .
Sarda . . . .
pelos do Império , . .
•JAmericana. .
(Dinaraarqueza
-Açores .]Portugueza. .
20 6,679 242

.VIaranbão 9 818 70
Pará 1 111 7
Pernambuco. 13 2,582 173
Portos do interior 123 2,411 496
Assü £
«
Rio Grande do Norte
Rio de Janeiro S
n
O Portos do norte
Ditos do sul ..
Portos nacionaes eprovlnciaes
t48 5,92-2 746
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ. !503

ciAftos ^vmtvcúvos It ■V?.ÕSa\Sb6—ISoTa iS58—\S59aÍS60.

1836-1837. 1837—1838. 1838—1839. 1839-1860.

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9 3,348 123 10 3,630 123 10 3,683 133


1 244 12 1 10

1 237 13 1 279 12
1 247 11
1 110 8
1 90 8
1 164 8
1 203 10

2 896 31 7 3,112 96 9 3,477 120 1


1 444 19 2 389 26 2
1 263 10 4237 176

1 284 17
1
1 1
13 4.923 179 8,106 296 23 8.471 315 3 4,257 176

8 897V, 63 4 433 35 12 1,431 190


4 733 46 1 133 9
17 4,8I5*A 368 30 7,201 346 34 8,162 590
109 4,220 608 123 7,864’/! 938 136 7,628 916
7 332V4 43 4 96 18
1 12 4
1 143 10
23 18,298 1,112 23 22,077 1,278
24 19,362 1,179 24 23,181 1,342
343 70,633 3,140
138 10,038»/, 1087 213 33,668 3,8871 234 62,748 4,343 343 70.633 3.140

6.

A sabida desses navios é com pouca differença para os


mesmos portos d’onde procedem.
504 ENSAIO estatístico

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o
Tripulação.
o

8.

Tros companhias nacionaes de vapores visitam regular


mente os nossos portos: uma somente da còrte, (a depaque-,
les brasileiros) e as outras duas, uma de Pernambuco, e ou-
Ira do Maranhão.
A de Pernambuco duas vezes por mez os portos do Ara-
caly, Fortaleza, Acaracú, e Granja.
DA província do ceará. õ05

A de Maranhão uma vez por mez a Amarração, Granja,


Acaracú, Mundalm, e. Forlaleza. Eslas duas são puramente
mercanles, o subvencionadas pelo governo geral e o provin-
ciai: a dc.paquetes da corte, e que loca nas capilaes, daBa-
liia para 0 norte até o Pará, é exclusivamenle destinado
a servir de correio marítimo, e c largamente subvencionada
e.vcliisivamcnle pelo Estado.
9.

Dos portos do Aracaty, Acaracú, Mundahú, Granja, e


Amarração o movimento dos 4 últimos aunos foi o seguinte.
Aracaty. Ãcuracá\\Miaulaliú.\\(iranj'j

.4imos. i ^ o o
3 3
9
.2 3
C =1 II
a n .;s 3 .2 a es .2 3
=•
o > O 'CS I! >
> o

27 34 9 91
1858 22 8
20 17
1859 22 63 13 36 31 17 24
1860 24 56 11 43 27 2 7 8 17 1 4 26 1
1861 48 56 26 2 21 30 116 1215 l27| 1 24

20 S2 1 5 79 2 56
Toiai... 116 175 39 76 128 83 323
506 ENSAIO -ESTATÍSTICO

TITULO V.

DA ADJIFMSTRAÇÃO PIBLICA.

CAPITULO I.

Do governo civil.

1.

A província do Ceará governa-se actualmeníe pelas mes


mas leis geraes, que Iodas as demais que formam o vasto
império brasileiro.
Quanto, porem, á historia tem passado por quatro formas
dillerentes de administrações legitimas, que são:

2.

I—Dos capitães mores, e governadores dependentes da anti


ga capitania; desde sua colonisação em 1611 por Martim Soa
res Moreno, seu primeiro capitão-mor, até 1799, quando
foi separada, e erecta em capitania independente. Até então
seus capitães mores, que depois se chamaram governadores,
porque ao governo civil reuniam o militar do forte da As-
DA província do CEARA, 507

sumpção, eram sobordinadas aos capilães generaes da capi


tania geral de Pernambuco. 1

'Lisia dos capitães-raores conhecidos até a independencia


da capitania do Ceará em 1799.
1 Matim Soares Moreno posse 1612
2 Estevão de Campos, interinamente 1613
3 Manuel de Britto Freire 1614
4 Martini Soares Moreno 1629
5 Domingos da Veiga 1631
6 Antonio Barbosa
7 Barthülomeu de Britto, até fins de 1637
8 Francisco Pereira da Cunha 1641
9 Diogo Coelho d’Albuquerque 1643
10 André Rodrigues
11 João Tavares d’Almeida
1-2 Jorge Corrêa da Silva
13 Sebastião de Sâ 1680
14 Bento de Macedo de Faria
13 João de Mello de Gusmão
16 Pedro Lelui , : . . . . 1697
17 Francisco Gil Ribeiro 1700
18 Jorge de Barros Leite 1703
19 João da Motta, 27 de setembro 1704
20 Gabriel da Silva Lago 1703
21 Francisco Duarte de Vasconcellos, 23 de agosto 1710
22 Plácido de Azevedo Falcão, 8 de outubro. . . 1713
23 Manoel da Fonceca Jaime, 30 de agosto . . . 1713
24 Salvador Alves da Silva, 1 de novembro. . . 1718
23 Manoel Francez,11 de novembro 1721
26 João Baptista Furtado 1728
27 Leonel de Abreu Lima, 13 de -fevereiro. . . 1731
28 Domingos Simões Jordão, 11 de março. . . 1733
29 Francisco Ximenes d’Aragão, setembro. . . 1739
30 João de Teive Barros, 2 de fevereiro. . . . 1743
31 Francisco da Costa, 17 de agosto 1746
32 Pedro de Moraes Magalhães, 19 de outubro. . 1748
33 Luiz Quaresma Dourado,18 de agosto. . . . 1731
34 Francisco Xavier de Miranda Albuquerque, 22
de abril 1733
33 João Balthasar Quesedo Homem de Magalhães,
11 de janeiro 17.39
36 Antonio José Victoriano Borges da Fonceca, 23
de abril 176o
37 João Baptista d’Azevedo Coutinho Montauri, 11
de maio 1782
38 Luiz da Motta Fêo e Torres, 9 de novembro. . 1789
70
508 ENSAIO estatístico

-3.

II. Em virluüe da earta regia de 24. de jaiiciro.íie 1709 foi


separada a capilaiiiu do Ceará com um governador indepen
dente, e uma junta de fazenda, também independente da de
Pernambuco, ecujo presidente era o governador. Este gover
no durou desde 1799 até 1822 com a installação das juntas
governativas.'
III. Em virtude da constituição portuguesaíjurada em 1821
mandaram crear uma junta provisória-composta de um pre-
sidenle, um secretario,fC mais 5 membros eleitos sob-a pre
sidência da camara da Fortalesa pelos eleitores da paroebia
das duas comarcas. ®

‘ Governadores independentes de^Pernambuco (cart. reg. de


47 de janeiro de.1799).
:!9 Bernardo Manoel de Vasconcellos, 28 de setembro. 1799
41) João Carlos Augusto de Oeynhausen (depois mar-
i|uez d’.Aracaty) 17 de novembro 180.8
41 luiiz Barba Allardo de Menezes, 21 de junho . . 18Ü8
42 CíielTe de esquadra Manoel Ignacio de .Sampaio e
Piua, 19 do maio 1812
48 Krancisco Alberto Rubim, 13 de julho. . . . . 1820
’ Juntas oovebnativas.
Governo provisorio em 3 de novembro de iS2l.
Eleito pelo povo e camara em consequência de um movimen
to de tropa armada que depoz o governador Rubim, e pedio a
instalarão da junta como na Bahia.
.Sargento-inór Francisco Xavier Torres,
(.luvitior Dr. Adriano José Leal.
Antônio José Moreira.
Ji.isé .Antonio Machado.
Slariano Gomes da Silva.
Marcos Antoiiio de Brãcio.
Lourenço da Costa Dourado.
Henrique José Leal.
2." Governo provisorio em Í7 de fevereiro de 1832.
Eleito pelos eleitores da parochia em virtude do decreto da
constituinte de Lisboa de 27 de setembro de 1821.
Ouvidor José Raimundo Passos de Porbem Barbosa.
DA. PROVIhXIA DO CEARÁ, 509

A esta junta competia toda a authoridade e jurisdicção na


parte civil, economica, administrativa e policial, em confor
midade das leis; e eram-llie conseguintemenle subordinados
todos os magistrados e authoridades, excepto no que perten
cesse ao poder, contencioso e judiciário. Ella devia fiscalisar
0 procedimento dos magistrados e empregados civis, e podia
suspendel-os de seus empregos, quando commetlessera abu
sos de jurisdicção, mandando formarrihes culpa, e dando de
tudo conta ao governo do reino. Pelo mesmo decreto se esta-
beleceo. um governador,de armas da provincia, independente
da junta,,e som.ente. responsável ãs cortes e ao governo do

Padre Francisco Gonçalves-Ferreira Magalhães..


Mariano Gomes-da Sílva..
José de Agrella Jardim.
José de Castro e Silva,.
3 o governo temporário em 25'ãe janeiro dc 1S25:
José Pereira FelgueiraSi.
Padre José:Joaquim Xavier Sobreira.
Padre Antonio Manoel de Sousa.
Jioaquim Felicio Pinto de Almeida e Castro.
Fi'ancisco Fernandes Vieira.
íy governo proi-isorio a ide marro de 1823.
Francisco Pinheiro Landim.
Tristão Gonçalves d'Alencar Araripe.
Padre Vicente José Pereira.
Joaquim Felicio Pinto de Almeida e Castro.
Miguel Antonio da Rocha Lima.
Presidente por carta imperial.
1;“ coronel Pedro José da Costa Barros, 13 d’abril de 1824.
Governo^ revolucionário.
Presidente Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, 26 de abril
de 182-4.
Presidente José Felix d'Azevedo e Sá, outubro de 1824.
Presidência provisória nomeada pelo almirante Lord Coh rane.
José Felix,.dc Azevedo c Sá, 18 de outubro de 1824.
510 ENSAIO estatístico

reino, o qual se deveria dirigir pelo regulamento de i.» de


jullio de 1678. Quanto á fazenda, continuava a ser adminis
trada, como d’antes, com j alteração porem de que o presi
dente da juuta de fazenda seria o seu membro mais antigo.

5.

IV. Depois da independencia do Brasil da metropole, foi


creada a administração provincial pela lei de 20 de outubro de
1823 com um presidente de nomeação imperial, e um conse
lho chamado de governo, com ura secretario tainbem de no
meação imperial. I

1
Presidentes effectivos por carta imperial.
1 Pedro José da Costa Barros, 17 de desembro, posse 1824
2 José Felix d'Azevedo e Sá, 13 de janeiro. . . « 1825
3 Autonio Saltes Jlunes Belfort, 4 de fevereiro . 18-26
4 Marechal Manoel Joaquim Pereira da Silva, 6
de abril 1829
5 José Mariano d’Albuquerque Cavalcante, 8 de
dezembro 1831
6 Tenente-coronel Ignacio Correia de Vasconcel-
lüs, 26 de novembro 1833
7 Senador José Martiniano de Alencar,6 de outubro 1834
8 Manoel Felizardo de Souza e Melio, 16 de de
zembro. 1837
9 Dr. João Anlonio de Miranda, 13 de fevereiro . 1839
10 Dr. Francisco de Sousa' Martins,3 de fevereiro 1810
ll Senador José Martiniano d'Alencar,20 de outu-
hro 1840
12 Brigadeiro José Joaquim Coelho,9 de maio . 1841
13 Brigadeiro José Maria ;la Silva Bitencourt,2 de
abril 1843
14 Tenente-coronel Ignacio Corrêa de Vasconcel-
los, 4 de desembro 1844
13 Dr. Casimiro Jusó de Moraes Sarmento, 14 de
novembro 1847
16 Dr. FaustoAugustod’Aguiar,13 de maio. . . 1848
17 Dr. Ignacio Francisco Silveira da Motta, 19 de
novembro 1830
18 Dr. Joaquim Marcos dé Almeida Rego,6 de ju-
Uiü 1831
DA província do CEARÁ. 511

0 conselho era de 6 membros eleitos por eleitores, como


os deputados, e r-eunia-se em sessão ordinaria por dous rae-
zes, e devia assistir ao presidente nos negocios mais impor
tantes da administração. A força armada dei.® e 2.» linha era
commandada por um commandante militar.

6.

Era 1824, com a nova constituição do império, foram crea-


dos os conselhos geraes de provincia, que modificaram o gover
no provincial. Estes conselhos tinham por principal objecto
propor, discutir e deliberar, sobre os negocios mais impor
tantes das suas provincias, formando projectos accomraoda-
dos ás suas localidades e urgências, salvo se versassem: 1.®
sobre interesses geraes da nação; 2.® sobre quaesquer ajustes
de umas com outras provincias; 3.® sobre imposições;4.® so
bre execução das leis, devendo porém a este respeito dirigir
representações motivadas á assembléa geral,e ao poder execu
tivo conjuntamente. Suas resoluções deviain ser remeltidas ao
poder executivo.

7.

Com a reforma da constituição,(12 de agosto de 1834) in-


troduzio-se segunda modificação geral do governo dasprovin-

19 Dr. Joaquim Vilella de Castro Tavares, 28 de


Abril 1833
20 Padre Vicente Pires da Mota, 20 de fevereiro. « 1834
21 Dr. Francisco Xavier Paes Barreto, 13 de outu
bro 1833
22 Dr. João Silveira de Souza, 27 de julho . . i 1837
23 Dr. Antonio Marcellino Nunes Gonçalves, outu
bro r 1839
24 Dr.Manoel Antonio Duarte d’Azevedo,6 de maio < 1861
NB. Não incluimos aqui os vice-presidentes que servem in-
terinamente, nos impedimentos,e ausências dos presidentes.
512 ENSAIO ESTATÍSTICO'

cias, creando-se assembléas legislativas provinciacs em legar


düs conselhos geraes. S.uas.aUribuições são: propor,discutir,
e deliberar sobre,todos,os.negocios relativos.á provincia, le
gislar sobre sua divisão «vil, judiciaria e ecclesiastica; ins-.
trucçâo publica,,não comprebendendo asacaderoias.juridicas
ede medicina, e quaesquer outros estabelecimentos que para
0 futuro se crearem por lei geral; sobre a disapropriagão por
utilidade provincial e.iQ.unicipal; sobre a fixafão da receita e
despesa provincial e municipal.Imposição,arrecadação, e íls-
calisação das rendas pro.vinciaes e municipaes; creação e su
pressão de empregos provinciaes e naunicipaes, seus orde
nados, obras publicas, estradas e, navegação no. interior de
cada provincia, casas de prisão e correcção, soccorros e hos-
pilaes, conventos;,sobre os casos eforma porquepodia opre-
sidenle nomear, suspender e demittir-os-empregados provin
ciacs; fixar a Ibrça provincial destinada à sua policia, aulíio-
risar empréstimos provinciaes e municipaes; promover con-
juiitamcnte como governo geral eassembfâ geral a organisa-
ção da eslatislica da provincia; o estábelecimenlo-de colonias,,
catliechese deiudios; decidir acerca dú prosegnimento do pro
cesso em virtude do spiq! for pronunciado o.presidente da pro
vincia, e se elle deve ou não sér suspenso; decretar a suspen
são e demissão dos magistrados, contra quem bouver queixa
de responsabilidade; suspender as garantias conslitucionaes
nos casos e forma marcados na constituição, velar sobre a
mesma constituição, e representar âtassembléa,geral e gover
no imperial sobre as leis das outfas províncias que offendereiií
os seus direitos..

8.

A os presidentes de provincia compete sanccionarou negar


saneção aos decretos da assembléa provincial,convocar,adiar,
prorogar as sessões da mesma assembléa; executar as leis pro-
DiA PROVÍNCIA DO CEARÁ, 513

vincíaes e suspender a sua publicação nos casos legaes: exe


cutar, e fazer execülaras leis gcraes, e oràens do governo im
perial; inspeccionar todas as repartições, 3ar posse aos em
pregados públicos, conceder-lheslicenças, e suspendel-os por
crime de responsabilidade; decidirÁempdrariamenle os coii-
flictos de jurisdição; communicar ao governo geral todos os
embaraços que encontrar na execução 'das léis,e acontecimen
tos notáveis; compete-lhes máis fazer executar a pena de mor
te, que 0 jury decretar, aos escravos nos casos da lei de 10 de
junhodel835.
Pela lei de fi de maio de 1840 foi interpretada a reforma
constitucional (actoaddicional), e explicadas algumas de suas
disposições-no sentido restrictivo.

9.

Pelo acto addicionál a asseiribléa provincial compunha-se


de 28 membros, eleitos de 2 em 2 annos pelos eleitores de
parochia, em collegios determinados.
Pelo décreto de 20 de agostode 1856,que dividio a provín
cia em circules eleiloraes, eada um dos8 circiilos elegia um
deputado geral e quatro provinciaes.
Pelo decreto de 5 Üe setembro de l'860Toram esses circules
redusidos a-3 districtos,-sendo ol.®e 2.® de 3 deputados ge-
raese 12 provinciaes, e o '3.® de 2 geraese 8 provinciaes.
(Veja-se Parte Primeira, titulo V, cap. 5,.pag. 222 a 225.)

10.

Os deputados geraes e provinciaes são eleitos por eleitores


de parochia em collegios designados; os eleitores são eleitos
em assembléas parochiaes pelos cidadãos volantes na rasão de
30 votantes por 1 eleitor, segundo as leis de 19 de agosto de
1846, 6-5 de setembro de 1860.,
514 ENSAIO estatístico

H.

Só podem volar.ou ser volantes os qualificados, e relaciona


dos ii’uma lisla previamente organisada; e nella só podem ser
contemplados os maiores de 25 annos, salvo os militares, clé
rigos, bacharéis e casados que podem ser de 21 annos,lendo,
porem, de renda liquida 200^000 rs. annuaes.
12

Podem ser eleitores os votantes que tenham 400/000 rs. de


renda liquida aunual.
13.

Podem ser eleitos deputados os que podem ser eleitores,


que professem a religião do estado, e tenham de renda liqui
da 800/000 rs.

14.

Podem ser senadores os que estiverem nos mesmos casos,


e tenham mais de 40 annos de idade, e o duplo da renda
d’aquellos.
15.

SiMilana 4o qovtnvo.

Areparlifão central da província compõe-se do presidente,


e secretario, por nomeação imperial, e mais 11 empregados da
secretaria de nomeação do^presidente.(yeya-SQ Parte Primei
ra, titulo V, cap. 1, art. 2.®)

16.

ÇóVltva.

A policia faz parte da administração, porem forma uma re


partição separada, e composta de um cheffe, magistrado no-
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ, 515

meado pelo governo imperial, uma secrelaria, delegados e


subdelegadoscmloda a província. Foicreada pela lei de 3 de
dezembro de 1841,ereguramenlo de 31’de janeiro de 1842
em que se acbam marcadas suas altribuigões..

* Quadro dos cheffes de policia e/feetwos e interinos desta pro--


vinda, com declaração do tempo em. que entraram em escerci-^
cio até esta data,em ordem,chronoloqicai.
EFKECTIVOS.

Bacharel Miguel Fernandes.Vieira, 14 de dezembro. . 18i3


João Fernandes Barros-, 14 de agosto . . . 1844
Miguel Joaquim Ayresdo Nascimento, 7 de no
vembro 1816
Francisco Domingues da Silva, Jiã de fevereiro 1858
Antonio José Mácliado,15 de março. . 1833
Herculano Antonio Pereira da Cunha, 28 de ja
neiro 1836
Aliilio .losé Tavares da Silva, 10 de j.Tneiro ! 1857
Antonio de Briltú Sousa Gaiosu, 21 de novem
bro . .. 28.)9
d-
Francisco de Farias Lemos, 6 de junho. .' . 1861.
ISTERINOS.

«.
Miguel'Fernandes Vieira, 8 de dezembro . . 1841
1’edr.o Pereira da Silva Guimarães, 8 de abril.. 1842
C- Antonio Gonçalves .Marlins, 12 de maio. . . 1842
a
.Migiud Fewiaiides Vieira, 23 de junho . . . 1842
José VUdra Rodrâgues-de Carvalho e Silva,6 de
outubro- 1812.
Miguel Fernandes Vieira, dezembro. .' .’ . 1842
S Jo.sé Vieira. Rodrigues;de Carvalho e Silva, ja
neiro 1843.
Raimundo Jo.^é'de Lima, 7 de maio. . . . i84i
Pedro Pereina da Silva Guimarães, 21 de maio 1841.
a.
José Vieira Rodrigues de Carvalho e Silva, 13 de
junho 184 4:
(
Antonio Henriques de Miranda,.qíb de junho ! 1844
«
Joaquim José da Cruz Seceo, 8 de abril e o dó
.setembrD 184.3
Manoel Soares da Silva, Bezerra, 9 de dezem
bro . 1843
« José Vieira Rodrigues de Carvalho e Silva, 13
de dezembro
c,
Antonio Henriques de Miranda, 15 de abril. .’ 1816',
71.
510 ENSAIO estatístico

i7.

Âjndawlt dl ovdm.

Como dependencia da administração está tambcm a secre-


iaria de detalhe, que consta de um official ajudante de ordens,

Luiz Rodrigues Samieo,! de julho. 1846


Bacharel Anconio Henriques de Miranda, 6 de setembro 1846
Joaquim Mendes da Cruz Guimarães, 19 de abril . . 1847
Bacharel Tristão d’Alencar Araripe, 24 de abril. . . 1847
« José Vieira Rodrigues de Carvalho e Sil^a, 12
de abril. .• 1848
Joaquim Mendes da Cruz Guimarães, 11 de setembro . 1818
Bacharel Antonio José Machado, 13 de setembro. . . 1848
« José Vieira Rodrigues de Carvalho e Silva 21
de setembro 1848
« Miguel Fernandes Vieira, 24 de outubro . • 1848
« Antonio José Machado, S de dezembro. . . 1848
« -O mesmo, 8 do novembro . . . . . . 1849
» Gunçalo da Silva Porto, 20 de novembro . . 1849
« Luiz Vieira da Costa Salgado Perdigão, 12 de
junho 1850
José Mar a Eustaquio Vieira, 26 de agosto . . . . 18o0
Luiz Rodrigues Sainico, 27 de agosto 1830
José Maria Eustaquio Vieira, 7 de Maio . . . . . 1831
Bacharel Doiningos José Nogueira Jaguaribe,16 dejunho 1831
O mesmo,12 de Junho 1832
C Miguel Fernandes Vieira, 18 de março. . . 1833
C
Francisco Rodrigues Sette, 31 de março . . 1833
C Vicente .Alexandre de Paula Pessôa,26 e 24 de
abril. . 1854
C André Bastos de Oliveira, 24 de abril . . . 1854
C Vicente Alves de Paula Pessoa, 12 de abril. . 1833
« Domingos José Nogueira Jaguaribe, 26 de abril 1833
Viceute Alves de Paula Pessoa, U de julho . 1833
a Raymundo Ferreira d’Araújo Lima,16 de outu
bro • . 1835
C
O mesmo. 1 de janeiro. 1836
Vicente Alexandre dc Paula Pessôa, 9 de maio 1836
< Francisco Gonçalves da Rocha, 8 de julho. . 1836
« Miguel Joaquim Ayres do Nascimento, IS de
janeiro ' 1858
« O mesmo,6 do agosto . 1838
C O mesmo > . . . . 1839 ,
« O mesmo 1861
DA província do ceará. SI

com um amanuense, por onde o presidente da provincia ex


pede as ordens militares.

18.

Outvas TtçttvVvçõts aàmvRVsVvftVv\:a&.

A administração postal,, ou do correio, as fiscaes (Ihesou-


taria geral, e provincial, alfandega, collectcirias), e obras pu
blicas, formam outras tantas repartições distinclas, subordi
nadas á administração provincial. (Veja-se Parte Primeira,
íit.. V, cap. 2.®, arts. 4..» e 6.“).

CAPITULO II..

Do governo niuníeiiinl.

1.

Aos antigos conselhos substituiram em todas as cidades


e villas as caraaras municipaes em virtude do arligu 107 da.
constituição do império. Eorapete-lhes o respectivo governo
economico e municipal.

2.

A sua lei organica dol.“de outubro de 1828 niarcou-üies


as altribuições. As camaras das cidades cornpõom-se ile O
membros,, e as das villas de 7, alem do secretario de cada
uma d’ellas.
Corapõem-se mais de: 1 procurador, que devo procurar e
arrecadar as rendas e muletas liesliiiadas ás despezas do nui-
nicipio; 1 porteiro, et ou mais liscaes, guardas e zeladores,
ttomeados pelas respectivas camaras.
518 EXSAIO estatístico

As camaras são eleilas de 4 em 4 annos.mo dia 7 de sefcm-


bro, era :todas as parochias dos respectivos termos; e podem
ser membros dellas todos quantos podem ser eleitores de pa-
rochia,tendo porem ‘2 annos pelo meuos de domicilio no termo.
Tem voto na eleição de camaras os qne tem voto na eleição
de eleitores, conforme determinam osarts. 91 e 92 da cons
tituição do império e lei de 19 de agosto de 1846. A primeira
camara eleita em virtude da constituição foi a 7 de setembro
■de 1829. fVeja-se.Porle Primeira, üt. V> cap. II, art..2.<>,
i)agina 233).

CAPITULO m.

Bo governo ecelesiastieo.

1,

Esta provincia fazia parte do bispado dePemambuco, e foi


•elevada a bispado independente por lei de 10 de agosto de
1853, confirmada pela Bulla—Pro anhnarum salute do SS.
Pio IX, deSjuliio de 1854, e inaugurado á 16 de junho d’estc
aiino (1861) por procuração do bispo^ao governador do bis
pado concgo Antonio Pinto de Mendonça. Seu primeiro bispo
é 0 exm.» d. Luiz Antonio dos Santos, que chegou no dia 26
de novembro de 1861, e tomou posse a 29.
2.

Os limites do bispado são os mesmos da provincia, e sua


divisão actual é de 34 parochias. (Parte Primeira, tit. V,
cap. IV, pag. 282).

3.

O governo do bispado compõe-se'de um bispo, deumprovi-


sor, e Yi|[ario geral residentes na capital. Oprovisor é encar-
D\ -P-aOVIXCIA DO CEAR.Í. 519

Tegnilo dos negocios ecclesiaslicos qiic respeilani ao (òio da


consciência, e o vigário geral ao contencioso ecclesiaslico.

i.

Com a creação do bispado lem de eslabelccer-so a cathedral


com um cabido que deve compòr-se de 3 dignidades, 8 cone-
gos, -t beneficiados (Veja-se Parte Primeira, til. V,cap. IV).

5.

As obrigações do cabido são recitar as horas canônicas, e


cantar as missas convenluaes pro populo et bencfectorihiis.
Em sede vacante, na falta de vigário capitular, era confor
midade do coHsilio tridentino, administra a jurisdição ordiná
ria em toda a diocese nos casos nâoprohibidos pordireilo.
Quanto aos empregados da sé já d’elles tractamos na Parte
Primeira, til. V, cap. IV,da pag.278 em deante.

6.

Para expedição dos negocios ecclesiaslicos ha uma camara


ecclesiaslica, de que é secretario um clérigo secular pago pele
bispo e demissivel ad nutum.
520 ENSAIO estatístico.

TITULO VI.

DAS FIXAXÇAS.

As finanças dizem respeito á arrecadação da receüa piilili-


ra, sua atiminisiração, fiscalisação, e destribuição pelos dilíe-
reiiles ramos do seniço publico. Elias são portanto segundo.
3 ordem dos serviços:
]Geraes,
11 Provinciaes,
IJIMunicipaes.

CAPITULO r.

Dnsfinaaças geraes..

ARTIGO 1.0

DAS ESTAÇÕES FISCAES.

1.

As estações fiscaes são a thesouraria de fazenda, aalfandega


da cidade da Fortalesa, mesas de rendas do Aracaty, Acaracú
e Granja, e collectorias, por onde se arrecadam os impostos
geraes,. competindo somente á thesouraria a administração,
DA província do CEARÁ, 521

fiscalisação e destribuição (Veja-se Parte Primeira, til. V,


-cap. il.).
2.

Ov^auisação.
Xão se encoDlra dala da antiga provedoria de fazenda, •
q:ie fuiiccionou alé setembro de 1799, quando no ■l.'>il’ou-
tiibro desse anno foi substituída pela junta de fazenda, creada
por carta regia de 24 de janeiro do mesmo anno, e compos
ta de um presidente, que era o governador da capitania, niu
escrivão deputado ,um fiscal, thesoHreiro e mais empregados.‘
3.

A THEsotTRARiADE FASENDA.—Porlei de 4 de outiibro de


1831 loi a antiga junta stibsliluida pelatlmsouraria, instalada
a 8 de julho do 1823, e composta de um inspectorcomoclief-
fe da repartição, tüesoureiro, contador, procurador liscal e
amanuenses.- Esta orguhisação foi alterada pelos decretos de

■ Os escrivães deputados da antiga junta foram Francisco


Bento Mana Targmi (depois visconde de San'Lourenpo, e the-
soureiro gera l do real erário); foi o fundador da junta", e tomou
posse no t.» d'outubro de 1799.
Marcos Aritouio Bricio, posse a 3 de julho . . 1812
Francisco Miguel Pereira, posse a 3 de maio. . . . 1823
Antonio de Castro Vianna, posse a 27 de abril . . 18-24
Francisco Miguel Pereira Ibiapina, (pelo governo da re
publica) posse a 6 de maio 1824
José Antonio dos Santos e Silva, posse a 30 do maio’. ’. 1831
* Inspectores pela ima organuamo.
Joaquim Ignacio da Gosta Miranda, posse a 23 de outubro 1833
João Baptista de Gastro Silva, (iiiterinaiuente) posse a 2 de
outubro 1838
Joaquim Xavier Garcia d'Almeida,' po*sse’ 6 de marco ! 1839
Francisco Emigdio Soares da Camara, posse a 16 de'no
vembro 1840
Manoel José d’Albuquerque, posse a 3 de fevereiro ! ! 1842
Joao Baptista de Castro Silva, posse a 4 de julho. . . 18.34
José Francisco do .Moura, posse a 27 de outubro. 1836
João Séverianno Pubeiro, posse 1839
522 ÉNSAIO estatístico
20 de outubro de 1850, 22de,novembro del85t, por ultimo
Ji^^alada, segundo a nova reforma, aos 29 de dezembro do
1 . Quanto ao seu pessoal actual e despesa, veja-se na Par
le Primeira,tit. V, cap. E^pag. 24,4.

4.
A lhesouraria Je.fazenda é quem recolhe das estações ar-
locadadoras 0 producto dos impostos,toma contas,.eadminis-
ira e faz as despczas ordenadas..

5:,

Alkaxdega.-(Só lia uma, a da capital da província) arre


cada os impostos de importação e exportação, tanto chama
dos de consumo, como internos..(Yeia-sePar/eft.b„.,>«, tit,
\cap. Il,,pag.. 244).
6.,

As 3IEZAS DE RExnAs.—Estabelecidas nas cidades do Ara-


caly e Granja, e villa do Acaracií, arrecadam aão só as rendas.
JiUernas, como os direitos-doimportação(expediente) de mer-
cadonas despachadas em alguma- alfandega, e levad is com
carta de guia para esses portos, eas despachà.ias para outras
províncias. (Veja-se Parle. Primeira tit". V,,. cap. Il,'|iag.,
2:í0).

7.

As coLLECTOfirAs.—Estabelacidas i
^Milas do interior, arrecadam, todüsemos impostos
todas as cidades e-
internos.
('e|a-sepag,246>.

8;

EstAÇÃOlDO.SELLO e CORREIO.—Esta repartição.arrccada o


«nposto especial do sello fixo e proporcional, na capital, e os-
DA PROVINaA DO CEARÁ, 52.3

sellos e portes de cartas cm toda a provineia, e o dizimo de


cliancellaria. (Veia-se Parte Primeira, lil. V, cap. 11, pag.
246).
9.

Orcanisação daalfandega.—Foi creada pyclo alvará de 24


dcjiinho de 1810, einslallada no l.° de julho de 1812, sendo
os juizes de fôra juizes d’ella. Por decreto de 20 de selemhro
de. 1824 foram reorganisadas as alfandogas do Império, eeti-
ISo esta passou a ler nova organisação.' Por dccrelu de
22 de junho de 1836 foram reformadas.*
10.

Correio publico.—Foi como estação fiscal crcado em


181.2,’e organisada, e reformada em 1829 e em 1844 siia
administração.. Seu administrador é também thesoureiro do

t Itiizes ã’'alfandeqa.
Dr José da Cruz Ferreira, posse 13 de setembro. . . 1811
Dr- Manoel Joaquimd’Atljuqiierque, posse a Io de setem-
bro 1814
Dr. Adriano José Leal, po.^se a-2 do dezembro. . . 1819
Dr. Joaquim Marcellino de Brito, posse a 18 do junho. 1823
Dr. Manoel José d'Arauío Franco, posse a 27 de agosto . 1823
Dr. Joaquim Vieira da Silva e Souza,posse a 21 d'abril. 1828
Dr. Manoel José Cardo.so Junior, posse a 1 de março. . 183-2
* Inspeclores pela nora organisarão.
M.anoel do Nascimento Castro e Silva,(não tomou posse).
Manoel Mendes Pereira,(interinamente) posse a 23 de setem
bro de 183Õ,
Inspectores depois da reforma.
Manoel do Nascimento Castro Silva, posse a 3 de junho. 18.37
João Baptista de Castro Silva, posse;16 de maio. . . 1839
Manoel do Nascimento Castro Silva, (reintegrado)
(i . .
João Baptista de Castro Silva, posse a 1 de junho . . 184-2
José Gervasio d'Amorim Garcia, posse a 30 de junho. . 1483.
Luiz Vieira da CostaDelgado Perdigão,posse a 13 de julho 1852
*■ Veja-se Parte Primeira, tit. V, cap. II, pag.' 2i6.
72
524 EXSAIO estatístico

sello, que arrecada erecolhe á lhesouraria, assim como os por


tes de carias,impressos e mais papéis, que transitam por esta
repartigão, e a dizima da chancellaria.

ARTIGO 3.0

DAS RENDAS GERAES.

1.

A renda do Estado apresenta em cada paiz um epitome da


sua riqueza, porque é d’esta que emana aquella.

A receita geral compõe-se das rendas geraes, que consistem


era contribuições annualmeiUe votadas pela assembléa geral,
e na renda ou arrendamento dos bens nacionaes arrecadados
pela:
Thesodraria geral.—(Leis de ide outubro de tSil e 22
de novembro de 1851),
Alfandega.—(Regulamento de 22 de junho de 1836),
Mesas de rexd^vs.—(Reg. de 30 de maio de 1836 e 22 de
junho),
CoLLECTORiAs.—(Rog de 16 de novembro de 1835).
Estação do sello e correio.

3.

Esta arrecadação é eíTectuada, ou iàmediatamente á bôcca


do coíTre, quando os contribuintes entram para a thesouraria
com o importe das contribuições, a que são obrigados, ou por
administração, quando essa entrada se verifica por meio dos
encarregados^, como são as raezas de rendas e collectorias,
ou
finalmente pór meio de contractos, quando a arrecadação é .
feita por meio de contractadores, ou arrematantes, que se
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ, 5-25

olirigam a fazer boa à fazenda nacional ceilasomma, pela ini-


porlancia annual de uma ou mais conlribuiçõcs, de cuja co
brança se encarregam.

4.

As contribuições são ou directas ou indirectas: directas as


que são estabelecidas para serem lançadas earrecadadas di-
reçtamente sobre as pessoas, suas propriedades, profissões, c
empregos de qualquer ordem; indirectas as que, sem depen-
deucia de lançamento ou arrolamento nominal, recaliem so
bro generos e mercadorias de consumo, c vem por conse
guinte aser indirectamente pagas pelos contribuintes, ou con-
su midores. Umas e outras assentam sobre a propriedade, pro
fissões, empregos, transacções, successõcs, o consumo.
5.

ftviailTO da vtaUa (paV da tWsoa-tavva da¥a^twda do Ctavi wos txtvcitios di 184T a \86‘i(VS auaos).

Excrciciüí. Importação. Dcspaciio marilimo Exporta;ão. Interior. Extraordinário. TOTAL.

o
u 1847-1818 57:4025178 2:46.5^004 10:531117.35 26:9374166 524689 97:448^772
1848—1849 56:3,544556 2:7204699 12:0724108 27:6094037 88646.56 99:649^056
1849—18.50 43:0334312 2:8994404 16:1944157 34:5074974 4844826 97:119^1073
<
f- 1850—1851 127:.S294233 4:9794256 36:6134395 37:0644203 2:03511467 208:02145.53
C/3
U 1851—1852 111:74.34573 2:0,544841 21:1104277 38:24141 fi l 2:7884785 175:9384657
O 18.52-18.53 221:8054910 1:3764400 33:6434269 53:2144458 5:5754802 315:6754845
18.53—18,54 157:3124708 6794550 23:1074628 37:5124829 3:2134305 221:8264110
18.54-18.55 260:7174537 6874000 27:6544995 52:2324683 2:0364323 343:3484538
185,; 18.56 287:5974219 1:6384645 31:1884839 46:4474826 9:0294737 376:8024266
1856-18.57 273:8514771 1:6104900 44:0194688 49:0444231 5:8154798 374:3424.388
18,57—1858 324:2024157 2:240,51232 79:3574292 54:1424029 3:9534995 463:8934705
1858-18.59 264:2014907 1:4994427 90:0014648 75:5144628 9:7994447 441:0774057
18.59—I.S60 260:4424377 2:4965900 67:4094181 04:6714260 9:2074728 434:2874435
1860-1861 300:8.304855 1:1214850 71:8744038 90:3764401 1:7094063 475:0024297
1861—1862 350:4784645 1:.370431.5 142:.30847.33 1 I():.3834760 .3:8085287 610:6094762
Ünmwade IS 3.097;/ÍH44034 ■áOiS 16442;! 7()7;l)7740(),5 807:0994^3 (i:!:.'.2.Sán"it8 V3t:!».So4l34
to
CM Ulcdií) de /.5 imiHiü. . . 206:4984930 1;!)874761 47:1384467 55;80.5S:íI7 4:23.5518:1 31,5:6654676
lO
D\ província do ceará. 527

6.

Por quinqucnníos. Medio annoal.

1847 à 1852 . . 677:777/890 135:555/578


1852 á 1857 . . 1,631:993/147 326:399/029
1857 á 1862 . . 2,424:562/312 484:912/462
No segundo período o augmento sobre o primeiro foi de
148 %. No terceiro sobre o segundo foi de48 X, e sobre o pri
meiro de 25$ %.
Eml5annos a renda quasiqualroplicou. Segundo o termo
medio do ultimo período cada individuo contribue, termo me
dio, com 970 rs. para a renda geral.

ARTIGOS-

DA RENDA GERAL PELAS REPARTIÇÕES ARRECAD.ADORAS.

I.

Pt\a VWtsottmna liTttVamtwU.

i.

Com quanto esta repartição não lenha por fim airecadar,


ou cobrar immediatamenle as contribuições, mas receber o
arrecadado pelas outras, fiscalisar, e despender; com tudo
por conveniência do serviço também arrecada directaniente
alguns impostos, como da tabella seguinte severâ:
528 ENSAIO ESTATÍSTICO

2.

TaVuWa ik vcctUa «vvicadiuU dvvfc.Ui-

?
AKTIfiOS DE RENDA. 18oS—1856 1856-1857 1857—1858

Interior.

Da typographia nacional 705000 505000


Dos proprios nacionacs 415640 6355152 37450.57
3 Siza do.s bens de raiz 3:4925315 1875155 5235671
Fôros de terrenos marinhos...
5 Direitos novos e velhos e de ch! 2:0045220
6
2:27256.53 3:02ÍÍÍ44
Dizima da cbanchelaria 1365750 295791 ■46536:;
7 -Multas por infracções de regul. 195.419 9650.38 1:1515.369
Sello de papel fixo' 1:7695973 151584-2 2845165
9 I « » proporcional 8855265 2985365 5355730
10 Emolumentos da Fazenda 3215600 2445800 4085000
11 Impostos sobre lojase escriptorio 3:0935-200 3035422 47458-23
12 c t prêmio de loteria.
43 Taxa de escravo.s..
44 Cobrança da divida activa
5465000. 106526.3 ' '9145469
1:198592.3 2:4 0|;H4 1:37.35096
Somma. 1.3:5095309 7:.3485575 9:1605487
Extraordinário.
45 Indemnisações
166^748 1:1545418 1:0005098
16 Juros dos capitaes nacionacs ..
715897 1:3505884
■47 Reposições, e restituições
1:0515420
18 Venda de proprios nacionaes..
85000 2:6825764
19 Receita eventual 5:2405301 1:7785799 1:042546.3
Somma. 6:4665669 ! 5:68758^ 3:3935447

Depositas.
20 Depositos diversos... 9245951
21 Bens de defuntos e ausentes... 33011423
Soimna 3305423 9-2459.31
Operações de ct'edito.
22 Empréstimo do cofre de orphãos 9035890 3703560 1:1405397
Somma total 21:2-285091 13:4113013 14;6I95.Í82
BA PROVIXCIA DO CEARÁ. 529

TOtu\t çíAa IVtsoMTuüa dt Fa-.ie\\da.

1838—1839 1839-1860 1860—1861 1861—1862 Total ilc7Jiiinos Medio.

10^000 2313500 833001) 4463500 12.5142


3663473 107;á000 1213426 1313130 1:7963858 2565694
5233670 3363320 5:06.33331 723S333
153000 153000 25142
’4:’()21579t‘ 3;668Í93Õ 1:9683475 2:8423079 19:8023308 2:8285901
113220 33862 200^080 428^066 615132
2.333060 5843667 63960 2:0933313 2995073
3383520 1183480 2:8633982 4095426
2663837 13.33368 2:1413363 3035937
6703300 5313600 1:0573780 6083100 3:8033180 5325168
4743823 '1713400 4:3173668 6435381
2:2803ÓÕü ‘''fidiÕÕÓ 3:0003000 4288371
502^469 743206 2:1433407 3005201
1:1385496 1:4363886 1:1.383591 4783.367 9:234347:1 1:3195210
8:7493630 7:2413928 7:0145852 4:89136.36 37:9165415 8:27;{8773

7:4323162 7:2243268 4033377 2163383 17:5973634 2:5135930


1:42237.81 2035234
1:0315420 1505203
1373000 933800 7843200 3:7073764 329S680
2:0404000 2:0133160 8495200 5:5633784 18:3603009 2:0.313429
9:6093102 9:3673728 1:3483377 6:3663.367 42:3393828 6:0485.348

2:7733195 8:4133130 1:3163.342 1:6313375 15:0613413 2:1315630


4593118 7893341 1128791
2:7733195 8:41531.30 1:7733660 1:6363.375 5:8.303954 2:2645422

3:1473700 11:5845433 8683199 8465000 20:8613379 2:9805197


26:2793787[;J6:.30932.80 11:0073088 13:93,33778 i;j0..390;,375 I9;.3128937
530 f3(5AI0 estatístico

3.

Rdutno &a Ytn&o fvoignamtivU üiVda artecaüialla T\usou<


TttTva nos 1 ixwtvtvos 1855 a 186*1.

Exerciciós. Renda.

4855—1856 . 19.975/778
4856—1857 .. 43:036P53
4857—1858 . 12:553^934
1858—1859 . 18:358^792
4859^4860 . 16:509^656
4860-1861 . 8:3G3p29
4861—1862 . 11:458^03
Total de 7 annos. 100:256/025

Hledio . . . 14:322/289
O decrescimento dessa arrecadação procede de ler a (he-
souraria feito arrecadar por outras repartições certos artigos
de receita, que anteriormente arrecadava directameiite.

4.

Pelos títulos de renda foi a seguintè:

Exercicios. .Ordinário. Extraordinária. Doposiloa. Emprealimos.

18oS—56 6:466@469 3308423 9038890


1836—57 7:3488576 5:687$878 37085601
1857-58 9:1608487 3:39.38447 9248951 1:140869?!
18.38—59 8:7498630 9:6098162 2:7738195 5:147.8800
1859-60 7:2418928 9:2678728 8:4158150 11:5848430
1860—61 7:0148520 4:3488377 1:7758660 868811^
1861—62 4:8918636 6:5668567 1:6318575 8468100
Tot. de 7annos 57:9168086 42:3398628 15:8508954 20:8518576
Hcdiadã7ans. 8:2738727 6:0488518 2:2648422 2:9788777:
a
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185 •yavap oa vioNiiAOua va
532 ENSAIO estatístico

2.

PoT i^inoilos &tquvn(\u(u^úos.

De 1836-1841 339:6674073 medioana. 71:933^;i2


Dtí 1841—1846 371:8114431 74:3624290
Do I0i6—1831 344:3934033 68:8794011
De 1831—1836 1,183:4894903 237:0974980
De 1836—1860(4ann.) 1,499:5044393 374:8764080
De 1860—1862(2 ann.) 887:3914030 443:7934705

CrtstvTOiwVo çTOçoTcvoftaVios mtllos.


O termo medio do 2.® periodo augmentou sobre o 1.® 3,3 ®/o
O termo medio do 3.® periodo augmentoa sobre o 2.® 6 %
O termo medio do 4.® periodo augmentoa sobre o 3.® 229 “/#
O temo medio do 5.® periodo aagmentoa sobre o 4.® 38 »/o
O termo medio do 6.® periodo augmentou sobre o 3.® 18 ®/o

3.

O crescimento do 3.® periodo em diante deve-se a tres cir-


cumslancias: 1.® o augmento de producção do paiz;2.° aex-
lincyao da alfandega do Aracaly; 3.® melhor arrecadação.

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2.
o CO
CO
5ai EXSAIO estatístico

2.

Dtsçisa, ou tuslo dts\a aTHCudação.

Exenicios, Curraio prpprio j Chnnccllaria. Sello. Tolal.

■183 o-1800 4:733^740 16^468 484IÍ302 3;23453'í0'


! 1836-1837 4:9H;3540 17.^1442 SÍ9AI38 5:4385120
i 1857—1838 5:70.1,3102 9^370 390^713 6:3035387
'1838-1859 8:6883963 26 .í; 140 6435033 0:;1583I38
■'1839-1860 9:30338-20 34^6.50 733S43-2 10:0735802
1860-1861 10:9333823 33ilíl39 1:189M65 12:1585429

Total 43:2985990 1.375409 4:1705087 48:6065386

3.

"RAaijão Ia TtctiVa com a lisçtsa.

Tolal da renda. Despesa.

18,55—1836 3:9355439 5:2325310 88,23 por »/„


1856-1857 6:68.4^-210 5:1385120 81,63 « 0/

1837- 1858 8:4175882 6:.3035387 8-2 « %
1838-1839 9:9785754 9:3.585138 93 0/
'■.0
1839—1860 11:0235131 10:0735802 91,3 . 7„
1860-1861 13:.3395493 12:1385429 79 . o/„
1861-1862 17:0305630
Total i 74:4495349 48:3045386

IV.

mtiao üic, Ttudas.

Das tres raraas de renda sô as do Aracaly e Acaracú tem


funccionado regularmente nos 7 exercidos passados de 1855
a 1862.
Dos balanços existentes na lhesouraria consta o seguinte:
QuailTo üla nuiVa ilas mtsas A,t, nv&a, At ASlía a XWÍ.

Aracaty. Acaracá. Granja. Total.


Exercícios.

Receita. Receita. Despesa. Receita. Despesa. Receita. Despesa.


p
>
1833—1836 5:6134670 7354667 1:1734012 209^783 i:70-2mS 3i6i3688 8:496^087 1:3724140 as

o
1856-1837 4:303:^239 3704949 1:0564830 mmi 1 S;56040G9 1:1144013

1837—1838 7:0824262 ? 2:8764140 f f 9:9384402 1Í702490Í


I

P
1838-1839 6:7284243 ? 1:6844013 1 ? 1^3104611 o

s
1859—1860 5:8324225 ? 1:968:^331 ? f 12:2464983 r

1860-1861 16:4414911 3:2794219 4:8274306 ? 3:9314007 9744617 27:2004210 3:3284498

1861-1862 6:2334389 ? 1:9294035 ? 2:1334228 ? 10:2934872 ?

Total. 52:4374141 15:514:^889 13:383^371 32:1714113

Medio de 7 aiinos 7:4914020 2:2164341 1:9104510 11:7384773


s
ç;i
536 ENSAIO estatístico

2.

Pvoceltncia Aa

2: ARTIGOS. 1833—1836 1856—1857 1837—1838

Despacho maritimo.
1 Imposto de 3% no pre
ço da compra de emb. 73á000 200^000
2 Expediente dos generos
estrangeiros livres de
direitos de consumo..
Interior.
3 Foros de terrenos mari
nhos 32J639 ia9i?660 8-2mo
^ Siza de bens de raiz...1:132^428 1:382^082 2:630^312
5 Direitos novos e velhos I2MI33 109^660
6 Disima da chancelhria. 82^(140
128M4() 187iSaÜÜ 66^301)
7 Multa de infracções &c 384 384
8 Sello do papel
“ Emolum. da Fazenda.
2;432ál7Ü Í;8;Í7'Í8'jÓ
2:997á020
4.58CÜ 6^4UI) 13^760
40 Imposto sobre lojas & 1:732^400 l:3364â8UÜ 1:719^600
11 Imposto sobre barcos
do interior 9^600 14^5iOO
12 Taxa de escravos 9^600
458^000 336^üüü 664Í00Ü
13 Disima addicional dos
bens de mão morta..
Somma. 6:U7iè0ii;i 5;S2U;0792 8:46352.36

Extraordinária.
14 Eventual 1:3175628 3635700
15 Venda dos proprios na-
cionaes 1275920
Depositas.
16 Bens de ausentes, e de
funtos 8435486
Movimento de fundos.
17 Empréstimo dos orfãos 1:0705978 215617 3645000
Somma 8:5355609 5:6695729 10:038^442
DA. FBOTIXCU DO CEARÁ. 537

ttiAla Ias msTías.

1838-1839 1839—1860 1860-1861 1861—1.802 Total.

11^982 170^000 461^632

13:73311612

925830 85381 265982 360^933


1:4275931 1:4695073 2:2385863 2:337^120 12:838^009
925830 1175923 2095323 2115297 9i4íl228
885467 635300 865600 2495474 87U881
95462 125702 285364 51^296
3:0875880 3:9065073 3:3805981 3:7985373 21:460,^398
85640 185480 475000 135000 114â08O
1:8815200 2:819^600 2:7445200 2:2705800 14;704i6600

145400 335600 285800 1105400


1:1805000 1:1765000 1:0285000 5:6825000

340 540
7:5465200 9:7975892 23:6615114 10:1835932 57:619S997

1905283 635037 145420 1:9495070

1275920

2685623 895221 1:2035332

2:4495093 3:3375312 955500 7:3385300


8:0055110 12:2465983 27:2005240 10:2935872 68:2885819
538 ENSAIO estatístico

3.

Dedusidos os deposilos, e empreslimos, sr renda própria

Mesas. 1835-185G 1886—I8S7 1857—1858 1838—1859

<ir:mja l:3l8jS76l

Ai acatv..... 4:929A936 4:481i622 7:074£262 6:4394620

Aearaeú. 1:173^013 I:036i830 1:6724654 1:681^015

Tot;il daü niezas.. 7:021*709 5:5384452 8:7464916 8:1434633


DA província do CEARÁ. 539-

arrecadada pelas mezas foi a seguinte:-

1839—1860 1860-1861 1861—1862 Totül. Medio.

2:3238109 2:5828714 2:1138228 7:8398812 1:859$933

3:8328225 16:4418911 6:2338380 .31:4528936 7:330Siâ2

1:6408358 4:7338066 1:8338533 13:7938690 1:9708327

7:7978792 2:1:7.378691 10:2008:172 :i8:0fi5M13 11:2008902


540 ENSAIO estatístico

V.

1.

Foi a renda das collectprias geraes

Collectorias 1833—1836 1836—1837 1837-1838 1838-1839

1 Aquiraz 36ã$S00 187;$4-20


2 Maranguape..
3 Cascavel
63M3Í0
4 Baturité 167$00ü 2614000 3314090 4:1804879
3 Ganindé 8904199 1324760 1:36943.30
6 S. Francisco. '662SÓ32 1:6424676
7 Imperatriz... 1478170 1474622 3874438 1:3184130
8 Uuixeramobim.... 3128330 2614000 7344031 1:993^048
9 Cachoeira...
10 Sobral 13:9868739 11:8484363 14:1034302 9:739^039
1 S.*» Quitheria.
12 Ipú 'Í:263Í42Ó 3194020 1:34247.30
1.3 Viçosa 2:2014039
14 Tauhá
1:3164117
13 Maria Pereira
6884910
16 Russas...... 1938830 1174628
17 Icó 278900
18 Lavras... 4214000 79943.38
19 Telha
1:2144663
20 Pereiro...
21 Saboeiro..
22 Crato
“9134137
4:9634776
23 Barbalba..
1:3394234
24 Jardim...
9375070
23 Milagres.. 1:7838439 6604818
26 Granja... 2:0235147 3894840
27 S. Matheus
Sommas 18:9208.367 13:4734379 17:2404321 37:5024434
D\ rr.OVlNGIA DO CEARÁ. 541

nestes 7 exercícios como se segue:

1859—1860 1860—1861 1861—1862 Total. Medio.

732^452 519S6.38 3:0408390 434S3Í2


3;o99á040 5:184^111 9:713§93l 18:4968082 6:1658360
1;;{275W0 1:145^1839 l:149sg02 4:0848017 1:3618339
6:l89á;i03 7:052^648 9:6i:i.§17(' 21:3688.539 3:0.528648
l;:384á030 1:7.59^941 2:219848.'- 7:6338848 1:2738974
.3:919^100 79ÍJ386 1:0938462 7:630.8000 1:3308000
lT8i7á470 2;.5745118 I:104s2;i3 7:7168.52 ‘ 1:1068503
2:I9U6I9 l;778jS704 2:7648148 10:036.8900 1:4.338842
819^977 1:180^414 9798882 2:9308073 9938338
12:.538á4l3 12:410^110 7:5938008 82:210.8996 11:7188713
88iá;19« 824Í123 6068791 2:3(158317 7.S88439
l:8»7p094 2:032^378 1:607.892? 9:1908561 1:3318760
1:0334888 1:7904791 1:131860 6:2048319 1:.5518080
l:.54t>4649 9714323 939874-i 4:792í.033 1:1;'.S8ü08
6694428 3744787 729.8308 2.662..69. 6658673
311447c 2:.5014i4l 2:to083i)r. .5:324.8896 1:1048979
5:8614.584 4:4264161 5:8148280 16:1-29.8925 3:3768611
l:28143üi> 1:4084340 1:1438671 4:7448.120 9488864
1:4924142 98347.10 4:0418248 4:7338783 l:l«3s4'.3
69649 ÍO 6384112 9Í380.S 2:2688110 7.50.8036
1:3144020 l:20747ie 2:62.587.83 6:06 >*680 1-.5;.58I71
4:21-2.3343 4:0134367 4:003808.» 17:1938772 4:2í»88443
1:7314319 1:7894923 1:7í)7a-26S 6:65;18764 1:66286. 1
9814302 8374070 4:0198016 3:793s69S 94.88924
1:333473.. 1:0974-36 66.38740 5:363.*796 1:11381.53
2:117s!(.S7 1:2038993
1848614 1848614 1348614
G0:10:c38X-> 6n:6')2â97-2 63:433839: 147:7.138890 30;.5178yi!6
542 KSSAIO estatístico

2.

Ptocíltutva 4as \t\\-

VtlTir.OS DE RENDA 1855—1836 1836—1837 1837—1858 1858-1839

IMEKIOR.

1 Siza dos bens


de raiz 630S427 710SÍ23 1:548S671 9:349$2G7
Disima addic.
das corp.“de
mão morta.. 3$400
3 Direitos novos
e vellios,e da
chancelaria. 93$988 40$0i0 37S300 97ÍS836
4 Multa por in-
fi-ac. de Reg. 13S106
5 Disima da ch. 128299 168370 4s70S I37sí877
6 Sello do papel. 1:0218320 l:126sI80 1:13,58360 C;889sG28
7 Emolumentos
8 Imposto sobre
lojas &c 9698600 1:1848800 1:3318600 9:6498600
9 Ta.\asobre es
cravos 4408000 4368000 8688000 2:4128000
10 Laudemios...
11 Cobrança da
divida activa
Soimnas 3:lG7g;:i34 3:3348015 4:92.3s839 29:4348014

EXIRlOnDUARU

12 Indemnisaç..
13 Renda event. 2:1438639 4108333 1968848
SEPOSITOS.

14 Bens d’ausen-
tes edefunct. 818850 2828333
13 Emprest. do
cof. deorfãos 13:5288244 11:3318011 11:8333499 8:0388420
Soimna total. 18:9208387 13:4738379 17:2403321 37:.5028434
BA PROVLVCIA DO CEARA'. 543

ias ias coVUdovvas.

1839—1860 1860—1861 1861—1862 Total. Medio.

18:43iSl42 18:6278796 24:8468021 74:1668749 10:S9o$246

218312 38940 408912 38844

1:4378364 1:181$251 1:0638318 4:8488297 7218186


748282 7978440 3388284 1:2238416 1738630
3768740 1:8748719 3978443 2:8608336 4088622
1'0:544S0:16 14:5548193 16:4638409 31:7348326 7:3908618
68560 638000 698000 138S3C0 198794

12:7308000 12:8438600 11:3118600 30:3228800 7:1748714


3:8618000 4:1088000 3:7808000 13:8808000 2:271842-2
333$663 3338665 478932

1228800 1228800 178542


47:4808636 34:0378939 38:9348646 20J:8738881 ■28:8-268571»

278000 278000 45000


45$000 2:7988340 399576-2

3648185 S2I02C
12:6218304 9:8748010 4:4318233 71:8768341
60:1018882 63:9318949 63:4388949 273:1048192 39:5505406
544 ENSAIO estatístico

3.

Da labella supra se vê que só de 1859 para cá é que as


diversas collectorias tem arrecadado regularmente; porque
d’<inles prevalecia o syslema de arremalatão das rendas pelas
localidades do interior, que era visivelmente prejudicial á
fazenda.

VI.

MtdVo 4tts vuvÜLas das àwmas estações gtvais.

O medio das rendas arrecadadas nas diversas estações ge-


raes no periodo de 7 á 2 annos foi o seguinte:
Pela lhesüuraria medio de 7 annos 14:..S22.5280
Pela alfandega « de 2 « 443:795/755
Pelo correio geral... « de 7 < 5:8284,804
Pela mesas de renda. « de 7 11:738/773
Pelas collectorias... t de 7 « 50:537^960

526:223/638
J)\ província do ceaiu. 545

ARTIGO 4.0

RENDA GERAL PELOS ARTIGOS DE RECEITA.

I.

Ktuàas orlxaavias.

1.

Direitos de importação.

Süo assim chamados, ou de consumo aquelles que pagam


os generos ou mercadorias estrangeiras importadas e despa
chadas para consumo do paiz nas alfandegas do império.
Sua renda nos exercicios de 1855 a 62 foi o seguinte:
54G EXSAIO estatístico

ÁRTICOS DE KENDA 1855—1836 1836—1837 1837—1838 1858—1859


>2

1 Direitosdeim-
portacão&.. 278,132,626 '263,458,329 310,868,040 251,700,842
2 Ditosduâp.o/o
addicionaes,
3 Ditos 5 por»/o
4 Ditos de bald.
reexportação 26,952 14,817 7,348,023 12,582
5 Expediente de
gen. estrang. 2,839,644 5,514,062 579,324
6 Expediente de 7,236,609
gen. nac.“.. 279,549 349,862 416,496 597,972
7 Expediente de
gen.livres.. 233,888 237,633 820,493 1.036.884
8 Arraazenag . . 1,678,095 572,373 4,169,179
9 Prenijcrs d’as- 647,322
signados 4,027,365 . 3,684,473
10 Multas...... 3,016,196
336,900
Síimmiis 287,597,219 273.831,771 324,2(^^87 264.362.407

Oi
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ. 547

1839-18G0 1860-1861 1861—1862 Total. Medio.

216,223,233 274,263,336 299,848,32! 1,921,696,947 274,936,707


.3.294,869 3.294,869 470,69.’)
32,631,374 32;631,374 4,661,624

1,638 7,404,632 1,037,804

11,393,701 23,142,033 10,648,261 61,544,636 8,792,090

476,013 486,167 620,407 3,226,466 460,920

733.233 457,668 252,748 4,034,391 376.270


323,327 246,363 260,033 7,899,094 l,128;i42
1,088,972 2,233,093 2,922,652 16,772,935 2,396.136
330,900 .50.9K';
260,442,377 300.830,853 330,478,665 2,061,861164 294,.5.31.7.'6

2.

D;i tabolla supra se vê que nos exercícios de ■1855 a lc9.58


subiu a renda clos direilos de consumo, e dccresceu do 1858
a 1800, tornando a subir de 1800 a 1802.
O imposto dos 2, e 5 por % addicipnaes foram cobrados
somente no-ultimo exercício.
O de expediente sobre generos estrangeiros navegados por
cabolagom, bem como os nacionaes, tem tido um aiigmeiit-o
lie mais de 500 por X, devido a incremento do conimorcin
entre as prnvincias de Pernambuco, e Maranhão, facilitadú
pela navegapãú dos vapores costeiros.*

* Vide no quadro da receita geral a renda dos direitos de


consumo arrecadada de 1847 a 1862.
75
548 EXSAIO estatístico

3.

Os direitos de importação comprehendidos na tabella an


terior renderam nos quinquennios de 1847 a 1862 o se
guinte;
Qninijiiennios. Annual.
De 1847 á 1852 395:922/852 79:185/170
De 1852 a 1857 1,201:345/241 240:269/048
De 1857 á 1860(3annos) 848;906/441 282:935/360
De 1800 á 1862(2 annos) 624:485/615 313:242;^807
Deste quadro comparativo vê-se que o Icrrao medio annual
tem crescido na seguinte proporção:
O 2.® sobre o 1.® 204 por s
0 3.® « o2.® ' 18
0 4.® c o3.» 11
0 5.® « 0 4.®. 296 « l
Eni 15 annos esta renda dobrou duas vezes.

4.

Despacho marítimo.

Debaixo deste titulo se escripturam os direitos de anco-


ragem e outros sobre as embarcações. O direito de ancora-
gem tí uma contribuição sobre a navegação de barra fóra,
que pagavam, tanto as embarcações uacionaes, como as es
trangeiras; hoje porem somente o pagam as estrangeiras.
-\os cxercicios de 1855 a 1862 rendeu o seguinte;
AnTICO». Sl) l8oG—37. 1837—38. 1838—39. 1839—60. 1860-01. 1861—62. Tiitul. Meiliu.

o
Ancoragem 922Í1993 1,005,3900 l,12.i,)S32 1,:JS9í^127 1,4221150 1,111^200 1,270,^313 8,210,381!) 1,1783117 >

s=
Direitos de 15 por o
:3
%da compra dc
embarcaçõo.s es o

>■
trangeiras 4133030 lorif^ono 9003000 1103000 4743750 2,0053400 2803483 o
o
Direitos do 5 por n
"/ona compra de PI

embarcaçõesna- 35
>•
cionaes..' 3753000 5003000 2153400 2003000 103630 1003000 200,?Í150

Sommas 1,7133643 1,0103900 2,2403232 1,4993427 2,09611900 1,1213830 1,370,3313 11,633,269


1,601,3896

OI

<C'
Õ50 EJiSAlO estatístico

5.

Da labella supra se vê que a renda deste imposto tem oscil-


lado para mais, e para menos; guardando o termo medio dos
sele exercícios a mesma proporção que o arrecadado em
qualquer anno..

6.

O produclo deste imposto nos quinze annos anteriores,


por quiiiquennios, foi o seguinte:'
Quinquennios. Modio íinnnnl.
De 18.17'á 1852 15:125/204 3:025^040
De 1852 á 1857 5:992/495 1:198a WO
De 1857 á 1862 8:728/794 1:980/766
7.

Desta comparação resulta que no segundo quinquennio de-


cresceu a renda quasi 200 por %, e no terceiro subiu 47
por ,■;! sobre o segundo.

8.

Exportação.
Os direitos do consulado, que se pagavam na alfandega pola
exportação dos generos nacionaes para o estrangeiro, tem
sido alterados, ora para 7, ora para 6 e 5 por %.
O rendimento deste imposto, por quinquennios, de 1847 a
1862, foi 0 seguinte: -
Quinquennios. Medio anniinl.
De 1847 á 1852 96:521/672 19:304P34 a 7 por ^
De 1852 á 1857 159:614í;419 31:922Á1884 a 6, e 5 por %
De 1857 á 1862 431:040/950 86:208^ 190 a 5, c 7 por S

do,Jt,5^ipo^oíeíe
“ Vide na tabella da renda geral—pag. 526.
DA província do CEARÁ. brji

Deste quadro resulta que a renda deste imposto tem cres-


cido na seguinte proporção:
O medio do 2.“ periodo augmentou sobre o 1.» 65 por %
0 <r'do 3.0 « « 0 2.»-177 por 7
0 « dü 3.0 « « <( 0 1.0 352 por
Em 15annos dobrou duas vezes a renda.

9.

Interior,

Correio.—No artigo 3.“, III, pag. .533dosle capituio s;


deu a tabella da receita arrecadada por esta estação fiscai.
lauto como agencia de sello e disimo de cbancellaria, como
administração do correio propriamente dieta. Como agencia
postal arrecada a taxa ou porte pela conducção das cartas e
mais papéis particulares, que transitam por ella, regulada se
gundo 0 peso ou viagem de mar, ou de terra, na razão de ('.(*
reis por 2 oitavas em carta pelo correio de terra, e 120 reis,
jielode mar; e mais metade por cada duas oitavas cxcedeiit
dessepeso: os jornaes pagara 10 reis por folha. (lleg. de 2t
do dezembro de 1844, e intriicçoes de 15 de dezembro de
1847, reg. de 27 de setembro de 1849.)

10.

A renda do correio tem augmentado de 1858 para cá como


se vè da tabella de paginas.

11.

Interior, diversas.

Ainda debaixo deste titulo se classificara outros artigos do


receita, que aqui reuno para comparar seu recebimento nos
oxcrcicios de 1855 a 1800.
552 EXSMO estatístico

ARTIGOS DE RECEITA. 1833-36 1836-37 1837-38 1838-39

1 Correio geral. 1:3234720 1:8474110 3;0S7í793 3:8794680


2 Tyii. Nacional. 704000 ôOíOOü
3 Proprios na-
ciunacs 41.4642 6334132 374ÜCOO 366^437
i Foro.s úe íaa-
rir.lia 84400 7428!) 84100 914819
3 LauOeiniüs... 442^600 3624340 33-24313 3254673
6 Siza ele Joeus
elo raiz 12:27849-48 7:487,4443 13:3904668 18:0704443
7 Disiiiia aeleli-
eiunal de mão
morla..’ 94000 9-^000 94000 144400
8 Direitos noYos
e velhos & &. 2:474;4273 2:9804293 3:3624984 3:335,4198
9 Ditos de laten-
les de oiliciaes
ela g. nacional 6:117.4300 16:2314000 7:6834000 3:8904080
•10 Di si m a da
chancellaria.. 4204931 3884025 2004332 4644923
11 Multa de in-
fraeçoes de
regulíiineiitof. 334192 7394983 1:629.4689 l:133.45-“3
12 Selludepapeis
lixo por verbas 6:43D4924 4:3fr44882 3:3934103 9:3534881
13 Dito de ditos
iroporcional. 4:723^113 4:373^384 3:9004358 8:38448:38
14 Patentesde
despachantes.. 324400 1044800 744950 544000
13 Emolumentos. 3304000 2724360 8944200 999.4340;
16 liupostos so-
hre lojas 8:280r5ü00 3:1334821 3:9584223 17:2844023
17 Ditos de casas
de inoveis es-
ti angeiros... 4004000 1:0404000
18 Ditos sobre
barcos do in
terior . 674200 624400 1824000 201.4061)
19 Taxadeescra-
vos 1:9724000 1:3944263 3:634^409 3:4424469
20 T. sobre pre-
niiode loteria.
21 Venda das ter
ras publicas.
22 Cúlirança da
divida activa. 1:1984000 2:434|11U 1:3734096'1:1384;9()
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ. 5Õ3

1859—60 1860—61 1861-6-2 Total. Medio.

4:1835849 4:5135170 4:092á;998 11:521^0-20 1:643.5860


105000 2315300 835000 4465500 635783
1075000 12154-26 1315130 1:7965767 2365681
1085342 625182 335273 3195896 455556
1295430 1375125 6675665 2:7975370 396.565-2
2.4:7475597 24:385:^827 32:3275323 132:88852-29 18:9845032

315320 175-280 195460 1095660 155637

3:433:5366 3:5485691 3:4335074 28:3685079 4:0815154

6:6545000 3:1085000 3:5405000 49:2-235580 7:0315940


7925444 7905859 6465927 3:4085641 7815234

4:670,5217 6675174
1:1335800 2:254^1839 1:40,65439
11:9105940 13:5445730 17:1115254 70:2735070 10:0395290

10:5975459 12:73859-25 17:6395122 64:3375398 9:-2-2-2,93!4

575200 435500 37-3300 4245330 005621


1;o235880 -2:115,^380 1:6095300 7:7645860 1:109.5-205

■20:7805800 18:7035600 16:923.5266 83:0035734 11:806553.3

3:6935330 5275018
6405000 8465666 7068664

8495200 1215314
18-25400 1335600
4:5415913
6:9525200 6:6405000 3:7885000 31:793-5407
2:2805000 7-205000 3:0005100 428S371

7845200 7825200 1115746

601-3107 9:3605330 1:334 533.3


1:4365886 l:138539i
554 EXSAIO estatístico

12,

A renda capitulada dobuixo do nome de interior tem dado


de J847 a 1862 por quinquennios, medio aiinual o seguinte:
Quinqiiennios. Medio annuol.

De 1817 á 1852. . 164:359/561 32:871/912


jJe 1852 á 1857. . 238:452/027 47:690/405
DelS57ál862. . 434:288/177 86:857/635
.Medio de 15 annos 837:099/765 55:805/317
Desta tabella resulta que esta renda tem crescido.nasoguin-
I.e proporiião:
O segundo periodo sobre o 1.» ■45 por %
O terceiro periodo sobre o 2.o 82 por I
O terceiro periodo sobre o 1.». 163 por %
Em 15 annos a renda do interior deu 163 por cento de
crescimento, sendo que os artigos, que mais cresceram, foram
0 siza, sello de papel, imposto sobre lojas&; mas em grandn
jiarle esse augmento é devido a melhor fiscalisacão.

II.

Kiwíia cxtYaoviVinavia.

1.

Debaixo desle titulo comprebende-se, ou escriptura-se o


seauinie:

1." Iiidemni.saf.ües diversas,


2." llcposicüos ou restituifões,
3.'^ Juros de capitaes nacionaes,
4.'’ Produeto da venda de generoseproprios nacionaes,
5.“ Receita eventual.
DA PROVIXCIA DO CEARÁ. 55Õ

2.

Nos exercícios de 1847 a 1862 esta renda produsiu por


quiiuiueimios, e medio annual o seguinte: *
Qninquonnios. Medio amiual.

De 1847 01852 6:248/602 1:249/684


De, 1852 á 1857 26:590/967 5:318/193
De 185701862 30:688/520 6:137/704
De 1847ál862(15ans\, 63:528/089- 4:235/872

3.

Relação do crescimento desta renda.

O 2.0 período cresceu sobre o l.» .. 308 por X


O 3.0 <( 0 2.“ .. 15 por X
O 3.» « « « 0l.o. 350 por I

III.

'Emçve.sVVTOO, àiposito t moumtuVó \vvni\,os.

1.

Debaixo deste titulo ç5o olassificudos os scguinlcs arli-


gos:
1.“ Bens de defimctos e ausentes,
2.» Empréstimo do colTro de oiiãus,
3.® Deposilos de diversas origens,
4.® Sallario de africanos.

‘ Vido na tabella da renda geral, psg 020,. a deste capitulo.


le
556 ENSAIO estatístico

2.

Esles artigos nos exercícios de 1847 a 1862 deram:

Bens lie defunc- Empréstimo de Sallarios d’afri.


tos. orfãos. Deposito. canos.

1817—1848 786^690 1:147^135 467^721


11848-1849: 238^000 168^926 496^697
1849-1850 385^410 4494400
1850-1851 1454678 1:939^779 1944353
1851—1852 27:490i3490
1852-1858 ”304126
5:183^413
1853—1854 27:955^874 34840
1854—1855 '9994463
19:508^^345
1855—1856 4124273 15:500^112
1856-1857 4104353 11:92311188 2634389
1857—1858 1:1274821 13:342^196 .9214951
1858—1859 268462o 13:206^229 2:.r»4195
1859—1860 26:654^827 8:5084106
1860—1861 ’ 5484339
14:080^521 1:3164542
1861—1862 5:372â753 4:3604621
iT«>ta! de 15 ans. 4:3674368 183,8594328 18:1504644 1:6084171
.Mudiodelõans. 304-5491 12:2574000 1:2104043 4024042

3.

0 emprestinio do colTre de orfãos de 1851 para cá lera su-


Lido, porque até então não se fazia recolher com regulari
dade ao lliesouro o dinheiro destes.
O sallario dos africanos cessou em 1851 cora a emancipa-
çãú delles.

ARTIGO S.»

BENS NACIONAES.

Bens nacionaes são em geral todos aquellcs que perlencem


ao Império, someiile porque é nação soberana eindependente,
e vem a ser:

1.» Terrenos incultos,


DA província do CEARÁ. ÜO i

2.® Minas,
3.0 Mares adjacentes,
4.0 Ilhas,
5.0 Marinhas,
6.0 Maltas e arvoredos à borda das costas,
7.0 Rios,
8.0 Estradas publicas,
O.o Bens vagos,
lO.o Proprios nacionaes.

I.

TtvTtiivos wtuWos.

1.

Terras incultas e devolutas são aquellas que não foram


ainda occupadas ou possuidas por ninguém, ou que tendo-o
sido foram abandonadas, e como laes aproveiladas na forma
da lei de '18 de setembro de 1850. *

’ Antigamente as torras incultas e devolut.rs eram dadas


porscsmarias, Ordem liv. 4, tit. 4.3, prov. de 13 de abril do 1738,
alv. de 3 de outubro de 1793, e dee. de 22 de junho de 1808.
Porem pela resolução da consulta de 27 de julho de 1822, con-
lirmada pelo alv. de 6 de outubro de i823, nsol. de 5 de fe
vereiro de 1827, suspenderam-se essas eonees.«ões, enlenden-
do-se porem somente a respeito das novas concedidas, e não a
respeito das já consumadas (alv. de 14 de setembro de 1822).
IS'ão obstante porem esta prohibição ainda por algum tempo
se continuou a conceder sesmarias, como se vê eiitre outras
da prov. de 28 de janeiro de 1828. Hoje a concessão de ter
ras devolutas se regula pela lei de 18 de setembro de 1830,
reg. n.-1318 de 30 do janeiro, e 8 de maio de 1834.
Também se concedem por aforainento perpetuo chãos en
cravados ou adjacentes ás povoacões, que sirvam para cdiíica-
çao, fiei de 12 de outubro de 1833, art. 3.“)
Igualniente se concedem porções de terrenos de marinlin,
ou para logradouros públicos (lei do 13 de novembro de 183í
558 ENSAIO estatístico

2.

No niiinicipio ilc Gascnvol lia sois lognas dc Icrra dovoKi-


tas 110 valor üfficial ilo 27:000/000 rs.
ila mais:

3.

No miinicipin da capital, eiilrc os rios Mundalid o Trairv,


mn Irado (pie dizem andar por seis léguas no valor oilieial
de 20:000/000 rs.

4,

No mnnicipio da Imperatriz, nas praias, perto da liarra do


rio Aracaly-assií, uma porção não determinada.
5.

No mnnicipio das Russas, no riacho do Figueiredo, uma


porção indeterminada.

6.

Grande parle da dilatada chapada dalhyapaba, deCaralhids


ao sudoeste, do Araripe o Apodi, cuja e-vlensão ò indetermi-

art. .51, § lí: av. do 20 do outubro de 18:12, ord. de li do no-


vemliro do l.S;i:!); ou por aforamento perpetuo, (lei de 13 de
iioveml.ro citada, art 31, § 14; av. do 23 d'agostode 1837, ord.
do 1,1 do dosfinliro do 18:)9j.
O aviso n." 1.7-2 de 21 do outubro dc 1850 manda incorporar
aos pmprios nacionacs as terras dos Índios, que já não vivem
aldrados, as qiiaesse devem considerar como devolutas, e rn-
imuaes aproveitadas n.i forma da lei de 18 de setembro do
18.50, e quanto a parto d('ssas terras que foram dadas de afo-
r.ainento ou .arrendamento, é mister ipie sejam averiçuados
nao so os títulos, em que se fundam similh.antes contractos, que
do modo aignm dev.an ser renovados, como também as posses,
que so tem estabelecido, arrecadando-se o produeto dos foros e
arrendamentos,c tomando-se contas &c., fav. n “ 273 de 18 de
dezembro de 183-2.)
D\ província do GEAR.Í. 559

nada. Este terreno c secco, carrasquento em grande parte,


e n’outras areiiuso e deswlo.

II.

Miftas.

As minas de diamantes e.metaes preciosos pertencem ú


naf.aü (lei de 24 de outubro de 1734, resol. n.® 374. de 24
de setembro de 1845, art. 19. Orden. liv. 3.®^ tit. lG, aviso
do 23 de marco de 1838, dec. de 25 de outubro de 1832,
arl. 9.)
Pcrmilte-se, porem, a mineração a companhias ou a par
ticulares (dec. de 16 de setembro de 1824,. dec. de 3 de
março de 1835d:c), não precisando os súbditos do Império
de auctorisação para emprelienderem a mineração em torras
do sua propriedade, (dec. de.,27 de janciro de 1829)'pagan
do porem os respectivos impostos. As minas de melaos da
província não tem sido exploradas. (yiÜQ Parte Primeira, lit.
IV, cap. l.“)‘

m.

Íiaíts'aijactivVts.

As partos do mar, que banham as costas adjacentés, e lhes


servem como de fronteiras, é o que os publicistas chamam
mares terriloriaes. *

’ Concedeu o governo em 18.77 a José Bernardo Teixeira e


outros 0 provilegio das minas de ouro c prata do Ceará, (|uo
se doscubrissem, para minerarom por meio dc uma companhia,
isto dentro do praso de tres annos, o qúe não fizeram, e i)or
isso perderam o direito.
- O alv. de maio de 1803 marca o limite da Vinha de respeito
dc nossos mares territoriaes em um tiro do canhrio, isto li
a distancia que alcança uma baila de canhão do mar á terra.
50ü ESS-VIO estatístico

(lüino propriciladc nncional dnsla ordem se conia a cxleiisa


(a)sla da província desde o Mossoró alé lijuarassií. (Vide
Vuiie Primeira, lü. I, cap. 5.")

IV.

IWvas.

As illias de novo dcscuberlas ou no alio mar, oii no altco


de ülgnm rio navegavcI, perloneem ao Estado, se não exisle
lilulo de posse em contrario; as formadas no meio dos rios
não navegaveis pertencem aos proprietários dos prédios con-
lignos de uma e outra margem, em proporião de suas testa
das alé a linlia que marca o meio do alveo; quando se acliarn
mais para um lado pertencem ao proprietário visinlio.' Quanio
ás. illiasdacosla e dos rios, veja-se na Parte Prmeira, tit. I,
cap. 7.

V.

MivnnVas..

As marinhas são terrenos nacionaes (Orden. liv. 2.", lil.


t20, § 15, av. do 10 de julho de 1834, de !20 de agosto de
1835, § 2, 0 de 30 do janeiro de 183f>), e isto pola razão de
iine as praças são do doniinio publico, e estão sugeitas e ga
rantidas pelo principio da solicrania nacional. Contam-sc
quinze braças do mar para o interior na preamar media
de uma lunação.
Parte deste terreno está demarcado, ou arrendado pela tlic-
souraria a particulares.

'Coelho da Rocim, Direito civil, § 417.


CmmEiA Telles, Dig. Port., 3.° vol. § 34. Cod. civil francez,
art. SCO. ■
DA 1‘UOVINCIA DO CEARÁ. 501

VI.

MciWrs.

,‘\s mallas c (lovcslas publicas, que iião pcrlencfiiii a par-


liciilaros, c(jucse adiam dcvolulas pcrleucciu ú nat,a<> (Oiilon.
liv. l.",- lil. W,§ 0.")?
As malIas ilcstu ordem nesta provincia são as que se adutm
já (loscriplas nos Icrrciios nacionacs.'

VU.

R\ós çuWrtos..
Os rios públicos pcrlcnçcm á naçãó (Ordcn. liv. 2.'’, (il.
2G.§ 8.«). '.
Nosla provincia só podem coiisidprar-sc iicsía onlem ás
barras dos rios que fazem portos.

VIII.

EsIvrAús çubVicas.

'l-

As estradas publicasjá pela Ofdcn. liv. 2;»,§28 pertenciam


ao doniinio publico. Em virtude do ãcto addicioiial, arl. V),
§ 8.", são da competência das asselnbléas provinciaes, pot
conseguinte do doniinio provincial; salvo aqüeilas que per^
tencern á administração geral do Estado.
Pela lei do i.® de outubro de 1828, art., C6, pertencem
também ás camaras niunicipacs as estradas municipacs ou
vicinaes.

Presentemente nesta provincia nãn ha estrada algiima per


tencente á administração geral do Estado; as qüc ha são pro-
viiiciacs c municipaes,c destas se fallarão no lugar compclenlc.
5i.»á Ens.uo estatístico

IX.

Be.ns vai^os.
Bons vagos são aquellos, cujos donos niorrcrani som dei
xar imrcnLos aló o décimo griui, ou aqtielles de que se não
aclia senhorio ceiTo; hem como as'embarcações nu ti.ivios,
0 seus carregamcnlos, que derem á cosia, sondo de inimigos
ou corsários. (Rog. cilado, arl. 3.", § 5.")

X.

Pvoçúos c\cvt'ionaes.

1.

São proprios nacionaos Iodos os bens do raiíc e prédios


riislicos, que adquire a fazenda nacional por dilleienles lilii-
Jos cm virlude de lei ou conlraclo, e se assenlam nos res-
poclivos livros depois de incorporadas.

2.

Os proprios nacionaes nesla província são alguns Icrrcnos


adjudicados, ou obras publicas. (Vide adianle § 2).
3.

Terrenos incorporados.
Uma posse de Icrra no termo do Aquiraz, que perlenecu
ao cxlinclo instituto jesuitico, adjudicada por sentença ã fa
zenda, e avaliada por 300/000 rs.

4.

A terra do palrimonio da antiga villa de Meeejana, também


adjudicada por sentença á fazenda, que tem uma Icgua em
quadro, arrendada a diversos, estimada em 18:000/000 do
. reis.
DA 1'EtOVlXCIA DO CEAnÃ. õi)3

O.

0 imlrimoiiio ihi oAlincln villa do Soiiro (lambem uma le-


?i!ii de líMTA em fniadro) iiieorponida á lazcndu, arrendada
a diversos, avaliada cm 8:0ÜÜ,(>UÜ0 de reis.

G.

A lerra do iialrimonio da cxlincla vüla.de Arroiiches (lam-


bem uma h^jrua cm ([uadro) íiicorpnraila á fazenda, dada do
arrondameiilo, c avaliada em -i:OOÜ/ÜÜO do reis; o a sosma-
ria concedida aos indios da Porangaba (a mesma Arronclics),
qnecomiirohendo as faldas orionlaes da serra dcMaranguape.

XI.

VvofvVas vvtttionats.

Obras jiuhWcas j( eraes..


i.

Pai.ac.io dogoverxo—Esto edifício irregular eslá asscníado


110 declive de uma chapada, do forma i|no (ica em parle Icr-
reo, e cm iiarto assidjradado: seu plano da Inrma de um po-
lygonodc cinco lados dcsiguacs,. sendo òs doas maiores, (|ue
correm nadirecrão de norle a sul de 395 c 340 palmos, c os
Ires menores de 208, lõO c 1.34 palmos,,occiipa uma super-
(ieio de 847 braças quadradas.
Pcricncia á camara municipal; foi Irocado a 13 de janeiro
dc 1800 por oulro que servia de residência ao governador:
rnslou nesse anuo 1.-308/008 rs., lem dejiois passado por
diversas allcrações, eorn o que se tem gaslo, desde que jias-
son a ser proprio nacional alé junho dc 1858, lO4:122/3o0
reis, e é considerado como palacio de segunda ordem.
Valor acUial... lOOiOOOçOOO
n
ÕÜ4 ENSAIO estatístico

2.

Qüaiítel OATiioPA DE LiNHA—Fui niaiuliulo rcDililicar soliro


0 aiilijjo a 19 ilc oiilubro de lí^iO, oin viriudc de ordem do
firesidciite leiieiito-coronol I"iiacio Correia de Vascoiicollos,
e acliava-so em jtmlio de 18Gt qiiasi lermiaada a obra, em
(jíie se clc-spendcu, segundo o. relalorio do |iresidontu dr.
Anlonio MarcellinoNiiMes Gonealycs, aqiianlia dc90:000/ rs.
Çnmpõe-sc cslo cdilkio do tjualro alas, formando paleo no
rcnlro, onde exislc nm poço; occiipii uma snperlicie reelan-
gular do 880 '/s braças quadradas, scnilo os dons lados m.ii-
ores de 370 palmos cada um, c do 233 os menores. Eslá as-
senlado no declive de uma chapada, de maneira que a facha
da principal para ò nasccnle é assobradada, co rcslo do edi
fício lerreo.
Valor aclual 90:000:?000

3.

Fortaleza nbXssuMpç.Ão—Foi mandada edificar pelo gnve?--


nador Manoel Ignacio do Sampaio a 12 do ouluhro do 1812
em virinde de ordem da jiinia da fazenda da mesma dala, e
çonchiida a 17 de agosto de 1822. *
, Custon até 1822 15:10.‘l/2f.7
Depois com reparos, concertos e novas obras, que se lem
feito 0 continuam, (em-sé despendido até abril de 1801 mais
12:5HP09 reis, de forma, que monta a 27:045/130 reis.
As obras pròjeçtadas calcnlam-se em 10:õü0;>000 reis.

• T’nra esta obra o governador Sampaio promoveu donativo^;,


que desde o amio de t8 t2alé o do 1822 chegaram a 10: lOo^ítir
reis, dos quaes sobrou o saldo de 2923087 i's. ipie foi reci.-
Ihido á lhesouraria. Alein destes donativos imiilos parlicida-
re.s, viiliinlaria ou rurçadamento, prestaram maleriaes c servi
ços, por si ç seus eseravos, de modo (|He o valor de laes servi
ços deve exceder o duplo da despesa acima mencionada.
PA rnoVINCIA DO ce.vra. 5r.r,

E>l;i nl^ra cflft cnnslniiila no (Icclivc a pioiie ilc uma cliii-


)':iila, (ic (|iic r loniiatla miuflla parle clu solo, d apenas re-
vosliila ('vienorinenio por iini muro sinjrelo.
(liiinpõe-so ile duas lialcrias com doits aninilos oada uma,
seiiilii a piãnieira Ioda á liarlia, o a secmida á barlia c ca-
nliuiioiras, c dc mais uma peipiena l)aieiia a cnvalleiro, le-
vanlada no aneiilo do std da balcria, que eslá no plano
da ebapada.
A 1." baleiia forma apenas nm (lpg:ran de 20 palmos do
biiíuira á roda da 2.“, e e.^la leni IIií) palmos do larpiira na
parlo cimlral, nu prapa d’armas, o commmiic.a com a 2.’ por
uma abóbada, onde so aclia um pequeno cárcere,
dislancia enlre as duas jiiiarilas das ponlas dos anpiilos
da 2." baleria é do 7.00 palmos. A dislam ia cotnprebondida
enlre as duas ponlas dos ungidos da 1.“ baleria é de 700
palmos.
Rsla forlaleza foi avaliada como prcilio nacional em
125:00Ü;>000 dc reis.

4.

Ar.FANiuT.A—Foi mandaiia cdificara 7 do oulnbro dc I8Í3,


nm virhidn de ordem do Ibesouro dc 0 do abril do mesmo
aiino, e concliiida por conlraclo a 22 de maio dc 18{.5.
('iiislou por conlraclo 13:570/000
(loin üs reparos alé ■18.')7 7:339/248
Com os alicerces lançados cm agosto do 1819
c GOiicluida cm abril dc 1821 I:.'j72í8r<n

22:482/098
Com reparos alé junho de 1857 570/002
23:058/100
Tinha 0 edificio oulão 282 palmos dc frcnle sobre 57 de
largo. Em agosto dc 1857 foi mandado accroscenlar com
5ü() , liNSAíO ESTATISriC.O

mais Ires alas formaiulo palno iio coiilro, c ncciipaiido uma


snporíicie roclangiilar de 47() braras qii-ailhulas, com o
qnc sc (lospciuiou ale Í8õ8 mais ■ICcOOO^OOO dc rois, o qiie
elevou a despesa da obra alé esse tempo a quareiila contos.
Ainda não está coiicluida; no estado em qnc se adiava ocdiíi-
eioeiul858 foi avaliado cm 33:500/Ü()0 rs.

5,

TiiArixK nE n.ESEMRAnQUE.—Foi mandado edificar a IG de


abi-il de 1852 por cpnlracto., cm virtude da Ici n.® G28 de 17
de setembro de 1851, c concluido a 21 de junho de 1807.
Custou pola llicsouraria geral., 23:830,^000
« pela provincial ■-1:750/000
25:580/050
Concerto eni 1800 1:110/880
Oreamenlo dos concertos que são precisos ainda 2:300,>000
Tem a pnnte 700 palmos de eslonsão c30 de largura, com'
lima casa de madeira no centro com 90 palmos de compri
mento. Eslã cm obra o concerto.
Foj avaliado em 30:000,11000

0.

Tiiimio i)e FEixnn.—Esla obra foi começada em agosto de


48.)8: tem 900 palmos entre a porta da alfandega e a ponto
de desembarque, e 1300 enlre aquolla porta e o guindaste
do Irapixe.
Compõe-se o trilho de uma só linha em forma de um S
alongadi), lovanlade sobre 14G pilares do alvenaria. Até de
zembro do 1858 linha-se despendido com esta obra 5:274/840
reis.
Depois de prompta não andará por monos de 12:000/000
do reis.
DA rnovixciA do ceada. 5C7

7.

Teeiieiro dos escaleres.—Tem CO palmos dccomprimen-


lo sobre “28 de largura, l-I de allura de cada coliiiniia e 23
no centro. Foi mandado edidear era 15 do dczcraljro de
1845 por aviso do minisicrio da marinlia do 17 de março do
mesmo anno, e concliiido em janeiro de 1840. Custou
37r);Sr)20 reis.
Foi avaliado ora 1:000/000

8.

Farol de Mocuride.—Foi mandado edificar no 1.“ de maio


de 1840 por contraclo, em virtude da lei do 20 de outubro de
1838, 0 concluido em 17 do novembro de 1846.
Custou 8:560/000
Despendou-se mais até 1855 836/500

9:386/500
Aclia-sc agora em concerto, porque ameaça ruina.
Tem 183 palmos o tres polegadas de circuraforencia na
base. O plano do andar terreo 6 um octogono regular in-
scripto em um circulo, cpic tem de circumferencia 144 pal-
mos e 4 polegadas: altura do l.“ andar 24 palmos e 6 po

legadas. O plano do 2.“ andar 6 um octogono, inscripto cm


mu circulo de 48 palmos e 2 polegadas de circumferencia:
tem de altura 14 palmos c 5 polegadas.
A ciipula tem 15 palmos e 3 polegadas de altura.
Todo 0 edifício tom 54 palmos e 6 polegadas de altura.
Seu candiciro é de luz fixa, que se avista a seis milhas ao
mar.

Foi avaliado em 6:000/000

9.

Quartel militar de Mocuripe.—Foi mandado edificar a


508 ENSAIO estatístico

27 de maio do 1801 por ordem da junta da fazenda, c con-


cluido a G dc iiovorabro dc 1802.
Custou 515/000
Depois cm 1851 de.‘ipcudcu-so mais 8.‘!7/‘.i.i('

l::!8:!/870
Avaliado judicialmcntc por 550ÁÜUO

10.

TiiESOunAniA nc fazenda.—Melado deste odifieio foi man


dada edificar a 2 dc dezembro de 1797, pnr ordmn dnjnnla
da fazenda, e concluida a 5 de junho dc 1802, destinada á
Inspceiião. Custou esla'i)aite 2;r)G9.j820.
Outra metade foi mandada edificar a 7 do fevereiro de 18 l i
por ordem da junta, para o Erário, c concluiu-se a 8 dc no
vembro de 1817. Custou 3:980/280.
Depois dcii-senova forma, c fizcram-sc reparos: até jiinho
de 1857 todo o ediíicio tinha custado, 10:389,fl77
Eoi avaliado em 14:000/000

11.

Paiol da polvora.^—^Foi mandado edificar a 30 dc janeiro


de, 1854 por aviso do ministério da guerra do l.odc dezem
bro (le 1853, 0 concluido a 19 de maio do 1855.
Custou 5:295,í!849
Füi avaliado em 0:400/000

12.

C.vsA DA GUARDA DO PAIOL.—Foi cdificadu coiijunctamentê


com 0 mesmo paiol, pela mesma ordem, c foi avaliada cm
1:900/000 rs.

13.

Lazareto DA Jacarecanga.—Foi mandado edificar a 20


DA província do CEARÁ. 50'.)

(Ic jiililo (lo 1819 por ordem da jiinla da fazenda de 29 de


ahril do mesmo atino, c concluido a 27 do maio de 1820.
Ciislou 525/050
Concertos c obras posteriores até 1850 1 :088í:1.íO

1:013/190
Foi avaliado jiidicialmcnle ora C50/00Ü

14.

Lazareto da Lacoa-Fünda.—Foi mandado edificar a 10


de novembro de 1855 por ordem do presidente dr. Paes
Barreto, e concluin-sc a 7 do março de 1850.
Custou 3:975,^800
Foi avaliado em 3:800,SOÜO

15.

Teliieiro da ai.fasdega.—Foi mandado construir a 3 de


março de 1850 por ordem do presidente dr. Paes Barreto e
cüiichiido a 27 do selembro do mesmo anno.
Custou

10.

Edifício da extincta alfandeca do Aracaty.—Foi man-


ilailo edificar a 27 de jullio do 1801 por ordem da junta da
fazenda do 2 de dezembro de 17'J9, e concluido a 14 do agos
to de 1802.
Custou 2:432;>i-8(í
Concertos até 1854 759/()0(!
3:192^380
Avaliado jndicialniente em 4:000/000
Tem de frente 125 palmos, 50 de fundo, e 20 de ailura;
8 jaiicllas c 1 porta na frente.
570 ENSAIO estatístico

t7..

Axtica casa da camada de AnnoNciiES.—Foi maiuUido iii-


fori'Oi'!ii' csle edifício nos pcoprios nacioiiaos, bcni cumo o
séii logradouro (uma legua om quadro), por accordão da Ilela-
fâo dc lí) de julho de -1851. Tem-se depois despendido mais
em concerlos deste edifício 3;000,>00n
Foi avaliado em.. 800;)0U0

18.

Antiga casa dacamaradeMecejana.—Pelo mesmo accor-


dão foram larnhcm incorporados aos proprios iiaGioiiaes csle
edificio e o palrimonio da e.vliucla villa. Depois despcudea-sc
cm corcertos mais de um couto dc reis.,
Foi avaliada era 2:500/000

19.

Antiga casa da camauade SoruE.—Pelo mesmo accordão


foram incorporadas a casa da camara de Soure co iialrimoiiio
da exliiicta iilla aos proprios nacioiiaes. Tem depois ctisla-
do em concerlos mais 50(1/000
Foi avaliada em 2:500/000

20-.

I'aukdào do Meiuelles.—Obra mandada construir em


1859 por ordem do minislcrio da marinha, para conservação
do porlo, afim de desviar o movimento das areias. Custou
12:000/000.

21.

Escola d’ensino mutuo.—Esta casa, que serve para á pri-


DA PnOVIXCIA DO CEADA, 571

niüira c.scoIu da cnpilai, foi mandada edificar eni 1828, econ-


cluida em 1846. Cuslou 2:600/000.

22.

Valor lotai dos proprios iiacionacs 477:952/000*.

CAPITULO II.

Dcctpesa publira.

ARTIGO

DA DESPESA GERAE.

1.

A dislrilmiião das rendas publicas, islo é a eonvonicnlc c


legal aidicoí^ão d’ellas ás despesas do Estado, segundo a li-
Miião decretada pela assembléa geral, ó feita nas provincias
lielas rhesourarias, das quotas fpie lhes são consignadas para
a servii-o geral. (F^ei do 1 d’oulubrode 1831, dec. n." 786 de
20 de novembro de 1850, dec. de 22 de novembro do 1851).

2.

Esta distribuição é feita pelos diversos ministérios, em cré


ditos abortos para os serviços que coirem por cada um na
repntição geral, e para cada objecto determinado nos res
pectivos creditos.


572 ENSAIO estatístico

3.

Kos cxcrcicios dc IS H a 1802 a despesa feila na pro-

1847--18 48 • 23:2413171 3;7;)2^052


1848—1849 8;3';«.iii:8i 31:0933047 :J: 1 iO^üüO
1849—1830 10-v«9^'io(l 34:1033801 4:;)»i-37«7
1830-1831 12:28:).!joi:i 43:2073 423 ;(:1!'8Í7.S0
18-31-1832 2G:82ii902 44:3803243 3:ll7iiyu
1832-1833 3ü;ti't7ár>2-2 43:9333712 o:0i7iÜ'i()
1833-1834 23:373^914 52:270-3300 7:038^182
1854-1833 37:312:3314 30:0333197 ;t:2IOü2GO
18.33-1830 92:2(1 M823 50:3743044 lü;()72â7;j;)
18.50—1837 63:1(103827 33:390-^039 lG;(KI0il8ll
1837-1838 50:1123281 03:415-3133 12:.l!)9<>oÜa
1838-1830 112:7673008 78:0233072 12'.',»7'J5t):i8
1839-1800 182:4983102 80:3113837 :{:!:7893(i()l
1800-1801 114:3393113 70:1493-391 23:84VilSCÜ
1801—1802 172:8033732 (18:8703333 I2:«i:)^91ü
Tühd 973:y3:!3:t87 814:0973331 138:371:5892
Medio 03:0020223 54:273:5143 10:.33S-512(1

■l.
J‘nr qiiin-

Plxcrcicios. Jusli:u. Mnrinlia.

1847—1832 ' 82:2325337 178:8875743 17;34159:!9


18.32—1837 2-32:1385702 200:2305098 42:9295-307
1337-1802 041:3425348 308:9785908 97:897:3040
Tol,il 973:'.i;J33387 814:0975331 138:3715892

Medio aiinual dn (/c-v/ic-

Exorcidos. Iniperio. liislic»' M.ii'inlia.

1847—1832 16:4405407 33:7775349 3:508S9S8


1832-1837 30:43157-40 53:2405139 8:5835801
1837-1862 128:3085369 73:7935781 19:3795328
ToluI 193:1805770 162:8195409 31:07-45377
r)A I'ROVI.\CIA no CKARÁ. 57:]

vinciii por coii(;i dc cada miriislcrio Ibi a seguinte:

Afiiculliira. Total.

X():098^.'iG0 116:9-21.5-203 248:012.5304


10iJ:7C-2á.^!)3 8;]:2105030 227:2145184
](i;):02:;3l8S 4I:;)ÜI5í;6.7 199:0095251
Hi!i:(jrÍL)í7:jU 5-2:5475281 222:8875757
40:758573-2 221:4.375518
00:0175943 243:121.57,83
99:718á()9U 50:000.5824 241:2035810
10í:;j'>ü^;5(il 73:5005417 270:71.352.55
10-2:8.7-25190 .8.5:035539-2 347:1905784
121:C7l359l'i 83:.';5.:)5-225 3i0:0i9578.5
l(i7:S-2S59i7 101:4.5.85804 402:9855112
2í)():ô!ij57u1 10,5:728555! 510:01650,8:!
20.j:0(i039:).'j 10.5:8525 iO'i 007:712,5009
2-2i;:0 í()57;)l 120:7255,880 14:4575537 577:5735750
18-2:8085918 118:9085805 32:4715108 588:8045942
2.0UV:2985352 l,254:9125-2;]t.) 40:9-285705 5,23 i;,3 415923
133:0195890 83:0005815 23:1045354 370:0385553

(iiicna. Fíizenih. AgricuUma. Total.

499:0945122 340:8015871 1,145:400.5814


.522:5925915 3ü!:;í75580I 1,445:4325422
982:811.5315 .552:7.145504 2,003:0485087
•2,004:2985352 1,-254:9125-231,; •5.254:5415923

zn pnr euila ministério.

(Iiicnai 1'azoiula. í^jíiirullrra. Tot/l.

99:9385824 08:100,5371 229:09-2510-2


104:5185583 72:2755100 289:08()’?4H4
190;i()2.5-2(;3 110:.510591-2 .5:12:7-295737
4l)ü:859|íü70 250:9825440 1,050:9085383
574 ENSAIO estatístico

5.

A despesa Icm crescido, termo medio aniiual, na soguinlc


pToportão:
A despesa media dó 2.° periodo cresceu sohre a do 1.<>—20
por í.
A do 3.® sobro a do2.®perioâo quasi duplicou.
Esla mesma sobre a do 1.® periodo quasi que triplicou.
Em 15 aiiiios a despesa publica foi aJem do duplo.

0.

Comparando os serviços dos dilTerautes miuislerios;


Do império treplicou a despesa no 2.® periodo, e excedeu
ao duplo no 3.» sobre a do 2.®
, Da justiça augraenlou 53 por 3! no 2.®, e 38 por X no 3.®
sobre a do 2.®
Da mariuba foi alem do duplo do 2.® sobre 0 1.®, o do 3.®
sobre o 2.®
Da guerra augmentou 5 por X no 2.®, c quasi duplicou no
3.® sobre a do 1.®
Da fazenda augmentou G por X no 2.®, c 53 no 3.® so
bro 0 2.®
0 ministério da agricultura separado cm 1800 dos outros
ministérios conta apenas dois exercicios.

ARTIGO 2.0

DESnESA ESPFXIAL POIl CADA MINISTÉRIO.

Nos exercicios de 1855 a 1802 a despesa especial por ca


da ministério foi a seguinte;

\ ■
5!6 ENSAIO EsTATISTrCO.

I.

M\u\s\evio

18o8—18G!) iKoO-ISCU
Aris. ile ikspeza. 1855-1856 1856—1857 1857—1858

7;622J177 I();01op5!’0
]'re.sici. 6a prow" 10:859.5034 9:2075493 8:381^981'
Ajuda de custo a
deimlados — 2:8005000 3:3005000 2:80;)í0ii0
1985537 1015518 07.5200 (í752!)<* 220?,331
Sar.dé do iio.ilo.
Instituto vacini-
2275015 27541000 3005000 300500:) ooosooo
í;o.
8:257.5!lSá
Obras publicas. 12:0005000 ■12:0005000 12:8105978 20:8205998
í):58íê215
('.oiTfio geral.. 4:7535740 4:9115540 5:7035t0i 8:()885y6;'
KNi-rcic. lindos. 2:0995710 : 2075800
Idellioraiii..sani
tário 59:3235189 36:6655276
Kvenuiaes 7:726560;)
Soecorrospiibli-
17:4115606 17:5975213 7:2065419
1'0S.
Hvgicne publica :
1955700 2005000
Medição das ter
ras.;! 600500Ó 6005000
Aclimatação de
camellos 2355800 5:5095993
Commissão sci-
i'ntirica : 58:8335171 140:0005000
(ialhcq.de Índios
llispo, eatlicd)-al
e parochds’ ..
Snmmnx 92:2615825 63:16041827 36:1125281 117:7675222 181:89155.3.3

• Este SCT\ i(0 p.issoí: era 1800 do ministério da justiça para o do império.
n\ PUOVINCIA DO cearX. 577

^0 vio.

;i800-186l 1861—Í86“2 Total. Medio.


Tolul. Medio.

40:0893883 9:2173976 12:884^1750 20:324^730 10:2621373

1:8-203000 700^000 70030ÓO 1:400J000 700ÍÍ00O


9:100í00(.'
67^200^ 763200 143J400 71^700
6343786 1303937

2803403 3001000 3003000 600^000 3001000


1:4023013
9:9933441 9:9933441 4;'.)96;&72ü
03:8933938 13:1793191
4:2813937 4:281 â937 4;281;5Í):)7
33:6413360 6:7283312
2:3073516 4613303 2603093 260^095 130^047

93:9883463 47:9943232
7:7263600 1:545^320

42:2133238 14:0713746 4:0453365 134:4313335 138:4773120 69:2383360


395^700 1973830 2003000 2003000 4003000 2003000
1:200,5000 6003000 2:6173794 2:6173794 2:617379-4

5:7433796 2:8723898 - 7003000 7003000

198:8333171 99:4163385 2543640 61:2353640 30:6173820


4003000 ........... 40Ü3U00 . 4005000
17:1873438 28:9433262 46:1303700 23:0653330
311:1923683 198:5163973 114:3593145 172:805^752 287:1643897 147:5823323

Da labclla supra se -vè que dois artigos de despesa avulta-


da—melhorameulossanilarios.e commissãoscieniifica de ex
ploração—foram de dois amios,« não figuram nos mais exer-
üicios. O primeiro foi no lempo da invasão do cholera no
império, de 1855 a 1856,e repelido, na invasão de 18G1 n
1802, ncsia província; o segundo foi por oceasião da comrais-
são exploradora, que se demorou aqui pouco mais de
dois aunos, de fevereiro de 1859 à julho de 1861. Ades-
pesa com a aclimatação dos camellos lambem desaparece era
virtude de coniraclo do governo com um fazendeiro.
578 ENSAIO ESTATÍSTICO

11.

MxnwVtvxo

1.

Nos exercidos de 1847 a 1802 dcspoiideo-se com o scrviío

Arls. de despeza. 1855-1856 1856—1857 18o7-1858 l858-18o'.l 1859-1860

1 Justiça de l.“
instancia — 37:693Í140 36:8755634 34:642,^965 iO:053|i7-28 44:909^875
2 Policia e segu 2:000^000 l:500,íü00
rança.. .2:3005000 2:4005000 2:4005000
3 Repartii;ão da
j)olicia , 3:9755425 8:2975394 ll:910J1996 M:983áil7Ü
4 Guarda nacio- 3:756-518«
liai 2:7695220 2:5175800 2:9505110 4:225^240
885460 1085307 274^080 311^840
5 Telegraphos. 15941997
6 Culto pul)lico
rochos)... 9:4805787 16:2385650 18:855,5737 18:a46á772
2925221 258,5333 5495999 705^891
7 Exerc. findos.
8 Sust.de presos
pobres 2285000

Somvia 56:3745644 55:5965639 65:4155455 78:0255672 80:5075837


D.V província do ceara. 579

dft jusWça.

publico por conta deste ministério o seguinte:

Totul. Medio. 1860—18CI 1861-1862 Total. Medio.

194:1738342 38:833s0G8 46:6098038 48:918$404 95:327$462 47:7G3$731

10:6008000 2:120$000 3:800$000 2:1368320 5:936S320 2:968$260

40:0918249 8:018®249 U:153$32J 13:6768264 27:8298385 13:9148792

16:2188380 3:24.38716 3:278860(1 3:.3g08600 6:8698200 3:4348GOO


9428684 1888336 3028000 3028000 131S00O

71:8378748 14:3718349 8:2068612 8:2068612 4:1038.306


1:8068344 3618^68 384816.3 3848163 1928082

2288000 438600 1708400 1708400 858200


.333:9198947 67:18:18986 76:1498391 68:876S:Í.33 1'í3:0238941 72:6128971

Desta labella resulta que tres objectos lem consideravcl-


meulc crescido em despesa: 1.» a justiça de primeira inslau-
cia, cuja despesa augmeutou 12 por % cm coiiseiiuencia de
uovos termos c comarcas; 2.° u repartição da policia, que
cresceu 32 por % na sua despesa por augnienlo dos venci
mentos; 3.° 0 cullii publico, que duplicou. Este serviço pas
sou para o ministério do império.

79
Õ80 ENS.VIO estatístico

III.

Mi.uv,i\tv'vi) iti

1.

Nos oxercioios de 1847 a 18G2 o serviço, que correu

Artigos. 18S5-183G I85C—1857 1857—1858 1838-185<) 1859—1860

1 Cor 10 da ar
mada 130®000 5998800 2628200 168000 2208000
2 Ársenaes... GíáüiSOOO 6128890 1478766 1238000
3 Força naval. 2:0988200 3:7278760 2:3398266 1:77.38602
4 Farol 9098500 9078500 9078500 9098000 9098000
5 Material 5:9118578 9:6438727 4:6.338813 3:9008716 20:2398173
6 Extraord. c
eventuaes... 403S455 5538103 2:2248418 2:8038378 1:0418038
7 E.xürc.lindos 13®400
8 Reformados ’24$17Ó gõsõós 1348000
9 Inválidos... 188100 368000
10 Capitania do
porto 5:1828236 5:9348583
11 Obras 3:3368155
Sommas I0:072s733 16:0608180 10:7798133 12:97986.38 .33:789,8157!
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ. 581

mavVuVa..

por csle minisfcrio, despciideu o scgiiiiilc:

Total. Medio. 18G0—1861 1861—1862 Total. Medio.

1:228,5000 2465600 121^800 12l$800 60$900


1 :‘)()S5'i;i6 .8()I,3I;M
9;!),'í8à828 1:99!5760
9()8i.,j00 9985000 1:0905000 2:088*000 1:044*000
4i:6(;;t5(iÜ7 8:9135801 6:9285093 3:9765200 10:904*293 5:452*146

7:0855572 1:41711118 853iá318 969*836 1:823*354 911*677


155100 3,â080 ISlíSOOO 154*000 77*000
268i 178 89^392 ’'liiliÕÒS 154*008 77*004
5iip7ÜÜ 27^350 ' 3(jÍ5Õü 36*500 73*000 36*500

11:116^821 5:6585410 6:125^295 6:587*372 12:712*667 6:356*333


3:336^155 3:33Gi5l5S 10:627^660 10:627*660 5:313*830
^(Í8ÕÍ817 22:792;3302 25:8441866 12:81.3*916 ^8:658*782 19:329*390

2.

Do cxcrcicio dc 1858 em dianie a despesa augmenlou con-


sidcravelnieiile com a creacão da capilaniu do porlo, cuja
iililidiide ainda não se fez conhecer.
õ8“2 ENSAIO ESTATISXrcO

IV.

'Mvuvs\e,vio da

Nos cxcrcicios de 18.Í7 a 1802

Arts. de despe:a. 1855-1856 1856-1857 1857—1858 1858—1839 1859—18C0

i Eseolit rnili-
lare oliserv.
2 Instruc. niili-
tar, 353400 1213239 54^680 3I5IÍ000
3 Arsenaos ... 4:7413857 5:9703137 7:4273094 10:704^110 8:293-3054
4 Cdi-pijilesaii-
(Id, e |)i)S|iii. 5:7773712 4:1493880 11:6823948 7:024^190 11:4963089
5 llejiaflie. (lii
üjuil. gciicial 1:1033090 1:5393852 2:8583998 3:09U5H 3:4133701
6 ExiTcilü... . 6:1:0593168 85:5093591 110:2883772 141:075^746 144:9373384
7 (nTic.lioiioru-
riosiiridiinii. 5:3043210 4:9063495 6:2623075 4:780^281 5:2373753
8 iidiiart.ecclu-
siasiica 9993840 1:203^106 1:4863666 1:565^000 1:2873000
9 Gratilíeações
diversas.'... 1:2673520 1:4773504 2:0303866 845^960 1:7183000
10 C;;ras luilita-
res. 11:7183021 7:0983095 11:5133727 13:08111770 14:1653747
11 Div. c eveu-
lUflOS 3423.320 5573200 4553712 56933C0 7423093
12 Exerc. findos 9793454 833290 5333388 7433708 2173850
13 Cüinai. mili
tar
1.1 Uecrntam.'” 7:20711488 7:995.3325 12:9883671 16:37911375 13:2263262
Sommns 102:8.523190 121:6763914 167:5283947 200:5133754 203:0603933
DA PftoVINCIA DO CEARÁ. 583

quivva.

foi a despesa como segue:

Total. Medio. 1860—1861 1861—1802 Total. Medio.

5262313 1032203 1342036 243i3848 397:2884 1982942


37:1362232 7:427^250 12:7232100 6:2882609 19:0132709 9:5062854

40:1302819 . 8:0262163 10:3862391 14:3772084 24:9632673 12:4812837

12:0082053 2:4012611 2:1342175 2:1342173 2:1342173


543:4702661 109:0942132 169:7142776 125:3232076 293:0392832 147:3192926

26:5702814 3:3142102 5:6042956 3:9952460 11:6002416 3:8002208

6:3462612 1:3092322 7182000 7182000 7182000

7:3392830 1:467P70 9172000 9172000 9172000

37:5772360 11:5132472 9:048^303 4:0332423 13:0832730 6:3412863


2:6662713 3332343 2:6762666 2:3812344 3:2382010 2:6292003
2:3572730 5112550 1:2212828 1:2212828 6102914
1:6672006 1:6672006 1:6672006
37:797,1132111:3592404.11:0782336 21:1332268 32:21UG04 16:1032802
790:3282324 159:2052702 225:358^41 182:8682948 408:2272689 206:8312534

A. despesa com o exercito triplicou do anno de 1855 para o de 1862.


584 ENSAIO ESTATÍSTICO

V.

íiVxMsVeúo loi

1.

Nos cxcrcicios cie 1855 a

Arts. de despeza. 1855—1850 1850—18Ü7 1857—1858 1858—1859 1859—1800

1 I'ensionistas. 5;209i?809 5'.575í938 5:129i2182 6:238^20:! 5;580^008


2 Aposontados. 6;570^15U 4:903^483 4:989^940 4:872^581
3 Thcsonro na
cional 225,^000 350^000 420^000
4 llcpart.extin-
ClilS 175^000
22:811^001
5 Tliesouraria. 16:801^503 18:055^453 17:100^005 19:204^54-3
t) Aifandega .. 20:099^770 28:170,í303 34:550,0.50;) 31:404ià982 37:971..í710
7 Mczasde ren
das,e collect. 2:789|704 2:570^1300 3:476M20 9:990^652 lõ:37-2ií699
8 Mí d. de ter
renos mar.“- 40^4820
9 Ajuda deciis-
ti) a crapreg 2:0003000 4003000 500P00
10 Juros do cof-
fre de orfãos. 3:9183008 6:0093990 1:991^379 1:142^803 3:4943035
11 Rt'posiçües,,o
restituições . 223000 123000 029/3553 7383772 133000
12 Pagamento á
ausentes &..
13 Oiaas 19:0883227 15:8083871 30:0803971 29:108^809 12:8583490
14 Gralilicaeões 1003000
15 1'agani.dede-
pesilos' 6973900 2033114 2573460 37^847 11:804^409
10 Pagam, á ór
fã wS
7:8303802
393700 36830.55 6033123 84/7.31111
17 Eventuaes ..
9273110 173808 4723241 2:045330r.
18 lè.serc. lindos
19 Operações de
ereditõ 0:4653790 17:7323790
20 Movim.'" dc
fundos 185:83911517 227:1043159
21 Jnisüdos fei-
1:5643435 1:0213951 1:2933210 1:0353542 777,5801
tos
277:9403099 318:4523r7n 101:4583804 105:7283551 105:8/^3735
.DA PRÜVraCIA DO CEARÁ. 58Õ

1802 foi a despesa como segue;

I
Total. Medio. 1860—1861 1861—1862 Total. Medio.

28:333á200 5:7065640 5:42311208 5:744^208 11:167^416 S:o83í708


25:7585897 5:1515779 5:094í2640 6:472^640 11:567^280 5:783^640

99or*í000 3315660 6005000 1:073^000 1:675^000 837|i500

1735000 1735000
94:0335224 18:8065644 22:9665411 21:2085273 44:1745684 22:0875342
158:8695334 31:7735866 39:8705407 47:7495249 87:6195650 43:8095828

34:2035910 6:841|;i80 19:0625912 17:7295119 36:7925031 18:396^013

40ÍÍ820

2:9005000 5:8005000 5505000 5305000 2735000

16:5375473 3:3115495 2:3205923 2:6955460 5:0225383 2:5115191

1:4155325 2835065 1425435 2605666 4035101 201^330

1805354 1805354 1805554.


107:6035428 21:5215083 5:8735491 2:2495030 8:1245341 4:0625270
1005000 205000

13:090^30 1:8305977 4:2735989 6:1065966 3:0335483

7:8395862 1:5675972 14:8005463 7:1395682 21:9405145 10:9705072


1:0935178 2195035 7265250 7265230 3635123
3:4165331 6915306 S9357Ó9 6935709 2965854

4:8395717

413:0035676 82:6005733 93:3295278

5:6925943 l:138ít389 1:3495811 2:5755371 1:2875785

939:367^121 193:4065084 120:250|i482 234:2985083 239:1925287 119:6995917


586 ENSAIO estatístico

VI.

WxwiVnvo 6t oVvas çvVWcas, (iqvituWuva, i tommivcvo.

Nos dois cxcrcicios de I8G0 a 1862 despendeu-se:

Aiis. de des-
18GO—1801 18G1—1802 Total. Medio.
peza.

Oliras niljl.
i leslradas).. 5;006J5oG 14:348;S733 19;355$294 9:C77ãi0i7:
CuiToio ge-
. ral 6;G53i^8G8 I0:787í647 17:4418.615 8;720S7G7'
Aiüdirão de
lerrás 2:387^700 0:012^326 9;.30nsllG 4:Go0s:038
Callieqiie.se. 147.3;l-20 147s:i20 73s0(.(i
iTelegraplio. 2ü2á0üü 39“).í()80 C.‘)o8()8ü 3278340
díveiduaes... 278380 278380 i:tsG90
Süiiioias.... 14:437.3337 32;4718108 40:928870,3 23:40;18332

ARTIGO 4.»

DIVIDA ACTIVA E PASSIVA.

1.

A divida activa era alé 31 de dezembro de 1800 de


10,3:380/572 rs., procedente em grande parle de nmiclas
por falta de registro das terras, e impostos colleetados, e
não arrecadados: pertencia a divida a 813 individuos.

2.

A divida passiva era de 22:257/000 rs. procedente de ven


cimentos não cobrados, e pertence o 284 individuos.
DA rnovisciA do cf.aua. 58T

CAPITUI.O III.

Jítós nnnn<;a!« jirovinciac».

A reocil:! e (liíspoznprovinoiitcssãodecreladasanriualmfinle
ji.-la assiMii Ijloa provincial, soh proposta do prosidoiile da
província, so^iindo o ado addiciüiial: a arrecadapãodas reii-
ílas proviiioiaiís, sua íiscalisação, c dr.siribuiçâo polos divcr-
sos serviços proviiiciacs, sugundo a lei do orçanienlo, coiis-
liluoiu as liiianças proviiiciaes.

Aurwo 1°

DAS KSTAÇÕES FISCAES, E SYSTEMA DE AltllECADAÇÃO.

1.

As estações fiscaes-proviiiciaes são a lhesourariu proviii-


r.ial, 0 as collcctorias estabcllecidas em lodns os municipios,
por onde sc arrecadam os diversos impostos proviiiciaes,
iipeLindo somente à lliesouraria a administração,fiscalisa-
cüi

ção, e destribuiçãü.

Oryanisação.

Por virtude do aclo addicional, que creou uma economia


dislincla iias proviiicias, foi orsanisuda a arrecadação pro
vincial por meio de uma lliesoui'aria, crcatla pela lei provin
cial 11.0 58, de 20 de setembro de 1830 (Regulamento de
2'2 de junbo de 1837, e reformada pelas leis de 22d’agoslo
de d839, de 15 de novembro de 1842, e 22 de setembro de
1857). 0 pessoal da thesouraria e collectorias ficou já des-
cripto na Parle Primeira, tit. V, cap. 2.®, pag. 247.
80
588 ENSAIO estatístico

3.

Sijstema de arrecadação.

O systoma gcralraeute seguido ó o do conlraclos annuaes


com pailicuUues por meio de arremalaçâo cm Iiasla piililii a
dos diversos ramos de impostos: ulgiiiis dos impostos, po
rem, lião são arrematados, mas cobrados ou directameiite pela
thflsouraria, ou pelas collectorias.

4.

0 systema de arrecadação 6 preconisado pelo inspeelor


como mais prompto e seguro: pode, ser, porem c cer-
taineiite contrario á todas as regras da scicricia ccoiiomica e
liiiaiiceira, principalmciite quando o objeclo, que se vao ar
rematar não é conhecido, e não tom mesmo uma base certa,
como por exemplo o disimo.
Deste systema quasi aleatorio, portjue é uma especie de
loteria, resulta uma de duas, ou lesão á lliesouraria, ou ao
contractante; porque a provincia iião sabe o que vendo, nem
este 0 que compra. Não comprehendo portanto a utilidade
de semelhante fiscalisação de impostos.

5.

Se 0 imposto deve recahir sobre a renda, e na proporção


desta, é necessário que se conheça a maleria sobre que tem
de ser lançado. Isto posto, sem previa collecta, como proce
de a tbosouraria geral, não se pode dizer que o imposto Ibi
lançado segundo os princípios da scicncia, e a intenção do
legislador.

6.

Naturesa da imposição.

As contribuições provinciaes lambem são directas, c indi-


DA PROVÍNCIA DO CEARÁ, 589

reclas, sp^undü rccalicni solirc as pessoas e propriedades,


ou sobre geiioros e mercadorias do consumo, que afinal são
pagas pelos consumidores.

ARTIGO 2.»

DA RENDA TOTAL ARRECADADA EM \8 ANNOS, DE 1845 A í 862.

i.

Svijirinicnlo da llic- TOTAL.


Anitos. ncccila ordinária.
Eduraria.

18-45 77:29.54847 6:0ü0s0li0 8;1:2!)0!S847


1840 59:8244300 53:0288884 M2:9oüs2ii0
1847 04:7394419 00:001.8308 i;50:740S787
18i8 112:.5834r)51 4I:037$81I ig:i;621s:i95
1849 90:7514940 20:0008000 il0;7.gis942
18,50 124:4954180 Í2i;49usl80
1851 124:705.^001 124:7CSS061
1852 149-4.534917 149:4S3è917
18::3 104:0244000 10:000s000 174:6248000
.1854 18.5:912^143 12:000.8000 187:9128143
1855 224:193^082 14:0008000 238:1938082
1856 200:4874125 0:0008000 272:487S12S
1857 307:5204557 12:000$000 3I9:S20®S57
1858 381:9934013 20:0408983 408:0348990
1859 309:78.5iSi34 309:78.68434
1860 303:992íioH 303:9928611
1801 373:7084403 373:7Ü8$403
1802 412:4704807 412:4708807

TuCil ■3,842:1984019 200:1094070 4,108:3078095


Mod.dcISans. 213:4554501
500 ENSAIO estatístico

2.

Por qualrieiinios, só a renda própria.

Í8.Í5-18Í8 314:443/180 78:010/790


1819-1852, 489:400/098 12-2:300,>521
1853-1850 841:210/950 210:301,^237
1857—1800, 1,423:291,íi515 355:8-22/-237
1801—1802(2uiiiio.5)... 780:179/270 393:089/035

3.

Relação do crescimenlo nesles períodos.

0 2.“ augmenlou sobre o 1.° 50 [lor '*


0 3.» « « o2.“ 72 « í
O 4.» K « o3.“ 09 € í
O 5.0 « 0 4.0 10 « %
O 5.0 < « O 1.0 400 « i'
592 E^SAIO estatístico

ARTI-
DA RENDAPIíOVINCTALEM 16 ANNOS, DE 18ÍÕ Á 1860, I>UH
K.“

Tabella da arrecadação fcUn pela lhesoura-


ò
Oi
Artigos ãe imiioslos. 18i3 18i6
3

1 Sül)ri'g(!iiCTos(!Xj)oiTailosi).Tr;i
Ibni (1(1 iin|ioi'i() 3;552.^üi)7 388£l5ii.
2 S(jl)rü gcn. para as províncias
3 Armazenagem l:305i.50(í 2303000
i Soljro heljídas espiriluosas... 8:;í0i40()n 6:006 3000
5 « rez do consumo 25:489A00il 21:0203500
() « fumo (lahaco) 5(ilA00() 1:2993000
7 Décima de prédios urlianos... 3:115A0()0 2:966,3000
8 « ,de lieraneas,c Icgadoi' 8!:6A6 17 8583150
9 Jícia siza de escravos 2:()i)!!A5l)0 2:52,:;3500
10 liisimo do miunças 7:0624500 6:!06350(l
11 Selire cliarulos importados,.. 3iflá000 626.3000
12 llapé impoiTado 1:0804000 1:214300!)
1.')
Disimo de pescado l:966,ò000 2:IO5A00o
li Soljre escravo exportado 1:.582,^220 4:037,3160
l.”) (í rez charipieada 1:93 MOÜO 2383Ü00
16 Fianças crirninaes 2054517 1304400
17 Disimo de gados giussos 14:9314882 6:1803300
18 liens do evento
l!) Divida activa arrecadada 1:0364719 2:857.4830
20 Sobre calTó exi)ort.,2 por 0/ /tí

21 a assucar export., 1 '/a l>"/o


22 Prêmio do assignados 14936
29 Multa do algodão 79..3OOO 84000
2i Sobre as lottras não pagas... 41478;í 22,4761
25 Kmolum. de vi.sitas de saude.. 32480o 324800
26 Sobre oslitulosdosemp.,5 p.7o 16-24799
27 a assucar importado
28 c curraes de pescaria...
29 llciida dos propríos provinc. et*

30 Donativos, e rcstitui(;ões 644412 804920


31 Imposto sobre alarnbif nes..
32 Décima dos ab intestados...
33 Matricula do Licêu
31 Sobre caíTéimport., 1,000p. @
35 i farinha export.,2ií!p alq
Somma. 77:2954817 59:8264360
36 Supprimt." do thesouro geral. 6:0004000 53:0284884
Somma total 83:2955847 112:0.534250
DA PROVmXIA DO CEAUÁ. 503

GO 3.»
ARTIGOS ESPECIAES DOS IMPOSTOS, E TERMOS MED103.
1.

ria frovindal do Ceará de i8ár> á i848.

1817 18i8 ,

4::í 103070 H-231339.) 19:5025075 4:8735808


l;SUU08i) 3:3873988 5:1925074 1:2895018
4;iá 331)0 3:3-2'i33i)0 5:71“2$500 1:4“285I-20
l;0;)n 388(1 3:():t:i3Ml 19:90953-24 4:992 5:í.>1
2;}::iá(;3iio 24:0925740 93:9285:130 23:48-25087
“2083108 1:1445000 3:24“2$328 801503-2
2:()033I8S 2:90(>43“2> 11:0325310 2:70:15127
80iâ()()8 1:0423132 3:6015507 9005391
2:0(í73()00 2:5413988 10:733,5988 2:0885497
H;3-283ÜÜ0 13:9-213000 41:3185000 10:3795300
•I iO^OOO 5735780 1:09851)80 42453“2()
78-23301) 4745320 3:3515020 S87$775
2;2ü23()í)() 2:3905000 8:8025000 2:213$30;)
lilCo^OOO 520 5001) 7:304.3380 1:8265093
113,$300 785820 2:38053-20 590$330
545-200 39-.)5S17 975704
'4;!)97ÍÒÓÓ 36:980,5000 63:08:J5182 13:7725343

5:3215140 ’“2;28ÍÍ273 1Í:310,5962 2:8795-240

14S033 295309 455“298 115324


85230 305730 1325000 3:15000
1035813 1715:164 425841
3-2$800 ’ 495-200 1475600 365400
54$82-2 2105-247 4275860 1065906

4:1352-28 1085807
675600 640 2195432 545848
1785400 42351-20 6015.3-20 1505380
515“200 515200 125800
645000 645000 1G$000

64:7395419 112:58:i$o54 314:4435186 78:6105796


66:0015368 41:0375841 166:068509:1 41:.317:502;í
130:7405787 15:1:6215391 480:51 15“279 1-20:1“27 5819
50 i ICKS.Un EST.VT15Tir,0

W.O

Tabdla da arrecadação feita pela lhesonra-

C
Artiijos do hnpostos. 1849 18j0
3

1! gi.‘.iiuro.si!Xj(()i'líi(ii).s i);ii'ii
I fui';i do iiii|)Oi'io lo;ilI.õ9.39
2 Sübrti íron. exiiort. p.“ as prov." 2;4()5.5Ül! 3:oH8,;jO:J8
i> Ai’in:izonapin 1:982.íõ()0 ();Õ8I .;S;)00
4 Sobro l)(íbidas espirituosas... 2:I29,í7;íS ;i:27U.ò2;iO
í) « roz de coasutnò 19;787A'.9'i 23: 129íi()0b
() « fumo (tabaco) 1:101;3799 liÜLSàHtil
7| Docima de prédios urltanos.. 2:a(il,í'! l9 3:084 íi 1)09
Sj « 'do buranças e legados 2!84.ô'lli 22t.í;iU.'i
9 j Meia siza do escravos 2:170^49.-) l:8;.'0ál lü
lOiDisiiuo do miunças !3:3.'!oiü0i) l;i:792ò()(H)
11 Sobro eliarutos iuiportados... 7.j!y:!lJ(!
12 t rapé inriportado .'5í7á.-!8(l 730.4200
l.! Disimo do pescado 2;:ií:tô000 2:797M)(i(i
14 Sobre escravo exportado 83ÜÍÜÜ0 45()40;!ü
1.0 « rez chanpioada 204000
l(i «■ fianças criniinaes
17 Disimo de gados grossos 31:2734000 42:4925000
18 Bens do evento 2475090
19 Divida activa arrecadada 1:0024323 0074913
20 Sobre 0 calíé export.,‘2 ‘/^ p.»/, (I
21 t assticar export.,1 i)."/,.
22 Prêmio dos assignados 99,5.377 1085203
2:} I Multa do algodão 20.4000 095000
2 i; Sobre letlnts protestadas,! p.%
'áõjEiiioliimt." de visita desando, 495200 825001)
âf) Sobretitulodoseinpregjo p."/,, .3005184 24,3210
27 í assucar importado 9435838 9305283
28 I Curraes de pescaria...
29 Renda dos proprios provinc. e*
227ÍÒÕÓ 1505000
HO Donativos e restituições 4015490 043597Í)
H1 1 Imposto sobro alambique. .. . 2015400 1835000
82 j Décima dos ab iiUestados
HH'Matricula do Liceu
34:Sobre callé import., lH por®. 1195870 435278
3.)| « farinha import.,2áp.ab|.
Sòmma 90:73159411 1-J4:4935l80:
36 Supprimentoao tbe.sourugeral 19:9!)9Í1998
Somina total 110:7315942 124:49.35180
n.v priOVKM.iA no (.ícaua. 595

3.

ria provincial do Ceará de ISW a iS52.

18o 1 18:í'2 Müiiio lie i

lS;:inisrio.; li):30U72G 54:4118959


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20.^0011 10:iJíií)i) 1438900 3oS7i)0
9747,7(1 978750 2Í8W7
38:4093500 ilifilUiODÍ) 153;808::;5(i» 38:452812:;
241.5752 3'.í)75(ir;:i 838850! 2U08Í0;)
4:.40S440y 7:U3o4í)ll 13:0736848 3:4188462

77J1672 797561)3 3256115 816278


86^750 1923025 368$375 926Ü83

' VniiíiÕÔ 653000 262*400 ' ‘(Í566CÕ


473026 4.5,5404 683*210 1706802
8887.:! 12 OnOíOOO 3:770*033 942íi50?4
40,3000 1:5173000 1:587*000 396-750
1503000 150,30(10 677*000 1698250
5833052 5333720 2: 164*232 541*05:;
943800 3193400 861*000 215*250

83913 13387.3 185*945 96*486

124:7053001 149:4533917 489:446*102 122:3(11*52.5


19;91)9.*i)98 5:()()0.*ü00
,124:7653061 149:4533017 509:446*100 . 127:361*525
81
5% ENSA.ll) ESTATÍSTICO

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Bí.e

Tahdla da arrccadaçao feita pela thesoura-


£
e
Artigos de impostos. 1833
y.

1 Sobro goneros exportailos para


fora (loMmper o, 3 por «/o- . 13:7085371 18:4033899
2 Sobro geii. p." as prov.,3por% 2:71354:19 .4:3105 VH
3 Arniazeoagóm 4:8375300 :!:2!I:í33ÍK)
4 Sobre bebidas espirituosas.. 3:6075000 3;7ü:í5ü00
3 « rc7. de consumo 34:7745000 40:7845000
6 « fumo (tabaco) 87858-23 1:433 53!)t)
7 Décima do prodios urbaiio.s... 3:0325000 .3:0405172
8 d do icraiiças,e legados 3:8895390 2:7225783
9 Heia siza de escravos 3:273,5000 3;ü8y5000
10 Uisiino do miunças 13:1375000 1(5:8(115000
11 Sobre charutos importad us... 1:4405000 1:830.5000
12 Uapé importado... 1:4425(;00 1:6435000
13 Disinio de pescado 2:3375000 2:4995000
14 Sobre escravo exportado 9:6905000 28:4975190
13 « rc7 chaniueada
16 Fianças criirdnaes 'lóõiiiõó 3815-223
17 Di.siiiio do gados grossos 53:6635111 38:7395272
18 Uensdo evento 3995 413 9835377
19 Divida activa arrecadada 8745948 2:7685124
20 Sobre calTé e.xpQrt.,2'/j por %, 1:0045601
21 « assucar , 91854.30
22 Pretnio de assigiiados 1445303 2-215132
MulU do aigodâo 1125Ü00 1285730
24 Sobreasictras mão pagas,l p ®/o
23 líiuülmn. de visitas do saudo.. 825000 745100
26 Sobre ostitulosdosonip.,5 p.% 2875483 1095208
27 I assucar importado 884.5491 2125268
28 Curracs de pescaria e redes.. 8135000 1:.9165000
2i) Uenda dos proprios proviuc." 1.305001 125300
30 Donativos, e restituições 2:1715700 2:6615662
31 Imposto sobre alambiíiues...
32 Décima dos ab intesta
33 Matricula do Lycêu..
34 Sobre calTé import., 1.000p.(3 24500O
33 t farinbaexpürt.,2íí!p.alq. 130500j
36 Impostos sotire tijollos
37 Sobriuítuleciira de caro. 1i5p.@
Soniiiiit 164:t)245()ÜO 183:9125143
38 Sup|iiiiiit.“ dl) thesouro geral. 10:0005000 12:0005000
Somma total 17 4:6245600 197:9125143;
D\ rnoYi.NXi.v uo ceará.. 59'7

rin provinciid do Ceará de 1S5S á iS56.

d8.‘i5 185(j

2í);:í«í50Vi 2():21fJ^G72 8:?:9U488f) 20:97837-21


8:()ri:i,íS07 10:1824-248 23:8034970 6:40,34992
():Ou:{doü:) 4:ü8u4l0(t 18:7(5940011 4;0!)-251(IO'
7:í7lí(lt)í) 7:8184000 20:002400;; 6G.3040.30’
4;j:'.()8i500(l 50:0l24000 109:03840110 42:4094000
l:75r)üi(;í 1:8334000 3:().4()48,‘w 1:48.34-203
4:28i3i:jl 4:.18;í4000 18:84740-2:) 4:711490.3
:i;liy.57i:i 2:11.‘iíí227 11:8714343 2:007483.3
8:(i()lr5n(lil 10:0004000 23:3(m4()0í! 0:39142,30
20:814^0(1(1 22:9;:r40í)0 7.3:7375000 18:9394-230
1:9:i;)40ü() 2:0314000 7:-23í.40ü'. 1:8134570
1:7(l7328íi 1:7.314000 0:3414280 .1:(í3:34320'
2:.{()í),i!)()0 3:0884000 10:324 4900 2:.38I424ü.
34:000.áüUO 39:3004000 111:1874110 27:8714797

3'i 14430 332437.3 l:33844'i(l 3395010


49:8804-293 01:4304000 203:7345078 50:9334009
1:0094203 67043:13 3:7.)()432,^ 93-25632
2:0075111 3:030418(1 1:.11240-21
l:00i40;)l 2314150
9184430 2294ÓI2
1134091 10;!4000 0714013 1073903
1784300 2234380 6424030 1004057

1.304101) 39402.3
3-284839 7’235S30 181438-2
9-204.33Í! 1:2-23583!) 3:2434177 8104791.
6084000 0034000 3:904400(1 9764000
16-24300 105500
8:0304140 12:809,5802 3:2174150

1174000 "‘lÍ74ÒÕ0 29,5230

244!H)() 64000
4-24000 19240ÜU 4840()i>
2294030 38 4,310 2074571 CO4893
4:3:)i;4.3()l 4:5304.301 4:.3:1043()I
2'2V:I',>3508-2 207:0004201) 812:39040-25 2.10:5094500
14:0004000 6:0004000 42:0005000 1ü:.300'4Õ0()
238:1'J34088 273:0604200 804:4074921 221:0974506^
598' ENSAIO estatístico

W,o

Tahella da arrecadação feita pela thcsonra-

Arligos de impostos. 1837 1838


Ví:

1 Sobro gonorosexportados par; 1

fora dl) iinporio,3 por ®/o.. 4.õ;88632.3í .33:2225108


2 Sobro gen.p.“asprov.''*,3 p. «/„ 21:8435211) 19:1805202
3 Aniiazonagoin 6:134331)1) 7:4:í:!5O:)0
1. Sobro bebidas espirituosas... 8:231 300;í 12:7675000
3 « roz do consaino 53:1773001) 66:7735000
6 « futno (tabaco) 1:3863000 l:707íí000
7 Decima de [iredios urbanos., 3:6193000 5:9325000
8 S de heranças e legados 5:624.33í2 3:24.05187
9 Meia siza de escravos 7:4303000 9:0005000
lü Disiino de iiiiüaças 22:9453000 26:9905000
II Sobre charutos importados..' 2:1803000 1:7215090
12 « rapó importado 1:1703000 2:0125000
13 Disinio do pescado , 3:1985000 4:2665000
14 Sobro escravo exportado 31:1(!03Ü()0 9:4005000
13 » roz cbíiríiueada 179Ô3ÜÜ 4:115320
16 « fianç.as criin.", 3 por "/o 878-3703 9.375134
17 Disimo de gados grossos 78:1035000 111:5665000
18 Bens do evento 1:7985119 1:1425209
19 Divida activa arrecadada 1:9095944 3:0435819
20 Sobre o caiTé export.,.2 por
21 « assiicarexport., 1 por ®/u
22 Prêmio dos a.ssiguados 1.395642 2:!957.33
23 Muita do algodão 1545730 1325300
21 S.jbre lePras não paga.s, 1 p e/,,
25 Einoluiiit.'” de visita desaude.
2‘i Subretitulodosompreg.,.3 p.«/u 3895322 4325620
27 c assucar importado l;2.3058.-i!t 1:069.5936
28 « Ciirraes de peso. 0 redes 6965000 0075000
29 Renda dos proprio.; provinc."
30 Donativos o restituições 7:2415022 17:3235090
Bl ítnposios solire alambiijucs..
32,nceima dos ab intestados
33 Ãlatricula do Lycêu
31 Sobre calfé import., 1.3 por (3' ,
3.Õ t farinha import.,23 p.alíi 4915000 H:I;!65213
36 Impostos sobro t joilos e telhas 1405003 2025000
37 Sobre (3) decora do carn.''“ I3.. 6115927
38 Roíiila do cemite.río
39 Sobro sabão exportado
Soinmi 307:320,5.337 :t81:99350l3
40 Si.ippriiiienbiao thesourogeral 12:000,5900 2(1:040.5981
Suntiini tviiil 319:3205337 408:0345000
DA. rnOVINCIA DO CEAUA. 599

4.

ria provincial do Ceará de i857 á iS60.

1339 1800 Sommn lotai. McJio dos 4 annos.

30:4885802 02:9113471 223:3118918 5H;877^979


2.l:073522;i 24:900,3808 90:3978333 22;649á'í88
7:3335300 7:3073000 28:9303000 7:238^000
12:001 áOO;) 13:0143000 4G:013SOOÜ 11:0(13^230
01:0795000 63:8343000 244:8833000 61;22U2oO
l:9.-125000 2:0825000 7:3573000 1:839,5230
8:30250'J0 8:4393000 28:3323000 7:Ii35000
3:7475709 4:8823232 13:4973730
7:001500;) 7:100.5000 31:1313000 7:782,5730
27:2005')00 31:0033000 103:S00300J 27:2005000
3:80250!)!) 4:0313000 17:0313000 4:1085500
2:0:!35;)0i> 1:4113000 6:0703000 1:6(595000
4:1975000 3:3.8 IsOOO 17:0433000 4:4115230
4:8';)05:)no 12:0005000 37:000300:) 14:4135000
1305000 • 1875340 9483300 2375070
1:04053:12 1:8715174 4:730.3923 1:1875731
113:3l)«5m'0 91:9.115000 397:1103000 99:2775730
l:918jlo:i 8!)9.53:í3 o:7283080 1:4325021
9:087^130 3:0795307 19:700.312{) 4:0235100

3t0,?3;28 2015079 9713381 2425840


288^370 190^300 7723:120 1935080
2.3923 95792 12,3717 35179

Í0'l.5l8:i 1825390 ‘l:0(54372Í "4Í65ÍS(Í


l:182^88íi 1:01.38341 5:4283812 1:3375210
311.8Ü00 3118000 1 :3:13300() 438Í1730
1 4:15:187 1:12.50:)0 2803387 705097
7:7835870 7:898.5029 40:2485011 10:0025003

3:0:i35443 14:0025038 3:0035004


2038000 1035390 712531)0 1785147
0115927 1325881
708000 2335300 3095;íO() 775340 ■
1:3015000 1:0215000 4035230
1205000
1,423:2915013 333:8825903
309:78353:11 30.):!102.531
38:0105987 9:3015247
3G9:78;)53;;4 363:9922^2 1,101:33^002 303:32:15130
üOO ENSAIO ESTATÍSTICO-

IV.

Tahclla de arrecadação feila peht thesonraria provincial

Artigos de impostos..

I Sobre generes exportados para fora do Império. . -


C. cc. (. t as províncias. . . .
3 Arinazenagpin. . . .
4 Sobre bebidas espirituosas
« rez de consumo,
6 í fumo (tabaco). .
7 Décima de prédios urbanos. . . .•
8 C do Iieraiiças e legados
9 Meia siza de escravos
10 Disimo de miunç.a.s
H Sobre charutos importados; . .
12 « rapé importado.
13 Disimo de pescado
14 Sobre escravo exportado
IS Itez cliarqueada
IG Fianças criminaes, 5 por "/o
17 Disimo do gados grossos
18 Dens do evento . .. .
19 Divida activa arrecadada.
20 Sobro caflé exportado, 2 '/, por ®/o. . . . . .
21 « assucar exportado, 1 ViPOfVo
22 Prêmio do assigriados. . .
23 Multa do algodão
24 Sobre lettras protestadas
2;) Emolumentos de, visitas de saude
26 Sobro titulos dos empregados. .
27 « a.<sucar importado
28 I curraes,0 redes de pescaria.
29 Penda dos proprios provinciaes
30 Donativos, e restituições
31 Imposto sobre alambiques
32 Décima dos ab iiitcstados
33 Matricula do Lycen
34 Sobre caffé importado, I^giOOO por Oí
33 « farinha ex|)ortada, 2,^000 por alqueire. . .
3G « tijollüs e telhas
37 « cera de carnaúba ■ . . .
38 Renda do cemitério
39 Sobre .sabao exportado
Somma

40 Supprimento dotlicsouro geral


Somma total
DA província do CEARÁ. 60i

do Ceará,pelos médios dosquatriennios de i845á i860.

Medio de 1845 a48. Mediod0;i849a52. Medie de 1853 a 1858. Medio de 1857al860.

4:87.15868 13:602$989 20:9788721 53:6778070


1:268.0018 2:944S062 0:46.3s992 22:0198388
1:4-280120 4:8.39iÇi230 4:6928400 7:2388000
■4:062á:W! 4; 1098680 6:6308630 11:.3038230
20:4820087 24:266.8270 42:4098300 61:22I8'^3ü
80,0602 9288064 1:4838213 1:8398230
2:7600127 3:347$891 4:711890.3 7:1438000
9000391 2.3482.39 2:967880.3 3:8748432
2:6880497 2:2438220 6:3918230 7:7828730
10:0720301. 14:2209230 18:9398230 27:2008000
4240320 7968680 1:8138320 4:4088.300
887077.3 8038443 1:63.38320 1:6098000
2:21.30000 2:4938730 2:.38I8210 4:4118250
1:826009.3 2:3208230 27:8718797 14:4)38001)
5960.350 338730 2378070
975704 248437 ‘ 3398610 1:1878731
13:7720345 38:4328125 30:9338669 99:2778750
2098400 932.8632 1:4328021
2:8790240 3:418$.462 1:4128621 4:9238106
2518130
2298612
110.324 818278 1678903 2428864
330000 928083 1608657 1938080
420841 38179
360400 ‘ 638600 ‘.09.802.3
1060966 1708802 1818.082 ‘ 4I68‘|8G
9428308 8)08794 1:3.328210
39.68230 9768000 4.388730
1085807 541.8035 408.300 708097
545848 213$2o0 3:2178430 10:062$003
1500:180
120800 ‘293250
160000 948486
68000
488000 3:06.38664
66889.3 1788147
4:5368.3üü 1.528881
778340
4038230
78:6160796 122:3618.323 210:.3978.')0(I 335:822020.1
41:5175023 50:000.8000 10:3008(9)0 9:.30i5247
120:1275819 127:3618323 221:0978306 363;3230:í5O
602 ENSAIO estatístico

3V.’

Tabella da arrecadação feita pela tlie-


s
s Artigos de impostos.
a

1 n por % de exportaçrio para fora do Impoiio


2 5 por ®/o para doutro do Império. . . .
3 10 por Vo soJire a madeira exportada. , .
4 Prêmio dos assignados
5 Armazenagem
6 30 por Vo süljre bebidas espirituosas. . .
7 ‘2^000 em rez de consumo
8 Imposto sobro o fumo
9 Décima urbana
10 C do heranças e legados. .
H Disinio dos gados grossos. . .
12 C das miunças
13 € do pescado
14 Imposto sobro o charuto importado
13 C 0 rapé d

16 C s 0 assacar
17 sobre os escravos que sabem
18 5 por Vo sobre os titulos dos empregados
19 Produeto dos bens do evento. . . .
,20 S por Vo sobre fianças crirninaes. .
21 Cobrança da divida activa
22 Renda dos proprios jirovinciacs. . .
■23 Restituições
24 Imposto'sobre olarias
23 « sobre ciirraes do pescaria. .
.26 C 1 carne charqueada. . .
27 Meia siza de escravos
28 Imposto sobre sabão importado. . .
c € alqueire do farinha, o milho
C e c « exportado
30 Multa do algodão
31 1 por Vo sobre as letiras não pagas. .
32 Disimo do sal
33 Imposto Sobre carros e carroças
34 Desconto do S por Vo dos empregados que tiveram empres
time para o monte-pio
Sonma. . .
da. província do cearA, 603

6.

souraria provincial de ÍS6Í a Í8G2.

1861 1862 Somnia. " Medio.

74:1584042 111:15.54348 183:3l3í.370 92;6íi6;^6bo


26:4004117 26:3344788 52:7355205 26:;i67^'tU'i
2S946S0 2604300 5195980 2o9iê9!'()
774668 775668 dsmu
3:7324500 4:6344750 8:3075250 4:18:)áG;ü
43:1754000 15:3314000 28:506.4000 14:25.^^0(10
61:8814000 71:6874000 133:5084000 66:7845000
2:I()I40()() 3:0954000 5:1964000 2:59850(9
8:3504000 20:5324145 28:8824145 14:4415072
5:728423,5 . 5:501*765 11:2304000 5:615.5000
85:5064000 60:093§000 146:1994090 73:0995509
33:7644000 40:4674000 74:2;M40!0 37:1155500
5:7474000 6:3374000 12:0844000 ■ 6:ü425ÜUO
4:851,6000 3:8Q5;§i00 8:6;!6í)400 4:323,5209
1:4064000 1:9324000 3:388400(! 1:6695000
2:1044300 2:1084161 4:2724461 2:1365230
23:9994773 6:0004000 29:9994773 14:0995886
2334745 2254317 4594062
3:5264328 1:8984759 5:4254087 2:712454;!
1:0714450 9984825 2:0704275 1:0354137
3:0084113 5:7414427 8:7494840 4:3745920
3744000 2614000 038.4000 319.4000
1:8834036 1:3814716 3:2444782 1:622,§39! '
1564000 . 2334000 389,4000 1944500
3114000 2:000§000 2:3114000 1:1554500
1884981 4414114 630.4096 3154047
7:100,§000 15:6104.537 22:7104.537 11:3554268
I:5ü0,jí000 15S080 1:51.54080 7574840
2604400 2604400 1;104200
89648.35 839425;) 1:7864090 893í>(j.í •
1774000 2604400 4374400 2184700
1:4344500 1:434^560 7174250
2004000 200.-SOOO 1004000
3204000 3204000 1604000

081*600 681,5600 3404800


373:7084403 412:170:5867 780:1794270 ;i9.t:08' §6:i5
604 ENSAIO estatístico

ARTIGO í.o

DOS IMPOSTOS ESPECIAES,

Do vmi[io8Vo ài b çov ctu\o iVos qtnms wationoes tx\ior\olo» ipaxa


^otaiolTOçtTvo, 'goT tiTiVo gaxa as oaVvas çtoovuovas.

4,

Esle direito, chamado de exportação, e que parece ferir a


«onstituição (acto addicional), a qual prohibe imposição pro
vincial sobre objeclos de exportação, não é mais que o antigo
direito ecclesiastico sob diversas transformações. O decreto
de 16 d’abril de 1821 declara que o dizimo das producções
do Brasil fôra concedido á corôa portugueza por bullaspon-
tifitias para o serviço da egreja, e querendo prevenir os abu
sos, que até então se praticaram com as arremataçõcs, dclcr-
uiinou:
1 que d’aquelles productos, que não eram do commercio
estrangeiro, fosso o dizimo arrecadado ás entradas das cida
des, quando para alii entrassem.
2.“, que se arrecadasse também o dizimo de todos os pro
ductos á elle sugeitos,que se exportassem de umas para outras
capitanias, para o seu valor ser applicado á capitania produ-
ctora; que esta arrecadação fosse feita pelos registros, ou al-
fandegas dos portos seceos, que dariam guias para os produ
ctos passarem livremente pelas povoaçoes das provincias para
onde fossem exportados.
3.“, que 0 algodão, calfé, assucar, arroz, trigo, efumo,que
eram os principaes objeclos do commercio interior, passassem
livremente pelas alfaiulegas dos portos seceos para só pagarem
0 dizimo iia oceasião do embarque para fora do paiz.
DA província do CEARÃ. 005

Mas já pelo alvará do 25d’abril do 1818 so linha creado o


imposto de 2 por % com o litulo do consulado como indcm-
nisafão da aboligão dos direitos, que se cobravam nas alfan-
degas de Lisboa, e permissão da exportação directa para o
estrangeiro. De 1821 cm diante pagavam pois esses artigos de
produegão 12 por j;, sendo IQ de dizimo, e 2 de consulado.
Em 1830 a lei de 31 d’outubro elevou os chamados direitos
do consulado a 7 c aboliu o dizimo, isto é, concedeu desse
direito 5 por % (metade do dizimo) ás provincias: ficaram
sempre os 12 por ^ de outra forma.
Por isto, e porque a legislação provincial, além do dispen
sar do dizimo aquella parte dos produetos, qne fica na pro-
viiícia, obrigando a elle somente os que d’ella sahem, cha
ma-se direito de exportação com relação á circumstancia ul
tima, que por outras palavras quer dizer—meio dizimo dos
generos de producção provincial, que se exporiam..
, Do que fica dito vê-se a origem d'essa imposição no aclo dft
exportação dos generos da provincia,que tem variado muitas
vezes, pagando ora 5, ora 3, ora 2 %, etc. Só de 1850 em
dianie é qne tem se cobrado 5 por % para todos os generos
principaes, de que acima lallei, cxcepto ainda as mercadorias,
que pagam 10 por %,

O valor da renda de 5 por ^ com as variações anteriores,


foi nos dezoito annos passados o seguinte:
E.vercícios. Valor. Modio annu;)l.
1845—1848. 19:502/075 4:875/808
1849—4852. 54:411/959 13:002/989
1853—1856. 83:914/886 20:978/721
1857—1800. 223:511/918 55:877/979
1801—1862. 185:313/370 92:650/085
Total de 18 annos 506:054/808 31:480/822
000 ENSAIO estatístico

3.

Proporção do augmeiüo.

O 2.® periodo cresceu sobre o 1 ,. i83 por %


O 3.® « 0 2.® . 53 « X
O 4.® (í 0 3.® 175 « X
0 5.» « 0 4.® . (í %
0 5.» « « 0 1.® .1833 « S

II

1.

O imposto sobre os generos exportados para as províncias


do Império tem a mesma origem que o de eXporlação para
fóra, e nem sempre foi igual para todos os generos senão
de 1847 em diante, sendo até 1800 de 3 por depois subiu
a 5 por %.
O producto dessa renda tem sido nos 16 annos, de 1847 a
1802:

Exercido». Valor. Medio annu.'>l.

1847-1848 (2 annos)‘ 5:192/074 1:298/018


1849—1852 (4 annos) 11:776/249 2:944/062
1853—1850 (4 annos) 25:863/970 6:465/992
1857—1860 (4 annos) 90:597/533 22:049/388
1800—1802 (2 annos) 52:735/205 20:307/602

Total de 16 annos. 186:165/031 11:635/314

* 21ãõ existia este imposto dos annos de 184S a 1847.


DA província do CEARÁ. 607

2.

Relação do augmento.

O 2.« pcriodo augraenlou sobre o 1.». Í4 por %


O 3.» < c « 0 2.°.. 120 € %

O 4.0 « c 0 3.®.. 254 « í

0 5.? « « « 0 4.».. . 18 < X

0 5.» « c C 0 1.°.. ,866 c %

III

1.

Este imposlo é como que o aluguel dos armazéns e deposi


tes proviiiciaes (como se observa com os depositos gcraes),
que se percebe pela guarda dos objectos, pelo tempo que se
demoram, antes de serem exportados. Pela lei geral(lei de 15
de novembro de 1831, art. 51, § 10) applicavel á província,
passados quarenta dias, pagam mejisalmente 14 por j do
valor dos generos.

2.

0 valor dessa renda de 1845 a 1862 foi o seguinte:


Viilor. Hcdio ntiniial.
Exercício». f

. . 6:712/SOO 1:428/125
1845—1848 . .
^ . 19:581/000 4:895/250
1849—1852 . .
. . 18:762/000 4:692/400
1853—1856 . .
. . 28:950/000 7:238/000
1857—1800 . .
1861—1862 . . ^ . 8:367/250 4:183/625
608 ENSAIO estatístico

3.

Dcsla tabella resulla o seguiiUeí


O medio do 2.» periodo augmenlou sobre o 1.®—2i2 por %
O ^ n ■ do 4.0 « « 0 3.0— 47 « í
0 « do 5.» « decresceu do 4.“— 7.5 « X

IV

ImposVo sobve.\)(,Vvia& tsçvTUnosa^,.

í.

Este imposto teve a mesma origem e fim do dè consumo de


earnes verdes. Pelo alvará de dO de novembro de 1772 lan
çou-se a taxa de um real por.libra de carne verde, e outro
real por canada d’agu’ardenle'para o subsidio lillerariò, afim
de manter 17 escolas primarias, que nesse anno se crearam
noUrasil.
A lei de 15 de novembro de 1831* abolindo todas as impo-
sjções sobre a !igu’ardenle,. estabeleceu a de 2 por í na expor
tação, e a de 20 por % no consumo! Gora a divisão das ren
das, passaram os 20 por % para a receita provincial (lei de S
de ontubro de 1833.)
Este imposto tem variado tafito no valor, como na forma,
ora no sentido de proteger a producção, ora de castigar o
vicio: nas collocções de leis provinciaes se acbará sua varia
ção constante. Ultimamente a lei manda cobrar geralmente
30 por 3! das bebidas espirituosas que se venderem; alem de
30/000 reis porpipado agu’ardent»não fabricada na provin-
cia, mas que fôr n’clla consumida; também 30jÇOOO reis por
cada alambique, que fizer de 5 pipas para cima, e 10,.ÇOOO reis
pelos que fizerem menos (lei n."945 de 28 de agosto de 1800.)
DA província do CEAR/. 600

k renda deste imposto de 1845 a 1862 foi a seguinte’.


Exercidos. Valor. Medio anniiati

1845—1848 . . . . 19:9G9íl324 4:992jí!.331


1840—1852 .. 10:438^733 4:109|(683
1853—1850 . . . . 20:602^600 6:650(^650
1857—1800 . , . . 46:013(5000 11:5035250
1861—1862 (2 annos) . 28:5065000 14:2535000
Total de 18 annos . . 137:5285657 7:6405480

3,

Desta tabclla resulta:


1.® que 0 médio do 2.® periodo decresceu do 1.’®.. 9 por %
2.® í « do 3.® « cresceu sobre 0 2.®..63 « X
3.® < í do 4.® « c « o3.®..74« %
4.® < « do 5.® « « € 0 4.®..27 « X

luvgoslo toW Ttl il COTV&ÚmO.

1.

Este imposto, chamado de subsidio litterario, porque pelo


alvará de 10 de novembro de 1772 foi lançado um real por
libra de carne para a manutenção das escolas primarias, e
depois substiluido pelo de 3 de junho de 1809 em cinco reis
por arratel de carne,de vacea, que se cortasse nos açougues
públicos, passou para as rendas provinciaes em virtude das
leis de 8d’oiitubro de 1833,e de 3d’outubro de 1834, epor
lei provincial foi substituído até 1857 por 1 /600 reis por cada
rez para o consumo publico; ode 1858 em diante foi elevado
a 2/000 reis.
610 ens.vio estatístico

2.

No pcriodo de 1846 a 1862 rendou esle imposto:


Exurcicíos. l^cndímciito. M edio nnnn.il.
1R45—1848. 93:0-28/350 23:482/081
1849—1852. 97:065/094 24:266/273
1853—1856. . 169:638/000 42:409/5(0
1857—1860. . 244:885/000 6I:22;/2r')
1861—1862. . 133:568/000 66:784/000
Total del8annos. . . 738:884/444 41:004/091
3.
Desta tabella resulta:
O medio do 2.'‘periüdo augmentou sobre odo 1.».. 3 por %
''
O « do 3.® « . 2.®..74-
do « ,7
O « do 4.® « do 3."..44 « %
O í. do 5l.® ct. do 4.®..14 « %

YI

Imposto &o\iiít 0 ^\nuo (Vttbaco.)


1.
Este imposto tem a mesma origem do antigo dizimo, e como
oiilros tem passado por modificações; até 4850era de 5 por %
para o da provincia: de 1855 em diante passou a 20 por X, e
de 1857 era diante elevou-se a 30 por % o importado de outras
províncias,, o que é contrario ao acto addicionaL
2..
O valor desta renda nos 18 annos de 1845 a 1862foi o se
guinte:
Exercícios. Valor.. Medio annual.
1845—1848. . ., 3:242/528 860/532
1849—1852. . . 3:712/258 928/064
1853—1856. . ., 5:940/855 1:485/213
1857—1860. . . 7:357/000 1:839/250
1861—1862. 5:196/000 2:598/000
Total de 18 annos.. . .. 25:448/641 1:413/813
DA PROVÍNCIA DO CEARA*. Cll

YII

'Dcciwft li \;Tti\08 Mvbanos.


1.

Este imposln Toi estabelecido no Brasil pelo alvará de 27 de


juiilio de 1H08. Consiste na contribuição de 10 por % do valor
da n-iida qiie dá, oii pode dar, nin prédio urbano; e foi con
cedido á renda provincial pela lei de 3 d’ouliibro de 1834.
O alvará qne o estabeleceu, só isentou d’elle ós prédios
. pertencentes á Santa Ca.sa da Misericórdia^ porém poslerior-
niento se íizerani outras isempçoes. Nesta proviiicra lem-su
sempre iscmptado a casa habitada pelo proprietário, como um
favor á edificação; em 1859 e 1860 esteiideii-se á todas as
casas; porém sô cobroii-se na capflaí: esta disposição foi re
vogada em 1800, e restaurada em 1861.
Todas as cidades, villas, e povoações de mais de 40 casas
estão sujeitas á esta imposição; mas não se poderá cobrar
mais do 40/000 reis, nem menos de 2/000 reis das casas ba_
bitadüs pelos proprietários. Bm dezembro deste anno de 1861
0 presidente espediu o regulamento para a arrecadação deste
imposto. Posto que a taxa seja de 10 por ^ sobre a renda, sü
se percebem 9, ficando 1 para indemnisação dos reparos.

2. ..
Nos annos anteriores este imposto foi sempre arrema
tado por contral to com grande prejuiso do thesouro, so-
mciile de dous aiuiospara cá 6 que tem sido arrecadado di-
reclamenle.
Nos 18 aniios passados deu:
l'lx<?rcicios. Rendimonlo. Müflio annuni.
1845—1848. 11:052/510 2:763fl27
4849-1852. 13:391 Í564 3:347/391
1853—1850. 18:847/623 4:711/905
1857—1800. 28:532/000 7:143/000
1801—1862. 28:882/145 14:441/073

Total de 18 annos. . . 100:705/842 5:594/707


83
012 ^:^SA10 KSTATISTIGO

3.

KpáuHa ilcslii tabella:


22 por ^
O í." periüilo cresceu sobre o 1.“.
« 0 2.® 42 « V
(j :! «

« 0 3.® 51
O i.» « .«

« « 0 -i.® IÜ2 i %
Ü 5.»

VIII.

Taxa VtraiAças t\cgalos.

I.

Esle imposlo, chamado bambem decima, ou sello de heran


ças e legados, foi eslabelecido pelo alvará do 10 de março de
■J 797, ampliado pelo de 24 d’abril de 1801, e restringido pelo
de 24 de janeiro de 1804; mas o de 17 de julho de 1809 foi
0 que 0 estendeu ás heranças e legados. Consiste cm nnia
quota qtie pagam os herdeiros por tcslamenlo, ou ab iniesla-
dos, e os Icgalarios, que nSo forem ascendentes, ou descen
dentes em linha recta do fallecido.
O alvará de 28 de setembro do 1810 isempfou dessa con
tribuição as heranças e legados, ou usufriiclos deixados á
misericórdia. A resolução do 1.® de julho do 1817 isemplou
os prêmios, ou legados deixados aos testamenteiros, que não
excederem á vintena lestamentaria. A lei do 15 de novem
bro de 1827 isemptou as heranças e legados consistentes cm
apólices de fundos públicos, e sem juros.
Na divisão das rendas publicas em geral e provincial pela
lei de 24 de outubro de 1832 ficou esta para as provincias.
A taxa varia segundo os gráus de parentesco, e o modo
da herança. Os herdeiros, ou legatarios, que estão no 2.®
gráu canonico pagam 10 por % da herança; fora do 2.®, e a
herança sendo ab inlestado pagam o 5.® do que se arrecadar.
DA. rnOVlNCIA DO CEARA. 613

2.

A vomla arrocndada procedente deste imposto desde 1845


alA lst)2 foi a seguinte:
lU’ndiincn(o. llcdio nnnu»l.

1848 (4 annos) Oü(.)p<)l


lni-t -lS')2 (,4 annos) 1:017^1036
l-sr.:!—1856 (4 annos) 11:871^343 2:967.^835
1857—1860(4 annos) 15:497,^730 3:874^432
1861—1862(2 annos) 11:230^000 5:615^000

Tülal de 18 annos 43:217^676 2:400i}982

3.

No 3.“, 4.® c 5.® periodo o augipento desta renda tem sido


gradual e crescido.
O 3.® augmentou mais de 10 veses sobre o 2.®
0 4.» sobre o 3.®. 33 por
0 5.® < <L 0 4.® 47 < %

IX.

Weva suiv 4a vtr.Aa 4os tscraiio».

A siza c um Iribuío anliquissimo, qne foi introdusido cm


riaslolla em’1225, e passou a Portugal no reinado de 1). Af-
fonso. A principio abrangia todos os contractos de compra
e venda, depois roslringiu-se aos bens de raiz; e cm 18(.l9
foi imposta sobro a compra e venda dos escravos ladinos, no
llrazil, pelo alvará dc 15 do junho. O de 15 de maio de.
1814 declarou qne as doações in solnlum dos escravos lam
bem estavam obrigados á esta contribuição. A lei de 24 de
outubro de 1832 cedeu-o para as rendas provinciaes.
GJt ENSAIO estatístico

Aló hoje lom-se cobrado scgumlo o anligo alvará, c polo


rcjiiilamenlo dc 19 de novembro do 1850, na rasão dc õ
por %.
Por lei provincial dc 1801 inarcou-sc o máximo dc iOíCOO
rs. pura este imposlo, como decretou o governo geral |i iru
0 iHunicipio-nculro no anno de 1800.

2.

Sua renda nos 18 annos anteriores Toi o scgulnle;


E,\orcicios. Uendi monto. Moilio nnmial.

18*5—1848....... 9:428/385 2:3575090


1849—1852 8:9725880 2:24.35220
1853—1856 25:5055000 0:39152.50
1857—1800 31:131-5000 7:78257.50
1860-1862, 22:7105537 11:3555208

Total de 18 annos. 97:8075802 5:43:15707

3.

A proporção d’esta renda é a seguinte:


Oincdiodo3.®periodoaugmenlousobreo2.» 180 por i
O « do4.®' ç c « o3.® 10 « %
O e do5.® « « o4.®. 57 « X

4.

O crescimento no período ultimo, quando o preço dos es


cravos desceu, c « conimcrcio diminuiu, é devido a melhor
fisealisação. Pclá lei do orçamento de 1801 este imposto foi
lixado a 405000 por escravo de oito annos para cima, e
205000 dessa idade para baixo.
D.V província do ceará. «15

X.

ie wiviwçiis.

l.

Kíte imposto Icin a sua origem nas biillas pontifícias: é o


resLü do aiiligo disimo occlesiastico, que ainda conserva sua
forma primitiva mais ou menos.
l'i lançado sobre as crcaçõcs de gados miúdos—cabras,
ovelhas, porcos—e lavoura pequena de mandioca e legumes-
É arrecadado por via de arremalação feita no anno anterior
à producção, e por conseguinte sugeito o conlractante á to
das as cvcntualidados da sorte. Dá-se um abatimento de 20
por % sobro a producção prcsumivol do contribuinte.

2.

Nos 18 annos passados de 18-15 a 18G2 rendeu o seguinte:


Exercícios. Rcndinienlo. Medio annnal.

1845-1848, 41:518/000 10:378^500


1849—1852, 5G:881(f;000 14:220/250
1853—1856, 75:757/000 18:939^50
1857—1800, 108:800/000 27:200/000
18G1—1802, 74:231/000 37:115/500
Total de 18 annos. . 357:187/000 19:843/722

3.

Desta tabclla resulta o seguinte:


O medio do 2.® periodo augmentou sobre o 1.". 40 por %
O 5> do 3.® > » o2.® 33 » X
O » do 4.» » » o3.“ 44 » i
0 » do 5.® 3 o4.® 37 » %
615 EKSAIO estatístico

XI.

\m’(ios\o so\>Tt 0 tImvMVo.

1.

Esle iraposlo, crciulo jicla nssemblca provincial, foi a prin


cipio (ie 1^200 reis por millieiro de cliarulus; dejiois (de 1857
ein diante) passou a 2^0ÜÜ.
2.

Esle imposto tem rendido nestes ISannos:


Exercícios, Bomlimcnlo. McHio ;inntinl.

4845—1848 4:0985080 424.5500


4849-1852 3:1805720 7905080
4853—1850 7:2545000 1:8135500
4857—1800 17:0345000 4:4085500 ,
1801—1802 8:0505400 4:3285200

Total de 18 anuos 37:4295200 2:0795400


3.

A proporção é esta:
O 2.” periodo augmentou sobre o 1.» 88 por %
0 3.» » » » 0 2, 129 » %
0 4.» » 3) » 0 3.® 144 D X
O fabrico de charuto na provincia, como não paga imposto,
tende a fazer decresccr esta renda.

XII.

Imçosto sòbte o vaçí.


1.

Pagava a libra de rapé importado 100 reis até 1800; depois


passou a 200 reis.
D.V PROVÍNCIA DO CEARÁ. 617

Neslc.s 18 annos csla renda produziu o seguinte;


Rxcrcírios. r>ondí mento. Mcüto anuual.

í810-1818 3:551/020 887/755


'181'.)—1852 3:2I3/7<S0 803/445
1853—1851) 0:511/280 1:035/320
1857-1800 0:070/000 1:009/900
1801—1802 3:338/000 1:009/000
Total dos 18 annos 23:290,5080 1:333/284

2.

0 oroscimcnlo quasi igual dos 3 últimos exercioios, duplo


dos dois ))rimeiros. não procede de maior importação; mas
de ler duplicado a taxa de 1851 em doante.

XIII

Diúmo lo çtscalo.

1.

D dizimo do pescado, que linha a mesma origem que os


outros dizimos, foi abolido pela lei geral de 15 de outubro
de 1831; mas com a divisão das rendas era geraes e provin-
ciaos, foi elle aqui restabelecido por lei provincial. Feito por
arrematação, como são todos, dava, e dá lugar a cxlorções e
Ycxaçõos da parle dos malsins arrematantes contra o pobre
pescador.
Alem do dizimo, a assemblea lançou oulfo imposto sobre
t)s curraes e redes; mas ullimamonle, por lei do anno
de 1801 para vigorar em 1802, foi abolido este dizimo, c
sabstituido por 12^000 reis sobre as jangadas, e 20,fii000 reis
sobre os curraes e redes. A imposição 6 dcmasiadamenlc
ioncrosa, e tende a acabar com a industria dos curraes; e é
018 ENSAIO estatístico

allanienle impolilica, porque encarece umgencro aliinonlicio


de primeira necessidade, que é consumido pela classe mais
pobre.

2.

Esta renda deu nos 18 annos passados o seguinie:


Kxcrcieios. Valor. Medio nnnual.

1845-4848 8:802:?000 2:2-21.sr)00


4849-1852 9:083.?000 2;i>)r>A7ü()
4853—1850 2:581^240
4857—1800 ITdliõílOOO 4:11 1,^200
4861—1802 12:08 l.SOOO G:02i,?Ü00

Total dos 18 annos 58:8'.)8í%0 3:272^5104

3.

Ko qiiarlo periodo duplicou a renda sobre o 1.", e deu 40


por j; sobre o 3.®

XIV.

Imijioslo Al 400-.000 v». soAiw tsevavo txçovIuAo.

4.

Esta taxa não foi lançada como fonte de receita, mas antes
como medida proliibitiva, para obstar a torrente da emigra
ção dos braços escravos para o sul. Iiilendeu-se, não sei se
com muita rasão, que os braços escravos faziam falta á agri
cultura; mas 0 que é certo é que ellesnão eram empregados
nessa industria, e que quanto mais raros se tornam na pro-
viucia, mais desenvolvimento toma esta, que é quasi
DA província do CEARÁ. f-ia
lodn maüoj.-ulo por brafos livros. O algarismo qiio rcproseiila
a renda dcsie imposlo só servo para moslrar a quaiilidade do
escravos cxporlados por mar d’osíe porto, e do do Aracaly;
pnrqiio por terra, e mesmo por outros portos, onde se uão
pode tisralisar, saliiramem muito maior numero.
Até Ifiol este imposto fui de ü/000 reis por escravo; em
d85'2 passou a 20,^000 reis até 12 annos d’edade e a 30/000
dess.i edade para cima. Km 1853 passou a 30.^000 reis, c a
00/000 reis; cm 1854 a 00/000 reis sem excepção d’e.dade;
em 1855 (por lei de 1854) elcvou-se a 100/000 reis.
2..

Esta taxa tem rendido do 1845 a 1802 o seguinte:


Exorcicit.s.
1’emliinoiito. Wcillo nnnual.
1845-1848 (de 5/000) 7:304/380 1:820/095
1819—1852(do 10/000) 10:081/000 2:520/250
1-853 —1850 (de 20/000).... M l:487/l90 27:871/797
1857-1800 (de 100/000).... 57:000p)0 14.:415/000
1801—1802(de 40/000).... 29.999/773 14:999/886
Total de 18 aniios 210:532/3-43 1 2:029/575
3..

Esta taxa desceu em 1800 para 40^000, c não obstante a


baixa dos escravos, conliuíia ainda a sabida em grandes quanti
dades. Sem levar em conta grande numero d’elles que-esca
parão ao (isco. podeapproximad/imente calcular-se que nestes
18 annos a provincia exporlou os seguintes escravos para o
sal:
Ko 1.0 periodo
1,400
No 2.0 (I
1,008
No 3." (
1,857
No 4.0
750
Em 18 annos
5,075
84
CáO KNSAIO ESTATISTir.O

XV.

lmços\o ío\)ve taT\u

i.

,Kst;iimi)nsii.'ão é(lc200 reis poriiiToba cio carne charqncada


qnese cxpnrla. H anli-piaciioinico c pesado e;>le imposto, cpie
recalicsolircuma imlusli ia,((iie convem animar; por(|iie a pro-
vincia precisa dar saliida ao cado, i|Lie aluiiula nos nossos
cainjnis. feia renda ponco tem dado, ã excepfão de IK-lõ e
■184G, ciiiando para aproveitar o gado afim de não morrer da
socca, salgou-se a carne, e exporlou-se cm maior escalla.

2.

Dc 1815 a 1862 tem rendido o seguinte:


Flxcrcifio.s. noridinienfo.

1815-1818 2:;i8('./;)-20 506/555


•1819-1852 118/000 85/750
1853-1856
1857—1860, 018/300 237/070
1861—1862 630/095 815/''-í7

Total de 13 annos 1:108/775 228/205


Ksla rend;i não ilá psperaniias, ponjuc a industria, ejue a
prodcci, não prometto progredir.

XVÍ.

Imçoslo dt o çoT r.íTvlo cOimuie.ts.

1.

Este imposto de 5 por % sobre o valor das fianças criminaes


não assenta em nrineijcio ecoiiomico, mas écomo que urna
D.V PROVIKCIA DO CEARÁ, 621

poiia, para a qual não parece que a assembléa provincial te-


iiiia compelcneia, e além disso é injiisla, porque rceaho in-
dislinctamcnlc sobre o criminoso, c o imiocenlc que presta
lambem íi.inca.
Tem rendido:
rixíircicifs. KonilliTicnlo. Mcílín annual. •

1845—18.ÍR 300/817 97/704


18W—ISÕ-i 07/750 21/137,
d ^">3-1856 .... 1:385/410 330/610
1857—1860 .... 4:750/025. 091/565
1861-1862 2:070/275 1:0.3.5/137

Total de 18 aiinos 8:005/207 483/007

2..

Nos Ires últimos periodos lem proporcionalmnnle crescido


muito, e mesmo no ultimo cresceu 200 por % sobre o 2.® Isto
foi devido á afllucncia de processos policiaes no ultimo qua~
tdemiio.

xvn.

DvAtoo ios (yiios grossos.

1.

IbTe imposto,(pie lera sua origem nas bullas pontifícias, e


íjiie conserva ainda mais ou menos sna forma primitiva, ó o
piimciro artigo da receita provincial. Começou a fazer parte
desta renda pela lei de 22 d'ouliJbro de 18,32.
Sua arrecadação é feila por arrcmalação cm hasla publica,
ria prodncçno do aiino aiilerior, islo pela lliesouraria e por
cada freguezia.
Posto que o decreto de 16 d’abril de 1821 coiidcmnasse o
6'-22 ENSAIO ESTATÍSTICO

meio irnrrpmnloçiio para a colirança do dizimo, comtiido nesla


proviiic.ia aiada não se ariiou coiisa melhor.
Nos Biinosde 1852 ií ISSi leiilou-se o syslcma de collecla,
era virltideda lei provincial do 1851, e então arremalava-se
na ferra pnr cabeça, e numero certo de rezes colloctadas;
mas foi elle Iam mal executado, que se voltou ao antigo, posto
que puraniente aleatorio, n sujeito a muitos inconvenientes,
sendo o principal a incerleza do qne se arremata, e a extor
são á qne poiJe ficar sujeito o conlribuinle, ou a lezão qne
as vezes soffrc o arrematante.
Dá-se 20 por X de abatimento do numoro de crias apa
nhadas; cobra-se lambem as parles até 12, quando o creador
não pode dar uma cabeça inteira.
É sabi lo que em geral este imposto em vez de 10 por X,
ou oito, como manda a lei, não 6 pago nem mesmo na razão
de õ %.
Sua renda nos 18 annos anteriores foi a seguinte:
Exercícios. Rcndfmenlo. Medio fl nnunl.

1845-1848 63:089,Ç182 15:772^525


1840—18.52 I5:!:808/!500 38:452,1125
1853—185G 203:734,>678 50:<)3:j.>600
1857—1860 397:1 10,5000 99:277,5750
1861—1862 116:199,5000 73:099,5500
Tütal de 18 annos 963:94lí!3C0 53;552p97

2.

Esta renda leve um augnienlo gradual de 16 por? no2.»


periodo, de 32 nu 3.”, de 98 no 4.", para descer 27 por ?
no 5.0
E deve ainda dccrescer mais era conseqnencia da bai.xa do
preço dos gados.
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ. 023

XVIII.

Btws io tvtn\o.

i.

O rendimenio dos bens do evento, ou vacantes, Consiste bo


producto de todos os liens vacros, de que se não sabe qnem
soja 0 scnlior(Ord., liv.1, lit. t)0; 1. 2, lil. 20,§ 17; alv. de 20
de dezembro do 1713, n de 20 d’a{?oslo de 1801,§ 1, o 2, e
provis. de 28 de junho de 1828.)
São bens do evento os escravos, gado, ou bestas acbadôs
sem se saber do senhor, ou dono á qne pertençam, enjopro-
duclo liquido deve ser recolhido á recebedoria do municipio,
na cüi le, e ás thesoururiás, nas províncias;(reg. de 0 de maio
de 1842, art. 44 e seguintes). Mas a lein.» 586 do. 0 de se
tembro de 1850, art. 14 diz: «que o rendimenio do evento fica
pertencendo á receita provincial » (avisos de 14 d’agoslü de
1849, de 8 d’oulubro do 1816, e de 10 de novembro do
1854.)

2,

Este prodncto tom sido mal arrecadado, só ullimamente


parece que tcni havido melhor fi.scalisaçãa. Nos I8annos an-
Icriores, de 1845 a 1802, deu o seguinte:
Exercidos. Hcndhnciilo. Mcüio annuni.

1845—1818
1849—1852 838.?501 209,^400
1853—1850 .. 3:730,1528 932^1032
1857—1800 ... 5:728,í;08G 1:432A021
1861—1802 .. 5:425,ÍI087 2:712,^543

Total de 14 armos 15:723^202 1:123^085


m ENSJVIO estatístico

3.

No i," poriofio iiaciii se arrecadou: no 3."já o augmenfo


sobre o 2.» foi de mais de 4 lautos; e assim leni ido proporcio-
íialinonte em augmenlo..

XIX.

IwçosVo.soá)Ti a txçovlaçtto dt \an\x\\0k tdiquiTOt».

1.

Em '1852 lançoii-se eslc imposto na razão de 2/000 reis


por cad.a alf/neire de farinlia,. on de legume,,que salnssepara ^
fora da província, com o fim do impedir a saliida. Este Iri-
Imío era injusto e absurdo, porque, além de pesar mais sobre
a pequena agricultura, do que sobre outro qualquer ramo,,
visto já pagar dizimo, quando o assucar, o caífé, e o algodão
não pagam, acrescia que o imposto era de cento por cento^
porque liiiba logar quando este genero custava 4^000 reis por
alqueire, Foi reduzido em 1859 a 500 reis, que ainda é pe
sado de mais em relação á outros ramos dbigricultura.

2,

Esta renda foLarrematada, como outras, e deu grandeslu-


cros aos arrcmalaiites nos aiinos de 185Ta 1859; para a tlie-
souraria foi o seguinte:
150/000
42/000
491/000
H:13t)/2i3
1800.,.. 3:035/445
Ein resumo, nos aniios anteriores, ate 1802, arreca
dou-se a quantia de 59:28^022, sendo o termo medio an-
nual de3:29õ/090.
DA província do CEARÁ. 6â5

XX.

XlTlTIOi.tO S0^3W C\lTTttí,S t TtitS (\t

I.

A iiuluslria piscaloria, qiic devia por muitos motivos ser


favorecida pela proviiicia, é acabrunhada d’im[)oslos, que a
esmagam. Km 1851 começou o imposto de 6,5000 reis por
curral na cosia, e de 2.5000 reis nos rios: pela lei novissima
do 1862 Ibi elevado a 20/000 reis aqiiclle, e este a 10/jOOO, e as
jangadas a 12/000 reis, abolindo-se o dizimo.

2.

A renda arrecadada procedente deste Imposto tom sido:


Excrcicio.s. Ilendíincnta. Mocliu iinnual.

1815—1848
1819-1852 1:5875000 396,5750
1853—18.56 3:9045000 9765000
1857-1860 1:835,5000 4585750
1801—1862 2:311,5000 1:1555500

3.

O crescimento vagaroso desta renda prova que o imposto


fure, c mata a industria.

XXI.

■Suppnmiivlo aoTWsouvo.

N3o 6 uma renda propriamente o sapprimento que o Ihc-


souro geral faz, ouparaoccorrerádcfficieiiciada receita pro
vincial, ou para obras publicas.
626 ENSAIO estatístico

0 Ihcsouro geral lem suppriilo o provincial desde 1845 a


ISOO, inenos nos annosdc 1850 a 1852, e 1859 a 1800, cora.
as (luaiilias d.e 260:102^078 reis..

XXII.

T)u'u\a ac-Uva.,

A cobrança da divida da fazenda provincial não é propna-


nieiile uma fonlederenda,poslo que seja escriplurada como tal.

xxrii.

OuV''os imçostos..

Os demais impostos que figuram nas labellas, além de in-


.significanlcs, alguns já foram snbsliluidos, como os que res
peitam á oxporlaçao do caffé, etc..; outros são multas de infrac-
ções de regulamentos, ou desconto de 5 por % sobre o orde
nado do primeiro anno do empregado, outros olfendem a pro-
ducção de outras provincias, como seja o de 300 reis sobre
arroba d’assncar, o de 640 sobre o sabão importado. (Vide
seu rendimento na labellado art. 0.» que se segue.)

XXIV.

VmçosVo sobvi «lamViqut.

Em 1851 este imposto era do 200 reis por canada em cada


alanibique, depois passou a 600, e supprimido cm 1852, foi
restabelecido na razão de 30/000 reis por cada engenlio de
ferro, c 10^000 reis pelos de madeira. A renda desde então
figura reunida com a das bebidas espirituosas.
Í8
Mjioiin
o-l.i| ‘iioliinso.iili: .Hili ‘iiiiirmiiosojoítii opiir.ino oiili uíi.mi.m
(i?.C)^T)íVV » ,,7.
Oillli: ,/i
.•nopiiój] luo opini|,iiliis opucii ‘iMpi.i.a*
jüilííiaj ipii op oijziM ini ‘oíjyi uia noPüiuuü oisixjdii
■AXX
LfcO •vuva;) oii vio3íiao'J€I va
G28 ENSAIO estatístico

ÁfíTIGO

RENDA ENGLOBADA POR MUNICÍPIOS, NOS 8 ANNOS DE

Municípios. 1835 1836 1857 Tolal.

Capital I03:2-28JI977 114:4944783 129:2044120 348:9874882


Aquiraz.., 1:473^000 2:2384000 2:8084645 0:3794645
Cascavel... 2:9134860 3:0.534000 4:0834000 10:0314860
Aracaty... 13:835^196 22:1673-226 28:164^462 66:1864884
lUissas — 5:3204966 6:8324490 3:872.4208 18:023,5664
Icó 3:0683135 6:3024157 3:8134250 17:4434442
rcrciro 1:3794036 2:1214289 2:1004000 3:600,4923
Lavras 1:1274360 4:0i;!48i0 4:3284000 9:4694200
Tolha * 8324591 1:3994000 2:301^000 4:7324391
S.Matheus”
Saboeiro 3:0904547 3:1204000 5:0055262 11:8214809
Crato 8:0674945 10:83.34000: 11:1344880 30:9534825
Larhalha 6844631 3274000 5014560 1:3134181
jarJim 1:0954587 6234000 1:4914000 3:2114587
Milagres 6304000 6404000 1:8864559 3:1364339
S.Joáo do Príncipe 6:041^890 6:8024000 12:1104000 24:9334890
Mai'ia Pereira 6.304320 l:448Si90 1:8524462 3:9514472
Quixeramobiin 7:.5134838 9:483§i49 12:2004688 29:2105137
Caxoeira 2:2794348 2:90:J4000 4:6694397 9:8314943
llaturité 7:2074132 8:4504034 9:6784129 23:3335293
Cauindé , 4:4164720 6:03411480 6:7074720 I::15<í492ü
Imperatriz 5:4294836 5:7664023 5:0634000 16:231.4879
Saiicta Cruz 2:4704690 2:2704000 1:2784000 6:718.4690
Sübral 6:6524810 6:2214087 8:2545677 21:8284374
Saneia Qniteria"' 3:1.324690 3:5514000 5:300.4000 12:1884690
Acaracú.. 4:599.4137 3:3404000 7:682.3000 15:6214130
Ipú 6:4574160 6:3184000 7:0214000 19:7965160
Yiçosa 1:4324000 1:31 UÜÜO 1:3004428 4:0434428
Granja 3:7754610 4:095.4215 4:402.4000 12:2724823

• 1)0 Tcllia sô reonciona-sc o disinio do {fado; o reslo dos inipo.slos sâo seínjire eujílobadüS roiii (■? do Jcó.
** S. MalhoHs vai ciijflolj.ido tom 0 do Saboeiro.
O de Saucl.i Quiltriu lijiura eii^^lobado coiaode Sobral até 1858, e o dísimo do g*ado é :!ue se ca-mU aiiles
disso em separado.
n\ rnoviNCiA rjo ceauá. 020

5.'

1855 á 1862, com o medio poi\ triennios.

18i)8 1859 I8G0 Tolal.

I If)::)2!)á29i 130:0375191 141:6793852 1.30:0813491 401:8483831 133:7883407


2:r,i;ii-2ir) ■1:27730(10 4:810.3000 6:6103160 11:727,3160 5:5753720
3::!;íUS()2() 4:9283121 6:775371.3 6:856.5882 18:561301!! 6:1873006
22:0;í2í>2'kS 30:í7739;íI. 27:862329!) 26:0223760 84:5623990 28:187.366.3
8:8793000 8:7363370 10:5603110 28: 1053980 9:395S66l)
5;8IUí8Ü 7:65730(10 7:1883000 7:6233000 22:4685000 7:48983:13
l;8'J()5í)7o 2:758,3000 4:1963000 4: 1963000 11:1503000 3:7168666
3:lo(Úi()l) 4:8613000 5:3313000 5:4003000 15:5923001) 5: 1978333
1:577,3530 3:.'í02,3000 4:2003000 3:6005000 11:202.5000 3:7373333

3:940360.; 5; 07 2,3 040 5:0993000 6:3663618 l():5;)73f)64 5;5l2!t)554


10:3183608 12:0883000 11:722301)0 12:8435000 36:8533000 12;28.4933;!
501.3:!!);! 680380') 1:2015000 7373001) 2:618380!) 87281936
1:070352!) 1:5005000 2:4013001) 1:80’!,3!)()0 5; 7053000 l;901s666
1:052.3186 1:71)0 3000 3:5013000 2:990.5000 8; 1913000 2;73()S33;{
8:317396:1 20:0223000 10:033301)0 3;09730n(! 33:1523000 ll:050iS666
1:3173157 2:50105000 3:100.3000 2:2853161 7:8853161 2:628S387
9:7363712 15:6283219 25:0433114 18:8653000 59:536.333:1 19:845844.4,
3:2833961 6: 1803000 9:2433008 9:970.3251 25:3933919 8:4643639
8: 1153098 11;99;I3:);j8 12:9313694 12:1055350 37:0303382 12;34:í.8460
5:7193610 7:12.13612 8:0423053 6:1923478 21:3283193 7:1098384
5:4173293 7:4293065 4:1153200 3;7a()3535 15:;i2i580() 5; 10882(16
2:2393.56;! 3:05231)1)0 2:331300!.) 2;.4.1 15000 7:7943000 2;598.800()
7:2765191 8:S67 332i 9:831390-. 11:4.583018 30:3583146 10:119.8382
4:062 3896 8; I()!)3000 7:826322(1 5:3:).8^300n 21; 1043200 7:()5.4875;{
5:207,3!)l:i 16:88:!3478 13:5923257 11:2763718 41:7523453 13:9178484
6:5983720 10:7973165 7:5523508 7:2013109 25:5503782 8:5168927
1:317 3809 1:5175000 1:8823000 2:8713000 6:270500)1 2:0908000
4:0903941 12: 17731.42 6:7845000 9:1803658 28:1483100 9:3828700

/
C30 ENSAIO ESTATÍSTICO

Continuação da tadei.la.

SUinicipios. 1861* 1862 Tolal (los 2 Medio.

Caiiiinl 174:798.5128.') 207:9308740 :182;7568031 191:378.8013


Aquiraz 4;()loS()0U 5:816.8710 10:4318710 3:2138838
Cascavel 7:6Iüs0i)() 7;0078473 14:082847;; 7:341.82.i0
Aracaty 18:61Ssi;!0 20:708.8'iOü 39:3808300 19:0938295
líii.ss.as 7:!)05S8I0 7:0198983 15:5258801 7:7028900
PcTeiro 8:5fi8S8()ü 2:9I7s3')7 0:1808147 3:2438073
Lavras OOlSiOlKI 4:404s920 5:0038920 2:3:>28900
Tfüia 3;()OÜSOÜO 1:000.8000 4:0008000 4:3008000
S. Matlieus 3:9078192 5:3408891 9:i34sü,S:! 2:7278041
Siihoeiro 6389.”)! 4208440 48'tS39l 2428195
Crato 1S:02;).8800 15:24.3.8000 30:20.38800 15:1.348400
líarijallia ,.. .'5738000 5738000 !•130.8000 375.8000
Jardim 4:0078106 7:5038918 11:501.8024 5:780,8512
Miliagres 3-.247fi()80 1:294,8291 4:3418971 2:2708985
Príncipe..
S. João (If)“ 7:1988000 7:1758000 14:3738000 7:1808.500
Idaria Poruira...... 2:1308000 1:5138289 3:0098289 1:8348044
QiiKorainobim . ... 20:87 Is 120 13:2488000 34:1198420 17:0598713
Caxneira 3:7().')S27;; 2:3898703 G;29,5s040 3:1478520
Cauinrté 7:0978904 4:7228397 H:820.s;;0l 5:9108180
Imperai riz 4:00 48070 9:4978341 13:30281 I I 0:78180.55
S. Prancisco 2:0218000 3:2O2s00ü 5:7238000 2:1018000
Sobral. 10:703.8893 1.3:0298712 24:393.9003 12: 10I!8302
Saiiria Qnilheria 0:0308702 4:8058000 10:3418732 3: 173.íi870
Araracú 10:9108901 12:2,308109 23:1418130 11:370.930.5
Ipú 7:1208000 7:9018978 15:0888378 7:544.9289
Viçosa 2:2718000 2:53880,50 4:8098(130 2:4048525
Oránja S:2208í30 9:9458507 I8: l70.s9:;7 9:08.58408
Marangiiapo.. 4:-4i8.s8.')0 2:2:13809.8 3;08ls9’í,s l:8i().8974
lialmilü 12 072838;! 19:2798390 31:3318773 15:07,58880
63i2 liNSMO estatístico

ARTIoa

RENDA ESPECIAL, POR ARTIGOS DE RECEITA,

I (Pilg-
Tabella da arrecadação do imposto sobre jr eneros

Miinininos. 1843 18iG 18i7 i8'i8 1849

(lapilal,... 3:1933083 2'23i319-2 2:8;{8í;-2ü:> 8:323.314:! .i;2;!:5,3â79


Ai aoaty... 3573372 158^35:j l:47líS87() 2:920.3430 l;Ü7â^(i8(i

Snwwns.. 3:3323057 3833343 4:3103079 11:2313393 3:3033903

Tabella da arrecadação do imposto de 5 por X sobre geueros

1833 1856 1837 1838

Th.-“ na capital 23:5843944 20:2133072 43:886.3234 33:2223508

II (pag.

Tabella da arrecadação do imposto de 2 '/a por sobre generos

Municípios. 1843 1846 1847 1848 1849

(lapital 4073790 2223701 84.3085


Aracaly... 1:0923782 I:0S33:!0;' 1:4983042
Sobral .... 803000 8333945 8813091
Acaracii...
('i!'ai)ja .... 1373514 244.30:í9

Soiiií/ííi.s 1:8043080 2:3873988 2:4033018

1..
DA província do CEARÁ. 633

G."

E POR município, DESDE 1845 A 1802.

COi.)

exportados para fora do Império de 1845 a ÍS54.

18o0 1831 1852 1833 1834 Totol.

9;103^781 9:()033381 10;685^968 13;658|I31() 18:311^909


«:007.^938 8:099^148 4:705^738 50,Í)0(5I 93í3990

!3:i 11^739 I8;302J329 13:3915720 13:7085371 18:1035899 100,021.103

exportados para fora do Império àe 185o a 1S0S.

Medio do< A annos


1839 18GO 1861 1SG2 tilliiitoç.

39:1895802 62:9115471 74:1385042 111:1335348 76:928331)0

GOG.)

exportados p)ara portos do Império de i845 a 1854.

1830 1831 1832 1833 1834 ToU'l,

1395703 395061 2435213 3335003 3965083


1:09-25333 1:4235444 1:441.5133 2:382,5104 3:5875432
1:311,5000
1:7-245310 100500(1
2235000 22:,5000 2-23,5000 3205927

3:3885038: 3:413^5813 2:3095378 2:7135409 4:3105444 -22:9945230


034 ENSAIO estatístico

Tabella da arrecadação do imposto de 3jyor sobre gêneros

ilmiicipios. 1853 1836 1837 1838

Capital 3;8n13007 3;2l9303-2 4:8;í732'i0 4:8S0SI:í:


Aracaly 2:8003000 6:8113281 12:0003000 9:0023727
Acai'ai;ú 1:7113802 4:3003000 -i;!!:!!) i9'i8
Granja 2203000 15130!3 5003000 50037:!6
Cascavel 393600

Sommas 8:6333809 10:182^-218 21:8433210 19:180.3202

JYB. No anao de 1837 foram arrematados os direitos do 3 por % do

III (pag.

Tabella da arrecadação da armazenagem de

Muiücipios. 1843 1846 1847 1848 1819

Capital 1:2803000 713000 3265300 1:9213000 1:3103300


Aracaty... 2253300 1593000 120.5000 1:0003300 0303000
Snmmnx... 1:3033300. 2303000 4323300 3:3245300 1:98-25300

llunicipios. 1855 1830 1837 1858

Capital. 2:0103000 1:8923500 2:5013000 2:337,3000


Aracaty. 3:4373500 2:0923300 3:9333500 5:0703000
Soinmas 6:0333300 4:5853000 0:4513300 “tTTõõíõòo
DA rP.OYI?;Cl.V DO CEAnÁ. 635

exportados para os portos do Império de 1835 a ISG2.

18ü9 18G0 1861 1862 Medio dos \ annos


uilímos.

8;0I8à66-í 9:866^920 l't:26082n:; 1 ::G9S8989 11:7115000


8:228í:!7ri 7;8;!6,íI92 (i:ii'(982(10 4:87-2.8866
6:924^'(78 0:89(;.^60(»
0;ü()ij5IÒ7 4:().S656I2 6:2788674 5:7-28^600
l:'i,860(101) 1; I ()■') íSOdri 8968600 I:i84j820 1:248,^000
■ 6rM7i:i 26868'! 108000 25^600

24:678^2-28 24:9üO,í8CS 26:400MI7 26:334,8788 25:3725000

Aracaty, Acaracií, e Granja por 17:00G$000 rs.

001.)

saccas ddalgodão de 1845 a 1862.

18.50 1851 1832 1833 1834 Tolal.

-2;606s000 2:I76S.600 2:4l4s00{) I:ni4ft0ü0 2:481 «500


4;075S3Ü0 3:.10'(»0()Ü 3:02-2s600 2:9-2.8*50(1 8l2é00()
0:581*300 5:6;80í;-5(‘0 6:48(jgi600 4:.S:i7§600 3:29.8íi.60U 8.8:424!<iu00

1839 1860 1861 1862 Medio dds 4 annos


ullinios.

2:7.86«000 2;4-22s0()0 2:2G9ft000 3:003*750


4;8I9s!300 2:608s000
5:085SÜ0ü l:4C3iS300 l:G29ç;000 3.-249iri75(t
7:665@3()U 7^Õ7«00() 3:732«.TO0 8:684*760 3:6()7«',0ü

8ii
636 ENSAIO ESTATÍSTICO

IV (png.

Tabella da arrecadação do imposlo sobre

Municípios. 1843 1846 48i7 I8i8 1849

Capital... 2:9408000 802SI60 673S640 59rií770


Aracaty.. 2:1008000 9-278720 I:07:)si0i4 87.33268
8:000$000 3018000 1608000 882«8ü0 287^700
Sobral...
Granja... 3008000
Cnato 1688000 140$000
linporatriz. 108000
Villa Nova. ' sísõõõ 228000
Villa Viçosa 208000 21$000
Cascavel... 3218000 828200 933200
Ilaturité... ’ 958ÓÕÓ 21$000 238$:360 247.3000
Quixer w™.
Jardim —
S. Matlieus.
Igó
Pereiro....
S.Bern.ardo 46$000 468000
Santa Cruz.
Aquiraz... 1308000 ’Í6Í8ÒÒ
Riacho dü
Sangue...
Canindé... 53000 303800
Sommas... 8:3048000 6:696-8000 1:9358880 3:03:13444 2:1293738
DA província do CEARÁ. 637

608).

bebidas espirituosas de ■tS'i5 a 1S54.

18í)0 1831 183â 1853 1854 Total.

3:OHí)>í()l.i 6173158 2;6.43íl000 2:0005000 2:0003000


:!l)l .3âi0 l:07:!áí)it; 97930:)0 l;2;!0.3000 1:2003000
liOIl^OüO 700^00(1 8003000 7003000 45O30OO
lOjOO!) lOSOOl) 303000 803000 603000
20ls0')0 55 <30110 533000 403000 3005000
2:ís0()i) 1003ÜIIÍ) 1393000 1003000 1073000
Ki.íOOO 60.3000 7030OO 70,3000 1003000
KlyOOd 103Ü0O 403000 253000 255000
lOl.íiO;):) 383400 1003000 1203000 . ;
3iO,.iÜOO 2063000 510,300;) 5853000 4703000
123000 123000
30.^00;) 203000
5.'?000 53000 53000 5300(1
51.5000 21.13000 214.3000 1883000 2323000
93600
C030;i0 161.3000 sõõiõiió 331300(1
253000 303000 4030(10 513000
293232 203000 213000

10,3000 10.5000
43íiü00 603000 605000 101300(1 2103000
5:2-0>s250 :i:2VU57V 5:7853)62| 5:6(173000 5:703ü60ü 47:7183657
C38 EKSAIO estatístico

TalclUi da anxcadação do imposto sobre

Municipios. 183S Í85G 1857 1858

Capitai. . . . 2;G()5í000 2:8005000 2:400.9000 5:101800.:)


Afiuiraz . . . 53á00U 1015000 2iS.'S000 4318000
Cascavel. . . 301^000 3415000 450.9000 4908000
Aracaty.. . . 1:000.^000 l:GO05000 1:60090.10 I:9i0s000
S. Bernardo . 45540U0 4.56500:1 4578000 4578000
Pereiro.. . . 55000 105000 10.9000 70.8000
B. do Sangue. 105000 115000 3.59000 358000
Icó 2325000 2335000 2348000 3318000
Lavras. . . . 105000 105000 II8000 118000
S. Matlieus. . 65000 65000 78000 78000
Crato . . . . 3505000 4005000 400.9000 440.9000
Jardim. . . . 205000 305000 308000 308000
S.Jüão do Prín
cipe . . . . 1isooo 118000
Qu xeramobim 305000 315000 318000 508000
liaturité . . . 47U50Ü0 540 6408000 9108000
Canindé . . . 2625000 1865000 186.8000 1868000
Sancta Cruz . 35000 20.9000
Imperatriz . . 1215000 122,5000 1228000, 1688000
Soliral. . . . 3005000 3015000 5018000 579.8000
Villa Viçosa . 405000 265000 278000 278000
Ipii 1815000 2525000 2.538000 2578000
Granja. . . 1005000 1015000 150.9000 550.8000
Acaracú. . 260500(1 2615000 4618000 G2780O0
anmiiins . . 7:47451100 7:31.35000 8:2318000 12:7678000

Este imposto é arrematado annualmente, e por freguezia.


j).v rneviNci.v do ceara. 639

lt;bi‘l‘.is espirituosas dc iSõõ a 1S62,

Moilio (lo «ualrjcn-


1839 Í8G0 18GI 18G2 nío utliino.

4:1008000 5:0018900 olsooo 5:íol3oüo


lUl.sOOO 58180JI! 5SÍ8O0O 3o48oúo 5:i9ig.3oo
6278000 GO.lSOOO 0>38000 GÍ58000 629s2.3o
2:2 i 0.801)0 1:9Ü8800U 1;Í0S8000 l:63GSooo 1:7998730
503-000 3118ÜOO 31 I8000 CIlSooo 584®:>oo
1738900 1758000 1318000 ISlSoüo 1578000
33-sOOO 258000 338000 388000 33825o
334>0l.)0 33481)00 3728000 5138000 3888750
IIkOOO iieooo 118000 118000 llSooo
7-0110 7í500O 78000 14800O 8.«75o
44ní3IOO 440.8001) 4408000 5108000 482825o
3Ü:-0.IO :'>o.800ü 308000 6u$ooo 37$300

II8000 120000 120000 128000 HS750


100.80.11) 1508000 loüSooo 2008000 1508OOO
940.801)0 990.^000 1:0890000 2:2898000 1:3278000
18681)1);) 186.8000 I8C8000 1898000 lS6s75o
20.81)01) 2!«000 300000 5Ü8000 3oSooo
IGSsOOl) 1688000 2680000 3388000 42'tèooo
5i08í)00 6308000 G3o8üoo 730.8000 6308000
278000 .VrsOOll 470000 51)8000 448250
231001'1) ;i;: 101100 3510000 3510000 32G8000
331)801)0 .41108OOÜ 4008000 5ooSüoo 4128500
4270000 .'i:i;-;'IOO 4370()OO 5200000 45582.00
12:001.8,000 i:i;0l.>.800i) 13:1750000 15:3310000 12:2858230
040 ENSAIO estatístico

V (pag.

Tahclla da arrecadação do imposio de ijGOOrs.

Hunicipios. 18i3 i8iG 1848 18i9

Capital... <J:8S0,50Oil 9:Otá,í'JO() 8:590^5679 6:911^120 3:139jSõ9(;


iVipiiraz.. OtiOáOOí) liOMOiMI
(Cascavel.; 701;é0i)0 225^600 CO.'MOOii 417^000
Aracaty.. 2:317ipü0ü 2:701d>0OU 2:3;!9á2(i:i l:648A(iO(i I;5l3.íf)!!0
Pereiro... 7oM0Ü 27)í30ü 82;570i)
11. do Saij
gue 003000 30.3000
S. Hatlieus 2HiíOOO 2413000 2453000 2163000
Cralo l:}20á000 1:7503000 :i:0H30:)(,i 4:7413000 3:6023000
.lardim... 1073500 2013000 7113000 1:502300(1 1:1103000
S.Bernardo 4023000 2003000 3073000 3993000 3053000
S. Jurio do
Príncipe. 553000 .5.53000 ' .583000 573000 5.83000
Quiser.>>í™. 61230;)0 .4613000 5523000 1963800 5073000
IjUÍ 250.300!) 2513000 2.523000 2.523000 25:13000
VillaVie.o.sa 3>230(I0 20:1300:; 2513000 2013000 2103000
Sobral 2:(773000 1:4003000 2:1113751 9123400 2:0013200
Acaraeií...
fii'anja 5103000 2503000 212.,,800 470.5600
Santa Cruz
Imperatriz. i-üütiiõòó 5115000 «0030:10 85I50Í10 9513000
Canindú... 4853000 5153000 6003000
Baturltc... 2:6853000 1:4003000 1:9.573000 2:0155000 9803400
leó 2:0083000 1:4083000 0883080 2:255300(1 1:8003000
Lavra.s 703.-)00 1053500 15530í)ü 1503000 1573000
Sommits. íTr4803Õ¥l 2':0203500 25:52Õ3! Í0 24-09 >3740 l9r7.S73Í'94
DA PliOVINCIA DO CKAUÁ. 641
coo.)

cm vez de consumo de iSA5 a iS54.

1830 1831 1832 1833 1834 Total.

7:70UOOO SMOt^dOC 12:01 UOOO 14:7005000 17:0225000


131^0110 13ááü:)ü 112.5000 1835000 3415000
337^(10(1 4.30áOOC 4815000 4815000 1:0815000
2:li3iSÜ00 1:630.^000 2:2715000 2:4125000
3:0375000
76^2000 1015000 130^000 1335Ú00

105000
2005000 1005000 1005000 1005000 1005000
3:6015000 3:4005000 3:4085000 3:6285000 4:0005000
1:1005000 1:110ÍÍ000 1:1105000 i»0050;)0 1:0005000
230.i)00(i 1305000 2385000 300.5000 4615000
585000 395000 595000 GOrSOOO 695000
4805000 3105000 611500(1 7095006 1:0815000
4335000 3305000 7005000 7915000 900500(1
4005000 3015000 6005000 7303000 5433000
1:8115000 1:9005000 2:5305000 2:7005000 2:2005000
2825000 2825000 3005000 2703000
’ 4365ÕÕÕ 4303000 6305000 7005000 5(35000
4805000 6005000 300500(1 6205000
6515000 6235000 C0Ü5000 6335000 9125000
6015000 6005000 8005000 8005000 1:1705000
1:0415000 1:0425000 1:8005000 1:9005000 3:1005000
1:6005000 1:3325000 1:3065000 1:7205000 1:7205000
1375000 1385000 1405000 2385000 259,5000
23:1295600 23:4:185000 30:7105000 .34:774500(4 40:7845000 266.531:444 ,
642 ENSAIO estatístico

Tahclla da arrcr.adarüo do imposto sobre

Míiinidpios. 1853 1856 1837 1838

Capital 13;o.5i)<6oo(i 18:o3.'iSoi)i) 19:1o2!5ooü 21;oo1í!ooo


Aciuiraz ■402.5OÚO iWJooo SiSsSooo l;:i:ilsoüo
Cascavel 1 ;4oii,3()()ii l;5ol;Sooo l:7oosooü 2:o4oSooo
Aracaty 3:'ir)6.íl(i(io o;289í;oon 5::!;t9sooo ü: lüilsooo
S. lleniardo.. 9ooáooe 9o 1 .3000 9’)2.*!üoo 1:039.5000
rereiro líil.3.)uü 2ii)3ooo l-iogooo 168SUOO
11. dü Sangue.. 3()áoou 813000 35@oüo 665000
Icü l:9oo,3ooo l:9013ooo 1;9o29oo(j 2;883sooo
Lavras .5oi)-3ooo Solijooo SOísooo Lüoüçooü
S. Matheus... ISoáüoo 1313000 13'2i5oü() 1835000.
Crato ■írlol^ooi. 5:10l3no( I .5:l,5lsooo 6: 1825000
Jardim l;lGo.4oo(' l:80ü3oüo l;S8üSüüo 2:26i5ouo
S. JüãodüPrin-
cipe 4l3,3noo 3oo3ooo 3o15000 3125000
Laturité -4:.i333üoo 3'.233^ooo 5:6335000 G:78'i5oüO
Canindó l:17o3ono 993^*000 9555t)ijo 1:089.5000
Quixcraniobim l;5ol5ooo l:o023ooo 1;4o25oo(i 1:G885ooo
Sancta Cruz.. 7oi3ooo 707300O 7o8.5ooo 8005000
Imperatriz... l;ool,3ooo 1 :oo2-5oo(. 1:2o25ooo 1 ;ii85ooo
Soliral 2;4ol3ooe 2: VJ230ÜII 2:6025000 3:1235000
Villa Viçosa.. 8121(000 8oo3ooo 8015000 9025000
I pú 9.5o 3000 800Í000 DooSooi 1 :o8o5ooo
G ranja.. 3283000 52i3ooo 880S000 1:35o50O!/
Acaracn 3353000 :io6,3ooo 4oo5oo(i 3805000
SiViimii 43:4G83ooo 3n:GI2c5ooo 53: 177>:oiiii GG:7735ooi

I\’B. 0 imposto de 183.5 a 1837 era na rasão de 1:GOO por cahcça, e du


I)A província do ceará.
043

vcí dc consumo dc 1S55 a iS62.

1839 1860 1801 1862

19:010-300(1 20:3084000
liOSliiOOO 20:50.84000 23:3014000
1:6814000 21:3794230
2:0103000 1;4814000 1:0814000
2:0 i 0,4000 1:8814000
6: 1'í9,50(io 2:160400:1 2:1004000
S:4'í94000 2:0924300
8:5-394000 3:787^000
l:0'!94000 1:0;;í4000 4:8164000
70840,iO l:0()y()()0 1:161,3000
7683000 5í;84()oii 1:1.375730
064ü:)O 6084000 628 4000
564000 .664000
2;9í;j.4()()[) 1304000 795300
2:9.í:!4000 3:0í84():!0
1:0.3:14000 1 .-o.i.toooo 3:I4:!400(I 3:0184080
I.Ti 4000 1:3514001) 1:8.314000 1:2(í84.50()
1884000 88;I40;)o
.3:(i8240.:til 5:3624000 1:2884000 •4.39..S2.50
C:ni24í)0'! 6:30:)4000
1:9914000 1:9914000 3:82643; io
1:9944000 2:500,3000 2:120.4500
1124000
5124000 7124000
6:78{ÍOOO 6:.S (.5,4000 60-9,5000 3594090
7:1133000 8:313.4000
8894000 9894000 8.S0400IÍ
7:8074239
2: í.8;;,M)Oo l:00ü400'i 9114730
2:5l;i;S()ÜO 2:8814000
7004000 741400(1 2:38140.)0 2:i0i4300
791400' 1:0014000
1 Oi:ú3oon 1:0!!;j 4000 80.8.4090
.3:02:)40iio 1:198400{ 1:;!984!IOO
8:7284000 3:0714000 I; 1804300
1:062 4000 1:1184000 3:8004000 3:28!4130
86.84000 Sí.iODOOO
1:0.80 iOílO 1:1864000 939.4730
l:0.';ri.30(j() 1:2:í(!4()(»i 1:2:)(í400()
1;60.8400.) 1:1384000 1:1724(100
8:í3.S()00 888.ÍOOO __ 88,340!)0 1:80040,00 1:2994000
■‘(•■(O-SOOII 88.9,.í7.6(i
61:079.iOiüi ~ 6.i:,S'.';r?lB ~
(H ;8.8T4ÕÕ() ~ 71:(íS7TÕÕ() “ (í1:62;í4230
1838.\üü,i);i dc 2:000. Ksslo iiiipiisloc sempre iirreinalado pm-
"iia tlii-z..'

«7
64i ENSAIO estatístico

VI (pag.

Tahdlu da arrecadação do imposto de

Miinicipios. 1845 1846 1847 1848 1849

Capitiil SOááOOO 651^000 2.3(3368 693^ri08 6084287


Aracaty... 113^000 500^(109 19lí9()ü 341é98-2 2794517
Granja 14900
Aquiraz...
Cascavel...
Pereiro 24000
lliacho do
Sangue... 94000
Lavras 64000 94000 184240 800
S. Matbeus. 144000 144000 204000
Crato 314000 3lfO00
Jardim.... 104000
S.Bernardo 274000 24480
S. João do
Príncipe.. 74000
Quexer.tim. 14000
Ipú 104000 1^360
VillaViçosa 74000 84000
Sobral — 64000 94250 2dÍ77g
Imperatriz.
Canindé... 244680
Baturité... 584000 574000 524160 1854060
Sommas.. 5614000 1:2994000 2384468 1:1444060 1:1015799
DA província do CEARÁ. 645

610.)

20 por o/o no fumo dc iS^i5 a 1854.

18S0 18o 1 1852 1833 1834 Total.

704^(100 900.^000 249;3600 3(i0.v500li ;

167à3ül lJ8í27'i. 44i52-2i 2l7;^0-2‘) 27ij3t)00


lO^OOi) 5^000 54ÜÜ0
' 17^000
7^000

9i()00
lU^OOü 10^000 10,íl000 SiüOOü 3íSÜC()

44^416

165000 165000
105000 105000 15^1000 lo^OD!) 105000
105000 105000 105000 5^000 35000
23,5003 205330
235000 ' 45ÔÒÕ 5500O 35000
265000 165000
61.5000 64.5000 91^000 435800 805000
I:0'i85:!6l 1:1.135274 428 5324 8785823 1:4335360 9:2875177
U4fi ENSAIO estatístico

Tubclla da arrecadação du imposto

lUunicipios. 1853 1836 1837 1838

Capital 1:4034000 I:í0l;âü00 l:OÜOiUOO 1:0204000


Aquiraz 184000 205001 30á0:i0 335000
Cascavel 145000 13^001 2M0UÜ 214000
Aracaly 384600 IlOjSOOÜ 1-204000. 12C4000
S. Bernardo.. 404000 4U030 424000 424000
Pereiro 34000 1040ÜÜ 104000 234000
Icó
Lavras 54000 64900 64000
S. .Uatlicus... 64000 75000. 84000, 84000
Crato 204000 435000 435000 434000
Jardim 204000 254000 23400U 234000
S.JoàodoPriii-
cipe 75000. 73000
Q uixeraraobim 164000 174000 174000 174000
Baturíté 904000 1104000 1604000 2004000
R.do Sangue.. 134000 464000. 404000 404000
Canindé, 34000 34000
Sancta Cruz.. 84000
Sobral IO4OOÜ 104000
Imperatriz... 33000 64000 64000 64000
Villa Viçosa.. 204000 84000 94000 94000
Ipü 64864 104000 «0400()
Granja 114000 124000 1-24000 304000
Acaracii 54000. .54000 204000
Snmmiis 1:7334464 ;83;{4000 1:3864000 1:7074000

iVB. No anno de 1833, 0 imposto foi arrecadado no Aracaty, e Ipu

\
DA PR0YINCIADO CEARÁ. 647

sobre o fumo de 1855 a 1862.

Medio do quatricK-
1859 1860 1861 1862 nio ultímo.

1:1705000 1:17-25000 1:2013000 1:5313000 1:293^500


493000 59300(1 393J00 593000 56^600
333030 3540C0 355000 333000 353000
1703000 1705000 1603000 1903000 1723250
423000 423000 423000 543000 45^000
233000 253000 233000 233000 233000
103000 103000 103000 203000 123259
63000 63000 63000 63000 63000
83000 83000 83000 83000 83000
435000 453000 433000 603000 485730
253000 233000 23ÍW00 503COO 313330

73000 10300D 103000 103000 90230


273000 473000 473000 6S3ÕOO 47S230
2005000 2003000 2003000 7003000 3253000
403000 305000 303000 303000 328250
33000 33000 33000 33000 3S000
83000 83000 83000 103000 88500
103000 405000 403000 503000 338000
63000 63000 6^000 123000 618500
93000 193009 193000 193000 168300
105000 203000 203000 203000 178500
433000 683000 80^000 648230
343000 345000 343000 353000 348236
1:9823000 2:0823090 2:1015000 3:0933000 2:3138000

pelas collectorias. Ilòs mais tem sido sempre arrematado.


648 ENSAIO estatístico

VII (pag.
Tabclla da arrecadação da dccima dos

Municipios. 18iS 1846 1847 1848 1849

Capital.... 1:9í2!Çiü00 2;2MS000 1;003*970 1:330*229 1:277*106


Aracaty... 434$0U0 434$000 630S284 809.*!14 614,9933
Acaracú...
Oalo 2GsÕÕÕ ’ 26§ÓÓÓ 28*000
Sobral.... 32ISiOOO 300*419 139170
Icó 330íi00() ‘ SKOÃÕÕÕ 3318000 ’ 470?;í)n()
Quixer. lOi&OOO ’ 339782 278000 33*000
S. João do
Priacipe.
llaturité... 30*000 13$000 438663 248000 1268000
Ipii
Granja— 20*000
Villa Viçosa
CanindO... 20*070 148200 12*000
11. do San-
guo
Cascavel... 109300
S.Bernardo 199202
Imperatriz., 47*921
S. Matlieus.
Jardim...
Sommm.. 3:11.38000 2:9009000 2:0639188 2:9009322 2:3018419
DA PROVÍNCIA DO CEARÁ. 649

611).

prédios urbanos de 1845 a 1854.

1830 1831 1832 1833 1834 Tolal.

1:412*484 1:434*250 3:483*000 3:003*000 3;300SOÜO


444*305 394*280 430*000 432*000 53GSOOO
5*000 4$000
'28*000 3ÓSÓÒÕ 35®ÓÕ0 60*000 lÜOSOOO
500*000 322*000 330*000 300*000 330$ü00
470*000 401*000 401*000 331*000 434$000
37*000 38*000 37*000 71*000 71$000

11*000 11*000 20*000 SOíiOOO


109*000 88*000 93*000 120*000 lOOsOOO
13*000 13*000 10*000
'26*000 “ 2Ó*ÓÕÓ 20*000 10*000 10*000
5*000 5*000 5*000
13*000 2Ó*ÕÓÒ 20$ü00

10*000 15*000
3*820 10*000 20*000
41*472
23*000 10*000 ''ssóóó 5*000
3*000 3*000 5*000 10*000 10*000
10*000 10*000
3:084*009 2:803*533 4:942*000 3:012*000 5:050*472|34:522S546
650 ENSAIO estatístico

Taldla da arrecadação da décima do&

Municípios. 18SS 1836 1837 1838

Capital. . . . 2:332*000 2;.109ô000 3:330*000 3:402*000


Slaraiiguape .
A(|iüraz . . . .3ft(inÕ 'l3*(Í(’).Ó 23s(i()()
Cascavel. . . 20*000 21*000 30*000 30*000
Aracaty.. . . 620*000 730*000 775*000 775*000
S. Bernardo . 13*000 1(5*000 17*000 17*000
Pereiro. . . . 5*000 5*000 3*0(;0 d.3..:000
B. do Sangue. 10*000 11*000 38*000 38*000
Icó 430*000 431*000 432*000 633*000
Lavras. . . . 3*000 3*000 4*000 4ft(io:)
S. Matlieus. . 10.*000 11*000 12*000 12SOOO
Crato . . . . 110*000 13.3*000 133*000 135*000
Millagres. . .
Jardim. . . . ' Í2*()Õ() ’l7*ÒÕ0 'l7*0Õ() '”'l 7*000
S.JoãodoPrin-
oipe . . . . 20*000 20*000 21*000 21*000
Quixeramoliim 71*000 72*000 72*000 72*000
Maria Pereira.
Baturiié . . . llO.iOOO 'lÍ7*ÕÕÕ 180*000 208*00(1
Canindé . . . 20*000 23*000 23*000 23*000
Saiicta Cruz . 3*000
Imperatriz. . 3*000 ’3*()()Õ 5*000 3*(I00
•Soliral. . . . 350*000 331*000 418*000 41S*0fi(i
Villa Viçosa . 10*000 Ü.*Ü00 7*000 7*000
3'1*051
ISi^a. . . 2i;*000 ’"2Í&ÕÕ()
10*000
21*ü0:i
losOUi
do*00.
Saboeiro. .
Acaracii . . 37*100 0*()ÓÕ 6*000 "20*00(1
Som?)w.<t . . 4:281*Trri 4:487)*fl0a 5^ã*(i'oo:
-5/í. A derinia d().s prédios do Ipii, e. Araracií fui arreeadad.a no anuo de
!>. Juao de Pnncipe, (Juixeraiiiobiin e Balurilé.
PA província do ceara. Oül

jvciiius uvblows de Í8Õ5 a iS62.

Ml',lio 1I...Í A
isrj!) 18GO 1861 1862

5:001^001' 5:207àOüü .6;20UUÜÜ 1ü:;í6-2í7;!I 6:6!64820


l;!)WáO!),-i 1:1>ÍÍ!À()')S
264000 46 4000 ■164000 líMíTiG 773760
.604000 604000 .604000 1Í)22S:!:! 8,64700
97-64000 97.6 4000 8.68400(1 I:913á012 1:180,4260
17 4000 17 4000 174001) 33IAS 18 1)63300
663000 66 4000 664000 2áAH7! 464060
3.S4000 28 4000 39400!) 2iÁ6!!:! 303260
6934000 693 4000 6934000 1:671)4322 939,4600
■14000 4400!) .13000 IU22Ü 64980
124000 12.4000 124000 3043Ü2 1G,;36''0
13.J.4ÜÜÜ 1363000 1364000 136S0OO
164100 IGiiAOO
17.4000 174000 174000 1713296 17!süU!)

213000 224000 223000 2!í;000


1224000 172 4000 172.4000 166eQüO
1044889 101.S889
208-3000 20.8.4000 2084000 2088000
234000 23d()0'| 2:!-40'>!) 1004669 61»7.6i)
64000 64U0II 6400!) 68000
6 4000 64000 .64000 87 4180 2.68.600
41,8 4000 G38,4.0i)() 63840 ;0 1:6304164 8038260
7-3000 17.4000 174000 fi:)40.6() SlisOcO
10 .iOOO 21)3000 204000 704718 318680
404000 90400U 904000 4484410 1C7S()()0
2224440 2228140
204000 20.4000 204000 398,4606 1118600
8:.6O240!)0 8:4604000 8?37j()4ÕOO 20:6324116 9rÍ86Ã260

1866 pelas cülleelorias. Nü aiino de 1862 aiiidi não se aiTccadou do Cralo,

PS
Cü“2 ENSAIO estatístico

VIII (pag,
Tabella da arrecadação da décima dc hc-

Mtmidpm. 1813 1840 1847 ■ 1818 18'i9

Capital.... 37:^100 4-29^000 137íí040


Aracaty... 470^02,3 99^284 74^093
S. Matlious. 33^1192
Quoxi'r.i'nii, 838^150 ' 2:)ÍGÍ:j
Caiiiiidó... 53ÜOO
Grato 124-3000
S.üornardo 122^303 272^831
Sobral 012^233 32*5931
Riacho do
Sangue... 91^497
Cascavel....
Granja
Icó
Ralnrité...
Milagres...
Imperatriz
Ipi
Lavras
Sommns.. 8905017 8.383130 80 4 300,S 1:0423132 2185310
DA PROVÍNCIA DO CEARA. 053

Cl 2).

rcijiras e legados de iS^iõ a dS54.

1850 18ül 18u2 1833 18ai Tul.il.

2()-24721 2;28Ü,A32:i 3ü‘Já!)2ü


78^727 27l;í821 40^701) 143ó'Jl 1

oyooi

1:138,^361 2703114
5163327

233138
10233:10 10.3 íOO
08.3727
2073-423 773197
733678
8913763
2ü736:)2
603760
1 43415
2217305 893127 0845968 :;:8H03.59(I 2:722378.3 Il:-4:i0.i97()
054 ENSAIO estatístico

Tahdla da arrecadação da décima de Jie-

Muniriiiios. 1855 1856 1857 18ü8

Capitiil. . . . 19-50-22 13537-2 2057(17 ItOGl^K.'!!


Aiiu-aly . . . 83055030 67 U185 92^208 I;2'.l5.i58'.)l)
S. lícniardo. . 195^020 4514650 2575031 891^:161
IVTciio. . . . 230^536 1034742
lUaclio ilo San-
jriio 388371-2 384872
Saneia Ciiiz . 4V2489«
QuixeranioUini 1114781 3554731 994186
Ipú ■ 7925801 3014157
Cia10 . . . . 2849'i.5 €84880
Sabeeiro. . . 324Ü0Ü 504000
S. Malheiis. .
Canindê - . . 173-4280 2704890
Sobral. . . . 2634952 3734777 2684921
leó 3734157
liiiporatriz . . 685398
S.JüãodolVin-
cipe 264191
Jardim. . . . 2374-200
Aninraz, . . . 114.3015
Villa Viçosa . 454128
Acaracú . . . ()13..527.3
Granja. . . . 70419:1
Ifaiuriló . . . 534503
Cascavel. . . 41.4761
liarballia. . . 2074209
Milla!!re..s. . .
Sl.-'' Qiiileria .
Maria l^•reira.
Saneia Cruzab
iniesiaclo. . . 1174000
í<o»iiniis . . 3:2304743 2:1454227 1:6244542 5:2134187

NB. Telo collector du Saneia Cruz fui arrecadado ein 1855 do deei-
DA PROVÍNCIA DO CÉARÁ. 655

ranças e Icgaãos dc 1855 a 1802.

Mcilio tin fiu.Mricn-


18,-i9 1800 1801 1862 iiio uKiiiiu.

100^092 2,>Í000
209^000 281^281 120í;-2.j0
23-240:)o 2:4034930 1:224^470 107íâ487 471,^500

2484217 81.4700 824300

2:620,4378 2:9364408 1:3944300


494384 39,4069 22.4230

3004000 5144104 ■ 20ÍÍÕ0Ó


74100 74100
■ 73.3172 1I2P04 104300
294904 9234178 4814349 3384300
1734318 434100
‘ 44000 1434748 1734272 2:9024036 8154000

2944833 130.5622 11 l,t;230


1394300 404000
12.4120 34100
103.4730 2694800 234290 894300
1204183 2884488 1024000
3034041 ‘ 94Í3:Í 3014890 1344000
2234Ó98 2475000 2115800 1144230

‘8()75Õ0Õ 7354339 2044000


235874
814241 ‘2Õ.42CÓ

3:7174769 4:88242:12 3:72842:13 :‘i01:4763 2:9034000

ma cie ab iiitestados 1174000 rs.


G5Ü ENS.UO estatístico

IX (png.
Tahclla da arrecadação da meia

Municípios. d8iü 181G Í8i7 1818 1819

Capito 1 l:üVlád(i() lidOOáOOü 1:112^000 707;501() 4.015000


S. Matlious; 2(1^000 SOàGOl) 21)41001) 2:!ÍU00 21-5000
Aracaty... in^doii rMiíSOoii G'i:).íl.‘i7 2(;()52.'í0
Cralo l().lã!J0!j lOdillDí) 2s;!^00;) lOldOOO 100500(1
lin|H;TatrÍ7,, iUiíDO.T 20 jtlOl) í)l),i5Ü00 :í7.òooíj 025000
Soljral 30LMÜM) llO';li:!;) i:jl.5:!9.v 4'il).5Gid
Granja 1;í7.;)()!)1) .OlàllOO 1105000 «^ono
Icü 17á;5UOlí 12-2í)(lí)() aooóooo 2005000 2095000
Vilta Nova. d.^i^OÜO 2Ü.i3ÜüO 2()5;)00 •10.5000 215000
Villa Viço.si loíono .‘ir;5000 805000 3750011
Cascavol... COdOOO 70-500Í) 205000 005000 ;í75(!o;)
)uiXPl'.biiu, G7 0(1111) 425000 0(15000 0.0.5(100 Oi 5()i)l)
.aialim.... 215UU0 2t)O0ü() 305000 2:í5í)00 3í5000
SaiiLTaCrnz
Lavras 205000 39,5000 405030 405000
S. Jüão do
Principo. 435.300 275000 Cl 5000 43 500(1 4-:)5()Oi)
S.Dornardo í105000 8050 K) ic15000 ll.jiOOO 1175001)
Aípiiiaax... ,V)5000 íí-;ã(.)oo louooo C.‘)50()()
liatdiiló... 8Ü5U00 215000 02,5000 C75Ü00 80.5000
1\. do Saii-
gno G05Ü00 10,5000 435000 415(000
Caniiiilú 20,50'30 27.542(1 2G.500(1
Peroiro.
Su»íí;ífí.?.. 2:(i!)')530(l 2:.‘i2.')5‘i00 2:‘,I07:50;)() 2:C115088| 2:170 5 i93

De lúdn proo.’' 18Cd 1833 18C7 18-38

Piil- .irri.iiwil.nçàn... 8:GOISOüO 10:000,5000 7:i30:;00() 9:000.(i0l)0


D\ rUOYINCIA DO CEARÁ. GDI

C13.)

siza dos escravos de iSAÕ a JS63.

ISüO 1831 18ü2 18ü3 dSoi Tol.-il.

4232 iOO 57U()0() 6708000 1:3108000 1;40IS0I)0


25.3000 25.iSl)ilO 25800!) 2.58000
262-3710 201.2900 5070775 203.8000 301)8001)
17()-3()(I0 171)2000 1808000 240.8003 4008000
00,4000 742000 1128000 808000 508001)
181)2000 2902000 401.8000 3708000 • 2008000
115-3000 11.5-3000 11.58000 1018000 708000
2()()20()() 1312000 1948000 1548000 1018000
242()()() 302000 408000 4080,)0 308000
148000 9.800!) 98000
5 2000 52000
63 2000 402000 508()()() 858000 1758000
(•.5-300(1 60.2000 678000 078000 101.8000
302001) 152001) 15800!) 1(18(100 708000
202000 208000 108000 208000
302000 312000 310000 3-28000 328000

452000 462000 468000 508000 50.8000


988720 1318000 1313000
512000 708001) 748000 178000
H220ÜO 812000 950000 1200000 1GÍ8Ü0Ü

42880 108000 208000 58000


23-3000
272000 30-3000 588Ü0Ü 728000 d4()8(;0;!
908000

2:11862780 2:8198495 3:2758000 3:6898001) 26 ■.6708868


l:890dl 1(1

Medil) d'>s 1 annos


1860 1801 1862 ulliinos.
1859

7:0010000 7:1000000 7:1000000 15:610,0537 • 9:3530000

' Eslc anno fui arrcc.iaaju i„jlas uollocloi-ias uslu i.nroslo, i.clu iiio Jui.liuou.
65« EN?.\10 ESTATIÒTICO

X (prig.

Tobclia da arrecadação do imposlo sobre escra-

1846 1847 1813 1849


Mitnicipios ISiõ

9:!261ü0 1806000 inoíioni) •inoíindij


Capital... 70-26220
8806000 3;1036000 9;t06000 39.‘)SOOO 2206000
Aracaly..
IOãOOO
Cranja... ‘[)Õ6Ó0Ó
Si)lii'al...
’5r>6Õ0Õ lõeoott
Afiii-acú.
leóI
S.lloniardo
Milagres...
Lavras —
Jardim —
1:,3826220 4:0376160 iiioriAOOo ;;206000 8:10.61 lí II)
Sommax.

1853 1836 1837 1838

34:0006000 39:3006000 31:4006000 9:400.6000


AiTi.'C.id.’|>clallicz.'
D.\ mOVINCIA DO CEARÁ. 1)09

C14.)

vos suhiãos da proviiicia de ■lS‘'i5 a iSG2.

18,jO ISiil 18o2 1853 •1834 ToMl.

283s()(lü 48(),*0!)() 4;'ilO^O!)0 8:2->(),ft0()() 2:!:‘0(IS(l(li)


lüll^OOD ;í2;íí;()()|| 1;G305í00!) l:47()íiÜUl) 2;!)-i(ls('a0
2(J..S( 11)11 20s0ü0 4:í:>s()()I)
51S00O 12l)SÜOO
looíiroo
l:73O,i()0Ü 5i9Sl!)l')
SOSOÜO 48íí()(ll)
288)^1100
2í0>5()()0
2OOSÜ0O
irifiíODO 823*000 7; 970*000 9:090*000 28:497,i;190 53;372!Çi.')70

Medio ílo«; \ annoi»


1839 1860 18G.t 18G2 iilliino?.- •

4:8006000 12:0006000 2:1:9996773 6:0006000* 16:2006000

• NVstcs dois iilltiiicis .'uinfs foj 3n-<-f:;id,iil!) cslc imposto pela tliesourofíiic|colIectuiias; porem cia
1802 desceu a taxa do 1ÜÜ:0UIJ a iü:00ü o 2(i:üül) reis.

Í9
000 ENSAIO estatístico

XI (pog.

Tahclla da arrecadação do dixi-

Municípios. 1843 1846 1847 1818 •1849

•Gapital.... 70UÜOO 30l);§n0() !)l l$U0ü 1:301^000 8G7.30():i


Crato l:40U0()n 2:032 iillOí) 3:0I14Ü0Ü 4:23 UO(K) 3:314^06(1
Imperatriz. 214s5000 242^000 451.^000 530^060 5U2íü(X)
SanctaCruz
Sohral .... ’‘(iíidiÕÓü 100,5000 ‘ eóíiõòó 466^000 GOOáOOü
Acaracú...
t;ranja.... 178.5000 2125000 2135000
Villa Nova. 2995000 3005000 323,3000 4035000 346-5000
\'illa Viçosa 1025000 1125000 1935000 1375000 1495000
Aracaty... 2005000 515000 3035000 2605000 27Ü500U
(lascavêl... - 4235000 5005000 4635000 6015000 3235000
naturilé... 300.5000 5005000 1:2025000 1:4015000 1:0385000
Onexer. 4345000 905000. 2635000 8005000 5715000
.lardirn 404,5000 6015000 1:1305000 2:3905000 1:3825000
S. Matlieus. 4.305300 4305300 6075000 5085000 3285000
Icó 2765000 276,5000 1365000 3365000 3315000
l-avras 2065000 2065000 3335000 539^000 4405000
S. João dü
Principo.. 2605000 905000 1765000 1775000 3085000
S.llcniardu 3615000 805000 1305000 4325000 3005000
Aquiraz... 3485000 2015000 3015000 2835000 3735000
lliacho du
Sanpue... 2I2;5;000 555000 1.335000 1335000 2015000
Caníndé... 1615000 2005000 3005000
Poieiro 2205000 S00;5000 3605000
Sommas.. 7:6625.300 6:4065300 11:3285000 13-9215000 13:3365000
D/L PnOVINCa po CEARÁ. übl
615).

»)io dc miunças de Í845 a 1854.

1830 1831 1832 1833 1834 Total.

9073000 1:0113^009 1:2003900 1:1113009 1:.3.5:13000


3:281300(1 3:2013000 3:2023000 3:oí2í(090
4:0005000
0183000 432^000 3,303000 3503009 3503000
3313000 331-3000 3:113000 3353000
Í:06()Í()üÓ 6-293000 6903000 6.503000 9005000
3333000 4003900 32.13000 2003000
2143000 21.43000 2413000 2213.009 1803000
5815000 5003000 4083-300 40.53000 4005000 .*
2103000 2773009 3773000 2.463000 2003000
2423000 3313000 3313000 3513000 60-25000
5315090 7003009 6133090 6153900 1:2.153000
1:2605000 1:2613000 1:5993000 1:002^000
1:0503000
5893090 600,3000 9203009 I:0olál0ii0 1:0523000
1:1013000 1:10.33000 1:1043000 93030011 1:0693000
4683000 3003000 5003000 5003000 5003000
2823000 4:i030ü0 3093000 258^1000 3183000
400.3090 3003000 310^000 5103000 5203000
3083000 3005000 3093090 3593001>r 3593000
3803099 4513000 5043000 6513009 4003000
4203000 4715000 6023090 5213000 .6063000
.3083000 3025000 3.'!63000 351300.9 3963000
3315000 4153000 4203000 411300(1 4003000
3613000 1705000 2503009 4003000 4053000
13:7923000 14:-2873000 15:1665090 15:i:i730ü0 16:861 3000 13(l,397.-000
662 ENSAIO estatístico

Tilbclla da [arrecadação do diú-

Município 1853 1856 1857 1838

Capital. . . 2:0014000 2:0024000 1:7864000 2:101,300!)


Aijuiraz . . 7004000 7704000 8704000 1:110^000
Cascavel. . 1:3614000 1:1024000 1:7914000 1:7914000
Aracaty . . 6024000 8104000 7104000 7104000
S. Heriiardo. 7324000 7334000 731^000 7.144000
Pereiro. . . 4064000 9334000 6334000 8834000
lliaelio do San
gue 3803000 43-23000 4324000 5304000
Icó 3184000 3194000 3204000 380-3000
Lavras. .. 1:0004000 1:0004000 1:0014000 1:0264000
S. Matlieus. 6004000 6014000 6024000 6104000
Saboeiro. .
Crato . .. 4:17040011 5:070,4000 6:1204000 5:1204000
Jardim. . . 1:0874000, 1:3174000 1:3434000 1:3434000
S.Jüãü doPrin
cipe . . .. 9004000 5005000 5014000 5014000
Qu xeramobii 1:.3004000 1:3014000 1:0784000 1:3784000
liaturitú . . 1:6304000 1:9304000 2:1304000 2:9374000
Canindé . . 4204000 3964000 3964000 3964000
Saneia Cruz 3624000 3634000 3704000 4034000
Iinpe)'atriz. 3544000 3534000 3334000 335.4000
Sobral. . . 9504000 9314000 1:0004000 1:3004000
Villa Viçosa 4104000 3604000 3014000 36130OU
lini 5504000 6664000 6884000 7Í84000
Cranja. . 1814000 1824000 298,?000 031,4000
Acaracú . 3804000 3814000 5014000 9015000
Summiiíi . -20:-SI 14000 22:7964000 22;9í:í4U00 26:9904000

JSB. Este imposto é sempro arrematado por freguezia.


DA rnOYINXlA DO CEARÁ. C63

mo de miunças de Í855 a 1862.

Medio dos \ aanos


1839 1860 1861 186-2 últimos.

2:7105000 3:3995000 3:3115000 3:651.5000 .3:3178300


1:1355000 1:.4355000 4:1835000 1:005.5000 1:190SÜUÜ
1:7915000 1:7625000 1:8625000 1:86-25000 1;8U8.300
7Í0500Ü 7405000 7405000 .0Í05000 7908000
9345000 9395000 939.-3000 1:359^000 1:0528730
9635000 9635000 5635000 6155000 7778300

5215000 5115000 3911000 5005000 4800730


3805000 3805000 6805000 8635000 6768230
1:0365000 1:1265000 1:.4265ÚÜ0 1:4265000 1:2838.300
5605000 6455000 8415000 1:8415000 97187.30
1805000 18O8Ü00
4:0205000 4:0605000 5:6605000 6:2005000 5:2850000
1:0925000 1:0925000 1:5925000 2:1625000 1:4848300

6I05000 9565000 1:3155000 9785000 9748300


1:8785000 2:2835000 2:1515000 2:296^000 2:1528000
2:9575000 2:9775000 2:3775000 5:9775000 3:5228000
2965000 4165000 3565000 4275000 3780730
39-25000 4:125000 4825000 931^000 5598250
3565000 4055000 5145000 6045000 4678500
1:5005000 2:1305000 2:2505000 2:.3005000 2:1008000
44350Ü9 1:4055000 1:0553000 1:0205090 9818250
7005000 9135000 1:01.3.3000 1:0335000 9158730
5505000 1:0505000 9535000 1:2065000 9350000
8045000 8045000 8545000 1:0755000 884.8250
27:2005000 31:6635000 33:7645000 40:4075000 33:2728300
661 ENSAIO estatístico

XII (pag.

Tabclla da arrecadação do imposto sobre vii-

ilunicipios. 1815 1846 1847 1848 1849

Capital » 2998000 IISOOO 98600 480S280 355^81!;


Araealy.... 508000 2238000 fôOeODO 93$50(i 84S9ÜÜ
Sohi-al’.... 2S8Ü0
Oi-aiija
Cascavel..
Aquira?:...
So;nmas... 3498000 6268000 1198300 573S780 .í:!989ü(I

Municípios. 1855 1856 1837 1838

Capital 1:6018000 1:6608000 2',070.-i000 4:201 sOOO:


Aquiraz lOsOOO 208000
Cascavel ÍÒíiÕÓÓ '' 118000
Aracaty 3228000 3608000 3758000 4.308000
Acaracú
Granja 238000 .508000

Soniwsis 1:933SÜ00 2:0318000 2: tSÕSÕol) -'1 ^UDliO

2VB. Este imposto é sempre arrematado.


DA província do ceara. 665

6IG.)

Iháro da charutos importados de 1845 a i862.

1830 1831 1832 1833 1834 Tola!.

613ft000 831§000 1:2028000 1:30380011


1130:100 23-2$U00 23783-20 233@00Ü 3220000
13ft(l()0
108000 30000
S$000 10.0000
138000
7318300 9028000 1:0938320 1:4408000 1:8508000 8:1748800

Medio elo quatrieii-


1839 18G0 1861 18C2 nio ullimo.

3:ool$ooo 4:0000000 4:0008000 3:613s2oo 4:1338300


4o8ooo 400000 4oSqoo 308000
2oSono 200000 2osooo 138000
6500000 4800000 7000000 147s2oo 1948230
200000 2o8ü00 2oSooo 438000 26823o
718000 718000 718000 33825o
S:8o28ooo 4:6310000 4:8510000 3:8u5S4oo 4:772823o
Cüü ENSAIO ESTATÍSTICO

Xin (png.
Tabclla da arrecadação do imposto so-

Municipios. 1843 1840 1847 1818 1849

Capilul... 8ulSooo 801$000 Clo®ooo 400S82ij 49;!$0-2o


Aracaly.. 2.jüSn()o 4lãdooü 16S$3oo 14s2üo SDS/Oo
Sobral... 2üSooo 4S00U
(Iraiija ..
(lasca vol..
Aquiraz..
Sommrts.. 1 ;o8o$ooo l;214sooo 78-í3;)oo 474s32o rj47$:t8ii

Municipios. 1853 1836 1837 1858

Capital 1:33I,$OOU l:222ftOn(t Ü00$00l) 1:4ÜISOOO


Aquiraz SSÜOO 15$0ü(l 21SOOO
Cascavel 'líisÕÓÕ 17!a()l)()
Aracaty 33te0üi) 510$00U 5I0$001) Õ10$0PÜ
Acaracú 1S280 2nsni)() 3nsooo
Granja 23st)ül;) 3n$nüo
Sowoíífls. l:702$28ü 1:734$0(10 1; l71)Íobo 2;(il-2$iio.^

ND. Este imposto é arrematado.

i
DA PROYlSm DO CEARÍ, (jü7

610).

brc 0 rapó importiiào dc íSdõ a 1802.

18oO 18ol l8o2 185:j ■ iS.Vi Total.

607 00(10 Ol2iO;)0 80lâ()( (l l;2,S()i0()0


1 líS-JOO 2.j<J,5000 217:!1203 33IiODO
KJ^OOii
IÜ4ÜÜ0 g^oüo
■V
85000 1(3.5000
164000

730S200 0014000 1:0264200 1:1124000 l:6i34O0o 0; 3104800

.Muilío (lu iiiiatrieH.


1859 1860 1861 18G2 iiiu tll(itlll).

1:112,5000 9004003 9004000 1:8004000 1:0034000


214"0(l 214';();'. 2l5()0:i 154750
10.4‘'00 104000 10.5000 75500
5304000 4304000 3954000 116 4200 3674750
30.-3001 304000 31)4003 13 4100 25.4750
504001 504000 5115000 2 4 500 3S.4IÜO

2TÕ53.ÍOOO 7:111 .4000 I: íl)iijÕ(1(j T:072 7)1)0 TTrõ-Tiíii);)

(10
ÜG8 ENS.VIO estatístico

XIV (pag.

Tahella da arrecadação do disi-

Mnnicipm. lSi'5 184G 1847 1848 1849

Capital... l;41üiUü( l;aülí5IK)(l I:8(l4àl)0!l l;yol^ÜÜÜ l:6ÜOiSOUO


AquiiMZ .. 31.j.iiU(Mi aõliiOlK'. 4(jO;30UU 4o0iíüÜ0
Iniinratiiz
Aiacaly... I0í).50i;0 ;!Ub3ooi SlIáyOOO -2-2.45000 435.300(;
Ca-stavol.. 075001^ 2015000 l-27.í()00 20150011 18ÜAOOO
.Sobral ... 30AIOI 335000 4láÜ00 1235000 C8AÜ00
Uraiija... :í7.50ü0 :j8aooo 395000 40AÜÜ0
Sonaiins. I:y(i5i>01)0 2:1035000 2:2025000 2:3905000 2:3435000

Municipios. 1833 1830 1837 1858

.Capital 2:0395160 1:7005000 1:9305000 2:0005000


Ai]uiraz 3375000 0375000 7375000
Ca.sravel 2605800 300 5000 4005000 4085000
Avaraty 1015000 4715000 4715000 4715000
Imp(!iatriz.... 205000 -205000 205000
Gr;inja 205000 305000
SomTn-i.i .... -2:4005060 3:(I.8S5000 3:10»50I)0 iy^iliJilÕO

XV (pag.

Tabdla da arrecadação do imposto sobre

Municipios. 1843 1846 1847 1843 1849

Capital 8135000 2005000


S.jliral ..... 7015000 815200 34.53-20
Craiija ... 4025000 345300 245.300
Aracaly... :385000 385000
Soimniix. . 1:9345'100 -2385000 1135300 7858-20
DA rnOVINCIA DO CEAIU. üüy

6i7.)

mo do pescado de 1845 a 1862.

18o0 18ol 1852 im 18% Totnl.

l;6H0á0()0 l:700;í00;) I:(l7;!á0l)0 1;6683IHXI


ncjjiOüo 8-20400:) 400j5ü00 «l^üOO SJl^Oül)
88.5000
3204000 3114000 1304000 100-5000 1004000
1874000 2014000 2004000 2004000
2005000
714000
2:7974000 2:0203000 2:2234000 2:3374000 2:4004000 23;()814O00

Meilio dos \ aniK-s


1839 1860 1861 ' 1862 ttllimos.

2:6714000 3:3314000 3:7004000 3:9995000 3:4304230


762500:) 8834000 8834000 9414000 6334300
51:)40Ü0 3134000 3934000 5934000 3034300
4714000 4714000 47150OÜ 6814000 3234300
204001 205000 205000 2241100 204630
30400:: 804000 805000 1014000 724730

4:4074)100 3:3484000 3I7474ÕÕ') 6::)37án00 3:4824230

020).

carne clwrqueada de 1845 a 1854.

1830 1831 1832 1833 1834 Total.

83400);

20.4000 204000 20400)1

204000 204000 1034000 2:3294'i20


(ilU ENSAIO ESTATIST1C.0

Tahclla da arrecadação do imposlo de SO por "/o

1833 1858 1857

Tln's.'uraria (eapilal)...... 17>i43Uü


Araoaty
Aaaracú
OiMiija
Summas I7'.l.â5(l()

XVI (pag.

Tabella da arrecadação do imposlo so-

Municipios. 1843 1846 1847 1848 1849

llaturité
Caniiidé
Icó 03á5l7
S. Matheus 140^009
S. João do
Principe..
Pereiro—
S.Rernardo
Aracaty...
Granja
Imperatriz.
Capital 150^400 34^900
Sommns.. 20,".á3l7 i:!Oá4()0 545'900
DA província do CEARA. 011

sobre carne charqueada de 1855 a 1862.

1858 1859 1860 1861 18G-2

431^520 1504000 187^000 13^98 i 70^614

1004000 864200
754000 2784300
4314520 1304000 1875000 1884981 44I41I4

G20.)

bre fianças criminaes de 1845 a 1854.

1830 1851 1832 1833 1834 Total.

324640
475000
124000 1384600

224250
204000
435000
454500 224500
14400
164000
384750 1174723
975750 1004390 3814225 9704182
672 ENSAIO estatístico

Tabella da arrecadação do imposio de 5 por ®/o

Municípios. 1835 1836 1837 1858

Aquiraz..
Aracaty . . 38S250 161^7.50 227£o00
S. Bernardo. 8i$500 30^000 3M00U ■97Í230
Cascavel. . 30^900 CiSOOO
Saneia Cruz 4jS800
(iranja. . . 18A8Ü0 3i^20ü 10^720
Pereiro. .. 37^000
Imperatriz. 22AGU0 136^625 65377
Lavras. ..
Icó 115600 SSÍÓOÓ 215150
SiJoãodoPrin
cipo . . . 1265400 14^800
Crato . . . 13.55ÜÜO 375200
Ipú 115600 5.35800
C apital. . . 115730 2457SÕ 1805827
Riacho do San
gue 30532.3
Barbalha. . 55280 375200
Canindé . . 335520
Milagres. . 105000
Quixeramobin 2305400
Baturité . . 1325000 7150.30
Sobral. . . 365.330 1025000
Maria Pereira . 335840
Acaracd. . . 1205200
S. Matbeus. .
S.aboeiro. . . 485Ó0Ó
Santa Qiiitcria.
Villa Viçosa .
Jardim. . . .
' Marangnape ■■
Somofis. . . .5U54.3I) 3325373 878576.3 9575154
DA PROYINCfA DO CEARÁ. 673

sobre fianças criminaes de i855 a Í8G2.

Müdio dos 4 annos


1838 1860 1861 . 1862 uUimos»

120^000 . 30SOOO
148Í375 1825230 2124700 32<Já930 2188000
7iá2ü0 3104730 194o0() 1038600
62,^000 514700 144000 318760

1804150 84750 '478250


164800 4$200
724200 14Ó4Í3Ò 734000 1865623 1183000
lü^OüO 118500
36,3000

2084424 764800 718250


2004800 734000, 614600 624500 998250
3034200 1614000 1224000 1458000

324600 8$I50

•474000 '2Í4ÕOÕ 264000 * ‘248250


I24OOÜ 38000

13.4650 208423Õ 48^500 '648000


•S54057 1044500 378250
114400 '‘324000 88350
924500 684730 464000 50$150
' 224250 58560
494000 1034230 '174600 204000 428500
354000 88250
‘ '554Ò0Ó 138750
1164250 444500 408200
794500 585600 . 348250
1 ;üi;i45;l5 1:8714474 1:0714150 9985825 1:2458750
C74 ENSAIO ESTATÍSTICO

XVII (pag.

Tabelld do prodiicto do disimo dos

FREGUESIAS. hnfortancia.

Caiiilul. . . 6()l)fi000
Viíla Viçnsa. ilJsOOO
Irapuratiíz. . 1:771.ÇiO0O
Granja. . . 2:-i01S00l)
Qiiexoramoljini 3:ll()0s000
Pcrciro. 470«(lü0
Maria Pereira. . . 7ÍÜS000
Baturité . . . . 3l2í^ll00
Saneia Q!ii'eria. . 3:30lft0(i0
S. Bernardo. . . 2;g30*()00
Biacho do Sangue. \:389íi0n0
Sobral l;'iGi|sOl)!)
Ipú 3.ij00.í;0UÜ
SancfAnna e Barra CiièOOÜ
- S. .loão do Principc 4:Ü4Ü:?000
Icó l:IO()fOí)0
Telha. '. ’. 7:)Osn(io
Arneiroz. . . 2:r)ü:is0()ü
S. Jlalhcus. . . 1:000*01)0
Lavra.s. . . . i:nüo*n()o
Brejo-graiide. . noofoüo •
ftlilagrc.s e Jardim l:700s()00
Missão Velha. . 35ÜS0O0
Grato (! Barballia SnOíOOO
Arjuiraz . . . 200íi000
Maranguape. . 204*01)0
Sancta Cruz. . 72AS0()0
Canindé . . . 2:lOOí OilO
Araeatv . . . (101 <5000
Cascavel. . . 401*000

Sominn.

NB. No exercieio de 1833 foi iiicliiiila mais a (pianlia de 220*840 rs.


de 29 novilhotes da freguezia de .Maria Pereira, p(>r is.^o montou a ari’e-
ínatação em . ,
B(ístilnii)-se dentro do nir.?mo exercieio ans arrcmalanles pelas cabeças
que arreinijtaram, o não receberam, a saber:
A J.ose Pereira Jacyntho
A M('lides & Irmão!
Ao visconde do Icó
DA província do CEARÁ. 675

621.)

gados grossos nos a?inos de \852 e i853.

HlliCO IIASCADegAS
Importe das
FREGUHZIAS.
cabeças. Quartos. Total.
Vacuiti. Cavallar.

CapiMl 9*000 17*200 6868160 686*160


Ariuiiaz 8.'ü000 183.8600 18.38600
Cascavel SáiOOü 208*800 208*800
Aracaty 3388880 14*500 3738380
S. Heniardo. . . . ! 1:763820!} 1:763*200
I’i'roii'o 7*200 io.*ono 301.8760 301*760
lUacho do Sangue. 6*600 14*000 8038609 1:112*950 2:218.8.'jS0
leó 1:2878280 I:287s280
laivras 7*I0Ó 10*000 1:0738360 1:5738360
Missão Velha . . . 5*o;)0 116*000 89*000 l!)6,s0<)0
Milaçres 0s800 10*500 1:311.8320 78*910 I :390.8;30
S. Mallicus. . . . 7*250 16*000 l:S10S!iO0 1:519.860.)
Itarhallia 40*060 51*210 9-28200
lírejo-grande . . . 0*950 ’lOS()3Ó 1:100*880 1:1008880
S. .lüão do Príncipe. 7*400. 17.* 100 2:410*960 2:410.8960
Arneiroz 7*350 16*100 3:50-2.*030 1:0.35*684 1:5378714
Flores 7*100 17*000 1:330*000 407*290 1:7378290
Maria Pereira. . . 7*400 16*700 880.8830 390*891 1:2778721
Qnexerainobim . . 8*150 18*000 4:438*635 2:575*611 7:0148246
llaturilé 492*030 492*030
Canindé. . . . . 2:684*070 870*57-] 3:5518642
SiinctaCrnz. . . . 8*800 16*400 982*000 9828000
Marangiiape. . . . 8*200 147*000 1478600
Imperatriz . . . . 7*300 15*000 2:428.8650 1:193*557 3:622*207
Sancta Quiteria . . 8.*000 16*500 3:634*200 1:250*753 4:881*9.53
Sobral 8*000 10*300 1:298*160 978*084 2:276.8244
SancFAnna. . . . 7*500 627*750 711*612 1:339*36-2
Ipii 7*200 14*000 2:07-2*160 1:205*928 3:278*088
Villa Viçosa 0s500 99.§450 99*450
Granja. . 7*000 1:582*200 1:279*401 2:861*604
Acaracú . 253*800 253*800
Somina 53:66.5*111

53:885^951

. . 7G.5A683
. . I:4684i260
. . 615^270 2:879«I3
Liquido. . . . 51:006^738
676 ENSAIO estatístico

(Conünitação.)
Anno de d854.

PM ECO MAS OADBCAS.


Impnrfe. das
FnEGÜESIAS. Quartos. Tuial.
Vmum. Cavallar. CttbfiÇnS.

Capital 7.Í1Ü0 Uí-Jüü 8J!)^Ü7Ü íiiü^lSO


Afiuiraz(eBgloba(lus
Cascavel 04300 1755300 2194331
Aracaty 04Õ00 2034200 5014014 70'JA8ii
S. Barnardo........ 64000 144Q00 1:0114900 1:3904018 2:4ü8áò78
Pereiro.. •• » 04000 1904080 1204382 illOiiitíí
lliacho do Sangue.. O^OOÜ 4335020 ■0774123 1:1104713
Lavras 64000 144000 4984900 0124913 l:lil.i)9U3
Tellia... 64600 1004320 10Ü4320
Wissão-Vellia 04600 1794320 I7yr5;V2()
JlMagres 04600 6054880 2905067, <JÜ-24o.47
S. Matheus 04000 145000 5284000 4234800 üo14800
Barbalha 04000 584080 805920 1.304000
Crato 05000 715018 714048
Jardim 04000 1:3304300 1784351 1:3084011
Breejo-grando 64600 104000 0905900 3224784 1:0194741
S. João do Priiicipe. 64600 114000 2:38.55000 2:3834000
Arneiroz 04000 144000 2:2394080 2:2394080
(JuoKcramobim 64000 144000 2:30348-20 7814370 3:0884190
Baturité 1014290 I0I429O
Ganindé 1:3304000
Sauda Cruz 74500 114200 4044880 2484101 03-24984
Maraiiguape 0O.?iü00
Imperatriz 'fiiõõ Vü-inó 2:9014Í8Õ 58.541(17 3:3194387
Sancta Quiteria 74700 144100 3:0804910 583481.5 4:2044733
Sobral 75900 ....... 87143.10 5754142 1:4194972
SancCAnna. 74300 8.504300 4215251 1:2714731
Ipú 74600 1:0115240 9784535 2:392477.3
Villa-Vioosa 04000 134200 1004107 1434007
Granja..... 04000 1:5214000 80-24908 2:3234908
Acaraca 05000 105000 3834400 2874181 0704.381
. Sommn 38:7594272
078 ENSAIO ESTATÍSTICO

Tahella do prodiicto do disimo dos

1853 1856 1857 1838


Municípios.

CupiUtl 9003000 1:0013000 1:1313000 2:OUOAOOO


2063000 2113000 2513000 4013000
Blai au.!,'uape..
2503000 301.3000 3633000 5003000
Aijiiiraz
Cascavel 4723160 5043000 8053000 l:OOOsJOOO
Aracaty 1:0183216 1:210.3000 1:0303000 1:65030ÜÜ
Kussas 2:8103106 4:1013000 3:0163000 5;i;)03ü00
Pereiro 5483000 8023000 1:600,3000 1:7013000
leó 1:3693825 2:4003000 2:881-5000 3:3013000
Tolha 8323591 1:5993000 2:3013000 3:4023000
Lavras 1:1273360 2:3513000 2:8013000 2:8113000
Sabüoiro 2:8053987 2:3503000 4:0013000 4:1033000
1803000 1023000 1953000 1963000
Cratü
liarbalha e Missão V. 6843631 3273000 4113000 4143000
Milagres 6303000 6405000 1:6905000 1:7003000
Jardim 1:0955587 6233000 1:4915000 1:5003000
S. João do Principe... 6:0113890 6:8023000 12:1103000 20:0223000
Maria Pereira... 6503000 1:3093000 1:7903000 2:5003000
yuexcratnohini 4:1533051 6:4003000 8:5013000 12:0003000
líaturitó 4083616 4013000 6103000 7015000
Canindó 2:4703000 4:2503001) 5:001)3000 5:1003000
Iriiperalriz 3:6905-295 4:0003000 3:3003000 5:3133000
S. Francisco ■ 85430011 1:2003000 9003000 1:7013000
Sobral 2:6515810 2:6003000 2:6103000 2:7103000
Sancta Quiteria 3:1373690 3:5513000 5:5003000 8:1003000
Acaracú. 1:7693255 2:3803000 1:6003600 4:4043000
Granja '. 2:6513810 3:0003000 2:4003000 5:3003000
Villa Viçosa 1403000 llMOOü 503000 1513000
Ipú 3:8693810 4:0003000 5:1603000 8:0513000
Caxoeira... 1:4453836 2:4023000 4:0003000 5:5003000
S. Matheus‘
SotHDIilS 40:880 i»-10:5 61:4:1031)0.1 7S:1053'h)() III.-.5663000

Ala 1861 faiia parle do municipie do Snboeiro.


DA PROTINCIA DO CEARÁ. 679

gados grossos do Í855 a Í8G2.

Medio doí 4 an*


Medio dos -i.-ui- 1861 1862
1839 1860 nos.
IIOS.

1:2335000 3:0005900 1:350.30001:6013000 1:0063000 1;7673750


267 5230 1:1005000 6105000 7063000 3333000 707S25Í)
333530.) 872,5000 801.3000 3503000 3503000 SOiSãoO
605,5230 1:3105000 1:300^001)1:313,3000 850.3000 1:2163230
1:2345300 1:9315000 1:100^000 8003000 7203000 1:2423750
4:4145230 8:7363370 10:560^110 4:0003000 3:000«000 6:3743000
1:1625400 2:2015000 2:20M000 2:2013000 1:0003000 1:9003730
2:4885300 2:6005000 3:160^000 3:1603000 1 :0003000 2:4803000
1:7835300 4:2005000 3:600í000 3:600.3000 1:0603000 3:IOOsOOO
2:2745000 3:2015000 3:200á000 3:2008000 1:0003000 2:0503000
3:340,50i)0 4:0305000 4:880^000 2:2273500
1605230 1:0005000 2:2012000 2:603.8000 Í:97.53üÕÒ 1:8933230
4365300 1:7015000 737.^000 573.8000 577$000 8973300
1:1635000 3;.30I3000 2:9905000 2:400.8000 2:2223730
1:1775000 2:4013000 1:8015000 1:400.8000 2:0008000 1:9013230
11:2435730 l():0;!3500ü 3:0975000 5:097íç000 5:573*000 3:9303300
1:5625230 3:1003000 2:2835161 2:1368000 1:210*000 2:2123730
7:8385300 18:0005000 13:7005000 13:0008000 8:126*000 13:2063300
530.572:; 1:5215000 8305000 8338000 671*000 9743230
4:1865000 6:2005001' 4:3635000 5:3018000 2:300*000 4:4733230
4:0735230 2:4115000 1:3015001) 3:7008000 3:700*000 2:7778730
1:1635730 1:2015000 1:1005000 1:200.8000 1:210.8000 1:7778730
2:6435001) 4:3015000 3:200.30003:3318000 3:420*000 3:5633000
3:0725000 7:3015000 3:3385000 3:338*000 4:803*000 5:7433300
2:3385300 4:6025000 3:1023000 3:410.8000 3:294*000 3:6028000
3:3885000 3:1075000 3:1115000 3:601*000 3:000*000 3:2043750
3325000 2705000 2708000 300*000 2933000
1135000
5:4205000 6:1215000 4:3305000 4:3638000 4:3018000 4:8833730
3:3375000 8:0105000 8:3103000 3:0008000 1:3008000 3:2033000
2:5008000 2:2308000 1:1873300
73:2435000 113.30S;I)()() 91-9315000 83.306*000 60:69;{*(ll'0 86:41)43300
C80 ENSAIO ESTATÍSTICO

XVIII (png.
Talclla da arrecadação da renda dos

JHunicipios. 18do 183G 1857 1838

Capital 618000 308000 120.8000


Maningnape..
Baliirité ■'iisssõ 49803i ■ÍÍ68Í29 0687.38
S. Bernardo.. 78í(;í:)() 1028810 368360
Iró 68387!0
Canindé 7is7áO 'i 1.8200 418200 238716
Aracaty liOSíKKI
Cascavel 268000
Ipü 60S086 2818208
I mperatriz.. . 1718961 378488
S.JoãodoBriii-
cipe 11.38800
Acaracú 6.383,30
Saneia Cruz. . lOOsOOO
S. Mathoos
Saboeiro ' 808360 12.38262 45S046
Maria Pereira. 1398190 298682
Lavras 1438810
Sobral 328133 6G3833Ò 1368200
Pereiro 1.38347
Quixeramobim 1628449 522,ÍÍ37 328803.3
llarbalha 858280 22.8100
Milagres 1868350
Santa Qniteria
R. du Sangue..
Aquiraz
Granja
Sommax 1; 669820.3 6768333 1:7988119 1:1428209
D.V rnovixciA do ceará. C81

023).

bens do evcnlo de iSõõ a 1802.

t8(i0 18U1 180-2

ISOíiOoU 1 í2i5;)ÜO 1;9j().S()00 71$Ü0J 588,3250


bSiSOÕÜ 903000
7W1.50 183500
111812(1 258300 508810 212.8900 1013750
908500 12.8172 233750
413805.1 100.8300 15.8728 1823500
í«08.8ü() 1958700 745000
’2-ÍÃ(’)(’l(i IGsOOO 1:!78810 493000
1808221 ’ 388110 528000 378700 773000
078035 1108298 378800 ..

378008 533500

2008192 16.8239 553.500


048204 408351 8S0II0 293500
308520 1408400 453500
1518090 383500
’ 428240 1028544 248100 423000
1788570 443500
1128530 sisòis 133500

!'.!!!."! líiisGíio 938112 513000


2GG8;!52 19887.52 107.3000
5338608 528040 1018075 2088320 2383750
• •
508100 2978952 873000
738900 298820 418900 373000
1:9188103 8098355 it^ÕS^ 1:89887.59 2:0783500
682 E^SAIO estatístico

XIX (pag.

Tabdla da arrecadação do iniposlo sobre

1855 1856 1857

Capital. 18400(1 451^000


Aracaty. . 244ÜÜ0
Cascavel . 40^000
Acaractí. .
Granja. .
Sommns ■I2án(ii) 'lOtáOOÍ)

NH. Este imposto, (jue era de 2SOOO rs. em alqueire de larinlia, milho,
foi mandado cobrar 500 rs. por alqueire.

XX (pag.

Tabdla da arrecadação do imposto sobi'e cur-

Municípios. 1855 1856 1857 1858

Capital 3014000 3024000 3024000 30:15000


Aquiraz 504000 514000 514000 514000
(5014000) (50.54000) (50640001 (5074000)
Imperatriz.. 504000 514000 514000 514000
Acaracú. . .. 504000 514000 514000 514000
Granja ,504000 504000 514000 514000
Aracaty.... . 1674000 1004000 1005000 1004000
Som mas 6684000 .605SOnO 6064000 0074000
DA PliOVlNIMA DO Cr.AU.V.

ftiíi).

farinha e legumes de iSõõ a dSG.2.

18o8 1809 1800 1801 ISO'2

‘2:28137! I 70763-145 300^725 8:iáO:!0


951j 10 539:30-15
Oi-iOOfl 2-2.5,3500
•l:8->lt:33:i7 990^3500 79^0011 8457.50
3:01 !ò7i)() 1:! 12^200 174^310 75250
I l:i:;(!j2i:i 3.0:15^445 ÜI4^0:í5 715Í255

e ;i) ruz, foi alíolidu eiii scU'iiiiji-o do 1B58, c iiol.a ipi do oi(;;uiiuiito dp 1800

025).

raes, c redes de pescar de iSõfj a 1862.

Mciiid dos -i aniins


1859 1800 1801 1802 iilliiiios.

lOiiOí.O 10:!í300Ü 2I I90Ü( 2:001)5000 (;o4,i7.';o


27.0000 279000 13.3500
(21!9000 ■. (2119000)
279000 ‘279000 139503
279!)0!) 27.ò010 1;!à5!;()
27,;0(K! 279000 13,9500
1009000 • Ii)OàO;íO 100,901)0 759000

31 :9!);ii) 31 :901);) 3! 19'!:)!) 2:(!')!! jODO !),Si.9-i.,0


634 ENSAIO estatístico

XXII (pag,

Tahella da cobrança da di-

1835 18ãG Í8Õ7 '

Thesouraria 1:909^944

XXIII (pag.

Tahella da arrecadação do imposto so-

Municípios. 1853 18dG 1857 1858

Capital. . . . 2025000 325544 505000 63Í000


Aquiraz . . . 65000 65000 IG^OOO
Cascavel. . .
S. Bernardo . 105710 115000 ‘lÚÒOÒ
Aracaty . . . 105000 105000
Pereiro.. . . 7^000
Lavras.. . .
Iró
Caxoeira. . .
CanÍFidó . . . 35000 35000
Baturité . . . 105C40 115000 115000
Ipii 9Ü0
Sancta Cruz. . ' 55Ò0Ó
Jardim. . . .
Imperatriz. . 45000 45000
Quixeraniobim
Sühral. ... . ■265Ò0Ò 205000
Villa Viçosa. .
Acaracii. . . 45720 ’ 55Ó0Ò
Crato . . . .
Granja. . . . 205000 305000

Sommns. . . 220.3030 385344 1405000 2025000

ND. Esto imposto é arrematado; c aquelles municípios que ficam por


UA 1'UOVl.NT.lA llü C.KAliA.

025.)

vida activa de 1S55 a iSG2.

18d8 18ü9 1860 18C1 1862

E);04;iá81íl 9:0C751-iC 3:670^1107 .‘íiOOSiSlin K;7l 1^127

020.)

hre lijulos e telhas de Í855 a 1862.

Medio dos i annus


1830 1860 1861 1862

664000 Iy5.-;fl0 404000


164000 104000 164000 163000 KiíOíiO
64000 64000
114000 114000 1!4000 124000 ll;3-2o()
104000 104000 lürJUOü 2840O0 114300
74UÜU 74000 74000 74ü0í(
3.3000 ;!.?.00í)
24000 34000 84000 44:!00
34000 240(M)
34000 33000 34000 3^)000
114000 114000 104000 i04;)::o
104000 IO4OOÜ lOrJOüO
34000 34000 34000 fiâOOO
104000 10,4000
44000 44000 12.3000 3,40!}0
3,4000 .34000
205000 205000 204000 214000 2042'iO
3400(1 34000
'só^òoò 2Ü4Óü(’i ’2()4Õ0Õ 2030(i0 204000
104000 104000
;!04000 305000 304001; 304000 :!O400o
2().';4000 1034300 ÜiOSOOÍi 2334ÕÕÍ0 2ÍÕ40C<)

arrematar, não são arrecadados.


086 KNSAIO estatístico

Talclla da arrecadação do imposto sobre

Municipios. 1833 183G 1837

Capital 10-2^-20!) 012,59-27


Ai acaty— -.• 738^-2(Jii 9U75932
Aearacú
Granja.
Somniif 9295339 1;2.3()5839

NB. Esto imposto fui estipulado pela loá do orçamento de 1836.

Tábclla da arrecadação das tnulclas

Prorcdencia. 1833 1836 1837

Thesouraria 1785500 2235380 1345730


Collrctoria do Aracaty
Somin-if, 1785309 2235381. I3Í573I

Tabella do preinto de as-

1833 1836 1837

1135094 1635066 1395642


DA rr.OVIMCIA DO CEARÁ. 087

o nasucar importado de iS55 a 1S62,

18.38 1839 1860 1861 186-2

1035771 3:i8í67'i 2-22,5:1.3? 8.325820 1:2015917


9395462 9.!8i97e 1:0605268 1:3115180 84757:i4
65720 183^0:](i 331-536: 3105591 1115310
85160 305030 345200
1:0695936 I-4625680 1:6435:141 -2:30.350 ii 2:1985161

sobre o algodão 'le i855 a i862.

1838 1839 1860 1861 186-2

13-25.300 2035500 17152.30 1665750 247^400


635070 23?32.30 105250 135000
1.3253UI) •2685370 1965.301) 176-5.300 -26054011

signados de 1855 a Í862.

1838 1839 1860 1801 1802

2935733 310^5-28 2015679 775668


683 ENSAIO estatístico

Tabella do jtroduclo do imposto de 5 por Vo .w-

Procedencia. 1833 1836 1857

Thesouraria. 328^893 589^522

Tabella do producto do imposto sobre o

Mtniidpios. 1833 1836 1837

Tliosouraria (capital)
Acaracú :
Granja
Sominas...

Tabella da arrecadnção do imposto de iO por "/o

Municípios. 1833 1836 1837

Capilal,
Graiiji
Somwis

Tabella da arrecadação do imposto so-

1853 1836 1837

Capilal
DA 1’P.OVIXCIA DO CEARÁ 08'*

hre 0 tilulo dos empregado?, de iS55 a i862.

1858 1859 18fi0 1861 1862

432^020 400^183 182,33!)G 223^745 223J317

sabão importado de i855 a Í862.

1858 1859 1860 1861 186-2

120ÍÍ000 1:501^000 1:500^000


7^640

1205000 1:5018000 1:5005000 155680

sobre a-madeira exportada de 1855 a 1862.

1853 1859 1800 1861 1862

255680 1515800
85000 1085500
335680 2635300

hrc seges e carroças de i855 a Í862,

1858 1859 1860 1861 1862

325000
090 ENSAIO ESTATÍSTICO

Tabella da arrecadação da renda dos

iSõü dsrjo IR.-i?

í!»pital!.

Tabella da arrecadação da vudcla de 5 por 0/


/O

18oS 1836 1837

Capital (Ibesouraria)

Tabella da arrecadação do imposto .do

1833 1850 1837

Tlionour.ifiri(urrrni.it. pnrtoiln a prov.*

Tabella sobre restiíni-

1833 1836 1837

Tliosouraiia 8:0364 UI'. 7:21 IP2:


DA PROVÍNCIA DO CKARÁ. ü9l

propyios provivrines de 1S55 a i862.

1SÀ-8 ISjO 18fi0 18Ü1 l8(i->

2-2M:t87 ST/iiOlM) 2fi4>í(l00

sohre as Ictlras não pagas de d855 a Í862.

1858 1859 1850 1851 1852

2í925 7iâ;)92 1:451^500

dishne do sal de d855 a d862.

1858 1859 1850 1551 1852

200.5CÜO

pies de d855 a d862.

1858 18.VJ 1850 1851 1852

17;32:{íO!líl 7:785^870 7:898iS02'J l:85:5íO;55 l:a8M7V5

93
Ü92 ENSAIO estatístico

CAPITULO IV.

Desfiesn |iroTiu«ial>

ARTIGO f.»

DA DESPESA EM GERAL.

i.

À tiesposa provincial orciiflaria rcalisada nos annos de


1845 a i8G2, segundo os balansjos da llieseuraria, foi a se*
guiiile;
ínxos. Despesa tnt.il. Sopinia qiialricnnal, Medio anijual.

1845 78:070/550
1846 82:289/058
1847 118:714,?106
1848 121:034/709 400:159/323 100:039^830
1849 114:591/525
18{)0 1 20:104/644
1851 124:710/426
1852 143:740pi8 _^:'984/4.13 125:746/103
1853 177:293/267
1854 203:882/333
1855 224:659/842
1856 279:198/233 _88&:033/681 221:258/420
1857 350:534/006
1858 388:344/850
1859 411:058/106
1860 374:040/779 1,523:977/861 380:944,$465
1861 385:205/833
1862 386:413/916 771:019/749 385:859/874
Total de 18 annos 3,698:015/152 m-.Woim
DA MlüVI.NC.IA DO CEARÁ. C'J3

2.

Jloíln laljclla sc collisic a snguiiilc progressão:


.No 2.0 iieriodo a despesa crcsccu 25 por o/„
N(.i íi.o « « ao 2." 70 por “/»
No 4.0 (( ao 3." 58 por
No r>.o « « i ,5 [lor "/"
Km 18 aiiiiüs a dosposa provincial cpiadnidicou.
C‘J-l ENSAIO estatístico

AIITI-

DESPESA POR ARTI-

1.
Quatriennio de

Artigos. 1845 1846

1 Represpotação provincial.. 8:2895678 7:8265971


2 Sfcrelaria do governo 5:5735740 6:5485057
3 Culto publico 5:29057f).-; 4:455.558!
4 Instrucção publica 12:6825182 18:5315008
5 Saude publica 2915234 9165003
6 Força publica 6:3715950 16:4495“:8C
7 Aposentados 1:8535078 2:8155461
8 Administrafão de rendas.. 6:1725259 5:8435682
9 Obras publicas 7:8835320 4265000
10 Diversos 23:6025048 18:4765587
Sommíis 78:0705550 82:2895958

2.

Razão do mo^

No anno de 1846 augmentou sobre o anterior 5 por «/o


No < de 1848 C C c 2 por %
D\ PROVÍNCIA DO CEARÁ (3%

GO 2.»

GOS DE SERVIÇO.

mõ a I8i8.

1848 Total. Medio.


1847

12:2675491 11:5455317 39:9295759 9:11825442


7:0865181 7:1495260 26:3575844 6:5895461
11:42059.52 15:3375117 36:504540.5 9:1265101
27:0255279 82:3795263 20:5945815
24:1405734
1:4095695 4:0725050 1:0185012
1:45454.58
19:9285235 60:0165415 15:1545101
17:866r59i4
7:8875584 17:5615237 4:3905309
5:0055114
9:806.3643 9:2655187 31:0875771 7:7715942
10:5615984 22:3515905 5:5875976
3:480,3601
10:9755051 79:3185863 19:8205715
26:1855197
121:0845709 400:1,595323 100:0395830
118:7145106

vimento,

No anno de 1847 augmentou sobre o anterior 44 por %


0% ENSAIO estatístico
1

3.

Qiialncnnio de

Aiiiiios. 1849 18oO

i líi.-iircsentação provincial.. 40:5:163128 12:0;.932G4


2 Secretaria do governo 6:7643o0'i C:;}.';i3o:i:!
3 Culto |)ub!ico 4:;)2Câ!KI6 5:9253425
4 Instrucção publica 25:1003098 20:129,5586
S Saude publica 1:460AC5-2 1:55:15:334
() Força publica 40:1243044 18:8193229
7 Aposentados 8:8903015 9:5713763
8 Admini-siração de rendas.. 40:I0;3:?74 10:4283159
9 Obras [tublicas 4:6983800 10:9093810
10 Diversas 15:918-5804 18:31034:19
íiommas 114:.5913325 120:1043044

4.

Rasão do mo-

Koannode 1849 diminuiua desp. a respeito do anterior C por «/o


^o . .1851 C c < c 3 por%
DA PnOVI.NCIA DO CEAR.Í. 007

U',i) d

1851 1852 Total. Medio.

12:383^255 12:1631494 47:1425141 11:7855535


C;41(i;éCÜ3 6:387^539 25:9-205339 6:4805084
6:0C5í553 11:293ál6l 28:2115045 7:0525761
2i:!)(.84t73 26:770^776 102:9695533 25:9425383
1:271^082 1:090^838 5:3615906 1:3405476
20:105^203 22:289^354 77-3375830 19:374.5437
9:432^819 8:497^698 30:3925897 9:0985224
10:080^155 10:217^47." 40:8305461 10:207^1015
8:594£00ü 18:03928-27 42:30-25437 10:5755609
25:48-2^923 26:797^638 86:495.5804 21:6235951
124:7405420 143:5475818 50-2:9845409 123:7465103

vimento.

No anuo de 1850 augmentou a desp.a respeito do anterior 5 por%


N'o c « 1852 augmentou « ( 15 por%
m ENSAIO estatístico

5.

Quatríennio de

Artigos. 1833 1831

1 H('iiivsi:iU.T(;ão [iroviiicial.. 13;0!)2S87(i


2 Seci otaria do gos-erno 7:i4;U9,'i(l 7:
3 Culto publico 10:0i7á-27l 13:520á77i
4 Instrueção publica 29:832^71» 33:l29mo
5 Saude pubi ca l:09'a31() l:l(iOA-i2:i
() Força publica 26;:tl8.í-i:)8 ■30;00.‘U830
7 Aposentados 7:8.)2M77
8 Adniinislração de rendas.. 13:íi6,í7l() 12;IOIáC7>
0 Obras publicas ; 13:7.iUOiiO 50:8(1255308
10 Diversas 52;103i;9ná 27;709ál8ri
Snmmas 177:2!);! *207 203:í«2á:!:ib

6.

Razão do WI9-

No anno dc 1834 augmentou a despesa sobre o antcrior23 por %


?ío « « 1830 €■ C € 24 por 7o
DA l•nOVI^'ClA DO CEARÁ. 099

im á iR5G.

ISfi.') 1856 Total. iUíiio.

1.5:98iáX‘;ü 18:.'581499:i 63:0335613 13:7.584403


6:561^661 8:31911309 29:4504282 7:3624370
7;0:;6í870 8:0145031 40:0473972 10:1614993
:)0:.5-2;-járiâ9 42:3024105 134:9994093 33:7504000
1:8()0-J01i() 2:0004000 6:0.544738 1:3134684
32::f25ái!)0 39:814401.1 128:.i6l4oiO 32:11.54102
Í):58üi88;! 10:7214171 35;202473;J 8:8133683
10:191^916 11:06.34201 47:4034499 11:8504875
82:602^718 9I;263a‘!n;t 244:4704147 61:1174313
28:0704119 16:3174837 151:2814131 38:5704338
22i:6.5<.l5H12 279:l9S.â2:t.l 885:033408! 221:258 >'.2')

vimcnto.

Ko aimo du 1833.nigmcntou a despeza sobre o anlerior 11 por%

9i*
■jOO ENSAIO estatístico

I.

Qiiitiricniiiii de

Artigos. 1837 1838

1 Representação provincial.. 20:2305470 20:683530-2


2 Secretaria do governo 10:2085444 10:0835333
3 Culto publico 7:9495308 7:5675032
4 Instrueção publica 45:2385651 53:3365343
5 Saude publica 2:3165986 1:9975331
6 Força publica 45:2205374 54:8755371
7 Aposentados 11:1365712 11:6495022
8 Administração de rendas.. 12:1625749 15:6305311
9 Obras publicas 121:4155926 138:6075381
10 Diversas 71:1235207 53:2455294
Soinmas 347:0285887 387:3175003

8.

Rasão do mo-

No anuo de 1857 augmentou a despesa sobre o anterior 24 por %


Ho c c 1859 c C < c 6 por “/o
«/o .lod H » » niriiiMiiipofjsf » í o\;
%.loti 11 0 a.i(|os Bsodsap T:no)u.migiii; jjoyi op tiiiiiuo^;
•(ipUHULl
:ir4''(ic;5H)^i: Oí:sSf!)lt):i)lfi‘l Ofripy{i:'(iZi:
(-98?!)!)1 :8ri(' fí(!(l?r.9l :bi 998f9i-9:!.-i)
C:;Híf9'/8:íêl Z!.‘f;?Zb'í.':(Uií i:G5?í;i)0:(ifi iíj'V8(;r4or-i
íiiofoyi-fií ií)9!ffif:0:):9 I91f!;09:9l
!r.r-Pr-i84)i f5l9?8(>5:
||
m^L6r-iiS r4;9PICl-il6 !)(4?Üli--ÜS [91ím':'Ü
f.6lg’II^:5 blf.'a‘98:0l oíics-yííí^; IC()?IOi :i:
f;io?oi.r):8ü si/0?nr-i;í‘!;5 (>f-iÇW8:o^ sr-í:?8iE;99
Üí/i&íí‘0l :(li: 959? 11:8:9
off!:^í;í)5;f f 9o8íí:<;o:!.'i’ 9£0?()í8:í:f í:8fi?5l(i:()F
!]í)!íf8(;6:05 00T;fi;lü:8J ti50?GIÜ--;:6
■o//m ■moi 0981 CC81
■o&.y/ » /'-ò'/
ÍOL •yuvao oa vidkiaou<i va
m EMSAIO ESTATÍSTICO

9.
Comparação dos médios qnatrien-

Mcdio do mialricnnio Medio do qiioirioimio


Artigos. del8tóál848. dol8Wál852.

9:9825442 11:78353:15
1 Bepresentação provincial.. 6:3895461 6;4805081
2 Secretaria do governo 9:1265101 7:0325761
3 Culto publico 20:3945813 23:942538:1
4 Instrucção publica 1:0185012 1:3405476
5 Saude publica.... 19:3745437
13:1345104
6 Força publica..; 4:3905:109 9:0985224
7 Aposentados^ 7:7715942 10:2075613
8 Administração de rendas.. 3:3875976 10:3755609
9 Obras publicas 21:6235131
19:8295715
10 Diversas
100:0:195830 123:7465103
Sommas dos meiios
DA l'nOVI.NCIA DO CEARÁ. 70ó’

tiaes nos seguintes artigos.

•Mediu du(]u»tricnnio Medio do qu.itricnnjo


de 1853 01850. de 1857 01860. TolaI dos 16 annos, Medio dos 16 annos.

lS;758i3403 20:938^363 193:9293913 12:1203688


7:3G2.Í.')70 11:263^330 100:4233017 6:2763438
10:I61^!)93 7:326^4.35 98:9623277 6:1833142
33:7.30.^000 58:930^012 473:689^1174 29:343^073
i:313áG8i 2:711^129 21:2703194 1:3293387
32:1l3.^i0-> 34:297^908 422:9913072 26:4363942 ,
8:81Si^683 8:944^144 106:6323207 6663431
M;830.^873 13:739^917 131:2733637 9:4343602
61:117^313 124:846,3839 786:1393941 49:1343996
38:370^338 74:3413713 338:9443093 33:6863306
2-21 :238.442ü 379:3693381 3,303:6343231 200:6033390
705, ENSAIO estatístico

40.

Bien nlo de i86í a 1862.

Artigos. 1861 4862 Total dosSannos Wcdío.

1 llopr.provin
cial 18:899,3330 24:9885825 43:8885155 2.1:9445077
2 Secretaria do
governo 14:793^561 14:3125231 29:1055792 14:5525796
3 Instr. publica 80:071^566 78:8945167 158:9655733 79:4825866
i Culto publico 7:4485324 8:1745095 15:622541!! 7:8115209
S Kürça|)ulicial 59:5175838 54:6315479 114:1495317 57:074565.8
6 Saude pub... 6:2165003 6:5755806 12:7915809 6:3955404
7 Adnúnist.das
rendas 19:0975673 23:0255070 42:1225743 21:0615371
8 Aposentados. 10:7923347 10:7175330 21:5095677 10:7545838
9 Obras publ.. 77:4373134 70:8475303 1.48:2845437 74:1425218
10 0bra.s esp.'". 8:7005000 8:7005000 4:3505000
11 niv. despesas 50:5145483 88:8835431 148:3975914 74:1985057
12 Itestituiçõos. 3:0435231 1:9265380 4:9095617 2;489-r.308
13 Auttiorisados 18:6745343 3:4375793 22:1125136 11:0565063
í^ommas. 385:2055833 3SÕ:'4r3'.5yi0 771:0195749 385:8395874

iVy. A despesa destes dois aniios foi ([uasi igual ciii sua totalidade.
DA ^noVI^■GI\ DO CEARÁ. 705

ARTIGO J."

RELAÇ.ÃO DA DESPESA COM A RECEITA, POR ARTIGOS.

Comparando o formo medio da receita no ullimo quairi-


ennio com o medio do mesmo tempo de cada ura dos dez ar-
ligos de despesa provincial, resulta a seguinte relação:

Artigos. Dospcsa media de Receita media do


1857 áISCO. Quanlo da recciln.

1 Repr. provincial. 20:938^360 1-18 ou 3®/,O


2 Secretaria do go
verno 11:263,:3350 1-33 ou 3 »/o
3 Culto publico... 7:520^433 1-50 ou 2 o/o
4 Instruc. publica. 38:930^012 1-6,4 ou 16 o/o
5 Saude publica. . 2:711ál29 379:369,?381 1-144
6 Força publica... 34:297,S908 1-7 ou 14 o/o!
7 Aposentados 8:944^144 1 -42 ou 2 V.J
8 Adrain.derendas 13:732^917 1-24 ou 3 o/o
9 Obras publicas.-. 124:846^839 1-3 oU 33 0/
10 Diversas 74:541i371S 1-3 ou 20 o/o
706 ENSAIO estatístico

ARTIGO 4°

BALANÇO DA RECEITA TOTAL COM A DESPESA TOTAL.

No perioilo do i6 aiinns a difTerença enfre a rcccila e a


despesa provincial Icm sidp a seguinte:

P<;ficit. Excesso.

18i5 77;295á8i7 78:0704330 7744703


1846 S9:8-24^366 82:2894958 22:4634392
1847 64:739í3iI9 118:7144100 33:9744687
1848 H2:S83áS3i 121:0845709 8:3014143
1849 90:731^940 114:3814323 23:7394583
1830 12i:49SjSl80 120:1044644 4:3904431
1831 124:768406) 124:7404426 244535
1852 )49:433.49)7 143:3474818 3:9064099
)8.3:! 164:6244000 177:2735267 12:6684667
1834 183:9124143 203:88243.39 18:8704196
18.53 244:9125143 224:6394842 20:2534301
183(1 200:4874123 279:1984233 12-7H4I08
18.57 :i07;.j204ri37 :!50:335 406í; 43:0134-509
1858 :I81:9934018 :!88:344483(I 6:3515737
1839 369:7834343 411:0385166 .41:2624622
1860 363:9924311 374:0404779 10:0484268
1861 373:7084403 383:203483:1 11:4974430
1862 112:4704867 :í8ü:4 134916 26:0564051
D\ rnOVlNCIA DO CEARÁ. 107

AUTJGO 5.»

DIVIDA PROVINCIAL.

I.

Dvúíla tttVVva...

A(c mais de 1801, segundo o relalorio da thesouraria pro


vincial, a sua divida acliva logalisadaera apenasdc 4:951/726
reis.

II.

Dwitt ^lassvva.

1.

A divida fundada cm virtude da lei n.» 357 de 15 de ser


lembro de 1845 acliava-se até maio do 1861, rcdusida n
11:750^000 reis em apólices,, ao prêmio de 5 por %, que
amortisa-se auiuialiiienlc.

2.

Alem d’cssa divida fundada, lia outra accidcntal por em


préstimo á Sancta Casa da Misericórdia.

ARTIGO 6.0

domínio publico provincial.

I.

0\)Ttts i[>\i\)\uas.

1.

HOSPITAL de caridade.—Foi principiado em 1847 com o


reste das esmolas remeltidas para as viclimas da secea, e
Í5
708 KNS.VIO estatístico

depois continuado, e concluido ató a primeira ala, a custa


da proviiicia, f|ue n’ella despeiulcu para mais dc 20:000/000.
A olira está hoje no valor de quarenta contos de reis.
O editicio, segundo o plano, deve ler quatro alas, sondo
cada uma de 310 palmos com 105 de largura sobre uma su-
perlicie de 1,770 braças quadradas.

2.

CEMiTEmopuDi.ico.—Foi priiicipiada e concluida esta obra


cm 1848 sob a presidência do dr. Sarmento; porem cm 1800
foi augmenlada, e occupa hoje uma área de 275 palmos de
largura sobre 550 de fundo, ou de 1,512 braças quadradas.
Custou á provincia 16:578/1080 reis.
O terreno era que está o cemitério, e o que lhe fica visi-
nlio para matadouro, que todo mediu 3,795 braças qua
dradas, custou á provincia, cm 1857, 6:000,5000 rs.
3.

CADEIA DA CAPITAL.- •Começada em 1851, sob a presidên


cia do sr. dr. Silveira da Moita, ainda se não acha concluida.
Tem este edifício a forma de um parallelogrammo reclangn-
lar, de 356 palmos de frente, e 83 de largura, feixado em
quadro por um muro de 508 palmos de frente, e 324 de
fundo.
A parle central do edifício, n’unia largura de 110 palmos,
6 occupada por um sobrado de um andar, o resto do edifí
cio e dcpemioncias são Icrrcos. Até 1858 linham-so despen
dido 121:000,5000.

4.

p.vLACio DA ASSEMBLÉA.—Por lei provincial decretada cm


1855 füi principiado no auno de 1856 na administração do
D,v rnoviNCiA. do ceatiá. 709

sr. conscllioiro Pires da Moita, cora a desapropriação do terre


no. c laiiçainciito dos alicerces era outubro de 18ü7: tem 177
palmos de rrente sobre 77 de largura. Deve ter um amiar
assobradado disposto para as sessões da assembléa provin
cial, c outro térreo para as aulas do Lyceo.
A obra está orçada para mais de 50:000,?000 do reis, c
tem-se gasto até abril deste anuo (1861) 24:085^671 rs.,
inclusive 8:382,^314 reis da desapropriação do terreno.

5.

CASA DE EDUCANDOS.—Esfa obra leve começo em 1850,


por ordem do sr. presidente Paes Barreto, e destinado par.i
ura hospital provisorio do cholericos, em que se despenderam
pelos coffres geraes 6:500/000 reis; foi depois aproveitado
para um collegio de educandos arlifices: ainda não eátá con-
cluido, mas a obra já feita, inclusive a primeira despesa,
subiu em 1800 á 82:000,?000 reis.

6.

TiiEsounAniA PROVINCIAL.—Este edificio, conslruido para


aHáiidega, foi depois comprado para inspecção de algodão, c
tliesouraria provincial.
Tem 131 palmos de exlenção em cace, e é um só andar
lerreo: valor 20:000/000 de reis.

7.

ocAUTEi. DE POLICIA.—É bastantc espaçoso, e acabado lia


cousa de quatro annos. Foi primilivamoute uma casa da rua
da Pilcmbeira comprada em 1847 por 3:375é;000 reis,
mas depois inlcirameiile reformada. Ignoro o custo primitivo:
seu valor aclual 6 de 20:000^000 de reis.
710 KNSAIO estatístico

8.

CAVALIIAUIÇA DE POLICIA.—Obra ordonada pelo presiiloníc,


osr. df. Paes Ilarretn, e concluida em 1857,com58 palmos de
fundo sobre de largura: é destinado para acomraodar oito
cavallos. Ciislou 4:123(5500 reis.

9.

CASA DO JURY DE RATURiTÉ.—CoiDprada em 23 de outubro


de 1847, e custou 1:000,5000 de reis.
Casa dc jury da villa do Acaracú, 1:000,5000.

10.

CASA DO CONSELHO DE pnoviNciA.—Passou por lei geral dc


6 de setembro de 1854 para os prédios provinciaes a antiga
casa do Conselho de Provincia, editicadaem 1829. Está boje
arrendada para a secretaria de policia. Seu valor actual é
de 4:000,5000 de reis.

lí.

DMA CASA em villa Viçosa adjudicada á fazenda provincial


em 1847 por execução ao casal do devedor Francisco Lopes
Freire, por 400^000 reis.

12.

CADEIA DO ICO—Mandada cdilicar em 1859, aclia-sc rpiasi


concluida, tendo-se despendido até julho do 1801 a quantia
de 5:400,5000.

13.

CADEIA Do GRATO.—Foi mandada reformar cm 1800 e já


se tem despendido até julho de 1801 a quantia do 3:000,5000
dc reis.
DA província do CEARA'. 711

ii.

CADEIA DA r.RANjA.—l'’oi inaiiíliKln edilicar em novcmliro


(le 18r)7, e l.ein-se (Icspuiidiilo «ló julliu ilu 1801 a quanlia
üe 7;5(JÜ/00() reis.
A olira está oreaila cm 1!2;000;)000 do reis.
Deve ler 80 palmos de rreiilc sobre 50 de fundo, e servir
para as sessões do jury, casa de camara, e cadeia.
15.

CADEIA DE RATURiTÈ.—Tove começo em março de 1857, e


alé 1858 linham-se despendido 5;700;>000 reis.
Kslá orçada em 10:000/000do reis. Deve (er 85palmos de
íreiito sobre 55 de fundo, e servir para casa de camara, jiiry
e prisão.

II.

Ptoçnos çtovVncuws.
1.

ASSUDES.—.\ provincia tem despendido não pequena som-


ma, para cima de cincoenla conlos, em prêmio de assudes,
mas na lisla dos proprios provinciaes da lliesonraria não (i-
giiram senão o assiide e terreno de Pajeliii, na capital,avaliados
cm 10:000/0000 de reis.

2.

DM SITIO—chamado Tiicunduba, cm villa Viçosa, adjudi


cado á fazenda provincial por execução ao casal de Francisco
Lopes Freire em 18.17 no valor de 150/000 rs.
3.

DMA TERP.A DE CREAR E PLANTAR—COm 2lcgllaS 0 Um quai’-


to, 110 lugar chamado Pra(o-nas-praias, comarca de Sohra!
ENSAIO estatístico

adjudicado á fazenda provincial, por oxecução a Mcniscal Jo-


sino da Cosia, cm 1847, por 450/000 reis.
4.

Oulro lerrono com 250 braças, procedente do mesmo, d


pela mesma execução, no lugar—Água das Velhas—no des-
tricto de Alinofala, por 50/000 reis.
5.

Oniro terreno de 150 braças no lugar—Tuctins—serra da


Sleruóca, procedente do mesmo, por 25/000 reis.
6.

Uma casa na povoação de SanefAnna—procedente do


mesmo, por 80/000 reis.
III.

Poutrs, toXçaias, r.sVvalas.

1.
PONTES DE FERRO E .ATERRO DE MARANGUAPE—K 1,110 alOP-
rado de 1,700 palmos do extensão sobre 50 de largura, feito
entre dois paredões de alvenaria, c uma ponte de ferro fun
dido de 00 palmos de comprimento com 30 de largura, com
cinco bombas, ou canos do exgoto de 8 palmos de diâmetro,
ipK! atravessam o aterro cm diversos lugares.
Começou-se esta obra em abril de 1850.
Custou até 1858,quando ainda não concluída 13:000/000
ea ponte de ferro, 4:725/000,

sendo o valor total 17:725/000'

2.

PO.NTES E ATERRO DE soüre'.—Gonsisto osta oljra cm um


allecrado de 3,300 palmos de extensão com 24 de largura
DA mOVIXCIA DO CDADÁ. 71,8

füilo eiilrc dois jiaredôüs do pçdra, dividido cm Ires poiiles


poi' (hias poiilcs de madeira, sendo a maior do 120 palmos
d’e.'[|.eiisão, c a oiilra dc 80, com 22 arcos de 3 '/a palmos do
diamclro, c 10 de 9 polegadas dccorda,e3 palmos de frcclia.
Teve principio em 1845, e concluiu-se em 1859. Cnslou
50:000/000 de reis.

3.

DONTE E ATEimo DO TAüHAPE.—Esla pcquena poiilc, cons-


Iruida sobre o arroio Agoa-mmby, é de um só arco de cir-
r.ulo de 00» de abcrlura, e 30 palmos de corda; coiislriiido
de alvenaria, assim como as paredes lateraes do alerro.
lleconslruin-so em 1856, ecencluiu-se em 1857, tendo-se
desla vez despendido 3:987/480 reis.

DONTE E ATTERRO DA BiQuiNiiA.—Gonsislo osla obra em um


pequeno arco de alvenaria de forma semi-eliplica do 12 pal
mos ile diamclro, sobre o riacho Pajchii, nesla cidade. Co-
meçon-se em maio, e íindou-se cm dezembro de 1857, lendo
custado 4:703/000reis.

5.

DONTE DE MARANOtlADE SORRE O RIO DESTE NOME—110 111010

da eslrada. Coincçou-sc em 1850: Icm 00 palmos; solfreu um


coiiccrlo era 1857, que custou 4:111/000 reis.

0.

DONTE DE MARANCUADiNiio.—Esla obra foi projcclada c co


meçada em 1857, porem parada; devia ler dois arcos de 30
palmos de corda, c 4 de frcclia cada um. Despenderam-se
ii’ella neste começo 1:828^800reis.
71i ENS\IO estatístico

7..

ESTUAo.v DE MARANCUAPE—Goiiieçou-sc em 1850 csln os-


Irndn, que mede da capilal áquella villa 1,000 braças. Falia
muilo para coucluir-sc esla obra, em que se despcnilerarn ale
1858 14:.'157/050
Em 1800 mais 3:800/000,

ao lodo, reis 18:157/050

8.

ESTRADA DE BATURiTÉ.—Esla oslruda, ordcuad.T pelo pre-


sidenlesr. dr. Paes Barreto, foi começada em agosto de 1850,
ed.ida por acabada em 1800; roas ainda sem poder prestar
grande utilidade, por lhe faltarem muitas obras. Segundo o re
latório ultimo iló presidente tem-se despendido com esta
obra cerca de oitenta contos dc reis em pura perda. A estra
da tom 45,000 braças..

9.

roNTES DE FERRO DO BAiiu’ E RIO VERDE.—Na eslrada de


Balurité foram assentadas em 1800 sobre estes dois rins duas
pontos de ferro, tendo-se despendido mais de 8:000/000 de
reis com este serviço..

10.

CALÇAMEMO D,\s RUAS DA CAPITAL—Estu obra teve começo


em fevereiro de 1857 por ordem do presidente, sr. conselheiro
Paes Barreto.
Até maio de 1861 tinham-se calçado 11,820 braças qua
dradas, faltando ainda quatro mil. k obra feita tinha custa
do 161:104/050.
Gastou-se mais na capital,com um cano d’esgoto, de 130 pal
mos, 10:000/000.
DA PROVIKCIA DO CEARÁ. 715

11.

ESTRADA DO MUNDAiiu’—Da povoação do Ilapipora ao porlo


do Miiiulidiú, otide locam os vapores: lein quinze mil braças,
8 cuslou 5:000/000 reis.

12.

ESTRADA DO ARACATY.—Foi abcria no tempo da adminis-


Iração do senador Alencar, em 1837,e precisa hoje de gran
des reparos. Segue da capital áquella cidade por 30 léguas
cumnnins sobre uin terreno arenoso.

13.

ESTRADA DO ARACATY AO icó.—Não consta que se tenha


despendido por parle do Estado cousa alguma com esta via
imperfeita de communicação, por onde transitam annualmenle
alguns mil carros pesados.

14.

ESTRADA DO CRATO AO icó.—Esta cstrada, mandada abrir


eni 1854 pelo sr. conselheiro Pires da Moita, despendeu mais
do dez contos, e não presta hoje utilidade; porque, tirada
em linha recta, apanhou serrotes e lagoas, que sem grandes
obras, a tornam intransitável.

15.

ESTRADA D’ARnoRXUES.^Com 0 eslrada empedrada do


Arronchos tem de despender-se, conforme o orçamento,
82:000/000 reis.

16.

CHAFARIZ E PONTE DA PRAIA—na capital, fcitos no tcmpo do


governador Sampaio, reedificados em 1836 pelo presidente.
9C
716 , ENSAIO ESTATÍSTICO

senador Alencar, afornioscados c reformados, cm 18õ'.).


l{{noro porem a despesa e ciislo.

CAPITULO V.

Finaurns municipaes.

1.

Da temia e iesçesa.

1.

A receila c despesa municipal,apesar de deverem serannual-


menle verificadas pela assembléa provincial, é cousa difficil de
saberem-se. ültimamente a presidência pôde obler anlerior-
mente informações pedidas pelo governo imperial, c c sobre
eslas informações que baseio meu calculo; mas não garanto
sua exactidao: somente affiaiiço que são ufficiaes, o que nãoé
sempre uma prova de exaçlidão.

Nos annos anteriores foi cngloliadamente a seguinte:


Ilcccila. Dc.'pcsa.

2.» semestre de 1856. . 28:586,«578 21:409P20


Annode . . . 1857. . 43:235«071 35:579,5058
Anuo de . . . 1858. . 51:057.^507 48:511,5008
Anno de . . . . 1859 . 51:415,^503 51:810,5573
Amio de . . . . 1860 . 50:8u0j?394 42:843,5238
1.» semestre de 1861. . 31:020,5301 24:304^544
Medio de 5 annos . . . 58:919^523 47:889^442
DA PnOVINClA DO CEAIU. m

II.

Ptoc!linda.

A renda municipal procede especialmente de seus patrimô


nios, qno são diversos, e alem disso de impostos especiaes á
cada localidade, e de outros que são corarauns á todas; estes
sfn» os seguintes;
1." ()00 rs. sobre rêz de consumo.
2.“ Afíiriçâo annual, e revisão semestral de pesos o me
didas.
3.® Alugueis e aforamentos de prédios e terrenos cama-
rarios.
4." Domativos e prestações.
5.» 20 X sobre rifas.
6.® Jlulclas judiciaes, administrativas, policiaes, segundo
as leis geraes, provinciaes e mnnicipaes.
7.® Rendimento dos cemitérios, (menos o da capital, que
é da Saneia Casa).
8.® Barbalões, ou gado sem ferro e signal.

Ilí.

■RtctUa t Its^tstt çoT munVcv^ialilali.

Do quadro seguiule se verá a receita e despesa das diversas


camaras da provincia, segundo as informações officiaes que
pôile conseguir a presidência este anno (1862). Faltam ba
lanços de varias camaras, e duvido da cxaclidão dessas con
tas.

(Enl. 0 quadro.)
IIIIMO DA RECEITA E DESPESA IIIIMCIPAI iS «O AiOS AMERIDRES ATE 1,° DE JELHO DE 1S61.
18S6 1857 1858 1859 186C 1801 MEDIO DOS 5 ANNOSV
2.‘ SEMESTRE.
CiUARAS. I." SEMESTRE..
Receita. Despesa. Receita. Despesa. Receita. Despesa. RoceiU. Despeza. Receita. Despesa. Receita. Despeza. Receita. Despszaf
1 Capital... 9:029^370 5:598^082 16:5.325590 16:5245814 21:3025890 22:3425740 20:80L331Ü 20:9815911 13:3695420
2 13:0105687 9:8045860 9:7105120 18:2085t)88
Aracaty. 4:34U370 4:065^306 7:014i5000 4:7775078 9:021^730 10:6835180 8:2725360 7:8135632 7:0315138
3
■3:389597;; 4:9465891 6:2145083 8:1295301
Acaracü. 541^750 470^474 9995720 1905618 9245920 791;5617 1:0055334 7205231 92Í554Í 9485038 43.85740 3215149 9715001
4 Granja.. 506^999 342^000 9765430 8675000 1:0195307 1:022^334 1:103512o 68854^0
9885000 1:248*936 1:2205000 6195260 7005000 1:1065827 1:0235^10
3 Telha... 215Í550 196;5535 4695100 3785710 4835340 4205134 3615420 3335447 4075700 3985614 2215.300
6 Ipü 234i3970 295^810 5315640 454^766 2915960 1:1305742 6165780 '1:8635148 377*210
1705430 4315722 38359ÁÍ2
3725205 3975840 4475260 5305080
7 Pereiro 335*400 581^540 2945910 2385000 3375100 3275330 339-3990
9375:485
3495040 38S.*3!)i) 3495380 4.385810 4495847 4305948
8 Cascavel 264^200 227ÍÍ980 6645100 5805957 532;5900 4395132
6305190 5805200 52554]0 7.) 1524'.) 7i35(>8:3 3805400 4305843
9 Cachoeira 1875180 214500Ü 3165180 5345608 6335444
2145000 2885900 2145008 2335300 214509(1 21.35830 2145000
10 Maria Pereira 1725000 1625.500 5705500 501.3()00 5845000 2765336 2375776;
583JÍ000 4445400 4185000 4'.)85í)o:j 472*00.. 23053ÜÜ
11 S. João do Principe 4735020 3635020 4735540 51.35728 4935520 3035804
2365000 5035880 4865300,'
3725000 5495930 4725310 4695416 5085086 48957301
12 Canindé 4905996 3615408 1:1085744 3875235 1:3285976
13 Crato
3275844 1:3395060 3105146 2:.32(i5G00
4:3315947 2:0465176 4:9755845 2:5395996 4:1465449 2:4295694 3:8245824 2:3375699 3:716*704
96.35398 9085440 '1785338 1:3845.363 50651(3
14
2:.363583i 8:9485060 2:2825303 3:9925763 2:8475990
Aquiraz 1935400 1075480 4095100 274^430 5895030 492^384 6345388 3235993.
6345398 3595436 2-295000 1 5205386
13 Sancta Quiteria 2195200 1635392 198*172 18,85110 2165350 21' 2335368 227.
16 Milagres "ÍÍ6Í42Ó 1095904 "'igõiósó 180^836 ’’ 277Í3Ò4 21857i4 2425570 1395681; 2315400 233*90;; 2,885172
17 S. Bernardo 8.805180 8965709 1:2235806 1:2325418 9935229 1:0425843 1:3625270 1:4615984 1:2395370 1965678
18
1:3695318 1:260^190 1:3385360
Quixeramohim 9095630 8285072 1:0945160 1:0485620 9975220 1:0185768 9;135777 1:2105833
8315500 1:3-32*S30 1:1215414 1:1475376
19 Sobral 2:4035618 2:3645904 2:171^851 2:2075636 2:0745810 2:3735300 3:6375394 2:7925539 4:2845937
20 Viçosa 3:636*801 3:3715740 3:0175168
3095810 4485190 5465140 330^470 6595380 496531 3-235020 4885930 4015300 4985880
21 Imperatriz 4075593 4485190 5195300 6075744 34753321
5305470 5115397 496531 5335893 4885930 5715280 498 5-880 .
Barbalha 1:7225433 931 3635702 5475332
1:6325875 7895830 1:4335003 4S25' 1:4945283 8085160 9735933 1:0:!:359'20 .
23 Maranguape 1:6135012 9045714
2:7035990 l:6o35-2.8(t 3:36356:)0 2:5885
24 Jardim ‘ 'S3959ÓÒ 541 6505060 ‘ síoii 4395500 471, 4865020 ■44353ÕÓ 3165090 3115440
4:1795746 2:8285024
25 Icó 3845772 5315200
2:1905000 ... 2:1-205000 2:7.405000 . 2:3305000
26 Lavras 1925000 ... 2715000 2715000 . 2445666
27 Saboeiro 3965000 ... 4,365000 4365noí) , 422-5666
Baturité „ 1:86151-20 ... 1:86151-20 1:8615120 . 1:8615120
29 S. Francisco II ^ 4365000 ... 4065000 4005000 . 4165000
Sommas !:5865378 -21:409542o||43:2.355671133:5795638 .34:6575367 48:3' 4:7135363 31:810*37.3 •;0:.S.36539l 42:84352.38 31:0205361 2.4:30i5o44||.38:9195323 47:8895442
DA província do CEARÁ. 721

CAPITULO VI,

Resumo dosfluauços.

1.

Resiiininclo as Ires rendas geral, provincial e municipal,


pelos lermos médios do ultimo bieunio, e comparando com
as respectivas despesas, temos.
Renda. De«pe«a.

Geral. , . , . 641:85Íjí029 581:889^1364‘


Provincial . . 393:0895635 385:8595774
Municipal, . , . 58:9195523 47:8895442
Medio das rendas. . 993:8605187 1,015:6385680
2.

Sendo o medio das rendas publicas da provincia nos dois


últimos annos de 687:2755000,e suppondo á população abso
luta de 500,000 habitantes^ cabe a cada um 1:354 rs. de con
tribuição, termo medio.

* O deflcit que apresenta esse balanço da parte da receita


desaparece com a cessação da cholera-morbus,que augmentou a
despesa.
122 EMSAIO estatístico

TITULO VIL

DA FOUÇá PllBI.ir.A.

ARTIGO #.•

DO GOVERNO MILITAR.

1.

A força militar no tempo do regimen colonial estava intei


ramente subordinada aos governadores, e sob as ordens im-
mediatas dos cheíTes dos corpos, de que ella se compunha.
2.

Pelo dedretn dos constituintes portnguezes do 4.» de se


tembro de 1824 se mandou crear um commandante de ar
mas, sujeito somente ao governo central, e responsável á ellc
e ás cortes, mas independente das junclas provisórias nas ma-;
terias que eram da competeucia d’elle.
3,

A lei de 20 de outubro de 4823,que aboliu as junitas pro


visórias, determinou que o commando da força armada de
DA PnOVINCU DO CEArX. 723

1.“ c 2.-'' linha compelia a um commnndanlemililar; que csle


nãn podia empregar a força contra inimigo interno sem re
quisição das authoridades civis, e prévia resolução do presi
dente em conselho, quando este se podesse convocar, ou do
presidente só, no caso opposto; que também não podia fazer
marchar a 2.* linha para fõra da provincia sem ordem espe-
ci.il do puder executivo, nem para fóra do districto de seu
respectivo regimento sem aceordo do presidente; que as or
denanças seriam sujeitas a este, a quem competia fazer o re
crutamento á requisição motivada do commandante das armas.
4.

Com a extineção das antigas milícias pela lei de 17 de


agosto de 1831, que creou a guarda nacional, ecüm a lei de
3 de outubro de 1834, que submette ao presidente da provin
cia a força publica, ficou círcnmscripta a autboridade docom-
mando das armas, que afinal foi abolida nesta provincia pòr
decreto de 25 de setembro de 1844.

5.

Em 1856 foi creado um assistente do ajudante general do


exercito, cujas funeções limitavam-se a transmíltir á força
as ordens do quartel general, e do presidente: Esta entidade
foi exiiiicla em 1859, e substituída por uui simples ajudante
de ordens.
ARTIGO 2.»

DA FORÇA PUBLICA ACTUAL.

1.

Consiste; 1." do meio balalhão de linha de guarnição,com-


roaiulado por um tenente-coronel; 2.» da guarda nacional
que substituiu as antigas milicias; 3.° da força policial. *

* Veja-se Parte Primeira, tit. V.cap. V.


724 ENSAIO estatístico

2.

Desde o seculo passado que existia uma guarnição de trom


pa de linlia no Torle da Assurapção, composta dejuma com
panhia de artilharia e outra dé infuntaria.
Em 1812 cada uma dessas companhias contava 157 praças,
c já então o governador Sampaio representava que era iusurii-
cieiite.
Depois da independencia a força de guarnição tem varia
do, ora para mais,, ora para menos.
Agora conta o meio batalhão com as praças de pret, e of-
ílciaes constantes do quadro, que fica já publicado na Parte
Primeira, lit. V, cap. III.

3.

A despesa com a força de linha é paga pela thesouraria


geral, e é orçada em 159:000^000 de reis. (Vide Parte Pri
meira, lit. VI, cap. II., arl. 2.”)

4.

PBAÇAS FORTES—^Havia antigamente dois fortes nas costas


da província, o do Mucuripe e o d’Assumpçao. Aquelle
com as peças já desappareceu ha muito tempo debaixo das

areas. Este, levantado pelo governador Sampaio.em 1816, e


concluido ha dois annos,se acha em frente do porto, e monta
27 peças. (Vide Parle Primeira, lil. V, cap. II, arl. 5.®)

5.

GUARDA NACIONAL.—Antes que a guarda nacional fosse


creada pela lei geral de 7 de agosto de 1831, havia na pro-
vincia, alem da força regular, duas outras organisações me
nos regulares, chamadas—uma de 2.» linha, ou de milicias.
DA TROVINCIA DO CEARÍ. 725

e outra de 3.® ou ordenanças. Aquella era organisada por


baliillião de caçadores, e esquadrão de cavallaria; esta cr.>
composta de paisanos alistados cm estado de pegar era armas.
Destas eram tirados os que deviam prehencheros corposde2.»
linha, C OS rocrutasparaa 1.*, e formavam capitanias-raores.
Pela lei de 18 de agosto d& 1831 foi esta organisação mi
litar abolida e subsUluida pela guarda nacional.

6,

Organisação da guarda nacionae.—E^a milicia foi reor-


ganisada pela lei de 30 de junbo de 1850,que a uniformisou
cm todo 0 império..
T.

Seu lira, segundo a lei, é delTcnder a constituição, a liber


dade e integridade do império, para manter a obediência ás
leis, conservar, ou restabelecera ordem e Iranquillidade pu
blica, c auxiliar 0 exercito de linha na deffesa das fronteiras
c costas.

8.

Compõe-se: 1.®, de todos os cidadãos que tem de renda llr-


quidaannual 100^000 reis por bens, emprego, ou industria,,
com tanto que tenham 18anuos emenos de 00; 2.®, dos cida
dãos, filhos familias daspcssoassupramencionadas,quetivc-
rem mais de 18 annos.
As pessoas alistadas foiunam duas classes, uma chamada dc
serviço activo, e outra de reserva.

9.

Os serviços dos guardas nacionaes dividem-sc cm serviço


ordinário dentro do municipiú, c cm serviço de destacamento
dentro c fóra delle.
07
72G ENSAIO ESTATÍSTICO

Si1o formndos dnnlro tio dislricto dc cada nniniciiiio por


socpões do conipanhias, batalhões ecsf[uadrõcs. Nos iininici-
jtios em rpie se reunem dois, ou mais balalliões, o govcriio
pódc iionieur um cuminaiidanlc superior.

10.

A despesa-cora a guarda nacional corre por conla dos co


fres gernes, e pelo miiiislerio da justipã; lera sido orgada em
5:434^^000 reis annuacs.

11.

Força policial.—Por virtude do acio addicional ficou i


assemblóa provincial o dever de decretar annualmenlé a força
policial, cujo corpo existe desde 1836, sendo todos os annos
alterada para mais, ou para menos (vide Parte Primeira,
Tit. V). Sua despesa orçada em 1860 foi de Gl:874/f400 reis.

12:

Tanto a nomeação, como demissão dos offlciaes é dc livre


escolha do presidente da proviucia.

13.

Resumo GERAL da força publica.—Dos quadros da Parte


Primeira \è-s6 que 0 pessoal das tres milicias da província é
0 seguinte:
Corpo do linha. . . . 336 praças 1 por 1488 liabs.
Corpo policial. . . . 216 c 1 «2361 «
Guarda nacional activa c da
reserva . . . 45,906 « 1 « 10 «
46,458 < 1 10 <
DA PnOVlNCIA DO CFARÁ. 727

ii.

Desl;) comparação rcsiilla que cabe um mililar por tO indi-


viduos ou anles 1 por 5 do sexo masculino, conlando porem
rom a força quasi nominal o somcnle alistada da guarda na
cional.

<5.

Que FonçA podia a provincia armar?—Segundo os econo-


mislas, diz Balbi no seu Knsaio Eslalislico de Portugal, nem
um estado pode armar e manter, sem arruinar-se, uma força
que oxccdaa i í da totalidade de suá população. A Inglater
ra, porem, mandou por aclo do parlamento do 1822 que o
exercito de linha não excedesse dei por 180 habilantesLe a
França no mesmo tempo redusiu o sou e.xercito a 1 por 142
individuos.
Pela regra dos economistas o Ceará podia armar. 5,000
Pelo systema de Inglaterra . .• . 2,770
Pelo sjstema do França. . . . . 3,521
No artigo da população {Parle Segunda) já se viu que em
caso de necessidade podia na[U’ovincia Icvanlar-se uma leva em
massa de mais de cem mil liomons de 15 a Cüanrius, capazes
de pegar em armas.

ARTIGO 3°

despesa media com a força purlica.

Com a força do exercito, pelo ministério da


guerra . 159:000,^000
Com a guarda nacional,(despesa geral) . 5:4340000
Com o corpo policial, (despesa provincial) . 01:874,$000

Total 220:308^000
Cabe a cada habitante da provincia a contribuição de 452
reis para maiintenção da força publica.
72,8 ENSAIO estatístico

TITULO VIII.

QA JIISIIÇA PIBLIGA.

CAPITULO I.

Dn adniiutatritfão da Justiça.

1.

Organisação.

Esta proTÍncia, bem como as dcmnis do império, re-


gc-se quanto ã admiiiislraçilo áa justiça, pelas leis ge-
racs, chamadas ordenações do reino, na parte civil; os CO7
digos eommercial, criminal e do processo criminal, e em fim
pelas leis.extravagantes, que cstdofóra daquellas ordenações,
e dos codigos publicados antes e depois da independência.
Em virtude dessas leis, a organisação judiciaria em matéria ci
vil conla:‘

'Quanto aó -possoal e despesa com a justiça, vide Parte Pri


meira, Tit. V, cap. III, pag. 269. .
DA PROVJSGIA DO CEARÁ. 129

I.

MaVina tvMvV.

1.

1.» Um Iribnnal lie paz (jniz de paz) en cada distcicle,


crcado pela coaRíiluição, art. IGI, e pela lei organica ile If.
de outubro de 18á7, para conciliar as pessoas que iiitenta-
vein demandar, e conhecer das pequenas causas, cujo valor
não exceder de 50^000 reis, e nos de contracto de locação de
serviço de qualquer valor.

2.

2.® Um tribunal de 1.® instancia de juizes municipaes ede


orphãos em cada termo judicial para as causas civis que exce
derem da alçada de paz até o valor de 200,^000 reis; as cau
sas excedentes dessa quantia podem ser appelladas para a re
lação do districlo, que é em Pernambuco.

II.

■iUfliUna çMvoV.

1.

I.» Tribunaes de subdelcgados em cada districlo.


2.® de delegados em cada termo,
3.» « dejuizes municipaes om cada termo,
i.o de chelTe de policia em toda provincia.
Julgam as contravenções ás posturas das camaras munici
paes COS crimes a ([ue não esteja imposta poiia maior doquo
muleta ale IÜ0,?000 reis, prisão, degredo ou desterro até (i
niezes cora muleta correspondente á metade do tempo ou Sem
cila, á 3 mezes de casa de correcção, onde a houver.
130 ENSAIO estatístico

5.0 Düs juizes (lo direilo em crimes e.speciacs c nos de res


ponsabilidade,
ü." Dos juradas iios crimes cummuns.

2.

Os Iribunaes do chclíe de policia, delegado, subilelcgado e


juizes municipaes lambem preparam o processo criminal em
crimes que Ibes não competem julgar.

3.

Ostribuiiacs de juizes municipaes pronunciam c julgam dc-


fiiiilivamenle os crimes de conlrabatido, exceplo a apprelicn-
sno eni (lagranle, e o de inlroducçâo dearrícanos, assim como
processam nos crimes de resislencia, c lirada de presos de
juslica, c i)u$ crimes de furlos de gado, e de ofTcnsasasaullio-
ridades cm aclos de sua jurisdicçSo (lei de 1.“ de setembro de
1800), nos crimes de moeda lalsa, e de banca-rola.

4.

Os Iribunaes dos juizes do direilo foianam a culpa aos em


pregados públicos Mão privilegiados, e os julgam definiliva-
menle, bem como os crimes de furto de gado, de tirada de
presos de juslii;a, de uiVens.ásásauIlioridades ern aclos de sua
jiirisdicião; e p,i capital julgam exclusivamenlc os feitos da far
zeuda publica.

5.

Os Iribunaes de jurados presididos, pelos juizes do direilo,.


julgam js matérias crimes que não tom [u ivilegio de foro.
DA província 1)0 CEARÁ. 731

111.

3Ms\'i<a wWWaY.

1.

A jnslifil inililar se deslriliiic pelos crtnsclhns de inventiga-


tno a guerra: no primeiro se examina o faclo, c se elle dá lo-
gar a accusaçgo, no segundo se julga. Esleullimo lem como
relalor o juiz de direilo. Esses tril)unaes sao compostos de
oriiciaes do exercito, nomeados pelo presidente da provincia,
e só conhecem de crimes militares do praças do exercito.

2.

Alom desses tribunaes para a força de linha, lia os conselhos


de disciplina, e junctas para a guarda nacional, sendo o pri
meiro composto de officiaes nomeados pelo commandante, e
0 segundo de officiaes de patente superior, um juiz letrado re
lator, e presidido pelo presidente da provincia; conhece cm
grão de recurso ikis sentenças impostas pelos primeiros.

CAPITULO M.

Justiça eiii matéria rivil.

AÜTIGO í.»

DA JUSTIÇA DE PAZ.

1.

A justiça de paz é administrada por urn juiz eleito direcla-


nientü pelo povo de 4 cm 4 annos era cada districlo de paz,
que é assistido por um cscrivQo que expede os autos e mais pa
lieis relativos ao seu juiso.
732' ENSAIO ESTATISTICD

2.

Não foi possivol obler-scinformação regular e complcla da


justiça do paz cm todos os dislrictos: das poucas informa
ções, que alcancei formulei o seguinte quadro do movimento
dos Iribunaes.

UUNCILlAVÕiíS. NÀO CONOILlAÇÒ:%i CAUSAS JULUAUAS llOTAt. DE CAD/.


ANNO.

DISTRICTOS •Sg o .

• .i?
xj oe
o

X
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90
C5

30
É ií ■c

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35
JiO
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30
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00 00
» ■§ =
5: rí

Siupé 4G 27 G 79
Traluri / 4
ílarangnnpe. 9j •20 35 !7;í
•s
c
Pacatiiba — 70 10 2 8-2
<•
Aquiraz H iO IS i:i 3 4 3 S 2 2 3 19 11; 23
Sucatinga .. 8 8 t 3 8 7 ... 17 18

lequi 9 10 .. ... 1 2 ... 3 3 . .. 13 15


Morada-novii 7 9 9 2 ... 4 2 3 13

Icó. 37 13 10 -20 15 60 8i
i]S .^erciro.... / 6 3 I ... 12 9
fcllia ■29 !G 5 CO

I Halurité iO 6 . . . . 17:!
I Acarapo 14 14 2 fi 10 II . 26 31

I Quixer.'""'.. . !4 23 I 4 15 27
I Boo-viagom . / 23 3 5 10 28
í Sitiá 1 1

f rauliá 23 22 li 6 '20 1.5 48


i trnciroz.. h 1 i 9
S
4 /

£ Assarc 3 I
I S. Malliaus. . . . 25 I y)
28
■5 PoçodaPedr. 6 5 3 3 1 3 10 II

Irato 36 14 6 3 18 12 80 29
DA rRCVI>:CIA DO CEAUÁ 733

uoNo;:.iAçò.':s. NÀO CONCJLI.M^US.-». tí/iilSAâ.JULÜAUAo. 101'/... UI-; <*.Ai!A


cn ANNO.
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50 iO O .2 H vr.- Lft .2 = 30 O
u 00 00 05 -g g oo |do •» -o 5
55^3
i s á || oo oo

••3
n
Imperatriz. IG 14 2 4 10 22 28
S.Francisco 14 3 2 19

Sobral 7 3 0 1»
S.5>Qniteria 6 5 / 3 2 10 9
il
72 3ancl’Anna 8 6 1 2 3 10 10

Viçosa 7 18 0 9 22
S. Pedro... 4 1 0

3. Bernardo o 9

Ipú 7 S 2 (i II 13
Campo Gr.' 20 13 4 3 10 10 34 2(1
Tacaboril... 8 2 10

i Granja II 22 4 3 5 4 20 29
,2 íboassii— fi 2 4 II

Süinma 250 •572 101 141 7!l 51 i28 100 45 liü 83(1 ÜlOl
•Mrdio pordislricto. 12 18 40 0 4 13 0 9 22 29 9',

rcniio incdio jini


.'inno 23 . . . / 0

NB. Vão só mencionados os dislrictos (Voiule oblive iiiformaçóes.


734 EHSAIO estatístico

3.

Do quadro supra, muito iucomplelo, se vê, que o termo


medio das conciliações foi no trieiinio de 1858 a 1860:
1858 22
1859 29
1800 97

Medio de 3 amios 49
Quanto ao pessoal da justiça de paz—veja-se Parte Pri
meva, til. V, cap. III, art. 1.®, pag. 272. ■

ARTIGO 2.®

JUSTIÇA CIVIL DE PRIMEIRA INSTANCIA.

1.

Os tribunacs civis de primeira instancia são presididos por


juizes municipacs e d’orphãos, nomeados para cada termo
por quatro aiinos pelo guvorno imperial d’enlre os bacharéis
formados, que tem um aiino pelo menos de pratica: sua al
çada, como já se disse, c sem appellação até 200.^000 reis,
e com cila de lodo e qualquer valor, para a relação de Per.
nanihuco.

2.

Os juizes municipaes formados nu seus substitutos, na au


sência ou impedimentos dejles, julgam definilivamcntc: nos
lermos annexos ha supplenles somente, que preparam, e as
sumem a jurisdiüção plena, quando o juiz formado da cabeça
do termo se acha impedido.
3.

Quanto ao movimento dos tribunacs, isto é, o numero de


feitos Iractados annualmcntc cm cada termo ou comarca, na-
DA PnOVISClA DO CEAUÁ. 705

da piiilc oblcr apesar do niuilds e repelidos pedidos. Sonieiilc


do rolalorio do iiJÍni.str!rio da jiislifa, pude colliirir os seguin
tes quadros iiiuilo incoiiiplolos, que não permillem esludo
coniparalivo:
Oi
üriHrüiríns.
n
"ummnrms. >
n

iCxeciilivas.
•c
)rdiiiarí.*is. n

• rO
^uiiiiiuirias.

ÍOxc(*iilivas.

Oitlínarías. O
es s:
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'^itiiiinanüs. a.
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2
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Anterionuunfc.

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iíüsilo 1851».
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i)üs ajilci*.' I
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oe .\;;ravos
C6,
to n

?o
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Apijllavôes.
iicvislas.

Passarauí um juli^ailos.
g

«
'■e Valor dus jiilgainciitos.
f.»
736 ENSAIO estatístico

Quadro das execuções civis sohre acções pessoaes.

r.OMEÇAOOS. •RnMINADOS.! »ODO.

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sn 8 32 8 23 31 4 ();336|200 5:091^440 2:752^200

Quadro das execuções civis sobre acções ou causa certa até 1856.

>IODO rOlIQUE co-


COMEÇADOS. TEBIIINADDS.
IIECAIIAil.

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33 3 30 1 14 13 14:li9|i4uC 3

Movimento dojtiho da provedoria de capellas e resíduos em 1856.

TK8TAMBNT0S. CONTAS. INVCNTAniOS. ÇAPELI.AS.

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1 1 1= Oi O! I II J ■ o. u. ã a.

103 112 121 179 30 81 19 13 94 418 38 7 .30


DA TROVINCIA DO CEARA. 737

Qaadro dos autos da jurisdkção contenciosa do juízo de or-


pliãos nlé

tNTEN-
JULGADOS. RECURSOS.
TAHOR

liUndeuiiiu-
dos. Absolvidos

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C 5 3 O s Q. £ n (3
O < a ca a -5 U -5 >

2!) 21 8 ... 24 ... 2 3 3 4 . . 14 '*0:837^218'

4.

Quatifo á divisão dos termos, o pessoal da justiça, c seus


vencimentos refiro-me ao que deixei dicto i\a Parte Primeira,
tit. V, cap. III, arl. 1.", pag. 269.
5.

0 juiz de direito conhece por via do airgravo interposto dos»


juizes municipaes em casos determinados em matéria civil; e
por appellação das sentenças dos juizes de paz nas causas de
locação dc serviço, cujo valor exceda a 50,^000.

CAPITULO III.

Jiistiçn eiu niaterin criminal.

ARTIGO í.”

MOVIMENTO DOS TRIDUNAES POLICIAES.

1.

Os Irifiunaos de subdelegado, delegado, e clielTe de policia,


e juiz municipal era matéria crime, tem a mesma jarisdicção
738 ENSAIO estatístico

cm seus respeclivos dislriclos, lermos, municipios, e pro


víncia (islo é 0 chelíe de policia em Ioda província) para pro
cessar, e julgar dós crimes já designados.

2.

Cada uma dessas authoridades c assislida de um escrivão


que peranle ella escreve os processos, e fiincciona em Iodos
os autos judiciaes; e naquelles crimes em que só' preparam
officialmenle os processos, o promotor publico deverá ser
ouvido. ‘

Quadro dos crimes polkiacs, e infracções áe posturas julgados


de i850 a i859.

s. condemnaçOes.
a
3
s.
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io.

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J •S •S
8 B
T3 E
<
3 S
3 a.
ã >5 £ < < a.

tsso 1850 13 3 6 9 3 10
1831 1851 28 12 li 23 0 o 24
185G 1830 9 7 1 8 S 0 3
1858 1858 4 1 3 1 1 i
1859 1859 13 1 15 8 24 fi 0 8
Sommas 09 1 41 27 09 2-i -21 49
Medio. 14 0,2 8 5 14 5 5 10

• Quanto ao pessoal, das authoridades policiacs, e funcciona-


rlos que os ajudam, bem como a despeza, vide na Parle Primei
ra, tit. V, cap. III, art. 3.% pag. 238.
DA província do ceará. 739.

c/:
o
oe OO 00 00 QO s
Data dos crimes.
Si 04 04 O!05
tOOO^—O
S-g o
1 Q 00 oc oo 00
• Co
05 04 05 Data dos julgamentos.
O oo Co '

05 >P> 50 Numero dos processos. '

CO
05 ^ I>S hP C5 40 txP Queixa. s
§ 5
ZC>^ * CO —
Parlirular.
o -o
IX'
05 Cí Ex-dfficio.
H- -1
S.
05 c: •^1 CJ5 t-S ^ CO Niiinci’o de réos. C5

CO

>«>• CO C5 05 t3^ CÕ ilonicns.


o
o oc » ■ i>&» Mulheres.
— *--1
05 05 t&
— lO
CO Brasileiros. »2
8
■ lí
Estrangeiros, à
o cc . . •

09
— *-1
05 cr- ■>.1 OT IX) O OJ Livres. >•
o é' o

05 tx> o “g CO SoIldS. I O .
o

»P- 05 CO IO o » Presos.

Afliaiigados.
§
05 CO Dcsolicdicncin.
CO Cò
05 — ^ CO • Calumnía, injuria

!•£> O CO • • 05 1'P Daiiino. o»

OHcnsa a moral, a n Ç5..


tX) !>£> 2
religião. a

Oo
Sociedade secreta
O
00 tx> Uzo d’aniias.
Ç5
IX
05 cr io- IO iP' oo Infrac. de postr.
o •

05 05 •^1 05 íO Ip 00 SOMMA. CO

3.

Dos quadros cxlraliidos do rolatorio do ininislerio da justi


ça, unica fonlo onde os pude encontrar, sendo-me impossí
vel durante cinco annos, c apesar dos esforços da presidên
cia e do cliofro de policia, obtel-os das authoridades da pro
víncia, vô-sc qiic nos 5 annos de 1850, 1851, 1856, 1858 e
1859 se fizeram:

Processos policiacs 69 medio anniial U


Ileos 76 c 15
740 ENSAIO estatístico

Por crimes....j... .. 76' V liicílio ãnriual 15:


Gondcmnaçõcs .... 69 ' f 'f . 1-i'
Absolvições...'..., .... ( «

Appcllações... .. .... 21: ; C 4

Gomeçàram:]
í
Por queixa ...: 26 « « '5
Por denuncia parliculnr....-. 13- ( ... 0i. 2j5
Por do"promotor , .« - :r ■

Ex-Officiõ 25 « « 5'

'Os réós erattí,:


Homens......'... 76 ■ « < 15.2
Mulheres.;....;...
r 5
3 < c 0,6
Brasileiros '.... ..... 73 , ... < 14
Estrangeiros 3 « « - - (í,6
Livres.... ......76 « «• - 15,2
Escravos 0 e - « '"0
Livrarám-se:
Soltos... 60 « f . 14;
Presos ........ ... 4 « !« -Q|8
9
Ariiançadps.... 0 «t
■- c
0!
Julgarara-se :76 crimes por:
Desobediência ... 3 « € Oi6
Guliimnias e injurias 31 « Õ
Damno .'. 1 0 ( (

OlTensas á inoral e aos.^ns .


costumes... ....,... 2 c
n

Uso d’arma dcffeza....!.. "4 < '■ '


lufracções de posturas... 26 ( « 5

);cA,s69,,çondem,naçõcs foram:,
Prisão com trabalho 1 « 0,2,
Prisãq .simples 41 8
.....47 c < 5,
t- A
Açoites 0 < 0
DA PnOVINCIA DO CEARA. 741
i

4.

•'Esla cstalislica cslá bem lòMíre flc ropresoiitar a realiiladc


d()S' fiiolos criiiiinosus d’iú;(,'ão dos lribiiuacs,poiiciaes;*portiúe;
a 'niiixiiíiá' ptírld delícs íião são íproccssados. r ii !.• .M.’ í'5'

Em 1800, ou anlcs, de juiibo de 1800 ú junbn de 1801,


diz 0 prcsidoule, em sou rclàrõriõ "a !Íssembieã;'iílíTCSè.cüm-
luollerani os spsjujnles cnmes policiaos; !
I

1
Armas deircfsas... ■0
'I 57

llosobódieiicia.;;;'.' 1
,i .-
lüjupiãs verbacs.V 8

Ealuníuia i' 2
i

Oaimio .. 2
‘j

j
.v-i70
í

Algarismo este'igual ao dos 5 annõiroforidps-iío relalorio


A
do rniiiislro. ; !
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I I
« • 3
'l-
P. .1

Tomando póis esse algarismo de''70-còfno’''.apprpxira!ido íí


exaclidão para; o termir-lnedio das;coiitcavençõesjdtóla,.ordom.
rogiila I por 7:Èí2 IrabiUmles,-propdrcãb'('1119 deuun'ciaria
alta lUütalidadje,:se;tüss-c realmeulè -cxadUi - --'i 1
I 1
ARTIGO,2r-
.!•
1!

i i
Ü
íHovvmeuVo OiÕs Uvbwxats isçitiâe.8 ío ijvvrriK íivívlò.

1.

Ainda soccorro-mo aos mappas do miuislerio da jusiifa,


cuja inexaclidão ó patente; mas debalde solicitei do governo
du província e da policia os mappas, que deviam existir nas
aa
742 ENSAIO estatístico

rcspcclivas sccrclarias. Scjriiiido íi(]!i(jlles nia|i]ins ns jiilfa-


iiicnlos pelo juizü de direilo nos aiiiios de18õ3,185i, 18õ5,
1857 e 1859 foram os cjiic constam do sogninle quadro, pe
los crimes de que Irada a caria de lei de 2 de jullio de 1850:

00 00 ÔC cc cc
Cl Cl Cl CÍ Cl Poeta dos crimes.
«© OC Cl C'
o'^
: a OC 00 OO 00 CO
09
C:oi os Cí Cl Dacla dos julgramonlos.
o 00 OCí
o
i/i
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Nniiicro dos proccsgns.
2.
Queixa.
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cc K.\-ontoio. o

IC o ^ to Susleiilada pelo proni.‘’| a


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Ü?C1 «o o Oi IO lO Numero dos rcos.
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•^1 CO cc ♦ f)e40parn cima.


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t^O çg l-g hC Solloirus.
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CJ o; Casados.

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lO Cüinparecd.*
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A revelia. o

CO -4 O !>£> txS !•& Aiithores. Cg

o 00 Ciuiiplices. a
BA rnOVINOIA DO r.EARÁ. 7.5.3

(CíiNTlNDAÇÃo).

Qiindro dos crimes espccinrs ptUjoãos pelo juiz de diiriln, da


/&7,o a ídÕO.

ciiniEs. CONMlIiMN/.OÔnS. AnSÓI.VÍÇÜBS.


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1830 2 2 2
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IBoSí !B3n / 2 !) t I 7

9 í 23 -) I 10
Tí)/(í/ 1-2 / O I

Medio 2,4 1,0 0,i 0,8 0 0,'i 0,2 0.2 3 2 0,3 1

2.

Hostes qviedros sogne-se que fnrnm submelliclos ao trilai-


nal dos juizes de direito pelos crimes cspeciaes de que (rac-
ta a cnrla de lei cilada, nos 5 aiitios, 50 pi'0(;essus, sendo a
media unuuul 2, e comegarauí por:

Quei.Ka 1 medio antimal 0,2


Denuncia particular. 0 « « 0
Ex-o f(i cio 9 € 2
Sustentados pelo promotor 9 « « 2
Desponderara:
Réos.. . 25 « 5

lloincns 25 « 5
Drasileiros 59 < 4
Esl rangei ros 0 « 5,2
De 1 a 21 a 11 nos d’odadc 1 ( c 0,2
De21a40 <i 57 « 3,4
lU ENSAIO estatístico

Dc40 aniios para cima 7 meilio aniiual


Solteiros iO « 2

Casados i5 3
Viúvos 1 c <í 0,2
Livrararn-se:
Presos 20 « « 4

AflianfadüS 5 ( « 1.
Foram:
AuUiores 17 « 3

Cúmplices 8 < « 1,6


Commelleram 2õ crimes,somlo;
Resisleiicia 7 £ 1.6
Baiica-rola 2 « 0,4
Moeda falsa 12 .2,4
Tirada dc presos 4 0,8
Foram condemnados 9:
Galés 2 « < 0,4
Prisão com trabalho 5 (í 1
« simples - 1 d « 0,2
Muleta 1 « 0,2
3.

0 termo medio de 1 crime annual na classe dos dclictos,


(]ue compelem ao juiz do direito julgar, e que são—resistência,
banca-rota. moeda falsa, tirada de preso, e furlo do gado,
seria a prova da maior moralidade n’uma peiiulação do
500:000 almas, esparsa por uma tão extensa proviiicia, se
por ventura esse algarismo official fosse exacto.
II.

íiVovvmtwVo los VnVuvwts A,o pvi= At AvtüXo nos tvvmis At vts-


çonsttVvVvAaAt Aos tmpvtqaAos pubVicos.
1.

Os juizes dc direito formam a culpa e julgam definitiva-


DA rnOVIAXIA DO CEAI\Á. 745

mcnlc os empregados públicos não privilegiados, segundo a


lei de 3 de dezembro de 18il.

2.

Do relalorio do ministério da justiça extralii os seguintes


mappas dos crimes desta ordem, dos anuosdel853 a 1851):
(O
OO OO _ 00 00 00
Ç,.J ot ” C!05 0« Dactn dos crlmcs. a
g tc OO Oí (♦i'

& Oc Dact.i dos julp^amcntos.


05
C/i

Numero dos processos. ri

Queixa.
'/)

I‘articular. «2 o
Oi

n
a-
tsO 1)0 promotor. = o
a
P3
O
K«5 Porordem superior O a
V5

iP* • lO Rx-offieio. c>

cc w Sustentada pelo prom." Co ^


cr» 2:
O CO o: Nmucro dos réos.
a-
a
o CO CO Iluiiicns.
^ ç..

05 IO l)c 21 a <40 nunos. o


05 . li, - i)c <40 acima.


cc:
C.O -*COIO Casados.
</-
H c.
Víuvos. i- Cn
c
o
Ordinários. rt

C.
Presos. o
c
o S:
05 tf) if) Pessoalmcnlc. a
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Por procurador. <
Ci

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55:-
A revelia.
r:
y' .
Comparecendo. H
o o

O CO CO Aulliurcs. c:-
«>
746 ENSAIO estatístico

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jC CO _ (^jOZCTj r*C)
z,'. Z'. ^0(0'. O'. l);il;i dus crimes.
o ->0 'Üí Cw
§
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Díita dos julgamentos. o

<0 "<1 “ gi o
00
h£>0 CO CO Numero dos presos.
O
Cnlumtiía, itijurío
lo -*■
et»
O Kalla d’cx;içào de Co

1-9 deveres.
rj

O Irregularidade de
ri
condueta. o
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Excesso d’uulho-
O
caco ridude.
- 1
^ ço o
O
3c,-
p Fuga de presos. í:. H
V- lN£.

O CS
i«. — Prevaricação. •*-
o
03-^ >1
19 O CO CO SOMMA TOTAL. o
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Mulla. CO
o
Ui =a-
Suspensão de em c o

O cc prego.
Ci

!>£>
Improcedente. Cl C5

U< SOHMA TOTAL.

l-S» 9
Absolvição.
CO t£) Ct»

\9 Appcllação.
O
Passou em juIg:>do. c>

3.

Desles quadros vô-se que cm 5 annos commnKcram 10


crimes de responsabilidade 10 réos, que responderam a 10
processos; esles crimes foram:
Calumiiia e injuria 1 termo medio annual 0,2
Falta de cumprimento de deve-
res 2 c i 0,2
Irregularidade de conduda... 2 ( ( 0,4
Kxcesso de autliuridade 3 <c « 0,(>
Fuga de presos 2 « ( 0,4
1’revaricaçãü 1 « « «: 0,2
DA DROVINXIA DO CEARÁ. va

Foram condcmnados 5 lermo randio annual 1


5 « « « l
Absolvidos
As condemiiações foram:
1 K « « 0,2
Wulcla
3 0,G
Susiicnsão dc emprego — «

4.

O lermo medio de 2 crimes de responsabilidade annual em


um crescido pessoal de empregados públicos denunciaria
grande moralidade nos funccionarios, se fossem realmcnle
processadas, e punidas as suas laltas.
ARTIGO 5?

DOS TRIBUNAES DOS JURADOS E SEU MOVIMENTO.

1.

O tribunal dos jurados compõe-se do juiz de direito que o


presido, de 48 jurados, ou pelo menos 36 que formam a ses
são: d’olles lira-se á sorteo conselho de 12 que julga o pro
cesso, que ibe é siibmoltido.
Pronuncia sobre o faclo, declarando se é, ou não, crimi-
noso;eo juiz presidente do tribunal applica a lei, impondo
a pena por elle decretada, ou absolvendo o réo do crime im
putado. São aptos para serem jurados os cidadãos que po
dem ser eleitores, que souberem ler e escrever, tiverem de
rendimento annual por bens dc raiz ou.emprego publico
:)00/000 rs. na capital desta provincia, c 200^000 rs. nos
mais termos: ou o duplo se o rendimcnlo fôr por iiuliistria
c commercio.
São incapazes de serem jurados os indivíduos notoriamen
te reconhecidos por faltos dc bom senso, integridade e bons
748 ENSAIO estatístico

costumes; os que estão pronunciados, e os que soffrcraiii


coudemnação passada em julgado, por crime de liomicidiò,' '
furto, roubo, banca-rola, cstilionato, falsidade, oú moeda
falsa. São isentos do serviço dos jurados bs Senadores,' dò-
pulados, conselheiros, ministros de estado,* bispos^ magis-''
trados, clérigos, officiaes de jusliça; jiiizés ecdesiáSticòs,’
coramandantes d’armas e de corpos de linha.
2,

As listas dos jurados são ôrganisadas péios deíégados ile


policia por intermedio de seiiSsúbdelogadòs e iiispeclórés de”
quarteirão, e remettidas ao juiz de direilò'da comarca para
apresenlal-as na forma do codigb dbprocessocri'minà1."Èste''
tribunal deve trabalhar tres Tczes por anno, na capital, e
duas era cada um dos outros termos.

3. ';

Do quadro seguinte se verá o numero dos jurados na pro-


vincia em 1800.

Màppd dos jurados qualificados em 18G0. ;

coúAncÀS.
; í'
Tunsios.' 'iuriAúbs'.' 1'OPULAÇXOa. EB! lUíLAÇÃO CO.M A'.
18(10. 'intM’LA«;Âo.

Foríàlcza
Íl-'ortaleza.’.'.
Maraijgaape.
Aquiráz.
:217
loM
83
.. 3õ.37;ií •. l iior 108
!i
10,83-2
8,fi77'
1 . t2(i
1- ' € KKt '
Cascavtd..;.. . 124: ., 1o,090 ,; , » 117, .

^Somma j.... 377 . 78,872 I por, l.:)3

Arafcaly...'.-. .■ ,170 191107 ,, 1 por, KiS, ,


AracaúJ..: ■■ llu.';sas 312 ; 19;f72 «
,’-r; vlf :

Somina. 488 38,839 ' 'l'pòf •77 ■'


\

•''ííOt' ! ...'Oi' ' jji


I
DA província do CEARA'. 749

(ConliitiinçSo.)

CoMAnCAS. TBIISJOS. JURADO?. PüPUL.Ai:ÀO EM KKLAÇÃO Com a


im. POPULAÇÃO.

(tró. ' i:U.w 1 por 10:1


■Jfíá
)Tí!llin l-iR dO.-tlü 1 € 7í)
■■ ■ / i-ivr:,s io!) 27.HI.”) 1 . Ui
[ I^M:CÍrp •120 o.oir; 1 C 74

Soinmiis. fJ2(i f)0.800 I por d 12

I S:il)()(.‘iro....
Saboeiro... 12;!
■ j S. .Valliniis,.. .dl,6:tõ

Sommas. 128 25,958 d por 210

Cvato
(Ira to . . . I8ü 18,578 ' 1 puí- - 98
Ilarballia 133 ■2W70. : d . 184

Soinnias. 319 .13,045 d por 138

Jardim
Jai iliin 194 25.(:í.2 1 por 128
■ llilagrcs.. .. . ■ 17.') ,9,517 . 1 .. . 55

Sommas. 3C9 35,189 .1 por- 91

iTaiiliá.. . .,; . 159 21,282 1 por 117


Inhamum..
■ • ) Maiaa l’eri'ii:.i 8-2 1l,üi7. --d.--. 138

Somma.=. 271 32,929 d por 127

(liíí.iYVí/nio- f tJiiixcr.»». ... 2(!() 1.4.811 1 por' 55


iim,.. j (ài.xiioira ICO , 7,509 1 C 43

Somnias 420 23,323 1 por 50

ICO
150 ENSAIO estatístico

(ContinuaçílO.)

POPUT.ACÃO EM RRt.AnÀO CíiM A


COWAIICAS. TERMOS. juuAnos.
i8i;o. IORULACÂO.

]pú Ipú Ifii 18,10o I pnr 113

Viçosa. 188 14,821 1 por 76

Granja Granja 276 24,;í0 1 por 88

rWuDial ó^/ ly.o mI 1 por o',)


11,170 43
Sobral |A(;ai acii 264 1
1
c

:;6
I St.“ Qiiitoria. 1(10 9.38(1 «

Sommas. 701 40,203 1 por M

, ,. Imperatriz... 280 26.106 1 por 9l


Imperatriz., g. Francisco.. 149 6,302 1 C 41

Sommas. 429 32,407 1 ]ior 73

Batiirité 341 26.364 1 jior 92


Baturité... 9.374
• r.f
■ Canindé 208 1 « •10

Sommas. 549 34,738 1 iior .61

Total 5,510 603,769 1 [ior 90

3.

Desle quadro conliece-se ([iie correspondo 1 jurado por 90


liabitanlcs. E devendo rennirem-se Iodos os annos29 sessões
de jurados em Ioda provincia com os 5,540 qualificados o
anuo passado, na rasão de 48 por sessão, funccioiiarão por
conseguinte 1,392.
D.\ PnOVINCIA PO CEAUA. 751

A.

Muvimenlo dos liibunaes dojury.

Tio iiiino de 1818 é 1850 foram julgados os crimes com-


mellidos nesse periodo, segundo os fpiiidros seguititcs, exlra-
liidos dos relaluriüs do minislro da jusliva:
a y
c
£ ao GO cn
Data dos crimes.
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3 íO O wi ^ oc ^ ^ ^ ft.-- í;s 06 ©; Q)
•«

1
DA PnOVIXClA DO CKAUÁ. 7fi:i

6.

r.ompnraiuio o numero dos processos com a popiila(;ão dú


0 sosrninte rcsullado:
ropiilaçào cm 1848 340:000
« 48Ü0 000:000
51edio dessas epoclias. ... 420:000—1 processo [íor 2:344
habilaiUes.

7.

Foram suslcnlados pelos:


Queixosos 39 medio anniial 3
SiHis procuradores.... 54
Deiuiiicinnlcs 3 « « 0,-2
Seus procuradores.... 47 « 1,3
Fronioloies 2:233 71

2:340 •180,5

8..

E.<l('s procc.ssns comprelicurleram 2:880 rLHi,s, termo medio


nniiiial 222, ou 1 reu por 1:801 lialjjlaules.

Homens. 2:074 200—1 por 1:0I9 liomeus.


Jlullicres 212 10 —1 por 13:125 miillieres.
lirasileiros 2:857 210
Kslrann:ciros 19 15
Menores de 14anuos. 11 9
De J4n 17 44 34
1)0 17 a 21 233 18
De 21 a.40. 972 75
De 40 para cima 021 48
Solteiros 854 05
Casados 1:844 142
Tiuvos 190 14
784 ENSAIO estatístico

9.

Do? alojorisiTios suprn se vê qiie o mimoro medio dos reiis


roniparado com a população media dá I por 1:801, e refe
rindo aos sexos, acha-se 1 delinquenie inascolino por .1:019
desse Sexo, o 1 mulher por 13:1''25 do mesmo sexo.

10.

Cnniparamio,porám,o numero dos réus na tabclla dcpaçri-


nas 7(i2 em diatilecom os annos correspondentes, vè-se que
de 1835 em diante tem crescido quasi na razão de 50 por
cento do numero dos annos anteriores, á ponto de em 1800
chegar a 502, sendo o de 1852 de 151.
Isso, porém, se não deve altrihuir a maior progresso da
perversidade (que todavia não decresce), porém sim a maior
repressão.

11.

Foram julgados:
Presos 2:317 medio anniial 178
Afílançados pessoalnicnte. 348 ( « 20
Por procuradores ■2 « 0,2
Á revelia 18 « 1
Ausentes comparecendo.. 88 5
Á revelia 113 « « 9

2:880 222

12.

Foram classificados:
Autliores 2:712 medio annual 207
Complices 91 » 7
Por simples tentativa. 83 s D «

2:886 222
DA província do CEARÁ. 185

13.

K:íles2;88G réus commelleram nos 13annos:


('.rimos—2:952, medio annual 227, ou 1 por 727 liabilanlos;
sóiiilo clussilioados iicsla ordem:

Medio annual»

Públicos... 146 11—1 por 37:363 habilanlcs.


l’iirliciiliires 2:581 196—1 por 2:045
Policiaes... 245 15—1 por 27:400 <t

2:972 228—1 per 1:802

14,

Deste quadro vê-se que o lerino medio dos crimes submol-


lidüsao jury nesses 13annos foi de228, regulando 1 por 1:802
hubilaiiles.

15.

Os crimes públicos foram:


Contra os direitos públicos... 1 medio annual,..
Resistcucia 17 € a 1,4
Tirada, ou fuga de presos.... 110 (í 8
Falsidade.. 6 « 0,4
Perjúrio.,. 11 « .. 0,8
Moeda falsa 1 «

146 1

16.

Temos, pois, um crime publico por 37:363 habitantes,


tomando por termo o população media do periodo de 18-18
a 1860.
786 ENSAIO estatístico

17.

Os crimes parlicularos foram:


Contra a liberdade individual... 5 medio annual 0,4
Ilomicidios 734 < 50
Infaulioidios 4 <( « 0,3
Ferimentos eoffensas pliysicas.. 1:510 « . U6
Ameaças 45 3,4
Estupros 39 ct 3
Ilaplos 10 f< « 0,8
Caluinnias e injurias 12 « (C 0,9
Polygamia 5 « 0,4
Furto 9t «c (t II
Danca-rota M (C < 0,9
Damno 24 í ( 1,9
Roubo 77 « 0

2:581 198

18.

Deste quadro coilige-se que o termo medio annuâl dos cri


mes particulares em 13annos foi de 198, e comparailo com a
população dá 1 crime particular por 2:075 habitantes.

19.

Da tãbella do paginas 702 em diante vê-se que estes crimes


tem crescido consideravelmente desde 1853, o que, como Já
observei, se deve antes attribuir a maior repressão, do que a
maior perversidade.

20.

Do quadro desses crimes vô-se também que avulta mais


0 algarismo dos attentados contra a vida, quer sejam liomici-
dios, quer rcrimeolos e ofTeiisas physicas.
DA província do CEARÁ. 787

Esles dois delidos dão o algarismo scguinle:


llomicidios 734 medio amiual 5G
Ferimciilos c offcnsas pliysicas. 1:510 « 110’

Por 13 annos 2:244 « 172


Comparados com a população modia, dá:
1 liomicidio por 7:340 habilanlcs.
d crime conlra a vida por 2:412 habilaiiles. *

21,

0 termo medio dos allenlados contra a vida é lão crescido,


que só os estados menos policiados da Europa dão uma pro
porção approximada; mas este termo eleva-se pelo algarismo
enorme do uilimo anno de 1800 com 114 assassinatos (jul
gados nesse anno)e 294 olTensas physicas e ferimentos, que
traz 0 relalorio do ininisíro, o que me parece exagerado. -

* Para comparar o estado de moralidade de nosso povo com


alguns da Europa quanto á assassinatos e tentativas veja-se o
quadro seguinte da iJsíofisíica da Inglaterra, Tom. 2, pag. 237,
por Mr. Moreau de Jonés.
Numero.

Trança. . , em 18.74 86 1 por 390:000 habitantes.


Escossia , . . 1833 9 1 270:000 .
Gran-ürctanha 94 1 178:000 .
Prússia. . . .* im 112 1 110:000 .
Áustria. . . . 1809 483 1 57:000
9 ( 1873 422 1 53:000
Rus.sia. . . . 1824 1:330 1 30:000 <
Wuitemberg . « 1827 63 1 22:500
Suécia. . . « 1823 199 1 14:000 .
Hespanha . . . 1826 3:006 1 4:113
Napoies . . « 1788 1:300 1 2:750
Estados Romanos . 1784 1:880 1 730
Dalmacia . . « 1823 473 1 700
J* Os dados oíllciacs,que figurara nos relatórios dos mini.stros,
não concordatn com os dos presidentes da província sobre o
mesmo objecto, o que mostra o pouco cuidado com que seme-
Ibantes trabalhos são executados.
■733 KNS.MO KSTATISTir.O

22.

Os crimes policians foram:


Ajiinlamonlos illicilos 44—medio aiiniiiil .‘5,5
Armas deíTezas lyg 15

23.

Julgamenlos,

Aos 2:952 crimes foram appiicadas:


(iondeninacões 1:029 medio animal 125
Absolvições 1:736 « 130
Havendo 38 prescripçôes 3
í 25,pererapçõcs <£ 2
Houve 604 recursos, sendo:
Appellações d.ojuiz 324 medio animal 25
Das partes para a relação 204 t « 15
Protestos para novojury 76 < « 5

604 « 46

Seprundo n rclatorío do presidente commeileram-.ce crimes:


De 1338—59 163 sendo hoinicidios 20
1859-60 . . 193 » > .70
1860—61 . . 391 S 27
O mesmo relatorio dá a seguinte estatística dos homicidios,
intuiramente divergente da do ministro.
Ânnos. Homicidios.
18.53 31
1834. 28
1833 13
1866. . . . . 23
1837 20 )modio dp9annos.24.3—an-
1858 39 nual Ipor 17:836
1839. 20
1800. 30
1861 . 27/
Porém no mesmo relatório do presidente figuram na estatis-
i '.\ !’iiiiviKCíA no oi;.\p.Á. 7.SQ

24.

Hinivr ]\
l
nr [1111(0 innis nljsolvi(,;õcs, do quo Cün'demii;inijOí<..
inois ri.H:ursos dos juizes do que das parles.
25.

As coiMleraiiaçõcs foramr
íhii li' 32 termo medio aniiual 2,4
íi.ilós . M7 « , « 0.
)'risões rom Iralinllio 3G5 « « 28
Jiii;i siiiiples, 589 í « 45
llnpredo.... 3 « « 0,2
lirslorro... 5 0,3
Bliilela 485 « 30
Aroilrs.... 29 « « 2

26.

No? quadros dos crimes vê-se que nnulo poucos liguram


(•nutra a propriedade; apenas os seguintes:
Fu rio 91 medio aiinual I I
llaiica-rola, eslelionalo 11 0.9
l/ainiio 24 « 1.9
7*? « (,

Km 13 annos 203 18,8

tira criminal de 1860—61, em tt mezes, os seguintes crimes


contra a vida:
Iloniicidios 27
'rentaliva.? dn lioniieidio. . . 7
Foriiiieiilos graves. '. . . i:i
Ditos leves o oílunsas pliysicas Kit)

218
Comparada com a população (300:000 habilatitesj dã 1 cri
niu destes por 2:ütC liabilantcs, o que é inferior á proporção
(jne .?c tira da estatistiea do reluturio do ministro dc 1861.
1115
790 ENSAIO estatístico

18 a 19 delidos annuaes conlra a propriedade n’iima popu


lação media de 420:000 seria a prova da maiS alLi moralidade
de um povo; pois tocaria 1 delido por 22:780 liabilaiiles;
quando na Inglaterra os crimes desta ordem estão na propor-
ção de 1 para 1:185 habitantes. Épor tanto claro que a esta
tística oflicialnão apresenta o verdadeiro numero dos dididos
contra á propriedade, ou antes nem a ceutesima parle. *

27.

Somma total dos delictos de toda especie.

Nos mappas anteriores lica demonstrado que o medio dos


delictos de toda especie julgados pelos Iribunaes lemporaes
civis foi 0 seguinte:
Medio dnnual.

Contravenções, posturas, etc 5


Especiaes julgados pelo juiz de direito , 5
Responsabilidade julgada pelo juiz de direito 2
Communs, pelo jury 228
Total medio annual 240
Relação com a população media—1 por 1:704 habitantes.

28.

Não se mencionam os delictos militares e occlcsiasticos,


porque nenhuma informação se pôde obter a tal respeito.

* Como a maior parto dos delictos contra a propriedade são


da acção olHcial da justiça, e os particulares,- ou porque não
confiam nos tribunaes, ou para evitarem despesas ou intrigas,
nao se queixam; por isso 6 tão limitado o numero desses cri
mes nos mappas, quando na verdade elle é abundante. Com a
lei de 1.” de setembro de 1860 é provável que appareça maior
numero nos mappas.
DA província do CEARÁ. 791

29.

Nüo foi lambem possivel obter os mappas criminaes poí


comarca, o que daria uma grande luz para avaliar o gráu de
moralidade entre as diversas localidades da provincia.
Pelo modo que esse trabalho é feito entre ivós junto á incer
teza da popiilacito, pouca,ou nenhuma utilidade póde prestar.
Eutrelaiito que a estatística criminal, apresentando cada anuo
0 estado moral do paiz, fornece no legislador o unico meio de
conhecer a influencia, e effeitos das leis applidaveis; ella pre- .
para o trabalho scicntitico, e os melhoramentos legislativos;
em flm descobre as causas que prejudicam o desenvolvimento
da moralisaçQo publica, diS uma direcção util a todos os tra
balhos que tendem ao progresso da ordem moral, como escre
via 0 ministro da justiça de França em seurelatorio del84G..

CAPITULO IV.

Do moVliiienfo das prisSes.

i.

Dos mappas seguintes, pertencentes aotriennio de 1858 n


18C0 foram presos iia provincia por diversos crimes 864 indi
víduos,sendo:
1858.... 296
1859.... 234
4860.... 337

Soinmn 864

Medio. 288—4 por 4:700 habitantes.


F/sics presos eram indiciados hos seguintes crimes:
Quíidi u doa criminosoa presos pelos crimes constantes das induações sútjuinles:

CRIMES.

C>
cs

H •3
3
es
H o o es £
T3 O
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o = o es
■3 Ví
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ó c: o o .2.0
C Ed b H ê H a
tl á .5 È- C3 b <*■
w

bl 1858 105 123 3 10 106 6 4 1 2 3 c 2 1 2 1 1 1 4 1


1859 60 107 / 10 '85 10 1 1 1 1 4 4 1 2 1
1860 81 143 9 4 3 12 10 4 1 1 II 1 47 1 1 1 1
Sumiiiu. ||246j373M9|24j 3|30|21jl8| 915 3 4 15 7 2 2 5 33 3 2 3 1 1 2 4 1
Mctiiü.. 82 124 6 8 1 10 7 6 3 1% 1 IV5 5 2 % 7r. 1% 17 1 % 1 'A V= 73 1 V3
794 ENSAIO ESTATÍSTICO

JIAPPA BO NUJIEnO DOS CiPTtRADOS KESTA PP.OMXCIA POR BIIIGENEIAS DA Pnil


CuMlllilTIDOS, IXC.LISIVE OS CRIHI

CRlMKi

U
c

lermosrmqve se S

Comarcas. 3
derCto os crimes. ■i
es
p

S
e ■g
Cb á a c é-

ForCileza... 8 2ü i)

Capital í Aí|uiraz q
I i
Cascavel 1 1
Aracaty 3 14 3
Aracaty S. Bernardo. 2 2
Icó
Icó Ttíllia i 8 1
Lavras........
Grato 3
Grato.
{ BarLiallia 1 I 1
Jardim I 3
Jardim [ Millagrcs...... 3 I
Saboeiro Saboeiro 0 e I
Imperatriz 4 2
Imperatriz... • ( S. Francisco.... I i
Acaracii...:... I 1
Sobral
Sobral 8 IO 1 3
Granja Granja 9 G I 1
Viçosa Viçosa II 17
Ipií Ipü (; 7 I
S. i.» do Prineipe 4
Inhamum [ Maria Pereira... b
4 I

Quixeramobim.. 7 2
Quixeramobim {: Cachoeira 2 I
I 1

Baturité 8 I 2
Baturité
Ganindé 2
PROVÍNCIAS EST11A.MUS.

Piauliy 1
Pernambuco
Rio Grande do Norte I
Parahvba I

Sommos parciaes 103 123 3 10 lU 6

(lertil. 290

OBSEIS
No Icriuo tia capital se cooiprchcndc Uaranguape, que hoje é termo lUsUiiclo. Mus
2 >
B -Tj
ã C»
5. H Kiijjadc presos. ÍS0 CA
34
CA

O CO
o Uso de uniias.
o C s=o
O &
t® «A
Tomada de presos.
o Soo
a Ci 5t*5í-
Injurias.
CA s
i H 0
Polygamia. >
g-

o i® »-r 53
InfaiUccidío.
o

CO Estelionato. 11
a
Galumiiía. § CA
>
■ o
O
Hedusir a escravidão S9 O

pessoa livre. S O
CA
o. Bancu-rota. w
53
CA
Peijurio.
o
CC
i
bS
Damno.
CA

■s.
Falsidade.
g •i Ajiinluiiiunlos ilJici- €
los.
o

.Miorlr». 2 O
a OT
7'.)8 ENSAIO estatístico.

CIIIM C'-

Termos em qne se dcran-


Comarcas.
os.crimes.

Í .Í J
Fortalescí 3 ■ 30 2
Capital A{|uiraz 3 2 ..
Ca.scavol 2 4 ..
Aracaty 2 1 .
Araeaty
S. BeniaFdo 1 4
Pereiro 1
Icó 2 1
icó
Telha

Saboeiro.
í Lavras
3
d
3

Sahoeiro 7.
Crato 4 1
Crato
{ Uarhalha 1 Ü
Jardim....
f Jardim
I Millagres
Imperatriz. Imperalriz 7
Aearacii • l
Sübral Suhrai 2 3
Saneia Qiiileria. 1 1 I
Granja — Granja 3 2
Vieijsa d IS
Ipü Ipú d II I
luliamum
S. Jorin do Pi incipo... d
Maria Pereira d I
Quixeramobim Qnixeramohim 2
Baturité
liaturité (! 10
í Caniivlé 3
rnoVlXCIAS KSTI1.\NH.\S.

l^araliylia ..' 2
Idio Grande do Norte 3
Pianliv 3
Ilaliia
Ajagoas I
l^ernanibnen 2 2
SDiUiiiii.t inh iiaes 10/[ /
S()})iiii'i íiertil 231

onsBií
Ko termo da e, ilij sc coinprciicnde Maranguapo que 6 hoje termo dlstinclo. Nos
o

o
C» I
I^S K).
Eslu]ii'o.
yi »
e
-3
g
oc cc ts Furlo.
o
8
3 /•
•T3
t£> !<&
Tcnlaliva dc nuirlo.
8
5
s
Fuga de presos. O
ê* c •^1
3
í
%• 53
t£ Injurias. O

o
52
Esleliouato. O
2.
>

Caluninia. O
õ O
i Itudusir a üsrruviduu O
1 (X
o
pessoa livre.
53
5-. K) Daintio.

4
o
Rcsislcncia.

Enir. na casa alheia.


*2.
«5
u. IJesühcdiencia.
.2.

Ameaços. •.1
3 O
3
*
798 ENSAIO estatístico

[CONTISCA-

ClUMEá

Termosem que se
. Comarcas.
deram os críines.
B
P
O
s
•i §■ C

3
I ã
s

Fortaleza... 13 20 1 2
Capital. í Aquiraz
( Cascavel 1 3
Aracaty 1 17
Aracaty 3 1
S. Bernardo, 1
Pereiro.,... 1
Icó í Icó
Telha
1
II
4
5 2
( Lavras 2
Sabociro. Sabociro 1
Cralo 2 li 1
Grato ...
í Barbalha 2
1
Jardim 4 8
Jardim
í Miliagrcs 5
t Imperatriz 1 3
Imperatriz... • t S. Francisco 3
Acaracii 1 4
Sobral

Granja...,
( Sobral
Sancta Qiiiteria
Granja
3
1
12
/

1
1
Virosa.. Viçosa lü
Ipü Ipii 5 2
S . J." do Principc 1 1
Inhamum
[ Maria Pereira..— 2 l
Quixerainobim., Quixoramobim ’2 1 1
llaturité 10 4, 1
Baturité í Canindé 1 1 1
PlIUVhNC.IAS ESTUAiNIlAS.

Parabyba... 4 1 1
Pernambuco. 8 1 1 I
Alapôas.... 1
Piauliy 2 1

Sopimas parciaes. 81 113 9 4 12

íiommii, fiernl.. 337


OUSEU
No Icrmo da capital sc comprchcnds Maranguapc, que liojo é Icrmo dislincto. Noa
*n

9
s 's£
Tentativa de inorlc. £
I
I C» to to
S. n O ss;
9 CA
cc Fn^iutc prcsíis.
c
8 V3
<»- Uso de armas.
•-J to to CC CJ» • CO 00 » 1.^ ts

Tninndn de presos.
O

to Injurias.
n,
"3

& 1‘olygamia. o
o

5?
s. Infantccidio. c
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O Gnliimní<v. «3
o
09
s> itcUiisir a uscravidào O
o pessoa livre. PI

o. 55
Dainno.
o

Unir. cni casnalheia.

to r.npto.
to
*5
õ*
zc
Ameaços.

5 Nao constando con- .1


S Irarln dc locação. O
o
800 ENSAIO estatístico

TÍTULO IX.

IXSTIIUCÇ.ÍO riBLlCA.

CAPITULO I.

Da organisação da iiietrucção.

1.

Osjesuilas, qiie no principio do scculo pnssado fiindíiriim


uni liospicio no Aquiruz, e oulro na Virosa, eram os únicos
encarregados do ensino publico, e davam graluilamenle tanto
a inslrucção primaria, como a secundaria; mas esla somente
áquelles jovens que destinavam ao sacerdócio.

2.

Depois da extincção da Companhia, venho só a descnhrir en


sino publico em 1800, quando o bispo de Pernambuco D. José
Joaquim d’Azevedo Coitinho, nomeado pelo rei director geraj
dos estudos em lodo o bispado, propoz a creação de cadeiras
e íiscalisava-as, percebendo das juntas fiscaes de cada capi
tania 0 produclo dos impostos chamados lilterarios, que eram
destinados ao cosleio do magistério publico.
DA província do CEARÁ. 801

3.

Iliivia eiilão noslii província (capila!iia)5 aulas dc latim nas


vjllas lia Fortaleza, Aquiraz, kó, Viçosa e Sobral, e outras
tantas primarias.

i.

Foram depois creadas onlras escolas primarias, e em 1820


uma iJc pliilosophia na capital, que nunca chegou a ser provida;
lan 1830 crearam-se as cadeiras de geometria, e das linguas
portugueza efraiiceza, ede philosopliia, que depois foram em
1844 cncorporadas ao Lycôu.

5.

O ensino publico aclual, orgaiiisado por lei provincial,


consta de instrucção primaria e secundaria sob a inspecção
de ura director geral de immediata nomeação do presidente,
e do ensino prolissional confiado á um intenialo, chamado
collcgio de educandos artilices.

6.

Do ensino primário.

Este ensino, dividido em dois gráus pela lei organica dc 22


do outubro de 1855, foi depois reduzido por lei de 1859 ao
primeiro grán, cm que se dá:
Instrucção moral e religiosa;
Leitura e escripta;
Noções essenciaes de grammatica nacional;
Princípios d’aritlimclica cora pratica das quatro opefaçoes
em números inteiros, quebrados, decimaes, e complexos;
Systema usual de pesos e medidas da provincia e império.
802 ENSAIO estatístico

7,

Esle ensino é confiado a professores vilaliciosquc são pro


vidos em concurso, e só obtem vilaliciedade depuis de 5
annos de bons serviços.

8.

Os professores são pagos pelo cofre provincial com orde


nado cerlo e gratificação, o devem ler casa para escola,
quando o numero dos alumnos chega a -10 nas cidades, e a 30
nas villas e poToações. Os vencimentos são classificados era
cinco cathégorias segundo as localidades. ^

9.

Inspecção.

A inspecção do ensino compele, alem do presidente, ás


seguintes authoridades: ^
1 Director geral,
i Conselho director auxiliar,
Inspeclorcs do dislricto,
Commissão municipal.
Alem destes funccionarios, a lei de 16 de agosto de 1860
rreou circulos litterarios com inspectores estipendiados; po-
rém iião foi executada.
0 presidente da provincia pode mandar, quando lhe parecer,
visitaras escolas da provincia pelo director, ou por quem fòr
de sua confiança.
DA província 1)0 CEARÁ. mi

10.

Ensino secundário.

Eslc ensino ó dado no Lycòu da caiiital, o em anla.s avulsas


de latim, e consta das seguintes matérias:
l.ycèu—Porluguez,
Latim em duas aulas,
Francez,
Jnglez,
Pliilosophia,
Geometria, trignomelria, e arillimetioa,
Ájcographia e historia,
illietorica.

11.

As aulas avulsas de latim ficam cxlinctas por lei, quando


vagarem; e por ora existem ainda nas cidades de Sobral,
Grato, Icó, Aracaty, Batuiitc. '■

12.

Ensino profissional.

Em 1857 foi creado um internato com o titulo de collegio


de educandosartilices, cm que se deve dar iiistrucgão profis
sional a 50 pensionistas da provincia.
É dirigido por um director, vice-director, e ensinam-se
musica, e os officios de carapina, alfaiate, sapateiro, e funi^-
leiro ou laloeiro.

1
Já vagaram as do Grato e Sobral; o por lei de 1862 foràrn
mandadas prover as cadloir.ò dis cidades.
804 ENSAIO estatístico

CAPITULO IL

Do.moTimeuto do ensino iieinmrio,seu eiisio,.


e ^lessoal..

4.

Níi Pí/ríePnMKwfn,lilulo V,,cap. XI, arl-8." ficou liíicl.ulr»


do pessoal, cuslo, o movitneuLo do ensino; rcsla fazei aiiiii
a-lgumas comparações-

2-

Cadeiras primarias..

Alé |85& exisliam.., 64


Ein 1856 crearam-se, 13
« 1857 a 17
« 1858 « 12
« 4859' n

Eln 4 annos crearam-se. 53

Total em 1860 414

3.

Vencimentos dos professores.

Pelas leis provinciaes de 15 de novembro de 1852, e 16 de


agosto de 1860 os honorários dos professores do sexo masen-
lino foram classificados em 5 catliegorias, segundo a impor
tância das localidades,como se verá da seguinte tabolla:.
D\ PnOVINCIA DO CEARÁ. 805

VKNf:nw:xT(i>.

ti Localidades. Ordenados. Gralíllca- Tola) parn Despesa total.


4>
çues. cada cadüira.
O

i'>i|iil:il 7005000 ■2005000 900500(1 4 3;G()0é0Ü()


2 ' ('id. ccniracs... 60050002005000 8005000 12 9:600^00(1;
3' r.oDiarcas [v."! ■2005000
g()()50()0 7005001) 6 4;200!S(»0Ü^
I
4''lVitlaí siiiniliciís 400 5000 2005000 (>005000 15 9:0005000
.-.,,1 l'nv<ia<'rn's ,... 3005000 2005000 5005000 45 ■22:500500(1
a
A(íjii:ii-lo:i . ... 12Ü5';fO 1205000 6 ■■iOiOllo'
'[‘or.L
SS '19:6205000!

As cadeiras do sííxd feminino formam 3 calliegorias;

VKNCniKNTÜ.S.

Localidades. Ordenados. Gratifica- Total para Despesa total.


çOes, cuda cadeira

1" OapilaI 0005000 2005000 8005000 4 3:2()()^00n|


Al Cidades 4005000 2OO.5OOO 6OO5OOÜ . 8 4:8ü05000j
3" Villas 0 |Mv.*' ItOd-MlOO 2CO5OOO 5005000 20 10:0005000!

TliTAt.
32 lf>:(IU0o01i0

TiirAii i:>:itAi,
7¥) 67:6205000'

i.

Da lalioUa supra scguc-se que 0 pessoal docente da inslruc-


ç.ão primaria, lal qual exislia em 1800 (iião consta que fosse
alicradii), cread» por lei, constava de:
Prafessores 82
Ailjiintos (j
Professoras 32

Tolal 120
com os qiiaes se despendia (orçado) 67:020,^1000. ^

* Não entram aqui 0 maicrial c costeio das aulas.


1Ü7
80G ENSAIO estatístico

5.

Movimento das escolas, sua relação com a população em diversas epo~


chas, e com os almrDios, setjundo o inappa segnhiíe.
KSCOLAS. a è
V
a
POPÜLAÇXO o C3 ir J,
ANNOS. E.I
PnSsUMIVBL :=
a a
n
a
c "Ü "o J-
o
3 g
•< E- 5 .1 = Cz3

18iS 325,000 27 1,120 3 212 30 1,332 44 10,333 24 i


1846 334,700 3-2 849 3 122 3.5 971 28 9,000 345:
1847 345.000 32 903 7 238 46 1,280 31 7,500 277'
1848 355,000 38 1,607 8 393 38 2,000 45 9,310 17i
1849 365,000 |29 1,123 9 437 38 1,500 9.000 234

M.doSannos 345,300 31 1,152 6 300 37 1,452 39 9,084 231

1850 376,500 29 1,203 9 455 38 1,053 43 9,905 227


1851 388,000 30 1,425 9 414 1,839
39 47 9,950 21 1
1852 400,000 30 1,485 10 429 40 1,915 48 10,02(1 26
1853 412,000 39 1,972 II 529 50 2,501 56 8,250 164
1854 424,000 41 2,022 12 584 53 2.000 49 8.001) lOii

JMo 400,250 34 1,621 10 48-2 44 2,104 48 9,094 191

1855 437,000 1,715 12 586 53 2,300 43 8,245 191


1856 450,000 45 2,620 16 693 61 3,318 54 7,540 135:
1857 463,500 51 2,436 23 712 74 3,148 42 6,263 147
1858 474,500 61 3,682 27 1,013 88 1,095 53 5,410 lOi
1859 488,000 74 3,217 31 1,014 105 1,231 40, 4,617 115:

.Medio, 462,600 57 2,734 24 803 76 3,538 40 0,218 137!

1860 504,600 82 4,119 .32 1,2.55 114 .5,374 47 4,109 94


1861 515,400 82,2,221 31 1,119 113 3,310 29 4,560 1541
I I

.Medio. 510,000 82 3,170 317, 1,187 113 7, 4,357 38 4,473 117!

1862 82
DA 1’UOVIKCIA DO CEARÁ. 807

C.

Exaniiiiamii), o comparando os mcdios desses poriodos re-

Aluinnos. Escolns. 1 pur


de IHi-õ—i'.1 1:452 39 231
l( de 1800—r)i. 2:10-1 48 194
« de 1800-09 3:538 46 •137
dc 1800—01 4:357 38 117

7,

A população das escolas decrescc á proporção que augmenla


0 luiinero dcslas. Na Europa, eem geral em todos as partes,
ein que o ensino primário merece sérios cuidados do governo,
011 ila sociedade, a população media das escolas regula de 70
u 100 alumnos; eiitie nós desce a 28!

Dessa tabolla também se avidencia que o ultimo medio de


1800 a 1861 dá uma escola por 4:473 habitantes, e um
alumno por 117. Ainda tomando por termo de comparação
os algarismos de 1800, os mais favoráveis, temos 1 alumno por
94 habitantes!
Na Prússia em 1831, segundo Mr. Cousin, havia umdesci-
pulo das escolas primarias por 6 habitantes; e na Hollanda cm
1835, 1 por 8: que enorme dilícrença!
9.

Custo do ensino primário.


Pessoal docente. Valor. Alumnos Custo dc cada
ein 18U0. aliiiiino.
Professores 88(com os adjun
tos) 49:620^000 4:149 12i?050
Professoras 32 48:000i?000 1:255 14/340
Somma,... 67:620/000 5:404 12^500
808 EMSAIO estatístico

Transporte 67:020ji00ü
Direcção einspecção(orçadas) 7:088/000
Aluguel de çasaspara o ensi
no, inclusive a casa do
Lycêu 8:900/000
Para livros e bibliotiieca... 12:000/000
Tolal orçado 90:208/000 17/913

10.

Custo do ensino profissional.

Segundo o orçamento de 1800 a despesa lotai do collcgio


de educandos era de 13:315j5000, o que dá por cada alumno
286/900. Custa em verdade muito cara a educação de um
desvalido em nossa terra!

11.

Custo da inslrurção secundaria.

Cadeiras, Ordenados. GratiHcacão. Total.

Do Lycêu, . 9 800^000 200^000 9:000/000


Substituições.... 6 350/000 2:100/000
Latim (avulsas).. 5 600/000 200/000 4:000/000
15:100/000
Despesa com a secretaria do Lycêu 2:500/000

17:600/000
12.

Síovimento das matriculas e exames.

Da tabella seguinte vê-se o numero dos matriculados e dos


exames no Lycêu desde 1845 até 1861.
D.v riioviNi;i.v no ckauã. 80‘J

i.A riM.
LYC1-:U.
[Avulsas^.]

«
s s

ANNüS. s s

1815 !)8 Gfi 13 5 •120


18'iG S)'J G7 4 6 88
18'i7 l()-2 71 4 9 llili
l-SiS 100 68 11 9 107
18V9 114 70 26 9 iGI

Medio 102 70 12 8 116

1850 118 81 21 9 151


1851 109 92 9 9 154
1852 107 61 16 9 156
1853 152 100 18 9 139
1854 171 112 19 9 192

Medio 149 89 16 9 159

1855 171 113 33 8 180


1856 192 121 20 8 •161
1857 175 114 7 6 146
1858 217 136 17 6 109
1859 214 123 22 6 81

Medio 194 121 18 / 135

1860 226 127 13 6 92


1861 198 103 7 5 115

Medio 216 115 10 5 103

Soinmn total.. ■ 2,653 1,625 203 2.40S


810 ENSAIO estatístico

13.

Comparando os médios dos pcriodos dc 5 aunos temos.


ALUMNOS.

Lyceu. Luthn. Total,

Dn 1845—1849.. 70 140 210 12


tf 1850-1854.. 87 159 248 10
« 1856—1859.. 121 135 250 18
« 1860-1861.. 115 103 218 10

Medio de 17 annos 98 135 233 15

14.

Foram as matriculas e exames nas aulas do Lyceu:


Matrículas. Medioannua). Exames. Mediu annuni».

Latim 865 , 50 60
Francez... 723 42 89 5
Inglez.... 186 11 7 0,6-
Portuguez. 210 52 16 4
Geometria, 273 16 18 1
Geographia 168 10 38 2
Phylosophia 165 9 27 i,r>
Ithctorica.. 63 3 8 0,5

2:653 253

15.

Em 1860 matricularam-se 234 alumnos nas escolas secun


darias; custou cada um á província 75;?213; regulou 1 por
2:136 habitantes.

16.

Custo dos alumnos.

Cada alumno dos diversos ensinos custa á província:


Por cadahaljjlanlo

Do ensino secundário 75/213 37 reis.


« primário mascolino 12/050 92 «
<1 « « feminino 14/340 36 <r
profissional 286/900 28 c
DA província do CEARÁ. 811

17.

Resumiiulo Ioda a despesa do pessoal e material do ensino,


tem-se a relação seguinte:
1JES1'BZA. I'OH CAUA ALUJINÜ.

Knsino secundário ■18:600^000 79Í4480


« primário ® .. 95:880^000 17^84-2
1 profissional ’ 10:845^000 3:!6a900
Tnt;/ i3i::t;!8ánno 24a-2H

(lusia, pois, 0 ensino primário a cada habitante da provín


cia 22'2 rs.

18.

Comparadas as aulas e alumnos com a população resulta:


Cadeiras. Alutnnos. í cadeira por i alunino
liabilaiilcs. liabilaiilos.

82 masculinas... 4:149 3:049 1 por OO


32 Icminiins.... 1:255 7:813 1 « 120

Total 5:404 4:386 1 « 92

I
Entra aqui o ordenado para a aula de desenho, que não Im
provida.
* iXeste titulo comprchcndcnvse:
l." Vencimento de 114 professores por inteiro. 67:3000000
2." Director da instruccão 1:200-3000
O.» Gratificação ao riie.smo em visita ._ . . 1:1883000
4.“ Gratificação aos in.spectores ainda não no
meados 5:0003000
.5.“ Expediente da directoria 3003000
Aiuguel de casas para o Lyceu o escoias . 8:9003000
7.'’ Livros para as escolas e liibliolheca . .. 12:0003000

93:888300(»
Cumpre advertir que as verbas 3-% 4’, 6’ e 7“ não se tem dis-
peudido, ou aiienas muito pouco, e nem mesmo a 1“ inteira-
mente.
’ Comprchondem-se aqui despezas extraordinanas para ins
trumentos músicos.
812 ENSAIO estatístico

19.

lla portaiilo na província uma escola masculina por3:0i9


liabilanlesdo sexo masculino, e uma escola do sexo fominiiio
por 7:813 (lo sexo feminino, ou uma escola primaria por
4:380 liubilantes. Em relação aos alumnos o Icrmo medio da
população das escolas dá o sciiuinte:
cai nos 4: l i9, escolas 82, 50 por escola.
Meninas 1:245, 32, 39 « «
5:404 114, 47 « A

0 termo medio da população das escolas ó de 47 ainmiios


por cada urna, se os liiappas são exactos, no que ponho du
vida, e ode 1 alumno por 92habitantes.*
20
Em resumo(em a provincia:
1 alumno secundário por 2:124 habitantes, e pelo custo
de 75/213.
1 primário por 92. c pelo custo de 17/842.
1 profissionnl (educando) por 10:000 habiladtos, e pelo
custo de 330/900.
Inconlestavelmente c o ensino mais despencfioso de todo o
mundo.*

'Em rroral os dados ofiicíaes e pnrlicnlares, de f|ne me


tonlio servido neste Irabalhí), não nrc iiisiiiiaiii conliaiiça, m.is
solirv indo duvido dos mappas das escolas: poi qne Pido |)id-
fessor rpier mostrar que tem 40 e ÍÍO ainninos (eirilioia tenha
só 10 como sei do alguns), para ter direito á gríUiticacrio do
aluguel de casa.
= .Na Piai.ssia em tPál, segundo Mr-, Goiisin, Imvia: t ücnsci-
pulo das escolas primarias, e medio por 0 haijilanio.s, cusiaudo
•13 centésimos, I dos lyccus, ou gymnasios, por 489 habilante.s,
custando Ü4 fr.
Ilollanda cm tS3S: 1- de.scipnio primnrio por 8 liahiiantes,
eustandn 1 fr. e 2." cont.; 1 secundário por 2:013 habitantes,
custando li3 fr. e 63 cont.
Que enorme desproporção para a nossa terra, onde 1 alnm-
no primário em vez de estar jiara 6 habitantes, está para 9i, o
m vez do custar 1 franco, custa á provincia 00 francos-1
DA PUOVISCIA DO CEARÁ. 813

21.

Das escolas alé principio desle anno do 1801, segundo o


relalorio da direcloria, estavam:
Do sexo masculino. Do feminino.

1’rovidas cffoclivamente 54 10
« inlerinamenle , 23 11
Vagas 5 2

82 32

22.

Ensino particular.
Segundo o relalorio da 'directoria havia na provincia, em
1800, 24 escolas primarias de ensino particular para o sexo
masculino, e 8 para o feminino, mas só conhecia-se á frcr
qiiencia de G, que era de 103alumnos; mas suppondo que as
outras tenham população proporcional, deverão andar por 550
os alumnos de ambos os sexos, que frequentam as 32 escolas
particulares, algarismo que, reunido ao de 5:404 das esco
las publicas, eleva á perto de 6:000 a totalidade dos alum
nos primários em toda a provincia.
23.

Suppondo a populaçáo da provincia de 500:000 habilanlos,


e sendo o seplimo da população de edade escolar, de 6 a 15
annos, segue-se que deve haver:
Popuiriròn {ibsülula. Iilnde escolar dc ambos os sexos.
500:000 71:428 menores de 6 a 15 annos.
Existem nas escolas G;000
Não recebem inslrucção. G5:428
24.

Vê-se por tanto que menos da undecima parle dos meni^


nos recebem inslrucção, e que mais de C0:000(tirando 5:000
para escravos) meninos livres de ambos os sexos não recebem
inslrucção alguma.
108
814 ENSAIO estatístico

CAPITULO III.

DestriliiiiçSo dn iiistrueção por inunicipios»

1.

As cadeiras de inslrucção primaria se acham deslribuidas


pelos inuiiicipios em relagão á suã população, como se collige
dó quadro seguinte:

ss
MUNICIPIOt.
i •§
■a
i l.
a

£ < £

1 Fortaleza... 33,373 12 940 2,947 37,6


2 Maranguape. in,83â 5 306 3,966 63,3
3 Aquiraz.... 8,377 3 93 2,837 82,7
i Cascavel.... 15,090 3 113 5.030

I.* Comarca. 78,872 23 3,429 34,3

3 Aracaty 19,667 5 339 3,933 3.4,6


6 Russas. 19,17-2 6 2-21 3,196 86,7

2.* Comarca. 38,839 11 380 3,330 66,8

7 Icó 13,453 4 160 4,48 i


.8 Lavras.. 27,813 4 164 6,934 137,4
9 Pereiro. 9,015 2 64 2,507 140
10 Telha.. 10,513 3 121 3,300 86,9

3.” Comarca. 60,800 13 309 4,630 117,8

11 Saboeiro... 14,313 6 163 2,386 87


12 S. Malheus 11,633 1 54 11,633 155

4.“ Comarca. 23,948 7 217 2,278 119,!


DA PROVIAXIA DO CEARÁ. 815

(Continuarão.)

O
cs
CO cs g er -ã 9
00 00
s

■£ ■S
s 13
municípios.
o O
■§“
o ^
2 s
a « B 5á'
s. •o s
<u
u < ás cn:

13 Ciato 19,578 5 239 3,915 8á


14 llarbalha -24,170 3 143 8,lõ(> 171

5.“ Comarca. 43,045 8 382 5,380 112

15 Jardim.. 25.042 2 93 1-2.821276,3


16 Milagres. 9,547 2 19 4,772 502

6*.“ Comarca. 35,189 4 112 8,797 314

17 Tauhii 21.282 5 157 4,256 130


18 Maria Pereira 11,647 3 85 3,884 137

7.“ Comarca. 32,929 8 242 4,116 136

19 Qnixeraraubim 14,814 4 164 3,703 90


20 Caxoeira 7,509 70 1,877 107

8." Comarca. 23,323 8 234 2,718 99

21 IlaUiiilé 25,304 3 235 8.45'. 107,8


22 Canindé. 9,374 2 130 4;087 72

9." Comarca. 34,738 5 365 6,727 95

23 liriperatriz 26,105 3 103 8,701 253


24 Saiicta (Iruz 6,302 2 68 3,151 92

10 “ Comarca 32,407 5 171 6,409 187

25 Subral í 9,6.53 3 284 6.551 69


26 .Saneta Qiiiteria 9,380 2 59 4,690 158"
27 Aeaiani 11,170 7 272 1,.595 41

//.> Comarca. 40,203 12 615 3,350 65,2


81G ENSAIO estatístico

(Conlinuarão.)

s r
so
s
ÒÕ 5

£ í
O O Q>
MUN’ICni03. o ç
2
s
3 •3 2 •5
3
. 2
C3
« =

28 Ipü. 18,10o 4 108 4,020 103

12." Comarca. a a 9 ((

29 Viçosa 14,821 4 218 3,70o .67,8

/3." Comarca. a a € C

30 Granja 24,440 3 99 8,140 240,8.

/-í.“ Comarca. S a a a

2.

. Deste qiiailro vè-sc que 0 ensino publico está dcslribuido


sem allenção á população, por quanlo lia municípios, conio
0 do Acaracü, que tem uma escola por 1,551 liabilantos, e
outros, como 0 do Jardim, que a tem por 12,750.
818 ENSAIO estatístico

RAFPi DIS CiDEIRáS DA INSTBVCÇlO PDDLICA PRIMARIA DA PROVÍNCIA, SEDS AC

IIAOEIHAS'

s
< s LOCALIDADES. PROFESSORES.

<
o o
M

I
1 Capital Luiz Carlos da S. Peixoto.
2 ( Hufino José de tíouvêa...
3 c Joatiiiiin A. de Carvalho...
i c Luiz Scipião D. Jambeiro..
1 c D. Perpetua C. de Moraes. /
c D. Cornelia A. de Sousa..
3 t II. Praneisca X. d’Albiiq.' Cl
4 < O. Caroüna C. do Castro..
5 Pov; d’Arrouches... l’odro da Costa Silva....'.
a 6 « do Mecpjana... José Preire do Bezerril...
4. 7 « da Pacataba... .\orberto (J. Peixoto
a 5 t da c p. Maria,Pidel.” F; Gomes.
n..
8 Villa de Maraiiguapc José Sá Cavalcante ‘•I

6 • do t ü, Martiiiiana de P. T. C
9 Pov. do Soure ‘Prislão Pacheco Spinosa..
!0 « de Siupé; I

11 « do Traliiry
ilanoel Ferr.* Sambahiba.
Villa do Acjuiraz Francisco Ferr.* Calassa..
7 . do- « D. Francisea A. do Carv.‘
13 Pov. de Monle-mór. Piiouieno P M‘. Gafanhoto
14 Villa do Cascavel... Cláudio Pereira d’01ivoira
8 « de c D. Thoresa M. de J. UxOa.
13 Pov. da Socatinga.. foão Tiburciod’Olivcira..
iü Viiia da Imperatriz. Baymundo V. B. dos Santos
9 < da « D. Cundida A. R. Pinto...
a
17 Pov. de S. Bento.. José M. Lima Monte-negro
18 « do Santa Cruz. Antonio José de Freitas...
3
19 Villa d(! S Pi-ancisco. José Bezerra de Menezes..
2ü Cidade do Arucaty.. José Clemente B. de Moraes
21 ( do < Manoel Ilort." Dainasceno.
10 , « do < U. üehnira V. da Costa...
22 ... Pov. da Caiçara Joaquim Bebonças Chaves
%
23 ... f da Cat.do Goe.s Francisco C. B. de .Moraes.
a
■21, ... Cidade de Russas... P.' Lino D. R. de Carvalho
11 « do ( D. Rita S. da Costa Poijó..
2.3 ... Pov. do Limoeiro.. losé Ribeiro de Castro e S.”
2(i ... ' « de Morada-nova
27 ... . « do Livramento . Knofh R. Campe,ilo
28 « dotab°(rAréa André Felii io Chavp.s
DA PROVINXIA DO CEARÁ, 819

«MS íttOPESSORKS, PROÍIIESTO E ALBSISOS SAtmCBlADOS SO CORRESTE iSNO.

PROVIHRNTOS. Ar.UKNOS.

Eflcclivos. Interino. Vagos. 1.” scinosire.

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observaçSes.
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6 34
6
7 44
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3 32
8 41
7
9 20
10 48
8 41
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11 Sio remotlcu o mappii
9 24
5 44
12 Idcm.
13 Idcra.

14 Nio remelleu omappa


13 153
10
6 20
16 33
17 Idem.
11 Idcm.
7 Idcm.

8 Idcm.
18 31
8iO .ENSAIO estatístico

fcoxii

•;adeii\as.

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LOCAUDAUES. PROFESSORES.
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IGidadü de Baturité.■
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S c o

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1 29 José Rcinigio de Freitas..
‘T* t dc « D. Maria Ursula B. 1'....
“ 30 Pov. do Acaranc.. loão Lnurcnço de Mello..
Viila do Caniadé.. AulúnioX.avier Macambira
^ 31 0 do C ID. Vicencia F. L. dc Jesus.
3-2 Cidade de Qüix.*»'... Antonio José M linberiba
n ã de I). Joanna A. B. dos Santos
33 Pov. de Boa-Viagem Antonio Leopoldino da G
34 € de Quixadá— Bernardino F. de Azevedo
b 33 Villa da Cachoeira.. Siineão G. de L. Piiilieiro.
15 ( da « I). Maria B. Nogueira Lima
36 Pov. do S. Bernardo. •Miguel Antunes de Oliveira
§ í do B.d>)Sangue •Sabino l.ibnrato B. Borges
37
38 Vilia do luliamuiu.. Joaquim'P.de Sousa Junior
16 c do C D. Maria .A. da Kncarnarãu
s 39 Pov. de Marrecas... Manoel Cândido d’01iveira
5 40 a de l'lores Manoel Patrício da Paixão
41 i d’Arneiroz Antonio Alves Cavalcante.
s 42 Villa de Maria Per.” José Geraldo Correia Lima
17 a do « ( ü. Maria F. da Concei(;ão.
43 Pov. da Pedra-Br ca P.” José do Nascimento Sá.
44 ... Cidade da Granja... José líleutiieriü da Silva..
18 C da 13. GanJida P. da Paz
a 4.3 ... Pov. d ) Hoassd... .Vrlindo Olimpio C. S
■3
46 Villa da Viçosa.
ilareeilino P. das Vii'gens
19 a da I). Mariana Bevilaipia
47 Pov. de Ibiapina— fJoniiiigos Correia Lima..
48 « de S. Bunedictii lírico João de O. Freire..
49 .,. Villadolpú.... ■Manoel Ximones d’Aragão
20 t do « 0. Theresa de .1. Madeira.
I- uõ ... Pov. dó C. Grande.. Manuel Alexandre da 1\.
.01 « do Tamiioril
52 Cidade de Sobral... José .Madeira de .M. Nelo. .
33 « do c límiliano F. de A. Possôa.
21 c de c I). .Maria Tlioresa P. Lins.
I 54 Villa de St.” Quiteria. Pedro Jaime de A. Araripe
ih) Pov. da Meruoca... João Ba()tist.a 11. dc Jordão
DA província do CEARÁ. 821

KUAÇÃO.j

PitoVIMKNToS. ai.kmnus.

Ki!i».8ivo:». II lult-rimis. || Vngos. !.• s5«iiM'slre.

OÜSEHVAÇUES.
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9 Idcin.
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li IJcitl.
13 10
16 13
24 Idem.
3 17
17 : Mcni

23 São reinelleuo niappo


.... 13 iduni.
18 ... 22 ...

26 127 ....
16 .. Não romelleu o inappa
27 Idcin.
28 Idciii.

29 36
4 16
30 29
3
31 8.-.
32 112
17 72
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33
34 Iilcm^ I
109
822 ENSAIO estatístico

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< 9 LOCALIDADES. PROFESSOllES.
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56 Pov. da Tucundiiba. Gil Thoinaz rjourciiço


57 I da D. do Macaco José Victor Memória
3 58 Villa do Acaracii Franci.sco de S. .M. Junior.
O
2á « (lü t D. Joanna H. de A. Silva..
.o 59 Pov. do SancPAnna. Joaquim Guilliennino C. C
23 • de f U, Amalia Laura de Sousa
CO « de Sancta Cruz. Manoel F. do Vasconcellus
c: Gidaüe. do Icó Ant.” Joaquiin dos Santos,
62 C do < iiudiio de A. .Montesuma.
24 c do c ü. Anna Bosa de Jesus...
63 Pov. da Boa-vista... Cicoro Carlos Augusto....
Ci Villa do Pereiro.... Manoel Brigido dos Santos
2ü 1 do C D. Maria Ignacia R. N...
C3 t das Lavras loão Clemente B. de Moraes
26 c das i IJ. Generosa G. d’Albuq.'
66 Pov. da V. Alegre.. Rayniundo do P. Pereira..
67 « da Venda Sinieão Corroa de Macedo
68 Villa da Telha Antono Gomes Barreto...
1/ « da « 1). Maria C. T. Barreto...
69 Pov. do Bom Jesus. José Benicio Cavalcante..
70 Villa do Saboeiro... loaquim F. Cavalcanie...
28 ■ « do C I). Maria F. do Esp." Santo
71 Pov. do P. da Pedra Antonio da Costa B. .Mello
s
72 « do B. Seceo
y: 73 Villa de S. .Matiieus. Gregorio Th. da Silva Por.'
7í Pov. do Assaré íldefoiiso Per.^ Cam .i pnm.
Cidade du Crato.
76 c do s Cicero Sisalpino' de P. S
29 c do I). Carolina C. L. Sncnp.''
11 Pov. do Joa.seiro Padre Autoniü d’Ahneida.
78 Villa da Barh.ilha... Feli.smino José Pereira...
3U « da « I). Maria E. B. dos Santos
79 Pov. do B. Granilo.. Jo.sé Sisiiaiulü B. Xenefonie
80 « do Miss.ão-Velh.'i Franco Alvos de Lima
DA PaOVIXCIA DO CEARÁ, 823

SVAíjAu).

PHOVIMK.NTí^S. ALHMNní.

Klluclívos. liilerinos» I.“ scinosli'*!.

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obseuvaçOes.
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20 Xuorcmctlcuo mnppn
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21 IJcin,

37 Nttorcinclltiti o inappn
38 Iil«in<
19 80
22 IJcm.
39 38
6 23
40 IJcni.
• • *. 7 31
41 Klcm.
4-2 hluiii.
43 31
8 25
44 23
45 Nào roinellvu o niMppa
9 LIcin.
23 Muiii. i
4
46 Iilon.
24 Itlcip.

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47 Xiiorsniolicuoniiipii»
20 45
48 Idcni,
49 44
21 30
50 liem
51
821 ensaio estatístico

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3 3 LOCALIDADES. pnoFEssonEs.
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s 81 ..-1 VilIadoJurdini Illosé Achillus B:iraia


31 ‘do í j ij. Hutina Rosa dos Sanfo>
8â « de Miliagrcs.. .||;<’rancisn) G. Linhares. ..
.3-2 « do

11 82 3

111
D\ PnOVlSClA DO CEVRA. m.

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P^lleciivos. li liUerítios. Vayos. I.’ seiiie>lrc.

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índice
DAS

'ÍIATEttlAS CONTIDAS SO PRIMEIRO VOlülIE.

V
Ao leitor
('oiUnictíK . . X
XVI
Divisão cio Ensaio Estatístico

PAKTE PBIHEIRA.

Titulo I—BO ESTADO PHYSIC0 DO TERBITORIO. . . O


Em-itulo 1—Situação ou posição astronômica." . .
II—Dimensões 6

(C III—Limites 7

« IV—Aspecto physico 9

V—Costas do mar iO
VI—Cabos, eu pontas da costa. . . . . 13
« VII-Ilhas
« Vlll—Orograpliia 15.

« IX—Ilydrographia . 26

Artigo I.“—Dos rios


« 2.0—Dos lagos ou lagoas 36

« 3.“—Dos portos e enseadas . 37

Capitulo X—Constituição geologica H

Artigo l.“—Terreno superficial


lí 2.“—Piienomenos volcanicos . . . . SI

a 3.0-Cavernas . . 53
Titulo II—DO CLDIA E AGENTES METEOROLOGICOS .■ . 50
t
Capitulo I—Temperatura.
82« INOICE.

Arliijo 1.»—Varianõcs leniporarias 58


I I.“ Variações (liarias. . . . . .
§2.® Variações mensaes e annuaes. . . fiO
Tabellas dc i.® a 11.® da temperatura obser
vada na Fortaleza do 1851 a 1860. . . 6-2
Ai tigo 2.“—Variações loçaes 7(1
Tabellas das obscrraçõos meteoroFi/gicas fei
tas nas eidades do leó, Qnixeramobiiu e
Crato . . 7.5
Artifio 5.®—Inlluencia da ele\'ação dosólo. . . . Sf)
Capitulo II—Da humidade 8()
Artiijo 1."—Estado hygrometrico da cidade da Fortaleza 87
§ 1.® Variações temperarias(diarias, mensaus
e annuaes) m
i2.° e 3." Variações locaes da humidade
(pelagica, fluvial e pluvial). . . . . 91
Tabellas 1.* 2.* e 3.* do estado hygromelrico
nos annos de 1858, 1839 e 1860 pelo by-
grometro de Saussure . . . . 9.5
Tabellas -l" e S'pelo PsychFuiuetro, dc Augtist 98
Aiiigo 2.”~§ 1.» A estação chuvosa 100
§ 2." Dias de chuva e quantidade d’agua. . 101
Tabellas 1.", 2." e 3." dos dbs de chuva,
quantidade d'agua (annual, men.sal e diaria
104
em 13 annos do 1849 a 18C1). . . .{ 106
§ 3.® Variações diarias das ehmTis. . . «
§4.® C mensaes 108
§5.® C annuaes. 110
§6.» ( locaes. . 112
§ 7.® Chuvas torrenciaes 11)
Tabella das chuvas torrenciaes. . . . 116
Artigo 3.®—Phenoincnos eléctricos
Tabella. das trovoadas cm 13 annos. . . 117
Artigo 4.®—Phenomenos barométricos . 118
Tabellas do gráu de pressão athmospherica. 119
Aríiflo 5.®—Ventos e outros phenomenos aereos. . . 122
Artigo 6.»—Phohomenos magnéticos 12i
r

ISDICK. 82?

Arliijn 7.“—Plicnoracnos luminosos ; . , . 1-24


Taliolliis do nascimento e occaso do sói, cal
culado para o tempo medio era 18C0 do
meridiano da Fortaleza. . . . • 127
Caimtui.o III—Salubridade 130
Artigo /.“—Moléstias endemicas, e propagação da vac-
cina

TÍÍh!«III—DIVISÃO PHYSICA DO TERRlTORtO . . . 134


Capiti i.o I—Do litoral . . .
« 11—Do sertão . 133
« III—Do terreno monmoso. . . . 137
Al ligo /."—Serrotes 138
C 2."—Serras ciiltivaveis
S.“—Serras fre.scas MO
-í."—Terreno pastoril o laboravel. . . . 141
(lAPiTfi.o IV—Das florestas 142

Xiaulo IV—DAS PRODUCÇÕES NATURAES. . . . 144

Capitulo I—Do reino mineral


Artigo /,"—Das rochas
2.“—Das substancias terreas e salinas. . . 147
a .T,"—Cornbuslivois iriti

3."- Dos mnlaes . . lõl


.'j."—1’i'lrilieaçõfs e fos.seis. . . . . . loS
fi.'’—I'’()iitcs mincraes e Iberrnacs. . . 101
Capitulo II—Do reino vegetal 102
Artigo /"—§ I," Da vegetação ein geral. .
§ 2." Florescência 1G5
3." Plantas mais uteis . . . 1Ü6
§ 4." Das mediciiiaes. . . .
C 2."—Nota das plantas medicinaes observadas
pelodr. Freire Allernãü Sobrinho. . . 178
r
f. 3."—Plantas ligniferas. . . . 198
4“— « palmiferas. . . . 200
í ,5”— « do. maroincria. . .
6V“— tinturarias. . . . . 201
7“— < üleiferas,gorninif'jras, &. . . . 202
110
830 índice.

Artigo S.”—Plantas fibrosas. . . . . 203


« Q.”— f tuberculosas . . 204
10.' ■ florifcras . . . . . . 2(i.j
€ f/.»— f fructiferas silvestres
t 12.°— c exóticas cultivadas. 207
« 15.°— ( alimenticias. . . 208
■t
« 1i.°— € conimerciaes . .
« 1S°— t forrageiras. . . 209
c i6.°— c saboeiras. . . . 2IU
Capitulo UI—Do reino animal (zoologia)
Artigo í."—Mammiferos . . . . 211
C 2.»—Aves 212
c 3.“—Chelonios, saurios, reptis, bactracios. .214
C 4.®—Peixes 21o
c S.°—Insectos m
c 6."—Crustacios 219
I 7.°—Vermes ou annelides c

c 8.°—Molluscos
9.“—Zoophytos •C

Titulo V—DIVISÃO POUTICA 220


Capitulo I—Divisão elei toral c

Artigo Divisão antiga ehistorica. . . . c

c 2.“—Ultima reforma 227


c 3.“—Assemblea provincial 231
c 4.“—Despesa cora a representação . . . . 232
Capitulo II—Divisão administrativa. . . c

Artigo í.®—Organisação central. .. .


2.»—Divisão municipal 233
3.®— c policial 238
« 4.®— t fiscal 243
c t militar 248
•c 6.°— « postal . .<257
« 7.®— « marítima
1
c 8.®—Repartição agraria ... . 264
c 9.®—Inslrucção publica ...
f0.°—Saude e cbaridade publica 266
< fí.®—Administração das obras publicas. . . 268
índice. 831

Cai-itüi.o III—Divisão judiciaria 269


Arligo í actual
« 2.“— f antiga e liistorica . . . . 271
Cawtulo IV— s ecclesiastica . , . . . . 278

PARTE SEGUNDA.

Titulo J—DA POPULAÇÃO. , . . 287


Capitclo I—População antiga . . 288
« II— C actual . . . . 293
Mappa geral da população por freguesias. 297
<T III—Da população em seus movimentos internos 304
Artigo i.o—Nascimentos, f

Mappa do movimento por baptisamentos. 308


1 do movimento pelo estado civil dos
filhos. . 31-2
c 2.»—Dos ohitos 318
Mappa do movimento da população por olii-
tos .320
c 3.“—Dos casamentos 3-2
Mappa do movimento da população por ca
samentos 322
a
4"—Crescimento da população . . . . 32.3
Capitulo IV—População por sexos, idades e estado civil. 326
Titulo II—niUUESA PUBLICA E PARTICULAR. . . 339
Capitulo I—Da industria agricola
Arligo i.o— I. Da industria extracliva. . . 341
II Da agricultura própria 3‘;2
III. Instrumentos agrícolas . . . . 377
r
IV. Valor das terras 37S
V. Numero dos hraços empregados . . 379
Artigo 2.°—Da industria creadora e pastoril . \ . «
I. Da creação dos gados grossos. . . «
11. Du gado iniudu 390

J
832 índice.

III. miuílas 3!)l


IV. Val'ii-ili) sfTviíjij düs aiiiinacs. . :!;tá
V. Dü .-íalnrio dos oporariüs.
VI. Valor da.s iiastageiis 3'1'a
VII. Rraoos emprpgados na crearão. . :m
VIII. fon.sumo interno .30.“

Capitulo II—Ua iiidii.siria fabril 30C


I. Producrão
II. Consumo interno 410
III. Instrumentos <

IV. Brayosoccupados 411


V. PopiiUrfio industrial prcsumivcl .
Titulo IIS—DO COMMEUCIO 413

Artigo I. Importação estrangeira. . . . 415


II. ( indirecta . 4.U
III. í nacional 447
Artigo 2.“—Da exportação 402
I. Exporlação directa
11. E.xportação para o Império. . .
5 S."—Cnmmercio interno provincial. . . 4S7

Titulo IV—da navegação 489

I. Material maritimo «

2. Pessoal maritimo 499


3. .Movimento maritimo 491
Titulo V—DA ADMINI.STntÇ.VO PUBLICA. . . . 536
C.MMTUL0 I—Do governo civil 1

II—Do governo municipal 517


III—Do governo eeclesiaslico . . . . 518
Titcilo VI—DAS FINANÇ.VS 520
C.APiTULO I—Das finanças geraos . .' . . . .
Artigo tr—Da.s estações liscaes
T 2."—Das rendas geraes m
Ai-igo 3.'’-Da rcccita geral pelas repartições arreca
dadoras 5-27
1 Pela the.snuraria directamente . .
11 Pela alfarjdi'ga 530
índice. 833

ITI. Polo correio e estação do sello . . . 533


IV. Pelas mesas de rendas. . . . . 534
V. Polas collectorias gera es . . . . 540
VI. Medio das rendas das diversas estações. 5'ii
Artigo í.“—Renda geral pelos artigos de receita. . .545
I. Rendas ordinárias a

il. Rendas extraordinárias 554


III. KniprestiiHos, depositos e movimento de
fundos. 555
Artigo 5.»—Bens nacionaes. . . . . 556
I. Terrenos incultos . . . 557
II. Minas . 559
III. Mares adjacentes . . . 9

IV. Ilhas 560


V. Marinhas
VI. Matas 561
VII. Rios públicos
VIII. Estradas publicas . . . <

IX. Bens vagos . . 562


X. Proprios nacionaes. . . ((

XI. Proprios nacionaes(oftraspuíií/casi/eraesj 503


Capitulo II—Despesa publica . . . . . . . 571
Artigo /.“—Da despesa geral
•1 2.“—Despesa especial por cada ministério. . 574
I. Ministério do império, 576
II. C da justiça . 578
III. ( da marinha, 580
IV. < da guerra . 582
V. c da fazenda. 584
VI. Cdas obras publicase agricultura 586
Artigo 3.“—Divida activa e passiva «

Capitulo III—Das Onanças provinciaes. . . . . . 587


Artigo /.“—Das estações fiscaes, e systeraa de arreca
dação (

C 2.“—Da renda total cm 18 annos.. . . . . 589


C 3.”—Da renda provincial em 16 annos, por arti
gos especiaes 592
834 índice.

Artigo 4."—Dos impostos especiaes GDI


c 5.®—Da renda englobada por municípios. . 62S

t 6.®—Da renda especiflcada por artigo de receita


e por cada município 633

Capitülo IV—Despesa provincial 692

Artigo í.®—Despesa em geral


Artigo 2.®—Despesa por artigos de serviço. . . . 69i
€ 5.®—Relação da despesa com a reeeRa, por arti-
gos. . . , 703
C 4.®—Balanço da receita total com a despesa total 706
c 5.®—Divida provincial, activa e passiva. . . 707
I 6.“—Dominio publico provinciai. . . <

I. Obras publicas . . . . . .
II. Proprios provinciaes 71 1

III. Pontes,calçadas e estradas . . . . 712


Capitulo V—Finanças monicipaes 716

I. Da receita e despesa. . . .
II. Procedência destas 717

III. Receita e despesa pw municipalidades . «


Capitulo VI—Resumo das finanças 721

TituloVII-DA FORÇA PUBLICA. . , 722

Artigo #.®—Do governo militar . .


C 2.®—Da força publica actual . 723

Titulo VIII—DA JUSTIÇA PUBLICA 728

Capitulo I—Da administração da justiça


I II—Justiça em matéria civil. 731

Artigo í.®—Justiça de paz. . . . I

€ 2.®— € civil de 1.* instancia 734

Capitulo III—Justiça em matéria criminal. . . . . 737


Artigo J.®—Movimento dos tríbunaes policiaes. . .
Artigo 2.®—Movimento dos tribunaes espcpiaes do juiz
de direito. 741
t 3®—Dos tribunaes dos jurados e seu movimento 747
Capitulo IV—Do movimento das prisões. . . . 791

Titulo IX—INSTBUCÇÂO PUBLICA 800


Capitulo I—Da organisação da iustrucção . . C
índice. 835

Capitulo II— Do movimento do ensino primário, seu cus


to e pessoal 804
( III—De.stribuição da inslrucção por municipios 814
Mappa ^a instrucção primaria. . . .818

FIM DO índice.
r

ERRATA.*

PaRinas. Linlias. Erros. Einondas.

22 II 16 do litoral 6 do litoral
25 11 Pocenhos Pocinhos

26 2 Caruntin Carnotin
37 7 Iguarassii Jaguarassü
< 8 Uruaruá ürua-ni
40 14 Iguape, á 11 legoas Iguapé a 6 legoas
C 17 d’aquellas ao d’aquellas
61 14 1857 18BI
66 7 Julho 24,5 Jalho 3i,5
86 18 zenith parallelo
88 («ois) 4 seus penedos suspensos
90(. ) 2 carece carecessem

1 q' ás arvores em que as arvores


C 14 mangue da terra mangue da serra
100 8 12 annos 13 annos
t 15 zenith parallelo'
103(tabella) 2 10 annos 13 annos
105(tabclla) 3 12 annos 13 annos
106(t<boIIa) 3 12 annos 13 annos

t C 4 1849 a 60 1849 ã 1861


109 16 12 annos 13 annos
< 17 1859-1861 1849-1861
110 29 67
110 3 92 11
C 12 70 72
112 (noU) 16 10 annos 13 annos
115 1 zenith parallelo
t 10 abrem cobrem

'Uma obra da ordem d’estas, impressa longe das vistas


do author, deveria forçosamente escapar-lhe nas provas erros
tão notáveis como estes, e que não podiam ser correctos pelo
revisor.
DO EDICTOR.
838 ERRATA.

P.'i|;rnas, Linlias. Erros, Emenda;,


143 coroadas coloradas
C 7 ou coloridas? e cornalinas.
146 (nota) 1 Dr. Macedo Dr. Mattos
148 ( .) 2 1779 1799
130 12 perto de Lavras perto de Quixadã
131 3 «ste na mesmo serra entre a mesma serra
153 12 tiveram tiram
16 uma em Baturité mna mina em &.
137 12 visinhos á esta «apitai e as visinhas &
138 36 ■com rocha como &
161 42 33» 33»
170 (nota) 3 Dr. Arruda Cav. Arruda €amara
« ( • » 6 caíTéa «aíTé
203 ( . ) 1 hatata èatata
209 ( .I 7 Moruoca Maranguape
211 i cuen «auin
212 2 tembü timbü
C
II solTrea soffréo
213 12 petere tétéo
( 15 cuzicaca •curicaca .
219 2 pubiba tubiba
« 3 cnpera cupira
C 4 mombcca mombuca.
220— 0 pt imeiro pertado por ■este:
«A primeira eleição de eleitores parocliiaes pela Constitui
ção Portugueza foi a 9 de julho de 1821; èsses eleitore.s a 10
de setenibro elegeram os eleitores do comarca (9 pela comarca
do Guará, e 6 pela do Crato). A 2i de dezembro os eleitores
de comarca reunidos cm junta eleitoral na capital elegeram 4
deputados e 2 supplentes, a saber-
«Pedro José da Costa Carros.
«Padre Antonio José Moreira.
«Manuel do Nascimento Castro e Silva.
«José Ignacio Gomes.
SUPPLENTES.
«Padre José Martiniano (Pereira) d'Alencar.
•Padre Manoel Pacheco Pimentel*
ERRATA. 839
Poginas, Liiilias. Erros. Emendas.

240 4 29 32
7 Aracaty 6 Aracaty 4
C 12 Lavras 3 Lavras 4
€ 8 S. Bernardo 4 S. Bernardo 6
241 5 capital capital 1» e 2®
242 1929 2029
246 16 arrendador arrecadador
239 27 ajudante ajudantes
262 6 com como

263 22 Passarinho Parazinho


264 7 canna qnebrada -canôa quebrada
270 13 4U 114
273 36 87
304 8 9
1
326 H» 72
2 1276 1446
f 3 1094 1232
383 IS 32940 82940
C 26 DecrescimeRto Crescimento
386 32,200 333,200
c que em que
399 26 de 6 annos de 5 annos
4.30 2 1838-39 1848-1849
348 13 •5® c 0 4® 4® « 01®
331 10 disimo disima
€ 24 Tecebiraento movimento
360 18 praças praias
604 8 direitos disimo
605 21 mercadorias madeiras
607 13 14 IV*
624 11 oeato cincoeota
POMPEU,Senador(Thomaz Pcxnpeu de Sousa Bra-
sil> Nasceu em Santa Quitéria(Ceará), em 6de junho de 1818,
filho de Thcxnas d’Aquino de Sousa eJeradna Isabd de Sousa.
Seus primeiros estudos ficaram a caigo de seu pai. Em
fevereiro de 1834,seguiu para Sobral a fim de continuar os estu
dos. Em 1836, instalou-se em Recife, ingressando ali na Acade
mia de Direito e no Seminário de Olinda. Ordenou-se em 1841 e
em 1843 recebeu o título de Bacharel em Direito. Foi o primeiiD
Diretor do Liceu e da Instrução Pública do Ceará.
Deputado Geral em 1846, participou das discussões
sobre a criação do Bispado do Ceará. Dirigiu "O Cearensé',
órgão liberal fundado pelo Conselheiro Tristâo Gonçalves,
Frederico Pamplona e Miguel Aires. Voltou à Câmara dos
Deputados Gerais e,em 1864,foi escolhido.Senador, na vaga
decorrente da morte de Miguel Fernandes Vieira. Foi mem
bro da Sociedade Dterária Onze de Agosto(de Recife), do
Instituto Arqueológico e Geográfico Brasileiro, da Socieda
de Auxiliadora da Indústria Nacional, do Instituto Histórico
da Bahia, do Instituto dos Advogados do Recife, da Socieda
de Filcxnática do Rio de Janeiro e de outras importantes
entidades culturais. Deixou obra variada e profunda, na qual
estão incluídos os títulos: PrincípiosElementares de Geogra
fia (para uso do liceu do Ceará, 1850); Elementos de Geo
grafia (1851); Compêndio de Geografia (adotado no Colé
gio Pedro n e estabelecimentos ciciais de ensino, 1856);
Compêndio Elementarde Geografia GeraleEspecialdoBra
sil(1859); Memória sobre a Conservação das Matas e Arbo-
ricultura como Meios de Melhorar o Clima da Província do
Ceará(1859); Ensaio Estatístico da Província do Ceará(2v.
1863 e 1864); Sistema Ortgráfico do Ceará(1866); Memória
sobre o Clima e Secas do Ceará (1877).
Faleceu em Fortaleza, em 2 de setembro de 1877.
Patrtxio das cadeiras nP 36, da Academia Cearense de Le
tras,e 38,da Academia de Qências,Letrase Artes do R» deJaneirD.

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