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PLANO DE OFICINAS EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Para iniciar o processo de oficinas com um grupo é importante esclarecer o objetivo das
oficinas (orientação profissional) e estabelecer regras para o bom funcionamento do
grupo tais como: respeitar a fala e a opinião do outro, saber ouvir, respeitar as
diferenças, não ter conversas paralelas, se comprometer com as atividades e tarefas, se
comportar eticamente.
Sempre que preciso, retomar essas regras para melhor andamento das oficinas.
Oficina 1: Autoconhecimento
a) Dinâmica: " das diferenças " (quebra-gelo e respeito)
Material: Pedaço de papel em branco, caneta
Procedimento: O condutor da dinâmica distribui folhas de papel sulfite em branco e
canetas para o grupo. O condutor da dinâmica pede que ao dar um sinal todos desenhem
o que ele pedir sem tirar a caneta do papel. Ele pede que iniciem, dando o sinal. Pede
que desenhem um rosto com olhos e nariz. Em seguida, pede que desenhem uma boca
cheia de dentes. Continuem o desenho fazendo um pescoço e um tronco. É importante
ressaltar sempre que não se pode tirar o lápis ou caneta do papel. Pede que todos parem
de desenhar. Todos mostram seus desenhos. O condutor da dinâmica ressalta que não há
nenhum desenho igual ao outro, portanto, todos percebem a mesma situação de diversas
maneiras, que somos multifacetados, porém com visões de mundo diferentes, por este
motivo devemos respeitar o ponto de vista do outro.
b) Você já parou para pensar o quanto você se conhece? Antes de tomarmos qualquer
decisão é fundamental nos conhecermos para que façamos uma escolha mais condizente
com a nossa personalidade. Na escolha de uma profissão não poderia ser diferente. É
preciso saber nossos gostos, habilidades, fragilidades, identificações, para ter melhor
discernimento na definição profissional que mais corresponda conosco. Mas, você já
percebeu o quanto é difícil falar de si mesmo? Tente responder a pergunta “quem sou
eu?” e logo constatará a sua complexidade. Isso porque o ser humano está em constante
transformação, ou seja, nós mudamos conforme o tempo e as nossas experiências.
Diante disso, convido vocês a refletirem, pensarem sobre si mesmos enquanto toca uma
música.
- Colocar música “Metamorfose Ambulante” do Raul Seixas.
- Quando terminar a música perguntar se conseguiram pensar sobre quem eles são e
como foi essa experiência.
É importante destacar que quanto mais vocês fizerem esse exercício de refletirem sobre
quem sou eu, mais vocês se conhecerão e mais facilidade terão para tomar decisões.
Agora convido vocês para uma dinâmica.
c) Dinâmica “Quem sou eu”
Passos
1- Cada um recebe uma folha e escreve o título: "Quem sou eu"
2- Durante 10 minutos cada um escreve cinco itens em relação a si mesmo, que
facilitem o conhecimento.
3- A folha escrita será fixada na blusa dos participantes.
4- Os componentes do grupo circulam livremente e em silêncio pela sala, ao som de
uma música suave, enquanto leem a respeito do outro e deixa que os outros leiam o que
escreveu a respeito de si.
5- Logo após reunir 2 a 3 colegas, com os quais gostariam de conversar para se
conhecerem melhor. Nesse momento é possível lançar perguntas que ordinariamente
não fariam.
Finalizada a dinâmica perguntar como se sentiram e o que acharam da atividade.
Questionar se foi difícil encontrarem cinco itens sobre si mesmo, como foi conversar
com outros colegas sobre como cada um se conhece.
d) Tarefa para casa: todo dia refletir sobre quem é você e escrever num papel duas
características suas diferentes por dia e trazer na próxima oficina.

Oficina 2: Autoconhecimento
a) Socialização das tarefas de casa: solicitar para que cada um comente sobre como foi
realizar a tarefa, se conseguiram encontrar as próprias características, o que sentiram.
Abrir para discussão.
b) Técnica de conhecimento de si mesmo (adaptado de LUCCHIARI, 2017). Coloque
num quadro as atividades que realiza ou que deseja realizar em seu cotidiano: 1) gosto e
faço; 2) gosto e não faço; 3) não gosto e faço; 4) não gosto e não faço. Após
escreverem, abrir para discussão tentando entender e fazendo-os pensar sobre as razões
de terem colocado cada atividade em respectiva categoria.
c) Relacionamentos e diferenciação: Você já parou para pensar sobre os
relacionamentos que construiu com as pessoas ao seu redor? Seja por meio da nossa
família, ou daqueles com quem escolhemos conviver, muito podemos descobrir a nosso
respeito. Ao observar a sua família, você pode se considerar parecido ou diferente deles.
Ainda que você tenha certeza de uma dessas possibilidades, sempre haverá
particularidades que desenvolvemos por meio do contato com aqueles que cuidaram de
nós. Após anos de convívio, as pessoas passam a interagir e se comunicar de forma
semelhante. Você já pode ter observado, por exemplo, que gesticula ao falar como um
dos seus pais, ou que tem as mesmas expressões faciais do seu avô. Também pode ter se
definido por torcer por determinado time de futebol, ou gostar mais de atividades ao ar
livre, por exemplo, por conta da influência da sua família. Conforme vamos crescendo,
aprendemos com as pessoas que estão ao nosso entorno, por meio da observação. Na
infância precisamos compreender as muitas diferentes formas de se comunicar e se
relacionar com o mundo, uma experiência, em um primeiro momento, perpassada pelas
vivências com os nossos familiares. Os amigos surgem com o início da vida social e
também colaboram nesse processo. Ainda que vocês sejam diferentes um dos outros, é
muito provável que mantenham os mesmos interesses e formas de se comunicar, pois
isso facilita e fortalece o estar junto. Durante a nossa vida, cada relacionamento que
construímos interage com a formação da nossa identidade. Nesse sentido, conhecer os
outros e os relacionamentos que vocês criaram, também ajuda no autoconhecimento.
Isso não significa que você não tenha características que são apenas suas, desenvolvidas
pela sua própria experiência de vida. Entretanto, o caminho que trilhamos em busca da
nossa própria identidade, recebe a colaboração de todas as pessoas que estão conosco.
Pensando em tudo isso, para que você possa compreender mais a respeito de si próprio é
importante refletir sobre essas relações. No quadro seguinte, descreva as pessoas com
quem você compartilha dos mesmos interesses e acredita possuir semelhanças, bem
como aquelas com quem você não se identifica (ainda que você goste delas da mesma
maneira, afinal, não precisamos gostar apenas daqueles com quem nos identificamos).

d) Agora pense em alguém que você admira, que possui características ou habilidades
que você gostaria de desenvolver, ou que exerce atividades que você se sente
estimulado(a) a fazer também. Tente descrever essa pessoa e as particularidades dela
que lhe chamam à atenção. Em seguida, abrir para discussão, fazendo refletirem sobre
as razões de escolherem tais pessoas.
e) Tarefa para casa: faça uma autobiografia contando a sua história desde a sua infância
(passado), os dias atuais (presente) até 30 anos de idade (futuro). Escreva, em uma
folha, sobre sua vida, de forma que possa conhecê-la melhor: aspectos de sua história de
vida (doenças, perdas, aventuras, vitórias, etc.); de sua vida escolar (se houve
repetência, que matérias gosta e quais não, etc.); de sua personalidade (timidez, medos,
ansiedades, tristezas, etc.); aspectos de relacionamento (com familiares, com amigos,
namorados, etc.); e outros assuntos que lhe parecerem importantes. Esse material é
sigiloso, portanto, quanto mais autêntica for sua explanação, melhor.
(Como o orientador profissional deve avaliar as autobiografias? Observar o
envolvimento pessoal com a atividade e a forma como se refere a si mesmo; a
apresentação de si mesmo; as relações afetivas/vinculares; a dimensão temporal (foca
mais em qual tempo – presente, passado ou futuro); nível das aspirações (metas e
desejos de realizações); nível somático (relativo ao corpo); vícios, manias ou adicções;
vida escolar; quantidade de conteúdo; experiência de vida; cultura; religiosidade.)

Oficina 3: Escolha
a) Recolha das autobiografias: salientar que o material é sigiloso e que será lido e
analisado pelos estagiários em supervisão sem identificação dos autores. Perguntar
como eles se sentiram executando tal tarefa, quais sentimentos foram despertados e se
gostaria de compartilhar algo da experiência.
b) A Escolha: O ato de escolher é uma das expressões únicas, singulares, sociais e
históricas do sujeito, revelador de sua subjetividade. O que mais caracteriza o domínio
da própria conduta humana é a escolha, e essa é a essência do ato volitivo. Trabalhamos
com a ideia da indissociabilidade entre objetivo/subjetivo e entre afetivo/cognitivo. O
sujeito escolhe, mas esse processo é multideterminado e emocionado, frisando que
determinação, aqui, é entendida como elemento essencial e constitutivo do ser e não
como numa relação de causa e afeito. Quando vocês escreveram suas autobiografias
apareceram muitos elementos que determinam quem vocês são, tais como: a família, a
escola, as experiências, a criação, a religião, etc. que influenciam o modo de vocês
verem o mundo e de tomar decisões. Para realizar uma escolha efetiva e condizente com
o que nós somos, é preciso conhecer o que nos determina/influencia em nossa decisão.
Precisamos compreender o que nos mobiliza/motiva e conseguir identificar as razões, os
“porquês” das nossas escolhas.
Atividade: Viagem ao passado, presente e futuro (adaptado de LUCCHIARI, 2017) -
Responda honestamente a partir das reflexões seguintes:
● Imagine que você está em um lugar muito tranquilo, sentindo-se feliz e relaxado.
Agora volte um pouco no tempo e se imagine ainda criança. De que coisas você
mais gostava de brincar? Como eram as brincadeiras? Você se lembra de alguma
profissão que gostava ou pensava seguir quando crescesse?
● Agora siga um pouco no tempo e se imagine na escola no ensino infantil e
fundamental. Quais matérias você mais gostava de estudar? Quais atividades na
escola foram marcantes na sua vida?
● Você chegou no ensino médio! Como você se sente? Você imagina algum
caminho profissional para seguir? As matérias que gostava antes ainda gosta
hoje? Quais são elas?
● Agora imagine-se no futuro, daqui cinco anos. O que você estará fazendo? Tem
relação com as respostas anteriores, com o que gostava de brincar ou com as
matérias de que gostava? Você está feliz nesse futuro que imaginou?
● Agora se imagine daqui dez anos. O que está fazendo? Está trabalhando? Em
que? Seu caminhar te levou a isso?
Após respondidas as questões, abrir para discussão perguntando como foi o
processo de responder as perguntas, como se sentiram e se alguém gostaria de
compartilhar algo.
c) Dinâmica da Motivação: Os educandos devem estar sentados em círculo. Na
lousa o mediador deve escrever a relação de alguns fatores de motivação a seguir
relacionados. Fatores de motivação: a) É muito interessante...; b) A família adora...;
c) É bem fácil...; d) É um trabalho valorizado socialmente...; e) Sou capaz de
fazer...; f) Temo o castigo se não fizer...; g) Isso despertará a admiração dos
outros...; h) Sinto que isso me faz crescer...; i) Com isso posso ter lucro...; j) A
maior parte de outras pessoas desiste de...; k) Eu gosto e me identifico.... Cada
educando deve, em uma folha de papel, sem que os colegas vejam, relacionar três a
quatro fatores de motivação que com mais frequência utiliza. Após relacionar esses
fatores, deve discutir suas opiniões com os colegas do subgrupo. Após esse debate, o
grupo deve relacionar os fatores consensualmente mais utilizados e anotá-los no
quadro. O mediador desenvolve um debate, comparando as posições apresentadas
pelos diferentes subgrupos, verificando se existem "propostas" e/ou "sugestões"
sobre outros fatores essenciais à automotivação no processo de escolha profissional.
d) Tarefa para casa: Técnica das profissões
Liste, para cada item assinalado, aquelas profissões que você acha que envolveriam esse
tipo de requisito. Coloque abaixo todas que lhe vierem à cabeça. Quais delas você se
imagina realizando?

Oficina 4: Investigando carreiras e profissões


a) Recolha e discussão da tarefa (técnica das profissões): lembrar que o material é
sigiloso e verificar como foi realizar a atividade e se gostariam de compartilhar algo.
É chegado o momento de aproximar-se das futuras possiblidades de atuação. Desta
forma, torna-se essencial o trabalho da busca de informações sobre as profissões, a fim
de ampliar o conhecimento e consciência a respeito da carreira pretendida, vestibulares,
noção de cursos técnicos e de ensino superior, bem como as oportunidades de campo no
mercado de trabalho. Tal atividade, além de proporcionar a descoberta de
conhecimentos sobre uma dada profissão, também é responsável por desenvolver as
habilidades necessárias de senso investigativo de informações verídicas e atualizadas
sobre ela (MOURA; SILVEIRA, 2002).
Por isso, com esta oficina terá como objetivo obter o conhecimento da realidade
profissional para tonar mais lúcida, consciente e satisfatória a tomada de decisão da
carreira profissional; terá a possibilidade de praticar o treino de comportamento da
profissão escolhida avaliando a correlação custo/benefício da escolha profissional a ser
feita (MOURA et al., 2005).
b) Defina a área de atuação ou do conhecimento que você se imagina trabalhando
(humanas, exatas, biológicas) e indique as razões pela sua escolha. Elenque profissões
que mais se identifique e faça uma pesquisa sobre cada uma delas. Ao final das
pesquisas, abrir para socialização e discussão.
c) Responda as questões a abaixo:
• Onde trabalhar? Ambiente interno ou externo, na cidade ou no campo, em escolas,
hospitais, fábricas, escritórios (local de trabalho).
• Em que tipo de ambiente de trabalho? Cooperativo, competitivo, corporativo,
acadêmico, formal, informal.
• Com o que trabalhar? Pessoas, animais, vegetais, instrumentos, máquinas, matemática,
química, física, história, psicologia...
• Fazendo o que e como? Fazer contatos, comercializar, escrever, criar, pesquisar,
desenhar... com autonomia, com risco... dirigindo, obedecendo a ordens...
• Quando e quanto trabalhar? Ritmo de trabalho (moderado, intenso, etc.), horários
(flexível, fixo, regular, irregular), deslocamentos, viagens.
• O que se deseja obter com o trabalho? Realização profissional, cultura, prestígio,
poder, estabilidade financeira, promoção.
Em seguida abrir para socialização das respostas e discussão.
d) Tarefa para casa: a partir da vivência dessa oficina, eleja até duas profissões que
você considera que tenha mais a ver com você. Busque por pessoas que atuem nessas
profissões. Agende um horário para uma entrevista com o profissional, de preferência
pessoalmente. Estabeleça metas pessoas. Vá para a entrevista com um roteiro de
perguntas pré-estabelecido sobre o que deseja saber sobre determinada profissão. A
seguir, uma sugestão de roteiro de entrevista que poderá ser utilizado com o
profissional. No dia da entrevista chegue com antecedência ao local combinado.
Realizar registro pode ajudar a relembrar e refletir sobre a entrevista.
Finalizada a entrevista, faça a análise da mesma. Use a escala de 0-100 abaixo para as
profissões investigadas de acordo com seu grau de satisfação com relação ao que foi
realizado. Após o registro, atente-se às profissões que obtiveram maior pontuação com
relação ao seu sentimento de contentamento com as mesmas. As profissões que
obtiverem maiores escores serão aquelas que deverão ser utilizadas como norteadoras
para o próximo capítulo. Veja um roteiro de como proceder:
Oficina 5: Mundo do Trabalho
a) Recolha e discussão da tarefa (entrevista e análise): lembrar que o material é
sigiloso e verificar como foi realizar a atividade e se gostariam de compartilhar algo.
b) Roda de conversa sobre o Mundo do Trabalho: o que entendem por trabalho; o que é
um bom trabalho e o que é preciso para alcança-lo; o que é realização profissional; o
que é mercado de trabalho; como procurar emprego; como fazer um bom currículo;
como se comportar numa entrevista de emprego; características valorizadas e
desvalorizadas pelo mercado de trabalho; como lidar com a ansiedade e com o medo do
desconhecido; o que entendem por ética profissional.
(Mediar o debate de modo que todos possam falar e serem ouvidos de forma respeitosa
e harmoniosa, trazendo questionamentos e reflexões que os ajudem a pensar e ampliar
seus horizontes).
c) Tarefa para casa: eleger metas que você deseja alcançar em sua vida pessoal e
profissional.

Oficina 6: Projeto de vida e plano de carreira


a) Discutir sobre como foi realizar a tarefa, o processo de eleger metas pessoais e
profissionais.
b) O projeto: Um projeto de carreira pode ser comparado ao planejamento para uma
viagem. Primeiramente é preciso definir o destino. Se a viagem é curta, a bagagem pode
ser simples, os preparativos menos detalhados. É possível até mesmo correr riscos, não
fazendo reservas e deixando a viagem fluir. Dinsmore (2002) sugere, que ao programar
a viagem de férias, deve-se considerar questões que abordam preferências,
disponibilidade de recursos, tempo disponível e, principalmente, o sonho de conhecer
ou de retornar a um lugar prazeroso. Seguindo essa linha, o autor apresenta no Quadro
6.1 o que se pode fazer em uma viagem dos sonhos.

Assim, percebe-se que há vantagens e desvantagens em fazer acontecer e em deixar


fluir. O mais sensato parece ser adotar a forma híbrida, a qual não engessa os planos e
proporciona novas experiências.
Como um capitão, você também navegará os mares da vida com mais sucesso se tiver
um ponto no horizonte rumo ao qual se mover. Isso significa traçar um ponto claro de
chegada, ser explícito acerca de onde quer chegar na vida, em todas as suas dimensões:
carreira e família, comunidade e a si próprio. Significa, ainda, reavaliar essa direção, à
medida que as circunstâncias de sua vida evoluem.
É importante ressaltar que o ponto de chegada deve ser pessoal. O sonho é pessoal,
projetos de vida são pessoais. Antes de se definir o ponto de chegada, é necessário
responder às seguintes questões: Qual o significado de riqueza para você? Quanto é o
bastante? Quanto tempo você deseja permanecer em sua carreira? Existe alguma
segunda, ou mesmo uma terceira, possibilidade de atuação no futuro? Quanto está
disposto a investir nessa carreira? E a vida pessoal, cônjuge, filhos? Terá tempo para
eles? O que sucesso significa para você? Essas são perguntas difíceis, mas
fundamentais. Delas dependerá o modo como se sentirá daqui a 10 ou 20 anos. As
respostas de um jovem em início de carreira provavelmente serão diferentes se
comparadas às respostas de um profissional com mais experiência, com amplo
patrimônio líquido e filhos crescidos. Entretanto, até ter definido explicitamente seus
objetivos e suas aspirações de vida, as pessoas não podem, de fato, saber que tipo de
concessões elas se supõem a fazer para alcançá-los.
Vamos construir o seu próprio plano de carreira? Vamos falar primeiro de alguns passos
que o ajudarão a elaborar:
1º) Descubra quem você é: Quais são meus valores básicos? Quais são meus pontos
fortes? No que preciso melhorar? Quais as oportunidades que poderei aproveitar? O que
ameaça meus planos? Quanto do meu tempo eu vivo no passado, remoendo ou
analisando fatos que já ocorreram? Da mesma maneira, quanto do meu tempo vivo no
futuro, imaginando, sonhando, esperando e planejando? E quanto ao presente?
2º) Coloque sua missão no papel: mostra que, se a visão do sonho pessoal é cristalina,
otimista e motivadora, ela facilmente se traduzirá em uma missão pessoal que o lançará
em direção às suas metas.
3º) Faça parcerias: sozinho, não é possível construir uma missão pessoal. O sucesso
profissional depende da qualidade das interações que se estabelece com seus
stakeholders, ou seja, com as pessoas que apoiam, influenciam e são influenciadas pelas
suas ações: pais, chefes, parceiros, amigos, parentes, entre outros.
4º) Crie uma visão para sua vida: é hora de estabelecer que metas você pretende
atingir em determinado período de tempo. Inicie com a visão de curto prazo, fazendo
projeções para daqui a três anos. A visão para médio prazo ou dos próximos 10 anos
assegura a continuidade e ajuda a visualizar o caminho a ser percorrido mais adiante. A
perspectiva de longo prazo, que vai até a aposentadoria, fornece a visão global de
realizações a serem alcançadas. Por fim, pense nos anos dourados. Afinal, uma pessoa
também precisa viver bem essa etapa de sua vida.
5º) Gerencie seu tempo: diferenciar os assuntos importantes dos urgentes. Importantes
são as atividades relacionadas aos projetos que têm influência direta sobre os resultados
que se deseja alcançar. Urgentes, mas não importantes, são assuntos que devem ser
delegados, reorganizados ou deixados para depois.
6º) Administre suas finanças: Esse trabalho inclui planejamento, estimativa,
orçamento e controle. Determine quais recursos (monetário, humano, material e
intelectual) serão necessários para cada tipo de atividade relacionada a seu projeto.
7º) Conte com os riscos: é importante enfatizar que a pessoa deve procurar identificar
riscos, tentando prever de onde podem vir. Adquirir um bom plano de saúde e apólices
de seguro podem ajudar a lidar com algumas ameaças.
8º) Junte todas as peças: é preciso fazer com que todos os passos sejam gerenciados ao
mesmo tempo. Já que mudanças de planos são inevitáveis, faça planos flexíveis,
capazes de adaptação, sem perder qualidade.
Mãos à obra! Responda cada item e construa seu plano de carreira. Ao final vamos abrir
para socialização e discussão.

Oficina 7: Devolutiva e fechamento


Com o intuito de preparar esta última oficina, é importante analisar como foi o processo
como todo, avaliar o desempenho nas atividades no sentido se houve um
amadurecimento pessoal, se os alunos estão mais seguros para realizar a escolha
profissional, se houve uma ampliação dos horizontes e possibilidades. Portanto, cabe
neste momento a elaboração de um feedback por parte dos mediadores sobre como
perceberam os estudantes nesse processo, como se encontravam no início e como estão
agora após a realização do plano de oficinas.
a) Feedback: fazer uma retrospectiva do que foi o processo de orientação profissional
(temas abordados) e dar uma devolutiva de como foi a “evolução” deles nesse período.
b) Questionário: aplicar um questionário em que os alunos também possam avaliar
como foi para eles o processo, sendo importante realizar as perguntas: como você se
sentiu nesse processo, como você avalia que foram as oficinas, você tem sugestões para
melhorar o processo de orientação profissional, gostaria que tivesse sido abordado
algum outro tema, você tem alguma queixa ou teve alguma dificuldade, como você se
percebe após realizado o processo?
Após respondidas as questões, abrir para socialização e discussão. Encerrar enfatizando
que se alguém tiver necessidade ou interesse em se aprofundar ainda mais no processo
de orientação profissional, pode procurar a clínica escola, o CIPP do ITES.

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