Você está na página 1de 171

Senhora para Dois Lordes Sedonia

Guillone

1
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Senhora para Dois Lordes


Sedonia Guillone

Disponibilização e Tradução: Rachael Moraes


Revisão Inicial:
Prólogo ao Capítulo Doze: Meire
Capítulo Treze ao Epílogo: Dyllan Lira
Revisão Final/ Formatação: Dyllan Lira

Resumo:
Leda MacGregor tem abrigado um amor secreto pelo belo Duncan Laird desde que tinha
dezesseis anos. Quando ele a culpa pela morte de sua esposa, ela se vira para o seu irmão Ian
por conforto, e encontra seu coração capaz de amar dois homens.
Ian MacGregor encontra seu coração capturado por Leda, sua amiga de infância. Ele a
deseja mais poderosamente do que a qualquer outra mulher que já conheceu. No entanto, está
dividido entre o desejo do seu coração e o curso que sua vida deve tomar. Quando ele
finalmente está livre para amar Leda, é rasgada por ele e por um engano cruel.
Duncan MacGregor descobre a força poderosa do perdão de Leda e ao longo do tempo,
aprende a amá-la e desejá-la de uma maneira que nunca pensou possível. Quando seu irmão
partiu o coração dela, ele a toma para si próprio. Quando o destino traz Ian de volta, ele ainda
ama Leda...
Uma mulher. Dois belos ásperos homens das terras altas. Ela ama os dois. Felizmente,
eles estão dispostos a partilhá-la...

2
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Prólogo

Glenparry, Montanhas escocesas.


Julho, 1913

— Leda, não me deixe.


Leda apanhou a mão de Caitlynn dos lençóis e contemplou abaixo à mulher jovem na
cama. Os olhos azuis de Cait eram selvagens com dor. Gotas de Transpiração na testa dela e em
seu lábio superior.
Com força surpreendente, Caitlynn agarrou os dedos de Leda nos dela.
— Claro que eu não deixarei você, Caity. — O estômago de Leda sentia-se como um
pano sendo torcido por mãos de ferro. Ela forçou um sorriso tranqüilizante enquanto lutava
contra uma onda de náusea.
— Mas eu devo checar você.
Caitlynn forçou as respirações que encheram o quarto de dormir. O ar pesado fortemente
ao redor, potente com o odor de sangue. Fora a tempestade do verão bateu na vidraça enquanto
chicoteava chuva em raias torrenciais contra o vidro.
Leda olhou para a empregada.
— Audrey, por favor, vá chamar o Dr. Burns.
— Sim, sem falta. — A mulher jovem saiu apressada. 3
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda olhou para Duncan, que permaneceu de pé na entrada, assistindo sua esposa,
embora ela repetidamente o aconselhasse esperar no andar de baixo. Ela quase lhe perguntou
novamente, enquanto desejava poupá-lo da agonia da cena anterior.
Ele conheceu o olhar dela, as sobrancelhas escuras dele se uniram.
— Eu não vou. — Ele disse como se tivesse lido o pensamento dela.
Leda acenou com a cabeça e repôs sua atenção em Cait. Libertando a mão de Cait
suavemente, Leda retirou os lençóis feitos de linho acolchoados abaixo e carranqueou. Os
lençóis e a camisola tinham sido mudados á menos de duas horas e já precisavam ser mudados
novamente.
Embora seu trabalho tivesse começado na véspera, Cait não estava dilatando o suficiente.
Leda soube que a mulher não podia continuar por muito tempo, mas não podia, em seu
coração, esperar por qualquer coisa menos que um nascimento saudável. Ela quis tanto salva-
los. Ela amava Caitlynn. E amava Duncan.
Ela teria feito qualquer coisa para ajudá-lo, o guardião que deu a ela uma vida quando
ela não tinha nenhuma. Não podia suportar que ele perdesse sua esposa e a criança por nascer,
especialmente quando já tinha sofrido tanto, tendo lutado na África do Sul. Ele mereceu ter sua
alegria.
— Como ela está? — A voz profunda de Duncan levou-se em um sussurro apertado pelo
quarto sombrio.
Leda examinou o proprietário de terras, elegantemente sombrio e pensativo, parecia tão
sombrio agora como sempre foi.
— Eu não sei ainda, Duncan. Eu sinto muito. — Ela olhou de novo a mulher sofrendo.
Permanecendo tranqüila, era como se ela fosse conseguir se lembrar de tudo que havia treinado.
Sua mãe a treinou em obstetrícia, e algo que ela lhe havia dito tocou ruidosamente em sua
mente. Não importa quanto você faz pela mãe no nascimento, no fim ela está nas mãos de Deus.
Caitlynn girou sua cabeça no travesseiro e olhou para ele.
— Duncan. — Ela respirou.
Duncan apressou-se no quarto e ajoelhou ao lado de sua esposa. Ele tomou sua mão da
mesma maneira que uma contração agarrou seu corpo.
— Dói Duncan... — Cait arqueou seu corpo com uma contração obviamente dolorosa e
deixou sair um gemido mutilado.
— Maldição, Leda. Faça algo! — Ele grunhiu.
Leda lutou contra seu pânico nascente. O suor em seu corpo como cubos de gelo.
— Eu preciso mudar seus lençóis e a camisola. — O conhecimento que Caitlynn poderia
morrer pareceu encher o quarto com certeza venenosa. — Quando o doutor chegar aqui...
— Você é médica agora.
Leda movimentou a cabeça, empurrando de volta suas lágrimas. Nenhum treinamento a
preparou verdadeiramente a este tipo de agonia. Ela agarrou a pilha de lençóis limpos e chegou
à cama.
Duncan apertou seus lábios na mão de Caitlynn.
4
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Lute meu amor— Ele sussurrou ferozmente.
Caitlynn levantou respirações trabalhadas.
— Eu... Eu... Irei. — Ela inalou fortemente várias vezes antes de Leda a ver puxar a mão
dele mais perto dela. — Prometa-me...
Ele afundou abaixo, debruçando acima dela.
— Prometer o que, amor?
O tórax de Caitlynn levantou e ela tragou forte.
— Prometa que qualquer coisa que aconteça, você não culpará Leda, ela fez tudo que
podia. — Outra contração a fez tragar suas palavras.
Duncan beijou sua mão novamente e esfregou uma palma gentil através de sua testa. A
expressão torturada dele rasgou-a por dentro.
Leda entendeu o desespero em seus olhos e desejou que ela pudesse negociar a própria
vida por Cait.
— Você pode ficar aqui com ela. — Ela disse a ele suavemente. — Deixe-a apertar sua
mão. — As contrações estavam aumentando agora. Não existia mais nenhum tempo para
mudar a roupa de cama. Ela arrumou a camisola de Caitlynn suavemente em volta de sua
cintura.
Os gemidos de Caitlynn cantaram falhos em suas próprias orelhas e seu coração
trovejou. Agradecida, as palavras da sua mãe também tocaram em sua mente. Mergulhe em seu
coração, Leda, sempre disse a ela. Descanse lá e faça o que é preciso.
Leda molhou um pano na bacia e ternamente pincelou a transpiração fora do rosto e
pescoço de Caitlynn. Ela alisou uma mão confortante em cima da inchação da barriga da
mulher. O movimento dentro era lânguido.
— Caitlynn, quando eu disser “pronto”, você precisa empurrar, tão forte quanto puder.
Você pode fazer isto?
Caitlynn movimentou a cabeça contra o travesseiro. Mechas de seu cabelo deitaram
emplastradas em suas pálidas bochechas. A mão dela apertou a grande e forte mão de Duncan.
A outra mão dele descansada em seu dourado cabelo, escurecido com suor.
— Certo, Caity empurre!
Caitlynn fez como ela lhe havia dito, lançando um gemido alto, estrangulado, seus gritos
derretendo no som de chuva torrencial que jogava pedras contra as janelas altas do quarto.
Por quase uma hora, eles repetiram este processo. Leda tentou ignorar a quantidade
assustadora de sangue que vazava sobre os lençóis. Ela não podia imaginar uma pessoa,
especialmente uma tão delicada como Caitlynn, perdendo todo esse sangue e sobrevivendo.
Leda permaneceu abaixada aos pés de Cait, encorajando ela a empurrar.
Finalmente, com os primeiros raios do amanhecer iluminando o céu de tinta até ficar
cinza e a tempestade enfraquecer, a cabeça da criança apareceu. Caitlynn, porém, sangrou
muito severamente, ela não teve nenhuma força para empurrar.
Leda deslizou seus dedos em torno da cabeça da criança, suavemente aliviando isto
junto.
5
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Depois do que parecera uma eternidade, emergiu a cabeça inteira. Leda suprimiu um
suspiro na aparência azul cinzenta do escalpo da criança.
— Você está quase lá, Caity. — Ela sussurrou, Agradecida que a camisola de Cait a
protegesse da visão de Duncan.
Outra hora mais tarde, a criança deslizou fora do útero de Caitlynn, inanimado, o cordão
umbilical firmemente ao redor de seu pescoço. A própria força de Leda escoou rapidamente,
anos de esgotamento e desamparo. Todo músculo em seu corpo doía ferozmente, inclusive seu
coração.
Ela sentiu o aperto de Caitlynn em sua mão debilitada, até que os dedos delicados
deslizaram de sua mão e descansaram na roupa de cama.
— Caitlynn! — Duncan sussurrou, apertando a outra mão de Caitlynn, acariciando
furiosamente sua testa. — Caitlynn! — Seu olhar levantou rapidamente, seus olhos escuros,
ferozes. — Salve ela! — Ele gritou em um sussurro agonizado.
Lágrimas quentes rolaram abaixo das bochechas de Leda. Ela passou as próximas horas
colocando colheradas de chá na boca de Cait e ajudando Audrey a mudar os lençóis, mas ela já
sabia que era também tarde. Cait perdeu sangue demais e sua pulsação debilitava a cada
momento que passava.
Dr. Burns finalmente chegou e fez o que pôde para parar o sangramento, mas logo olhou
para cima de onde ele se inclinou em Cait e balançou sua cabeça solenemente.
Quando o médico saiu, Duncan permaneceu com o corpo da sua esposa. Leda encostou
contra o batente da porta, vendo-os através de um borrão de lágrimas.
Ele deve ter sentido sua presença porque se virou. No momento seguinte, sua expressão
endureceu. Ele se encontrou o seu olhar por outro segundo, depois voltou para Cait.
A bílis subiu no intestino de Leda. Ela segurou o batente da porta para apoiar-se
enquanto o último bocado de força drenava dela. Ela leu tudo que ele sentiu em sua expressão.
A culpa silenciosa dele queimou dentro dela.
Ela perdeu Caitlynn, sua querida amiga. Falhou com Duncan. Nunca iria se perdoar.
Duncan nunca iria perdoá-la.

6
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Capítulo Um

Uma semana depois.

Duncan com sua presença poderosa encheu a sala. Ela o sentiu se esgueirando atrás dela.
A forte mão do proprietário de terras, prendendo gentil, mas firmemente em seus quadris. O calor
das mãos dele queimou pelo algodão fino de sua camisola, pressionando em sua carne macia com fervor
possessivo.
O momento que ela tinha estado almejando durante anos tinha finalmente chegado.
— Phyllida. — A respiração de Duncan acariciou o lado do pescoço dela, fazendo com que suas
pálpebras tremessem. Ele puxou as costas dela contra ele, deslizando suas mãos sobre suas coxas, através
da macia, feminina curva de sua barriga. Suas palmas vieram descansar em suas costelas, o dedo
indicador de cada mão, perigosamente perto dos lados dos seus seios.
Leda se permitiu pesar seu corpo contra ele. Ela se divertiu na dureza masculina protetora do
corpo dele prensado nas costas dela. Duncan a fazia sentir tão segura e acolhida. Seus olhos abriram
quando a dureza da sua excitação empurrou entre suas nádegas.
Sua respiração aprofundou, e ela colocou as mãos em cima dele, permitindo que as pontas dos seus
dedos explorassem a pele quente, veias e cabelos escuros nítidos das mãos fortes dele. A respiração dele,
rouca e áspera, agora pulsante em seu ouvido, chamando-a com promessas eróticas.
— Duncan, eu falhei com você. Eu sinto muito, Desculpe. — Ela começou a chorar.
— Quieta agora. — Ele disse a ela.
Em silêncio, olharam pela janela aberta para as árvores e gramado. Ao longe, as colinas verdes
imergidas ao lago Garmond nos confins do vale.
— Minha bela Leda. — Duncan sussurrou. — Perdôo você. — O tenor de sua voz rouca, mais
forte do que o melhor uísque, enviou emoções de calor através de seu corpo, e seu coração doía com o
lançamento de sua culpa. Seu perdão foi o mais doce, o mais curativo bálsamo.
Aos poucos, timidamente, ele deslizou suas mãos para cima, de seu tórax, para as ondas suaves de
seus seios...
Leda sentou assustada, seu peito arfante. Ela apertou uma palma em sua testa. Tinha tido
sonhos semelhantes sobre Duncan nos últimos cinco anos, e eles sempre a agitaram. Mas
nenhum tal como este.
A brisa de verão úmido soprava pela janela aberta, levantando suavemente as cortinas
brancas. O início do amanhecer mostrou-se acima das colinas distantes.
O sexo ainda pulsante loucamente do sonho e seus mamilos formigaram contra sua
camisola. As sensações a encheram de culpa. Por causa de sua incompetência, Duncan estava
sepultando Caitlynn sua amada, e seu filho natimorto o dia de hoje, e ela, Phyllida, nem sequer
7
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
teve a decência de suspender o desejo não-romântico, seu desejo pelo membro do clã, ela
secretamente o amou por anos. Especialmente quando era sua culpa que Caitlynn estava morta.
Leda exalou e caiu de volta contra os travesseiros, seu coração apertou dolorosamente.
Ela fechou suas mãos em punhos para impedi-los de tremer. Pela milionésima vez, ela passou
por cima de todas as possibilidades em sua mente, observando-se estancar o forte fluxo de
sangue que tinha drenado a vida de Caitlynn. Tinha empregado todas as linhas do
conhecimento de obstetrícia e de enfermagem que a sua mãe tinha dado a ela. Ainda assim, a
sensação horrível de que ela poderia ter feito mais a assombrava, como uma broca sob sua pele.
Cedendo mais profundamente na cama, ela olhou para o nascer do sol. Sentindo o
imóvel mais escuro e sombrio sem Caitlynn, a mulher que tinha trazido luz e riso para o
sobrecarregado proprietário de terras. Cait tinha sido um grande contraste com seu marido, que
carregava o peso de suas responsabilidades com um ar pesado. Duncan tinha surpreendido a
todos que o conheceram durante o seu curto casamento, pois ele tinha compensado nesses cinco
anos, todas as risadas que tinha perdido.
Agora Caitlynn tinha ido embora, e Leda tinha que viver o resto de seus dias sabendo
que ela a tinha matado.
De repente, Leda se lembrou de Ian, irmão mais novo de Duncan, estaria em casa esta
manhã para o funeral. Ela e Ian eram da mesma idade e tinham crescido a maior parte de suas
vidas juntos. O pensamento de vê-lo, seu companheiro de infância e melhor amigo, foi o que a
levou a lançar-se ao consolo e empurrar-se afastando das profundezas de seu colchão macio. Ela
colocou seus chinelos e atravessou o quarto para seu guarda-roupa. Puxou e abrindo as portas,
considerou o que vestir. Não que a seleção fosse larga. Ela sempre preferiu um uniforme diário
de blusa, calça, suéter, e botas do que saias e vestidos.
Apesar de sua tristeza, Leda sorriu espontaneamente as memórias que surgiram em sua
mente. Caitlynn, que havia sido a personificação de feminilidade, já havia tentado mil vezes,
sem sucesso, romper Leda de vestir seu traje masculino. Mesmo que Leda tivesse sempre
sentido como uma palerma ao lado da esposa de Duncan, a roupa masculina a tinha blindado, a
mantendo invisível aos olhos dos homens, especialmente de Duncan. Se ele não a notasse, era
muito mais fácil de ignorar o fato de que ele jamais poderia retornar o afeto que ela nutria por
seu tutor. Além disso, ninguém poderia montar a cavalo, escalar montanhas e árvores, e
explorar as margens de um lago em um vestido de chá.
Audrey enfiou sua cabeça dentro da porta.
— Você precisa de uma mão, Dona Leda?
Leda sorriu para a mulher, em sua nobreza, e na medida em que ela estava preocupada,
social. Antes de seu pai se perder no mar em seu barco de pesca, Leda passou os primeiros anos
de sua vida em uma cabana rústica no Orkneys, e ali nunca tinha havido criados. Ela nunca
tinha realmente crescido acostumada a ser aguardada.
— Eu penso que não, Audrey. Obrigado.
Audrey franziu a testa e se movimentou no quarto de qualquer maneira.

8
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Dona. Eu não acredito em você. — Em um sopro de saias engomadas, ela foi até uma
cômoda e pescou um espartilho e meias escuras de uma gaveta.
Leda suspirou quando ela puxou uma saia escura e blusa fora de seus cabides.
— Deixe-me fazer isto, Senhorita Leda. — Audrey atravessou o quarto bruscamente e
conduziu Leda a sua penteadeira. Com os dedos praticados, a empregada rapidamente desfez a
longa trança de Leda e escovou os cabelos. — O seu cabelo é tão bonito.
Leda ouviu a simpatia no tom de Audrey. Ela sabia que as palavras da jovem eram
significantes para acalmar e distrair. Ela considerou. Seu longo cabelo cor areia caiu em ondas
suaves sob as mãos suaves de Audrey.
— Você realmente acha isso?
— Eu acho sim.
Ela observou Audrey enrolar seu cabelo e fixá-lo rapidamente em um coque elegante. O
puxão agradável em seu couro cabeludo estava relaxando e lembrou-se de todas as vezes que
sua mãe tinha escovado e trançado seu cabelo quando era pequena.
Espontaneamente, uma memória de seu sonho leviano surgiu em sua mente, enviando
ondulações a ela. Foi Caitlynn, na verdade, que tinha falado com ela do mundo misterioso e
sensual de prazer entre homens e mulheres. Caitlynn tinha falado com entusiasmo a ela muitas
vezes sobre os olhos do marido e a paixão em suas profundezas. Ela sentia o rastejo de calor em
suas bochechas.
— Obrigado, Audrey.
— Sinta-se a vontade. — A morena sorriu. Irradiava simpatia de seus olhos escuros.
— Eu gostaria que você me chamasse de Leda — Disse ela baixinho. — Quero dizer...
depois de tudo que nós passamos juntas.
Audrey pôs os olhos para baixo, parecendo tímida.
— Sim, senhorita, quero dizer, Leda. — Olhou reservada, uma onda de calor se
espalhando por ela quando os olhares se encontraram no espelho. Seu sorriso se apagou e ela
colocou uma mão suave no ombro de Leda. — Eu sei que você fez tudo que podia por ela,
senhorita... Leda.
A voz de Audrey acariciava sua dor e Leda bateu em uma lágrima súbita com sua mão.
— Obrigada, Audrey. Você é muito gentil.
Elas assistiram suas reflexões por um momento, e em seguida, Audrey fixou a escova de
cabelo para baixo na penteadeira de mogno.
— Vamos começar a vesti-la, então. Senhor Ian estará aqui a qualquer momento. Eu sei
que você vai querer cumprimentá-lo.
— Sim, eu vou. — Leda empurrou-se para cima do tamborete de vestir, de repente, ela
estava muito ansiosa para ver o seu amigo. Ele havia deixado sua turnê na Itália no momento
em que tinha recebido o telegrama sobre Cait.
Audrey ajudou Leda a atar seu espartilho e enganchar as meia-calças sobre as ligas.
Ela tinha acabado de se vestir e descia as escadas quando o automóvel parou no cascalho.
Sua cabeça foi para baixo e Leda viu o flash suave do cabelo castanho de Ian. Ela foi
9
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
rapidamente para o lado do motorista, travando sua respiração em como ele parecia bonito,
mesmo em trajes de luto de tecido de lã cinza escuro e uma gravata preta. Seus olhos verde-
ouro a alojaram assim que ele abriu a porta e saiu. Deixe isto para Ian não poder esconder o
prazer pernicioso na vida que o caracterizou.
— Leda – Disse ele suavemente. Ele abriu os braços para ela. — Venha aqui.
Sem pensar, Leda entrou nos braços de Ian, imediatamente envolta no calor compassivo.
Ela sentia a sua falta de culpa e descansou no conforto, mesmo sabendo a verdade. Como Cait,
Ian, também tinha uma maneira de trazer luz e alegria na escuridão. O Homem de outro. O
apelido de Cait para Ian agora surgiu em sua mente. Na verdade, sua presença era um contraste
com a escuridão do irmão mais velho, mudo em seu senso de vida. Sem querer, Leda
encontrou-se liberando as lágrimas que suprimiu na presença de Duncan.
— É minha culpa. — Ela chorou.
Sentiu a mão de Ian suavemente acariciando seus cabelos.
— Está tudo bem, pequeno cisne. — Ele murmurou perto de seu ouvido. — Não é culpa
sua.
Leda permitiu-se ceder seu peso contra o peito largo de Ian. Sua moldura atlética oferecia
uma parede reconfortante de força.
Ian apertou-a suavemente.
— Graças a Deus que você estava lá por ela. — Continuou. — Talvez ela tivesse sofrido
pior sem seu conforto.
Leda chorou em silêncio por um instante no tecido de lã grosso de sua jaqueta antes de
erguer seu rosto. Ian era bem mais de uma cabeça mais alto e ela tinha que levantar a cabeça
para olhar em seus olhos. Como Duncan, Ian tinha um conjunto forte do maxilar e uma bela
fenda em seu queixo. Seus lábios estavam curvados em um modo masculino e as maçãs do
rosto altas acentuaram a superfície limpa de seu rosto barbeado.
— Obrigado, Ian. — Ela sussurrou com voz rouca.
Ele afastou as lágrimas com os dedos delicados.
— Agora, moça. Dará tudo certo. Eu prometo. — Ele sorriu gentilmente para ela, sua pele
levemente bronzeada ondulando generosamente nos cantos dos olhos.
Seu toque inesperado enviou ondulações de prazer ao longo de sua espinha, um
contraste bem-vindo para a dor da culpa que tinha sido sua companheira constante desde a
morte de Caitlynn. Quando ele a libertou, Leda suprimiu um grito de decepção. A força dos
braços quentes de Ian ao seu redor a deixou com o desejo de mais conforto e proteção. Ela
queria trancá-lo e nunca mais largar. Para seu alívio, Ian deslizou o braço sociavelmente através
dela.
John, o mordomo chefe, já tinha puxado a valise de Ian do porta-malas do carro. Leda
viu pelo tamanho da bolsa de Ian que ele só pretendia ficar pouco tempo, alguns dias, talvez,
antes que retornasse para sua turnê pela Europa. Um profundo sentimento de desolação tomou
conta dela, como se ele já partisse.

10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Onde ele está? — Ian perguntou enquanto eles subiam os degraus de pedra larga até a
porta da frente.
Leda endureceu na referência ao Duncan e ela apertou o braço de Ian para não tropeçar.
Ela hesitou.
— Ele passa a maior parte do tempo trancado em seu escritório.
Ian olhou para ela, seus olhos castanhos estudando-a atentamente.
— Como quando ele voltou da África do Sul?
Leda pensou naquele período em que Duncan tinha retornado de seu serviço na Guerra
Mundial. Ele estava mal-humorado e quieto, falando só em frases concisas, tendo mais de
uísque que o habitual. Ela balançou a cabeça lentamente. — Pior, eu acho.
Ele suspirou.
— Eu não deveria pensar.
John segurou a larga porta esculpida aberta para eles. Eles entraram na entrada da frente,
imediatamente cercado pelos escuros painéis de madeira escura, mostra de armas MacGregor,
Tapeçarias medievais, e o chão preto e branco ladrilhado.
— Ian, eu mal o vi uma vez... Naquela noite. Não me atrevo a aproximar-me dele. — Ela
sentiu um imediato calor fresco de lágrimas nos olhos. — Tenho certeza que ele... Odeia-me.
Ian parou e girou para ela, colocando suas mãos em seus ombros.
— Ele disso isso?
— Não, mas depois que Caity morreu... — Seus lábios tremeram e ela se esforçou para
dizer as palavras, — Ele olhou para mim e eu vi a culpa em seus olhos.
Ian apertou seu ombro suavemente. Simpatia brilhou em seus olhos.
— Ele não pode odiar você, Leda. Ele sabe que você fez tudo que podia. Se ele olhou-a
dessa forma, é porque ele se sente impotente e deve culpar alguém. Basta dar-lhe tempo. — Ele
tocou seu rosto. — Você é o nosso pequeno cisne. — Sorrindo para ela, seus olhos escuros com
uma expressão estranha que Leda nunca tinha visto antes. Tão rapidamente, desapareceu.
Naquele momento, John entrou na sala e informou-os que o almoço estava pronto.
Ian a libertou e recuou.
— Vá em frente, pequeno cisne. Eu vou estar junto em um minuto. Eu quero encontrar
Duncan.
Leda concordou decepcionada por estar longe da presença reconfortante de Ian, mesmo
que por alguns momentos. Ela virou-se lentamente, movendo-se na direção da sala de jantar.
A mesa de modo volumoso longa tinha sido arrumada com um serviço de café da manhã
de prata. Suspirando, ela tomou seu lugar no final e se serviu uma xícara de chá. Na lareira
perto, um crepitar do fogo levou o frio matutino da sala. Seu estômago apertou a perspectiva de
ver Duncan, e ela tomou um gole de chá, lembrando das palavras confortantes de Ian. Ele tinha
soado muito certo que ela não era responsável pela morte de Cait. Ele parecia ter fé absoluta em
sua bondade. No momento em que ele tinha oferecido os braços para ela, ele tinha sido o
verdadeiro amigo que ela tinha tido desde que sua mãe morreu.

11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela lembrou-se da sensação dos braços de Ian ao seu redor, suave, mas forte. Apesar do
espírito despreocupado que ele apresentava para o mundo, ele tinha um núcleo de força, tão
diferente, e ainda assim tão parecido com seu irmão. Ela sentiu. Ele a tinha deixado apoiar-se
nele, algo que ela nunca tinha feito antes. Ela se sentiu amada e cuidada.
Ian tinha crescido tão bonito, gentil e um homem maravilhoso como ele tinha sido um
amigo de infância.
Passos ecoaram no salão de fora da sala de jantar. Seu batimento cardíaco acelerou e ela
colocou uma mão sobre o coração, lutando para recuperar o fôlego, temendo que entrar em
pânico quando Duncan entrasse. Ela relaxou quando viu Ian.
Ele veio para o final da mesa e sentou-se. O brilho em seus olhos castanhos tinha
umedecido.
— Ele não virá para o almoço. — Disse baixinho, enquanto desdobrava o guardanapo e o
colocava em seu colo.
Leda assentiu. Lágrimas de alívio e culpa correu de seus olhos. Ela empurrou de volta e
olhou para o prato.
— É porque eu estou aqui. — Ela sussurrou.
O silêncio de Ian confirmou sua indicação.
Seus lábios tremiam e seu estômago apertou, fazendo a comida no prato tão atraente
como veneno para ratos. — Eu disse a você. Ele me culpa, não é? — Ela olhou para Ian. O
pânico aumentou quando ele evitou o seu olhar.
— Ele não está pensando claramente, Leda. — Ele disse finalmente. — Ele virá a si. Eu o
conheço. Ele amou Cait. De alguma forma ele podia ser ele mesmo quando estava com ela. Eu
vou falar com ele. — Ele olhou para ela com seria preocupação.
O afeto nos olhos queimou, e ela sentiu seu coração trancar Ian ainda mais.
Ele olhou para ela novamente e alcançou sua mão para o braço dela.
— Eu prometo, pequeno cisne. Vou falar com ele.

*****

A voz do ministro zumbia no fundo, recitando versículos bíblicos sobre a vida e morte,
os tempos e as estações, para os compadecidos reunidos em torno do túmulo na névoa cinzenta.
Leda olhou para Duncan. Ele tinha sido seu tutor já que seu pai, Malcolm MacGregor,
faleceu há dois anos atrás. Malcolm que tinha sido um amigo querido de sua mãe tinha pedido
para Duncan que vigiasse Leda até que ela completasse vinte e cinco anos. Duncan tinha
sempre a certeza de que Leda teve todas as vantagens de uma jovem senhora e ela era muito
grata a ele por isso. Ele não era obrigado a cuidar. Ele podia a ter enviado de volta à sua aldeia
12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
natal quando Malcolm morreu. Mas ele não fez. Esta é sua casa agora Leda, se quiser, ele lhe
dissera um dia em seu escritório. Você é uma MacGregor. Ele vinha andando na frente da
grande lareira, as mãos cruzadas atrás das costas, sua força despercebida pelo casaco de tecido
de lã que usava. Apesar da tristeza pela morte de seu pai, manifestados em seu tom de voz e a
na expressão em seus olhos escuros.
Talvez tivessem sido as palavras que tinha acendido seu primeiro afeto feminino por ele.
Ela queria muito ficar, e ele não só deixou que ela ficasse, mas tinha enfatizado o fato que ela
era um deles.
Duncan provavelmente, já não se importava com o que acontecia a ela. Ou pior, ele
queria que ela deixasse Glenparry e sofresse o resto de sua vida, sabendo que deixou Cait
morrer. Ele permaneceu trancado em seu estúdio desde a morte de Cait, contudo Leda tinha
certeza que, logo que ele saísse, a ordenaria que arrumasse suas coisas e partisse para Orkney.
O proprietário de terras recém-viúvo de Glenparry estava do outro lado do túmulo,
olhando para o buraco que prendia sua esposa e criança. Suas feições esculpidas como pedra,
moldaram seu cabelo escuro, parecendo congelado.
Sua tristeza bateu com tanta força que poderia muito bem ter sido um golpe físico em seu
estômago. A imagem de Duncan ajoelhado ao lado de Cait, segurando sua mão, implorando-lhe
que lutasse por sua vida, a assombrou. Desde esse momento, raiva e tristeza tinham fechado
sobre dele como uma mortalha, como se ele estivesse enterrando seu coração na sepultura com
Caitlynn. Ele nunca olhou para cima, olhava fixamente para a sepultura.
Leda curvou a cabeça, seu rosto queimando de remorso e da escancarada tristeza que
tomou conta dela. Cobriu os olhos com uma mão enluvada com lágrimas nos olhos.
De repente, sentiu alguém agarrar a outra mão, apertando-a calorosamente. Ela olhou
para cima na face de Ian. Ele sorriu brevemente e ficou ao lado dela, tocando seu ombro,
segurando sua mão. Leda permitiu o seu peso ceder um pouco contra ele.
Com a segunda pá de terra sobre o caixão, a reunião começou a deixar a sepultura,
colocando às carruagens e automóveis de volta para a estrada. Ainda de mãos dadas, Leda
deixou Ian conduzi-la até o carro que os levaria de volta à casa. Ela apertou sua mão,
recolhendo força de seu toque. Ela temia a possibilidade de sentar-se no grande salão cheio de
vestidos negros e choros compadecidos, mas sabendo que Ian estava lá com ela tornou
suportável.
Leda suspirou. Ela não tinha sentido esta tristeza desde que sua mãe havia falecido há
cinco anos. O seu pai tinha morrido no seu barco de pesca fora de Orkney quando ela era uma
criança, então ela não se lembrava dele. Nos anos desde então, porém, a morte tinha visitado o
clã de MacGregor suficiente para durar por muitas vidas. Ian apertou sua mão, puxando-a
contra seu lado enquanto caminhavam para o carro. Leda olhou para seu perfil bonito, tendo
um grande conforto da sua bondade.
Ele ajudou-a no banco de trás do automóvel e deslizou para o assento ao lado dela, e
uma vez mais colocando o braço sobre seus ombros. Ela permitiu a sua cabeça descansar contra

13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
o ombro dele. Ele levantou sua mão aos lábios e beijou-a. Ela prendeu a respiração enquanto o
motorista partia para a estrada.
O corpo de Ian contra o dela era quente e forte, fazendo-a sentir como se, talvez, as coisas
realmente estivessem certas. Ela virou-se, aconchegando mais contra ele, desejando que
pudessem manter um passeio para sempre, apenas como este.

Capítulo Dois

Tarde da noite, Ian passeou em seu quarto como um animal enjaulado. Ele desistiu de
tentar dormir cerca de quarenta minutos antes, quando percebeu que ele precisava tentar curar
a fenda no relacionamento entre as duas pessoas mais importantes na sua vida rapidamente.
Pobre Leda. O olhar de sofrimento nos olhos dela era insuportável. Caity tinha sido uma
querida amiga para ela, e ele não poderia imaginar o que sentia Leda por suportar um momento
de culpa pela morte dela. Esta manhã, quando ele a puxou para a casa e viu, uma onda de
proteção como ele nunca sentiu antes tinha dominado ele.
Quando foi ao escritório de Duncan e viu a condição em que estava e as palavras de
culpa que ele tinha usado para Leda, ele tinha entendido por quê.
Sim, Duncan estava de luto e dor pode afetar a mente de uma pessoa e no coração de
certas maneiras, fazendo-o sentir o ódio que normalmente não existia. Mas o pensamento de
Duncan odiando Leda fez pânico a Ian. Tendo Duncan e Leda, aqui juntos desde sempre tinha
sido um parâmetro, um porto seguro para ele todos os anos que ele passou colégio e, agora, em
Oxford. Uma casa pacífica com as pessoas que ele amava, tinha feito o ano longe suportável.
Todos estes anos, ele ainda ousar pensar que poderia um dia voltar e viver com eles, mesmo
quando se casasse. O ódio poderia separá-los.
O pânico aumentou e intensificou. No início da noite, ele resolveu esperar alguns dias
para falar com Duncan, para ver se ele recuperou alguma racionalidade. Mas não podia esperar.
Ian tirou seu robe de onde foi atirado sobre uma cadeira, encolhendo os ombros nele, e
partiu para o escritório de seu irmão. 14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

*****

Leda virou e revirou em sua cama. Ela temia a possibilidade de adormecer e lutou com o
seu desejo de correr para Ian por o conforto. Desde que Cait tinha morrido, ela tinha pesadelos
com os gritos de Cait e com a criança natimorta, ou tinha sonhado com Duncan. De qualquer
maneira, ela temia o estado inconsciente. Com Ian aqui, ela sentiu que tinha alguém a quem
recorrer, com seus medos.
O pouco de carinho que Ian tinha dado só a tinha feito faminta por mais, e ela viu-se
desejando que ele viesse para seu quarto e a segurasse. Ele a tinha confortado e ajudou-a a
sentir-se menos como um monstro. A necessidade a oprimia após os últimos dias de tormento
emocional.
Ela passou alguns outros momentos se torturando e debatendo-se para despertar-se. Ele
viajou todo o caminho da Itália, para estar aqui a tempo para o funeral. Talvez ele não quisesse
que ela o importunasse no meio da noite.
Finalmente, ela decidiu ver se ele estava acordado. Só olharia debaixo da porta. Se a luz
estivesse acessa, ela bateria. Caso contrário, iria voltar para seu quarto.
Ela se levantou, vestiu seu agasalho e chinelos, e saiu de seu quarto.
O corredor grande escuro em silêncio. Ela caminhou ao longo do corredor oriental de
veludo, atravessando a parte aberta do corredor que dava para a escadaria principal da ala
onde eram os quartos de Duncan e Ian.
Ela parou na porta de Ian, com a mão pronta para bater, quando percebeu que a porta
estava ligeiramente aberta. Seu corpo tenso, ela ouvia. O quarto estava escuro e muito tranqüilo.
Ela ouviu o som de sua respiração. Seu coração acelerou. Ela sabia que era inadequado para ela
estar aqui. A consciência disse para voltar para o quarto e esperar até a manhã para vê-lo. Mas
não podia esperar. Com a mão trêmula, ela empurrou a porta e entrou no quarto.
Permitindo que seus olhos se habituassem às sombras, viu o contorno da cama de dossel
ao luar que filtrava através da janela grande, encortinada. Ela se moveu um pouco mais perto,
escutando atentamente qualquer som.
Parou na beira da cama e olhou para a roupa de cama desarrumada. Ele não estava lá.
Não devia ter sido capaz de dormir, tampouco. O desejo de encontrá-lo sobrecarregando ela,
impelindo-a do quarto, de volta para o corredor e descer as escadas. Quando chegou ao fundo
da escadaria, ela estava de pé, escutando nas sombras silenciadas.
Em momentos, o som de vozes foi levado a ela através do ar e andou suavemente nessa
direção. Ele a levou até a porta do escritório de Duncan, que estava ligeiramente aberta, uma
fatia de luz derramava no corredor. Seu coração deu uma guinada e decepção a oprimiu.
15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Não haveria nenhuma chance de ver Ian enquanto ele estivesse com Duncan. Inclinando
seu peso contra a parede, suspirou. Uma sensação de pressentimento lhe disse para voltar, mas
não podia ir embora. Foi à elaborada porta, onde ela estava ouvindo a voz de Ian, se sentido
mais segura e confortável apenas por estar perto dele.
Ela permaneceu do lado, de costas pressionadas na parede, esticando para ouvir cada
palavra, embora soubesse que não deveria estar fazendo isso. As vozes de Ian e Duncan
alcançaram o corredor. Seu sangue gelou quando ouviu o seu nome.
— Você tem que deixar de culpá-la, Duncan — Ian disse.
Sua pulsação começou a correr e ela ouvia, rebitando.
— Isto não é de sua conta. — A voz de Duncan era um rosnado baixo e Leda detectou
uma injúria, em seu discurso. Ele havia bebido.
— Você sabe tão bem como eu que a saúde de Cait era ruim. O médico em Edinburgh,
disse do risco de tentar ter um filho.
Duncan elevou sua voz.
— Eu lhe disse que prestasse atenção a seu próprio negócio.
— Ela é uma boa alma, doce e gentil. Você sabe que ela não é culpada.
— Eu não sei, ela é a culpada, Ian.
— Sim, você sabe. Isto é seu pesar falando. Você precisa dizer a ela.
— Eu não farei coisa nenhuma.
Leda estava tomando fôlego, de repente se sentiu constrangida e começou a suar, apesar
do frio no ar.
— Sua mãe cuidou do nosso pai, assim como Leda cuidou de Caitlynn. O que você vai
fazer, vai mandá-la a Orkneys de onde ela veio?
— Claro que não, — Resmungou Duncan. — Ela é uma MacGregor. Eu não abandono
meus próprios.
— O modo como você está tratando dela é abandono. Deve-lhe mais do que isso.
Duncan não respondeu.
— Os arrendatários a amam — Ian continuou quando Duncan permaneceu em silêncio.
— Ela se preocupou com cada um deles quando eles ficaram doentes. Deus sabe como ela
ajudou a tornar as suas relações com eles um inferno de muito mais fácil.
— Vamos ver como eles se sentem sobre ela quando ela deixa um dos seus morrerem no
parto.
Ela gritou involuntariamente às palavras de Duncan, enquanto submergindo a resposta
de Ian. Ela voou para longe da porta, sem saber onde estava indo até que ela se encontrou na
cozinha escura. Esbarrou em uma grande mesa trabalhada de carvalho em frente à lareira e
dobrou, sacudindo por soluços. A última declaração de Duncan soou em sua mente. Ela apertou
sua boca para evitar que o choro despertasse toda a casa.
De repente, a luz elétrica acendeu. Ela olhou para cima. Através do borrão de suas
lágrimas viu Ian na porta. Ele estava de pijama e roupão.

16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Sem hesitação, ele caminhou e puxou-a em seus braços. Leda caiu contra ele, escondendo
o rosto contra o material macio de seu robe.
— Não, não — Ele sussurrou, acariciando os cabelos dela.
— Eu sinto muito! — Leda sufocou entre soluços, agarrando os punhos das mangas de
Ian. — Oh, Deus, me perdoe.
Os braços de Ian apertaram ao redor dela, segurando ela. Ela sentiu os lábios
carinhosamente em seu cabelo.
— Vai dar tudo certo, pequeno cisne. — Ele murmurou contra seus cabelos. — Apenas
deixe sair.
Leda agarrou-se a ele, tremendo e chorando, até que não tinha mais lágrimas.
Quando se acalmou, Ian segurou-a delicadamente para longe dele. Seus lábios formaram
um pequeno sorriso.
— Você não deveria espiar, Leda. — Ele disse, com uma pitada de humor. Limpou as
lágrimas com o polegar, em seguida, enfiou a mão no bolso do roupão. — Aqui, — Disse ele,
segurando um lenço. — Está limpo.
— Obrigada. — Leda aceitou o pano e limpou os olhos. — Eu... Eu não queria
bisbilhotar. Eu estava procurando por você.
— Ah, eu vejo. — Ian deu um apertão nos ombros dela. — Bem, você me encontrou. —
Ele sorriu novamente.
— Venha aqui e sente-se. — Ele a levantou de forma que ela se sentou na ponta da mesa
grande.
— Eu sinto falta de Cait, Ian. — Ela fungou, pressionando o lenço no nariz.
— Eu também. — Ian esfregou delicadamente os braços. — Ela era especial.
— E se eu... — Ian apertou seus ombros, cortando-a.
— Não há E se ao menos, Leda. — Sua voz era firme. — Você fez tudo que podia. Sua
saúde era pobre. Você sabe disto, não é?
Relutantemente, ela concordou surpreendida com a forma séria, escura dele.
— Sim. — Ela murmurou. — Eu apenas queria que Duncan não me odiasse.
— Ele não te odeia. Ele está angustiado. Não sabe o que está dizendo.
Suas palavras trouxeram um raio de esperança.
— Você não acha que eu devo partir?
Para sua surpresa, um olhar de medo nublou seus olhos.
— Absolutamente não! Não se atreva a sair.
Ele escovou os dedos polegares para frente e para trás sobre seus ombros. — Glenparry
não seria um lar sem você aqui, Leda. Pelo menos não para mim.
Ela olhou para ele.
— O que você quer dizer?
— Você me ouviu. — A escuridão deixou seu rosto, substituída por um sorriso gentil. —
Eu ainda me lembro daquele dia que você e sua mãe chegaram aqui de Orkney. Pai estava tão
doente, e Duncan estava pensativo como de costume. Você foi como um raio de luz neste lugar.
17
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Ele olhou para ela por várias batidas de coração. — Estar na escola sempre foi difícil e muitas
vezes solitário. Mas voltar aqui foi difícil, também. Eu comecei a sentir que eu realmente tinha
um lar aqui por causa de você.
A confissão de Ian trouxe lágrimas frescas. Ela sempre soube que ele estava apaixonado
por ela, mas ela nunca havia conhecido muito para saber o quanto estar aqui tinha significado
para ele. Ela sempre pensou que era a única que se sentia dessa forma.
— Ian, obrigado. — Ela estendeu a mão e abraçou-o. Ian a apertou.
— Você é querida, pequeno cisne. Desculpe-me por não ter dito tudo isso para você
antes.
Leda suspirou profundamente, aconchegando-se contra ele, com as mãos espalmadas em
toda a volta de Ian.
De repente, seu contentamento foi substituído por uma consciência aguda dos músculos
rígidos debaixo de seu toque. Um rubor se expandiu em seu rosto e garganta, sua respiração
aumentou ligeiramente rouca.
Seu toque a enfraquecia. Espirais súbitas de calor a percorriam, sussurrando em seus
seios e abaixo, em seu sexo. Ela acalmou, com as mãos descansando sobre suas costas, que
agora subia e descia mais forte também. Para sua decepção, Ian lentamente desprendia-a do
abraço. O tom dourado de sua íris tinha escurecido e suas pálpebras estavam pesadas.
Afastando-se ligeiramente e pigarreou.
Seu habitual sorriso travesso veio nos lábios, embora parecesse forçado, e seus olhos
pareciam incomodados.
— Será que Fanny ainda tem seu esconderijo?
Ela demorou um instante para registrar a pergunta através de seu embaçamento. Ela
puxou seu robe mais firmemente ao seu redor, perguntando se tinha imaginado a tensão do
momento anterior. Uma lembrança passageira do tempo que ela e Ian tinham achado a garrafa
de uísque anos atrás, enquanto brincavam de esconde-esconde na cozinha a fez sorrir.
— Eu não sei.
Malicia brilhava em seus olhos.
— Espere aqui. — Ele desapareceu na despensa do mordomo onde Leda ouviu abrir as
portas do armário. Ele reapareceu em um momento, segurando o frasco de líquido dourado em
um gesto triunfante. — Mesmo lugar, como sempre.
Seu belo sorriso esparramou em seu rosto, fazendo com que seu coração vibrasse. Ela o
viu ir ao armário e retirar dois copos, que pôs na mesa ao lado dela.
— Isto esquentará você direito, Leda. — Ele abriu a garrafa e despejou um pouco em
cada copo. — Fanny não sentirá falta de algumas gotas. — Ele lhe deu um copo e sustentou o
seu. — Aqui está, dias melhores no futuro.
Leda viu uma sombra de tristeza escurecer o rosto e seus olhos, mas apenas por um
momento.
Ele sorriu e tocou seu copo ligeiramente contra o dela.
— Saúde. — Ele inclinou a sua cabeça atrás e drenou seu copo em um gole.
18
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Cautelosamente, ela tomou um gole do seu. Nunca gostou do gosto picante do uísque e
só tinha tomado medicinalmente. Apesar de sua aversão por ela, a bebida deslizou pelas suas
veias como calor líquido, deixando seu corpo em um estado ligeiramente desfalecido.
Ian colocou o seu copo para baixo e reencheu.
— Venha Leda. Você está ficando para trás. — O humor tocando sua voz.
Ela sorriu e tomou outro pequeno gole. Ian abaixou seu segundo copo e colocou-o na
mesa.
Leda esperou para ver se ele despejaria outro para ele. Em vez disso, ele inclinou-se na
mesa, ficando tão perto dela que parte de sua coxa pressionou contra o quadril dele.
Imediatamente, ela começou a tremer e tomou outro gole de seu uísque, um maior dessa
vez.
O rosto de Ian estava nivelado com o seu e ele olhou para ela. Seus olhos castanhos
tinham escurecido novamente quando ele a estudou.
— Eu nunca vi você com o cabelo solto, a não ser quando nós éramos crianças. — Ele
disse suavemente. Seu olhar percorreu o comprimento de sua trança onde pendia inclinada
sobre o seio direito.
Seu coração começou a galopar e ela se sentiu nua, apesar do revestimento sobre a sua
camisola.
— Não. — Ela murmurou. — Eu acho que não.
Ian alavancou seu peso fora da mesa e apertou um pouco mais perto. Trouxe com ele o
cheiro do uísque que havia bebido, misturado com creme de barbear.
— Posso te perguntar uma coisa?
Seu coração acelerou.
— Claro.
— Alguém veio para casar-se com você? Qualquer pretendente, eu quero dizer
Sua pergunta fez seu coração balançar. Nunca antes ele tinha mostrado qualquer
interesse no seu estado social.
— Para mim? Não.
Ian levantou as sobrancelhas.
— Você está brincando. Eu pensei que certamente haveria vários rapazes rastejando por
você.
Calor inflamou em sua barriga e nivelou para cima de seu pescoço e no rosto. O
pulsando entre as coxas ressurgiu.
— Você é que está brincando, Ian. Eu? Pretendentes? Veja agora. Ninguém quer uma
moça que corre ao redor de poços em calças compridas.
Pensamentos sacudiram em suas feições.
— Ah, isso é certo. — A maneira como ele olhou para ela fez seu batimento cardíaco
subir. Desde que ela tinha crescido a feminilidade, Ian foi o primeiro homem a olhar para ela
com aquele brilho suave que tinha visto nos olhos de Duncan quando ele olhava para Cait,
mesmo na presença dos outros. O quarto começou a se inclinar e sua cabeça nadou.
19
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele estendeu a mão e passou os dedos ao longo da linha de sua mandíbula. Seu toque a
fez tremer agradavelmente.
— Esses artigos não escondem a sua beleza, Leda.
Seu olhar passou sobre o rosto e cabelo dela, como se ele nunca a tivesse visto antes.
— Beleza?
Ele balançou a cabeça.
— Sim. Suas feições são muito suaves. Muito femininas. — O ouro nos olhos dele
escureceu. — Você tinha até me enganado.
Ela engoliu um pedaço do passado súbito em sua garganta.
— Como — O que você quer dizer?
Ian moveu sua mão no cabelo, alisando a palma sobre ele, e tocando o topo da porção de
sua trança.
— Quero dizer, que você é muito linda. — Sua mão descansou em seu cabelo, segurando
a cabeça dela delicadamente. Suas pálpebras cobriram seus olhos que cresceram obscuros.
— Obrigado, Ian. — Sua voz fugiu em um sussurro. Ela mal conseguia falar, a maneira
que seu coração trilhou em seu peito.
Ele continuou olhando para ela.
— Você tem vinte e um anos agora. Por que não tem um pretendente com que sair? —
Você merece um tanto como qualquer outra moça.
— Cait queria que eu tivesse um. Eu sempre recusei.
Ian parecia confuso.
— Por quê? Você poderia ter vestidos novos. Você seria impressionante. Eu garanto que
no mesmo dia você gostaria de ter pelo menos quatro ou cinco rapazes atrás de você.
O pensamento era tão ridículo, ela riu.
Ele franziu a testa.
— Eu quero dizer isto, Leda. Você não quer alguém?
A pergunta surpreendeu-a em silêncio, e ela questionou se fugazmente Ian tinha visto
dentro dela e sabia de seu amor secreto por Duncan. Ela olhou para Ian, cuja mão repousava
sobre seus cabelos. A ternura em seu olhar tão contrastada com o brilho de maldade que
Duncan tinha dado outro dia que lhe enviou tremores por seu estômago e coração. Ian era
agora o primeiro homem que já a segurou em seus braços e disse que ela era linda. Ele
despertou a fome que tinha adormecido dentro dela desde que ela percebeu que seu amor por
Duncan nunca seria correspondido.
Sim, eu quero alguém, ela queria dizer. Alguém que é amável, compassivo, bonito, que me acha
linda e me fale isso. Eu quero você. Ela suprimiu um suspiro. Como ela poderia se sentir assim
quando tinha ansiado por Duncan durante os últimos cinco anos? A resposta era simples. Ian
estava sendo gentil com ela. Ele era seu melhor amigo.
As palavras oscilaram em seus lábios. Ela não se atreveu a falar, embora fossem verdade.
Ian era inalcançável para ela assim como Duncan sempre tinha sido. Como seu irmão, Ian era
um cavalheiro. Ele estudou em Oxford e jogou críquete. Viajou para terras estrangeiras. Embora
20
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
ela também fosse uma MacGregor, Leda conhecia seu lugar, não estava mais no status de um
arrendatário.
Seus privilégios vieram das boas graças de Duncan, como reembolso à sua mãe por ser
enfermeira de Malcolm.
Ela prendeu sua respiração.
— Só... Se ele for... Como você.
Ian pareceu momentaneamente assustado. Algo estranho flamejou em seus olhos, algo
que parecia ser tristeza. Ele riu. — Você pode conseguir muito melhor do que eu. — Ele tirou
sua mão de seu cabelo e encostou-se a mesa, sua mão descansava na superfície, não longe de
sua coxa.
— Por que você diria uma coisa dessas, Ian?
Ele riu novamente e olhou para o chão.
— Eu digo isso porque você merece mais do que eu jamais poderia lhe dar.
Leda ouviu as críticas no seu tom de voz e seu coração doía. Imediatamente ela pensou
que ele quis dizer de seu estado de meio-irmão de criação, o homem que tinha que esculpir seu
caminho no mundo, e provar para si mesmo, porque ele não herdou a propriedade.
Entusiasmada, ela alcançou e colocou a palma da mão contra a bochecha dele, que era
lisa, mas com sugestão de crescimento do que ele iria raspar pela manhã. Com uma leve
pressão, ela lançou um olhar para ele.
— Agora é minha vez para dizer que você está falando bobagem.
Ela olhou para o ouro verde de seus olhos. Para sua decepção, ele parecia muito triste.
Ele colocou sua mão sobre a dela, puxando suavemente longe de seu rosto e abanou a cabeça.
— Não é bobagem, Leda. Eu sei que é verdade.
Sua mão estava quente na dela e enviou uma onda de calor agradável formigando em
seu braço. Ela amava o seu toque, que a fez sentir tão inebriante como o uísque.
— Você é doce e generosa. — Ele disse. — Além de bonita. — Seus olhos a estudaram. —
Você merece um príncipe.
— Eu não quero um príncipe. Você é tão maravilhoso quanto um príncipe. — Sua voz
fugiu em um sussurro. Estava derretendo sob seu olhar. Ela percebeu, com uma guinada de seu
coração que eles estavam discutindo... Estar juntos.
— Você sempre acreditou em mim, não é mesmo Leda? É por isso que eu sempre me
senti tão seguro com você. — Ele se moveu para mais perto, tão perto que podia sentir o calor
de seu corpo. Sua respiração estava irregular. — Eu tenho sido tão cego pequeno cisne. Tão
cego. — Ele estendeu a mão e tocou seu rosto. — Como eu poderia não ter visto você?
Leda prendeu a respiração suavemente. Seu coração bombeando loucamente e ela podia
ouvir seu sangue correndo em seus ouvidos. Sua visão estava turva e ela se sentiu embriagada.
Ian inclinou o rosto dela e apertou seus lábios em seu rosto. Os olhos dela tremularam
fechando no calor doce, sensual que irradiava em sua pele. Com a ponta dos dedos, acariciava
sua outra face.

21
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele descansou os lábios em sua pele por várias batidas do coração antes de levantar o
rosto e olhar nos olhos dela.
O som de um homem limpando a garganta ecoou pela cozinha. O coração de Leda bateu
e seu olhar chicoteou na direção da porta.
Duncan estava ali, observando eles. Seus olhos estreitos mostrando surpresa.
Leda nunca tinha visto Duncan tão descuidado, sua pele tão pálida, ou o cabelo
despenteado, desaparecendo no colarinho branco amassado. Barba escura cobria sua
mandíbula.
Apertou a mão de Ian secretamente ao longo fora da linha da visão de Duncan.
— O que é Duncan? — Ele perguntou, rompendo o silêncio tenso.
A expressão de Duncan era dura e fria em seu rosto antes de cair na garrafa de uísque.
— Dê-me um copo disso, Ian.
— Você já não teve o bastante, meu irmão. — Ian disse suavemente. — Você precisa
descansar.
Duncan oscilou um pouco na porta, equilibrando-se com uma mão no batente.
— Eu sou o único responsável por você, irmãozinho. Não o contrario. — Ian libertou a
mão de Leda e saiu em direção a seu irmão. — Venha, Duncan, eu vou te ver lá em cima.
— Deixe-me, — Duncan rosnou, acenando-lhe a palavra, e quase caindo por causa disto.
— Eu não quis interromper sua festa. — Olhou fixamente para Leda.
Ela sentiu-se encolhida sob o seu olhar furioso e lutou contra as lágrimas.
— Sinto muito, Duncan, — Ela sussurrou.
Duncan abriu a boca para falar, mas Ian pisou entre eles, em pé na frente de Leda como
um escudo.
— Duncan, deixe-a. Ela não está em falta com você.
A boca de Duncan trabalhou no canto, e ele disparou outro olhar duro para Leda.
— Vá para cama, Duncan.
Duncan olhou para ela um momento mais longo, em seguida a Ian. Um som baixo,
mutilado escapou de sua garganta antes que se virou e cambaleou para fora da cozinha.
Assim que ele se foi, Leda deixou suas lágrimas escaparem. Ela cobriu os olhos e
estremeceu.
Ian virou e abraçou-a.
— Está tudo bem. — Ele sussurrou. — Por favor, Leda, acalma-se. — Ele agarrou os
ombros dela e a segurou longe dele. — Ouça-me. Ouça com atenção.
O tom de suplica de sua voz a fez descobrir os olhos e olhar para ele.
— Você não entende por que ele veio para cá em primeiro lugar?
Ela balançou a cabeça, fungando.
— Ele se sentiu mal com o que ele disse. Eu conheço todas as coisas dentro dele, mas
você tem que acreditar em mim. — Ele pausou e o que se parecia medo aumentou seus olhos.
— Leda, eu tenho medo que você vá embora. Eu lhe imploro que não vá. Eu sei que é mais do
que eu tenho o direito de pedir, considerando que eu estou tão longe.
22
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
As palavras dele tocaram-na e fizeram ela se sentir querida.
— Claro que eu vou ficar aqui por você, Ian.
O alívio inundou seu rosto bonito.
— Graças a Deus. — Ele puxou-a em seus braços e segurou-a pelo que pareceu um longo
tempo. Quando se afastou, ele parecia triste novamente. — Leda, eu gostaria que as coisas
fossem diferentes.
— Assim faço eu.
— Não, você não entende. — Ele suspirou e correu uma mão pelo cabelo castanho.
Juntando-se como seda entre os dedos. — Eu não posso explicar. Mas se as coisas fossem
diferentes, se eu fosse diferente... — Ele se calou em silêncio. — Por favor, prometa-me que nós
sempre seremos amigos?
O coração de Leda saltou ao apelo da sua voz.
— Claro, Ian. Eu prometo.
Ian pegou um das mãos e apertou-a aos lábios. Ele segurou-a contra o rosto e olhou para
ela. — Eu vou levá-la de volta lá para cima. — Ele disse suavemente. A lançou e levantou a
garrafa de uísque devolvendo-a a seu esconderijo. Voltou para a mesa e estendeu sua mão. —
Venha.
Leda deslizou para fora da mesa, em seu abraço. O comprimento do seu corpo
pressionando com nada mais que as roupas de dormir entre eles, e ela sentiu uma súbita dureza
contra sua perna. Ian afastou-se rapidamente, olhando envergonhado. Ele pegou a mão dela e a
levou para fora da cozinha.
Leda o seguiu em silêncio, desejando tanto que pudesse ficar em seu quarto com ele.
No topo da escada ele virou para ela, com as mãos sobre seus ombros.
— Amanhã vamos Andar. — Ele sussurrou. — O que acha disso?
Ela olhou para ele. Queria tanto ficar com ele o resto da noite, mas sabia que era
impossível.
— Isso é maravilhoso.
Ele sorriu e inclinou-se para ela, dando-lhe um beijo no rosto. O beijo foi um grito
dolorosamente distante do que ele tinha apertado mais cedo em sua pele. Quando se endireitou,
ele lançou os braços. — Boa noite, pequeno cisne.
Leda fez uma pausa, olhando para ele, esperando que a qualquer momento ele fosse
avançar e beijá-la novamente. Mas ele não o fez.
— Boa noite. — Relutante, ela se forçou a virar e ir para seu quarto, onde deitou com
insônia, como antes. Tudo o que ela podia pensar era Ian. Graças a Deus que eles tinham
amanhã para passar juntos.

23
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Capítulo Três

O corpo pálido e nu de Leda levantou-se para ele. Ela sorriu para à medida que ela deslizou em sua
ereção. Sua pele era deliciosa, tão cremosa. Ela arqueou as costas, empurrando os seios para frente. A
inchação madura inclinada nos mamilos rosa convidou o seu toque. Seus cabelos longos e sedosos, a cor de
areia do mar, caíram sobre os ombros, agradando seu peito nu.
— Ian, — Ela sussurrou, esfregando seus quadris contra ele.
Ele gemia de prazer e a alcançou, colocando uma mão em um dos seus seios. O broto rosa
endureceu sob as caricias dos dedos dele. Um gemido leve escapou de sua garganta e ela inclinou-se para
beijá-lo em uma explosão de felicidade...
Ian despertou de seu sonho, o sangue martelando em seus ouvidos. Transpiração tinha
moldado seu pijama ao seu peito, que se levantou e caiu pesadamente. Ele mexeu, tornando-se
ciente do resultado de seu sonho. Gemendo baixinho, ele deixou sua cabeça cair para trás contra
o travesseiro, esperando que as batidas de seu coração acalmassem. Através de sua janela, o céu
iluminou com a aurora.
Os sonhos molhados eram algo que ele pensou ter deixado para trás na adolescência. A
intensidade do sonho o agitou. Normalmente, poderia ter rido. Mas não podia rir do sonho que
tinha acabado de ter, e não quando envolvia Leda. Ela sempre foi mais como uma irmã para ele.
Até ontem à noite.
Ele gostava do fato que ela era uma adolescente e gostava de explorar e caminhar com
ele. Ele apreciou que ela não cavalgasse em sela feminina e preferisse calça. Quando desejava
uma companhia feminina, havia atrizes e cantoras que ele manteve como companhia no sul, em
Londres e Oxford.
Alguma coisa tinha mudado depois de ontem à noite.
Sentando-se, ele passou a mão pelo cabelo, lembrando o abraço deles, a sensação de sua
pele macia sob seus lábios. Ele a tinha querido tanto, o desejo agitou nele. Ela parecia querê-lo,
também. Mas ele mandou-a para o quarto sozinha, em vez de colocá-la de volta na mesa e tirar
seu roupão e camisola. Isso é o que ele realmente queria fazer nesse momento.
Ele pegou um lenço e enxugou a semente de seu estômago, assombrado pelas
recordações de seu sonho, da pele pálida de Leda e seus seios pequenos, mas firmes, a inchação
encurvada dos quadris e nádegas, e no pequeno triângulo de pêlos escuros visíveis onde seus
corpos estavam unidos. Ele tentou, sem sucesso, forçar para longe as recordações
fantasmagóricas que começaram a deixá-lo duro novamente.
Levou um momento para recuperar o fôlego e voltar para o presente, onde o amanhecer
começava a aparecer pelas grandes janelas no final do seu quarto. No banheiro, ele girou a
torneira e jogou água fria em seu rosto. Preparou as coisas para se barbear, na esperança de se
distrair das imagens assombrosas do corpo esbelto e nu Leda sobre o seu. 24
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Passou o creme de barbear sobre as bochechas, distraído com o desejo de desvendar o
mistério de seus sentimentos. Ontem, quando Leda virou para ele para confortá-lo parecia a
coisa mais natural do mundo. No entanto, quando ela estava em seus braços, tinha sentido isso
também. De repente, ela não era só sua amiga de infância. Era uma mulher. Uma mulher que
precisava dele. Esta moça tranqüila da montanha o fez sentir a força como um homem, algo que
nunca lhe tinha acontecido antes.
Ian correu a navalha sobre sua face e mandíbula. Pensou na impressionante, socialmente
proeminente Helen Montcrieff, que tinha olhado nele recentemente. O pai de Helen era um dos
membros da Câmara dos Lordes e um dos homens mais bem relacionados na Grã-Bretanha. De
repente, a mulher de cabelos dourados com características nítidas que fumava cigarros e
conhecia todos os passos de dança mais recentes empalideceu ao lado da imagem da mulher
que ele há pouco tinha sonhado.
Ian enxaguou o rosto e acariciou-o secando. Ele suspirou e passou o pós-barba. Pegou o
pente e passou através de seus cabelos, seu coração ficando mais pesado com cada batida.
Surpreendido por descobrir novos sentimentos doces, quando teria uma chance para explorá-
los? Um homem em sua posição precisa seguir com o que é importante, a sua carreira, seu
futuro, e continuar seu nome. Como o filho sem-terra, ele precisava esculpir seu caminho no
mundo, construir seu próprio império e honrar o nome MacGregor.
Ele certamente não estava fazendo isso como em Oxford, quando perseguia e conseguia
o que quisesse. E não faria isso vivendo na fazenda com Leda, aumentando vigorosamente,
uma paixão de infância, que ele pensou que superaria em Oxford.
Tornar o nome incluindo o matrimônio certo. Helen Montcrieff tinha declarado sua
simpatia por ele. Ela encarnava o tipo de mulher que ele deveria se casar. Desde que fez
amizade com ela em uma festa há vários meses atrás, ele assumiu que, eventualmente, proporia
casamento a Helen e tiraria proveito do mundo de conexões que ela e seu pai poderiam
oferecer-lhe.
Saber tudo isso não diminuiu seus pensamentos persistentes com Leda.
Leda era uma inocente. Doce e infantil, ela seria devastada pelo mulherengo que ele era.
Ele odiava-se por sua fraqueza, mas sentia-se impotente para parar. Ele encontrou mulheres
bonitas e tomou um grande conforto da companhia delas. Ele sabia que iria desistir de tentar
qualquer coisa para estar com ela, mas era fraco, e se não conseguisse, não podia suportar a
idéia que ela iria se machucar ou perder a fé nele. Não. Ele quis dizer isso com todo seu coração
quando ele disse que ela merecia um homem muito melhor que ele.
Ian viu seu reflexo no espelho do banheiro por um longo momento. Em vez de ver o
rosto barbeado, tudo o que viu foram as imagens de seu sonho. Ele virou-se bruscamente do
espelho e partiu do banheiro, voltando para o quarto para vestir suas roupas de equitação. Ele
despiu o pijama, jogando-o em um canto escuro do armário. No sentido que Audrey ou Angus
não soubessem sobre sua emissão noturna. A fábrica de fofocas dos funcionários escoceses
estava viva e bem. Notícias do seu sonho molhado teriam chegado à casa de campo de cada
arrendatário ao meio-dia no mesmo dia.
25
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele vestiu suas roupas de equitação, tendo um momento para verificar sua aparência. Ele
e Leda tinham montado junto inúmeras vezes ao longo dos anos, mas ele nunca se preocupou
antes com possíveis rugas em sua camisa branca ou calças, ou o polimento de suas botas. Seu
estômago vibrou um pouco quando ele pensou nela enquanto abotoava os punhos da camisa.
Ian dobrou sua camisa e a fivela do cinto. Uma angustia apertou-lhe o coração com o
pensamento de ver Leda em apenas alguns momentos. Ele suspirou o peso da impossibilidade
de sua vida. Vê-la hoje só tornaria mais difícil, mas ele tinha que fazer. Pelo menos eles teriam
pouco tempo para andar a cavalo juntos antes que ele a deixasse.

*****

— Aqui é um bom lugar. — Ian olhou Leda, observando sua resposta. Ele queria nada
mais do que se sentar-se perto dela no sol aquecendo a grama. A vontade aumentando plena e
abundante dentro dele como flores silvestres.
Ela concordou e trouxe Racer, seu puro-sangue castanho premiado, e parou. Leda
conduzia Charlotte, sua égua cinza a uma paralisação. Ele e Duncan deram Charlotte a ela em
seu décimo sexto aniversário.
Ian desmontou e foi até Leda para ajudá-la a desmontar. Ela era uma ótima amazona e
não precisava de ajuda para descer, mas essa era a desculpa para ele tocá-la. Ela não usava um
casaco e ele colocou as mãos em sua cintura fina quando ela desceu seu traseiro escovando
levemente sua frente quando ela desceu da sela.
No contato intimo, as imagens do seu sonho inundaram sua mente. Ele começou a
adquirir uma ereção e abafou um gemido, afastando-se rapidamente para que ela não notasse.
Lutou contra o impulso de puxá-la contra ele e pressionar os lábios em seus cabelos
macios, no qual ela tinha feito seu coque habitual acima da nuca. Sua vontade era tirar um ou
dois dos grampos do cabelo para vê-los em cascatas sobre os ombros.
— Vamos sentar. — Disse ele, ao ouvir o tom de sua voz rouca.
Os cavalos abaixaram seus focinhos imediatamente na grama, pastando pacificamente.
Ian conduziu Leda a poucos passos de distância de um ponto ensolarado. As nuvens do dia
anterior tinham desaparecido, deixando alguns flocos brancos macios no céu azul.
Ele tirou o casaco de equitação e começou a espalhar na grama como um cobertor.
— Não faça isso Ian. — Leda deteve-o com uma mão delicada em seu braço. — Você vai
arruinar seu casaco que tanto gosta.
Seu toque aqueceu o seu sangue e ele forçou um sorriso leve.

26
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Você é uma dama. — Ele disse colocando o casaco como um adorno. — Uma dama
não se senta no chão puro. — Ele pegou a mão dela. — Agora se sente. — As bochechas pálidas
de Leda avermelharam rapidamente quando as mãos deles se tocaram.
Ele se juntou a ela no chão, o mais próximo quanto podia ousar. Um silêncio tenso
constante entre eles, substituindo a camaradagem habitual que eles compartilhavam.
Aparentemente, a noite passada na cozinha havia afetado isso também.
Ian estendeu o braço e arrancou uma folha de grama para distrair-se, o seu estomago
baqueou e agitou. Nenhuma mulher jamais havia feito ele se sentir assim nervoso antes, como
um menino. Ele mastigava distraidamente no fim da longa folha de grama.
— Você está bem Ian? — A voz de Leda cortou a tensão entre eles, e ele se virou para ela,
inclinando-se para trás em uma mão. Seus olhos estavam cheios de preocupação. Ele prendeu a
respiração. Como ela era linda.
Ela não era surpreendentemente bonita como Helen ou como as atrizes que ele sempre
preferia, mas sua beleza brilhava na força tranqüila de seus traços suaves.
Pela primeira vez, ele percebeu a ligeira subida do nariz dela, o beicinho dos lábios, o
resplendor de rosa em seu rosto. Mas o mais encantador de tudo foi os olhos com seus cílios
longos, olhando para ele com amor e fé. Da maneira que um homem queria que uma mulher
olhasse para ele.
Dor cortou o seu coração, quando ele pensou em como ela ficaria desapontada se
soubesse a verdade sobre ele.
— Eu estou bem pequeno cisne. Estou mais preocupado com você. Você quase não disse
uma palavra no café da manhã.
Ele girou o pedaço de grama entre seus dedos, um pequeno movimento que o impedia
de puxá-la em seus braços como queria. Ele suspirou.
— A ultima vez que a visitei, você tagarelou sobre todos os acontecimentos no vale
inteiro por todo tempo que nós tínhamos terminado o nosso chá.
Suas palavras foram recompensadas com um leve sorriso. Os olhos marrons suaves dela
estavam cheios de tristeza.
— As coisas são tão diferentes agora. — Ela disse calmamente. Seu coração deu uma
guinada e ele concordou, aparentando calma, torcendo o pedaço de grama em uma série de nós.
— Eu sei.
— Se você quer saber o que eu estive pensando, vou lhe dizer. — Seu estômago deu um
salto. Ele provavelmente não devia saber, mas ele tinha que fazer isso. Ele precisava saber o que
ela sentia.
— Por favor, me fale. — Ela olhou para ele da mesma maneira que uma brisa chicoteou
uma mecha solta de cabelo em seu rosto.
Isto era tudo o que ele poderia fazer para não pegar e empurrar a mecha de cabelo atrás
de sua orelha. Ela olhou para baixo.
— Eu gostaria que você não partisse tão rápido.

27
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele suspirou com seu desespero aprofundando. O fato de que seu desejo correspondesse
sua própria vontade só fez piorar.
— Eu também. — Ele murmurou. — Mas a educação de um cavalheiro não está completa
sem curso europeu. Então, ainda tenho que ir para a Itália. — Ele não conseguia manter o tom
de amargura em sua voz. Seu estômago apertado, sabendo que agora tinha ainda mais razões
para ir embora o mais rápido possível. Se ele ficasse, não poderia se manter longe de Leda. —
Não se preocupe, pequeno cisne, eu vou fazer com que Duncan se comporte.
Leda franziu a testa.
— Não é por isso que eu quero que você fique aqui. Você não precisa me proteger. — Ela
olhou para ele, e então vacilou. — É porque sempre sinto sua falta quando você está fora. —
Ian jogou o pedaço de grama fora e olhou para o perfil dela. — Eu sinto sua falta também Leda.
— Mais uma vez, ele imaginou como ela tinha estado em seu sonho, nua e sorridente, ela se
uniu com seu corpo, os cabelos macios caindo sobre os seios em ondas de seda.
Ele engoliu nervosamente, suas entranhas e mente agitando-se. Precisava fugir antes que
cometesse um erro terrível, mas não podia se mover, enraizado pelo seu desejo pela intimidade
com ela.
— Leda, eu posso... Pedir-lhe uma coisa?
— É claro que pode. — Ele mudou seu peso no chão. — Será que eu... Eu só quero... Ver
o seu cabelo solto. Você se importa?
Ela sorriu timidamente, o rosa em seu rosto aprofundando.
— Claro que não. — Ele assistiu ela tirar as luvas de equitação, percebendo as suas mãos
pela primeira vez. Ela mantinha as unhas curtas, e os dedos pareciam delicados e fortes, e úteis.
Ela trouxe ao mundo crianças com essas mãos. Ele não se esforçou para imaginar os dedos
graciosos vagando sobre sua carne nua.
Ela tocou atrás de sua cabeça e puxou os grampos. Ele percebeu os seios pressionando
contra a blusa branca. No momento seguinte, o cabelo dela caiu em ondas de areia soltas pelas
costas e nos ombros, e o fim dos fios enrolando torneados abaixo dos seios.
Ian prendeu sua respiração. Imediatamente lamentou seu pedido. Já, uma ereção
ameaçou protuberância em sua calça. Ela parecia como em seus sonhos. Para ele, ela era a moça
mais bonita do mundo.
Sua mão queimou ao acariciar e afagar o cabelo dela; especialmente na posição onde os
cabelos dela se fechavam sedosos sobre em um de seus seios. Ele não se atreveu.
— Obrigado. — Ele respirou.
As bochechas dela ficaram vermelhas novamente e ela olhou a ele com uma hesitante
expressão.
— Eu posso prendê-lo agora? — Ele acenou com a cabeça incapaz de dizer mais nada.
Viu-a prender o seu cabelo em um eficiente movimento, e metodicamente recuperar os
grampos, um por um, do seu colo. Em outro momento, o cabelo dela já estava enrolado de novo
em um coque.

28
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Quando terminou, ela pegou suas luvas de equitação, brincando distraidamente com os
dedos.
— Você vai cuidar do Racer quando eu estiver fora? — A bonita face de Leda se
iluminou. — Claro que vou. Cada dia se você quiser. — Ele sorriu, apesar de que em seu
interior sentia-se batido e rasgado.
— Eu o levarei para caminhar sempre.
— Ele gostara disso, pequeno cisne. — Seu sorriso desapareceu. — Ele confia em você.
Leda olhou para ele. Ela também parecia muito triste e ele desejava abraçá-la como tinha feito
na noite anterior.
Ele permaneceu imóvel, sabendo que se a tocasse, não seria capaz de parar somente em
um beijo na bochecha.
A saudade nos olhos dela apareceu como uma sirene e ele sabia que tinha que partir
logo.
— Eu acho que devemos voltar agora. — Disse ele. Se levantou e estendeu a mão para
ela. Ela aceitou e levantou-se.
Ele pegou sua jaqueta enquanto ela puxou as luvas. Os cavalos estavam onde tinham
deixado, e Ian pegou os dois pares de rédeas.
Mais uma vez ele ajudou Leda a subir em Charlotte, apertando suavemente sua perna.
Quando ela estava na sela, Ian montou Racer e virou a cabeça do cavalo para o vale.
— Quando é seu trem? — Leda perguntou, parando ao lado dele.
Ele olhou para frente.
— Hoje à noite. Depois do jantar. — Ele não contou a ela que havia planejado
originalmente sair na manhã seguinte.
Quando ela deixou o cabelo solto para ele e o olhou com os olhos cheios de amor, ele
tinha sabido naquele momento que tinha que partir. Não poderia passar outra noite na casa sem
fazer amor com ela.

*****

Angus teria que dirigir o automóvel pela estrada a noite. Assim que o jantar terminou,
Leda seguiu Ian e Duncan até a porta da frente. A mesma tristeza pesada das outras vezes que
Ian partiu ao longo dos anos. Só agora a sua habitual tristeza se misturou com confusão. Ela
sempre olhou para ele como um irmão mais velho, um companheiro que gostava de fazer
caminhadas e explorar o vale com ela. Ontem à noite, algo havia mudado, e ela havia
experimentado o mesmo desejo intoxicando nela como já tinha sentido por Duncan. Como
29
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
podia ser isso? Como ela poderia ter amado Duncan todos estes anos e, em seguida, assim de
repente sentir o mesmo por Ian?
Apesar de sua decepção horrível por Ian estar partindo, ela também sentia certo grau de
alívio, quando era incapaz de resolver a confusão de desejos e emoções emaranhados dentro de
seu sofrimento com a aflição por Cait e Duncan.
Ela viu os irmãos apertarem as mãos. Jogando um olhar para a expressão de Duncan, ela
sentiu que ele também queria que Ian ficasse. Seu coração vibrou quando Ian liberou a mão de
Duncan e virou-se para ela, deixando seu irmão, os olhou profundamente.
Eles estavam de pé, de frente um do outro. Leda inclinou a cabeça para cima para olhar
nos olhos de Ian.
Seu olhar percorreu em cima de seu rosto e cabelo, através de sua blusa, suéter e saia.
— Você deveria usar vestidos e saias, pequeno cisne. — Ele disse suavemente. — Você é
uma moça bonita.
Ela sentiu o calor pelo rubor em seu rosto e olhou para Duncan, desconfortavelmente
ciente dele atrás dela. Ele ficou a observá-los, os braços cruzados em sua pose.
Ela virou-se para Ian.
— Quando você vai voltar? — Ele colocou uma grande mão em seu ombro e apertou. Ela
amava a força suave em seu toque.
— Assim que eu for capaz.
Ela o observou por outro momento, preocupando-se que ele não iria abraçá-la, mas,
felizmente, ele estendeu a mão e a juntou em seus braços, puxando-a para perto. Seu corpo
estava quente e forte e cada fibra dela queria lhe implorar que ficasse com ela.
— Se cuide Leda — Ele murmurou em seu ouvido. Seu hálito quente fez cócegas na pele,
enfraquecendo-a. Ele soou como se estivesse partindo por um longo tempo.
— Faça o que fizer, lembre-se que ele está de luto. Não tome o que ele diz ao coração.
Você não é culpada. Promete?
Ela balançou a cabeça, apertando-o mais firme.
— Eu prometo.
— Essa é minha garota. — Ele olhou para baixo e colocou um rápido beijo em seus
lábios.
O toque foi tão leve e breve, os olhos de Leda voaram bem abertos. Eles se encararam por
alguns instantes e ela assistiu o rubor das bochechas de Ian.
— Leda. — Disse Ian.
Ela olhou novamente Duncan. A carranca em seu rosto e seu medo, e a magia do beijo de
Ian se quebrou.
— Você vai perder o trem.
— Sim. — Gentilmente, ele a libertou e entrou no banco do passageiro do automóvel.
Com o coração batendo e o fantasma dos lábios de Ian na sua boca, ela ficou no cascalho,
acenando até que Ian estava fora de vista.

30
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Puxando o suéter mais firmemente ao seu redor, ela preocupou-se para enfrentar
Duncan, esperando que ele estivesse olhando para ela com seu olhar acusador. Mas quando ela
se, ele caminhava de volta para casa.
Vamos ver como eles se sentem sobre ela quando ela deixar um dos próprios morrerem
no parto.
As palavras de Duncan da noite anterior soaram em sua mente, arranhando seu coração.
Ela abafou um grito de angústia e caminhou rapidamente em direção a casa, os sapatos
mastigando no cascalho. Duncan já tinha desaparecido no interior, provavelmente se trancando
em seu escritório, como tinha feito desde que Cait morreu.
De volta em seu quarto, ela se jogou na cama. Suas lágrimas molharam a colcha. De
repente, uma mão suave tocou seus cabelos.
— Leda. — A voz de Audrey foi reconfortante. Ela acariciou o cabelo de Leda enquanto
ela chorou.
O toque de Audrey a acalmou. Ela virou-se e olhou para sua amiga.
— Eu não posso fazer mais isso, Audrey, — Ela disse.
— Fazer o que, Leda? — Sua mão nunca parou a suave caricia nos cabelos de Leda.
Ela fungou, golpeando seu rosto molhado com a palma da mão.
— Partos. Eu não posso fazer. Eu não quero matar outro ser humano, nunca mais.
— Você não matou ninguém Leda — Audrey disse num tom maternal. — Isso é uma
completa tolice. — Ela puxou um lenço limpo do bolso do avental e começou a enxugar as
lágrimas do rosto de Leda. — Todo mundo sabe a verdade. John nos disse. A senhora Cait
estava com a saúde frágil. Ela tomou um grande risco tendo uma criança.
Leda deu um suspiro profundo.
— Ian disse-me o mesmo. É só... Tão difícil de acreditar.
Audrey colocou o lenço na mão de Leda.
— Difícil ou não, é a verdade. Além disso, a mulher do jardineiro está de sete meses e
meio. Ela vai precisar de vós.
— Elizabeth Adams pode ajudá-la. Eu não sou a única parteira no vale.
Audrey estendeu a mão e empurrou para trás um bloqueio errante de cabelo de sua
amiga.
— Você sente deste modo agora porque é tudo tão recente. Dê tempo ao tempo, Leda. —
Ela alisou o cabelo dela de volta de uma forma maternal. — Agora, hora de seu banho.
Leda pôs a mão sobre Audrey.
— Eu sou grata por você ser minha amiga.
Audrey sorriu.
— Assim sou eu. — Ela se levantou da cama e cruzou para o banheiro. No momento
seguinte, Leda ouviu a água correndo na banheira.
Sentou-se lentamente, levantando as mãos para os botões da blusa. Uma imagem dos
olhos atormentados de Duncan subiu em sua mente, fazendo-a estremecer. Embora as palavras

31
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
de Audrey tivessem sido boas, Leda soube a verdade. Ela nunca poderia fazer o parto
novamente de uma criança, não depois do que tinha feito a Cait.
Não depois que arruinou a vida de Duncan. Ele foi o primeiro homem que tinha amado e
ela o destruiu.

Capítulo Quatro

Início de setembro, 1913.

— Leda, seu cabelo é tão bonito. — As pontas dos dedos de Ian traçaram o comprimento de uma
mecha que se enrolava em cima do seu peito.
Ela seguiu o movimento da mão, uma vez que atingiu o peito nu. Ela prendeu a respiração ao
descobrir que estava nua, mas seu constrangimento derreteu-se rapidamente sob o seu olhar apreciativo.
Ele roçou seu mamilo, acariciando-o com polegar e o indicador. O prazer acendeu na fenda entre
as coxas. Ela gemia baixinho.
— Você está bonita. — Ele sussurrou. — Ele estava vestido, apesar de sua camisa estar
desabotoada, revelando um tórax musculoso, com cabelos castanhos sedosos. Sua carne nua aumentou a
agitada excitação em seu núcleo.
Ian colocou a mão em seu seio, apertando suavemente. Levantando-se, ele esfregou a ponta rosa.
Enviando a sensação de fragmentos de calor através dela. O pulso correu e ela sentiu seu almíscar
feminino se juntando abaixo, onde seus quadris pulsavam. 32
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Alguém bateu na porta do quarto.
— Leda! Leda!
Ian desapareceu. Continuaram batendo. Ela se sentou na cama, abrindo os olhos,
desorientada.
— Leda! — A porta do quarto se abriu, e Audrey estourou dentro.
— É a Sarah Thomas! — Ela voou para a beira da cama em um redemoinho de saias. —
Você tem que vir agora! A criança está pronta! — Ela agarrou o braço de Leda com uma mão e,
com a outra, tirou as cobertas. — Sua bolsa estourou. John e Angus a puseram na cama da
Fanny.
A mente de Leda ficou turva conforme as palavras de Audrey afundaram-se em sua
consciência. O sangue dela esfriou com a compreensão.
— A cama de Fanny? Você quer dizer ela está aqui, na casa?
— Sim. Ela estava trazendo uma cesta de verduras para cozinhar quando aconteceu. Por
favor, venha. Ela está gritando de dor.
Seu coração apertou dolorosamente.
— Devemos chamar a Elizabeth, — Ela disse. — Eu não estou apta.
Audrey voou até a janela e escancarou as cortinas pesadas, revelando a garoa, da manhã
cinzenta.
Náusea agitou o estômago de Leda com visões de Cait e o bebê natimorto passando em
sua mente, como visões terríveis e vivia agora, mais de dois meses depois, como quando eles
aconteceram.
Audrey parou e agarrou Leda firmemente pelos ombros. Seu olhar escuro entediado com
firmeza em Leda.
— Ela não quer nenhum outro, Leda. Ela pediu para você. — Ela a libertou rapidamente
e correu para o guarda-roupa, tirando fora meias, camisola, calcinhas, saia e blusa.
Leda olhou-a enquanto uma cabal realidade assentava.
— Como eu posso?
Audrey colocou as roupas na cama e pegou a bainha da camisola de Leda.
— Você vai fazer bem. Eu estarei com você o tempo todo.
Leda respirou fundo e agarrou as mãos de Audrey, em meados de puxar. Adrenalina
agitou em seu sangue, movida pela necessidade crua de Sarah. Era difícil o suficiente para viver
com ela. Ela não podia virar as costas a Sarah agora.
— Eu vou me vestir, Audrey. Volte escada abaixo e faça uma panela de comfrey 1. Você
vai encontrar as ervas nas minhas prateleiras na cozinha. Ferva água extra e vá buscar uma
pilha de toalhas e lençóis limpos. Certifique-se que ela está confortável e remova sua calcinha e
meias. Eu estarei lá assim que estiver vestida.
Audrey concordou.
— Sim. — Ela deu um beijo rápido na bochecha de Leda antes de apressar-se para fora.

1
33
Tipo de erva usado para fins medicinais e fertilizantes. Suas flores variam do branco e rosa claro ao roxo. Suas folhas e caules
são grossas e peludas.
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda respirou fundo, trabalhando para firmar as mãos trêmulas quando começou a se
vestir.
Ela tirou sua roupa, não se incomodando em ajeitar sua blusa, e saiu do quarto.

*****

O barulho era fraco, abafado pelo tamanho da casa, mas os instintos de Duncan estavam
nitidamente afiados. Ele se sentou na cadeira ao lado da lareira, escutando. Outra noite sem
sono não tinha entorpecido a disciplina ao longo inveterada de manter vigília quando a batalha
era iminente. Se ele não estivesse enganado, ele ouviu Audrey bater na porta de quarto de Leda,
chamando por ela.
Erguendo-se na cadeira em frente à lareira em seu quarto, ele caminhou até a janela. A
luz fora indicou que era aproximadamente sete horas da manhã. Perscrutando na calçada
avistou Angus correndo da casa, um ar de urgência na sua marcha.
Ele afastou-se da janela. Aparentemente, Leda estava sendo chamada para entregar uma
criança, algo que havia acontecido regularmente. Ele passou a mão pelo cabelo despenteado, em
seguida, sobre o queixo com barba por fazer. Tornou-se desconfortavelmente ciente das roupas
amarrotadas, que passou a noite, passeando e bebendo da garrafa de uísque, o companheiro
que raramente parecia deixar a mão dele hoje em dia.
Suspirando, ele foi até a campainha e puxou-a, achando a si mesmo aguardando um bule
de chá e algum café da manhã. John normalmente teria vindo escada acima este tempo para ver
a ele, mas ele ainda não havia aparecido.
Duncan foi até o banheiro fazer a barba e pentear o cabelo. Quando voltou para o quarto,
ainda não havia sinal de John. A ausência do homem mais velho deixou uma sensação estranha
nas suas vísceras. Sem se preocupar em trocar, ele saiu do quarto e correu até a cozinha, que
estava destituída de sua atividade habitual. Na realidade, não havia uma alma
aproximadamente, apesar de uma panela de algo cozido no fogão. Na mesa uma massa de pão,
colocada em uma grande bola, pronta para amassar e uma cesta enorme de verduras frescas
sentou-se na outra extremidade.
Seu estômago tremulou. Algo estava definitivamente errado. Ele olhou em volta e ouviu.
Seus ouvidos detectaram o rumor de uma mulher chorando. Reconheceu os lamentos
mutilados de uma mulher em trabalho de parto. Seguiu a sua direção, encontrando-se a passos
largos na direção do quarto dos empregados.
Ele atravessou a cozinha e desceu a escada que levava ao hall dos servos da residência.

34
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Os gritos ficando mais altos quando ele se aproximava. Assim que virou a esquina, ele
viu o seu faltante servo. John estava fora de uma das portas fechadas, a mão junta, com a cabeça
branca curvada.
Outro grito de dor rasgou o ar, provocando uma avalanche de terríveis recordações.
Duncan quase virou e saiu, mas John tinha ouvido a sua aproximação e olhou para cima.
— Desculpe-me por vosso café da manha, — John disse a ele. — Nós tivemos um
pequeno alvoroço.
Duncan engoliu além do nó em sua garganta.
— Quem está ai?
— Bem, é Sarah Thomas tendo o bebê. Ela veio entregar verduras e sua bolsa estourou.
Senhorita Leda está lá com Audrey e Fanny.
Ele suspirou e olhou para a porta.
— Angus, presumo, foi buscar o marido.
John assentiu. — Sim. — Olhando Duncan com simpatia.
No interior, Sarah libertou uma lamúria que foi seguida por murmúrios de incentivo de
outras vozes femininas.
A barragem de recordações agonizantes continuou a atacar Duncan. A luta de Cait, o
olhar selvagem de dor nos olhos, o sangue, ela segurando os lençóis. Ele alargou uma mão
contra a parede, respirando pesadamente.
— Senhor, talvez queira ir lá pra cima. Esta deve ser uma visão dolorosa para você.
Duncan olhou para ele. De fato, desejou fugir, mas algo o manteve parado no lugar,
alguma necessidade profunda de saber que a criança nasceu viva e que a mulher tinha dado a
luz seguramente.
— Não. — Ele murmurou. — Sarah Thomas é uma de minhas empregadas. Eu vou
permanecer por um tempo.
John olhou para ele desconfiado, e assentiu com a cabeça.
Pouco tempo havia passado quando os sons de um recém-nascido lamentando emanava
do quarto. Alguns minutos depois a porta se abriu e Audrey saiu. A frente de sua blusa estava
manchada de sangue, mas ela estava sorrindo. Seus olhos se arregalaram um pouco quando viu
Duncan.
— É um menino, Mestre Duncan, — Ela falou. — Todo lá, pulmões fortes. E Sarah está
bem.
O coração de Duncan apertou com uma mistura potente de alívio e angústia fresca. Se o
parto de Cait tivesse terminado com a mesma alegria. Incapaz de resistir, ele olhou através de
Audrey para o quarto, pegando um olhar a Leda com o recém-nascido contorcendo em suas
mãos. Cobertas de sangue as mãos e a parte da frente da blusa e saia dela. Ela curvou-se,
delicadamente fixando a criança abaixo em algumas toalhas.
Duncan olhou, paralisado, como ela limpou o sangue da criança e amarrou o cordão
umbilical.
Ele virou-se, a dor queimando seu coração.
35
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— John, eu estarei no meu escritório. Envie meus cumprimentos para o Thomas.
— Sim, Senhor.
Sem outra palavra, Duncan voltou e saiu tão depressa quanto podia fora do corredor.
Uma vez no abrigo de seu escritório, ele passeou freneticamente o comprimento da sala. Sua
dor o perseguindo como o próprio diabo. Suas recordações de Cait em seu leito de morte
misturavam com as imagens frescas da criança viva nas mãos de Leda.
Finalmente, ele desistiu da estimulação e afundou em sua cadeira. Uma garrafa de
uísque quase vazia sobre a mesa na frente dele. Ele pegou, olhou para o conteúdo, em seguida,
atirou-a na fria lareira. Com um tilintar de vidro quebrado, o líquido claro embebeu as cinzas.
Duncan caiu para frente, com o rosto em suas mãos, e chorou.
Finalmente, quando nenhuma lágrima mais viria, ele deixou o seu esgotamento lavar em
cima dele como sua dor tinha feito um pouco tempo antes. Suas pálpebras ficaram pesadas e ele
se inclinou para trás, as pernas estendidas na frente fora dele, com as mãos sobre os braços da
cadeira. Pela primeira vez em quase dois meses, ele sentiu o sono dos mortos, vindo sobre ele.

*****

Quando Sarah estava descansando confortavelmente com sua criança recém-nascida nos
braços, Leda lavou o sangue de suas mãos.
Audrey entregou-lhe uma toalha.
— Eu vou ajudá-la com seu café da manhã — Ela disse.
Leda olhou para ela.
— Você não precisa. Você deve estar cansada mesmo.
Sua amiga concordou enquanto elas fizeram caminho pelo corredor e saíram na cozinha.
— Sim. Eu poderia descansar um pouco.
— Não vou tomar banho agora. — Leda lhe falou. — Eu vou trocar de roupa e sentar
calmamente e depois levar o cavalo de Ian para um passeio.
Audrey concordou.
Leda estendeu a mão e apertou seu ombro.
— Audrey, você foi uma grande ajuda para mim hoje. Como você foi... Com Cait. — Fez
uma pausa e limpou a garganta. — Antes de você ir, eu quero te perguntar uma coisa.
— Sim?
— Será que você... gostaria de aprender? Eu quero dizer, há uma necessidade por mais
parteiras no município, E... Bem... Você tem a força e inteligência.
Os olhos escuros de Audrey brilharam.
36
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Leda, você acha que eu poderia?
Ela concordou.
— Absolutamente. — Era a verdade, e treinar Audrey lhe daria uma razão para
continuar seu trabalho e, em seguida, talvez, a oportunidade para descansar dele. Embora o
nascimento desta manhã tivesse restabelecido a confiança dela até certo ponto, ela não queria
continuar indefinidamente. — O que você acha?
A outra mulher acenou com a cabeça.
— Sim! Eu vou. — Ela lançou os braços em torno de Leda. Obrigado.
Leda apertou-lhe suavemente.
— Não precisa me agradecer. Foram suas próprias habilidades que provaram isso.
Uma vez que elas se separaram Leda marchou cansada para o seu quarto para se trocar.
John trouxe o chá e mingau de aveia, elogiou o trabalho da manhã, em seguida, deixou-a
descansar. Foi só então, quando ela estava sozinha e bebeu um gole do chá em silêncio, que
poderia finalmente voltar seus pensamentos para o sonho que tinha tido quando Audrey a
acordou.
Da mesma forma o seu sonho com Duncan retornou, por isso fez este. O primeiro com
Ian tinha acontecido quando ele tinha partido depois do funeral. As imagens fluíram por sua
mente, mexendo com o corpo dela, embora agora estivesse exausta.
Suspirando, ela tomou um gole de chá. Não admira que tenha começado a sonhar com
Ian. A maneira como ele tinha pedido para deixar seu cabelo solto para ele e depois o beijo que
tinha colocado nos lábios dela antes de partir, a fez ter certeza que seus sentimentos um pelo
outro tinha aprofundado além dos limites da amizade fraternal que sempre compartilharam.
No entanto, depois de várias cartas que não fez qualquer menção dos possíveis
sentimentos dele para ela, ela estava começando a pensar que tinha imaginado a atração entre
eles. Ela havia tido certeza que ele sentia a magia, mas concluiu que ele tinha acabado de tentar
fazê-la se sentir melhor depois do modo que Duncan tinha a tratado.
Leda alcançou o bule e reencheu a xícara. Esgotamento superou e ela estirou-se no sofá,
pronta para cochilar depois que terminasse seu chá. Fazer o parto de uma criança sempre foi
desgastante e ela sempre precisou de várias horas para se recuperar. Seus olhos começaram a
fechar e ela pôs sua xícara e pires para baixo rapidamente, antes de derramar o chá em si
mesma.
Ela pensou em Sarah, descansando com a criança nova em seus braços. Sem dúvida, este
parto de sucesso ajudou-a a restabelecer a confiança. Sarah Thomas era uma mulher forte e
calorosa.
O parto tinha sido bom e bastante rápido, a criança forte e saudável. Se Cait tivesse tido a
mesma saúde, ela estaria viva hoje, e assim, provavelmente, a criança teria nascido. Leda sabia
bem a fundo que não poderia se culpar pela morte de Cait.
Com tantos nascimentos como ela assistiu, ambos com a mãe e com ela própria, ela sabia
muito bem as diferentes condições que afetaram a mãe e a criança. A maioria estava além do
controle de qualquer parteira ou médico.
37
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Lágrimas de alívio aglomeraram os olhos dela e ela se deixou chorar em silêncio por
alguns minutos. Quando começou a cair no crepúsculo de sono, Leda percebeu outra coisa. Se
não tivesse agido como parteira para fazer o parto de Sarah Thomas, ela não teria se deixado
saber a diferença.

*****

Duncan caminhou em direção a Caitlynn, desejo agitando seu sangue.


Estava de costas para ele enquanto olhava pela janela aberta. Uma brisa levantou mechas de cabelo
dourado. Os contornos da figura graciosa, nua sob seu envoltório, mostraram o material fino. O
espetáculo causou em sua virilha um apertão.
Deslizando por trás dela, ele deslizou os braços ao redor de sua cintura, deslizando as mãos para
cima na taça dos seios. Ela gemia baixinho enquanto ele passava as pontas dos dedos sobre seus mamilos,
que pareciam pedras sob sua suave carícia. Seu peso caiu contra ele, esfregando sua ereção crescente.
Fechou os olhos e inclinou-se, pressionando os lábios na carne macia e quente na nuca dela.
— Cait. — Ele sussurrou, apertando suavemente os seios dela.
Seus lábios queimavam para possuir os dela e ele deslizou as mãos longe das esferas macias de
carne a parte superior de seu braço, delicadamente girando-a para enfrentá-lo. Quando ele abriu os olhos e
olhou para ela, os olhos de Cait não eram mais azuis. Um grande par de olhos como os de uma corça o
encaravam. Ele piscou duro, tentando compreender como Cait parecia diferente, a face dela transformada..
Estranho, contudo totalmente familiar. Seus cabelos já não eram mais ouro, era da cor de areia macia. Ele
olhou.
Leda.
Duncan se sacudiu acordado. Olhou ao redor, desorientado. Quando seu olhar caiu sobre
as estantes atrás de sua mesa, ele se lembrou que tinha dormido na cadeira. Os acontecimentos
da manhã fragmentaram as extremidades de sua memória, substituídos pelas imagens
poderosas de seu sonho.
O sonho sempre era erótico, ferventes. Nos meses seguintes à morte de Cait, ele tinha
sonhado em fazer amor com ela. Ele em volta dela, a beijaria profundamente e empurraria o seu
robe fora dos ombros. O artigo cairia no chão e ele empurraria sua amada para baixo no assento
da janela e a tomaria, se deliciando com seus gritos de prazer, a sensação de enterrar-se
profundamente dentro dela.
Só que desta vez.

38
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Sentou-se lentamente, passando a mão pelo cabelo despenteado, em seguida, sobre as
bochechas e mandíbula. Embora tivesse raspado esta manhã, a barba já tinha começado a
sombrear seu rosto.
O fim de seu sonho o debilitou, desencadeando uma onda de culpa e angústia.
Ele nunca olhou para sua protegida de uma maneira sensual, tendo sempre sido
completamente tomado por sua esposa. Um sentimento de traição a Cait agora o atormentava,
fazendo a cabeça latejar.
Espontaneamente, lembrou-se de seu sonho, a sensação dos braços esbeltos de Leda,
como ele os tinha segurado, suas pálpebras pesadas com desejo olhando para ele quando a
virou de frente a ele. Seu cabelo que ele nunca tinha visto solto na vida real tinha fluído
livremente em ondas sedosas, como areia em uma praia.
Ele procurou sua mente para despertar para a possível explicação de porque ela teria
aparecido em um sonho que deveria ter sido com Cait.
Talvez fosse o evento da manhã. Ele se lembrou de Leda, como a tinha visto esta manhã,
segurando o recém-nascido, e a dor que tinha torcido o seu coração e suas vísceras. Ele esperou
por seu ensandecido discurso interno de culpa e ressentimento que acompanhavam os
pensamentos de Leda surgissem, mas não o fizeram. Este nascimento matutino havia afirmado
que ele tinha sabido a verdade desde o princípio. Só não tinha sido capaz de reconhecer a
verdade, até agora.
Ele suspirou. Um fardo havia sido erguido de seu coração, mas ele ainda sofria com o
mais profundo sentimento de solidão que nunca tinha experimentado. Era ainda mais profundo
do que tinha sido durante o seu serviço na Guerra dos Bôeres, longe de sua casa e entes
queridos. Sentia-se ainda mais impotente e desesperado.
A coisa mais estranha foi que ele percebeu que de alguma maneira Leda poderia
entender. Ele passou bastante tempo em sua companhia com Cait para ver que ela era uma
moça sensível, gentil e atenciosa. Ela adorava Cait, e embora não pudesse compreender a perda
de uma amante ou esposa, ela provavelmente foi à única pessoa que sabia que poderia apreciar
sua perda. Lembrou-se de olhar para ela uma vez durante o funeral. A maneira como ela olhou
para trás antes que desviasse o olhar tinha sido cheio de simpatia.
De repente, ele quis a companhia de Leda, calmante. Ela era a única pessoa com quem ele
compartilhou uma forte ligação com Cait.
Ele se levantou para procurá-la.
Como se em sugestão, uma batida veio na porta, que abriu antes que Duncan pudesse
responder.
John entrou com o serviço de chá habitual.
— Onde esta Leda? — Duncan perguntou para o homem mais velho que se aproximava.
John arrumou a bandeja abaixo e começou a descarregar um prato de sanduíches
pequenos, um bule, xícara e pires.
— Ela saiu há pouco tempo para levar o cavalo do mestre Ian para passear.

39
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele começou a derramar uma xícara de chá em silêncio. Empurrou a taça de prata de
cubos de açúcar ao lado do chá. — Ela provavelmente vai estar no caminho de volta para o
estábulo, e em seguida para a cozinha para tomar chá.
Duncan experimentou uma dor aguda de culpa por sua ignorância do paradeiro de sua
protegida.
Aparentemente ela estava cuidando de Racer todos os dias há quase dois meses e esta foi
à primeira vez que ele soube disso.
— Obrigado, — Disse ele distraído, quando John entregou-lhe a xícara. De repente ficou
intrigado sobre como ela havia passado os dias. — E pelas manhãs? O que faz ela?
— Senhorita Leda sobe ao mesmo tempo, que nós empregados, toma seu café da manhã
na cozinha e vai visitar os doentes. — John limpou a garganta. — Ela arrumou suas malas,
depois do que aconteceu a Senhora Cait, Deus a tenha. Nesta manhã, a insistência de Sarah a
convenceu a não fazer.
Duncan parou, inesperadamente aturdiu.
— O que? Fazer as malas?
John assentiu.
— Ela entregou todos os seus pacientes dela para Elizabeth. Sarah não quis ter outra
parteira que não fosse Leda. Uma visão da boa fortuna que ela já estava tão perto. Mas não
havia tempo para esperar por Elizabeth.
Duncan olhou para o fogo, deixando esta informação peneirar em sua cabeça latejando.
Culpa o picou como um espinho. Como ele poderia não ter pensado que sua culpa poderia
afetar a moça tão profundamente? Que tipo de monstro seu sofrimento o tinha tornado?
Remorso o encheu com as acusações de que ele tinha lançado a Leda em seu escritório. O que
ela tinha escutado. Deus, a angústia que ele lhe causou!
De repente, ele soube que teria que concertar de alguma maneira. Se não tivesse nada
mais, tinha que dizer a verdade.
Ele se inclinou, pegou a xícara e pires, e tomou um gole de chá. Suas mãos tremiam e ele
lutou para firmá-las.
— Eu odeio vê-lo em tal estado, Senhor, — Disse John com um aceno triste de cabeça. Ele
colocou a bandeja debaixo do braço. — Eu estava nesta mesma casa o dia que você saiu do
ventre de sua mãe. — Eu ouvi seu primeiro choro.
Duncan olhou em frente para a lareira fria. Outra pontada de remorso bateu.
— Sinto muito, John.
John assentiu.
— Devo dizer para Senhorita Leda que quer vê-la?
— Isso não será necessário. Vou sair e a encontrarei no estábulo.
— Muito bem. — John foi até a porta. Ele hesitou com a mão na maçaneta. — Seja bem
vindo novamente, Senhor, — Ele disse, antes de deslizar fora.

40
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Duncan fixou a xícara vazia e se levantou da cadeira. Olhando pela janela, alguns
movimentos longes chamaram sua atenção. Viu Leda na estrada no final do caminho, sentada
no cavalo de Ian, trotando na direção dos estábulos.
Sombriamente vestida em calças e casaco de lã escura, prendendo-se com dignidade na
sela. O único esguicho de cor veio do rico vermelho e dourado do lenço xadrez de lã, as cores
do Clã MacGregor. O vento frio de outono soprava a franja do lenço como fazia com as grama
seca dos prados.
Os olhos grandes, inocentes, iguais ao de uma corça olharam para ele em sua mente.
Antecipação e culpa agitou de repente dentro dele. Repelindo a imagem, ele caminhou para
fora, ignorando a batida em sua cabeça.
A caminhada para os estábulos no ar de tarde fresca entorpeceu algumas das dores de
sua cabeça. Ele entrou na estrutura de pedra e madeira, impregnada com os cheiros de feno e
cavalo, e avistou o lenço de Leda quando ela se moveu para a baia de Racer. Ela segurava uma
escova na mão, movendo-a em círculos repetidos ao logo do pescoço macio e lustroso do animal
de puro sangue. Racer mastigava satisfeito em um punhado de feno em seu cocho de
alimentação.
Duncan se movia lentamente na direção dela. Mais uma vez, lembrou-se de sua imagem
noturna em seu sonho, os seios quase visíveis sob o material fino. Um nódulo se formou de
repente em sua garganta, quando tudo o que ele desejou dizer a ela escapou de sua mente.
Preparando-se para apagar a cena de sua mente, ele chegou e parou na baía de Racer.
Leda surgiu, fechando o portão suavemente atrás do puro-sangue. Seus grandes olhos
ampliaram quando ela se virou e viu Duncan.
— Duncan! eu não vi você.
Ele viu medo nos olhos dela, e sentiu-se arrependido. Suas amargas acusações vieram à
tona com ele. Ele quis alcançar ela, puxá-la contra ele e lhe falar que estava arrependido. Nesse
momento, porém, ele encontrou-se inexplicavelmente estranho.
— Você não vai sair montando por aí, sozinha. — A declaração veio em um comando
conciso. Ele queria dizer mais, para explicar as suas preocupações sobre machucá-la, mas as
imagens de seu sonho subiram mais uma vez, bloqueando as palavras amáveis com culpa.
— O que? — A pergunta escapou em uma respiração assustada.
— Você me ouviu. Você não dever andar sozinha. — Ele estremeceu intimamente ao seu
tom severo, mas sentia-se impotente para mudá-lo.
— Eu prometi a Ian que...
— Thomas irá acompanhá-la. Eu não quero vê-la novamente fora sozinha. Está
entendido?
— Não, Duncan. — Seus olhos castanhos nublaram com a confusão. — Eu andei sozinha
todos os dias durante os últimos dois meses.
— Isso foi antes.
Fúria apareceu em suas feições. Ela parecia lutar intimamente.

41
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele percebeu que se acabasse de explicar as suas razões, ela iria entender, ainda
encontrando-se também com a língua presa pelas imagens que continuaram voltando à sua
mente.
Finalmente, ela concordou.
— Sim, Duncan. Como quiser.
— Além disso, eu quero saber onde você está e, todos os momentos, quando você sai e
quando você retorna.
Ela franziu a testa.
— Eu fiz alguma coisa errada?
— Eu não disse isso. Tenho as minhas razões. Elas são boas e você não precisa
questionar.
— Desculpe. — Ela o olhou um momento, parecendo incerta. — Estou indo para casa
agora. É... O que você queria saber?
O que ele realmente queria saber era o que ela e Cait discutiam quando estavam juntas.
— Sim. Vou acompanhá-la.

*****

Leda olhou atentamente a Duncan. Os círculos escuros manchavam a pele sob seus olhos
vermelhos.
Seu cabelo, sem corte, revoltou-se em mechas escuras sobre a testa, enrolando sobre a
gola da camisa. Seus lábios estavam secos e pesados cobrindo o rosto pálido. No entanto, o luto
que normalmente assombrava em seus olhos tinha diminuído. Ele parecia triste, mas...
Diferente.
Ela pisou cuidadosamente passando Duncan, com medo de tropeçar em suas próprias
botas. Ele lhe deu um susto, e ela não confiava em suas pernas para levá-la. Seu tutor mal tinha
falado com ela desde o funeral de Cait, exceto para ouvir os seus relatórios sobre a casa, e lá
estava ele, de pé em frente a ela, dizendo que queria saber cada movimento seu. Seu coração
disparou e a transpiração surgiu em suas palmas.
Duncan a seguiu para fora do estábulo e caminhou ao seu lado seguindo a estrada direto
a casa.
— Eu gostaria que você começasse a tomar suas refeições na sala de jantar. — Ele disse
depois de uma curta distância. — Eu pretendo me juntar a você.
Ela balançou a cabeça, consciente dele andando ao seu lado. Apesar de sua condição
atual, ele ainda emanava força e autoridade. O pensamento de se sentar à mesa, vazia, só com
42
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
ele, fez seu coração bater. Ele a culpava pela morte de Cait. Quando a olhou, ela sentiu seu
desprezo. O que diria a ele? Como poderia comer sem derramar a comida ou deixar cair o
garfo?
— Sim, Duncan.
Ele manteve seu olhar em frente.
— Eu não tenho cumprido minha responsabilidade com você recentemente.
— Você está de luto. — Ela olhou para ele e viu seus músculos da mandíbula flexionar.
— Mesmo assim, eu sou responsável por você.
Ela não sabia como responder, de modo que permaneceu em silêncio. Duncan não falou
novamente.
John encontrou com eles na porta.
— Senhorita Leda, uma carta para vós do Senhor Ian. — Ele entregou-lhe um envelope.
A visão da caligrafia de Ian fez seu coração palpitar e ela estava ansiosa para escapar a seu
quarto onde poderia saborear a carta em particular. Olhou para Duncan.
— Vejo você no jantar.
Ele olhou para a carta em sua mão, em seguida, assentiu com a cabeça, os cantos de sua
boca viraram para baixo.
— Não se atrase. — Ele virou as costas, caminhando na direção de seu escritório.
Audrey seguiu Leda na escada e conduziu-a para tomar um banho. Enquanto a banheira
enchia, Leda sentou-se na namoradeira em frente a sua lareira, absorvida na carta de Ian. Ele
estava na Grécia e agora tinha relacionado uma anedota de sua visita à Acrópole, em Atenas.
Ela leu, ansiosamente à procura de qualquer menção de que ele estaria voltando para casa.
Não havia nenhuma. Mas ele disse que sentia muita falta dela. Ela leu do início ao fim,
procurando por qualquer indício do sentimento que ele tinha apresentado no seu curto período
de tempo juntos. Não encontrando nenhum, seu coração doeu. Quanto mais longe ele ia, mais
sentia falta dele. Talvez quando estivessem juntos novamente, ela teria uma chance para ver se
ele retornava seus sentimentos.
Ela derrubou a carta quando Audrey entrou para ajudá-la a se despir para o banho.
— É muito amável de você me ajudar como isto o tempo todo, Audrey, — Disse ela,
quando a jovem desamarrou suas botas.
— Oh, eu gosto de ajudar você, Leda. Você me faz sentir como empregada de uma
senhora real. — Ajudou-a tirar sua calça.
Leda riu esquisitamente.
— Eu não sou muito uma senhora, eu receio.
Audrey bufou nervosa.
— Lá vai você de novo, dizendo coisas como essa. Você me prometeu que ia parar. Você
é tanto uma senhora como ninguém. — Empurrou as mãos de Leda longe dos botões da blusa.
— Viu? Se eu fosse uma senhora, eu manteria minha promessa.
O olhar de Audrey caiu sobre a carta e ela sorriu.

43
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Quais as notícias do Senhor Ian? — Ela deslizou a blusa de Leda fora de seus ombros,
deixando-a somente de camisola, calcinha, e meias.
Leda suspirou quando Audrey conduziu-a para o banheiro e fechou as torneiras.
— Ele está na Grécia.
— Grécia, Audrey respirou. — Que romântico.
O uso da palavra “romântico” causou uma pontada de ciúmes. Se a Grécia fosse
romântica, talvez Ian tivesse encontrado alguém com quem compartilhar isso. Ela odiava se
lembrar dessa possibilidade.
— Eu suponho. Ele escreveu que o vento na Acrópole foi tão forte que soprou seu chapéu
longe.
Audrey riu, seu sorriso em resposta era quente e rico. Ela tirou a camisola de Leda.
Leda colocou a carta para baixo e tirou sua calcinha e meia, enquanto Audrey removia os
grampos de seu cabelo e escovava para fora.
— Eu vou lavar seu cabelo hoje, — Audrey disse a ela, — Então, o molhe.
Leda assentiu. Ela entrou na água quente, afundando-se lentamente. Submergia sua
cabeça, molhando o cabelo para baixo completamente.
Audrey se sentou em um banquinho perto de sua cabeça, colocando um pouco de sabão
em suas mãos e começou a ensaboar o cabelo de Leda.
— O que mais o Senhor Ian disse? Ele está voltando para casa para uma visita?
Leda suspirou de novo, fechando os olhos com a massagem de Audrey em seu couro
cabeludo.
— Ele não disse. A festa de São Miguel começa no final do mês. Eu não sei quando ele
terá tempo. — Ela não conseguia manter a decepção de sua voz.
Audrey parou sua lavagem.
— Você gosta dele, não é?
Leda olhou para baixo silenciosamente.
— Vou tomar isso como um sim. — Audrey retomou a lavagem do cabelo de Leda,
alisando a água com sabão abaixo do comprimento. — Não posso dizer que a culpo, — Ela
prosseguiu.
— Ele é um bom pedaço de homem. — Ela pegou um jarro pequeno, encheu-o na
banheira, e derramou-a sobre o cabelo de Leda. — Então, novamente, o Senhor Duncan também
é.
Surpresa com a mudança repentina na voz de Audrey, ela se virou e olhou para sua
amiga.
Um olhar sonhador roubou os olhos escuros de Audrey.
— Esse é um homem que uma moça quer embrulhar as pernas em volta, — Audrey disse
em voz rouca.
Leda olhou fixamente para ela.
— Eu não sabia que você sentiu dessa maneira.
Audrey sorriu para ela.
44
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— E quem não iria? — Ela encheu a jarra novamente e lavou os cabelos de Leda. — Eu só
posso imaginar a paixão furiosa naquele homem embora... Bem, tudo o que ele tem passado
Deus o abençoe. Por isso, e que a Senhora Cait, descanse em paz, era sempre sorridente?
Leda lembrou-se das coisas que Cait tinha lhe dito sobre a intimidade, e sentiu seu rosto
formigar.
— Sim. — Ela murmurou.
— Eu notei. — Depois de um momento, ela olhou para Audrey novamente.
— E você? Existe alguém?
Audrey sorriu.
— Sim.
Leda olhou para ela.
— Quem?
— Christopher Jones.
— Nosso Christopher? O guarda florestal? — Christopher era um homem grande e
bonito com cabelo loiro.
Audrey concordou.
— Sim. Manda-me várias flores.
Leda riu.
— Será que ele sente o mesmo?
— Sim. Ele não tem teve uma companheira desde que sua esposa faleceu há sete anos.
Ele me escolheu.
— Eu espero que você seja feliz.
— Obrigado. Mas eu disse-lhe se alguma vez nos casarmos, eu quero ficar no vale. Eu
quero estar perto de você, Leda.
Ela olhou para a moça.
— Obrigada, Audrey. Eu sinto o mesmo.
Audrey sorriu suavemente. Ela pegou a toalha molhada e alisou sobre o dorso de Leda.
— Eu tenho muita esperança que o Senhor Ian possa vir para uma visita. — Ela apertou o
pano levemente pingando água na pele de Leda, fazendo-a se sentir mimada. — Eu sei você
sente falta dele.
— Eu sinto. — Ela se sentou calmamente enquanto Audrey recarregava a jarra e
derramava a água sobre seus cabelos e pele pela uma última vez.
No silêncio que se seguiu, ela pensou sobre a estranha visita de Duncan nos estábulos e
os seus pedidos estranhos. Algo nele havia mudado. Seu estômago vibrou com a idéia de
sentar-se na mesa de jantar a sós com ele. O que eles conversariam?
— Audrey, Duncan quer que eu tenha minhas refeições com ele novamente.
Audrey ficou surpresa.
— Oh, sim?
Ela balançou a cabeça, sentindo como várias borboletas haviam sido soltas em seu
estômago.
45
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Audrey colocou o jarro para baixo e pegou uma toalha.
— Eu gostaria que você tivesse me dito isso mais cedo, — Ela disse, segurando a toalha.
— Eu não teria lavado seu cabelo agora. Nós teremos que começar a secá-lo rapidamente!
Leda saiu da banheira e na toalha a espera, que Audrey firmemente enrolou em torno
dela.
— Nós vamos ter que fazer uma bonita restauração de tudo. — Eu vou fazer seu cabelo.
A excitação de Audrey fez seu coração se juntar a ela em seu estômago dançando.
— Por que tanto rebuliço, Audrey?
Sua amiga pegou o comprimento do cabelo de Leda, espremendo o excesso de água. Ela
pausou.
— Bem, da forma como as coisas têm sido aqui... Entre vocês... Eu acho... Que isso deve
significar algo bom. — Ela rapidamente retomou para seu trabalho com toalha secando o cabelo
de Leda. — Agora, eu vou atiçar o fogo da lareira enquanto você se seca. — Ela se apressou
para o quarto antes que Leda pudesse responder.
Pelo calor da lareira, Audrey escovou o cabelo de Leda fora até que ele ficou seco e
pronto para ser fixado em um coque elegante, saindo alguns cachos soltos balançando sobre seu
rosto, ela escolheu uma blusa de cor creme e uma saia cinza escuro para ela.
— Você deve querer mostrar o seu melhor para o Mestre Duncan, — Audrey resmungou
em torno do último grampo. — Pronto. — Ela descansou as mãos sobre os ombros de Leda. —
Você é uma moça bonita.
— Obrigada, Audrey.
Audrey pegou um pequeno frasco de pó facial.
— Tens a expressão de a ponto de enfrentar o pelotão de fuzilamento, — Ela prosseguiu
em tom suave. Esfregou o pó na testa e bochechas de Leda.
— Eu me sinto como tal.
A amiga riu.
— Duncan MacGregor é um bom homem com toda a tristeza que passou. Eu penso que
você não precisa se preocupar. Verdadeiramente. — Ela drapejou um xale cinza sobre os
ombros de Leda.
— Rezo pra que você esteja certa. — O coração de Leda martelava. Ela sempre admirou
Duncan. Ele foi o primeiro homem a capturar seu coração de mulher iniciante. Mas eles nunca
tinham estado sozinhos. Ela nunca tinha tido a oportunidade de conhecê-lo profundamente
como pessoa. Para alguém que tinha desempenhado um papel tão importante em sua vida, ele
ainda era um grande desconhecido para ela.
Mais uma vez, ela pensou sobre se sentar-se à mesa de jantar com ele e perguntou-se
como conseguiria comer.

46
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
*****

— O que Ian disse em sua carta, se eu posso perguntar? — Duncan pontuou sua
pergunta com um gole de vinho. Para seu grande alívio, a mão não tremeu como fez antes, sob
os olhos atentos de John. Parecia que um banho, a barba feita, e uma jaqueta de jantar tinha sido
um longo caminho para aliviar sua condição. Um pouco de remorso ou não tinha magoado.
Leda deslocou-se em seu lugar, evitando olhar direto a ele. Ela limpou a garganta. Deus
o perdoasse por tê-la feito sentir tanto medo dele. Se adivinhasse corretamente, seu estômago
estava tão apertado quanto o dele.
— Ele... Perdeu seu chapéu na Acrópole, — Ela murmurou. — O vento soprou longe. —
Ela pegou o copo e tomou um gole pequeno. Colocou-o abaixo, com os olhos sempre
fixos em seu prato com pato assado intacto.
Ele riu.
— Entendo. — Quando ele olhou para cima, ela estava olhando para ele, de olhos
arregalados. Foi à primeira vez desde que haviam se acomodado que ela olhou diretamente
para ele. — O que é isto?
— Você... Sorriu. — Ela desviou o olhar, parecendo tímida. — Fazia tanto tempo.
— Sim. — Ele murmurou, — Eu pensei que tinha esquecido como.
Ela olhou rapidamente.
— Não havia muito mais na carta, — Ela disse. — Ele não mencionou voltar para casa
antes do prazo de Michaelmas.
Duncan não perdeu a tristeza na voz dela. Ela sempre esperou ansiosamente pelas visitas
de Ian, mas agora havia algo mais. A dinâmica tinha mudado entre eles. Apesar de estar com
um copo, lembrou-se de encontrá-los naquela noite na cozinha, abraçados. E então Ian tinha
beijado-a na boca antes de partir para o trem. Ele ainda lembrou-se das duas expressões de
espanto.
— Ele está se preparando para seu último ano. — Duncan disse, adivinhando a causa da
evasão de seu irmão. Não há dúvida em sua mente, Ian tinha ficado assustado com ele mesmo.
Ele nunca havia visto Ian realmente apaixonado. Isto é, talvez, até agora. — Eu estou certo que
se ele pudesse vir, viria. Lembro-me de meus dias em Oxford. Mal tinha tempo para respirar,
nunca me importei em visitar a família.
Um pouco de luz infundiu em suas feições, e ele não pôde deixar de notar como ela era
bonita.
Seu rosto era delicadamente esculpido, apesar de ter mantido uma força térrea e
dignidade. Seus grandes olhos castanhos refletiam muitas emoções ao mesmo tempo. Começou
a pensar sobre isso, eles sempre tiveram.
— Você realmente acha que é por causa disto?
Ele balançou a cabeça.
47
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Sim, eu acho. — Tomou outro gole de vinho.
Ela balançou a cabeça e olhou de volta abaixo a seu prato. Cautelosamente, ela tomou
uma garfada. Com o canto do olho, ele viu seu mastigar lentamente, pensativo. Ela engoliu e
abaixou o garfo.
— Ele escreve para você? — Perguntou ela.
— Não tão freqüentemente como ele faz para você.
Cor floresceu em seu rosto com suas palavras. Mais uma razão para ficar de olho nela e
Ian.
Seu irmão tinha uma fraqueza por mulheres bonitas, que, até recentemente, não havia
estendido a Leda, que havia sido mais como uma irmã para ele. Mas, considerando seu próprio
sonho mais cedo no início desta tarde, Duncan sabia que as perspectiva de um homem
poderiam mudar em um instante.
Ele assistiu ao jogo suave das velas sobre sua pele pálida e viu-se satisfeito pelo fato de
tranqüilizá-la sobre Ian. Seu amolecimento produziu uma onda de remorso, mais intenso até
mesmo do que tinha estado esta tarde, quando descobriu que Leda estava prestes a desistir de
sua vocação por causa dele. Ele limpou a garganta.
— Leda, John me disse uma coisa esta tarde, eu achei muito preocupante.
Ela ficou visivelmente tensa e abaixou o garfo, evitando o seu olhar mais uma vez.
— O que foi?
— Ele disse que você tinha intenção de desistir completamente da obstetrícia... Por
causa... Do que aconteceu a Cait. Isso é verdade?
Leda afundou em sua cadeira, seus ombros caídos. Ela concordou.
— Sim, é.
Duncan descansou as mãos sobre a mesa, enquanto considerou suas próximas palavras.
— Ele também disse que muitas pessoas pediram-lhe para continuar.
Seus olhos brilhavam agora, e seu lábio inferior começou a tremer.
— É verdade.
Ele abaixou a cabeça. Em seu peito, seu coração apertou como um punho.
—Leda, eu... Eu estou em falta. Eu não quis dizer qualquer uma dessas coisas que disse.
Eu sei que você fez tudo que podia para ajudar Cait. Eu sinto muito por ter feito você se sentir
assim.
Enquanto ele falava, as lágrimas derramavam livremente pelo rosto dela. Um choro
surgiu em sua garganta. Ela cobriu a boca com uma mão. Seu peito arfava violentamente.
Em um movimento rápido ela se levantou. A raspagem da cadeira sobre o chão de pedra
ecoava por meio do refeitório. Sua mão voou para longe de sua boca.
— Sinto muito, — Ela sussurrou. — Eu não queria... — Saias rodaram quando ela virou e
fugiu.
Duncan levantou-se para segui-la, mas um instinto disse-lhe que não. Ele abaixou-se para
trás em seu lugar e sentou-se calmamente, ruminando sua reação. Ele nunca tinha visto ela em
tal estado.
48
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Então, novamente, ela deve ter sofrido horrivelmente nestes últimos dois meses,
acreditando que tinha matado Cait. Meu Deus, será que ele nunca seria capaz de fazer as pazes?
De repente, ele sentiu que não estava sozinho. Olhando para cima, viu John, de pé na
porta, observando-o.
— Você fez a coisa certa, Senhor, — Disse ele. Deixe para o velho mordomo que saber
sobre o seu assunto em todos os momentos oferecer uma opinião sobre isso.
Duncan rangeu os dentes, mas o incômodo foi leve. John era um dos que estavam
pressionando-o sobre Leda.
— Sim. Ele não se sente assim neste momento. — Ele pegou o copo e bebeu o seu
conteúdo, colocando-o quando John se aproximou da mesa. Duncan olhou para ele. — Eu
admito que este é um daqueles raros momentos em que eu estou perplexo a respeito do que
fazer a seguir.
John riu.
— Eu vou dizer, embora eu saiba que você vai fazê-lo em breve.
— Então?
—Dê à moça um pouquinho de tempo para recobrar seus juízos, então vá rastejar um
pouco mais.

*****

Uma hora depois, Duncan percebeu que Leda não iria descer de novo e aventurou-se a
seu quarto com um carrinho carregado com alimentos e um bule de chá. Pensou em seu sonho e
questionou a sabedoria de ir para o quarto em que ela dormia, mas sua necessidade de se
desculpar com ela, cancelou suas dúvidas.
Ele bateu na porta, suas vísceras apertaram, quando ouviu o trinco clicar e abrir alguns
segundo depois.
Leda apareceu na abertura, vestida com uma camisola, xale cinza drapejado sobre os
ombros. Seus olhos se arregalaram ao vê-lo e ela puxou o xale mais firmemente em torno de si.
Seus grandes olhos castanhos estavam vermelhos e inchados, e seu nariz estava vermelho. Seus
cabelos longos, cor de areia pendurados em uma trança sobre seu ombro direito.
— Olá, Leda, — Ele disse. — Espero que este não seja um mau momento. Eu vim trazer-
lhe alguma comida e chá. — Ele indicou o carrinho de serviço carregado com queijo, pão e o
serviço de chá que transportou escadas acima com ele.
Ela afastou-se para admiti-lo, seus lábios curvando-se num sorriso tímido.
— Devo-lhe um milhão de desculpas.
— Ian me disse que era sua dor. Ele disse que você realmente não se sentia assim.
Ele abaixou a cabeça.
49
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Ian estava correto. Mas isso não desculpa o meu tratamento mal com você.
Leda fungou e esfregou no seu nariz com um lenço que tinha agarrado.
Duncan empurrou o carrinho, rolando-o para a área de estar perto do fogo. Eu pensei
que poderia estar com fome. Você não terminou o seu jantar.
— Isso é amável de sua parte. — Ela seguiu para a área de estar e se aproximou do carro.
— Meu estômago está bastante apertado, mas um pouco de chá seria maravilhoso. — Ela
pegou o bule de chá, mas ele pôs a mão sobre ele.
— Permita-me. É o mínimo que posso fazer.
Suas bochechas floresceram um tom de rosa e um olhar de embaraço roubou-a nos olhos.
— Obrigado. — Ela murmurou, sentando-se cuidadosamente no sofá, com as mãos no
colo.
Serviu-lhe uma xícara.
— Você bebe com açúcar? — Perguntou ele, percebendo com vergonha que depois de
todos esses anos, não sabia como ela tomava seu chá.
Ela balançou a cabeça.
— Só um pouco de leite.
Ele preparou o chá que ela gostava e colocou a xícara e pires sobre a mesa à sua frente.
Percebendo que a lareira precisava de um novo tronco, ele examinou cuidadosamente o
fogo e se ajoelhou, sentindo o olhar dela em sua volta quando trabalhava.
Quando teve um vivo fogo queimando, ele voltou e sentou em uma cadeira. Tão logo
Olhou para ela, ela deixou cair o olhar dela e tomou um gole de chá. No fundo, as
chamas estalavam com um assobiou agradável.
— Eu não culpo você por me odiar, Leda, — Disse ele após alguns instantes de silêncio.
Ela colocou seu copo suavemente sobre o pires, que repousava em seu colo.
— Eu não odeio você. Eu... Eu não posso imaginar como tem sido para você, perder
Caity.

*****

Sua compreensão tocou em um lugar profundo dentro dele.


— Tem sido como um afogamento, só o meu coração continua a bater mesmo que eu me
sinta morto.
— Eu sinto tanto, Duncan.
Ele olhou para ela, perguntando como um par de olhos podia segurar tanta compaixão
neles.
— Deve ter sido muito difícil para você também. Eu sei que você amava Caity.
50
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela balançou a cabeça, os grandes olhos cintilantes de lágrimas.
Ele se inclinou para frente.
— Leda, prometa que vai deixar-me concertar as coisas detestáveis que disse. Elas nunca
foram verdadeiras. Os médicos de Cait em Edimburgo, disseram a nós os riscos para a sua vida
se ela concebesse. Eu não queria que ela engravidasse. Recusei-me durante muito tempo. Ela me
implorou.
Ele olhou para baixo.
— Eu precisava recusar. Não havia nada que poderia ter feito diferente. Se tivesse
havido, eu sei que você teria feito isso. — Ele estudou o rosto dela para ver se ela acreditava
nele.
As lágrimas nos olhos dela começaram a derramar.
— Eu Juro que o que digo é verdade.
— Obrigado, Duncan, — Ela sussurrou.
— Você promete? Eu estava louco de dor quando disse aquelas coisas. — Eu culpei-me e
fiz isso também com você.
Leda enxugou os olhos.
— Eu prometo.
Duncan soltou um suspiro de alívio, um pouco da tensão drenado de seu corpo.
— Eu vou fazer tudo que tiver em meu poder por você. Para começar, eu estava
pensando que, após a colheita, a levarei para Londres. Comprar-lhe alguns vestidos novos.
Você nunca foi ao teatro. Vou levá-la. Eu tenho que ver meu advogado de qualquer maneira.
Nós faremos umas férias disto.
Leda colocou sua xícara e pires sobre a mesa.
— Duncan, eu não poderia pedir a você—
Ele se recusou a deixá-la recusar sua oferta.
— Talvez Ian possa se juntar a nós por um dia. Ele pode ir de Oxford. O que você acha?
Ela iluminou visivelmente à menção de ver Ian. Depois de um momento, acenou com a
cabeça, tocando às lágrimas com um lenço.
— Sim, obrigado.
Ele sorriu.
— Leve Audrey com você para ajudá-la. Será um pouco de férias para ela também.
Você é muito gentil.
Ele balançou a cabeça.
— Você é muito amável, Leda, por me permitir fazer reparações. — Pegou o bule e
encheu a xícara que repousava sobre a mesa. Ele colocou o bule para baixo e colocou uma fatia
de pão e queijo em um prato. — Aqui, — Disse ele, entregando-lhe o prato. — Você deve comer
alguma coisa.
Sem dizer palavra, ela aceitou o prato, colocando-o no colo.
— O que fez você mudar de idéia? — Ela perguntou baixinho. — Sobre mim?

51
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Duncan recostou-se na cadeira e suspirou. Descansou seu olhar sobre ela, notando pela
primeira vez de perto como a sua expressão era parecida com a de Cait. Ambas as mulheres
tinham um ar de vulnerabilidade que o tocava e tirava sua proteção.
— Percebi que fui um tolo, não tendo aprendido a lição da guerra. A dor da
desumanidade do homem para seu companheiro quebrou meu coração. O sofrimento
desnecessário por ela causado. E lá estava eu, fazendo o mesmo com você. — Ele balançou a
cabeça. — Além disso, você e eu temos uma ligação especial. Nós dois amamos Cait.
— Sim, nós fizemos. — Ela olhou para ele. — Nós fazemos.
Ele olhou para ela, pensando em como rapidamente e completamente o tinha perdoado.
Ele não conhecia essa lealdade nela e sentiu um profundo respeito.
— Bem — Ele começou depois de vários momentos, — Acho que eu deveria deixá-la
descansar.
Ela tinha começado a mordiscar o pão.
— Você não tomou chá, — Disse ela. — Há uma xícara na bandeja para você.
Ele olhou e viu que John tinha colocado uma xícara e pires para ele. O velho pensou em
tudo.
— Ah, então está aí. Suponho que não é muito tarde para uma xícara. — Ele alcançou o
carrinho e pegou o bule. Colocou açúcar em seu chá, mexeu, e arrumou-se para trás com a
xícara e pires. O silêncio entre eles parecia mais sociável agora.
Prometa que qualquer coisa que aconteça, você não culpará Leda. As palavras de Cait no
leito de morte ressoaram de repente em sua memória. Para sua vergonha, ele percebeu que
nunca tinha realmente cumprido a promessa para ela antes de morrer.
Duncan suspirou e tomou um gole de chá. Pela primeira vez desde a morte de Cait, ele
sentiu alguma medida de paz. Leda, também, parecia mais calma. Nesse momento ele percebeu
por que. Ele tinha finalmente feito e mantido sua promessa para Cait.

52
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Capítulo Cinco

Final de Outubro de 1913

Ian sentou em sua cama, afundando mais. O choque da morte de seu colega de classe
ainda permanecia em sua cabeça.
Ontem à tarde, ele e Charlie tinham andado por todo o quadrilátero de classes, rindo e
brincando, quando Charlie congelou em sua trilha, de repente, ofegante. Ele apertou seu peito,
pouco antes de desmoronar na grama. Em meros segundos, ele parou de respirar.
A finalidade da súbita morte de Charlie era profundamente inquietante e Ian encontrou-
se questionando tudo o que ele achava que sua vida devia ser. Ele passou os últimos dois
meses, esperando a coragem de tentar cortejar Helen como devia, e não conseguia fazê-lo. O
simples pensamento de fazer um jogo para uma mulher que ele não podia sentir mais do que
amizade, fazia a vida se parecer mais sombria do que os mortos do inverno. Sua atração súbita e
esmagadora por Leda ficou clara para ele.
Ele a amava. A amizade que sentia por ela todos estes anos, tinha aprofundado, e
florescido agora em paixão. Ao lado de Duncan, ela era a amiga mais íntima que ele tinha.
Ela sabia de seus defeitos. — A maioria deles. — Assim como suas boas qualidades, e
amava sem dúvida. Ele viu a sua beleza, porque tinha crescido para amá-la tão profundamente.
Ele tinha começado a ver estas coisas depois da morte Cait, mas se tornaram ainda mais
dolorosamente claras depois do que aconteceu com Charlie, ele tinha sido um jovem na sua
idade, aparentemente saudável e vibrante. A Morte súbita de Charlie lhe mostrou que mesmo
um homem, forte e jovem não era invulnerável.
Ian puxou a maioria das cartas mais recentes de Leda do bolso do casaco. Ela estava
muito animada sobre a próxima viagem a Londres e tinha descrito em detalhes as suas
preparações. Mas acima de tudo, ela disse-lhe como ela estava animada em ver ele novamente e
quanto tinha saudades dele.
Pela primeira vez desde que tinha corrido dela, ele se permitiu sentir o quanto a tinha
perdido, também. Quando saiu, ele acreditava que sua ausência iria diminuir a intensidade de
sua atração. Os meses separados haviam feito o contrário para ele. Todos os pensamentos e as
memórias de sua luta agora incorporavam em seu coração. Tudo que ele conseguia pensar era a
suavidade de seus cabelos areia e olhos castanhos, a maneira doce como os lábios curvavam
quando sorria ou viravam para baixo quando ela estava chateada, o modo que ela chorou em
seus braços e o deixou consolá-la, o modo como ela segurou-se sobre ele, não querendo que ele
partisse, seus olhos ardendo de amor e fé nele, a forma como o corpo dela derreteu contra o seu
quando a segurou. 53
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele não podia mais negar o que tinha sido construído em todos estes anos.
Graças a Deus iria vê-la em Londres em menos de uma semana. Ele estava determinado a
contar a verdade do por que ele saiu e não foi mais visitá-la desde o funeral, em vez de fazer
suas desculpas habituais sobre estar tão ocupado com seus estudos. Latim e matemática
empalideciam agora em comparação com o expressar do amor que ardia dentro dele.

*****

Desejo queimava Duncan em seus quadris. Ele puxou Cait novamente, correndo as mãos nas
costas e para baixo ao longo das encostas tentadoras de suas nádegas. Apenas o material fino da camisola
dificultava a sensação de sua carne.
— Duncan, — Ela sussurrou, quando passava seus lábios pelo lado de seu pescoço. Seu perfume
encheu seus sentidos. Lavanda. Ele gemia baixinho contra sua pele.
Olhos fechados, ele arrastou beijos em seu rosto até que alcançou os lábios, que experimentou
profundamente, provocando o canto de sua boca e a ponta da sua língua com a dele. Suas mãos
deslizavam para frente, acariciando seus seios.
— Duncan... — Não era a voz Cait.
Ele abriu os olhos e ficou olhando.
Leda estava olhando para ele através de seu pesado olhar castanho. Seus lábios estavam inchados
por causa de seu beijo.
— Duncan, — Ela sussurrou.
Houve uma pressão em seu braço.
Ele começou e a abrir seus. O rosto de Leda pairava acima dele. Seus olhos escuros
brilhavam de excitação e ela estava sorrindo. Sua mão pequena estava na manga do paletó de
lã. O compartimento do trem em que eles estavam sentados agora entrou em sua consciência.
— Duncan, nós estamos aqui. Estamos em Londres!
Ele piscou com o sonho lentamente, teimosamente enfraquecendo. Ele olhou Audrey
atrás de Leda, tão ansiosa quanto à amiga.
— Londres. É claro. Eu sinto muito. — Ele viu a mão enluvada de Leda escorregar no seu
braço. Levantou da cadeira e seguiu as duas moças no compartimento. Sua atenção permaneceu
ocupada com a recuperação de sua bagagem e encontrar um carro fora da movimentada estação
para levá-los a seu hotel. Depois que Leda e Audrey estavam acomodadas dentro do mesmo,
Duncan pediu ao motorista para levá-los pelas rotas extras passando no Palácio de Buckingham
e na Torre de Londres. Nenhuma das moças foi para Londres antes, e ele queria que eles vissem
tanto quanto fosse possível.
54
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Assistindo a expressão de Leda quando passavam pelas ruas, Duncan não estava
preparado para a onda de prazer que experimentou. Ele não esperava que a maravilha e o
fascínio em Leda pudessem tocá-lo da maneira que fez. Ele observou seu silêncio, a forma como
seu olhar permaneceu fixo sobre os locais de passagem, as pontas de seus dedos com luva
pressionando contra o vidro. A imagem o fez lembrar-se de seu primeiro dia em Glenparry
quando ela entrou no hall de entrada. Para ele, Leda, que ainda estava de olhos arregalados
agarrando à mão de sua mãe quando ficou boquiaberta com as tapeçarias e armaduras que
alinhavam nas paredes revestidas.
Na época, ele não havia apreciado o seu espanto e curiosidade. Ele próprio estava fora
em Oxford e ocupado com os seus deveres como o filho de Malcolm MacGregor, próximo na
linha de sucessão do proprietário de terras. Leda tinha estado apenas um curto período na
fazenda quando ele partiu para África do Sul. Quando voltou, ele tinha lutado para obter seus
pés debaixo dele como um novo civil. Então, seu pai faleceu, e Duncan encontrou-se
sobrecarregado com os seus deveres como lorde e com os preparativos para seu casamento.
Agora, quando ele olhava sua protegida, seu apreço inundou nele, inspirado pelas
últimas seis ou mais semanas desde que tinha pedido desculpas para ela.
Leda deve ter sentido o seu olhar sobre ela, pois se virou e olhou para ele, um sorriso
tímido curvando seus lábios.
Continuou se maravilhando quando eles desceram do táxi e entraram no elegante lobby
do hotel. Com o braço ligado através de Audrey, ela ficou boquiaberta com todos os fofos sofás,
mesas de mármore, fontes e vasos de palmeiras no caminho para a grande escadaria. Ele
andava atrás delas, sorrindo com a forma como elas falavam em sussurros animados, suas
cabeças inclinadas juntas. Ele não podia ouvir tudo o que elas estavam dizendo, mas pegou
pedaços da conversa de que tão colorido o hotel estava em contraste com o interior do
Glenparry, uma mistura sombria de painéis de madeira escura e tapeçarias.
Na porta de sua suíte, ele saiu do caminho para elas passarem.
— Duncan, — Leda respirou, — É tão bonito aqui!
Ele sorriu.
— Estou feliz por você estar contente.
— Estou! — Ela virou-se para Audrey e continuou a explorar a suíte e exclamar sobre o
que elas tinham visto no caminho por Londres.
Duncan dirigiu o porteiro com as malas. Quando terminou, ele se sentou em uma das
cadeiras, assistindo Leda se movendo pela sala de estar, apreciando os suaves tecidos azuis, as
mesas de mogno e mármore, e a lareira.
Ela veio e parou na frente dele.
— Obrigado, — Disse ela baixinho. A oscilação de timidez passou pelos seus traços
delicadamente arredondados.
Sua delicadeza o comoveu.
— Você é muito bem vinda. Mas há mais, — Acrescentou ele, indicando uma pilha de
caixas em cima da mesa baixa em frente ao sofá grande.
55
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela olhou para onde ele apontou, em seguida, de volta para ele.
— Eu sabia que ia chegar muito tarde para comprar um vestido de noite, — Disse ele. —
Então, eu tomei a liberdade de pedir algumas coisas para você para esta noite.
Um profundo rubor rosa floresceu em seu rosto.
— Duncan, isso é... Tão gentil.
Uma súbita pontada de culpa o atacou. Sua gratidão parecia tão abundante em face de
seu tratamento do passado.
— Acredite, Leda, é o mínimo que eu poderia fazer. Vá em frente, abra-os.
Leda tirou seu chapéu e luvas e sentou-se cuidadosamente no sofá. Ela pegou o topo da
caixa. Audrey surgiu de um dos quartos e voltou a ajoelhar-se perto dela para olhar.
Leda puxou a tampa da caixa e tirou os tecidos. Uma caixa pequena de veludo estava
aninhada no interior. Ela puxou-a e abriu, parando sua respiração audível. Em descrença, ela
puxou o colar de pérolas.
— Oh, meu Deus, Duncan, — Ela respirou. Lágrimas deslizaram de seus olhos.
— Bem, que eu saiba você não tem nenhuma jóia.
— É lindo.
— Aqui, Leda, vamos colocá-lo. — Audrey tomou o colar de suas mãos e prendeu-o no
pescoço dela.
Apesar da blusa branca lisa que ela usava, as pérolas acentuaram a curva de seu pescoço
e ele entendeu por que Ian a tinha chamado de “Pequeno Cisne” por todos esses anos. Ele
questionou-se brevemente se seu presente era muito íntimo, mas quando pediu o colar para ela,
ele tinha experimentado o impulso mais poderoso simplesmente de mimar ela. Em todos os
anos que ele soubesse, ela era muito agradecida e aceitava tudo o que lhe era dado, nunca pediu
nada. Em sua mente, ele tinha muito a fazer até para onde a ela concernia.
— O que você acha? — Sua voz era um toque ansioso.
Ele sorriu.
— Combina com você perfeitamente.
Seu sorriso estendeu em seu rosto e ele percebeu, pela primeira vez como graciosamente
seus lábios estavam curvados.
Audrey lhe entregou a próxima caixa.
As bochechas de Leda se avermelharam quando ela meias cor de concha. Colocou
atenção rapidamente para o outro conteúdo da caixa, um par de sapatos de noite e longas luvas,
de cetim.
Ele viu os olhos escuros dela brilharem com mais lágrimas, sua preocupação com a
intimidade dos presentes foi substituída com alívio. Ela parecia adorar tudo o que ele tinha lhe
dado, e ele estava contente de ter sido o primeiro homem a dar a ela tais presentes. Outra
pessoa, talvez, esperaria algo dela em troca. Ele queria apenas fazê-la feliz.
Ela levantou a última caixa no colo e retirou a tampa.
— Oh, Leda, — Audrey sussurrou, quando Leda tirou um vestido de chá de cor creme.

56
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda segurou o vestido para cima, correndo os dedos delicadamente sobre os painéis de
rosas de cetim e rendas aplicadas.
— Você deve experimentar isso agora mesmo, — Disse Audrey, tomando o vestido
ousadamente das mãos de sua amiga. — Deixe o Senhor Duncan ver você nele.
Leda olhou para Duncan, os olhos dela questionando.
— Eu adoraria ver se você se ajusta nele, — Disse ele suavemente.
— Tudo bem. — Ela desapareceu com Audrey, que levou os demais itens de seu
equipamento.
Poucos minutos depois a porta do quarto abriu novamente. Leda estava na porta.
Duncan prendeu o fôlego e endireitou-se no lugar. Seu estômago apertou, da mesma
forma como ficou em seus primeiros dias cortejando Caitlynn. Como ela era bonita!
Leda entrou lentamente em direção à área de estar, segurando a saia do vestido de chá.
As luvas longas enfatizavam os braços finos. O vestido caía sobre ela perfeitamente, acentuando
as inclinações e curvas que tinha visto em seu sonho. As pérolas destacavam a delicada pele do
pescoço, causando que ao seu olhar baixar rapidamente, sobre o painel de renda cobrindo o
tórax, ele poderia ver as inchações delicadas dos seios. Suas mãos apertaram os braços de sua
cadeira enquanto a admirava. Quando Leda MacGregor se tornou uma mulher tão bonita?
Ela ficou na frente dele, a cabeça inclinada, as mãos enluvadas dobradas na frente.
— O que você acha?
— Eu acho que vou ter orgulho de ter você em meu braço na sala de jantar.
Seus olhos arregalaram como uma corça.
— Obrigado, — Ela sussurrou.
Ele engoliu um pedaço do passado súbito em sua garganta.
— Você é bem vinda, Leda. — Levantou-se. — Agora, temos algumas horas antes do
jantar. Eu pedi chá. Por que você não descansa? Faça com que Audrey tenha você pronta as
oito.
— Eu irei, senhor Duncan, — Audrey disse antes que Leda pudesse responder. Com uma
suave mão no braço de Leda, ela levou-a para o quarto.
Duncan voltou-se para ir ao seu quarto. A expressão nublada de Leda permaneceu em
sua mente muito tempo depois que ele fechou a porta atrás de si.

*****

57
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Olhando para seu reflexo no espelho de vestir enquanto Audrey exagerava sobre ela,
Leda quase não havia reconhecido a si mesma. A moça desajeitada em calças compridas parecia
distante, substituída por uma jovem que não ficaria fora de lugar em um elegante salão.
Audrey ficou atrás dela, sem palavras, mas quando seus olhos se encontraram em sua
reflexão, Leda podia ler os pensamentos e sentimentos de sua amiga.
— Obrigada, Audrey, — Ela sussurrou.
Audrey colocou as mãos firmemente sobre os ombros de Leda, apontando-a para a porta
do apartamento onde Duncan esperava por ela. Lentamente, ela fez seu caminho através do
quarto onde estava Duncan devastadoramente belo em seu paletó preto, calça e blusa branca.
Seus cabelos escuros penteados para trás estavam fora de sua testa alta, puxando seu olhar
diretamente para seus penetrantes olhos castanho. Ele parecia muito como estava na primeira
noite, quando capturou seu coração.
A expressão anterior de Duncan de espanto e admiração retornou as suas características
esculpidas e olhos escuros, quando ela saiu do quarto, vestida para o jantar. Audrey tinha
tomado cuidados especiais com os cabelos de Leda, prendendo-os em um coque elegante, com
mechas delicadas penduradas ao longo de suas bochechas.
— Você não poderia parecer mais adorável, — Disse ele baixinho, quando ela veio parar
na frente dele.
Seu estômago e coração vibraram. Apesar dos elogios de Duncan não serem de intenções
românticas, fazia-a sentir-se suave e derretendo por dentro, bem como feminina e elegante.
— Obrigado, — Ela murmurou.
No momento seguinte parecia estranha. Ele avançou e abriu a porta.
— Vamos?
Ela balançou a cabeça e entrou na sala.
Ele fechou a porta atrás deles e ofereceu-lhe o braço.
Cautelosamente, ela escorregou a mão enluvada na dobra do seu cotovelo. Ela percebeu
que era a primeira vez que ela realmente o tocou. Força física emanava dele em sua mão,
fazendo-a um pouco atordoada. Concentrou-se em andar sem tropeçar no tapete de veludo.
Na sala de jantar, Duncan puxou a cadeira para ela, um gesto formal, os dois tiveram
muito tempo dispensando em casa, na facilidade da amizade crescente. Seu relacionamento,
desde suas desculpas, que recentemente começou a perder a tensão que tinha antes. As
conversas eram na sua maioria dos acontecimentos na propriedade e no vale, bem como os
contos das viagens nas cartas de Ian. Eles não se vestiam de trajes de noite e ele não comprou
suas roupas e jóias.
Naquela noite, porém, sentiu-se como uma pessoa completamente diferente, uma mulher
que ela não reconhecia. Duncan, também, lhe parecia um estranho, um arrojado,
impressionante homem bonito que a tinha comprado uma colar de pérolas e olhou para ela
como se ela fosse bonita.
Quando os dois estavam sentados, um garçom se aproximou em um terno engomado.
Ela observou Duncan pedir champanhe, admirando a graça e a facilidade com que ele se movia
58
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
no mundo, ela sentia que suas habilidades faltavam completamente. Ocorreu-lhe, quando ele
pediu muita comida, que não tinha no vale, que ele tinha experimentado quando esteve aqui
antes, uma vida que ela não conhecia.
Quando o garçom se curvou e saiu, Duncan voltou-se para ela. Ao fundo, um quarteto
tocava valsa. Ela sentiu uma onda de timidez dolorosa e sorriu, deslizando rapidamente o olhar
para baixo para o guardanapo de pano artisticamente dobrado sobre o prato chinês em sua
frente. Se ocupou em apanhá-lo e colocá-lo ele em seu colo.
— Você realmente está adorável, — Ela o ouviu dizer.
Imediatamente calor liberou-se em seu rosto e ela olhou para ele.
— Obrigado, Duncan.
Ela queria muito dizer-lhe como ele parecia bonito, mas sua timidez congelou as palavras
em seus lábios.
O garçom reapareceu com uma garrafa de champanhe e duas taças. Leda olhou a
efervescência de ouro líquido que derramou em cada taça.
Duncan pegou sua taça.
— À amizade, — Disse ele, segurando-a para ela.
Seu brinde inesperado fez seu coração tremer e ela levantou a taça, tinindo-o
cautelosamente contra a taça dele.
— À amizade. — As bolhas fizeram cócegas em seu nariz e ela suprimiu uma risada
quando ela engoliu. Só provou champanhe antes, no casamento Duncan e Cait. O sabor fresco
lembrou aquela noite. Hoje à noite, Duncan lembrava muito como estava em seu banquete de
casamento.
— Talvez você possa me honrar mais tarde com uma valsa.
O olhar de Leda voou para ele quando ele falou. Ele havia deixado a taça na mesa e ficou
olhando para ela.
Ela perguntou se ele estava brincando. Seu intestino cerrado quando ela viu que não era.
Ela tomou um gole de champanhe e colocou sua taça para baixo.
— Eu... Eu adoraria Duncan, mas eu não posso.
Ele ergueu as sobrancelhas.
— Por que não?
Suas mãos transpiravam em suas luvas.
— Eu... Não sei.
— Mas você tinha aulas com a Senhorita Brown. Essa foi uma das coisas que ela deveria
ensinar-lhe.
Leda suspirou. Então, senhorita Brown não tinha dito Duncan sobre a sua recusa em
aprender danças ao longo de todos esses anos. Leda não entendia a necessidade de aprender
dançar com um homem em um baile formal. Não era algo que tinha estado destinada a ter.
— Eu sei. Ela tentou, mas... Eu recusei.
Ela observou Duncan absorver o que ela disse. Para sua surpresa, viu os cantos dos
lábios dele contraindo-se, obviamente, na alegria reprimida.
59
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Posso perguntar por quê?
Ela puxou nervosamente seu guardanapo.
— Sim. Recusei-me porque eu não quero aprender algo que nunca iria usar. Teria sido
doloroso saber dançar valsa, quando não havia ninguém para me chamar para dançar. — A
confissão súbita causava uma onda de emoção e lágrimas queimando em seus olhos.
Duncan pareceu de repente aflito. Ele tomou outro gole de champanhe antes de
responder.
— Por que você acredita que ninguém jamais iria pedir-lhe para dançar, Leda?
Leda lutou para controlar o seu lábio inferior para não tremer. Ela não podia suportar a
idéia de envergonhar seu tutor neste lugar elegante.
— Não é... Meu lugar.
O rosto de Duncan endureceu. Ele ficou em silêncio e ela orava para que não tivesse
irritado ele. Ela esperou, seu estômago apertou dolorosamente a sua resposta.
— Você estava errada, — Ele murmurou, finalmente. A escuridão passou, e ele olhou
para ela suavemente. — Mas as coisas do passado, são diferentes agora. — Fez uma pausa e
suspirou. — É sempre o seu lugar, Leda. É culpa das pessoas ao seu redor, inclusive eu, que te
fez acreditar no contrário. — Ele se inclinou em sua direção. — Você entende?
Ela assentiu, piscando as lágrimas.
— Leda, eu realmente queria dizer que aquelas coisas que eu disse a você essa noite. E
elas só se aprofundaram. Você se tornou... Uma amiga muito querida para mim.
Seu tom era sincero e a memória de Leda voou para todo o tempo que passaram juntos
nos últimos dois meses, discutindo a colheita, as idas no vale, lembrando Cait, caminhando
juntos. Eles faziam a maior parte de suas refeições juntos e passaram quase todas as noites
juntos sentados em frente à lareira no escritório de Duncan, lendo ou conversando sobre o dia
seguinte. Em todo esse tempo, nunca tinha ocorrido a ela que Duncan estava considerando-a
uma amiga.
Ela acreditava-se ser alguém por quem ele era responsável e estava preocupado com algo
errado que tinha feito, mas não um amigo. A palavra ressoou através dela, trazendo lágrimas
aos olhos.
— Obrigado, — Disse ela em um sussurro próximo. — Eu... Sinto da mesma forma.
Seus traços bonitos e relaxaram, e Leda percebeu que nunca poderia olhar para ele sem
se lembrar de como ela sempre se sentiu sobre ele.
— Eu quero que você tenha tudo que uma jovem deve ter, — Ele prosseguiu. — Darei a
você permissão para sair se quiser.
As palavras encheram-na de pânico repentino. Ian havia mencionado a mesma coisa na
noite na cozinha. Sair significava que ela estava disponível para conhecer pretendentes.
— Não, Duncan. Obrigado, mas eu não posso.
Preocupação encheu seus olhos novamente.
— Não? Por que não? Pela mesma razão, que você não quer aprender a valsa?
Ela balançou a cabeça.
60
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Não, não é o mesmo. — Ela olhou para seu prato novamente.
— Está certo. Você não tem que me dizer se não quiser.
Ela olhou para ele. Ele foi em relação a sua paciência. Ela sofria em dizer-lhe seus
sentimentos por Ian, mas não podia imaginar como ele receberia a revelação. Ela também tinha
crescido a um ritmo tranqüilo amoroso de seus dias e o tempo que passou na companhia de
Duncan e não queria perder o que tinham construído nesse curto espaço de tempo.
— É que eu não quero deixar Glenparry. Eu sou... Feliz lá como as coisas são. Eu gosto de
estar lá com vocês.
Ele franziu a testa, parecendo à beira de interrogá-la ainda mais. Após um momento
estudando seu rosto, ele pareceu pensar o melhor disto e sorriu.
— Bem, então, eu vejo que meu brinde foi um bom. — Sentou-se de volta na cadeira,
parecendo muito mais leve. — Acho que só há uma coisa a fazer.
— O que é?
Seu sorriso aumentou.
— Depois do jantar, vamos voltar lá para cima e conduzir sua primeira aula de dança.

*****

— A primeira coisa é olhar nos meus olhos. — Duncan ficou de frente a ela, alto, largo e
forte, Leda estava despreparada para a masculinidade pura que vislumbrava fora dele quando
ele estava tão perto dela. O aroma limpo de sua loção pós-barba flutuava para suas narinas,
fazendo-a sentir deliciosamente inebriante. Ela balançou a cabeça e esticou o pescoço para olhar
para ele. Seus olhos escuros perfuraram o seu e fez seu estômago vibrar.
Ele estendeu a mão, colocando uma mão grande nas costas, logo abaixo do ombro
esquerdo. O toque dele era quente e poderoso, fazendo com que seus joelhos enfraquecessem.
— Descanse sua mão esquerda sobre o meu braço, — Disse ele.
Duncan retirou seu smoking e seu tórax parecia uma pedra de músculos através do
material fino da camisa branca. O abdômen dele começou a formigar contra o seu espartilho e
ela sentiu o forte desejo de fugir antes que ele visse o efeito que ele estava tendo com ela. Ela
não queria ter esses sentimentos, considerando sua afeição por Ian, mas afinal Duncan era
magnífico.
Um belo sorriso se curvou nos lábios dele.
— Bom. — Disse ele. — Estendeu a mão direita. — Pegue minha mão. E aperte ela. — Ele
posicionou os dedos acima dos dela. Sem as luvas de seda, ela pegou a mão de Duncan quente,
61
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
e forte a eletrificou. — Agora, nós vamos começar com um simples passo. Eu conduzo com meu
pé esquerdo em um ritmo de três e seus passos imitam os meus. Pronta?
Sem dizer nenhuma palavra, ela concordou.
Ele riu um som rico e quente.
— Você parece nervosa, Leda. Não se preocupe. Basta seguir o meu conselho e eu sei que
você vai aprender em pouco tempo.
Leda lançou um olhar sobre Audrey, que estava junto à porta do quarto, abraçando o
livro que estava estudando contra o peito. Ela observou-os com uma expressão sonhadora.
Duncan avançou à frente com o pé esquerdo, incitando Leda a dar um passo atrás com o
seu direito.
— Bom. — Ele murmurou aparentemente alheio ao efeito que sua masculinidade
causava nela. — Agora balance para o lado com os pés juntos. — Eles chegaram a uma parada,
suas mãos ainda unidas. — Muito bem, Leda. Agora vamos continuar esse padrão no sentido
anti-horário.
Ela seguiu o seu exemplo, de forma lenta e hesitante no início, depois com a confiança
adquirida, ela dominou o padrão simples de seus passos.
— Você é uma aluna notavelmente rápida. —Disse a ela, enquanto balançava-a
suavemente através de um passo.
Ela conseguiu sorrir, achando mais fácil esta etapa junto com ele, enquanto mantinha seu
olhar cravado nele.
— Obrigado.
— Um, dois, três, um, dois, três, — Ele murmurou.
Leda imaginou a música de valsa que tinha ouvido no jantar enquanto seu corpo derretia
e desaguava no ritmo de sua dança, guiada pela firmeza e força de Duncan.
Eventualmente, Duncan diminui seu ritmo, até que seus passos pareceram
graciosamente. Um sorriso largo curvou os planos de sua face e seus olhos negros tinham um
toque de calor quando olhava para ela. Ele inclinou-se. Timidamente, ela fez uma mesura.
— Eu nunca vi ninguém pegar os passos tão rapidamente, — Disse ele. Ele ainda
segurava uma de suas mãos. O coração de Leda pulsou rapidamente ergueu-a aos lábios e
apertou um pequeno beijo na parte traseira. Seus lábios estavam macios e quentes em sua pele e
o calor viajou até o braço. Sua cabeça nadou um pouco e sua visão turvou. — Nós vamos
praticar mais amanhã. Você estará pronta para a pista de dança pelo tempo da chegada de Ian
aqui na sexta-feira. — Gentilmente, ele soltou sua mão.
Seu coração agitou de repente, à menção do nome de Ian e seus joelhos enfraqueceram
involuntariamente. Ela prendeu a respiração.
— Há algo de errado, Leda?
Ela balançou a cabeça rapidamente.
— Não. Não há nada errado. Cansaço, eu suponho. — Ela lançou um olhar para onde
Audrey tinha estado em pé, mas ela não estava mais lá. Ela devia ter entrado de volta no
quarto. — Obrigado novamente por tudo. E... Para o que você disse antes... Sobre a amizade.
62
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Duncan apertou sua mão suavemente em seu ombro.
— Você é querida, Leda. Estive insensível às suas perdas. Eu... Nunca pensei sobre as
coisas que você perdeu. Lamento sinceramente.
Lágrimas surgiram nos olhos de Leda.
— Está tudo bem, — Ela sussurrou.
— Eu não quero que você pense que eu estava tentando me livrar de você, dando-lhe
uma saída. Eu quero que você saiba que Glenparry sempre será a sua casa, contanto que você
queira estar lá. — Deu-lhe um aperto delicado no ombro antes de liberá-la. — Agora, vá
descansar um pouco. Vou me encontrar com meu advogado na parte da manhã, mas vou estar
de volta antes do meio dia. Teremos tempo para que você obtenha mais alguns vestidos. E
então, amanhã à noite temos bilhetes para um jogo.
Leda sorriu.
— Meu Deus, Duncan, você vai estragar-me.
Ele sorriu para ela.
— Eu tenho uma grande perda de tempo para concertar. — Ele tocou seu rosto
suavemente. — Boa noite.
O calor do seu toque permanecia em seu rosto. Lentamente, ela se virou para entrar em
seu quarto, sentindo seu olhar sobre ela até que fechou a porta.
Audrey levantou da cadeira quando Leda entrou, e Leda se preparou para uma
enxurrada de perguntas da sua amiga sobre a noite. Quando ela se moveu para o quarto,
percebeu que havia um lugar especial gravado em seu coração para Duncan. Um lugar que o
tempo e nem a dor nunca fez desaparecer.

Capítulo Seis

O estômago de Ian apertou quando o trem parou na plataforma e ressoou a uma parada.
63 ao
Ele olhou para fora da janela, em busca de Leda no meio da multidão. Ele a viu de imediato,
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
lado de Duncan, observando as janelas do trem. Seu coração batia forte. Ela não se parecia mais
com uma senhora vestida com um terno de lã azul-escuro, as bordas de sua renda do colarinho
branco que acentuava o pescoço delicado, saias ondulando ao seu redor em um redemoinho
feminino. Uma mão enluvada descansava na dobra do braço de Duncan.
Uma pontada de ciúme inesperado serpenteou por dentro dele. Embora Leda olhasse a
janelas do trem com uma expressão ansiosa, havia um ar de familiaridade e facilidade na forma
como ela e Duncan estavam juntos.
Ian se levantou do seu assento, aparecendo na janela e chamou-a.
Ela e Duncan se viraram ao som de sua voz, e viu animadamente o toque dela no braço
de Duncan. Ele nunca tinha visto outra luz tão bonita na face de um ser humano até ver na face
dela, e a veia de ciúme desapareceu rapidamente. O brilho do amor que ele tinha visto em seus
olhos por ele o dia que partiu, ainda queimava. Ele pegou o chapéu, casaco e a mochila e saiu
do compartimento.
— Ian! — Ela chorou, quando ele pisou na plataforma. Antes que ele deu três passos, ela
tinha chegado e ficado diante dele, sorrindo. A alegria no rosto dela era inconfundível.
Ele sorriu e baixou sua mochila.
— Pequeno cisne, eu senti falta de você.
Os olhos dela foram sobre ele.
— Eu também senti sua falta.
Seguindo em frente, ele a abraçou, puxando-a para perto. A suavidade dela apertando
contra ele, com tão boa vontade, sentiu seus ossos derreter. Deus, como ele tinha sentido falta
dela! Fechou os olhos, respirando seu perfume limpo feminino.
— Eu senti tanto a sua falta, — Ele disse suavemente em seus cabelos, apertando-a com
mais urgência.
Quando ele finalmente se obrigou a se afastar, Leda tinha lágrimas em seu rosto.
— Eu também senti sua falta, pequeno irmão.
Ian olhou para o som da voz de seu irmão.
Duncan estava sorrindo para ele e estendeu a mão.
— Olá, irmão mais velho. — Ele aceitou a oferta de Duncan de aperto de mão com um
sorriso tímido. — Eu não tive a intenção de agir como se você fosse invisível.
Duncan apertou sua mão calorosamente, um brilho de compreensão nos olhos.
— Não tomei como nenhuma ofensa. — Ele soltou a mão de Ian. — Vem, vamos voltar
para o hotel. Tenho certeza que Leda vai querer mostrar as coisas novas dela.
Ian olhou para ela, incapaz de dizer se o rosa que fluiu em seu rosto era do frio ou por
vê-lo novamente.
— Você não quer ver um monte de vestidos e sapatos, não é? — Perguntou ela. — Quero
dizer, eles são adoráveis, mas... — Ela sorriu timidamente.
— Claro que eu quero. — Ele pegou a mochila e ofereceu-lhe o outro braço.
Seus olhos se arregalaram.
— Você? — Ela escorregou a mão enluvada na dobra do braço dele.
64
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Seu toque suave aqueceu seu sangue. Sinceramente, ele adorava vê-la de camisola, com
sua longa trança pendurada no peito, mas ela estava linda, não importa o que estivesse usando,
e ele ficaria feliz em vê-la nos modelos de vestidos se isso significasse simplesmente estar com
ela.
De volta no apartamento do hotel, ele se sentou na sala comum, tomando chá enquanto
esperava por ela se vestir em um de seus vestidos novos.
Duncan se sentou na cadeira à sua frente.
— Você parece pensativo, Ian. É algo importante?
A voz de Duncan cortou seu devaneio. Ele poderia ter certeza que seu irmão mais velho
iria ver através dele, em algum ponto. Mas ele não estava disposto a discutir seus sentimentos
por Leda.
— Charlie Thornton morreu na semana passada.
Duncan olhou para ele, colocando sua xícara abaixo.
— Morreu? O que aconteceu?
Ian balançou a cabeça.
— Não sei, realmente. Num momento estávamos caminhando para uma palestra, de
repente, ele estava no chão, apertando seu coração. Então ele se foi. Eu teria dito mais cedo,
mas, não tinha conseguido falar sobre ele até agora.
Duncan estendeu a mão e apertou seu ombro.
— Eu sinto muito. Deve ter sido o inferno de um choque.
Ele balançou a cabeça.
— Sim. — Ele olhou para o copo. — Me fez querer saber.
— Sobre o quê?
— Sobre a minha própria vida. Sobre a rapidez... — Ele parou de falar, não querendo
causar a Duncan qualquer dor com suas palavras. Afinal, se alguém sabia a dor de perder
alguém antes do tempo, era ele.
Duncan concordou.
— Eu entendo. Se não estou enganado, você se inspirou para reavaliar sua vida e como
você está vivendo. Você vê todas as maneiras em que você é deficiente e as coisas que você
aprova.
— Sim. Exatamente. — Ele olhou para Duncan por um longo momento. — Eu não tenho
vivido corretamente.
Antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, a porta do quarto abriu e Leda surgiu
vestindo um elegante vestido de chá. Sua respiração engatou baixinho quando ele tomou a
bonita visão ante ele. Seu batimento cardíaco acelerou, com cada passo que ela dava, quando ela
fez seu caminho em direção a ele.
Fileiras cadentes de mera compensação decoradas com a cor de pêssego dos bordados
florais, recortados, e plissados no corpete em cascata sobre a sua figura delicada, esboçada no
vestido pêssego que deslizava pelo corpo dela. Suas pernas brilhavam nas meias calças, os
declives da sua fusão no pequeno sapato de salto alto.
65
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela estava junto ao sofá, olhando-o hesitante.
— O que você acha?
Ian colocou sua xícara e pires na mesa, lutando para não mostrar o tremor em suas mãos.
Seu coração galopava no peito.
— Leda você está... De tirar o fôlego.
Os olhos de Leda se arregalaram e sua respiração ofegou audível.
— Tirar o fôlego? Você realmente acha isso?
Ele concordou, sentindo-se um pouco tonto.
— Sim. Eu juro.
Lágrimas quentes nublaram a visão de Leda. Atrás dela, ela podia sentir o olhar
aprovador de Audrey sobre ela.
— Obrigado, Ian, — Ela sussurrou.
— Venha, se sente conosco. — Duncan encheu uma xícara de chá e entregou-a quando
ela se sentou ao lado de Ian.
Leda agradeceu e tomou um gole. Colocou a xícara no pires, ciente de repente, com uma
sensação de contentamento. Ela olhou para Duncan e Ian, percebendo que esta era a primeira
vez que tinha sentado com os dois dessa maneira. Ela se achou desejando que os três pudessem
apenas estar juntos sempre. Um calor floresceu em seu rosto e ela olhou para os dedos dos pés
de seus sapatos.
— Como estão seus estudos, Ian? — Ela perguntou calmamente.
Ele suspirou.
— O habitual. — Ele olhou para ela e ela podia ver que ele estava incomodado.
— Aconteceu alguma coisa, não é? Alguma coisa ruim?
Ele balançou a cabeça.
— Sim. Eu estava dizendo a Duncan sobre um dos meus colegas. Ele morreu de repente.
Foi seu coração.
— Oh, não! Ian, eu sinto muito. — Sem pensar, ela o alcançou e colocou uma mão em seu
antebraço.
— Obrigado, pequeno cisne. Eu não queria aborrecê-la com isso.
Ela franziu a testa.
— Como você pode achar que vai me aborrecer com algo assim? — Ela olhou para
Duncan, que estava olhando a seu irmão com a simpatia de seus olhos escuros e sabia que ele
entendia o que Ian estava sentindo.
Ian sorriu para ela, apesar de seus olhos castanhos estarem aflitos.
Ela observou uma covinha se formar na bochecha direita e seu batimento cardíaco
acelerou.
Relutante, ela levantou a mão em seu braço e tomou outro gole de chá.
— Nosso tempo juntos é mais precioso, — Duncan disse calmamente.
Ela concordou.
— Ian, eu estou tão feliz que você pôde vir aqui.
66
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele olhou para ela, sua expressão ilegível momentaneamente.
— Assim como eu, pequeno cisne, — Ele disse em um murmúrio.
Um silêncio confortável assentou sobre eles. Leda tomou um gole de chá, olhando para
Duncan sobre a borda de sua xícara. Seus olhares se encontraram, e Duncan sorriu para ela.
— Ian, você tem que pedir para Leda dançar hoje à noite com você no jantar.
Ian ergueu as sobrancelhas, olhando para ela inquieta.
— Leda? Finalmente você deixou à senhorita Brown ensiná-la a valsa?
Ela riu.
— Não. Duncan me ensinou.
Ele sorriu, mas ainda parecia preocupado, e ela questionou se tinha dito alguma coisa
errada.
— Você mudou de opinião.
Ela olhou para suas mãos.
— Bem, não realmente.
— Eu pedi a ela para dançar a outra noite, — Disse Duncan. — Ela se recusou, e quando
lhe perguntei porquê, ela me disse que não deixou a senhorita Brown ensiná-la porque
acreditava que ninguém iria pedir para dançar com ela.
Os olhos de Ian foram de cima abaixo em seu rosto.
— Ah. — Ele olhou para baixo. — Leda, eu teria pedido. — Ele olhou de volta para cima.
— Bem, talvez eu tenha lhe dado motivos para sentir que não iria.
— Não, Ian. Não é assim.
Ele olhou para ela.
— Sinto muito, pequeno cisne. — Ian olhou-a firmemente agora, com os olhos cheios com
um pouco de seu humor habitual e travessuras restauradas. Ele pareceu aliviado de alguma
forma. — Claro, que eu quero dançar com você.

*****

Uma pessoa pode realmente sentir esta felicidade? Leda pensou, sentada na sala de
jantar com Ian e Duncan depois naquela noite. Para ela, eles eram os homens mais bonitos
imagináveis.
Ela os estudou, maravilhada em como eles eram diferentes, e ainda assim tão obviamente
irmãos. Eles compartilhavam a mesma linha forte da mandíbula e bochechas aplanada, bem
como o peito e ombros largos, ambos deliciosamente marcantes em seus smokings pretos e
camisas brancas.
67
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Assim que a música começou, Ian se virou para ela e sorriu seus olhos de ouro
esverdeados no reflexo dos lustres, a cor da luz do sol brilhando fora em um lago no outono.
Sua respiração ofegou macia em sua garganta. Um momento ela nunca pensou que o que nunca
iria acontecer na sua vida estava prestes a acontecer.
— Você me honra com uma dança?
Seu rosto queimou com o que ela tinha certeza que era um tom claro de escarlate e sua
garganta fechou. Ela concordou.
— Sim, — Ela conseguiu sussurrar.
Ian colocou o guardanapo sobre a mesa e ficou de pé, estendendo a mão para ela. Ela
observou por um momento, congelada, pensando em sua imagem como a de um Deus, seu
cabelo castanho-avermelhado penteado para trás de seu rosto esculpido. Ela colocou uma mão
enluvada na sua, o deixando ajudá-la se a por em pé e levá-la para fora no meio do salão.
Seu coração aumentou descontroladamente quando ele a pegou em seus braços. Uma
mistura pungente de exaltação e de medo percorria quando ela se esforçou para se lembrar de
tudo que Duncan lhe havia ensinado.
Ele sorriu para ela, seus olhos ardiam.
Prendeu a respiração novamente, ele apertou a mão em suas costas, percorrendo o calor
em meio ao seu vestido. Ele apertou-lhe a mão suavemente e adiantou-se. Lentamente,
graciosamente, ele facilitou os passos. Seu olhar permaneceu cravado no dele até o momento
que a valsa terminou e ele soltou-a. Ela sentiu a sua relutância na forma que a mão deslizou
lentamente nas costas e as pontas dos dedos permaneceram na mão até o último momento
possível.
Ele ainda estava olhando para ela, enquanto os casais em torno deles bateram palmas
para os músicos.
— Leda, eu preciso falar com você sozinho, se puder.
Ela balançou a cabeça, seu coração batendo.
— Claro. — Seu estômago apertou quando ele a levou de volta à mesa, e ela passou o
resto da refeição, obrigando-se a comer e manter sua atenção na conversa em vez de seus
pensamentos vagando por que Ian precisava falar com ela sozinho.
Depois do que pareceu uma eternidade, eles deixaram a sala de jantar e subiram. Ian
tirou o casaco e atirou-o sobre uma cadeira, sentando ao lado de Leda no sofá.
Os três se sentaram juntos ao fogo, bebendo vinho do porto por um tempo. Quando
Duncan sugeriu que eles se recolhessem, Ian pediu sua permissão para falar com Leda sozinho.
Duncan ergueu as sobrancelhas de uma forma intensamente zombeteira, mas concordou.
— Por favor, não fiquem acordado por muito tempo, — Disse ele, com um toque de aviso
em sua voz.
Quando Duncan partiu, Ian se virou para ela. Ele se sentou um pouco mais perto no sofá.
A luz da lareira em seu rosto, destacando suas características esculpidas e lisas e seus cabelos
grossos.
Seu estômago sacudiu.
68
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— O que você precisa falar? — Perguntou ela, suportando intimamente tudo o que ele
poderia dizer.
Ele respirou fundo, e ela podia vê-lo se preparando para falar.
— Eu lhe devo desculpas, Leda. — Ele respondeu suavemente.
Ela franziu a testa.
— Eu não posso imaginar por que.
— Eu te abandonei... Após o funeral. As coisas estavam horríveis entre você e Duncan.
Você estava assustada e sozinha. Eu deveria ter ficado.
Sua respiração ofegou suavemente. Em um milhão de anos, ela não teria esperado que
Ian dissesse isso, mas a profunda tristeza em seus olhos transmitia para ela quão chateado ele
realmente sentia.
— Você não podia ter ficado. Você tinha que voltar. E então, tem seus estudos. Eu sei
disso.
Ele suspirou.
— Não, Leda, você não entende. — Seus ombros caíram. — Eu poderia ter ficado mais
tempo. Ou eu poderia ter voltado para uma visita, qualquer coisa. Se a situação fosse diferente,
você teria ido me ver, sem dúvida. — Fez uma pausa e passou a mão pelo cabelo. — Você vê, a
verdade é que quando estávamos juntos... Naquela noite na cozinha... E, em seguida, no dia
seguinte, a montaria... Eu senti algo... Entre nós. Foi tão forte que me assustou.
É por isso que parti. — Ele cobriu uma das mãos dela com uma sua. — Não é nenhuma
desculpa, mas é verdade.
Leda olhou para ele. Um momento passou antes que ela percebesse que não tinha
tomado outra respiração. Ele poderia estar dizendo o que ela pensava que era?
— Quer dizer que não era minha imaginação?
Ele balançou a cabeça.
— Não. Não era sua imaginação. — Ele virou-se rapidamente na direção da lareira e, em
seguida a ela. — Eu sinto muito. Eu fui cruel. Você sempre foi minha melhor amiga. É por isso
que foi um choque... Sentir algo mais. Você pode me perdoar?
Ela olhou para ele, momentaneamente sem palavras.
— Eu posso te perdoar, Ian. Eu... Sentia isto também. — Ela desviou o olhar
rapidamente, preparando-se para sua reação. — Eu nunca pensei que você poderia sentir...
Amor... Por mim.
Sua testa enrugou.
— Por que não, Leda? Você é linda e doce. A culpa é minha por não vê-la mais cedo. —
Inclinou-se mais perto. — Por que você acha que eu não iria achá-la... Desejável?
Leda olhou para ele. A sala tinha começado a inclinar e tudo no quarto resplandecia com
um brilho mágico. Ela nunca imaginou que iria ter esta conversa. Mas eles estavam!
— Eu... Eu... Minha mãe. Ela sempre me disse para lembrar o meu lugar. Eu estava em
Glenparry sobre as graças de Malcolm. Eu estava lá para servir. Ela olhou para baixo. —

69
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Embora você sempre tenha sido meu amigo, eu sempre assumi que você sentia o mesmo que
minha mãe sentia por mim.
Ian estendeu a mão e tocou seu rosto. — Pequeno cisne, — Ele sussurrou. — Para mim,
você é uma princesa.
O coração de Leda galopava no peito, fazendo sua respiração apertada. Ela nunca tinha
pensado antes até mesmo a esperança por isso.
— Ian, eu não sei o que dizer.
Ele pegou a mão dela e segurou-a contra o peito.
— Eu te amo, Leda. Diga que você me ama de volta.
Lágrimas quentes nadaram em seus olhos.
— Eu o amo.
Ian apertou os lábios em sua mão e se aproximou dela.
— Eu quero pedir a Duncan permissão para casar com você.
A visão dela obscureceu e a sala balançou como um barco em alto mar.
— Você quer... Casar comigo? — Ela se ouviu dizer.
— Sim. Você deseja Leda?
Alegria surgiu por ela.
— Claro que, eu quero Ian. Eu amaria mais do que qualquer coisa em todo o mundo. —
O rosto de Ian se iluminou e ele mostrou um enorme sorriso. Sua mão foi para o seu rosto. De
repente, os cantos de sua boca viraram para baixo.
— Eu não tenho ainda um anel para dar a você, Leda. Eu... Eu não tinha certeza do que
você diria.
Ela balançou a cabeça.
— Eu não me importo com um anel, Ian.
Para sua surpresa, os olhos dele obscureceram.
— Pequeno cisne, — Ele sussurrou. — Você é a moça mais doce do mundo. Eu quero
mais que qualquer coisa te beijar.
Um arrepio de calor espiralou através de seu corpo inteiro.
— Por favor, — Ela sussurrou.
Ian se aproximou o cheiro de sua loção pós-barba picante flutuando em seus sentidos. Ele
apertou seus lábios aos dela, suavemente no início, depois com crescente urgência. Sua mão
ainda estava contra sua bochecha, o polegar acariciando a pele macia em círculos. A sensação
de seu toque a enfraquecia, alimentando seu desejo, que pulsava entre suas coxas e nos seios.
Ele cercou-a com seus braços, puxando-a mais contra ele.
Leda amoleceu, fundindo seu corpo contra a dureza dos músculos dele. Sua mão foi para
o seu cabelo, acariciando-os. Seus dedos deslizaram em sua garganta, quente e forte em sua
mão, e ela descansou ali, sentindo-se flexionar seus músculos com os movimentos da boca.
Ela separou os lábios, e ele deslizou a língua entre eles, timidamente explorando,
provando os intervalos macios da boca delas, com mais desejo. Os lábios dele com um fraco

70
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
gosto do vinho. Uma grande mão deslizou em seus cabelos, em seguida, de novo, sobre as
costas na parte de trás da blusa, explorando, acariciando.
Seus beijos cresceram quentes, o desejo aumentando. Meses de saudade reprimida
começou a deslizar e Ian levou sua boca mais faminta, chupando a língua dela, mordiscando os
lábios. Ela derreteu, respirando dificilmente quando ele devorou seus lábios e pescoço.
Gentilmente, ele empurrou suas costas contra as almofadas do sofá e afundou abaixo,
meio cobrindo seu corpo com o dele. Ela arqueou contra ele, deixando as mãos vaguearem
sobre a sua volta, absorvendo a sensação de músculos rígidos em suas mãos. Sentiam-se
exatamente como ela sempre imaginou. Masculino, delicioso.
Ian cobriu mais de seu corpo com o dele enquanto sua paixão se intensificava, e as
provas de seu desejo pressionando contra sua perna, duro e masculino. Ela respirava seu
perfume masculino, absorvendo o sabor dos seus beijos.
— Leda, — Ele sussurrou. — Bela Leda.
Suas palavras febris provocaram um suave gemido. Ela estava se afogando em êxtase.
Apertou as mãos ao redor da cabeça dele quando ele deu pequenos beijos na base do pescoço e
sobre o topo do laço na parte superior de seu vestido, onde apenas um pouco de sua pele estava
nua por baixo da película de material. Sob seu espartilho seus mamilos empurrando contra a
cetim, ansiando por seu toque.
Ian ergueu o rosto e sorriu para ela, seus olhos queimando, sua respiração irregular.
— Eu te amo. — Ele sussurrou.
Uma mecha de seu cabelo caiu sobre sua testa. Ela empurrou para trás.
— Eu também te amo.
Ian inclinou a cabeça para beijá-la. Seus lábios estavam num longo fôlego, quando o som
de Duncan pigarreando muito alto surgiu através da porta do quarto.
Ian suspirou.
— Por que eu tenho a sensação que foi para nós?
Porque provavelmente foi.
Ele beijou-a mais uma vez, em seguida, moveu-se com o peso de cima dela para que ela
pudesse sentar-se, então pegou a mão dela.
— Leda, depois do que aconteceu com Charlie, eu percebi que não queria mais nada da
vida a não ser ficar com você.
Ela olhou para ele. Seus lábios inchados de sentir seus beijos e sua respiração ainda não
tinha se acalmado. Entre as pernas dela, ela estava molhada, aberta, doendo por ele.
— Eu me sinto da mesma maneira, Ian. Estou tão feliz que você fez. — Ela colocou a mão
na sua bochecha. — Isso deve ter sido tão assustador para você, com seu amigo. — Ela abraçou-
o e descansou seu rosto em seu ombro, seu coração apertou com uma dor súbita. — Eu não sei o
que faria se alguma coisa acontecesse com você.
Ele apertou um pequeno beijo em seus cabelos.
— Esta tudo bem, pequeno cisne. Eu estou aqui, e eu quero gastar o resto da vida que
temos juntos.
71
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Na sala ao lado, Duncan pigarreou novamente. Alto. Ian se afastou e ficou em pé,
ajudando-a a levantar. Ele se inclinou e beijou-a suavemente.
— Boa noite, amor, — Ele sussurrou.
Ela estava de pé, com sua mão na dele. Sua cabeça nadou bêbada com seu gosto de
paixão.
— Boa noite, — Ela conseguiu dizer. Lentamente, puxou a mão de volta e entrou no
quarto.

*****

Duncan estava sentado na escrivaninha lendo um livro, quando Ian entrou. Seu irmão
virou-se e olhou para ele, suas sobrancelhas elevaram, curiosas.
Ian se sentou na beira da cama e voltou seu olhar, incapaz de falar no momento.
A sensação da pele macia de Leda debaixo das pontas dos seus dedos permaneceram,
assim como o seu perfume feminino e o sabor de seus lábios. Ele suspirou, criando força para
falar.
— Você sempre me incentivou a ser sincero com você, Duncan.
— Sim.
Ele passou uma mão pelo cabelo.
— Eu estou apaixonado por ela. Tudo começou quando eu estava em casa para o...
Funeral.
Duncan concordou. Ele fechou o livro e virou-se no pequeno banco.
— Eu pensei muito, — Disse ele suavemente.
Ian o assistiu, seu coração batendo.
— Você está bravo comigo?
As sobrancelhas de Duncan ondularam.
— Por que eu estaria bravo? Eu posso entender perfeitamente. Ela é adorável e vocês
foram amigos mais da metade de suas vidas. — Ele fez uma pausa e limpou a garganta. — Ian,
eu sei que não digo isso o bastante, mas eu te amo muito e só quero sua felicidade. Só não sei se
Leda está... Pronta para você.
O coração de Ian balançou ligeiramente.
— Pronta?
Duncan inclinou-se para frente.
— Sim, pronta. Você é um pouco mais experiente do que ela, para dizer o mínimo, não é?
Ian balançou a cabeça lentamente, sentido as palavras de seu irmão tocarem fundo
— Eu não estive com ninguém desde que voltei para a escola. Eu não quero mais
ninguém.

72
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— E Helen Montcrieff? Você me falou dela algumas vezes. Eu estava sob a impressão que
você tinha intenções com ela.
Ian balançou a cabeça.
— Eu gosto dela. Tornamo-nos amigos, ela e eu. E eu tinha considerado estar com ela...
Isso é... Antes disso acontecer. Não há nada entre mim e Helen, somente amizade. — Ele olhou
para Duncan. — Você prefere que eu corteje Helen, não é?
— Não, se você não gosta dela. Eu não poderia pedir isso a você.
Ian encarou seu irmão. Sua resposta não foi o que ele esperava.
Duncan devolveu o olhar.
— Foi o Pai, que esperava um bom casamento de nós dois. Não eu. — Ele suspirou. —
Peço desculpas por não tratar o problema com você mais cedo. Eu estava... Preocupado. — Ele
deu um suspiro profundo. — Isso parece repentino para você.
Ian pensou em Leda apertando seu corpo sensualmente.
— É diferente de tudo que eu já senti antes, Duncan. Eu penso nela o tempo todo. Eu só
quero estar com ela. Eu... Estava com medo de como me sentia, mas depois do que aconteceu
com Charlie... — Ele parou e olhou para suas mãos. Duncan parecia jogar contra ele e Leda. —
Eu quero casar com ela.
Duncan se levantou da mesa e sentou ao lado dele. Gentilmente, apertou a mão sobre o
ombro de Ian.
— Ian, eu sou responsável por Leda até que ela complete vinte e cinco anos. Eu não tenho
certeza se posso permitir o casamento.
Pânico surgiu e ele olhou para Duncan.
— Isso são quatro anos, Duncan. É muito tempo. Eu não quero ofender, mas não faz
muito tempo atrás, ela chorou em meus braços, porque pensava que você a odiava.
Seu irmão assentiu.
— Eu sei Ian. É hipócrita de mim. Mas mesmo se eu não fosse o tutor dela, eu a
protegeria. Ela é preciosa. — Ele olhou para ele. — Ela é inocente. Não é uma mulher do
mundo, como Helen.
A palavra inocente cortou o coração de Ian.
— Eu sei. Eu não faria nada para machucá-la, eu juro. — A pontinha de ciúme que tinha
envolvido o seu interior mais cedo naquele dia ressurgiu.
— Você está apaixonado por ela, não é?
Duncan suspirou.
— Eu não disse isso. — Ele esfregou os olhos com o polegar e o indicador. — Eu ainda
estou de luto por Caity. — Ele tinha liberado o ombro de Ian, mas agora o alcançou de novo e
apertou de forma fraternal. — Ian, eu quero que vocês sejam felizes. Você e Leda são as pessoas
mais importantes do mundo para mim. Você é um homem bom. — Ele fez uma pausa,
deixando a mão no ombro de Ian para descansar no colchão. — É a sua prontidão para se
estabelecer que eu questiono.
— Eu me sinto pronto. Eu nunca quis qualquer coisa mais em minha vida.
73
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Seu irmão assentiu com a cabeça, as sobrancelhas escuras reunidas em pensamento
profundo. Um ar pensativo presente sobre ele e Ian sabia que ele estava refletindo. Finalmente,
ele ergueu o rosto.
— Você jura o seu desejo pelo casamento
Ian balançou a cabeça vigorosamente.
— Sim. Nada menos.
Duncan suspirou.
— Tudo bem, Ian, — Disse ele, finalmente, — Mostre-me que seus sentimentos por ela
são reais. Quando você chegar em casa após esse prazo, se os seus sentimentos não diminuírem
eu o darei a minha benção para noivar com ela. Mas eu quero que você leve as coisas devagar
com ela. Você entendeu?
Emoção correu por Ian. Ele sorriu, até as bochechas ficarem esticadas e agarrou Duncan
em um abraço.
— Obrigado, Duncan. Obrigado.
— Você é bem vindo, meu pequeno irmão. — Os braços de Duncan apertaram em volta
dele antes que eles libertassem um aos outros.
Ian notou que os olhos escuros de seu irmão pareciam preocupados.
— Eu a amo, Duncan. Você verá. Eu farei tudo que estiver ao meu alcance para fazê-la
feliz.
Duncan concordou.
— Sim. Como eu espero de você. Ela não merece nada menos do que isso.

Capítulo Sete

Dezembro de 1913

Duncan deslizou a mão esquerda em torno da taça do seio de Cait. Ela gemeu quando ele moveu
seu pênis profundo dentro dela. O prazer da fundição reverberou por todo o corpo.
Ele Fechou os olhos, derretendo contra a suavidade dela, respirando seu perfume feminino
almiscarado.
Ele amassou o mamilo entre seus dedos, provocando um gemido após o outro. A pressão
74
construída em seu eixo explodiu, fazendo seu corpo inteiro estremecer. A mão dele permaneceu fechada
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
sobre o seio, apertando suavemente quando ele pegou sua respiração. Ele queria Caity para tê-la cheia de
prazer e por deixar invadir seu núcleo úmido entre as coxas. Ainda duro dentro dela, ele esfregou a carne
de seu clitóris inchado estirando contra seu pênis.
Mordiscou a parte de trás do seu pescoço, cada golpe de sua língua era um companheiro para as
carícias íntimas de sua mão. Seus quadris rebolavam contra a sua mão e ela gemeu até que seu corpo
estremeceu com um orgasmo. Um longo suspiro de contentamento escapou e ela caiu fraca debaixo dele.
Delicadamente, ele virou-a de costas e ela se inclinou para beijar sua boca.
Leda olhou para ele, mechas de cabelo cor de areia em suas bochechas depois do amor caloroso.
Duncan acordou assustado, com o peito arfante. Automaticamente, ele tateou na cama ao
seu lado, aliviado ao encontrar o espaço vazio.
Bem, aliviado e sentia tanto. Deitou-se, olhando para o teto, seu coração dolorido.
Não passava uma manhã em que ele não acordasse sentindo a falta de Cait. Seu corpo a
desejava e ela o desejava, ele desejava ver o sorriso dela e ouvi-la rir. Ele não estava feliz com o
fato de que, nos últimos meses, ela sempre se transformava em Leda em seus sonhos.
Ele ainda não tinha encontrado uma resposta para o porquê de esse sonho estar
acontecendo. No principio pensou que era uma falta pelo amor por Cait. Não era. Ele sentia
falta dela, como sempre. Ele esperava que o romance de Leda com Ian teriam parado os sonhos
de alguma forma. Pelo contrário, os enredos só tinham ficado mais intensos, mais íntimos com o
passar do tempo.
Ele deixou seus pensamentos vagarem pela possibilidade do compromisso de Leda e Ian.
Por alguma razão, a perspectiva o entristeceu. Por quê? As duas pessoas que mais amava em
todo o mundo estariam juntas, felizes. Isso é realmente tudo o que ele queria para eles. Ele não
se importava se Ian fez a sua própria maneira aos olhos do mundo, enquanto ele estiver
cumprindo com seu papel. Apesar de sua preocupação com Ian, ele sabia que seu irmão era um
homem de bom coração e que iria acalentar Leda.
De alguma forma, a resposta, sobre o que ele sentia, era sobre a própria Leda. Quando ele
pensou nela casada, sentiu como se estivesse perdendo a única pessoa em quem ele encontrou
conforto para sua dor. Entendendo o porquê, a dor por perdê-la apertou dentro dele. E se Ian
resolvesse querer morar em algum lugar longe? Ele não gostou de pensar em ser separado de
Leda. A realização deu-lhe então, com a força bruta. Glenparry sem Leda MacGregor se tornaria
um lugar, morto estéril. A moça de olhos arregalados, que tinha chegado naquele dia de
Orkney, agarrando-se ao lado de sua mãe, havia se tornado uma parte mais profunda de sua
vida que ele nunca tinha percebido.
Ela estava encantadora, ele tinha que admitir. Leda tinha crescido em uma mulher
encantadora, charmosa.
Ele certamente poderia entender os sentimentos de seu irmão. Mas havia mais. Duncan
tinha crescido para amá-la como ela era. Sua doçura e lealdade o fizeram querer regá-la com
mesmo.
Ela não podia partir. Não agora. Nem sempre.

75
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Lentamente, ele se levantou da cama e fez seu caminho até o banheiro. Ele tinha dormido
demais e Ian deveria estar em casa esta manhã para as férias de Natal. Não havia muito tempo
para se preparar.
Ele e Leda estariam dirigindo para a estação para buscar Ian em menos de uma hora.
Ian tinha terminado seus exames e estava voltando para casa por um mês inteiro. Leda
tinha ficado tão animada na noite passada que só foi capaz de roer algumas mordidas de seu
jantar. Ele duvidou que ela tivesse conseguido dormir na noite passada, também. Seus
sentimentos por Ian não tinham diminuído e aparentemente, os sentimentos de Ian por ela
eram fortes como sempre. Parecia que eles estavam preparados para pedir sua benção sobre o
casamento.
Duncan fez a barba e penteou o cabelo. Quando voltou para seu quarto, John já havia ido
ao seu quarto com uma bandeja de chá e torradas, e escolhido o terno que ele usaria.
Duncan suspirou e tirou o pijama. O sentimento pesado que surgiu a ele quando pensou
em que se Leda persistisse em casar, apesar de que ele ter tomado a decisão de pedir-lhes que
permanecerem em Glenparry. O medo que pudesse causar algum dano a ela o perturbava
profundamente e ele rezou para entender o motivo. Se ele nunca tivesse sentido um presságio
interior, não teria que ficar tão preocupado, mas da mesma maneira como ele temia que Cait
ficasse grávida, teve semelhança, o medo em torno de perturbar Leda.
Ele encheu uma xícara de chá, mexeu o açúcar e levantou a xícara. Quando estava no
meio do caminho até seus lábios, a resposta o golpeou. É claro! Como não poderia ter visto isto
antes? O casamento significava filhos. Filhos significavam gravidez. Seu sangue gelou. E se...?
Ele não poderia nem concluir o pensamento. Ele pensou brevemente em proibir o compromisso.
Não.
A dor apertou seu coração. Leda seria devastada assim como Ian. Ele não podia fazer isso
com eles. Não iria impedi-los de estar juntos, mas podia pedir-lhes para esperar.
Leda estava vestida e andando no topo da escada, quando ele saiu do quarto para ir
escada abaixo. Ela parecia muito bonita com seus cabelos presos, e uma blusa cor de creme com
laço e saia de lã escura. Ela sorriu e apressou-lhe assim que ele saiu da sala.
— Bom dia, Duncan. Eu estou pronto para sair.
Ele riu e estendeu a mão para tocar seu rosto.
— Certo. Nós partiremos agora. Você tomou café da manhã, pelo menos?
Ela balançou a cabeça quando ela seguiu as escadas.
— Não. Eu tomei chá. Eu estou muito excitada para comer.
O carro estava esperando por eles na garagem. O céu acima era férreo cinzento e cheio de
nuvens cheias de neve. Um vento cortante passou por eles quando Duncan segurou a porta do
passageiro aberta para Leda e, em seguida, entrou no lado do motorista.
— Duncan, algo está te aborrecendo? — Leda perguntou depois que eles estavam
dirigindo por um tempo.
A estação de trem ficava em Kirkfield, na periferia de Glenparry.
Ele a sentiu tensa e olhou para ela.
76
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— O que te faz dizer isso?
— É apenas uma impressão. Eu tenho sentindo isto por algumas semanas. Você está
infeliz sobre Ian e eu?
Duncan, de repente tornou-se ciente de que tinha fechado os dedos firmemente ao redor
do volante. Ele aliviou a seu aperto ao volante e limpou a garganta.
— Não, eu não estou descontente com você. — Ele manteve os olhos fixos no caminho
pela frente. — Mas eu... Estive preocupado com uma coisa.
— Preocupado? Você pode me dizer?
Ele balançou a cabeça.
— Eu estava pensando hoje de manhã o quanto eu sentiria falta de você... E de Ian, se
vocês se mudassem. Eu ia te implorar para permanecer aqui, no vale. Eu comprarei para Ian
alguma terra e um título. Você terá a sua própria propriedade, mas você estará por perto.
Leda ficou quieta.
Quando ela não falou, ele olhou para ela, seu coração apertado com a forma como ela
estava olhando para ele, com os olhos acima nele, porém suaves.
— Duncan, ele e eu realmente discutimos o assunto. Nós não queremos partir daqui,
também. Eu não poderia imaginar. Eu... Sentiria muita falta. — Ela ficou em silêncio outro
momento e ele viu o movimento do canto do olho e olhou rapidamente para fora da janela,
depois de volta para ele.
—Você é o melhor amigo que eu já tive.
Duncan sentiu uma profunda onda de calor se espalhar dentro dele.
— É mútuo, Leda. A noite que vim a você e me desculpei por tratá-la tão horrivelmente e
você me perdoou, sem dúvida, eu sabia que você, também, era um dos melhores amigos que
uma pessoa poderia ter.
Ele a ouviu fungar.
— Bem, então, está resolvido. Ian e eu não vamos a lugar algum.
Ele sorriu enquanto o alívio lavava por meio dele. Ele deveria saber que ela iria
responder a sua preocupação com cuidado e amor.
— Sim, está.
Dentro de minutos, eles se aproximavam da cidade e estavam parados na rua fora da
estação. Duncan saiu e abriu a porta de Leda, estendendo a mão para ela.
Ela sorriu para ele quando aceitou sua ajuda.
Quando sua mão enluvada descansou na dele, uma onda de protecionismo feroz e
carinho passaram por ele. Ele havia desmarcado o primeiro obstáculo. No entanto, o sentimento
de mau presságio o importunava.
Ele estava determinado a falar com eles, na primeira oportunidade que tivesse.

*****
77
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

O trem de Ian parou no topo dos trilhos no mesmo memento que ele e Leda atingiram a
plataforma. Como fez em Londres, Leda observava as janelas, ansiosamente procurando por
Ian. Ela não precisou procurar muito, pois ele enfiou a cabeça pela janela e acenou para ela. Em
seu entusiasmo, Leda apertou o braço de Duncan.
Duncan sorriu para ela. Ela percebeu rapidamente que seus olhos escuros ainda
pareciam incomodados, mas Ian chamou-a quando o trem parou e ela começou a puxá-lo para o
vagão em que Ian estava.
Ian apareceu no topo da escada e pulou para baixo, agarrando Leda para cima em um
feroz abraço. Ela escondeu o rosto em seu pescoço, respirando o perfume masculino limpo que
tinha desejado ter sentido durante o último mês. Os braços dele apertaram em volta dela e ela
absorveu sua força.
Alegria transbordava através dela ao pensamento de quatro semanas inteiras de
abraços... E, esperançosos beijos.
Ian pressionou um beijo longo e suave em seu rosto antes de liberá-la e virar-se para dar
um abraço em seu irmão mais velho.
Leda olhou para ele, exultante de ver seu belo rosto envolto em sorrisos.
Ele deslizou o braço através dela, puxando-a para perto dele, enquanto Duncan pegou
sua valise.
— Como foram os seus exames? — Leda perguntou, quando eles começaram a sair da
plataforma. Ela abraçou seu braço próximo ao corpo enquanto caminhavam, não querendo
deixá-lo partir.
— Tudo bem. Eu acredito que passei, pelo menos.
Ela riu.
— Eu tenho certeza que você mais do que passou. E mesmo assim, eu não me importo se
você foi aprovado ou não. Estou feliz por você está em casa.
— Obrigada, Leda. — Ian se virou para Duncan. — E você, Duncan? Você está feliz que
eu estar em casa? — Leda ouviu o fundamento na sua voz e seu coração apertou. Ela sabia que
Ian estava nervoso em pedir a bênção de seu irmão.
Duncan estendeu a mão e bateu no ombro de Ian carinhosamente.
— Claro. Eu estou sempre feliz quando você vem para casa. — Na verdade, acabei de
dizer a Leda que eu não quero que vocês dois saiam de Glenparry.
Ian parou e se virou para Duncan. Ele ainda segurava perto o braço de Leda. Em torno
deles a estação tinha esvaziado. Suas respirações aumentando devido o vapor no ar frio, a única
atividade eram os transeuntes na vila.
— Duncan, isso significa que você da a sua bênção?
Duncan sorriu.

78
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Bem, seus sentimentos por Leda permanecem apaixonados? Você ainda tem intenções
de se casar com ela?
Ian balançou a cabeça vigorosamente.
— Sim, Duncan. Tenho saudades dela cada dia mais. — Ele liberou o braço de Leda e
colocou a mão debaixo no bolso do casaco, pegando uma pequena caixa. Abriu-a com as mãos
enluvadas, exibindo um anel de ouro com um diamante. Leda prendeu a respiração, os olhos
cheios de lágrimas. Seu coração empurrando contra o peito, ameaçando explodir.
Ian sorriu, olhando para seu irmão.
— Isso é bastante o suficiente para você?
Antes que Duncan pudesse responder, Ian olhou para Leda e pegou sua mão. Ele se
abaixou em um joelho na calçada. — Pequeno Cisne, aqui na frente do meu irmão e toda a vila
de Kirkfield, você quer se casar comigo?
Leda apertou sua mão. Emoção tomou conta dela e ela imaginou que estava leve o
suficiente para flutuar no céu.
— Claro que quero Ian. Eu ficarei honrada.
Um largo sorriso irrompeu em seu rosto e tirou o anel da caixa.
— Tire a luva então.
Ela fez o que ele disse e ele deslizou o anel. Ele virou a mão sobre os lábios e apertou a
palma de sua mão, de olhos fechados.
Lágrimas caíram dos olhos de Leda e ela estava vagamente consciente de ter uma
pequena multidão parada para testemunhar junto com o seu irmão, o Lorde de Glenparry
propor casamento à parteira.
Ele abriu os olhos e levantou-se, puxando-a para um abraço.
— Então, Duncan, — Disse ele, após vários momentos apenas segurando-a, — O que
você diz? Temos a sua bênção?
— Sim, Ian. Você tem.
Alívio passou por ela e ela fechou os olhos, apoiando o rosto contra o casaco de lã de Ian.

*****

— Agora que estão oficialmente comprometidos, eu preciso falar com vocês.


Duncan estava perto da janela de seu escritório, observando a turbulência do temporal.
Eles haviam chegado de volta da estação de trem pouco antes das nuvens lançarem a
tempestade. O almoço esperava por eles quando chegaram e Duncan convidou-os depois para o
escritório, ansioso para clarear o outro assunto que o estava incomodando.

79
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele virou-se para Leda e Ian, que o observavam do sofá pelo fogo. Eles sentaram-se
juntos, de mãos dadas. Agora que as suas emoções estavam livres, eles pareciam não querer
deixar um ao outro.
Duncan suspirou quando foi até eles e sentou na cadeira. A energia sexual crua enchia o
espaço à sua volta, e ele sabia que ia ser um longo mês pela frente. Ele limpou a garganta.
— Eu preciso falar sério com vocês.
— O que é Duncan? — A voz suave de Leda cortou através da tensão.
— Eu acho que sei o que é, — Disse Ian. — Você quer que nós esperemos pelo
casamento, não é?
Duncan concordou.
— Bem, primeiro, eu gostaria que vocês esperassem até depois que se concluir o
casamento. Eu ordeno que façam isso. E eu sei que Leda está treinando sua aprendiz. — Ian
suspirou.
— Ela é necessária aqui. — Ele estendeu a mão e tocou o rosto de Leda antes de voltar a
seu irmão.
— Mas isso não é tudo que você quer dizer, é?
Ele balançou a cabeça.
— Não. — Ele fixou um olhar firme em Ian. — Ian, a proteja. Você entendeu? — Ele
olhou para cima, vendo as bochechas pálidas de Leda ficar vermelhas. Obviamente ela tinha
entendido.
Afinal, ela era uma parteira, quem mais iria compreender a unidade sexual humana e
seus resultados. Ele tomou uma respiração profunda.
— Eu entendo, Duncan, — Ian disse calmamente.
O coração de Duncan apertou de repente quando o medo que ele tinha sentido antes
aumentou.
Ele olhou mais perto para Leda, sentindo um afloramento de protecionismo. Ele queria
proibi-los de tocar um nos outros, mas fazendo isso só os incentivaria a ir mais rápido. Ele
desejou saber se, talvez, isso fosse como um pai sentia ao ter que deixar sua filha perder a
inocência com seu marido. — Eu lhes imploro que vá devagar. Por favor. — Ele se calou.
Forçando o seu impulso feroz sobre o assunto para trás quando começou a tomar toda a sua
força, e ele segurou os braços da cadeira enquanto esperava sua resposta.
Leda levantou da cadeira e ajoelhou-se diante dele. Seus grandes olhos de corça o
contemplavam. Ela colocou a mão sobre a dele.
— Vamos ter cuidado, Duncan. Eu prometo. — Ela olhou por cima do ombro de Ian. —
Nós devemos isso a ele, não é?
Ian assentiu.
— Sim. — Seu olhar foi para o rosto de seu irmão. — Eu prometo, também. — Duncan
pegou a mão de Leda. Sua demonstração de carinho tinha derretido dentro dele.
— Obrigado, — Ele murmurou, apertando a mão dela antes de liberá-la.
Ela sorriu para ele e depois se sentou ao lado de Ian.
80
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Duncan olhou para os dois, aliviado que eles tinham prometido ter cuidado. Ele apenas
desejava que pudesse se livrar desse terrível sentimento de premonição.
Só então bateram na porta. Na chamada de Duncan, John apareceu com a cabeça dentro
— Precisam de você na cozinha, Senhor. — Ele se virou e piscou para Leda.
Duncan voltou-se para eles antes de preparar para se despedir.
— Vão, podem sair daqui.

*****

Leda sorriu para Duncan. Ela viu que por algum motivo, a situação era tão difícil como
era alegre, e ela respeitava que a razão dele fosse boa. Ela queria que ele sentisse bem sobre seu
noivado como ela, e esperava que o que estava incomodando ele passasse, quando viu o quão
feliz ela e Ian estavam juntos.
— Obrigado, Duncan, — Ela disse suavemente.
Ian pegou a mão de Leda e parou, puxando-a perto dele.
— Nós o encontraremos daqui a pouco?
Duncan se levantou da cadeira e acenou com a cabeça.
— Claro.
— Obrigado, irmão.
— Você é bem-vindo.
Ian olhou para Leda.
— Nós não fomos para a nossa janela essa vez, que tal?
Ela sorriu, seu estômago formigou com a perspectiva de ficar sozinha com ele em um
remoto canto da casa.
— Muito longo. — Por anos, eles tinham ido sempre para a janela do extremo oeste, no
último andar para ver o pôr do sol atrás das colinas e lagos, ou para assistir as tempestades
soprando, mas agora, ir para o assento da janela tinha um novo significado.
Duncan partiu com John e Ian puxou-a delicadamente fora do quarto. Ele sorriu.
— Nossa, garota, você parece muito saborosa. — Ele estendeu a mão e fez cócegas nos
lados dela.
Leda esquivou e gritou-lhe, indo na direção das escadas.
Ele perseguiu-a, seu riso ecoando pelos corredores da casa grande. Eles não pararam até
que chegaram à janela e estavam de pé, em frente a ela, ofegantes.
— Vem cá, então, — Ian disse suavemente quando sua respiração tinha se acalmado. Ele
estendeu a mão e a puxou contra ele na frente da janela. Eles ficaram em silêncio, juntos,
assistindo a nevasca fora do vidro.
81
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda puxou o xale mais firmemente ao seu redor e se aconchegou contra o calor de Ian.
— Está muito frio aqui, — Ela sussurrou. Sua respiração soprou uma nuvem para o ar
frio.
Ian puxou-a mais apertada e beijou o cabelo dela.
— Eu vou mantê-la quente, — Ele murmurou.
Ela olhou para ele, seu coração e estômago dançando.
— Estou muito feliz, Ela sussurrou.
— Eu também, pequeno cisne. Eu sou o homem mais sortudo do mundo. Você poderia
ter qualquer homem que você quisesse, e me escolheu.
Leda sentiu suas bochechas queimarem sob o seu elogio.
— Na verdade, é assim que eu me sinto sobre você.
Ele sorriu.
— Que eu poderia ter qualquer homem que eu quisesse?
Ela riu.
— Não. Você sabe o que quero dizer.
Seus braços apertaram em volta dela.
— Eu sei o que você quer dizer. Estou contente Eu tenho você antes que qualquer um
pudesse. Uma vez que você saísse era tudo o que teria levado, e eu teria muita concorrência.
Ela olhou para ele. No começo ela pensou que ele estava brincando, mas sua expressão
séria lhe disse que ele estava sendo sincero. Chegando, ela colocou sua mão no rosto dele.
— Eu sempre teria escolhido você.
Ian colocou sua mão sobre a dela. A luz sombria filtrada através da grande janela
descrevendo suas características fortes.
— Eu te amo.
— Eu te amo.
Ian embalou a parte traseira de sua cabeça em uma das mãos e abaixou a boca para a
dela. Seus lábios pressionando a ternura dela, a ponta da língua acenando-lhe que separasse os
lábios. Quando ela fez, ele enfiou a língua entre os lábios em uma invasão gentil, explorando as
profundezas da sua boca com paixão reprimida.
Seus músculos flexionando debaixo das mãos quando ela deslizou suas palmas para
baixo de seus ombros e costas, tocando-lhe o caminho que tinha sonhado e fantasiado pelos
meses desde que ele tinha partido.
Seus beijos cresceram mais profundos. O cheiro de sua loção pós-barba misturava com o
seu perfume natural masculino, a forma como ela se lembrava disto desde aquela noite na
cozinha. A sensação dos seus lábios, fortes e suaves ao mesmo tempo, alimentou o desejo não
correspondido que ela tinha vivido todo esse tempo.
Ian a puxou mais para que seus corpos ficassem firmemente juntos. Sua ereção
pressionando dura contra seu estômago. A sensação de ondas de calor através de seu sexo,
irradiando através de seu corpo, em seus seios, excitando-a e assustando de uma só vez.

82
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ian levantou os lábios e arrastou seus beijos aquecidos e úmidos por toda a sua
mandíbula e no pescoço, enterrando os lábios na pele macia com paixão tenra. Seu amor por ela
era inconfundível da mesma forma que os dedos deslizaram em seu cabelo e sua outra mão
acariciava suas costas, os seus lábios explorando sua pele com apreciação aquecida.
Ele deslizou as mãos nos os ombros dela e ergueu seu rosto do seu pescoço. Na sombra
da luz, os olhos dele queimando por ela. Seu peito subia e descia com a respiração irregular.
Delicadamente, ele a acompanhou ao assento na janela.
— Vem, Leda, — Ele sussurrou com voz rouca. — Se sente comigo.
Ele se sentou e suavemente puxou-a para baixo ao lado dele, recolhendo-a novamente
em seus braços, tendo sua boca em beijos profundos.
O corpo de Leda derretia debaixo dele, seu sexo inchado e molhado com desejo. Ela não
queria nada mais do que Ian dentro dela. A força de seu desejo fez o pedido de Duncan surgir
em sua mente. Medo percorreu por ela de repente. Ela se afastou de seu beijo e empurrou os
braços de Ian.
— Ian, temos que parar.
Ele olhou para ela, respirando dificilmente.
— O que é, pequeno cisne? Eu estou machucando você?
Seu peito arfava com a própria respiração irregular e seu corpo todo vibrou com a fome
das mãos de Ian sobre ela. Ela balançou a cabeça. — Não. — Ela apertou a mão dele e olhou
nele. — Eu quero isso. Eu simplesmente não quero quebrar nossa promessa a Duncan.
Alívio lavou pelos traços bonitos de Ian. Ele abaixou o seu corpo sobre o dela, apoiando-
se sobre um cotovelo. Com a outra mão, ele acariciava seu rosto.
— Não vamos quebrar nossa promessa. — Ele respirou. — Eu só quero ficar com você.—
Ele inclinou-se e apertou beijos suaves em sua testa. Sua ereção agitando contra sua coxa.
Uma dor súbita de ciúmes agarrou-a no peito. O jeito que ela amou Ian já fazia se sentir
intensamente vulnerável de uma forma que ela nunca teve antes.
— Ian, você... Fez isso antes?
Ian ergueu o rosto e olhou para ela com uma expressão preocupada.
— Eu não vou mentir para você, Leda. Sim, eu fiz. — Ele suspirou. — Mas com você, é
diferente. — Sua mão voltou ao seu rosto, acariciando, seus dedos articulados.
— Diferente? Como?
— Eu nunca estive apaixonado antes. Isso é tudo que eu sei. — Ele olhou para ela. — Eu
adoro você. Para mim você é a moça mais doce e bonita no mundo.
Ela prendeu a respiração.
— Você realmente se sente assim?
Ele passou a ponta dos dedos em seu rosto, sobre os lábios dela. Seus olhos castanhos
queimando em chamas.
— Eu juro, — Ele respirou. Ele abaixou o rosto dela e levou a boca, pressionando com
firmeza contra seus lábios.

83
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela separou a sua, uma onda de calor que brilhou por ela quando as línguas deles se
apertaram juntas. O cheiro de Ian enchia o ar, e ela revelava-se na intimidade dos seus doces
beijos. Ela escorregou suas mãos em torno dele, enchendo as mãos com o músculo rígido que
tremia sob o seu toque.
Ian gemia baixinho em sua boca e deixou-se cair em cima dela, esfregando sua pélvis
contra a dela. Sua ereção ajustou-se pelas suas roupas na fenda entre as coxas dela, que ela há
pouco tempo antes tinha separado o suficiente para receber, e o comprimento duro esfregava
seu clitóris através do material fino da sua calcinha.
Ela agarrou a camisa dele, gemendo suavemente em sua boca. Ela se afastou de seu beijo.
— Ian, — Ela respirou. — Nós realmente deveríamos parar.
O seu corpo queimando por ele e ela sentiu uma mistura de alívio e tristeza quando o
corpo dele enrijeceu e ele se levantou parcialmente longe dela para que sua ereção não a
tocasse. O espaço em torno deles cheio com sua respiração ofegante pesada.
— Sinto muito, Leda.
Ela tocou seu rosto. As palpitações entre as pernas dela se tornaram dolorosas quando o
desejo foi interrompido.
— Não há nada a lamentar. Eu só não quero quebrar nossa promessa. Eu não quero fazer
nada para... — Ela caiu e evitou o seu olhar, de repente, envergonhado com seus medos.
— Diga-me, pequeno cisne. Tudo bem.
Ela olhou para ele, as lágrimas derramadas em seus olhos.
— Eu não quero que Duncan se aborreça e... Nos proíba. — No fundo, ela não podia
imaginar que Duncan faria uma coisa dessas, mas de repente sentiu medo de perder a Ian. A
sensação estremeceu bem fundo por ela em lugares que ela não tinha nem prestado atenção,
uma tristeza repentina a fez sentir que o amor deles era tão frágil.
Ian estava de volta com ela, segurando-a. Desta vez, seu abraço eram mais de proteção
do que erótico.
— Eu vou fazer o meu melhor para manter a nossa promessa, Leda. Eu juro que vou.
Você é tão bonita e eu te amo tanto, Isso é quase impossível.
Leda acariciou os cabelos dele quando uma lágrima rolou em seu rosto.
— Estou grata que você me ame tanto assim, — Ela sussurrou.
Ian levantou a cabeça e fixou os olhos dela com os seus.
— Não, Leda, me escute. Eu que agradeço. Você entendeu?
Leda sentiu um puxão de sorriso em seus lábios.
— Sim, Ian, eu entendo.
De repente, sua seriedade derreteu e os olhos de Ian brilhavam com suas travessuras
habituais. Ele inclinou-se e apertou um beijo leve nos lábios.
— Eu farei o meu melhor para ir devagar, Leda.
Ela se deixou sorrir.
— Eu também.

84
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Lentamente, eles se sentaram e Ian colocou o braço sobre seus ombros, segurando-a
contra ele, enquanto observavam o céu escuro com redemoinhos de neve.
Leda sentia uma profunda sensação de contentamento, embora, assim que ela se
lembrava da sensação de beijar Ian e a sensação de sua dureza pressionando entre as coxas, um
lampejo de medo passou por ela. Ela não sabia o quão lentamente realmente poderia ir.

Capítulo Oito

— Ian — Sussurrou Leda, segurando seus braços para ele.


Ian sorriu para ela quando puxou as cobertas para o lado e estabeleceu seu corpo sobre o dela.
Rígido e nu, ele apertou deliciosamente contra ela. Seu sexo pulsava loucamente, derretendo
aberto com necessidade.
Ela separou as pernas, cobrindo-se como um berço de amor para ele. A cabeça inchada da ereção
dele empurrando contra sua vagina. O atrito a fez gemer.
Ele Inclinou o rosto dela, sussurrando o nome dela mais e mais...
Leda abriu os olhos. O rosto de Ian ainda pairava sobre ela. Ela piscou. Ele não
desapareceu. Rugas de um sorriso surgiram em sua face. Seus olhos castanhos brilhavam para
ela.
— Ian?
Ele Inclinou-se para mais perto. 85
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Sim, sou eu. Eu não pude esperar para vê-la. — Ele pôs a mão em cima da bochecha.
— Aparentemente, você sente o mesmo, por que você disse meu nome em enquanto dormia.
Ela piscou quando uma onda de calor infundiu em suas bochechas.
— Você estava no meu sonho, — Ela murmurou.
O polegar acariciou sua bochecha.
— Um sonho bom, eu espero.
O calor em seu rosto se aprofundou.
— Sim. Um sonho bom. — Ela colocou a mão sobre a dele.
— Que horas são?
— Sete e meia.
— Tão cedo? Você já se barbeou. — O cheiro limpo do pós barba encheu o ar entre eles,
agitando seu sangue, assim como seu toque. Ele vestia um roupão por cima do pijama.
— Eu queria que você fosse a primeira pessoa que eu veria. E vice-versa. — As doces
palavras dele a fizeram arder e ela não queria nada mais do que puxar de lado os cobertores e
convidá-lo para sua cama. Se não tivesse feito sua promessa a Duncan, ela teria feito exatamente
isso.
— Obrigado, Ian. Você deu o presente mais doce que eu já tive ao despertar.
Os olhos dele brilhavam com uma mistura de malícia e desejo.
— Eu tenho planos para torná-lo mais doce, — Disse ele suavemente.
Seu coração batia.
— Como?
Ele inclinou o rosto dela. Sua respiração estava quente em sua pele.
— Como disso. Ele passou seus lábios pelos dela, uma vez que, em seguida, novamente.
Pela terceira vez, ele apertou os lábios com mais firmeza, empurrando a ponta da língua ao
longo da fenda dos lábios dela. Quando ela não retribuiu, ele levantou o rosto e olhou para ela.
— O que foi?
Ela franziu a testa.
— Eu ainda não escovei os dentes.
Ian riu e esfregou seu rosto.
— Eu não me importo, Leda. Você cheira tão doce como violetas para mim.
Seu rosto queimou, mas ela deu uma risadinha.
— Você é um encantador, Ian, — Ela riu. — Um diabo persuasivo, como Caity chamava
você.
Ian sorriu e pressionou seu corpo contra o dela. Juntos, eles se afundaram de volta contra
os travesseiros.
— Enquanto o meu trabalho for encantar você, eu estou satisfeito.
— Sim, eles fazem.
— Ela sorriu para ele, sucumbindo à sensação gloriosa de seu peito contra ela. Ela
esfregou o rosto, suave e fresco contra os lábios. Seu corpo pulsante descontroladamente na

86
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
dureza de seus músculos esmagando seus seios. Sem as limitações de seu espartilho, o contato
tocando seus mamilos, fazendo-os vibrar.
Ian puxou as cobertas para longe quando esfregou o rosto, apertando sua língua em sua
pele. Cada passada de sua língua enviava ondas de calor em seu corpo e ela gemia, com as
mãos vagueando livremente sobre suas costas, traçando os cumes do músculo duro e liso ao
longo de sua espinha.
Ele continuou um rastro úmido de beijos quente em sua garganta, ao longo de sua
clavícula e para baixo sobre o peito, através da sua camisola. Uma grande mão procurava seu
seio, apertando-o suavemente enquanto ele esfregou o outro com os lábios.
Leda gemia baixinho, seu corpo derretendo rapidamente sob as mãos e beijos de Ian.
Seus mamilos estavam rígidos quando ele brincou com eles entre os lábios e dentes e dedos
através do algodão macio da camisola.
— Leda, — Ele gemeu, surgindo contra ela. Sua ereção urgentemente empurrando contra
a sua coxa.
Seus olhos fechados vibraram e ela se afundou ainda mais para trás contra as almofadas,
os dedos atado no cabelo macio de Ian. Ela sentia a camisola sendo erguida até acima dos
joelhos e, em seguida, sua mão estava em sua coxa nua, acariciando sua pele em círculos
fervorosos, que se deslocavam em direção a sua nádega. Ele apertou sua carne macia, em
seguida, liberou-a uma vez, a ponta dos dedos correndo a parte interna de sua coxa.
Ian ergueu o rosto de seu seio. Sua respiração ríspida e dura, seu rosto escuro e corado
pela excitação. As tampas dos seus olhos estavam pesadas, seus olhos queimando em chamas.
— Leda, eu posso te tocar aqui?— Ele respirou.
Leda ofegou. A outra mão de Ian ainda estava em seu seio. Ela sentiu o prazer molhado
do seu sexo e doía por seu toque. Querido Deus, mas era quase impossível ter apenas um
pequeno gosto de tal prazer!
A palavra sim pairou nos lábios dela da mesma maneira que soou as batidas na porta de
seu quarto.
Ian tirou sua mão para fora da camisola e jogou as cobertas sobre ela, sentando-se
quando a porta se abriu. Ela e Ian olharam.
Audrey apareceu e saltou quando os viu.
— Eu posso voltar. — Ela começou a virar-se.
Leda soltou um suspiro de alívio.
— Tudo bem, Audrey. Ian só veio aqui para dizer bom dia.
Audrey não respondeu, mas fez uma breve mesura para Ian. Um brilho em seus olhos
mal iluminados.
Ian se inclinou para Leda, seus lábios perto do ouvido dela para que ela pudesse ouvir.
— Nós vamos continuar depois de onde paramos.
Um tremor de calor passou por ela e ela o viu levantar da cama.
Audrey se aproximou e parou perto de uma das colunas da cama.
— Você se esqueceu de Maria Argyll?
87
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda balançou a cabeça.
— Claro que não. Nós vamos visitá-la depois do café da manhã.
— Aonde você vai? — Ian perguntou. Decepção cobriu o seu rosto.
Ela puxou as cobertas. — Nós estamos olhando a Maria. Ela deve dar a luz no início de
abril. — Ela se levantou e colocou a mão em seu braço, resistindo à vontade de abraçá-lo na
frente de Audrey. — Não vamos demorar muito.
Seu rosto iluminou com alívio.
— Posso ir com você? Não se preocupe. Esperarei fora.
Ela franziu a testa.
— Está muito frio lá fora, Ian, a neve esta até os joelhos, eu estou segura. Eu não posso
pedir isso a você.
Ian estendeu a mão e puxou-a em seus braços quando Audrey aproximou-se da cama
com uma pilha de roupas para Leda.
— Você não pediu. Eu ofereci. — Ele beijou sua testa.
Leda sorriu. Ela gostou da idéia de andar com ele o tempo, de braços dados. Ela também
adorou o quanto ansioso ele estava para passar o tempo todo com ela. — Bem, se você não se
importa, eu gostaria de sua companhia. — Ela virou-se para Audrey, que tinha ido para a
penteadeira e pegou a escova de Leda. — Você se importa, Audrey?
A amiga dela sorriu.
— Claro que não. De modo que vocês cheguem a tempo para a festa de hoje.
Ian sorriu para Leda, seus olhos castanhos agitaram com alegria e desejo.
— Eu sempre terei tempo para dançar com a minha noiva, — Brincou em um sotaque
escocês pesado. Ele agarrou-a para cima e valsou com ela até a penteadeira. — Eu já apertei
meu Tartan2 e poli minha Sgian Dugh3.
Ela riu cordialmente sem fôlego, e então a liberou.
— Ian, por que você precisa de uma faca na nossa festa de noivado?
Ian estufou o peito.
— Para lutar contra qualquer desonesto que possam tentar roubar-me a moça.
— Eu não deixarei que eles me roubem.
Ele sorriu para ela, seus olhos suaves com amor.
— Tudo bem, então, talvez eu deixe faca em me quarto, mas não meu Tartan. — Ele se
inclinou e beijou-a suavemente.
Audrey riu e então suspirou.
Ele deixou o beijo demorar mais um minuto, em seguida, levantou-se em linha reta. —
Vou deixar as senhoritas se arrumarem no toalete. — Ele inclinou-se galhardamente a esquerda.

2
Parte de vestimenta de xadrez de lã escocesa.
3
É uma adaga cerimonial (do gaélico sgian) usada como parte da vestimenta moderna escocesa Highland vestida
junto com o kilt. É usado enfiado dentro da meia, com apenas o pomo visível. 88
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda assistiu-o até que ele esteve fora da porta. Ela odiava ser separada dele mesmo que
pelo curto tempo que teve para se vestir. Com um suspiro, se sentou e deixou Audrey puxar a
trança de seu cabelo e escová-la.
— Estou muito feliz por você, Leda, — Audrey disse enquanto seus dedos trabalhavam
rapidamente, mas com cuidado nos cabelos de Leda.
— Obrigado. — Ela olhou para a amiga no espelho, surpresa ao ver Audrey com os olhos
preocupados. Ela olhou para Audrey que segurava a escova de cabelo.
— O que é Audrey?
Audrey suspirou e voltou seu olhar.
— Vocês não vai deixar Glenparry, vão?
Leda olhou para ela. Audrey era a segunda pessoa próxima a ela a expressar o medo que
ela fosse embora depois de seu casamento com Ian. Um rubor profundo apareceu no rosto de
sua amiga e ela apertou a mão dela.
— Não, Audrey. Nenhum de nós vai sair daqui.
Alívio tomou conta das características suaves de Audrey.
— Graças a Deus. — Ela suspirou.
Leda liberou a mão dela e Audrey acabou de escovar seus cabelos e levou-o em um
coque.
Ela observou o trabalho de Audrey em seus cabelos, olhando para sua própria reflexão, e
sorriu. Quando Audrey tinha terminado, Leda a seguiu até a cama onde a blusa, roupas
íntimas, e saia estavam espalhadas na cama.
Quando levantou a camisola, a memória de Ian acariciando sua coxa subiu em sua
mente, a sensação quase tão poderosa como o toque real. Se Audrey não tivesse batido na porta
como fez, Ian teria tocado a parte mais íntima dela. Nesse momento, ela não queria mais nada
além do desejo físico que tinha ficado preso nela. A realidade exaltada a perturbava. Pois ficar
íntima de Ian foi a coisa mais doce que ela já tinha experimentado e ansiava por ele, mas
também estava com medo de quebrar sua promessa para Duncan, especialmente quando ela já
sentia intoxicada com o toque de um homem realmente.
Ela só podia rezar para que, se quebrasse sua promessa, Duncan a perdoasse.

*****

Ian a estava esperando quando ela saiu da casa de campo dos Argylls. Ela sorriu,
despreparada para a pressa do prazer que vê-lo lhe trouxe.
Ele estendeu a mão para o braço, logo que ela se aproximou dele.

89
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Como ela está? — Perguntou ele, quando ela escorregou a mão enluvada na dobra de
seu braço.
— Ela parece muito bem, graças a Deus. As mulheres da sua família tem uma história de
nascimentos difíceis, por isso estamos de olho nela. Audrey vai ficar com ela um pouco mais,
mas Maria disse que ela não perderia nossa festa toda nas montanhas.
Ele riu, levando-as para passear na estrada.
— Você é muito amada aqui, pequeno cisne.
Ela apertou seu braço.
— Assim como você.
Ele puxou-a para perto dele.
— Vamos voltar? — Ele olhou para ela com uma expressão sonhadora em seus olhos. Ele
pareceu não perceber o ar frio que havia avermelhado no nariz e bochechas.
— Sim. — Inclinou-se contra ele, enquanto caminhavam, vividamente consciente de sua
forma áspera masculina ao lado dela, apertando perto dela.
O céu da manhã era azul sem nuvens, e a luz do sol brilhou nas coberturas de neve que
cobriam a terra.
Ian estava estranhamente silencioso pela maior parte da caminhada para a casa. Quando
os grandes e escuros olhos dele olharam para frente, ela o ouviu suspirar.
— Posso lhe fazer uma pergunta, Leda?
— É claro que pode.
Ian parou e se virou para ela.
— Esta manhã, antes da Audrey entrar... Você estava pronta para responder a pergunta
que te fiz.
Ela concordou, lembrando novamente do toque sedoso de Ian na sua coxa interna, a
ponta dos dedos dele poucos centímetros longe da fenda íntima de seu sexo. Ela se deu conta da
pulsação que brotava ali, somente em pensar no que tinha acontecido.
— Sim, eu me lembro.
Ele limpou a garganta e desviou o olhar.
— Bem, eu queria saber desde então, qual seria a sua resposta.
O calor infundiu em seu rosto, se espalhando como fogo através de seu corpo inteiro.
Lentamente, ela concordou.
— Eu estava prestes a dizer sim, — Ela respondeu, sua voz escapando num sussurro
próximo.
Um sorriso expandiu no rosto de Ian e ela amou a maneira como uma covinha se
formava na bochecha esquerda dele. Ele acariciou seu rosto com uma mão enluvada e abaixou a
cabeça e apertou seus lábios ao dela em um suave, doce beijo que fez seus joelhos
enfraquecerem. Seus lábios estavam intimamente quentes em contraste com o ar frio e ela
resistiu ao impulso de tocar contra ele debaixo do casaco.
Quando ele se afastou, pegou seu braço e recomeçou sua caminhada.

90
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Eu vou fazer o meu melhor para ir devagar com você, Leda, — Disse ele, com as botas
batendo na neve. — Você é tão bonita, eu não posso me manter longe de você. — Ele balançou a
cabeça. — Eu não posso acreditar que você me quer, também.
— Por que não eu iria, Ian? Eu sou a única que não pode acreditar que você quer casar
comigo.
Ele ficou em silêncio por alguns instantes. Ela ouviu-o rir baixinho enquanto se voltaram
para a entrada de automóveis longa da casa. — Eu estava apenas pensando, isso que se Deus
nos uniu para que pudéssemos aprender que a nossa crença está errada? E que se é suposto
saber que podemos ter o amor que nunca pensou ser possível?
Ela sorriu, pelo que Ian refletiu tão profundamente na relação deles. Ela sabia que sua
ponderação foi uma das coisas que a atraiu para ele. Desde que eles eram mais jovens, ele
sempre perguntava sobre o sentido da vida abaixo da superfície.
— Eu não tinha pensado nisso dessa maneira. — Ela apertou seu braço. — Mas soa
verdadeiro.
Eles ficaram quietos quando subiram na calçada. Ela avistou Duncan, saindo da casa,
com seu casaco de lã e cachecol. Ele acenou.
— Há Duncan, — Disse ela, acenando de volta.
— Sim. — Ian sorriu. — Cuidado com ele depois de uma nevasca. Ele está doido por uma
luta de bolas de neve.
Leda franziu a testa. Ela nunca conseguia se lembrar de Duncan jogando bolas de neve,
mesmo com Caity.
— Espere um minuto, Ian. Você é o único que lança bolas de neve. — Todo ano ele
jogava bolas de neve até que ela não conseguia mais respirar.
Ele parou e libertou seu braço.
— Sim, tem certeza que está certa moça? Você tem dez segundos para fugir antes que eu
vá te buscar
Leda gritou de prazer e se foi, mas a neve estava muito alta para ela obter mais que
alguns metros. A bola de neve coberta de pó explodiu contra a parte de trás de sua cabeça.
Antes que ela pudesse pegar um pouco de neve e lutar de volta, outra bola bateu em seu ombro
e, em seguida, outra nas costas. Ela riu e jogou a neve na mão, mas desmoronou antes mesmo
de chegar até Ian. Ela caiu na neve quando Ian atirou com uma bola de neve depois da outra,
rindo.
Duncan se aproximou deles e tentou se defender dos ataques de Ian com uma defesa
jogando bola de neve. Leda os assistia, ao mesmo tempo protegendo o rosto da barragem de
neve caindo ao seu redor e sobre ela.
— Tudo bem, tudo certo, — Ela ouviu uma mensagem de Ian. — Eu sei que ela já teve o
suficiente. — Ele riu e aproximou-se dela.
Relutante, ela se moveu e tirou suas luvas de seu rosto e olhou para cima. Tanto Ian
quanto Duncan estavam sobre ela.
— Estou segura agora?
91
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ian sorriu.
— Nesse momento. — Ele olhou para Duncan. — Ela precisa de ajuda.
Tanto ele quanto Duncan estenderam suas mãos. Ela pegou as mãos deles e se pôs de pé,
como se não pesasse mais que uma folha. Eles ficaram juntos, todos respirando pesadamente
pelo esforço. Leda percebeu que nenhum deles soltou de seu braço.
— Entre e vá se aquecer no fogo, — Disse Duncan.
Eles voltaram para a casa. Ian e Duncan soltaram seus braços de Leda, e ela caminhou
entre os dois irmãos, sentindo-se incrivelmente, maravilhosamente quente. Nada a fazia mais
feliz do que estar junto com os dois homens que ela mais amava no mundo inteiro.
O calor não diminuiu depois que ela estava sentada no sofá, no escritório de Duncan,
vendo o fogo e bebendo chá. Ian sentou-se perto dela e Duncan sentou do outro lado, um pouco
mais longe.
— Eu gostaria de dar-lhe o seu presente de casamento agora, se me permitir, — Disse
Duncan.
— Obrigado, Duncan, — Ian respondeu.
Ela balançou a cabeça, já sabendo o que era.
— Eu comprei uma terra vizinha desta propriedade, bem como um título para ir com
isto. — Duncan continuou. — Eu sei o quanto você ama aqui, e, bem, se você não tem nenhuma
objeção, eu não vejo qualquer motivo pra você não estabelecer sua propriedade em Glenparry.
— Ele olhou esperançosamente para o irmão. — Eu sei que você queria fazer o seu próprio
caminho, e você ainda vai, mas como seu irmão mais velho, eu queria fazer isso por você.
Ian olhou para ele.
— Eu aceito com gratidão o seu presente, Duncan, — Disse ele suavemente. Estendendo
uma mão para seu irmão mais velho.
Duncan aceitou o aperto de mão com alívio em seu rosto esculpido.
— Obrigada, Duncan, — Disse Leda.
Ele olhou para ela.
— Você é muito querida. — Ele soltou a mão de Ian e abraçou-a.
John lhes serviu o almoço no escritório e depois, Ian e Leda deixaram Duncan para ele
fazer alguns trabalhos.
Ian fechou a porta atrás deles e alcançou Leda, como sempre fazia, agradando-a em todos
os pontos que ele descobriu que ela era mais delicada. Ela gritou e saiu correndo, para o
corredor e subiu as escadas. Ele agarrou-a, fez cócegas, então, a libertou, deixando-a ir um
pouco mais antes de pegá-la de novo. Eles continuaram assim até que eles chegaram a um canto
privado com a sua janela e caíram no assento da janela, ambos com a respiração ofegante. O sol
brilhava pálido de inverno através do vidro, aquecendo o local onde eles se sentaram.
Leda se virou para olhar pela janela, maravilhada com a luz do sol brilhante como cristal
na neve.
— É tão bonito lá fora, — Ela respirou ciente que Ian se aproximava dela.

92
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— É mais bonito aqui, — Disse ele suavemente, inclinando o rosto próximo ao dela. Seus
fortes braços fechados em volta dela e ele mordiscou sua orelha.
Ela fechou os olhos, se derretendo contra ele. Um suave gemido escapou de sua garganta
quando ele puxou sensualmente sobre a pele macia do lobo. Inclinando a cabeça para trás
contra ele, sua respiração irregular cresceu quando ele se mudou de sua orelha para o lado do
pescoço, com a ponta da língua em sua pele. Cada pequeno movimento fez seu corpo formigar,
as sensações se concentrando em seus seios e no seu sexo.
Ian se mexeu contra ela e ela sentiu a elevação de sua ereção apertando em sua nádega.
Uma grande mão escorregou de seu braço, entrando debaixo de seu casaco, puxando a blusa do
cós da saia. Sua palma achatou em seu peito, seu toque queimando separado de sua pele nua
por uma fina camada da camisa de lã.
— Você não está usando um espartilho, — Soprou em seu ouvido.
— Eu não uso no inverno.
— Oh. Que bom. — Ele esfregou a palma da mão em pequenos círculos, deixando sua
mão se mover para cima, sobre seu seio esquerdo. Carinhosamente, ele apertou-a,
delicadamente as pontas dos dedos tocando o mamilo, que imediatamente se endureceu no seu
toque. Ele levou o pequeno pico entre o polegar e o indicador, puxando-o com uma pulsação
rítmica. Ela gemia baixinho no prazer intenso, a sensação de umidade se juntando rapidamente
entre as pernas.
— Leda, — Ele sussurrou em seu ouvido. — Você é a moça mais macia, mais primorosa.
— Todas as mulheres não são macias?
— Não como você. — Ele levantou a mão de seu peito e puxou a camisa de lã de sua saia.
Deslizou a mão sobre sua pele nua e fechou-a sobre o peito novamente.
— Como se sente?
Leda caiu contra ele, derretendo do calor delicioso de seu toque.
— Maravilhosa, — Ela arfava.
Ele chegou ao redor com a outra mão e segurou seu seio direito, apertando tanto os seios
juntos, novamente puxando a ponta dos dedos sobre os mamilos.
Leda arqueou para trás, empurrando as mãos dele.
— Ian...
Delicadamente, mas com urgência, Ian puxou suas mãos longe, e virou o rosto. Seus
olhos castanhos tinham escurecido e seu rosto estava corado. Ele abaixou a cabeça à dela,
capturando seus lábios. Um gemido escapou em seu pescoço macio no contato de sua boca
aberta. Sua língua deslizou entre os lábios, avidamente degustando todos os cantos de sua boca
úmida, enquanto os dedos trabalharam os botões da blusa, abrindo e empurrando para trás
sobre seus ombros.
Ela parou de beijar-lhe tempo suficiente para desabotoar os punhos da manga e retirar a
blusa, derrubando-a no chão.
Os olhos de Ian queimaram e ele deitou de costas contra as almofadas e colocou a camisa
de lã para cima, sobre a seu peito, expondo seus seios. Seu olhar permanecia apreciativo sobre
93
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
os seios nus, e ele passou a mão levemente sobre as ondas suaves de carne. — Como você é
linda, Leda, — Ele suspirou. Ele baixou o corpo suavemente sobre o dela, inclinou-se para os
seios e capturou um mamilo em sua boca, puxando-lo entre os lábios.
Leda gemia com a sensação incrível. Ela atou os dedos no cabelo de Ian, seu prazer
através de seus olhos e de suas pálpebras pesadas. Os músculos da mandíbula dele flexionavam
quando ele mamava e mordiscava o broto rosa apertado, enquanto delicadamente beliscava seu
mamilo outra vez com o polegar e o indicador. A sensação de êxtase de sua boca e língua em
seus mamilos viajou todo o caminho até seu sexo, que vibrou e inchou com fúria ao desejo,
como se fosse conectado ao seu seio com uma corda invisível.
A outra mão de Ian deslizou debaixo de sua saia, acariciando a face interna das coxas
sobre sua meia de lã. Movendo seu toque para cima, a ponta dos dedos patinou sobre a lã
áspera entre as coxas dela. Ele prendeu a respiração na garganta quando traçou o contorno dos
lábios inferiores através da calcinha, encharcada com seu almíscar. Ele ergueu o rosto de seu
seio e olhou para ela, liberando sua pele. A luz pálida entrava pela janela em cima do rosto
bonito dele.
— Leda, — Disse firmemente, com a ponta dos dedos afundando mais profundamente
entre suas pernas, — Eu estou tentando ir devagar. Eu... — Ele hesitou e trouxe sua boca com
força sobre a dela, amamentando seus lábios e língua febrilmente.
Leda deixou as mãos vaguear de seu cabelo nas costas, agarrando-se nos músculos
rígidos que tremiam sob seu toque.
Ian desfez de sua calcinha e enfiou a mão dentro, movendo a palma para cima e para
baixo. No contato com o calor úmido de seu sexo, ele subiu contra ela, sua ereção pressionando
como uma rocha em sua coxa. Seus dedos espalharam seus lábios os separado, explorando
dentro das dobras. O contato íntimo das pontas de seus dedos com sua carne lisa e nua tiraram
um longo gemido dela, e ela abriu as pernas mais ainda, pendurando uma perna sobre o lado
do assento da janela.
— Leda, você se sente tão bem, — Ian ofegou quente contra sua boca. Ele baixou o rosto
contra os seios dela novamente e deleitou sobre o mamilo, mamando-o quando empurrou dois
dedos dentro dela, deslizando dentro dela e saindo fora lentamente.
Leda gemeu, jogando a cabeça para trás, agarrando punhados da camisa de Ian.
Ele puxou a mão e abaixou seu corpo para baixo, entre as pernas, as mãos em suas
nádegas.
Ela soltou um pequeno suspiro no contato repentino de sua língua no seu clitóris, em
golpe faminto. Ela ouviu o gemido na garganta, pressionando sua boca contra a sua carne mais
escorregadia. Em meros segundos, a explosão mais intensa explodiu debaixo das mãos de Ian e
ondas de prazer atravessaram seu ventre. Seus punhos apertaram a camisa de Ian e ela fechou
os olhos até que o orgasmo passou, deixando-a murcha debaixo do corpo de Ian. Ela liberou sua
camisa e apertou-o nos braços, respirando pesadamente.
Ian ergueu o rosto de seu sexo.
— Isso foi bom para você?
94
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela balançou a cabeça vigorosamente.
— Eu quero fazer isso por você.
Ele moveu para cima do corpo dela até que pudesse segurá-la novamente. Ele beijou-a
suavemente, e Leda podia sentir o cheiro de almíscar de seu próprio sexo feminino em seus
lábios.
— Você não precisa.
— Eu quero.
Ian gemeu e caiu para trás de seu corpo, esfregando sua virilha contra ela. Ele rolou para
o lado, desafivelou o cinto e a calça, puxando-os para baixo após os quadris, juntamente com
sua cueca.
Leda sustentou-se acima em um cotovelo e olhou para ele. A camisa dele estava erguida,
revelando sua barriga esticada, com um rastro de cabelo para baixo do centro, terminando no
ninho grosso de cabelo em torno de seu sexo. Cautelosamente, ela estendeu a mão e tocou-o,
fechando-lhe a mão em torno da espessura de sua ereção. A pele escura era aveludada e
alinhada com as veias, à cabeça inchada de excitação.
Ian gemeu com o contato quando as pontas dos dedos começaram a esfregar
suavemente, subir e descer em seu pênis.
Incentivado por seu prazer evidente, ela moveu a mão um pouco mais rápido, parando
um pouco para acariciar seus testículos. Eles eram firmes e enchiam-lhe a mão, cobertos de
pêlos nítidos encaracolados os mesmo que cercavam seu pênis.
— Leda, — Ele gemia baixinho. — Isso é tão bom.
Ela sorriu e deslizou sua mão para cima, em torno de seu pênis, apertando levemente e
acariciando ao mesmo tempo. Ela se inclinou e beijou. Um rastro do seu cheiro almiscarado dela
agarrado aos lábios dele.
— Aperte aqui, com o seu dedo polegar, — Ele respirou, guiando os dedos dela para um
ponto abaixo da cabeça. — Oh, sim. Isso. — Ele gemeu e fechou os olhos, reclinando sua cabeça
para trás. Deitou-se contra as almofadas, respirando pesadamente. Uma mão vagou novamente
sob a saia dela, as pontas dos dedos tocando levemente entre as coxas, acariciando seu clitóris,
sentindo o contorno dos lábios vaginais.
Depois de alguns minutos, o corpo de Ian estava tenso. Um gemido longo emitiu de sua
garganta e seu pênis pulsava na mão dela, sua ejaculação pulsando sobre os dedos dela.
Ele parou sua mão e abriu os olhos. Sorriu.
— Obrigado, pequeno cisne. — Ele tirou um lenço do bolso e enxugou o estômago e a
mão de Leda. Então colocou o lenço de lado e a puxou contra ele, enterrando seu rosto em seu
cabelo. — Eu te amo, Leda, — Ele sussurrou. — Eu não posso esperar até que eu possa ter tudo
de você.
Ela sorriu e se aconchegou contra ele.
— Nem eu, — Disse ela baixinho. — Eu me sinto exatamente da mesma maneira.

95
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Capítulo Nove

Março, 1914

— Socorro!
Duncan virou-se ao som do grito de Leda. Ela estava na outra ponta da sala, cobrindo seus olhos
com as mãos. Os sons dos gritos dela encheram seus ouvidos. Sua angústia encheu a sala como um
temporal.
Ele saiu em uma corrida, os braços estendidos. Ela estava no parapeito da janela agora, balançando
perigosamente.
— Leda, — Ele chamou enquanto corria, mas ela não descobria seus olhos. Seus pulmões
queimavam no peito. Não importava o quão rápido corria, não poderia chegar até ela.
— Leda, — Ele gritou.
Ela tinha ido embora.
Duncan sentou-se, ofegante. Abriu os olhos. O suor derramando em sua testa e tórax.
Ele olhou ao redor, encontrando-se em sua cama. O quarto estava escuro, e era
provavelmente de madrugada, pouco antes do amanhecer. Uma nevada de fim de inverno
aparecia pelas janelas.
Recuperando o fôlego, ele jogou de lado os cobertores e colocou seu roupão e chinelos.
96
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Permitiu-se sair de seu quarto ao longo do corredor, à esquerda, onde era o quarto de
Leda.
Ele bateu levemente na porta, seu coração ainda batendo. Ele desejava poder
compreendesse este último sonho.
Alguns momentos depois, a porta se abriu e Leda olhou para fora, puxando o roupão.
Sua longa trança pairava sobre seus ombros e seus olhos estavam grandes e sonolentos. Alívio
pairou por ele, e ele suspirou pesadamente, resistindo ao impulso de puxá-la em seus braços.
Ela arregalou os olhos quando o viu.
— Duncan? Qual é o problema?
Ele parou. Não havia necessidade de se preocupar com ela.
— Não há nenhum problema. Eu... Não conseguia dormir e queria ter certeza de que
estava tudo certo.
Um sorriso curvou seus lábios.
— Obrigado. Eu estou bem. — Ela olhou para o rosto dele no corredor sombrio. — Você
parece agitado. Ah, eu sei o que você precisa Duncan.
Seu coração balançou.
— O que é?
— Um copo de leite morno. Isso vai ajudá-lo a dormir.
Ele respirou outro suspiro de alívio, desprezando-se interiormente. O que ele pensou que
ela iria dizer?
— Eu não quero colocá-la em nenhum problema.
Ela sorriu novamente e saiu da sala.
— Claro que não há nenhum problema.
Ele andou pela escuridão, quieta até a cozinha e acendeu o fogão para ela enquanto ela
colocava um pouco de leite em uma panela e colocou sobre o fogão. Ele se sentou à mesa com
duas xícaras e olhou-a movimentar o leite com uma colher de pau.
A visão dela em seu roupão o fez lembrar-se da última vez que tinha visto ela na cozinha
nas primeiras horas da noite. Ela veio aqui chorando por causa do que o tinha ouvido dizer a
Ian e encontrou Ian consolando-a. Ele havia percebido depois que alguma coisa estava
mudando entre ela e seu irmão.
Alguma coisa tinha mudado entre ele e Leda, também. A amizade deles tinha
aprofundado, a tal ponto que não podia imaginar como viveu todos esses anos sem ela.
Talvez isso fosse o que os seus sonhos estavam dizendo. Ele enfiou a mão pelo cabelo,
percebendo que já não a via como sua protegida. Leda era uma mulher feita com sonhos,
desejos e esperanças. Um ser humano complexo, como ele próprio.
E então havia o medo sobre ela engravidar. Sem dúvida, ela iria.
E se ela tivesse o mesmo destino que Caity? Ele não podia suportar o pensamento. Ele
respirou fundo quando encarou a vontade de expressar seu medo para ela.

97
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda se aproximou da mesa com a panela e derramou o leite morno em cada xícara. Ela
colocou a panela no fogão e sentou-se perto dele. — Tenha cuidado, — Ela disse a ele. — Está
muito quente.
Ele sorriu.
— Eu vou ter cuidado. — Ele pegou a xícara e colocou para baixo novamente. — Leda,
há algo que eu não lhe contei.
Ela olhou para ele, seus olhos questionando. Ele viu que ela estava com medo do que
poderia dizer.
— Não se preocupe, — Ele acrescentou rapidamente. — Não é nada ruim. É só... Bem...
Eu nunca disse que eu fico com medo quando eu penso em você — Ele fez uma pausa. — Com
um filho. — Ele passou a mão novamente pelos cabelos. — Estou com medo que a mesma coisa
aconteça com você...
— O que aconteceu com Caity? — Ela terminou com suavidade. Ele balançou a cabeça.
— Sim.
Os olhos dela de repente nublaram e ela tomou um gole de sua xícara. Vários momentos
passaram antes que ela falou.
— Duncan, eu não quero que você tenha esta angústia.
Ele olhou para ela.
— É por isso que eu tenho sido tão inflexível sobre você e Ian... serem cuidadosos.
— Oh, eu vejo. Nós temos sido.
— Eu sei. Eu confio em você.
Ela ficou em silêncio por um momento.
— Eu vou ao doutor Burns, disse ela. — Ele pode me dar um exame físico completo
primeiro. Então nós vamos saber se eu sou saudável. — Ela estendeu a mão descansando de
leve no braço dele. Seus grandes olhos doces olharam-no com simpatia. — Se eu não estiver
saudável, Duncan, não vou tentar ter um filho. Eu prometo.
Ele colocou sua mão sobre a dela.
— Jesus, Leda. Você não sabe o que está dizendo. Eu não posso pedir-lhe para fazer essa
promessa.
— Como você disse uma vez, Duncan, você não pediu. Eu estou dizendo a você.
Ele riu baixinho.
— Trazendo minhas palavras de volta para mim? Ensinei bem a você.
Ela sorriu.
— Sim, você ensinou.
Ele apertou a mão dela com uma medida de alívio passando por ele.
Eles se sentaram tranquilamente, tomando o leite morno e Duncan percebeu que
algumas de suas angústias se dissiparam. Ainda assim, havia algo irritante dentro dele, uma
sensação de mau agouro que não poderia abalar. Quando ele pensou em Ian, o sentimento se
intensificou. Lembrou-se de seus temores iniciais sobre a maturidade de seu irmão. Ian parecia
estar indo bem e amava muito a Leda. Ele ligava para ela todos os dias e escrevia-lhe, pelo
98
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
menos uma vez por semana. Ele estaria em casa logo para a Páscoa e, em seguida, seria apenas
um par de meses mais até o casamento.
Duncan tomou uma respiração profunda e terminou o leite. Ele olhou para Leda e
devolveu o sorriso que ela lhe deu. Quando se levantaram, ele orou em silêncio que os seus
receios fossem infundados e que tudo ficaria bem.

99
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Capítulo Dez

Lady Helen Montcrieff. Helen zombou de seu próprio reflexo no seu espelho de vestir.
O termo Lady era um equívoco até onde a ela concernia. Uma Lady não entra na situação
que ela se encontrava no momento. E uma Lady não altera o curso da vida de um homem sem o
seu conhecimento, como ela estava prestes a fazer.
Tomando um longo gole de seu copo de gin, ela engoliu, fechando os olhos pela sensação
de queimação que o licor causava em sua garganta. Ela colocou o copo na mesa e deixou sua
empregada amarrar a faixa do vestido em torno de sua cintura.
— Onde estão os meus cigarros, Gerty?
— Aqui, minha senhora. — A empregada uniformizada pegou a cigarreira de prata e
abriu para ela.
Helen arrancou um cigarro da cigarreira com a unha e acendeu-o, tragou por um longo
momento. O tabaco não era provavelmente a melhor coisa para o feto crescendo dentro dela,
mas ela precisava de algo para distraí-la da torção no seu coração.
Ela olhou para o relógio quando tragou. Ian estaria aqui a qualquer minuto. Ele sempre
foi um amigo confiável. A única pessoa que poderia recorrer. Ele faria a coisa certa por ela se
pensasse que precisava.
Sanjay Mattar certamente não iria. Ele nunca manifestou qualquer sentimento por ela nos
meses de seu caso. Ele já tinha duas esposas quando voltasse a Índia e que nem ele nem seu pai,
o rajá, gostaria de reconhecer um filho ilegítimo de uma inglesa. Tão logo Sanjay graduasse em
Oxford nesta primavera, ele tinha planos de voltar para casa. Sem ela.
Ela amaldiçoou a si mesma por ter se envolvido com ele em primeiro lugar. Ela percebeu
tarde demais que estava tentando se convencer de que ela realmente poderia ter atração por
homens, em vez das mulheres. Olhando para trás, viu agora que ela só pôde estar com ele
porque ele tinha pele macia, fina e bonita como de uma mulher, quase uma construção
feminina.
E depois havia o pai, um proeminente membro da Câmara dos Lordes. Que seria um
escândalo, a ele e a mãe dela? Eles eram o tipo de pessoas que seu primogênito caso isso
pudesse salvar a sua própria reputação. Ela nunca poderia ter chegado a eles e dizer que amava
as mulheres, não os homens. Então, ela certamente não poderia dizer-lhes sobre isso.
10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Não. Ela considerou as suas infinitas alternativas, e seu desespero de ascensão a fizeram
se repugnar, mas necessitava.
Bateram à sua porta. Gerty atendeu.
Ian ficou na porta. Ele não estava sorrindo, como de costume quando chegava para vê-la,
mas a visão dele trouxe um pequeno alívio. Ele deve perder sua noiva na Escócia. Ele falava
eternamente sobre a menina. Outra reviravolta tomou seu coração. Eles eram tão apaixonados,
Ian e a garota que tinha acabado de ficar noivo, Helen não poderia imaginar o que isso poderia
fazer com eles. Mas ele era o único homem que ela sabia que iria fazer o certo por ela. Ele
provou isso somente vindo, porque ela disse que precisava falar com alguém.
Ela caminhou em direção a ele, seu intestino torcendo loucamente. Havia ainda tempo
para parar. Talvez ela fosse apenas jantar com Ian, iniciar conversas e enviá-lo em seu caminho,
como sempre fazia.
Ela dispensou Gerty da sala e forçou um sorriso jovial.
— Parece que nós poderíamos tomar uma bebida.
Ian entrou na sala.
— Obrigado.
Helen serviu dois copos de uísque, entregou-lhe um e em seguida, acomodou-se
displicente no sofá.
Ian se sentou em uma cadeira em frente a ela. Seus olhos castanhos estavam sem o brilho
habitual.
Ele segurou o seu copo para cima.
— Alegrias, — Ele murmurou e virou um gole grande.
Helen resistiu ao impulso de perguntar a ele sobre sua visita a sua noiva, que tinha
acabado de ir de um feriado de fim de semana. Se ela soubesse de detalhes, poderia não ser
capaz de fazer isso com ele. Para seu alívio, ele não ofereceu nenhuma.
— Isso é sobre você? — Ele perguntou, descansando o copo na perna.
Ela suspirou.
— Você me conhece. Eu estou em um dos meus humores negros. — Ela tomou um
pequeno gole de uísque. — Isso vai passar. Eles sempre passam. — Ela olhou para ele. — Você
está com fome?
Ele balançou a cabeça. — Não, mas obrigado. Eu nunca fico com fome depois de falar
com Leda no telefone. Eu sinto muita falta dela.
Meu Deus, ela precisava guiar a conversa em uma direção diferente antes que perdesse a
coragem. Ela começou a série de tópicos que tinha planejado tempos antes, cuidadosamente
recarregando seu copo de uísque em intervalos.
Várias horas se passaram e Ian abaixou seu copo.
— Helen, eu apreciei como sempre sua companhia, mas eu tenho que voltar.
Seu estômago sacudiu. Tinha que agir agora. Ela pensou por um breve segundo em
deixá-lo sair, mas uma onda esmagadora de medo quebrou em cima dela. Ela só viu a
devastação e a ruína de seu futuro. Precisava dele.
10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Só mais uma dose? — Ela perguntou, virando para baixo nos cantos da boca. — Eu
posso abusar da sua companhia.
Ela o viu ceder, sabendo que ele odiava pensar que estava ferindo alguém. E essa foi uma
das razões pelas quais ela sabia que podia contar com ele.
— Tudo bem. Eu não quero que você se sinta sozinha, Helen.
Ela sorriu e pegou seu copo. De costas para ele no carrinho de bebidas, ela esvaziou o
pequeno pacote de tranqüilizantes em sua bebida, agitou, e trouxe de volta.
Ela entregou-lhe o copo e sentou-se.
— Sem brinde, — Disse ela, desesperada para não atrasar. Quanto mais tempo eles
esperassem, maior a chance que ela perdesse a coragem. — Aproveite.
— Tudo bem. — Ele tomou um gole grande e sentou-se calmamente.
Helen começou a puxar mais conversa, esperando o calmante fazer efeito. Ian era um
homem, musculoso forte e ela sabia que iria demorar um pouco para ele adormecer. Ela viu
suas pálpebras pesadas sobre os olhos castanhos e murmurar algo sobre colocar a cabeça para
trás por alguns minutos antes de ir para casa. Quando ele estava dormindo profundamente, ela
pegou o copo de sua mão, espalhou um cobertor no chão perto do sofá e começou a tirar a
roupa de Ian.
Eu estou louca, pensou desesperadamente. Estou louca totalmente. Ela espalhou as
roupas pelo chão e um sofá, numa demonstração de ter sucumbido à paixão, e depois fez o
mesmo com ela própria. Com toda a força, ela manobrou o corpo de Ian para dormir no chão,
deitou-se ao lado dele, cobrindo os dois com um segundo cobertor. Seu coração deixou de
funcionar e rebelou-se em seu peito enquanto se deitou e, apesar dos vários copos de uísque
que tinha bebido, sentia-se sem sono. Ao lado dela, Ian dormia pesadamente, seu peito subindo
e descendo constantemente.
Helen estava em silêncio, ouvindo-o dormir. Ficou tentada a tomar alguns dos
tranqüilizantes. Tinha mais em sua bolsa. Mas ela não poderia ter a chance de ele acordar e sair
sem ela vê-lo primeiro. Ela queria desesperadamente poder dormir, uma forma de escapar da
culpa que a agrediu. Pensou em algum lugar que poderia ir por um tempo e voltar quando
ainda não estivesse acordado.
Ela suspirou. Não havia nada a fazer senão esperar. Suas ações a levaram a passar por
esta vil. Não tinha mais para onde ir.

*****

10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ian acordou com uma dor forte em sua cabeça. Ele piscou forte várias vezes e esfregou os
olhos, tentando lembrar o que aconteceu. Estava sentado e conversando com Helen, e bebeu
uma bebida quando ele se tornou, de repente, profundamente, profundamente exausto.
Lentamente, ele se tornou ciente do lugar onde estava. Seus músculos gemeram quando
ele se mudou e ele descobriu que estava nu sob o Cobertor. Ele tornou-se consciente de que
estava deitado em um tapete, não em uma cama macia. Quando clareou sua visão, ele começou
a reconhecer o quarto que estava dentro.
Um movimento agitou ao lado dele e ele ouviu um suspiro feminino. Talvez estivesse
tendo um dos seus sonhos com Leda. Ele piscou de novo e virou a cabeça. Os cabelos louros
espreitaram sobre o cobre. Um nódulo de repente formou em sua garganta. Alguma coisa
estava muito errada.
Lentamente, ele estendeu a mão e puxou as cobertas para baixo. Helen estava dormindo
ao lado dele.
Nua. Esquecendo seu devaneio, sentou-se empertigado.
Helen abriu os olhos e olhou para ele.
— Helen... — Ele ficou em silêncio. Náusea começou a se agitar em seu intestino. Como
ele poderia ter feito isto?
Helen sentou-se.
— Sinto muito, Ian. Nós bebemos muito, eu suponho.
Ele olhou para ela, os olhos arregalados.
— Eu... Forcei você?
Ela balançou a cabeça.
— Não, você não fez. Foi irresponsabilidade mútua, eu suponho. — Ela colocou uma
mão em seu braço. — Não acontecerá novamente.
Ian enfiou a mão pelo cabelo, esforçando-se para apertar para baixo a ansiedade que
rodou em cima dele.
— Helen, eu sinto muito.
— Eu também. — Ela empurrou os cabelos para trás de sua face. — Ninguém tem que
saber, não é?
A sala estava inclinando e tudo o que podia ver era as lágrimas de Leda. Ela estaria de
coração partido.
Ele sabia que tinha que lhe dizer a verdade. Não iria começar o casamento com uma
mentira. — Sim. Devo dizer a Leda. Eu não posso mentir para ela. — Os olhos de Helen
nublaram com medo.
— Eu não contarei quem, claro, — Acrescentou. Em seguida, outro pensamento horrível
ocorreu a ele. — Helen, não há nenhuma possibilidade que você poderia ter ficado... — Ele
ficou em silêncio. A palavra era muito dolorosa para dizer.
— Grávida? — Ela terminou com suavidade.
Ele balançou a cabeça, sentindo suas vísceras aumentando violentamente em seu
estômago.
10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Eu vou saber em alguns dias.
Ele olhou para ela.
— Porque se você estiver, eu vou ter que... Fazer a coisa certa por você.
— Oh, Ian.
Ele suspirou e trouxe seus joelhos para o peito, inclinando a testa neles.
— Oh, Deus, — Ele sussurrou. — Me perdoe.

*****

Helen estava grávida.


A mão de Ian tremia enquanto ele pegava o receptor do telefone. Agora mesmo, ele
queria poder trocar de lugar com Charlie em vez de ter de dizer a Leda o que estava prestes a
lhe dizer. Ele tentou ser fiel, e falhou. O mínimo que podia fazer era tomar a responsabilidade
por suas ações. Não havia nenhum conforto em saber que Leda estaria livre para encontrar um
homem melhor.
O operador o conectou a Glenparry. Ele rezou para Leda não responder, mas sabia que
ela faria. John tinha dito a ele que quando ela esperava todos os dias pelas suas chamadas, se
lançava sobre o telefone antes de mais alguém alcançá-lo.
O telefone clicou no segundo chamado.
— Olá?
O coração de Ian afundou na voz ofegante de Leda e ele quase desligou o telefone sem
falar.
— Ian é você?
Ele engoliu em seco.
— Sim, sou eu, pequeno cisne.
— Oh, Ian! Eu sinto tanto a sua falta!
— Eu também sinto sua falta. O que você está fazendo?
— Estou mostrando para Audrey algumas preparações à base de plantas. Nós estamos
na cozinha. E você?
Sua mão tremeu tanto, ele quase deixou cair o auscultador.
— Nada de mais.
Um momento de silêncio se seguiu.
— Ian, algo está errado. Eu ouço isto em sua voz.
10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele limpou a garganta, apertando o receptor do telefone.
— Um... Algo é a questão, pequeno cisne.. Mas eu preciso falar com Duncan.
— Ian, me conte o que está errado. Me fale agora. Você está machucado? — O pânico fez
o tom dela ligeiramente estridente.
— Não. Não. Eu não estou ferido. Eu estou bem. É... Outra coisa.
Ele ouviu seu suspiro.
— Por favor, me diga. Eu estou tão preocupada agora.
Seu coração apertou dolorosamente.
— Leda, eu... Cometi uma indiscrição.
Silêncio. Ele podia senti-la absorvendo suas palavras.
— Indiscrição? — Cautela tingia sua voz.
— Eu estava... Com alguém. Uma mulher.
— Quando?
— A noite que você me deixou no trem. — Ele piscou para conter as lágrimas.
— Ian, por quê? Você não me ama?
— Claro, que eu te amo. Eu não poderia amar ninguém mais. Não é isso. Eu...
Sinceramente, eu estou envergonhado de dizer que eu não lembro. Eu bebi uísque demais.
Ela ficou em silêncio novamente.
— Leda, você está aí?
— Eu estou aqui. Ian, nós ainda podemos nos casar, podemos?
Ian reprimiu um soluço. Deus o ajude. Ela já havia sofrido por seu pecado.
— Leda, ouça, eu te amo mais do que tudo no mundo, mas ela está... Grávida. Eu tenho
que fazer a coisa certa.
— Ian, não! — Ela começou a chorar, gemendo tão alto que seu tímpano latejava. —
Deus, por favor, não! Diga que não é verdade!
— Leda, eu sinto muito. Eu nunca quis te magoar.
Seus gritos soaram mais longe e de repente ele percebeu que ela devia ter deixado cair o
auscultador. Mais vozes murmuraram em segundo plano. Sentou-se, ouvindo gritos de lamento
de Leda, seus ombros caíram, com o coração doendo.
— Ian, o que está acontecendo? — A voz de Duncan rosnou através da linha.
— Duncan, pedi para falar com você primeiro, mas ela não parava de me perguntar.
Estive com Helen. Eu não me lembro, eu juro, mas aconteceu. E agora ela está grávida.
— Maldição, Ian!
— Duncan, eu nunca quis magoar Leda. Eu fui fiel a ela, eu juro.
Vários momentos de silêncio seguiram.
— Escute, — Ele disse finalmente, — Vá ao seu apartamento e fique lá. Vou chamá-lo de
volta logo que eu puder. Você está me ouvindo?
— Sim, Duncan.
A linha desligou. Ian suspirou e passou uma mão pelo cabelo. Lentamente, ele colocou o
auscultador no seu lugar e virou-se para subir escada acima.
10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

*****

Duncan virou para Leda, que se sentou afundado no chão, soluçando nos braços de
Audrey. Fanny e John permaneciam acima dela, oferecendo palavras confortantes.
O rosto de Audrey era uma máscara de angústia.
— Eu não sei o que aconteceu, Senhor Duncan.
Ele não respondeu e ajoelhou abaixo, uma de suas mãos ajustou na cintura de Leda,
levantando-a debaixo de sua palma.
— Eu tinha medo de algo assim, — Ele murmurou debaixo de sua respiração.
Alcançando, ele manobrou Leda em seus braços. Ela afundou contra ele como uma boneca de
trapo. Ele a ergueu e se levantou.
Ela agarrou punhados de sua camisa.
— Duncan, oh, meu Deus. Duncan!
— Eu vou levá-la para meu escritório, — Ele disse para Audrey.
— Sim, senhor.
Em seu escritório, Duncan colocou Leda suavemente no sofá e se sentou próximo a ela,
puxando-a contra ele. Seus soluços guturais minguaram e ela lamentou em sua camisa.
— Está tudo bem, querida, — Ele sussurrou, acariciando seu cabelo. — Eu estou aqui.
Leda levantou seu rosto de sua camisa, úmido com suas lágrimas.
— Eu quero morrer, — Ela soluçou.
Ela tirou seu anel de compromisso e deixou cair no chão. Duncan assistiu o ouro
refletindo quando o objeto minúsculo aterrissou debaixo da mesa. Ele determinou recuperar
isto mais tarde.
— Deus a proíba, Leda. — Ele a puxou mais perto dele.
— Eu sinto como se fosse morrer.
Ele suspirou, lembrando de sua própria aflição.
— Eu sei como se sente, querida. Mas eu prometo você não vai.
Ele continuou a acariciar o cabelo dela para trás, a deixando soluçar contra ele. Olhando
fixamente no fogo. Enquanto a segurou, ele deixou seus pensamentos irem para Ian.
Então, Ian tinha feito a coisa que ele tinha jurado não fazer. Ele suspirou. Talvez tivesse
sido um ato privado de medo. Deus sabe que ele fez um pouco de seu próprio no passado. Seu
coração doía por eles dois. Ian amava Leda. Duncan sabia disto. E se Helen não tivesse grávida,
talvez eles pudessem ter levantado e continuado.

10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Deus querido. Ian teria que casar com Helen. Estava bem claro. Um MacGregor tomava
as responsabilidades por suas ações, certas ou erradas. Ele suspirou novamente, apertando seus
braços ao redor de Leda em proteção. Pobre cordeiro. Não era certo que ela tivesse que sofrer
por isso.
Ele continuou a assistir as chamas dançando e crepitando no fogo, seus pensamentos e
emoções galopantes. Para sua vergonha, a única coisa que ele quis fazer naquele momento era
levar Leda para cima de sua cama e fazer amor com ela. De alguma maneira, ele sentiu que isso
seria muito adicional para aliviar sua dor por qualquer outra coisa que ele pudesse fazer. Ele
não podia imaginar como seria para ela quando Ian trouxesse Helen para Glenparry para
terminar sua gravidez. E Claro que Duncan os teria aqui. Afinal de contas, esta também era a
casa de Ian, afinal, e como irmão mais velho de Ian, ele sentia como responsável pelo bem-estar
de Ian assim como por Leda.
Duncan desejou que ele pudesse simplesmente pedir a Leda para casar-se com ele ao
invés. Ele não quis trair a memória de Cait por nem mesmo esperar um ano inteiro para casar
novamente, mas as circunstâncias eram medonhas. Leda não era endurecida pela vida. Ela tinha
um coração tenro e ele não queria vê-la sofrer mais do que já tinha sofrido hoje.
— Eu estou aqui por você, Leda. — Ele sussurrou. Apertou um beijo em seu cabelo e a
sentiu se apertar mais próxima contra ele. Ele sentia que ela pelo menos parecia segura com ele.
— O que eu vou fazer Duncan? — Ela perguntou, a voz grossa de chorar.
— Você não deve se preocupar com isso agora, querida. Qualquer coisa que puder ser
feita, eu cuidarei disto.
Ela olhou nele. Seus olhos grandes marrons estavam vermelhos com as bordas brilhando
com lágrimas, suas características suaves arredondadas com aflição.
— Obrigado, — Ela sussurrou. Ela virou e enterrou seu rosto em sua camisa novamente
se enrolando contra ele como uma pequena menina.
Ela suspirou e lamentou suavemente. Ele descansou sua mão em seu cabelo. Quando o
futuro chegasse, ele lidaria com isto. Tudo que ele se importava naquele momento era confortar
a mulher em seus braços.

10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Capítulo Onze

Abril, 1914

— Ian, eu amo você! Não me deixe! — Leda gritou as palavras repetida vezes, mas Ian estava de
costas para ela e não parecia não ouvir. Seu riso fundo, rico ressoando no ar.
— Ian, por favor!
Ele não virou e, ao invés, alcançou sua mão para uma mulher que se materializou ao seu lado. Ela
tinha cabelo dourado que fluía abaixo dela e atrás. Leda não podia ver seu rosto, mas quando Ian olhou
para a mulher, ela podia ver que seu rosto estava sorrindo.
— Ian! — Leda gritou até que seus pulmões doíam, mas ele não viraria.
— Ian!
Leda se sentou confusa, seu tórax levantando. Desde que Ian tinha quebrado seu
compromisso seis semanas atrás, o sonho a assombrou por todas as noites. 10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela se retirou contra os travesseiros. Seu corpo pareceu especialmente pesado esta
manhã, seus músculos inertes e doloridos. O mero pensamento de levantar-se para vestir-se era
mais repugnante que o habitual.
Ela pôs uma mão em sua testa. Sua pele estava queimando e seca. A febre que teve pelos
últimos dias piorou. Quando tragou, a dor secou sua garganta. Ela ansiou por um gole de água,
mas não podia reunir a energia para alcançar o copo em sua mesa de lado da cama. Ela não se
sentia bem durante alguns dias. Seu apetite minguou para quase nada e embora Duncan
constantemente importunasse ela para comer, ela nunca poderia levar mais que alguns bocados.
Eu vou dizer a ele hoje. Ela andou adiando dizer a Duncan sobre sua decisão de voltar para
Orkney. Ela realmente tomou a decisão uma semana depois de telefonema fatal de Ian, mas não
tinha sido capaz de realizar isto. Sentia falta desesperadamente de Ian e queria vê-lo quando ele
trouxesse Helen para ficar. Mas ao mesmo tempo, não podia imaginar estar aqui com os dois.
Como podia ela possivelmente assistir eles juntos e ver a inchação da barriga de Helen com a
criança de Ian? Duncan lhe disse que ficasse em Oxford até depois de sua graduação.
Talvez fosse por causa de Duncan que ela não tinha partido para Orkney.
Duncan tinha sido o melhor amigo que ela podia já imaginar. Desde seu desgosto com
Ian, Duncan gastou tanto tempo com ela como ela o quis. Ele era compreensivo e gentil e nunca
reclamava sobre quanto ela chorou, ou o modo que ela voltou a vestir suas calças compridas.
Ele era a presença forte, fixa em sua vida e ela sentiria falta dele horrivelmente se partisse.
Porém, o pouco tempo que faltava para que Ian voltasse se aproximava, a fazendo sentir como
se tivesse que escapar o mais rápido possível. Ela não partiria imediatamente. Ian não se
formaria até início de junho. Ela tinha certeza que retornaria para Orkney antes disso.
Uma batida veio a sua porta e alguém entrou abrindo-a.
— Leda? — Duncan chamou suavemente. Ele colocou sua cabeça dentro. — Eu posso
entrar?
— Sim. — Seu coração balançou em seu peito à medida que ele aproximou-se. Estava
vestido, mas sua roupa estava amarrotada, do mesmo jeito de quando ele tinha passado uma
noite acordado.
Ele veio para estar próxima à cama, assomando acima dela na luz obscura do quarto.
— Estava preocupado com você, — Ele disse. — Não penso que eu dormi uma hora a
noite inteira. — Ele sentou na extremidade do colchão e perscrutou nela, seu rosto escurecendo
imediatamente com preocupação. — Você ainda não está bem.
— Eu estou bem, obrigada, — Ela respondeu. — Só um pouco cansada.
— Uma febre por três dias é mais que um pouco de cansaço. Você permanecerá na cama
e eu chamarei o doutor para voltar aqui.
— Duncan... Eu... Tenho que dizer algo a você. — Ela se suportou e decidiu deixar as
noticias derramarem fora. — Eu decidi partir.
Os olhos escuros dele se alargaram.
— Partir? O que você quer dizer com partir? — Ela olhou para baixo, evitando seus
olhos. — A irmã da minha mãe ainda vive em Orkney. Ela irá me acolher.
10
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Duncan permaneceu mudo e ela olhou em cima a tempo de ver sua mandíbula apertar.
Por alguma razão, ela pensou que ele responderia com alívio, com compreensão de sua
condição.
Ainda, ela sentiu tensão radiar dele.
— Você não pode falar sério.
— Eu estou Duncan. Eu não posso ficar aqui. Não com... Ela. Eu tenho minha mesada
economizada. Isto deve me ajudar por até... Até que você não seja mais responsável por mim.
Eu montarei Charlotte até a costa e a transportarei de balsa.
— Não, — Ele disse finalmente. Sua voz era baixa e soava forçada, como se ele estivesse
usando isto para empurrar abaixo uma tempestade de raiva.
Ela olhou nele, desprevenida para o que viu em seus olhos.
As íris agitavam como duas tempestades. A testa dele estava dobrada em linhas.
— Não, — Ele repetiu. — Você não pode partir.
— Duncan
— Eu proíbo isto. — Inesperadamente, ele a alcançou e pôs a palma em sua testa. — Meu
Deus, Leda, você está queimando! — Ele permaneceu e arrancou o sino de trás da cabeceira.
Audrey apareceu dentro de momentos. Seus olhos alargados quando viu Duncan e a expressão
em seu rosto.
— Audrey, faça um banho de gelo imediatamente. Ela está queimando de febre.
— Sim, Senhor Duncan. — Ela correu para o banheiro. Em pouco tempo, água estava
esguichando na banheira com um rugido, e Audrey apressou fora do quarto. Minutos depois,
John e outro homem jovem vieram com baldes de gelo, que esvaziaram na banheira.
Audrey voltou no banheiro e desligou as torneiras. Ela apareceu na entrada. — Está
pronto, senhor.
Duncan retirou as cobertas de Leda e puxou-a para cima.
— Duncan... — Ela murmurou, mas nada mais. Sua febre estava rapidamente subindo,
até mesmo desde que ele entrou no quarto. Ela caiu flácida contra ele quando ele a levou no
banheiro. Audrey aguardava na banheira, e quando Duncan a trouxe, ela estava aguardando
para ajudá-lo.
Duncan levou Leda acima da banheira e a abaixou cuidadosamente, submergindo-a na
banheira, com camisola e tudo, até seu pescoço.
Imediatamente ela reavivou e começou a tremer violentamente. Seus olhos abriram de
repente, olhando fixamente em cima nele, e seus dentes batiam ruidosamente.
Ele agarrou uma toalha de mão fora de um anel na pia e saturou-a na água de gelo.
Ajoelhando no chão de azulejo, ele alisou o pano acima de sua testa e bochechas quentes.
— Está tudo bem, Leda, — Ele disse a ela suavemente. — Nós temos que baixar sua
febre. — Ele estava com muito medo por ela, mas a possessão própria que o falhou momentos
mais cedo agora o sustentou quando ele continuou a imergir o pano de volta na água glacial,
usando-o para atrair o calor a sua pele. — Eu direi a John ir buscar o doutor, — Audrey disse e
apressou-se fora.
11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Duncan, eu estou congelando. — O corpo de Leda empurrou e se contraiu, movendo o
gelo ao redor dela.
Ela agarrou um ou outro lado do descanso para os pés da banheira com tal força que
suas articulações viraram um branco arroxeado.
— Eu sei querida. — Ele alisou o pano através de sua testa e então acima de sua
bochecha.
Com uma mão, ele suavemente empurrou de volta seu cabelo. Audrey reapareceu,
apertando uma camisola seca.
— Eu preparei a cama, senhor Duncan. — Ela baixou a camisola e apanhou uma toalha
limpa.
Duncan movimentou a cabeça e esperou outro minuto. Ele então sentiu a testa de Leda.
Ela ainda estava tendo febre, mas o gelo definitivamente abaixou sua temperatura para um
grau menos assustador.
— Venha, querida, vamos tirar você fora daqui. — Fechando suas mangas, ele
mergulhados seus braços na água gelada e a levantou para cima, uma mão grande embalava a
cabeça, a outra agarrava uma das mãos dela.
Firmando seu corpo tremendo, ele a ergueu aos seus pés, a guiando cuidadosamente fora
da banheira. O material membranoso dela gotejando em sua camisola agarrada na sua pele
molhada, dispondo a ele um olhar em seus pequenos seios e mamilos rosa, duros pela água fria,
e o triângulo escuro de cabelo no ápice de suas coxas. Ele rasgou seu olhar longe.
— Nós precisamos secá-la, — Ele disse para Audrey, inconfortavelmente ciente do tom
apertado em sua voz e sentindo o aperto em sua virilha.
— Ajude-me. — Ele olhou para Leda. — Se você sente que está errado, eu mandarei
buscar Fanny. — Para sua surpresa, ela agitou sua cabeça. — Não. Eu não quero que você parta.
Só feche seus olhos.
— Claro. — Ele movimentou a cabeça para Audrey. — Vá em frente. — A moça avançou,
erguendo a bainha da camisola de Leda que estava ensopada e levantou acima de sua cabeça.
Duncan evitou seu olhar enquanto ajudava Leda a se equilibrar no chão de azulejo.
— Eu a segurarei, Audrey. Você a seca e coloca uma camisola seca.
— Sim, Senhor Duncan. — Audrey trabalhou rapidamente, contudo suavemente com a
toalha.
Duncan manteve seus olhos fechados, abrindo eles só por um momento rápido quando
precisou ajudar Leda a se virar. Sem significado, ele olhou em sua figura desnuda, com suas
curvas graciosas e pele cremosa e pálida.
Agradecida, Audrey terminou secando-a depressa e deslizou a camisola acima da cabeça
dela. Quando abriu seus olhos, ele achou Leda coberta com algodão suave, branco aparado com
renda.
Ele forçou um sorriso.
— Venha agora, — Ele murmurou, colocando ela em cima em seus braços novamente.

11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Os braços de Leda fecharam-se ao redor de seu pescoço e a cabeça dela descansava em
seu ombro quando ele a levou para o quarto. Audrey já tinha puxado de volta as cobertas,
permitindo a ele colocá-la suavemente no colchão macio e a cobrir em cima. No banheiro, ele
podia ouvir Audrey drenando a banheira. Ele virou para trazer uma cadeira para colocar ao
lado da cama dela.
— Duncan, por favor, não parta.
A voz de Leda, pequena e pueril, perfurou seu coração, e de repente ele soube como só e
assustada que ela deveria ter se sentido o tempo todo que ele a evitou.
— Eu não estou partindo, querida. Eu só estou pegando uma cadeira. — Ele pegou uma
na escrivaninha dela e colocou abaixo.
Audrey retornou e pediu permissão para esperar com eles pelo doutor, que chegou
quando o sol subia completamente. Duncan recusou deixar o quarto enquanto Leda era
examinada.
Finalmente, Dr. Burns bateu levemente na mão de Leda.
— Senhorita MacGregor, você vai ficar boa em breve.
Ele virou para Duncan quando ele tirou seu estetoscópio e pôs em sua bolsa preta.
— Você fez o a coisa certa a pondo naquela água. Provavelmente tenha salvado sua vida.
— Ele apanhou sua bolsa. — A coisa mais importante agora é ficar na cama por toda a semana,
em repouso completo. Duas seria melhor.
— Eu cuidarei disto, ela não irá se mover daquela cama. — Ele ofereceu a sua mão.
Dr. Burns sorriu, aceitando a oferta de um aperto de mão.
— Eu tenho certeza disto, senhor Duncan. Eu sempre conheci você por correr um navio
apertado, como fez seu pai antes de você, que sua alma descanse em paz.
Ele libertou a mão do médico e virou-se para Audrey.
— Por favor, acompanhe o doutor até a saída. Eu ficarei aqui e chamo você em um
instante. Eu quero que ela descanse.
— Sim, senhor Duncan. — Audrey reverenciou, mas os sentidos aguçados de Duncan
não perceberam a onda de decepção que cruzou as características da menina. Ele soube que ela
e Leda eram amigas intimas e a tendência natural de Leda em ser admirada inspirava tal
lealdade.
Quando ele estava só com Leda, se sentou de volta abaixo do lado da cama dela. Seu
tremor não tinha enfraquecido e seus dentes batiam ruidosamente.
— Eu estou com tanto frio, Duncan. — O olhar marrom dela descansou nele, grandes
vítreos, com febre. — Eu nunca estive tão fria.
Duncan agarrou sua mão, apertando suavemente. A mão dela morna tremeu dentro da
sua mão e ele não pode ignorar o impulso que subiu nele. Existia somente uma maneira para
esquentar ela.
— Eu vou ajudar você a se esquentar, Leda, — Ele disse, levantando da cadeira. Ele
passou para o outro lado da cama, tirou suas botas e deslizou próximo a ela, puxando as
cobertas em cima de ambos.
11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele a puxou tremendo contra seu corpo. As costas dela tremiam em seu tórax. Ele a
puxou mais perto, a apertando suavemente. Com uma mão, ele acariciou o cabelo dela, notando
a cada momento que o transcurso do tremor dela estava baixando. Quando os ombros dela
continuaram tremendos, ele percebeu que ela estava lamentando suavemente.
— Duncan?
— O que é amor?
— A dor irá algum dia embora?
A pergunta dela causou uma pressa de lágrimas aos olhos dele.
— Sim, querida. Irá, com o tempo. Não lute. Deixe acontecer. Descanse agora. — Ele a
apertou suavemente com proteção. — Eu estou aqui por você, sempre.
Depois de vários minutos, ela descansou calmamente nos braços dele.
Ele apertou um beijo em seu cabelo. Eu não deixarei ninguém machucar você mais, ele
prometeu silenciosamente, quando a adrenalina passou e o seu esgotamento de uma noite
acordado o alcançou...

*****

Os olhos de Duncan estalaram abertos. Ele não se lembrou de adormecer, mas se


lembrava de deitar-se na cama ao lado de Leda que ainda estava deitava sobre seu braço, suave
e morna. A respiração dela subia e caia pacificamente, sem indicação de enfermidade.
Ele ergueu sua mão para a sobrancelha dela. Transpiração leve cobria sua pele, que
estava fresca ao toque. Ele levantou um suspiro de alívio.
Agora que ela estava fora de perigo, ele sabia que ele não deveria permanecer na cama
com ela, exceto que ela se sentia tão bem em seus braços. Ele não tinha segurado uma mulher
em seus braços a muitos meses e tinha sentido falto do toque macio e suave contra seu corpo,
encostando o corpo contra o dele. Por sua própria admissão, ele era de sangue quente e fez
amor quase que diariamente com Cait.
Seu coração apertou com culpa. Ele amou Cait, mas não podia negar seu desejo pela
jovem mulher em seus braços. Mais razão ainda para ele sair da cama.
Tão cuidadosamente quanto podia, ele libertou Leda e saiu do colchão. Apanhou suas
botas e colocou-as atrás de sua cadeira, colocando-as quando sentou na cadeira. Inclinando para
atrás, ele esticou suas pernas para frente e olhou para ela.
Suas pestanas longas descansando em suas bochechas. Ela estava pálida e seu cabelo
arenoso revoltado sobre o rosto dela derramado em cima do travesseiro. Sua beleza tinha uma

11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
mundanidade e doçura que raramente ele tinha encontrado. Leda era verdadeiramente umas
das mais encantadoras mulheres que ele tinha conhecido.
Levantando um suspiro fundo, Duncan descansou sua bochecha contra sua palma e a
assistiu dormir.
Novamente, seus pensamentos vagaram para o futuro e o tempo quando Ian retornaria
para casa com Helen. A raiva chiou dentro dele no pensamento da humilhação de Leda. Se
alguém não merecia esse tratamento, esse alguém era ela.
O que você vai fazer sobre isto?
A pergunta subiu dentro dele com tal ferocidade, que ele quase saltou da cadeira. Sua
consciência o desafiou. Como ele queria ajudar ela aliviar esse sofrimento? Ele suspirou e
passou uma mão por seu cabelo. Até onde podia ver, realmente existia só uma maneira. Um
homem quebrou seu coração. O amor de um homem podia curar isto.
Ele poderia entrar em ação ou poderia perdê-la.
Ela decidiu voltar para Orkney. Seu coração balançou de repente. Ele se lembrou de sua
reação as notícias dela. Não pretendia ficar tão bravo, mas se apavorou, algo bastante estranho
para sua natureza. Nem mesmo no meio da batalha no Paardeberg Drift da África do Sul tinha
apavorado ele. Ele nunca tinha perdido o pensamento racional tão rapidamente como quando
Leda disse a ele que ela queria retornar a Orkney e compartilhou seu plano bem pensado para
montar Charlotte até a costa e transportá-la depois de balsa.
Ela até considerou sua necessidade por dinheiro. Ele sentiu-se ferido que ela tinha
considerado partir mesmo, embora ele certamente entendesse o porquê disso. O prospecto de
vida sem ela era inconcebível. Se não estivesse enganado, ela estimava sua amizade também.
Ele podia bem imaginar a magnitude da aflição que ela sentia que por até mesmo considerar
deixar a casa e o amigo que ela tanto amava.
Ele tinha que prevenir isto.
Leda suspirou em seu sono e girou sua cabeça no travesseiro.
Duncan a assistiu, seu coração agitando. Ele sabia o que tinha que fazer.
Ele só esperou que Leda o deixasse.
A face rosa sorridente de Cait apareceu em sua mente. Ele perguntou-se o que ela teria
dito sobre essa situação. Ele suspirou quando uma onda de culpabilidade passou por ele.
Perdoe-me, Caity, ele caladamente implorou, enquanto assistia Leda dormir.

*****

11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Eu estarei aqui por você, sempre, — Duncan sussurrou. Sua respiração morna titilou na
orelha dela. O calor de seu corpo forte a cercou como um casulo. Ela se sentiu segura, protegida.
Sorridente, se aconchegou mais perto dele. Seus braços musculosos apertados ao redor dela. A
respiração dele acariciou seu pescoço. A impressão suave, sensual de um beijo sussurrou contra sua pele.
Ela gemeu suavemente quando uma sugestão de paixão atou entre o abraço deles. Ele se mexeu
atrás dela, e o aperto de uma ereção empurrou entre suas nádegas. Ela se arqueou de volta, se esfregando
contra ele...

Leda abriu seus olhos. Vários momentos passaram antes dela se lembrar do que tinha
acontecido. Lentamente, a imagem de Duncan a segurando quando ela chorou antes de dormir
surgiram em sua memória. Não havia dúvida, ela estava sonhando.
Ela girou sua cabeça lentamente para o outro lado da cama. Vazia. Claro.
Uma luz escura filtrou no quarto entre uma abertura estreita nas cortinas pesadas,
trazendo sua consciência lentamente. Pouco a pouco, as memórias gotejaram dentro dela. Ela
acordou com uma febre furiosa. Duncan entrou. Ela disse a ele de que planeja deixar Glenparry.
As palavras dela o tinham deixado enfurecido e ele a proibiu de partir. Então ele viu sua febre e
a imergiu na banheira com água de gelo. Ela não se lembrou de nada, exceto que o tinha
enfurecido.
Levantou uma mão para sua testa e apertou sua palma nela. A pele estava fresca. Seu
corpo não se sentia mais queimando, entretanto ainda estava exausta.
E então se tornou ciente do som de uma respiração. Ela virou e viu Duncan na cadeira
perto da cama, dormindo. Seus olhos abriram estalados, como se ele subconscientemente
estivesse esperando ela acordar, ele ergueu sua cabeça, um sorriso estirando seus lábios quando
seus olhos marrons olharam para ela. O cansaço escurecia sua forte mandíbula forte e suas
bochechas.
Os botões superiores de sua camisa estavam abertos e quando ele se sentou, Leda viu o
cabelo escuro de seu tórax.
— Leda, como você se sente? — Ele levantou da cadeira e sentou-se na extremidade do
colchão. Ele levantou sua mão.
Sua demonstração de afeto a fez lembrar de seu sonho. Se não estivesse estado tão
cansada, teria tremido pelo seu pensamento. — Exausta, mas caso contrário muito melhor.
Ele colocou uma palma de sua grande mão grande na testa dela. Seu toque a acalmou e
ela fechou seus olhos.
— Graças a Deus. — Ele murmurou, um alívio claro em sua voz. Ergueu a mão e tocou
sua bochecha suavemente antes de retirar.
— Quanto tempo eu estou dormindo?
— Desde ontem de manhã, depois de seu banho de gelo. — Ele permaneceu, agarrou o
sino e puxou-o.
— Que horas são Duncan?
— Quatro horas da tarde.
11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela piscou.
— Eu acho que nunca dormi tanto assim em toda a minha vida.
Ele riu. O som era fundo e rico e tão calmo quanto seu toque.
— Existe uma primeira vez pra tudo, como dizem. — Ele encheu um copo de água que
estava na mesa ao lado de sua cama.
— Venha, tome um gole de água. Audrey trará logo uma xícara de chá para você.
Com uma mão embalando sua cabeça, ele ajudou-a tomar o copo. Ela tragou um pouco
da água e deixou sua cabeça afundar de volta no travesseiro. Até esse pequeno movimento
tinha sido um esforço.
— Obrigada, — Ela sussurrou. Duncan colocou o copo de volta na mesa, levantou da
cadeira e sentou no colchão ao lado dela.
Ela olhou nele, procurando seu rosto para quaisquer rastros da raiva que viu no dia
anterior, mas seus olhos eram gentis e seu comportamento mostrava apenas alívio.
— Você esteve aqui o tempo todo?
Seus lábios curvaram em um sorriso. — Quase. Com a exceção de alguns telefonemas e
necessidades da natureza.
Uma inesperada súbita precipitação de lágrimas inundou seus olhos quando ela
percebeu o quão preocupado ele deve ter ficado esse tempo todo.
— Duncan, você... Não precisa ficar.
Seu sorriso enfraqueceu e seus olhos escureceram com tristeza.
— Eu quis Leda. Eu estava... Apavorado que poderia perder você. — Ele pegou sua mão
novamente, apertando suavemente. — E eu sinto muito sobre como eu reagi com você ontem de
manhã. Eu entendo por que você quer partir. Mas eu ainda não deixarei você ir.
As lágrimas que juntaram agora foram empurradas sobre suas bochechas.
— Eu não quero partir, Duncan. Eu tenho que ir. Como eu poderei permanecer aqui?
Meu coração nunca irá parar de doer.
— Eu sei querida. Mas a verdade é que eu não poderia agüentar se você partisse.
Ela olhou fixamente para ele.
— Duncan, por favor...
— Por favor, o que?
Seu lábio tremia.
— Não faça isto pior. Eu devo ir. Eu não tenho nenhuma escolha.
— Sim, Leda, você tem uma escolha, de fato. — Havia um tom estranho em sua voz e
seus olhos queimavam com uma luz estranha.
— O que você quer dizer?
— Eu quero dizer que eu penso que você poderia ficar aqui se a situação fosse diferente.
— Diferente? Como?
— Bem, se você fosse minha esposa, talvez?
Leda piscou várias vezes e sentiu sua mão apertar na sua.
— Duncan, o que você disse?
11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele colocou sua outra mão sobre a dela.
— O que eu estou dizer é que eu quero que você case comigo.
As palavras do Duncan tomaram vários momentos para entrar em sua consciência.
— Duncan, — Ela sussurrou. Suas lágrimas rolando livremente abaixo de suas
bochechas.
— Você não tem que responder agora. Só pense sobre isto. Tome o tempo que você
precisar.
— Você é o homem mais amável que eu já conheci. — Ela fechou seus olhos por um
momento, tentando parar de soluçar. — Você não tem que fazer isso por mim. Eu sei que você
não quer casar novamente.
Ele sorriu.
— Eu mudei de idéia. — Ele se debruçou mais íntimo. — Leda, eu não vou achar uma
mulher mais doce e mais amorosa que você. Eu seria um bobo de deixar você ir. — Ele apertou
sua mão suavemente. — Eu considerei isto muito cuidadosamente. Eu oferecerei a você um
contrato de casamento. De modo que, depois de um ano, se você não quiser ficar casada comigo
você não será obrigada. Eu permanecerei como seu tutor, ou passarei sua herança para você,
como você desejar. — Seu dedo polegar tocando ternamente através da palma de sua mão. Ela
nunca quis que ele ficasse comovido por ela.
— Mas, Duncan, você não devia ter que fazer isto.
Ele suspirou e usou sua outra mão para alisar seu cabelo atrás, fora de sua testa.
— Não é um assunto de ter que fazer Leda. É sim um assunto de querer fazer. Eu percebi
recentemente que se você não tivesse se comprometido com Ian, eu teria perguntado a você de
qualquer maneira. Eu só teria esperado até um ano, por causa da memória de Caity. Eu recuso
esperar, porém, porque estou apavorado por você partir.
Ela olhou fixamente para ele, incapaz de compreender que ele a amava tanto.
— Você me proibiu de partir.
Seus olhos entristeceram.
— Você sabe que eu não poderia ter te proibido com minha ameaça, — Ele disse. — Da
mesma maneira que eu não podia recusar qualquer coisa que faria Cait feliz, eu não podia ter
evitado uma fuga ao ver Ian e Helen juntos.
Leda começou a soluçar abertamente quando a porta de seu quarto abriu.
Audrey apareceu com uma bandeja, o sorriso em seu rosto desapareceu quando viu Leda
chorando. Ela colocou a bandeja apressada em cima da mesa.
— Leda, oh, meu Deus! — Ela olhou para Duncan.— O que está acontecendo?
— Eu acabei de pedir para ela se casar comigo, — Duncan respondeu. — Eu
normalmente tenho sucesso em fazer as mulheres chorarem. — Ele puxou um lenço de seu
bolso e suavemente enxugou as lágrimas de Leda. Audrey apertou suas mãos juntas com os
olhos cheios de lágrimas.
— Oh, Senhor Duncan, Parabéns! Eu estou muito feliz por vocês!

11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Isto é gentil de você, Audrey, — Duncan disse para ela. — Mas Leda não deu sua
resposta ainda.
Leda olhou para ele e apertou sua mão. Depois das coisas que ele tinha acabado de dizer
a ela, de nenhum modo poderia deixá-lo, mesmo por um momento.
— Eu tenho minha resposta, Duncan, — Ela disse suavemente.
Ele virou para ela, seus olhos escuros queimando sem chamas.
— O que você me diz, querida?
Ela sorriu. Uma lágrima salgada deslizou abaixo de sua bochecha sobre seu lábio.
— Eu digo Sim. Eu quero ser sua esposa.
Audrey soltou um pequeno grito de felicidade.
— Graças a Deus, — Duncan murmurou. — Então, como Audrey é nossa testemunha,
nosso contrato de casamento está feito. — Ele se debruçou acima dela e beijou a testa de Leda
ternamente. Ele ergueu seus lábios de seu rosto e olhou abaixo nela. A profundidade marrom
de seus olhos a seguraram em um ardente olhar.
— Agora, Sra. MacGregor, você precisa descansar.

11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Capítulo Doze

Duas semanas mais tarde

— Aqui estamos. — Duncan parou e colocou o braço ao redor de Leda. — Minha


Cabana.
Leda prendeu a respiração.
— Duncan é linda! — O olhar dela viajou pela pequena cabana de pedra e madeira. A
fumaça da chaminé e ramos de rosas subia pelas paredes.
Ele puxou-a suavemente contra ele.
— Você é a primeira pessoa que eu trouxe aqui, — Ele Disse. — Nem mesmo Cait veio a
este lugar.
Leda sabia sobre a pequena cabana de Duncan nas extremidades da propriedade desde
que veio morar em Glenparry. Ian mostrou a cabana para em uma de suas antigas caminhadas
juntos, mas ela nunca esteve dentro da cabana. Duncan sempre tinha sido muito possessivo
pelo lugar e o usava para sua solidão. Realmente, a pequena casa era muito afastada, entre a
extremidade de uma floresta e de um lago.
Com suas grandes mãos em seus ombros, ele suavemente a girou para enfrentá-lo.
— Será maravilhoso começar nossa lua de mel compartilhando este lugar com você. —
Ele apertou seus ombros então os soltou. — Bem, nós devemos entrar?
11
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela movimentou a cabeça. Seu estômago dançou de repente como se um monte de
borboletas tivessem sido lançadas dentro. A realidade estava afundando devagar nela. A
cabana de Duncan era agora sua lua de mel na cabana. Eles aguardaram na porta parados em
suas roupas de casamento. Duncan, claro, estava bonito em um terno de lã cinza, e ela esperou
parecer bonita a ele vestida com um vestido de renda branco e luvas.
Duncan a levou a porta da frente e abriu-a.
Ela sorriu pelo seu nervosismo e tomou um passo em direção à entrada. Duncan a parou
com uma mão súbita em seu braço. Ela olhou nele.
— Por favor, — Ele disse, — Eu quero fazer isso direito. — Ele ergueu sua mão de seu
braço e pegou-a no colo.
Ela soltou um pequeno grito de surpresa quando seus pés deixaram o chão. Duncan
passou a porta e a abaixou cuidadosamente.
Ele levantou sua mão, apertando-a entre suas palmas.
— O que você acha?
Leda olhou a cabana pequena. Olhou tudo, do chão até o forno gigante de pedra em que
uma chama crepitou. As paredes eram de madeira escura confortável como a mobília. No meio
do quarto, uma mesa tinha sido colocada com porcelana, linho branco, e prata, com uma fartura
de pão e manteiga frescos, salmão defumado, biscoitos, queijo, champanhe, chá, e Bolo. Ela
começou a olhar uma pia e armários minúsculos que se encontravam contra uma parede e uma
área de assento confortável.
O começo do quarto. Por outra entrada, ela espiou o canto de uma grande cama. Ela
virou para Duncan.
— Não podia ser mais bonita.
Ele sorriu.
— Eu estou contente que você tenha gostado. Você escolheu ficar aqui em vez de irmos
para Paris, então eu quis ter certeza que era perfeito. — Ele tocou em sua bochecha. — Você
merece o melhor, — Ele suavemente adicionou. Ele olhou a ela, seu olhar obscureceu, entalhado
por seda.
Ela sentiu como se a fosse a beijar, mas soube que ele não iria. Ele fez isto claro depois
que ela aceitasse sua proposta que ele só a tocaria quando ela se sentisse pronta.
Seu corpo começou a derreter debaixo do seu olhar. Duncan esperou para que ela se
recuperasse completamente de sua enfermidade antes de trazer-la aqui. Ele teria tornado
realidade qualquer lugar do mundo que ela desejasse ir, mas ela não quis ir a qualquer lugar
escondido exceto com ele. Agora, quando retornou para seu olhar, ela soube que ela estava
pronta. Duncan soltou sua mão. Ele pegou seu chapéu e luvas, tirando-os, então colocando em
uma das cadeiras para ela.
— Venha Leda. Angus preparou nosso banquete do casamento.
A comida estava bonita, mas Leda gastou muito do tempo perguntando-se como dizer a
Duncan que ela queria que ele fizesse amor com ela. Ele se sentou à mesa, e estourou a

12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
champanhe para celebrar seu contrato de casamento, a realidade afundou nela muito mais que
antes, agora Duncan era seu marido.
O champanhe deslizou calorosamente por suas veias e, depois de uma taça, seu
nervosismo começou a dissolver. O desejo que ela sentiu em sua superfície, aquecendo seu
sangue. Duncan não podia estar mais bonito em seu terno, seu cabelo negro penteado para trás.
Ela olhou a forma da covinha em sua bochecha toda vez que ele sorria, e se lembrou da
primeira noite quando ela tinha dezesseis anos, o momento em que ela percebeu seu afeto ele.
— Duncan, eu posso dizer algo a você?
Ele levantou suas sobrancelhas, olhando para ela acima da beira de sua taça. Ele bebeu
seu champanhe e colocou a taça na mesa.
— O que é querida? — Seu coração acelerou e ela tomou um grande gole de sua segunda
taça de champanhe.
— Quando eu tinha dezesseis anos, eu... Apaixonei-me por você. — Ela olhou para baixo,
seus dedos apertando ao redor de sua taça.
— Leda, — Duncan suavemente disse, — Eu não tinha nenhuma idéia.
Ela olhou nele, aliviada ao ver o modo tenro que ele a olhou.
— Isto é porque eu escondi. — Ela pensou sobre aquele momento, lembrando os detalhes
menores. — Você e Cait tinham se casado recentemente e Ian estava em casa de férias da escola.
Nós estávamos juntos na mesa de jantar e Ian estava dizendo uma piada. Quando você riu, eu
olhei para você e... Era estranho que... Eu senti como se soubesse de algum modo que nunca
tinha sentido antes. Você sempre pareceu tão sério. Eu sei que era por causa de todas as suas
responsabilidades. Mas eu senti como nós estávamos profundamente conectados, como eu sabia
tudo sobre você. — Ela sorriu. — Eu até lembro-me do modo que o as velas brilhavam na sua
pele. — Olhando-o novamente, ela se sentiu de repente tímida e desnuda.
Ele estava olhando fixamente para ela.
— Você é tão linda, — Ele respirou. Agarrou sua mão e apertou seus lábios na carne
suave de sua palma. Os olhos de Leda tremularam fechando debaixo de seu toque e seu corpo
debilitou. Ela esperava que ele entendesse o que ela estava dizendo, mas ela se sentiu de
repente dolorosamente tímida.
— Leda.
Ela abriu seus olhos e olhou para ele.
— Venha aqui. — Ele puxou suavemente sua mão. Ela levantou de sua cadeira e
permaneceu de pé na frente dele.. Ele moveu sua cadeira de volta da mesa e a puxou em seu
colo. — Ponha seus braços ao me redor, — Ele murmurou.
Ela fez como ele disse, apertando seus braços ligeiramente ao redor de sua cabeça.
Descansou sua bochecha em seu cabelo, acariciando-o com as pontas do dedo. Fechou os olhos,
respirando seu odor masculino.
Seus braços estavam ao redor dela, e ela sentiu suas mãos vagarem acima de suas costas.
Descansando lá, embalando-a, enquanto a outra movia mais abaixo, acima de sua saia,
descansando um momento no quadril, então passou acima de sua nádega, e abaixo de sua coxa.
12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela sentiu sua respiração, morna em seu tórax. Seus seios estavam em seu rosto e ele
começou a aninhar eles ligeiramente, sobre sua blusa e colete. Sua respiração afundou e o desejo
mexeu fundo em seu sexo. A respiração de Duncan cresceu forte e sua mão apertou em seu
cabelo.
Ela ergueu seu rosto e olhou abaixo nele, seus olhos queimando em chama.
— Leda, você não tem que esconder como você sente sobre mim. — Sua mão movia em
círculos sobre as nádegas dela, apertando. — Se você ainda me amar como você já fez então, eu
estarei muito contente.
Leda olhou nele, calor derretendo por seu corpo. Entre suas coxas, ela sentiu a umidade
de desejo surgindo rapidamente. Correu as pontas do dedo acima do rosto dele. Sua pele
masculina a emocionava e o cheiro de seu pós-barba flutuava por sua pele, intoxicando-a.
— Eu ainda amo você, Duncan.
Ele levantou seu olhar para cima, o calor de sua respiração acariciando seu rosto.
— Eu sou muito afortunado, então.
Ela colocou sua mão em concha sobre sua bochecha e curvou o rosto dela para o seu.
Como tentativa, ela encostou seus lábios acima dos dele. O movimento fez seu olhar escurecer.
Sua respiração prendeu suavemente em sua garganta e sua mão surgiu e se atou em seu cabelo,
soltando os grampos.
Suave, mas firmemente ele trouxe sua boca abaixo mais dura na dela. Deslizou sua
língua entre seus lábios, saboreando-a com calor crescente.
Sua timidez dissipou e Leda tomou sua boca com ardor igual, empurrando sua língua
fervorosamente contra a sua, suas mãos correram em seu cabelo, luxuriosa em sua caricia. Seu
lábios estavam saborosos e doces do champanhe, e ela sentiu a bebida correndo na língua dela
através de seus lábios e dentes.
Duncan moveu sua mão de sua parte inferior e enganchou seu braço abaixo dos joelhos
dela. A outra mão embalou suas costas e ele levantou da cadeira em um movimento rápido,
indo rapidamente em direção ao quarto.
Ele deitou seu corpo suavemente na cama com sua cabeça em um dos grandes
travesseiros fofos. Olhando fixamente abaixo nela com calor em seus olhos, ele tirou sua jaqueta
e seus sapatos. Arrancou fora sua gravata e então sentou na extremidade da cama próximo a
ela, abrindo os botões de sua blusa com dedos fortes.
A dor entre suas coxas subiu para um pesado pulsado e ela se sentou, ajudando-o a
despir.
Ele tirou seus sapatos fora enquanto ela se desfez de seu colete e meia-calças.
Quando ela descia para sua camisa e calcinha, Duncan girou sua atenção para sua
própria roupa, tirando sua calça comprida enquanto Leda desabotoou sua camisa com dedos
trêmulos.
Ela abriu sua camisa, revelando seu tórax largo coberto com redemoinhos de escuro de
pelos. Colocando uma mão cuidadosamente em seu tórax, ela sentiu o poder cru de seu corpo
emanado na pele em sua palma.
12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele se sentou, quietamente assistindo-a quando ela correu suas palmas em desejo acima
de seu tórax e permitiu as pontas do dedo localizarem a trilha de cabelo suave que parava no
centro de seu estômago tenso, duro.
— Você é tão bonito, — Ela sussurrou, empurrando a camisa acima de seu ombro
musculoso para explorar os cumes e inchações duras de seus braços.
Duncan moveu-se rápido suficiente para tirar sua calça comprida. Ele manobrou as
colchas abaixo e subiu ao lado dela, estirando o comprimento de seu corpo ao lado do dela,
escorando em cima de um cotovelo. Com sua outra mão, ele começou uma lenta e tenra
exploração, deslizando debaixo de sua camisola, tocando um suavemente um seio, então o
outro. Ele abaixou sua boca para a dela e a beijou com o langor sensual mesmo quando a
tocava, fazendo-a se sentir saboreada, apreciada, como uma obra de arte bonita.
As pontas de seus dedos localizaram ao redor de suas auréolas, apertando os mamilos
com um toque plumoso.
Ela suavemente gemeu, seus olhos tremulando fechados.
— Nós temos o tempo todo que queremos, querida, — Ele sussurrou, pontuando suas
palavras com um toque de seus lábios através dos dela. — Eu quero saturar você com prazer.
Suas palavras provocaram outra onda de calor por seu sexo e ela se sentiu escorregadia e
pronta.
Duncan abaixou os lábios para seu pescoço, sua língua junto com sua mandíbula e
garganta como pluma, mordiscando tortuoso na direção de sua clavícula. Seus dedos estavam
novamente em seu cabelo e seu corpo buscou instintivamente, apertando sua pélvis contra a
dureza de sua ereção.
Lentamente, empurrou sua camisola, expondo seus seios. Ele aninhou um seio, então o
outro, arreliando cada ponta rosa em um broto duro com sua língua e lábios até Leda sentir a
calcinha ficar saturada com sua nata escorregadia.
Usando ambas as mãos, Duncan tirou sua camisola e então abaixou seu corpo sobre o
dela, esmagando seus seios contra seu tórax duro. Ele colocou seus braços completamente ao
redor dela e tomou sua boca novamente, amamentando e arrastando em seus lábios,
mergulhando sua língua no fundo de sua boca. Seu quadril contra ela, e ela abriu suas pernas,
permitindo a ereção dele afundar no meio de suas coxas. A dureza da ereção dele contra o
clitóris dela, enviando ondas de prazer por sua virilha, a fazendo querer que ele enterrasse ele
mesmo bem fundo nela.
Ela deixa suas mãos vagarem acima de suas costas, explorando os cumes dos músculos,
os sentindo dobrarem com o movimento mais minúsculos do corpo no seu. Sua respiração
presa em sua garganta quando ele alisou seus quadris e coxas e então se desfez das calcinhas.
Erguendo seu corpo, ele sorriu abaixo para ela quando deslizou suas calcinhas de seus
quadris, ao longo de suas pernas. Ele soltou aquele último artigo de sua roupa no chão e olhou
para seu corpo completamente desnudo. Seu olhar vagando de seu rosto, acima dos seios e
estômago, acima de seu montículo de cachos marrons entre suas coxas. Sua mão então seguiu o
caminho onde seu olhar foi com os dedos demorando acima de seu púbis, arrastando abaixo a
12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
abertura de seu lábio vaginal, deslizando dentro de suas dobras lisas para massagear seus
clitóris.
Leda gemeu, lançando a cabeça para trás. Suas pernas caíram abrindo-se debaixo da mão
qualificada de Duncan.
Sua pélvis empurrou para cima quando ele imergiu dois dedos grandes em sua abertura
molhada, deslizando-os dentro e fora, empurrando um pouco mais fundo com cada
movimento. Ele se debruçou acima dela e beijou sua boca.
— Você está pronta, Leda? Ele sussurrou.
Ela movimentou a cabeça, seu tórax levantando da estimulação.
— Sim, Duncan, — Ela respirou.
Ele levantou e tirou sua cueca.
Leda olhou em seu físico desnudo e na ereção espessa. O cabelo escuro a cercava, e a pele
tensa estava escura, púrpura avermelhada, forrada com veias. A visão enviou ondas precisas
por ela e ela abriu os braços para ele.
Ele se abaixou em cima dela, enchendo sua virilha entre suas pernas. A cabeça inchada
de sua ereção apertou na sua abertura lisa e ela gemeu. Ele curvou seu rosto para o dela
colocando seu lábio acima do dela.
— Eu serei gentil, — Ele disse suavemente em sua orelha.
Abaixando sua mão para seu sexo, ele massageou o clitóris em golpes gentis enquanto
empurrava sua ereção mais fundo, polegada por polegada. Quando ele chegou a barreira de sua
virgindade, ele pausou um momento, olhando fixamente em seus olhos, cuidadosamente
forçando.
Ela clamou suavemente quando ele deslizou nela, seus corpos se encontrando. A dor era
silenciosa, suas carícias tenras em seu broto sensível, e ele continuou a esfregá-lo enquanto se
moveu devagar fora dela.
— Machuca? — Ele sussurrou roçando à pequena protuberância de carne em círculos
minúsculos, lento.
Prazer radiando por seu sexo.
— Não.
Ele sorriu.
— Bom. — Para sua surpresa, ele retirou-se dela e abaixou seu corpo abaixo no colchão.
Debruçou seu rosto abaixo e beijou seu montículo de cachos púbicos, espalhando e abrindo os
lábios de seu sexo e correndo os dedo suavemente de cima abaixo na sua fenda. — Você mal
sangra, — Ele suavemente adicionou.
Leda levantou-se em seus cotovelos e assistiu-o imergir seu rosto abaixo e beijar seu sexo
aberto.
Ele rodou a ponta de sua língua ao redor de seus clitóris e escovou-o de um lado para
outro ao longo da abertura de sua passagem. O calor morno, úmido de sua língua trouxe ondas
de felicidade, e ela balançou de volta, seus olhos tremulando fechados. Ele deslizou dois dedos
nela, movendo-os dentro e fora enquanto a saboreou. Depois de alguns momentos, sua
12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
envoltura apertou ao redor de seus dedos e o espasmo começou, radiando por ela. Ela clamou
com cada frisson de prazer, sua pélvis arqueando para cima, contra sua mão e boca.
O orgasmo deixou-a ofegante, e ela afundou abaixo sobre o colchão, respirando
fortemente.
Duncan ergueu o rosto de seu sexo e olhou nela, seu rosto corado sombriamente, seus
olhos ardendo em chamas. Seu almiscarado brilho nos lábio. Ele alongou seu corpo ao lado do
dela novamente e beijou-a, longo e lento, sondando sua língua com a dele em uma dança
deliciosa. Sua mão vagou acima de seus seios, afagando-os, tocando com as pontas do dedo
acima de seu estômago, suas coxas internas, e acima de sua vagina, remexendo seu desejo
novamente, preparando ela para mais.
Depois de vários minutos, ele rolou sobre as costas e a agarrou.
— Venha aqui, querida. — Sua voz era funda e grossa. — Suba em mim. — Com suas
mãos nos quadris dela, ele trouxe ela para o encaixe, guiando-a à sua ereção para a abertura
dela. A trouxe sobre ele lentamente, e ela gemeu suavemente quando a encheu. — Finja que
você está na sela de um cavalo a passeio, — Ele disse, um sorriso curvando seus lábios. Ele
alcançou em cima e tocou seus mamilos, apertando eles com gentil dureza entre as pontas de
seu dedo.
Leda balanceou-se com suas mãos alargadas em seu tórax.
Ela achou a sensação muito aprazível, seu clitóris esfregando diretamente contra a ereção
dele.
Duncan se moveu debaixo dela, erguendo seus quadris contra seu movimento oscilante.
— Isto é uma doce moça, — Ele sussurrou, seu tórax subindo e caindo fortemente.
Ela sorriu abaixo nele, afogando no prazer entre suas pernas e em seus seios, que ele
continuou a afagar. Ele ergueu a cabeça e capturou um mamilo em seus lábios. Ela se debruçou
acima dele, embalando sua cabeça em torno de seu braço à medida que se moveu. Antes dela
saber o que estava acontecendo, outro orgasmo varreu acima dela, estremecendo por ela com tal
força que ela clamou, então desmoronou suavemente acima dele, completamente saciada.
Duncan a ergueu dele e a manobrou sobre as costas dela. Ele a puxou debaixo dele e
deslizou seu pênis dentro dela.
— Eu não irei demorar agora, meu amor, — Ele sussurrou, capturando sua boca em um
beijo quente, aberto. Sua pele estava úmida, penetrante, e salgada, seu cheiro masculino a
encheu, e ela atou os dedos pelo cabelo dele.
Ela estava tão molhada e aberta, seu almíscar fluindo livremente, que ele deslizou dentro
e fora dela sem qualquer desconforto. Se moveu mais rápido e mais duro, gemendo
suavemente, tonificando ele mesmo em seus cotovelos. Ela o sentiu estremecer e pulsar dentro
dela. Ele lançou um gemido longo, baixo e saindo, acariciou si mesmo enquanto seu leite se
derramava sobre seu estômago.
Duncan afundou sobre a cama ao lado dela, seu rosto apertado em seu pescoço, seu
braço livremente drapejado através de seus peitos. — Como foi isso para você, — Ele
perguntou, apertando beijos pequenos na carne macia de seu pescoço.
12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda fechou os olhos, inclinando-se nele. Seus corpos transpirando fundidos quando
uma brisa refrescante soprou pela janela aberta.
— Foi lindo, — Ela respirou.
Ele beijou-a novamente.
— Graças a Deus, — Disse ele suavemente. — Eu queria que fosse maravilhoso para
você.
— Foi, Duncan. Eu amo você.
— Eu também te amo, Leda. — Ele pegou um lenço e enxugou seu estômago, então se
aproximou dela novamente, puxando-a contra ele. — Estou honrado por ter sido o primeiro
homem em seu coração. — Estendeu a mão e acariciou seus cabelos. — Vou tentar ser um bom
marido.
— Você já é.
Deitaram-se calmamente. Leda fechou os olhos, ouvindo os pássaros lá fora nas arvores.
Pela primeira vez desde que Ian havia lhe dito que não podia casar com ela, ela sentiu um
pouco de paz. Deixou seus pensamentos vagarem durante o mês, ela e Duncan trabalharam
junto, correndo a propriedade, e viu, em retrospectiva, os sinais de que ele tinha começado a
amá-la como uma mulher. Claro, ele nunca disse uma palavra para ela por causa de seu
relacionamento com Ian. Estranho como a vida se apresentou com tal ironia, depois de todos
esses anos, ela tinha amado Duncan em segredo. Ela sorriu, agradecida que nenhum deles tinha
que amar em silêncio mais.
Também entendeu por que Duncan quis casar com ela. Ele a amava tanto que ele não
queria que ela partisse e soube que a fazendo sua esposa iria protegê-la para o dia quando Ian
voltasse com sua esposa grávida a reboque. Agora, pensando sobre isto por um momento
iminente não a encheu com o mesmo pânico e medo. Ela sabia que seria capaz de enfrentá-lo
com graça e força, porque Duncan estaria lá com ela, ao seu lado.

12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Capítulo Treze

Junho de 1914

12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda apertou a mão de Duncan fortemente à medida que o grande automóvel virou na
entrada da garagem.
Em poucos momentos, ela estaria na frente de Ian e sua esposa, algo que ela jurou que
não poderia enfrentar. Ela não tinha visto Ian desde o início de março, quando Duncan a levou
para Oxford para uma visita. Mesmo com Duncan ao seu lado, a sua forte presença amorosa
reforçando sua coragem, a vontade de virar e fugir foi quase esmagadora.
— Eu estou aqui, Leda. — Duncan apertou a mão dela quando o carro se aproximou e
parou no pé da escada de pedra de grandes dimensões.
Um motorista uniformizado saiu e abriu a porta do passageiro na parte traseira. Outra
mulher, presumivelmente empregada de Helen, surgiu do lado do passageiro da frente.
A respiração de Leda travou suavemente na garganta quando Ian surgiu e se levantou,
segurando sua mão para o outro passageiro.
Ela ouviu Duncan suspirar baixinho com a visão de seu irmão com o uniforme de Oficial
do Exército Britânico. Ele não disse uma palavra sobre isso para Duncan.
Seu olhar moveu-se para Helen, elegante e aristocrática em seus movimentos. As
características de Helen eram aquilinas e afiadas, e suas roupas tinham um toque oriental com
faixas e penas. Seu cabelo era dourado. Leda sentiu-se de repente sem graça e deselegante.
Duncan puxou-lhe a mão suavemente, oferecendo-a a segui-lo escadas abaixo ao
encontro de Ian e Helen. Ela estava vagamente consciente do pessoal que tinha se formado na
porta da frente atrás deles, enquanto Angus avançou para ajudar o motorista com as malas
empilhadas no porta-malas do carro.
Ela e Duncan pararam a poucos metros de distância.
Ian tirou o quepe, o seu olhar repousando firmemente sobre ela. Ela sentiu seu desejo
imediato chiar através do ar. Ela conhecia há muito tempo e muito bem a falta. Ela não sabia
como se sentia, ela mesma, porque seu coração estava batendo muito forte.
— Bem vindo, Ian. — Duncan estendeu a mão.
— Obrigado, irmão. — Ian aceitou o comprimento de Duncan, alívio lavando alguma
tensão que reforçou suas feições.
— Seja bem-vindo, Ian. — Leda forçou sua voz para soar mais forte do que ela sentia. Ela
estendeu sua mão para ele, e fechou em volta. Seu toque era quente através de sua luva de
couro. Ela olhou diretamente nos olhos. Para sua surpresa, a sua antecipação e medo
derreteram, e ela sentia só o amor que sempre teve por ele. Suprimiu a vontade de abraçá-lo por
medo de perder o controle e chorar. Ela não queria fazer uma cena na frente de Helen.
— Oi, — Ele respondeu suavemente. Um sorriso hesitante curvou seus lábios, mas ela
viu o mesmo amor refletido em seus olhos. Sua mão sobre a dela demorou uma fração de
segundo antes dele se separar e colocar a mão no cotovelo de Helen, puxando-a para frente. —
Esta é Helen. Helen, meu irmão, Duncan. Duncan, Helen.
Duncan apertou sua mão calorosamente.
— Bem vinda, Helen. Esta é Leda.

12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Os olhos azuis de Helen considerava-os timidamente, como se tivesse antecipado
hostilidade. — Eu estou honrada em conhecê-lo. — Sua voz era suave e ela falou com calma
dignidade. — Eu... Não pude lhe agradecer o suficiente por me aceitar aqui.
— Você deve estar com fome. — Disse Leda. — Temos almoço esperando por você, e
então eu vou mostrar-lhe o seu quarto.
Helen olhou para ela, e Leda jurou que viu culpa assombrando os olhos da mulher. Ela
queria odiar essa mulher e descobriu que não podia.
— Estou com fome, na verdade — Helen respondeu. — Obrigado.
A equipe acolheu Ian e Helen quando eles entraram na casa e eles foram imediatamente
para a sala de jantar.
No meio da refeição, Duncan pigarreou e colocou o guardanapo para baixo.
— Ian, quando você se alistou?
Ian tomou um gole de chá e colocou seu copo para baixo.
— Duas semanas atrás. Achei melhor dizer a você pessoalmente. Eu próprio tenho uma
comissão oficial.
Duncan ficou em silêncio por um momento e Leda sentiu seu sofrimento chiar sob a
superfície.
– Você percebe a situação política na Europa? Os Habsburgos são primos do rei. —
Evidentemente, a coroa irá defendê-los se alguma coisa acontecer.
Leda sufocou um grito.
Ian olhou para baixo.
— Sim, eu percebo isso. — Ele olhou de volta a seu irmão. — Com todo o devido
respeito, Duncan, eu preferiria terminar esta conversa em particular.
Leda alcançou a mão de Duncan debaixo da mesa. Ele fechou os dedos sobre os dela.
— Muito bem. Após o café da manhã, Leda irá mostrar a Helen seus quartos, e nós
vamos para o meu escritório.
Ian assentiu.
— Obrigado.

*****

Duncan sentou na cadeira, estudando o rosto de seu irmão. A única vez que ele tinha
visto Ian triste foi depois que sua mãe havia falecido. A amizade de Leda tinha sido seu grande
conforto no momento. Ele suspirou. O que quer que tenha acontecido entre Ian e Helen não
tinha sido porque Ian não amava Leda. Ele sabia disso o suficiente, o sofrimento de Ian era uma
força palpável no quarto com eles.
— Tenho que te fazer uma pergunta.
Ian olhou para ele.
12
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— O que é?
—E a sua formação?
Ian baixou a cabeça.
— Eu deixei a escola.
Duncan segurou nos braços de sua cadeira.
— Como?
— Eu não vou terminar, Duncan. Por favor, não fique com raiva. Eu não posso suportar
isso agora. Eu não poderia ficar em Oxford nem mais um momento mais do que o necessário. —
Ele olhou para cima, com os olhos nublados de tristeza.
— Além disso, não é preciso de formação para pastorar ovelhas.
— Você não vai pastorar ovelhas. Você é o proprietário de terras de uma propriedade.
Ian evitou seus olhos.
— Eu não quero a propriedade, Duncan, — ele murmurou. — E eu não posso ficar aqui
um momento mais que o necessário. — Ele começou a esfregar suas mãos.
Duncan suspirou e deixou as palavras resolvidas de seu irmão fluírem em sua mente
antes de responder.
— Portanto, seu alistamento.
Ian assentiu.
— Sim.
— E Helen? Leda e eu somos estranhos a ela. Talvez ela precise de sua companhia.
— Eu vou estar aqui às vezes. Eu tenho treinamento, mas então eu vou estar para lá e
para cá. Além disso, você não sabe como é comigo e com ela.
— Por favor, diga-me.
Ian conheceu seu olhar.
— Antes de... Isso acontecer, nós éramos amigos. Agora, nós mal nos falamos. – Ele se
inclinou para frente em seu assento. — Duncan, sinto o alívio dela a cada noite que passa e eu
não a toco. Ela não me quer.
— Talvez ela esteja apenas nervosa.
Ian balançou a cabeça.
— Não. Eu sinto que lá no fundo. — Ele suspirou. — Que é um alívio para mim. Eu não
quero.
Duncan estudou o rosto de seu irmão, todos os seus argumentos para ele derreteram
completamente. Ian tinha sido profundamente pensativo sempre, apesar de, externamente, sua
vida parecer típica de um homem da sua idade. Pela sua introspecção e cuidados que Leda
tinha escolhido por ele em primeiro lugar.
— Sinto muito, Ian.
Ian olhou para ele.
— Você não está zangado comigo?
Duncan balançou a cabeça.

13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Estou mais preocupado com você do que qualquer outra coisa. A situação já é difícil o
suficiente sem a perspectiva de você ir para a guerra. A despeito de qualquer coisa que você
poderia pensar, Leda é quem mais seria devastada se, Deus nos livre, algo que lhe acontecer. —
Ele viu as suas palavras amontoando.
— Você realmente acha, Duncan?
Ele suspirou.
— Eu não sou um tolo, homem. Ela adora você. Eu sabia disso quando pedi para se casar
comigo. — Fez uma pausa e pigarreou. — Ela estava indo embora, você sabe. Ela estava
planejando voltar para Orkney antes de ficar doente.
— Ah.
Ian olhou para ele.
— Entretanto, ela ama você. Está em seus olhos.
Duncan recostou na cadeira.
— Sim, e eu estou feliz. Mas o coração é complexo. Você e eu somos as duas pessoas que
ela sente mais próximo a ela em toda a sua vida, ao lado de sua mãe, que Deus a tenha.
Ian esfregou os olhos, em seguida, derrubou os cotovelos sobre os joelhos.
— Eu daria tudo para ter ela de volta, você sabe.
Duncan inclinou-se e colocou uma mão no ombro de Ian.
— Eu sei que você faria. – Disse ele suavemente.

*****

— Eu espero que você goste do seu quarto. — Disse Leda. — Ian ficará bem ao seu lado.
— Ela foi para a porta de ligação e abriu-a. — Viu? Bem aqui. Você não precisa nem sair para o
corredor. — Ela assistiu Helen vagar para a janela, em seguida, através da área de estar, olhar
em volta como se estivesse perdida.
Finalmente, Helen olhou para ela, seus olhos distantes e tristes.
— É bonito, Leda. Obrigado.
Leda perguntava se era cansaço que a fazia tão quieta. Talvez a gravidez não combinasse
com ela e a fazia parecer rabugenta, ou mesmo... Assombrada. Helen parecia quase com medo
dela. Leda podia entender isso. Se as suas posições fossem invertidas, ela não teria sido capaz
de vir aqui e olhar no rosto da mulher que Ian iria se casar sem o medo mais terrível.
O que ela não conseguia entender era que ela não conseguia ficar com raiva de Ian ou de
Helen. A emoção seguiria seu curso e, em seguida passaria. Durante o café da manhã, quando
ela olhou para Ian diretamente, ela só conseguia lembrar que o amava.
Helen colocou sua bolsa sobre uma mesa e sentou-se no sofá.
— Sinto muito por estar tão cansada. — Disse ela.
13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda aproximou dela.
— Tudo bem. Mais tarde, depois de ter descansado, vou fazer em você o seu primeiro
exame.
O olhar de Helen disparou.
— Exame?
Ela concordou.
— Sim. Ian deve ter dito a você. Eu sou uma parteira. Eu vou ajudá-la no parto quando
for hora. Audrey e eu, juntas, na verdade. Ela é minha aprendiz. Uma moça muito gentil.
Leda encontrou seu discurso correndo como um ribeiro, dissipando a tensão dentro dela.
Os olhos azuis de Helen se arregalaram, registrando o que parecia choque.
—Ah... Sim... É claro, ele me disse. Eu tenho estado tão confusa ultimamente, que
simplesmente esqueço.
— Eu entendo. — Ela olhou para cima quando a empregada de Helena entrou e começou
a desembalar as coisas dela. — Vou deixar você descansar um pouco. Não hesite em chamar-me
se você precisar de alguma coisa.
Helen olhou para ela e Leda podia jurar que os olhos azuis da mulher tinham uma
expressão ferida. Ela perguntou se tinha dito algo errado.
— Você é extremamente simpática, Leda. Eu não posso dizer o quanto aprecio.
— Obrigado.

*****

Quando Leda desceu os degraus em seu caminho para o escritório de Duncan, seu
coração sacudiu em seu peito. O desejo de ver Ian quase a esmagava tanto quanto a assustava.
Eles não tinham falado diretamente um ao outros desde o telefonema horrível que tinha
terminado seu noivado. Leda parou na porta, a mão na maçaneta e respirou fundo.
Ian e Duncan, se levantaram quando ela encontrou o olhar travado de Ian quando foi em
direção a eles. Quando ela chegou ao sofá, Duncan estava ao seu lado, apoiando-a com a mão
firmemente na sua.
Os olhos de Ian nunca deixaram seu rosto.
— Oi, Leda. — Ele disse suavemente.
Ela ouviu a esperança na sua voz.
— Olá. — Obrigou-se a respirar normalmente.
Ian esperou que ela se sentasse. Duncan puxou-a gentilmente para sentar-se ao lado dele.
Ian sentou-se mais longe, ainda olhando para ela.
— Eu... Eu não pensei que você fosse entrar. — Disse ele.
— Claro que eu teria entendido se você não tivesse, mas... Eu estou contente.
13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela sorriu, incapaz de suprimir a ternura que sentia por ele.
— Eu também.
Um silêncio constrangedor plainou entre eles.
— Leda, eu sinto muito, — Disse Ian após alguns instantes. — Eu nunca quis magoar
você. Eu faria qualquer coisa para tê-la de volta.
Ela balançou a cabeça quando lágrimas quentes lotaram seus olhos.
— Eu sei. — Ela sussurrou, conscientes que a mão de Duncan estava se movendo para
descansar em seu ombro. Embora ele ficasse em silêncio, ela sentiu-o pairar protetor atrás dela.
O olhar de Ian cintilou a Duncan e voltou para ela. Uma onda de tristeza passou sobre
suas feições.
— Duncan é um bom marido para você.
— Sim, ele é.
— Ele me disse que você ia deixar Glenparry. Estou muito feliz que você não o fez, Leda.
Iria machucá-la bastante ficar fora de sua casa.
Uma lágrima rolou sobre seu rosto. Ian puxou um lenço do bolso do paletó e entregou a
ela. Seus dedos tocaram quando ela pegou o pano dele, provocando um flash de memórias.
Subidas em árvores e passeios a cavalo, rindo de suas piadas, o sentimento de Ian abraçando-a
pela primeira vez, a sua proposta, o seu primeiro beijo com sensualidade, explorando em seu
canto especial.
A amizade de Ian tinha feito a maior parte de sua vida.
— Ian. — Ela sussurrou, olhando para ele através de suas lágrimas.
Ele estendeu a mão e abraçou-a.
— Peço que você possa me perdoar, pequeno cisne. — Disse ele suavemente.
Leda fechou os olhos, descansando a cabeça no ombro dele, as lágrimas fluindo
livremente.
Delicadamente, ele a soltou, e ela sorriu para ele, limpando os olhos com o lenço.
Ela se sentia feliz apenas por ouvi-lo chamá-la de pequeno cisne de novo.
— Você não percebe, Ian? — Ela sussurrou. — Eu já perdoei.

*****

— Leda. — A voz de Duncan era um sussurro atrás dela no corredor sombrio. Ela parou
e se virou para ele. Eles foram caminhando juntos de volta para seu quarto quando ele
diminuiu seu ritmo.
Ela ficou na frente dele, olhando em seus olhos. Uma pequena lâmpada queimando no
corredor sobre uma mesa perto de sua porta do quarto. O jogo de luz e sombras iluminavam as
13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
feições de Duncan e esculpia em forma de arco seus lábios masculinos, emprestando-lhe um ar
divino.Seus olhos escuros queimando, olhando para ela com uma potente combinação de fome
e de ternura.
— Qual é o problema, Duncan? — Ela levantou a mão para seu rosto.
Ele segurou seu pulso e virando-o levemente, levou sua mão à boca, fechando os olhos
quando beijou a carne macia. Seus cílios escuros vibraram antes que abrisse os olhos e olhasse
para ela novamente.
— Nada é o problema, querida. Eu te amo.
Ela sorriu e colocou os braços ao redor dele, levantando-se na ponta dos pés.
— Eu também te amo. — Ela sussurrou, apoiando-se em sua boca.
Duncan respondeu beijando seus lábios e acasalando profundamente com a boca dela,
sua língua pilhava com o calor selvagem. Ele levantou-a e colocou-a para baixo perto da parede,
pressionando-a suavemente contra ele.
Leda respondeu à sua necessidade pelo amolecimento crescente em seu corpo flexível
sob suas mãos. Pela fome com que ele puxou o fecho do vestido, ela sabia que ele teria lhe
deixado completamente nua antes mesmo de entrar na porta do quarto aberta...
— É confortável, Helen? — Ian olhou para ela da porta de seu quarto.
Ela estava perto da janela em seu penhoar, seus cabelos loiros soltos sobre os ombros. Ela
era uma mulher extraordinariamente bonita, mas ele não conseguia ficar na cama com ela.
Como de costume, ela parecia aliviada quando ele disse que estava saindo para a noite.
Ela concordou.
— Eu estou, obrigado. — Ela deu uma tragada em seu cigarro e soprou a fumaça através
da janela aberta. — Você tem uma família encantadora, Ian. — Acrescentou ela, cruzando o
espaço em sua direção. Seu batimento cardíaco acelerou, com apreensão, quando ele pensou
que poderia ter mudado de idéia sobre a sua saída para a noite.
Para seu alívio, ela abaixou-se cansada no sofá e jogou suas cinzas no cinzeiro. Ela
suspirou e se virou para ele novamente.
— Eles foram muito gentis comigo sob as circunstâncias. Vejo que a sua integridade é de
família. — Ela soprou o cigarro e exalou. — Eu gostaria de poder dizer o mesmo da minha.
— O que você quer dizer? — Ele caminhou até o sofá.
— Eles nunca teriam me aceitado deste jeito, sem julgamento, sem reserva.
A tristeza na voz dela o tocou e ele se sentiu culpado por estar em seu caminho para fora.
Ele tocou em seu ombro suavemente.
— Sinto muito por isso, — Ele murmurou.
Ela olhou para ele e sorriu.
— Obrigado, Ian.
— Helen, você quer que eu me sente com você um pouco mais?
Ela balançou a cabeça.
— Isso é típico de você, mas, não. Estou indo dormir em poucos minutos. — Ela se
inclinou para frente e jogou fora o cigarro. — Boa noite. — Disse ela baixinho.
13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Boa noite, Helen. — Em vez de atravessar a porta de ligação, ele se virou e saiu para o
corredor, fechando a porta atrás dele. Ele ficou sozinho nas sombras olhando a próxima porta
abaixo. O antigo quarto de Leda. O pensamento encheu-o de tristeza.
Ele suspirou e virou-se para seu quarto, lembrando a forma como ela riu quando ele
valsou com ela através do quarto pela manhã antes de sua festa de noivado. Naquela manhã
Audrey entrou exatamente quando ele estava prestes a tocar Leda intimamente pela primeira
vez... O som suave do riso de uma mulher soou aos seus ouvidos. Inicialmente ele pensou que
era o riso em suas memórias, mas quando ele parou e ouviu, o som era real. Seu coração
balançou dolorosamente em seu peito. Havia apenas uma mulher, cujo riso era tão doce e tenro.
Ian se movia lentamente pelo corredor em direção ao quarto que ele costumava ocupar
com Duncan. Ele chegou ao topo da escada e atravessou para o outro salão, parando na
primeira porta. O salão estava muito escuro, com exceção da pequena lâmpada que queimou
cerca de metade para baixo. Ele ficou na porta ouvindo primeiro, o seu batimento cardíaco
aumentando para um galope ao som da respiração pesada ainda mais para baixo.
Ficando na sombra, ele fez o caminho mais perto. A respiração ficou mais alta. Suaves
suspiros femininos e gemidos transportaram para seus ouvidos. Ele prendeu a respiração
quando a viu.
Leda estava contra a parede, nua. Sua roupa consistia em pequenas pilhas no meio do
corredor. A lâmpada queimava contra a parede oposta, iluminando suas curvas em ondas
suaves. As pontas de seus seios rosados estavam eretos, subindo e descendo fortemente com a
respiração, que acompanha o prazer carnal.
Duncan, ainda totalmente vestido, estava de joelhos diante dela, com as mãos
espalmadas sobre seus quadris, seu rosto enterrado entre as coxas, fazendo amor com ela com a
boca. Ian estava congelado, incapaz de desviar a vista magnífica da carne nua de Leda.
Sua cabeça inclinou-se para trás, revelando a curva suave de sua garganta. Seu olhar
sobre ela viajou nos seios, da barriga para baixo, para ver seus quadris se contorcendo e sua
pélvis contra a boca de Duncan.
A virilha de Ian apertou sua ereção contra sua calça. Sua respiração ficou mais áspera
enquanto observava o corpo de Leda apertando com o orgasmo que se apoderou dela. Seus
gritos de prazer soaram em seus ouvidos e lembrou as muitas vezes que ele provou dela,
amando o quente e úmido de seu sexo e os sucos que cobriam os lábios e a língua. Ele imaginou
a ponta dos seus próprios dedos acariciando sua pele macia e seus seios maduros enchendo as
mãos. Lembrou-se do sabor almiscarado de seus mamilos como se endurecessem contra a sua
língua acariciando.
Leda afundou contra a parede. Duncan reuniu suas roupas e puxou-a contra ele,
capturando a boca em um beijo selvagem. Ele abriu a porta para o quarto e ambos
desapareceram no interior.
Sozinho na sala, a mente de Ian queimava com a imagem da cena que acabara de
testemunhar. Ele recostou-se contra a parede e desabotoou a calça, tendo sua ereção na mão.

13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Fechando os olhos, colocou-se no lugar de Duncan, lambendo e beijando cada superfície
do corpo nu de Leda, se deleitando com a umidade de seu sexo, sentindo ela se contorcer em
suas mãos e boca, em seguida, enterrando-se profundamente dentro dela, trazendo-a para a
felicidade.
Seu clímax sacudiu seu corpo, e ele abafou um gemido. Os espasmos de liberação
passaram e ele se inclinou para trás contra a parede, prendeu a respiração. Olhando fixamente
para a escuridão, ele sofria por querer segurar Leda novamente, para acariciar os cabelos, beijá-
la, sentir seus braços em torno dele. Fazer amor com ela novamente. A perspectiva parecia
impossível, mas, no fundo, ele rezou para ter outra oportunidade.

Capítulo Quatorze

Novembro, 1914

Ian estava indo para a guerra.


Só mais uma coisa a acrescentar a sua já amontoada pilha de auto-aversão e culpa. Se ela
não o tivesse enganado, ele provavelmente não teria se alistado em primeiro lugar. Talvez ele
estivesse caminhando com Leda, rindo.
Helen olhou pela janela de seu quarto, vendo Leda e a empregada Audrey caminhando
na entrada de automóveis juntas. As rajadas de vento do outono em torno das duas mulheres e
Helen olhou-as retirar seus casacos de lã apertando em torno de si, suas cabeças inclinadas
juntas, conversando. Leda estava muito angustiada com Ian e parecia que sua amiga estava
oferecendo-lhe conforto.
Helen nunca teve uma amiga assim. Ela suspirou quando uma tristeza imensa passou
por ela. Deu uma longa tragada em seu cigarro e se afastou da janela, andando ao longo do seu
quarto.
Quando ela enganou Ian para casar com ele, ela não tinha pensado sobre a realidade de
ser descoberta. Ela não tinha lembrado todas aquelas coisas que Ian tinha dito a ela sobre Leda,
os tempos que ele se gabava de suas habilidades de parteira. Ela não tinha considerado que
Leda seria quem ia fazer o parto da criança, agora em poucos dias. Ela lembrou-se de apenas
sentir inveja.
Ela nunca seria livre de ter alguém para amá-la abertamente, uma bela mulher que iria
falar dela com a mesma expressão de sonho e de desejo em seus olhos que Ian tinha por Leda.
Leda tinha não só um, mas dois homens que a adorava. Então, novamente, Leda não
enganava homens inocentes em acreditar que havia engravidado.
Sua inveja e culpa a torturavam, e Helen passou tão pouco tempo quanto possível, com
13
Leda e Duncan juntos, desesperada para poupar-se a agonia de ver a forma que Duncan tratava
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
sua esposa, a maneira como seus olhos escuros queimavam quando ele olhava para ela, e da
maneira que riam juntos, apreciando o mundo secreto que apenas os amantes faziam parte.
Helen puxou sua camisola mais firmemente em torno dela meio esbugalhada. Mesmo
que horrorizada, ela odiava a criança que crescia dentro dela, odiava o homem que o criou com
ela, e se odiava por ter se colocado naquela posição em primeiro lugar.
Com um suspiro pesado, Helen apagou o cigarro em um cinzeiro próximo. A súbita, dor
aguda percorria sua barriga. Ela engasgou, segurando a barriga com ambas as mãos.
Escancarou a porta do quarto e cambaleou para o corredor.
— Socorro! – Ela gritou para fora com outra dor horrível a sacudindo, a cegante dor
queimava seu meio. Ela caiu de joelhos, sozinho no trecho escuro vazio do corredor. – Gerty... –
Ela gritou num deformado sussurro.

*****

Duncan sentiu como se estivesse revivendo o pesadelo do passado. Ele estava na porta
do quarto de Helen, vendo Leda, Audrey, e Doutor Burns atenderem a Helen. Ele tinha que
forçar-se a não vomitar, grandes quantidades de sangue e os gritos agonizantes de Helen
quando as dores do parto a prendeu.
— Duncan!
Duncan voltou ao som da voz de seu irmão. Ian tinha deixado a base em Chingford logo
que ele recebeu o telegrama sobre Helen.
Ian puxou o chapéu e agarrou o braço dele.
— Eu cheguei o mais rápido que pude.
O grito de Helen soou no ar como um tiro, Duncan agarrou a manga da roupa de Ian
quando ele começou a precipitar-se para ela.
— Não, Ian. — Ele disse com firmeza. — Fique aqui. — Manteve-se no braço de Ian. —
Eles estão fazendo tudo o que podem por ela. — Puxando suavemente seu irmão e fechou a
porta do quarto. Quando ele soltou seu irmão, Ian começou a andar.
— Duncan, o que aconteceu?
Duncan suspirou.
— Eu não sei. Sua empregada a encontrou caída no corredor, chorando de dor. — Ian se
movia para frente e para trás. As olheiras de cansaço e estresse aparecendo sob seus olhos. —
Eu tenho que partir em dois dias. Eles estão nos movendo para a Fronte Ocidental. — Ele parou
e levantou o olhar perturbado. — Como eu posso deixá-la?
Duncan deu um tapinha no ombro.
— Leda e eu vamos cuidar dela. Você sabe disso.
13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
O ombro de Ian caiu e ele baixou a cabeça.
— Sim, eu sei. Vocês sempre fazem. Vocês dois são os melhores amigos que um homem
poderia ter.
Só então a porta do quarto abriu e Leda saiu. Sangue cobria a frente de seu avental, e as
lágrimas nos canto de seus olhos.
— Como ela está? Duncan perguntou, gentilmente segurando seu braço.
O lábio inferior de Leda tremia.
— Helen viverá.
Duncan ouviu o suspiro de alívio de Ian misturado com o seu próprio.
— E a criança?
Ela balançou a cabeça devagar, com lágrimas nos olhos repousando sobre Ian. — Fraco,
mas vivo, graças a Deus. Se ela cuidar dele e ele passar esta semana, vai viver.
— O que causou isso?
Leda balançou a cabeça.
— Eu não estou certa. Eu tentei fazê-la parar de fumar cigarros e beber uísque durante a
gravidez, mas ela não quis. É mais provável que essas coisas tenham induzido o parto
prematuro.
— Eu quero vê-los.
Leda pôs a mão no braço de Ian, parando-o.
— Ian, antes de ir, há algo que você deve saber... Sobre a criança.
— O que é? — A voz de Ian era um sussurro rouco.
As lágrimas rolaram livremente pelo rosto de Leda.
– É... Ele...
Duncan apertou os braços suavemente.
— Vá em frente. — Ele pediu baixinho.
— Ele não é seu.
Ian engasgou.
— Meu Deus. — Ele abaixou a cabeça e respirou fundo várias vezes. Quando olhou para
cima, uma lágrima rolou em seu rosto.
Leda soltou seu braço e cedeu contra Duncan.
Ele suspirou.
— Eu devia vê-la.
— Sinto muito, Ian. — Ela sussurrou.
Ele tocou seu rosto. — Você não tem nada a lamentar, pequeno cisne. — Ele olhou uma
última vez para ela e seu irmão, depois foi para o quarto de Helen.

*****

13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Em seu escritório, Duncan encheu um copo de uísque e entregou a Leda. Sua mão tremia
tanto que ele cobriu com a sua própria, guiando o copo aos lábios. Depois que ela engoliu um
gole generoso, ele pegou o copo dela, baixando-o, e colocou suavemente suas costas contra as
almofadas, mantendo a mão firme.
— Você quer falar sobre isso Leda?
Ela virou-lhe o rosto, com os olhos vermelhos.
— O bebê — Ela fungou. — Tinha cabelos mais escuros do que carvão. Sua pele era
marrom.
Duncan descansou a mão sobre sua perna e olhou para a lareira, vendo as chamas
estalarem e disparar faíscas.
— Ela disse alguma coisa?
Leda balançou a cabeça.
— Não. Ela perdeu a consciência.
Ele suspirou apenas quando uma pancada soou na porta, abrindo a sua chamada. Ian
estava na porta, com os olhos vermelhos, sua pele pálida.
— Venha cá, Ian. — Duncan disse a ele.
Lentamente, Ian entrou e desabou sobre as almofadas ao lado de Leda. Ele caiu
pesadamente, apoiando os cotovelos sobre os joelhos.
— Como ela está? — Duncan perguntou baixinho.
— Exausta, mas acordada agora. — Ele passou a mão pelo cabelo. O quepe pendia por
outro lado. — Ela... Explicou tudo.
— Você não tem que falar sobre isso, se não quiser. — disse Duncan.
Ele balançou a cabeça.
— Não. Eu quero. Eu sei quem é o pai. Ele está na minha classe. Sanjay Mattar. Ela estava
com ele, porque estava tentando se convencer de que poderia estar com um homem. — Ele
olhou para eles, com os olhos ligeiramente vidrados. — Ela ama mulheres. — Ele murmurou. —
Eu nunca soube.
Suspirou profundamente.
— Ela estava assustada e envergonhada e entrou em pânico quando ela percebeu que
estava grávida. — Seus olhos brilhavam. — Ela me drogou. Eu desmaiei e quando acordei, ela
fez parecer que nós... — Ele ficou em silêncio, seu olhar sobre Leda. — Leda, eu nunca toquei
nela. Eu nunca fiz e nem vou fazer.
Leda sentou-se. Ela estendeu a sua mão.
— Leda, você pode me perdoar? — Seus olhos iam de seu rosto para o de Duncan. — É
possível, Duncan?
— Não há nada a perdoar. — Leda sussurrou.
— Eu digo o mesmo, — Acrescentou Duncan. Suspirou quando uma onda de culpa caiu
sobre si. Ian tinha perdido Leda por causa do engano de outra pessoa.
Os olhos de Ian encheram de lágrimas.
13
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Obrigado. — Ele desviou o olhar. — Vou assumir a criança como o meu próprio
filho... Se viver.
— Nós vamos ajudá-lo. — Disse Leda.
— Sim, nós o faremos. — Ian olhou para eles. — Eu não posso ficar zangado com ela. Isso
não soa imbecil? Ela não tem amigos de verdade. Eu sou o único.
— Você não é imbecil, — Duncan disse. — Ela sabia que podia contar com você.
Ian balançou a cabeça solenemente.
— Sim. — Olhou para Leda e Duncan e viu o seu desejo em seus olhos. Culpa assaltava
no conhecimento agonizante que Ian havia perdido Leda através de um engano, que ele não
tinha feito nada pior do que tentar ser amigo de alguém que precisava.
Ian rodou o quepe nas mãos.
— Eu deveria voltar até ela. — Levantou-se lentamente do sofá e deixou o escritório.
Duncan estendeu a mão e puxou Leda contra ele, pressionando um beijo em seus
cabelos. — Me perdoe, Leda, — Ele sussurrou.
Para sua surpresa, ela levantou a cabeça, olhando-o com os olhos arregalados. Apesar da
aflição viu refletido neles, viu o seu amor por ele também.
— Por que você pede perdão, Duncan?
— Eu sinto muito por tudo o que eu tenho feito para magoá-lo neste processo. Você o
ama e eu... Interferi.
Ela colocou sua mão em seu rosto.
— Nunca diga isso, Duncan, eu lhe peço. Você não tem feito nada para me machucar. Eu
amo você. — Ela o beijou, um beijo lento, então se aconchegou contra ele, encolhendo-se em seu
colo.
Ele sentou-se calmamente, acariciando seu cabelo, lembrando a saudade nos olhos de
Ian, quando olhou para ela. Amanhã seu irmão mais novo estava saindo para ir à guerra. Talvez
ele nunca mais voltasse.
O coração de Duncan doía em seu peito e ele ansiava por dar um presente de despedida
a Ian.

*****

Leda parou sobre a incubadora caseira, observando o bebê. Ela tinha feito uma pequena
caixa forrada com veludo almofadado e embalado com toalhas para mantê-lo aquecido. Graças
a Deus, Helen estava disposta e capaz de alimentá-lo. Se ela fizesse isso regularmente e em
abundância, ele tinha uma chance. Ela verificou a toalha ao redor de seu corpo, em seguida,
pressionou a ponta dos dedos delicadamente em seu peito, respirando um suspiro de alívio. Ele

14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
dormia tranquilamente, o ritmo do coração angustiado com o que ele tinha nascido agora estava
regular.
Ela acenou para a enfermeira que tinha sido trazida do hospital de Edimburgo e deixou o
bebê em seu descanso. Voltando, ela olhou para Ian, que estava sentado na cabeceira de Helen
vendo-a dormir, uma expressão triste escurecia suas feições. Ele olhou para ela enquanto ela se
aproximava.
— Está ficando tarde, — ela sussurrou para ele, quando viu os círculos escuros sob seus
olhos.
— Você deveria descansar um pouco e voltar mais tarde.
Ele balançou a cabeça.
— Eu vou.
Leda suspirou estendeu sua mão para o ombro dele. Ele colocou sua mão sobre a dela e
apertou-a.
— Duncan está esperando por você.
Ela balançou a cabeça, engolindo de volta um afloramento de lágrimas. Sua mão
permaneceu em seu ombro por outro momento, antes que ela se virou e voltou para seu quarto.
Uma vez lá, Duncan mandou-a para o banho que tinha feito para ela, e quando ela
terminou e vestiu sua camisola, ele a trouxe para sentar na cama, soltando seus cabelos, e
começou a escová-lo.
Leda inclinou a cabeça para trás, saboreando o prazer do movimento sobre a sua escova
de cabelo no couro cabeludo e no comprimento do cabelo dela. Duncan era muito gentil com a
escova, alisando uma grande mão para baixo no começo do cabelo dela, após a escova.
— Humm, — Ela murmurou. — Isso é maravilhoso.
— Leda, há algo que eu preciso lhe dizer. — Duncan levantou a escova de cabelos e
sentou ao lado dela na cama.
Ela olhou para ele, suas sobrancelhas escuras juntas, a preocupação escurecia seus olhos.
Seu estômago vibrou.
— O que é, Duncan?
Ele suspirou e passou suavemente a palma de sua mão para baixo no braço dela. Seu
toque era quente através da sua camisola de algodão.
— Eu não quero que você se sinta obrigada a ficar comigo, — Ele começou baixinho. —
Quero dizer, depois de um ano de nosso casamento.
Ela franziu a testa quando o significado de suas palavras afundou dentro dela
— Não me sinto obrigado a ficar com você. Eu te amo. — Ela tocou seu rosto. — Será que
isso tem a ver com o que aconteceu hoje cedo?
— Sim. — Ele passou a mão pelo cabelo. — O casamento de Ian e Helen nunca foi
consumado. Poderia ser desfeito. Você e ele estariam livres para... — Ele fez uma pausa, a
palavra que estava prestes a dizer estava presa dentro dele. — Casar.
Leda engasgou.
— Duncan, você não me ama mais?
14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Seu olhar agarrou ao dela, os olhos arregalados.
— O quê? Eu não poderia te amar mais. É por isso que eu quero que você esteja com o
Ian se é o que você quer.
Ela olhou para a escova de cabelo pendente na mão grande de Duncan, uma mão que a
tinha acariciado, dado prazer a ela, e consolado-a inúmeras vezes. O simples pensamento de
deixá-lo a fazia sentir-se histérica. E, no entanto, quando ela pensou em Ian, lembrou-se da
maneira que ele olhou para ela mais cedo, com desejo e ternura, como no dia de seu noivado,
ela não podia imaginar a vida sem ele, qualquer um. Tão estranho e tão confuso como o coração
dela estava, ela amava tanto os dois homens. Eles eram parte de sua alma.
— Não é tão simples, Duncan. — Ela colocou uma mão sobre a dele, apertando-a. — Eu
não quero terminar nosso casamento. Nunca.
Ele olhou para ela. Seu olhar acariciava seu rosto e seu alívio era palpável.
— Mas eu sei que Ian e você ainda se amam. Eu nunca esperei que você parasse de ter
sentimentos por ele.
Leda abriu a boca para falar, mas Duncan gentilmente colocou um dedo sobre seus
lábios.
— Leda, eu quero que você tenha nós dois.
Ela olhou para ele, esperando que ele levantasse o dedo. Quando ele fez, ela arfou.
— Duncan, você percebe o que você está dizendo?
Ele balançou a cabeça.
— Sim. Não pense que eu não tenho dado a isto uma grande quantidade de pensamento.
— Ele colocou a escova de cabelo na mesa de cabeceira e pegou suas mãos. — Se fosse qualquer
outro homem, eu não me sentiria assim. Eu amo vocês dois mais do que tudo no mundo. Eu sei
que vocês significam para o outro, e, bem, Ian tem mais do que provado ser digno de você.
Lágrimas quentes encheram seus olhos, seus lábios tremeram.
— Ian sabe como você se sente?
— Não. Eu não falei com ele ainda. — Ele aproximou sua mão e empurrou os cabelos
para trás, longe do seu rosto. — Durante a nossa lua de mel, eu lhe disse que o que eu queria
mais profundamente no meu coração era amar incondicionalmente. — Passou um beijo
carinhoso em seus lábios. — Este é meu presente para você, Leda, dar o que você mais quer
profundamente. — Ele ficou quieto e enxugou uma lágrima fora de seu rosto com a ponta de
seu polegar.
Alguém bateu na porta do quarto, chamando Duncan. Ian pisou dentro e aproximou-se
deles. Ele vestia um roupão sobre o pijama e seu cabelo estava molhado e penteado para trás.
Ele olhou para eles hesitante.
— Está tudo bem eu estar aqui?
— Venha e sente-se conosco. — Duncan disse a ele.
Ian foi até a cama e afundou-se ao lado de Leda. Sentou-se com os ombros encurvados.
— Eu não posso dizer o suficiente como estou arrependido, — Disse ele após alguns
instantes.
14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda percebeu as mãos de Ian tremerem e pôs a mão em seu ombro. Ele olhou para ela,
seus olhos castanhos forrados com tristeza.
— Leda, eu estou tão assustado. — Ele sussurrou.
Ela percebeu de imediato o que ele queria dizer, e seu terror sobre sua saída para a
guerra.
— Ian. — Ela jogou os braços ao redor dele, escondendo o rosto em seu pescoço. Suas
fortes palmas a puxaram para trás, fazendo-a perceber que estava chorando. Ela segurou-o tão
bem quanto poderia. Deus, ele se sentiu tão doce por segurá-la depois de tanto tempo. Ela
sentia falta dele horrivelmente, mesmo durante o seu tempo com Duncan. E não porque ela
amava Duncan menos. Ela amava os dois, corpo e alma.
Os soluços de Ian apaziguaram, e sua respiração alterada, ficou mais áspera. Ele se
mexeu contra ela, e ela sentiu a mudança em seu corpo. Sua respiração aprofundou e alisou
uma mão sobre suas costas.
— Leda, — Ele sussurrou. Seus olhos ardiam sob as pálpebras pesadas quando ele olhou
para ela. — Não posso suportar a idéia de nunca mais vê-la novamente. Eu falhei muito com
você. — Seu olhar cintilava de seu irmão, e os olhos cheios de medo e remorso. Ele afastou-se de
Leda.
— Sinto muito, Duncan. Eu não tenho o direito de tocá-la.
Duncan estendeu a mão e apertou o braço do irmão.
— Não se desculpe, Ian. – Sua voz era baixa e rouca. — A ame. — Suas mãos foram para
os ombros de Leda, esfregando-os em câmera lenta, círculos sensuais. O calor de suas mãos
radiava através do material fino da camisola e ela respirava pesadamente quando o
formigamento no corpo aumentou, arrastando deliciosamente através de seu corpo inteiro.
— Ela quer a nós dois. — Ele sussurrou, enterrando seus lábios no lado do pescoço, a
ponta da língua ao longo da pele delicada. Suas mãos fortes deslizaram o comprimento de seus
braços e para os quadris, esfregando e acariciando-os.
Leda abriu os olhos.
Ian estava olhando para ela com desejo, ainda pendurado para trás, como se achasse que
estava sonhando.
Ela estendeu uma mão para ele, puxando-o suavemente para ela.
Quando estava a apenas alguns centímetros de distância, ele exalava forte e inclinou-se
para ela, tomando sua boca em um beijo profundo.
Ela sentiu-o liberando sua saudade reprimida no caminho em que acasalou com fervor a
sua língua na dela. Suas mãos em concha sobre seus seios, espremendo-os com ternura, mas
com urgência.
Duncan agarrou punhados da camisola, levantando acima dos joelhos.
Ian ergueu o rosto do seu beijo, para que o vestido pudesse ser tirado sobre a cabeça de
Leda, expondo sua carne nua. Ela observou o olhar de Ian percorrer o comprimento do seu
corpo.

14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Ela é sua agora também. — Duncan sussurrou, inclinando-se para pressionar um beijo
em seu ombro.
Ian a pegou ela novo, beijando-a profundamente.
Ela respirava seu perfume masculino que ela tinha perdido há muito tempo. Alcançando,
ela atou as pontas dos dedos em seu cabelo enquanto ele mordiscou os lábios e maxilar,
arrastando para baixo beijando o pescoço indo para os seios.
Duncan acariciava seus quadris. Uma grande mão deslizou sobre a barriga, as pontas dos
dedos percorrendo através das ondas em seu núcleo. Sua mão seguiu os movimentos da cabeça
de Ian quando ele passou de um mamilo ao outro, chupando avidamente cada um. Calor
formigava e percorria seu corpo quando ele puxou cada mamilo sensível entre os lábios e
língua.
Ela caiu contra Duncan, derretendo em suas mãos exploradoras e línguas.
Os dedos de Duncan deslizaram para baixo entre as pernas, em seu centro úmido,
esfregando para frente e para trás sobre seu clitóris. Ela abriu mais as pernas, cedendo mais
para trás contra Duncan.
Quando Ian sentou-se para retirar seu roupão e pijama, as mãos de Duncan deslizaram
para trás até seus seios, colocando-os para trás, amassando os mamilos suavemente entre seus
dedos.
Os olhos avelã de Ian estavam obscuros, o rosto corado, seu peito musculoso arfante.
Uma mão se estendeu, seus dedos traçando um caminho na parte interna de sua coxa para o
joelho e voltando, enquanto Duncan virou o rosto para o lado e beijou-a, deslizando a língua
entre os lábios, sentindo o gosto da boca dela em traçados lentos.
Ela gemia, suas pálpebras fechadas esvoaçantes. Ela sentiu Ian aproximar e depois sentiu
que seu lábio estava sobre seu estômago, a ponta da sua língua tocando sua pele. As mãos dele
acariciaram suas coxas interna antes de irem acima para seu sexo, abrindo-a suavemente com
seus polegares.
Sua respiração foi subitamente quente sobre o clitóris, que ele começou a banhar com sua
língua.
Leda entregou-se completamente ao prazer irresistível. Ela abriu mais as pernas quando
Ian deslizou dois dedos dentro de seu canal, molhado de excitação. O êxtase combinado dos
beijos de Duncan, a ponta dos dedos apertando os mamilos, a língua de Ian em seu desejo,
levou seu corpo sobre a borda. Um orgasmo explodiu na boca de Ian, brilhando através de seu
ventre. Ela gritou da intensidade das ondas que se apoderaram dela. Quando passaram, ela caiu
languidamente contra Duncan, que a colocou de volta contra os travesseiros.
Ian ergueu o rosto e olhou para ela, seus olhos castanhos vidrados de desejo.
— Leda, posso ter você? — Ian sussurrou, os olhos ardiam. Sua essência brilhava em seus
lábios. Ela balançou a cabeça e ele tirou as calças do pijama. Sua ereção estava cheia e grossa e
ela olhou em seu corpo magnífico, seu desejo agitando novamente.
Ele abriu as pernas e acomodou-se entre elas, guiando seu pênis para sua abertura.

14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda gemeu quando ele empurrou a cabeça, em seguida, deslizou dentro dela até que
seus corpos se tocaram.
Ele tomou sua boca faminta em um beijo se movendo dentro dela, apoiando-se em seus
cotovelos.
Duncan tinha retirado seu pijama e deitado ao lado deles, acariciando seus seios,
apertando os mamilos. Quando Ian levantou os lábios do dela, ela se virou para olhar Duncan,
que sorriu e inclinou-se, beijando a boca completamente aberta, amamentando sua língua
febrilmente.
Novamente, o prazer caiu sobre ela e a fricção do pênis de Ian dentro dela, roçando
contra seu clitóris, trouxe de volta à beira do orgasmo. Quando Duncan beliscou seu mamilo
firmemente entre o polegar e o indicador, o choque resultante do calor viajou desde seu núcleo,
e o êxtase irrompeu uma segunda vez, correndo em ondas minúsculas através dela até que ela
ficou mole novamente. Seus seios ficaram pesados, e Duncan retirou sua mão de seus seios.
Arrancou as calças do pijama e levemente agarrou a mão dela, orientando-a para sua ereção.
Leda soltou um pequeno suspiro, fechando a mão em torno da dureza, alisando sua
palma para cima e para baixo do eixo. Duncan gemia baixinho em seu ouvido, seu hálito
fazendo cócegas em sua pele. Ela virou-se e beijou seus lábios.
Ian movia-se mais e mais rápido dentro dela. Ele levantou-se em suas mãos, os olhos
fechados, gemeu baixinho. Puxou rapidamente e esfregou-se, derramando seu líquido quente e
leitoso sobre seu estômago. Quando sua ejaculação tinha passado, ele sentou-se, respirando
pesadamente. Ele abriu os olhos e olhou para ela.
— Sinto muito, Leda. Eu não podia durar mais tempo.
Ela sorriu preguiçosa, com uma sensação de embriaguez do prazer.
— Tudo bem, — Duncan disse em voz rouca. — É a minha vez. — Ian pegou um lenço, e
limpou o estômago de Leda onde tinha gozado. Estendeu-se ao lado dela e acariciou seus
cabelos quando Duncan posicionou-se entre as coxas dela e empurrou seu pênis dentro dela.
Ele gemeu quando seu comprimento total entrava profundamente dentro dela.
Ela estendeu a mão e acariciou seu peito, o cabelo sedoso úmido de suor. O ar em torno
deles estava quente e pesado com o cheiro almiscarado do sexo. Lento e sensualmente, moveu-
se dentro e fora dela, descendo a ponta dos dedos para seu clitóris.
Leda fechou os olhos quando o prazer inflamou nela novamente, seu corpo absorvendo
toda a paixão e carinho que cumulou com ela. Ela virou o rosto para o lado e sentiu os lábios de
Ian capturar os dela, mordiscando e mamando em seu lábio inferior. Seus dedos acariciavam
seu rosto e pescoço, enquanto a respiração forte de Duncan sussurrou em seu ouvido.
Ondas de felicidade explodiram uma terceira vez no seu sexo e ela gritou quando o
músculo relaxou contraindo com a intensidade ofuscante. Quando seu orgasmo tinha passado,
Duncan tirou sua mão e preparou-se, se movendo mais rápido e mais duro.
Leda agarrou suas nádegas, apertando-as, sentindo seus movimentos dentro e fora dela.
Ela acariciou seus quadris em pequenos círculos fervorosos, e ele gemeu, puxando para
fora dela quando gozou, seu líquido pulsando para fora em seu estômago.
14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ele desmaiou delicadamente ao lado dela, o quarto encheu com o som de sua respiração.
Leda estava contente imprensada entre os dois homens, sorrindo para as sombras do dossel da
cama.
Ian colocou seu rosto contra seu peito esquerdo, e ela acariciava seus cabelos, seu
contentamento de repente, cruelmente, marcado pela realidade de que ele estava deixando-a no
dia seguinte.
Ela apertou um pequeno beijo em seus cabelos.
Duncan limpou o liquido do estômago de Leda e depois virou seu corpo para o dela, sua
mão apoiada na cintura nua.
— Obrigado, Duncan. — Ela sussurrou.
Ele respondeu com um beijo pressionado em seu pescoço.
Eles descansaram juntos por pouco tempo e, em seguida Ian agitou-se ao lado dela.
Sentiu empurrar algo em sua coxa e percebeu que ele estava excitado novamente. Ele esfregou a
ereção contra ela e gemeu baixinho, mas quando ela alcançou a mão para tocá-lo, ele parou.
— Eu tenho que ver a Helen. — Ele sussurrou.
Ela olhou para ele.
— Posso ir com você? Eu quero ver como o bebê está.
Ele beijou-a.
— Sim, eu quero você comigo.
Duncan abriu os olhos e olhou para eles.
Quando ela se afastou, ele sorriu para ela.
— Tudo bem. Venha me chamar se houver alguma necessidade.
Ela sorriu e apertou a mão dele antes de se levantar da cama. A camisola tinha caído ao
chão. Ela pegou e a colocou, junto com seus chinelos.
Ian tinha colocado o pijama e robe de volta e ficou nas proximidades.
— Duncan. — Disse ele suavemente.
Duncan olhou para ele.
— Obrigado.
Duncan sorriu e mandou-o embora.
— Está tudo bem, irmão. Vá ver Helen.

*****

14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Para o alívio surpreendido de Leda, Helen estava acordada e sentada, segurando o bebê,
que se amamentava com fome em seu peito.
Helen olhou e sorriu para eles quando a enfermeira abriu a porta.
— Nós podemos voltar, — Disse Ian suavemente.
— Não. Por favor entre, vocês dois.
A enfermeira sorriu a Leda quando ela passou, e Leda observou-a em uma maneira que
não tinha antes. A mulher parecia alguns anos mais velha que ela, com cabelos loiros e amáveis,
sorridentes olhos azuis. Algo sobre o comportamento suave da mulher fazia Leda sentir que ela
iria cuidar bem de Helen e do bebê.
Leda seguiu Ian para a cama, com os olhos em Helen. Embora o cansaço coroasse os
olhos de Helen, sua cor era de um rosa saudável, e amamentava o bebê com vigor. Ela respirou
um suspiro de alívio inaudível.
Ian cuidadosamente pousou na borda do colchão. Leda sentou atrás dele. Com o canto
do olho, ela viu a enfermeira escorregar discretamente da sala, deixando-os em privacidade.
— Por favor, agradeça a Duncan por trazer a enfermeira aqui. Ela é muito carinhosa. O
nome dela é Sarah.
— Eu vou dizer a ele, — Ian respondeu. — Como você se sente?
— Eu estou bem. — Helen olhou para o bebê, em seguida, olhou para cima, com os olhos
brilhando com lágrimas não derramadas. — Ele é bastante bonito, eu acho, — Ela sussurrou.
— Sim, ele é, — Disse Ian suavemente.
— Eu penso assim também, — Acrescentou Leda.
Helen olhou para ela, em seguida, Ian.
— Vocês são as pessoas mais amáveis no mundo inteiro, — Disse ela. — Eu tenho
irmãos, nenhum dos quais estou perto. — Ela suspirou. — Eu sinto muito. Eu entendo se vocês
quiserem que eu vá embora.
Ian estendeu a mão e tocou seu rosto.
— Não queremos que você saia, Helen. Você não tem mais de ficar com medo.
Helen começou a chorar baixinho.
— Eu vou compensar ambos, eu juro.
Leda pôs a mão no braço de Helen.
— Você não precisa. Basta cuidar bem do seu filho.
Helen concordou.
— Eu vou. Vou tentar. Eu não sei quão boa mãe serei.
Leda sorriu suavemente.
— Você vai ficar bem. Você já escolheu um nome para ele?
Ela balançou a cabeça.
— Não, ainda não. — Ela olhou para Ian. — Qual é o seu nome do meio? — Perguntou-
lhe.
— Robert.
— E de Duncan?
14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Patrick.
Helen sorriu em meio às lágrimas.
— Eu gostaria de chamá-lo de Robert Patrick MacGregor. Está tudo bem?
Ian alisou o cabelo para trás.
— Sim, claro. Esse é o nome perfeito para o nosso filho. — Os lábios de Helen tremiam e
as lágrimas rolaram por sua face.
— O nosso filho, — Repetiu. — Eu vou sentir sua falta, Ian. Eu queria que você não fosse.
Ele olhou para baixo.
— Eu também.
O coração de Leda bateu no peito com o lembrete. Mesmo que seu corpo ainda se
sentisse lânguido com a memória de Ian e Duncan amando-a, juntamente, suas mãos
começaram a tremer e se agarrou com força em sua roupa.
— Vamos escrever para você todos os dias, Ian, — Ela disse calmamente. — E nós lhe
enviaremos fotos.
Ele olhou para ela.
— Sim, eu gostaria disso.
Ela olhou para Helen, que inclinou a cabeça para trás caindo contra o travesseiro. Robert
ergueu a pequena boca de seu peito e borbulhou.
Helen sorriu.
— Acho que ele está cheio
Leda sorriu e inclinou-se, delicadamente pegando Robert dos braços da mãe.
— Sim, eu vejo. — Levantou-se da cama. — Eu vou colocá-lo para arrotar e ponho-o de
volta.
— Obrigada, Leda.
— Está tudo bem. — Ela foi até a mesa, onde levantou uma pilha de toalhas limpas e
colocou uma por cima do ombro. Segurando Robert contra o peito, ela deu um tapinha nas
costas suavemente, esfregando-o em pequenos círculos. Ela deu um suspiro de alívio aos sons
saudáveis que ele fez.
Ela deitou-o de volta em sua incubadora, dobrando a roupa de cama firmemente em
torno de seu corpo minúsculo.
— Vou deixá-la descansar, — Disse Helen.
— Obrigada, Leda. Não posso lhe agradecer o suficiente.
Ian se levantou da cama e escoltou Leda para fora do quarto. Ele fechou a porta atrás
deles e puxou Leda em seus braços, segurando-a perto.
Ela voltou seu abraço, descansando o rosto contra seu peito.
— Eu vou sentar com ela por algum tempo até que ela caía no sono, — Disse Ian
suavemente. — Então eu vou voltar para você.
— Sim, Ian, Volte para mim, — Ela murmurou em seu manto. Não queria nunca deixá-lo
ir. Cada momento era precioso. Não podia suportar a idéia de que ele poderia não voltar e seu
amor estaria acabado quando tinha apenas começado.
14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ian atou os dedos em seu cabelo, que continuava solto, em cascata sobre os ombros.
— Eu amo tanto o seu cabelo. — Ele sussurrou, enterrando seu rosto na nele. — Você
sempre cheira a rosas.
Leda enterrou o nariz em seu peito, apertando os braços em torno dele. Ela reprimiu um
soluço. Deus, iria sentir falta se segurar ele. O pensamento dele levar um tiro ou uma explosão
tomar ele... A simples possibilidade fez seu estômago enjoar violentamente. Ela empurrou as
lágrimas.
Ele ergueu o rosto de seu cabelo e virou o rosto para olhá-la.
— Vá em frente agora, pequeno cisne, — Disse ele suavemente. Ele beijou seus lábios
com uma ternura incrível antes de soltá-la.
— Volte logo, — Ela sussurrou. — Eu vou.
Ela virou-se e caminhou de volta para o quarto que dividia com Duncan. Ele deixou a
lâmpada acesa sobre a mesa de cabeceira para que ela pudesse ver. Ela escorregou seu robe e a
camisola e subiu ao lado dele, grata pela sua força, quente masculina.
Duncan desligou a lâmpada e puxou-a contra ele, moldando seu corpo nu ao dela. Ele
murmurou um suspiro em seus cabelos, em seguida, pressionou os lábios nas costas.
— Eu te amo, Leda.
Ela levantou a mão aos lábios, beijando-a suavemente, em seguida, segurou-a contra o
seu meio.
— Eu te amo.
— Leda..., — Ouviu-o dizer, seu hálito quente em sua pele.
— Sim?
— Reze para o retorno seguro de Ian.
— Sim. Eu vou. Já tenho umas mil vezes.

14
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Capítulo Quinze

Dezesseis meses depois...


Janeiro de 1916

— Ian está vindo para casa. — Duncan fez o pronunciamento da porta. — Eu acabei de
receber o telegrama do Gabinete de Guerra.
O olhar de Leda olhar pular para ver sua grande forma preenchendo o espaço.
Imediatamente, as mãos segurando a xícara e pires começaram a tremer. Colocou-os para baixo
e pulou.
— Oh, meu Deus! Onde ele está? Podemos ir com ele?
Helen, que estava sentada a seu lado, baixou igualmente sua xícara e pires e pegou
Robert, que estava brincando no chão a seus pés. — Graças a Deus, — Ela sussurrou. 15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Duncan andou até Leda e colocou as mãos sobre os ombros. A expressão sombria nos
olhos escuros dele, fez seu estômago dar uma guinada.
Ela olhou para ele.
— Duncan, o que é? Algo está errado?
Helen aproximou-se deles.
— Ele está... — Ela ficou em silêncio, deixando os próprios maiores medos de Leda se
expressarem. Alguns dos jovens de seu bairro tinham voltado do Fronte, a grande maioria deles
seja física, ou emocionalmente mutilados.
Duncan suspirou pesadamente.
— Fisicamente, ele está inteiro, graças a Deus. Mas seus nervos estão danificados. Ele está
sendo levado para um hospital de guerra em Edimburgo, que é especializado no tratamento de
soldados com sua condição. Está programado para chegar lá amanhã de manhã.
Leda lutou para manter a respiração constante, feliz pelas mãos fortes de Duncan
segurando-a.
— Quando podemos ir com ele?
Duncan olhou para ela.
— O mais cedo possível.
— Seria muito de nós, se eu fosse com você? — Helen entregou Robert a Sarah, que
vinha a visitar no fim de semana. Nas semanas e meses seguintes ao nascimento de Robert,
tinha se desenvolvido uma relação entre as duas mulheres, e elas tinham, obviamente, se
apaixonado.
— Eu não sei, — Respondeu Duncan. — Se você quiser, podemos ir em frente e depois
enviar você em um dia ou dois, quando soubermos como Ian está passando.
— Eu vou ficar aqui com ela, — Sarah ofereceu. — Eu tenho licença de alguns dias de
Elsie.
Helen sorriu, iluminando o rosto. Assim como seu sorriso desvaneceu-se rapidamente e
virou-se para Leda.
— Acho que ele preferia vê-la primeiro, — Disse ela baixinho.
Leda voltou seu olhar. Não houve nenhum sarcasmo ou culpa de qualquer tipo na voz
de Helen. Apenas verdade.
— Eu não sei sobre isso, — Disse ela. — Sua amizade se aprofundou.
— Sim. Mas ele adora você, Helen respondeu.
Leda assentiu.
— Obrigada. — Ela pôs a mão no braço de Duncan. Podemos partir a primeira hora
amanhã?
— Sim. — Ele se inclinou e beijou na bochecha de Leda. — Coloque Audrey para ajudá-la
a embalar, e trazer o suficiente para várias semanas. Não sabemos quanto tempo ele estará lá.

15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

*****

Craiglockhart era uma mansão gigantesca de pedra em razão do que havia sido uma
magnífica propriedade Highland fora da rua Prince's Street. Mas a Leda, a estrutura, com os
seus recantos sem fim, frestas e arestas, segurava apenas um interesse para ela. Ian estava lá
dentro. E ele estava vivo.
Sua mão apertou no braço Duncan enquanto subiram os degraus no ar frio de inverno,
cinza.
A entrada da frente era uma sala grande, arejada, com azulejos brancos e negros, não
muito diferente do hall de entrada de Glenparry. Sentia-se quase como quando teve que entrar
o primeiro dia na casa de Malcolm, segurando o braço da mãe. Seu coração bateu de forma
muito parecida, entrando no desconhecido. Além dos poucos soldados vagando em uniformes,
enfermeiros e os sons de talheres e vozes murmurando no que devia ser o refeitório, o local não
parecia um hospital. Alguns dos jovens viraram e olharam enquanto eles entraram, e Leda
pesquisou os seus rostos, esperando ver Ian.
Um jovem de uniforme de um oficial sentava em uma mesa na entrada. Ele olhou para
cima quando entraram.
— Eu posso ajudar vocês? — Ele perguntou educadamente.
— Recebi um telégrafo que meu irmão, Ian Macgregor, chegou aqui há dois dias, —
Duncan disse.
Leda manteve firme o braço de Duncan. Seu coração começou a bater, seu sentidos
aguçaram, tentando detectar a presença de Ian no prédio.
O gestor verificou um livro de várias páginas.
— Sim, — Disse ele depois de vários momentos, — Ele está aqui. Vou avisar o Dr. Rivers
que você veio para ver o tenente MacGregor e nós o localizamos para você. — Pôs os papéis
para baixo e se levantou. — O Dr. Rivers está em sessão com um paciente no momento, mas
você é bem-vindo a esperar na sala de jogos, se você quiser. — Ele indicou em direção a sala.
— Obrigado. — Duncan olhou a Leda. — Vamos sentar.
Silenciosamente, ela acenou com a cabeça, deixando-o conduzi-la através do hall de
entrada grande para o que devia ter sido um elegante salão, agora cheio de sofás, mesas e
cadeiras. Embora o dia estivesse nublado, muita luz entrava na sala com muitos pares de portas
francesas que o cercava.
Na extremidade da sala, um homem solitário no uniforme oficial sentava olhando para
uma das portas francesas, em silêncio, fumando um cigarro. Leda observou-o quando entraram.
Seu coração balançou quando ela o reconheceu. Ela suspirou e puxou o braço de Duncan.
— Duncan, — Ela respirava, — Lá está ele! — Ela olhou para ele. — Posso ir com ele?

15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Duncan olhou para ela, obviamente triste com a visão de Ian tão calmamente sentado,
fumando. Enquanto observava, ele se inclinou, esmagou o cigarro, e voltou para a janela.
— Claro.
Ela lançou seu braço e caminhou em direção a Ian. Algo lhe disse para mover-se
lentamente, para não assustá-lo.
Ele não a percebeu até que ela parou a poucos metros de distância. Ele virou a cabeça
lentamente e olhou para ela. Olhou para ela como se não pudesse decidir se ela realmente
estivesse lá.
Reuniram-se lágrimas nos olhos pela mudança nele. Seus olhos brilhantes, uma vez
pareciam assombrados e seu belo rosto estava assustadoramente pálido. Ele não parecia estar
no mesmo mundo com ela.
— Ian, — Ela sussurrou, chegando um pouco mais perto. — Ian, sou eu.
Aos poucos, ela viu a luz do reconhecimento em seus olhos.
— Leda? — Ele virou-se completamente, de modo a enfrentá-la, e levantou-se a seus pés.
— Você está realmente aqui?
Ela aproximou-se dele.
— Sim, eu estou aqui. — Conteve o impulso irresistível de atirar os braços em torno dele.
Ele ainda parecia relutante e olhou para ela.
— Eu sonhei com você tantas vezes, mas você sempre desaparecia.
Leda soltou um soluço que a pegou em um turbilhão de alegria e alívio.
— Eu sou real neste momento, Ian, — Disse ela em meio às lágrimas. — Eu prometo que
não vou desaparecer.
Ian estendeu a mão e tocou seu rosto. Ela ouviu a respiração parando suavemente
enquanto as pontas dos dedos entravam em contato com sua pele. — Oh, meu Deus, — Ele
respirava. Puxou-a em seus braços, apertando-a firmemente, com o rosto enterrado no lado do
pescoço.
Leda soluçava em sua jaqueta, envolvendo os braços em volta dele tanto quanto
podia.Quando finalmente soltaram um do outro, Duncan estava em pé ao lado deles, olhando
para seu irmão.
— Ben vindo ao lar, Ian, — Disse ele baixinho, sentado no outro lado de Ian e puxando-o
para um abraço.
Leda olhou-os, as lágrimas de felicidade e alívio fluindo livremente. Ela sentiu que outras
pessoas na sala estavam a observá-los, mas não se importou. Tudo o que importava era que Ian
estava vivo, e ele estava em casa.
— Desculpe-me, — Uma voz cortou sua reunião.
Eles se viraram. Uma mulher da Ajuda Voluntária, em uniforme de enfermeira estava
nas proximidades.
— Dr. Rivers pode vê-los agora, — Disse ela. — Eu vou mostrar-lhes seu escritório.
Ian liberou Duncan e voltou para ela.

15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda andou em direção a VAD 4, mas Ian agarrou seu braço, e seu olhar voou para o seu.
Seus olhos eram selvagens e de repente, assustados. Sua apreensão era gentil, mas desesperada.
— Não, Leda, — Disse ele em tom de súplica. — Não me deixe.
— Eu não estou indo, Ian. — Ela colocou o braço em torno dele e o sentiu se acalmar um
pouco sob o seu toque.
— Eu vou falar com o médico, — Duncan disse. — Vocês podem ficar aqui.
— Obrigada, Duncan, — Disse Leda.
Duncan sorriu para eles e foi com a enfermeira.
Ian imediatamente virou-se para Leda e jogou seus braços em volta dela.
— Leda, Leda, eu não posso acreditar que é realmente você. — Ele apoiou a cabeça no
ombro dela, e ela acariciava seus cabelos.
— Eu pensei que nunca iria vê-lo novamente. — Ele ergueu o rosto de seu ombro e olhou
para ela, suas mãos sobre seu rosto.
Ela sorriu para ele através de suas lágrimas. Sentaram-se juntos, de mãos entrelaçadas.
— Eu tenho tantas saudades suas. Você recebeu todas as minhas cartas?
— Eu acho que sim. — Ele franziu a testa. — Havia dias sem cartas, — Acrescentou ele,
sua voz carregada de tristeza.
Ela estendeu a mão e acariciou seus cabelos. Esperou por ele perguntar sobre Helen e
Robert, mas ele não o fez.
— Helen gostaria de vir vê-lo, — Disse ele. — Robert está ficando tão grande.
Ele olhou para ela. Aquele olhar distante havia retornado a seus olhos, e ele apertou sua
mão. Ela colocou o braço sobre os ombros de novo e o prendeu. Tristeza oprimida, e ela sabia
que sem ser dito que grande parte de sua consciência ainda estava em guerra, apesar de seu
corpo haver deixado o Fronte.
Ian descansou a cabeça em seu ombro novamente, e recostou-se contra as almofadas,
sentando calmamente.
Leda virou-se e beijou-lhe os cabelos, tentando não chorar.
Duncan retornou em pouco tempo. Leda o viu entrar na sala, e ela e Ian levantaram.
— Tenho uma boa notícia, — Disse ele. — Ian pode vir ficar conosco na pousada,
enquanto ele volte aqui para suas sessões com o Dr. Rivers e conselhos para a sua saúde.
Leda sorriu.
— Isso é maravilhoso! Ian, devemos buscar as duas coisas.
Os olhos de Ian estavam cheios de medo de novo e ele agarrou o braço de Leda como
tinha feito antes.
— Você vem comigo, não vai? Meu quarto está longe.
— Claro, eu vou com você.
Duncan bateu a mão carinhosamente em seu ombro.

4
VAD - (Voluntary Aid Detachment) Foi uma organização voluntária que provia serviços médicos e auxiliares, em
maioria em hospitais no Reino Unido a várias outras cidades no Império Britânico. A Organização foi fundada em
1909 com a ajuda da Cruz Vermelha e a Ordem de St. John. 15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Vamos juntos, Ian, — Disse ele em uma voz suave.
Ian balançou a cabeça e Leda sentiu a tensão deixar seu corpo. Ele olhou para seu irmão.
— Duncan, não deixe Leda desaparecer. — O tom de súplica na voz cortava por meio
dela.
Duncan apertou seu ombro.
— Eu não vou, — Respondeu ele. — Eu prometo.

*****

Ian agarrou ao braço de Leda enquanto desciam a calçada ao longo do hospital e esperou
o bonde que iria levá-los para a Prince's Street à sua pousada.
— O que o médico lhe disse? — Ela perguntou a Duncan, enquanto eles ficaram no ar
frio. Ian esperou calmamente ao lado dela.
Duncan olhou para seu irmão, que obviamente não estava em sintonia com a conversa.
Ele olhou para ela no reconhecimento mútuo e silencioso do estado emocional de Ian.
— Ele me disse que Ian foi incapaz de permanecer na frente depois de uma bomba que
explodiu na trincheira.Vários dos homens sob seu comando foram mortos. — Fez uma pausa e
olhou para baixo. Assim horrivelmente, — Ele murmurou. — Eu não vou entrar em detalhes.
Ele suspirou, sua respiração soprando em nuvens no ar de inverno. — Dr. Rivers explicou que
Ian estava reprimindo seu horror e medo durante todo o tempo que esteve em combate. Ele foi
transferido para o quarto distante, porque andou tendo pesadelos e estava mantendo seu
companheiro acordado. — Duncan pôs a mão no ombro de Leda. — Eu não tenho que lhe dizer
a mudança que aconteceu nele.
Ela balançou a cabeça.
— Não, você não tem.
O bonde parou na frente deles e eles embarcaram no carro.
— Será que ele vai ficar melhor? — Ela perguntou baixinho.
Duncan concordou.
— Sim, eu tenho certeza que ele vai. Dr. Rivers disse que enquanto ele está com a gente,
se ele tem memórias ou pesadelos, para encorajá-lo, não para reprimir ou tentar esquecê-los.
Isso só aumenta a sua angústia. Ele disse que Ian deve vir e participar do atletismo e do outras
atividades de lazer que lhe dará um sentido de normalidade. — Ele olhou para seu irmão, que
se agarrou ao braço de Leda, pressionando-a perto dele. — Penso que Ian encontrou a única
coisa que ele quer fazer. — Ele tocou o rosto de Leda.

15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela balançou a cabeça e olhou para Ian, que atou os dedos com a luva mais firmemente
através dela. Eles atingiram sua parada e desceram do bonde.
— Há apenas uma coisa, Leda, — Duncan disse quando eles começaram a caminhar pela
calçada movimentada em direção a sua pousada.
— O que é?
— Ele tem que ir ante que a junta médica. Eles vão determinar se Ian se recuperou o
suficiente para voltar para o Fronte.
— Não! — Ela se apertou ao braço de Ian. — Duncan, você não pode deixá-los mandá-lo
de volta.
— Infelizmente, doçura, não tenho qualquer controle sobre isso. Mas você precisava
saber sobre a possibilidade.
— Eu não quero que ele volte nunca para lá. Ele é muito gentil. Olha o que ele tem feito
para ele.
— Eu não quero que ele volte também, Leda. Mas estamos juntos agora, e é importante
aproveitar o tempo que temos.
Eles se viraram para uma rua lateral e Duncan abriu a porta da frente da pousada.
— Ian reprimiu suas emoções por um tempo muito longo. Não começou quando ele
estava na guerra.
Leda olhou Ian. Ela se sentia estranha discutindo como se ele não estivesse ali, mas parte
dele não estava.
— Eu sei. — Respondeu ela baixinho.
— Então, — Duncan continuou, — É importante que ele se expressa em todos os sentidos
que pode. — Ele olhou para ela de forma significativa, e seu batimento cardíaco acelerou
ligeiramente, uma onda de calor infundindo seu rosto quando ela entendia o que ele quis dizer.
Na sala, Ian baixou sua mochila e olhou em volta, olhando sobre o mobiliário acolhedor,
como se nunca tinha visto um lugar assim antes.
— Que lugar lindo, — Disse ele.
— Sim. — Duncan bateu a mão suavemente no ombro de Ian. — Um palácio em relação a
onde você foi, não é?
Ian balançou a cabeça e sentou-se cuidadosamente sobre o sofá de veludo estofado,
alisando sua mão sobre o material como se fosse mágico.
Leda assistiu-o como enquanto soltava seu chapéu e retirou o casaco e luvas. O criado
acendeu o fogo na lareira e Duncan ordenou uma refeição de serviço de quarto e desceu para
chamar Helen.
— Ian, gostaria de tirar o seu casaco?
Ele virou-se ao som da sua voz, que parecia trazer-lhe um pouco mais para o presente.
Balançou a cabeça e desfez os botões de latão.
Ela tomou seus casacos e pendurou-os no cabide perto da porta. Quando se virou, Ian
estava olhando para ela. Ela sorriu e aproximou-se dele.

15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Assim que ela estava a seu lado, ele alcançou a mão dela e trouxe-a para sentar no sofá
com ele, olhando nos olhos dela com uma expressão de espanto. Ele chegou e correu até a ponta
dos dedos em todo o rosto, arrastando-os com ternura sobre os lábios.
— Eu ainda não consigo acreditar que você é real, — Disse ele suavemente. — Eu não
posso acreditar que você não vai desaparecer. Tenho medo de fechar os olhos.
— Eu não vou desaparecer, Ian. Eu prometo.
Só então a porta se abriu e Duncan andou para de volta dentro Ele se aproximou e sentou
ao lado de Leda.
— Como está Helen? — Perguntou ele.
— Helen está bem. — Ele sorriu. — Ela diz que Robert está curtindo suas duas mães. Eu
lhe disse para esperar mais um dia ou dois antes de descer. — Ele colocou a mão no ombro de
Ian. — Helen envia o seu amor a você, Ian. Ela está muito feliz que você está de volta.
Ian olhou para ele. Mais uma vez, aquela expressão confusa nublava seus olhos.
— Sinto muito, Duncan. — Disse ele. — Estou tendo dificuldade em lembrar.
Leda franziu a testa, encontrando os olhos de Duncan.
— Você se lembrou de mim e Duncan, — Ela disse.
Ian se virou para ela.
— Sim. Você estava comigo todo dia e noite, — Disse ele. — Lembro-me de fazer amor
com você uma vez, e Duncan fez amor com você, ao mesmo tempo. — Ele olhou para baixo. —
Mas agora, eu não estou certo de que não era apenas um sonho muito bonito.
Ela pôs a mão no rosto.
— Não foi um sonho, Ian. Isso realmente aconteceu.
Ian inclinou seu rosto no dela e encostou em sua bochecha. O contato dos lábios quente
fez sua pele formigar. Ela lembrou daquela noite, a maneira que Duncan acariciou seus seios
por trás enquanto Ian pressionou um rastro de beijos, começando com os lábios, movendo-se
mais baixo, para baixo no pescoço e no peito e no estômago, cada beijo trazendo-o mais perto de
seu sexo. A memória esquentou o calor do desejo entre as coxas dela e ela quis fazer amor com
ele novamente, agora.
Ela olhou por cima do ombro de Duncan, as pálpebras pesadas com sua excitação. Seus
olhos escuros tinham começado a arder. Ela prendeu a respiração quando os dedos de Ian
acariciavam sobre seus mamilos através da blusa de lã.
Só depois, alguém bateu na porta. Ela suspirou e sentou-se. As mãos de Ian devagar
recuaram de sua frente.
Duncan levantou do sofá.
— É a nossa comida, — Ele murmurou. Abriu a porta e aceitou o carro. Deu uma gorjeta
ao rapaz que tinha entregue, e fechou a porta atrás dele.
Assim que ele o fez, Ian estendeu a mão e puxou Leda contra ele, pressionando os lábios
em seu pescoço, acariciando e beijando a pele sensível de sua garganta.
Duncan sorriu.
— Suponho que a comida pode esperar, — Disse ele.
15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda tirou-lhe sua camisa, enquanto os dedos de Ian trabalharam para abrir a blusa dela.
Ele empurrou-a fora de seus ombros e espalmou as ondas dos seios. Ele se inclinou e beijou-a,
escovando os lábios suavemente através dela, em seguida, empurrando com mais firmeza,
escorregou a língua profundamente dentro de sua boca, saboreando-a com urgência crescente.
Ian puxou sua camisola de lã a do cós da saia, empurrando-a para cima. Ela levantou os
braços para que ele pudesse retirá-la. Deixou cair a camisa no chão e abaixou o rosto em seus
seios, com fome deleitando-se em seus mamilos com os lábios e a língua.
Leda recostou-se contra as almofadas, gemendo. Ela virou-se e olhou para Duncan, que
se sentou ao lado dela, seus olhos escuros olhando para ela com desejo.
— Gosto de ver você, — Ele sussurrou.
Suas palavras mandaram um rastro de calor através de seu sexo e seus olhos fechados
vibraram quando Ian puxou um mamilo entre os lábios e língua, acariciando seu outro peito
com a mão, amassando o mamilo entre seus dedos.
Ela olhou bem a tempo de ver o rosto de Duncan se inclinar para baixo, seus lábios
macios, quentes pressionando contra os dela com langor erótico. Ele correu na ponta da língua e
para trás toda a costura dos lábios e ela separou, gemendo baixinho com a intrusão úmida da
língua. Lentamente, e em círculos mais profundo, ele mergulhou em sua boca, enquanto Ian
lavava seus seios com a língua, a outra mão deixando o peito para passear debaixo da saia,
acariciando sua face interna das coxas sobre as meias de lã. Havia algo tão excitante sobre
Duncan e Ian estarem completamente vestidos, enquanto a privavam de seu vestuário.
Ela suspirou, seu corpo contorcendo-se debaixo de seus lábios, enquanto as mãos de
Duncan baixaram desfazendo a saia e Ian deslizou as mãos sob o cós da lã e tirou-a das pernas
dela, deixando-a completamente nua.
Com suas grandes mãos em seu ombro, Duncan delicadamente puxou Leda para baixo,
para que sua cabeça descansasse em seu colo. Enganchou um pé sobre as costas do sofá,
enquanto Ian curvava sobre ela, arrastando um beijo da barriga para baixo, sobre seu
montículo. As mãos de Duncan se moviam em círculos sensíveis sobre os seios, apertando-os e
puxando os mamilos entre os dedos. Sentiu inchar a ereção em suas calças contra a bochecha
dela, e ela inclinou seu rosto, aninhando a protuberância deliciosamente dura com os lábios. Ele
gemia e ela trabalhou para abrir a calça, deslizando a mão por dentro, esfregando o
intumescimento com a ponta dos dedos.
A respiração de Duncan ficou presa em sua garganta e ele tirou as calças cueca para
baixo, passando seus quadris. Leda virou a parte superior do corpo um pouco para que pudesse
tomá-lo em sua boca. O eixo rígido deslizou suavemente entre seus lábios e fechou os olhos,
amando o gosto da pele aveludada e da sensação das veias e músculos rígidos. Ela correu a
ponta da língua ao redor da cabeça inchada, sentindo cada cume e nuances de seu pênis,
incluindo as gotículas salgadas de sua semente se infiltrando da minúscula abertura.
Ela gemeu em torno de seu eixo quando Ian espalhou seu sexo aberto com a ponta dos
dedos delicados e lavou seu clitóris com a língua, lambendo e sugando com fervor

15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
desencadeado. Uma densa espiral de calor passou através de seu núcleo e ela contorceu as
ancas.
Ian ergueu o rosto de seu sexo. Ela podia ouvir-lhe ofegante.
— Leda, me desculpe, eu não posso esperar. — Ela virou-se para vê-lo puxando o casaco.
Ele desapertou as calças e puxou-as para baixo, enquanto ela levantou-se de joelhos para que
ele pudesse tomá-la por trás.
Ela fechou os olhos, um pequeno grito de prazer escapou dela no contato íntimo. Tinha
perdido muito dele e revelava-se na profunda união de seus corpos. Suas mãos fortes
agarraram seus quadris, apoiando-a enquanto ele deslizava dentro e fora de seu sexo, molhado
inchado. Ela sorriu e voltou para Duncan, fechando a boca em torno de sua ereção novamente.
Com uma mão, ela acariciava a base em pequenos círculos enquanto corria sua língua para cima
e para baixo em seu comprimento.
Duncan mergulhou a mão no cabelo dela, acariciando-a enquanto ela lhe dava prazer.
Ian se inclinou sobre ela, fechando as mãos sobre seus seios e Leda sentiu como se fosse
se afogar no prazer. Ela nunca foi mais feliz do que quando os três estavam juntos.
Duncan colocou a ponta dos dedos debaixo do queixo e levantou o rosto dela.
— Eu quero ver você, — Ele murmurou em voz rouca. Ele sentou-se. — Vamos para a
cama.
Ian puxou dela e levantou-se, arrancando fora o resto de sua roupa.
Duncan puxou as calças e pegou Leda acima, colocando-a sobre a cama. Ela recostou-se
contra os travesseiros, vendo Duncan desabotoar a camisa e tirar as calças. Uma onda de
excitação percorria o seu sexo com a visão de seu peito largo, brilhando com cabelos escuros
sedosos e sua grande, forte ereção latejante.
Ian deitou na cama ao lado dela, gentilmente virando o rosto para o seu. Ele mergulhou a
língua sensualmente pelos recantos da sua boca, partindo as pernas com um joelho.
Duncan estava em seu lado, a cabeça apoiada em um cotovelo, observando-a através de
pálpebras pesadas. A sensação de seu olhar, seu prazer óbvio de vê-la fazer amor com putro
homem, a enfraqueceu, e ela se abriu debaixo Ian, que encontrou sua abertura com os dedos.
Ele empurrou a cabeça de sua ereção com facilidade dentro dela e deslizou o resto do caminho
com uma pressão satisfatória. Ian abaixou o rosto para o pescoço, mordiscando e sugando a
pele macia, enquanto ele se movia dentro dela.
Sua cabeça caiu para trás contra o travesseiro, e ela sentiu a boca de Duncan fechar
sensualmente ao longo dela, a sentindo com paixão, profundamente, derretida. Ela adorava a
maneira como ele a beijava, saboreando os lábios e a língua. Ele sempre fazia sentir-se como a
mulher mais bonita do mundo.
Ela estendeu a mão, esfregando levemente sua palma sobre o peito, saboreando a
sensação de músculos rígidos e cabelos macios, a forma como ela tremia de seu toque e
flexionava enquanto ele acariciava um dos seus seios, beliscando e apertando o mamilo. A outra
mão repousava na nádega de Ian. Ela apertou-lhe, empurrando-o mais profundo dentro dela,
amando seus músculos enquanto ele se movia em cima dela.
15
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
A concentração enorme de prazer construía dentro dela e um orgasmo explodiu, fazendo
seu corpo arquear, empurrando a pélvis contra Ian. Ela gemeu na boca de Duncan, enquanto
onda após onda de puro êxtase erótico passavam por ela.
Seu prazer causou a Ian o clímax e sentiu seu corpo apertar. Ele gemia baixinho,
empurrando-a em movimentos minúsculos antes de desmoronar suavemente sobre ela,
respirando pesadamente.
Duncan levantou sua boca da dela e a olhou, seus olhos escuros incomodados.
— Leda, — Ele sussurrou. Calou-se e rolou em suas costas.
Levantando-se suavemente sob Ian, ela se virou.
— Duncan, o que é? — Ela o alcançou e colocou a mão na sua bochecha, respirando
pesadamente de sua paixão.
Ian estava próximo ao seu lado, o comprimento do seu corpo pressionado contra o dela.
Duncan suspirou, segurando sua mão e segurando-a afastado de seu rosto.
— Você está em seu período fértil agora?
Sua pergunta fez seu sangue correr frio de repente. No calor do amor, ela tinha esquecido
que estava, na verdade, fértil.
— Sim. — Fechou os olhos. A aflição de Duncan foi repentinamente palpável.
Ian levantou a cabeça e olhou para eles.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não há nenhum problema, Ian, — Duncan murmurou. Ele estendeu a mão e
bagunçou o cabelo de seu irmão.
O coração de Leda começou a bater e ela inclinou-se perto da orelha de Duncan.
— Dr. Burns disse que eu estava em perfeita saúde, lembra? — Ela sussurrou tão
suavemente quanto possível.
Ele suspirou.
— Sim, eu me lembro. — Ele pegou a mão dela e beijou-a.
— Duncan. — Ela sussurrou: — Por favor, faça amor comigo. — Ela estendeu os braços
para ele e ele rolou, estabelecendo-se suavemente em cima dela. Ela abriu as pernas e ele
deslizou para dentro, alisando o cabelo para trás com uma mão, olhando para ela enquanto a
amava. Ela sorriu para ele e depois olhou para Ian, que estava em silêncio, olhando para ela.
Quando seus olhos se cruzaram, ele sorriu e inclinou-se sobre ela, beijando-a com ternura. Sua
língua deslizou em sua boca, degustando ao longo dos cumes do céu de sua boca, deslizando ao
longo de sua língua e dentes. Os perfumes masculinos de seus corpos e almíscares masculinos,
enchiam suas narinas, e sentia um outro orgasmo aquecendo em seu sexo, sob a moção das
estocadas do pênis de Duncan.
Ian tirou sua boca da dela e abaixou a cabeça ao peito, puxando-o entre os lábios.
Quando Duncan chegou a uma mão e acariciou seu clitóris com a ponta dos dedos, ela passou
ao longo da borda do êxtase uma segunda vez, seu sexo se fechando em torno dele, seu corpo,
enrijecendo as pequenas contrações que torciam o prazer dela.

16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ela ficou mole debaixo de Duncan e ele continuou empurrando, mais duro e mais rápido.
Leda o alcançou e massageou os quadris dele, apertando e amassando, o olhar fechado com o
seu enquanto ele se movia para sua própria liberação.
Com um movimento repentino, Duncan puxou para fora, acariciando-se enquanto sua
semente derramava sobre seu estômago. Ele exalava uma e protegeu seu corpo com as mãos
antes de passar através dela e alcançar um lenço. Ela o olhou, uma mão preguiçosamente
acariciando o cabelo de Ian quando ele se deitou ao lado dela, apertando a cabeça em seu
ombro.
Duncan limpou o estômago de Leda, então deitou ao seu lado, trazendo a cabeça para
descansar no oco do seu ombro.
— Estou muito feliz, — Ela sussurrou. Fechou os olhos, deleitando-se com a sensação de
estar completamente cercada por dois homens que ela amava. Ela só queria que Duncan não
estivesse tão receoso sobre ela engravidar. Ela queria dar a cada um deles um bebê. Ela queria
dar Duncan o que tinha sido tirado dele antes. E ela queria dar a Ian o mesmo.
Ela virou o rosto para Ian e apertou os lábios em sua testa. O pobre homem tinha estado
num inferno e estava tão feliz de estar com ela novamente, quanto ela estava de estar com ele.
Ela esperava que fazer amor ajudasse a curá-lo. Estava disposta a dar-se a ele tantas vezes
quanto fosse necessário.

Capítulo Dezesseis

Duncan abriu os olhos quando a primeira luz pálida iluminou o quarto. Leda dormia,
pressionada contra seu lado. Desde ontem à tarde, os três haviam passado quase o tempo todo
na cama, com Ian Duncan se revezando e fazendo amor com ela. Eles tiveram um jantar leve
antes de finalmente adormecer.
Na meia-luz, viu a cabeça de Ian descansando em seu peito. Duncan assistiu-os, ouviu
sua respiração tranqüila, grato que Ian estivesse vivo e que eles estavam juntos — E de repente
sentiu atormentado por sérias preocupações. Como Leda, ele estava preocupado com a
perspectiva de Ian estar sendo enviado de volta para o Fronte. No entanto, a julgar pela sua
própria experiência de guerra e os danos que fazia com os nervos de um homem, ele duvidava
que Ian estaria apto para o comando novamente.
Era tão bom. Ian era forte de seu jeito, mas não era um soldado. Ele sempre foi um rapaz
sensível que amava a beleza. Foram essas qualidades que sempre trouxeram os instinto de
proteção de Duncan com seu irmão mais novo, apesar dos treze anos de intervalo em suas
idades, que poderia tê-los feito mais distantes em vez de mais próximos. Se Ian tinha16 fosse
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
qualquer outro homem, Duncan não teria sido capaz de compartilhar Leda com ele desta
maneira, mas Leda tinha sido sempre uma fonte de conforto e suavidade para seu irmão mais
novo. Os dois compartilhavam um vínculo de amor que é raro neste mundo.
Depois, houve a preocupação sobre sua relação com Leda. O acordo de seu casamento
mesquinho com ela estava quase no fim. Ele não tinha feito um bebê nela, então não havia nada
para segurá-la a ele. Na verdade, havia agora uma boa chance de Ian tê-la deixado grávida,
mais do que razão para ela poder deixar seu acordo, e se casar com Ian. Agora que o casamento
de Ian e Helen era apenas no nome, a união poderia facilmente ser dissolvida, liberando-o a se
casar com a mulher que ele realmente amava.
Ian se mexeu de repente. Ele gemeu, a cabeça se deslocando de um lado para outro. Leda
abriu os olhos quando os choramingos de Ian ficaram mais altos e ele gritou, sentando de
repente na vertical.
Duncan sentou-se, apertando a mão suavemente no ombro de Ian. Ian pareceu não notar
e Duncan percebeu que seu irmão ainda estava no meio de seu pesadelo.
— Não! — Ele estava chorando, protegendo o rosto com os braços. — Não!
— Ian, — Leda chorou baixinho. Sentou-se e cruzou os braços em torno dele. Seu toque
empurrou-o acordado e ele virou-se, olhando para ela e Duncan com olhos selvagens.
— Faça isso parar! — Gritou. Faça parar, por favor.
Leda puxou-o em seus braços e enterrou o rosto em seu pescoço, soluçando.
— Está tudo bem, amor, — Ela cantarolou, acariciando seu cabelo. — Nós estamos aqui.
Não lute contra, deixe sair. — Ela se deitou, e Ian foi junto, chorando contra ela.
Duncan ficou quieto, observando. A aflição de Ian trouxe de volta memórias de sua
própria recuperação da guerra, e ele sabia que a suavidade feminina de Leda e o coração
amoroso, seriam um longo caminho para confortar Ian.
Leda pressionou um beijo no cabelo de Ian. Acariciou suas costas e apertou-o
carinhosamente nos braços. Aos poucos, sua respiração estabilizou e os soluços diminuíram. Ele
descansou em silêncio contra ela, seu rosto ainda escondido no cabelo. Ela olhou para Duncan e
ele podia ver seus olhos brilhando com as lágrimas derramadas na luz da manhã.
— Ele está melhor agora,— Ele murmurou.
Ela concordou em silêncio e voltou para Ian, fechando os olhos e beijando seus cabelos
novamente. Duncan assistiu a mão suave ir amorosamente para frente e para trás sobre suas
costas. Ian se agitou e levantou o rosto de seu cabelo. Ele baixou o rosto dela e beijou seus
lábios. O som de suas bocas unindo sussurrou na quietude do amanhecer. Um murmúrio baixo
soou na garganta Ian e ele moveu-se sobre a cabeça de Leda com o aprofundamento do seu
beijo.
Leda suspirou de prazer, provocando virilha de Duncan a se mexer. Ele não havia sabido
quão voyeurista era até ontem, enquanto assistia Ian fazer amor com ela, acariciando seus seios,
dando prazer ao sexo dela com a boca.

16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ian ergueu a boca do seu beijo, a sucção dos lábios silvou no ar e arrastou beijos úmidos
no pescoço dela com sua paixão aquecida. Duncan viu os lábios e a língua de Ian cintilando em
sua pele de porcelana, com fome, tendo um dos seus mamilos entre os lábios.
Leda arqueou para trás, empurrando o peito em sua boca, murmurando e suspirando.
Ela virou a cabeça no travesseiro e olhou para Duncan, as pálpebras pesadas sobre os olhos
obscuros.
— Duncan. — Sussurrou um convite para participar do seu sedoso amor.
Ele sorriu e levantou-se sobre um cotovelo.
— Está tudo bem, doçura, — Disse baixinho. — Eu quero ver você. Ele precisa perder-se
em você por um tempo.
— Eu te amo, Duncan. — Ela olhou para ele, com os olhos vidrados de desejo, seu corpo
se movendo sob as mãos e lábios de Ian. Seus olhos fechados vibraram e ela voltou-se apenas
quando trilha de beijos de Ian moveram-se sobre o seu monte de cachos para sua fenda.
Estendeu os lábios abertos com a ponta dos dedos, expondo seu sexo liso e enterrou seus
lábios em sua carne, fazendo-a gemer baixinho e arquear sua pélvis. O perfume inebriante de
Leda encheu o ar aquecido em torno deles, uma mistura inebriante de flores e almíscar
feminino de seu creme brilhante. A boca de Ian a deixou molhada, sons sugantes enquanto ele
festejava sobre ela, e apertou o corpo dela enquanto um óbvio orgasmo lavou através dela.
Seu corpo ficou mole em Ian, que ergueu o rosto entre as coxas e foi subindo em seu
corpo, facilitando a ereção em seu escorregadio canal. Ela abriu os braços para ele, com as mãos
pequenas segurando seus músculos das costas enquanto ele bombeava dentro e fora dela, sua
boca prendendo a dela em um beijo profundo.
Duncan gemia baixinho, o corpo dolorido para a liberação depois de assistir o corpo de
Leda, nua, graciosamente se contorcendo sob Ian. Ele empurrou o cobertor para baixo e
começou a acariciar sua ereção, esfregando o polegar em sua ereção, os movimentos rápidos.
Ele olhou para baixo e viu o rosto de Leda se virar para ele, observando o prazer, os olhos de
sedosos e satisfeitos.
Um sorriso sensual, curvou seus lábios enquanto seus olhos vagueavam cima e para
baixo de seu rosto para sua virilha. A maneira como ela o viu e pediu a ele esfregar mais, seu
clímax crescendo, batendo até que entrou em erupção, derramando sua semente em sua mão.
Ele acariciou-se até o último espasmo parar, e reclinou-se, olhando a Leda.
Ian levantou-se em suas mãos se movendo dentro dela cada vez mais duro e mais rápido.
Seu corpo se contorceu e deu um solavanco e ele gemeu baixinho, suavemente desmoronando
em cima dela.
Duncan suspirou, escondendo sua careta. Se seus instintos ainda funcionavam como
sempre tinham, ele tinha certeza de que Leda iria engravidar.
Ian tinha estado reprimindo suas emoções, e seu reencontro com Leda tinha
desencadeado toda a paixão e desejo para ela que ele tinha reprimido por um tempo muito
longo. Duncan atingiu um lenço e enxugou-se.

16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Leda virou para o lado dela e pegou sua mão. Ele viu em sua expressão que ela percebeu
sua aflição. Deitou-se calmamente com a mão pressionando os lábios, enquanto Ian dobrou seu
braço sobre ela, se aconchegando em seus cabelos.
Duncan suspirou. Ele não podia esperar Ian estar preocupado com a mesma coisa. O
pobre rapaz nem sequer estava completamente neste mundo com eles. Sua única conexão com
eles neste momento era sua vida amorosa com Leda. Duncan não pôde encontrá-lo em seu
coração para estar zangado com ele.
Delicadamente, ele puxou a mão.
— Preciso ir ao banheiro, — Ele murmurou, levantando-se da cama. Entrou, e parou
sobre o banheiro para se aliviar. Quando terminou, ele sentiu alguém olhando para ele.
Leda estava na porta com seu robe e o tecido leve sussurrando sobre seu corpo nu. Seus
grandes olhos transbordavam com a preocupação.
Ele puxou a corrente na bacia e lavou as mãos. Se virou e se encostou na pia, olhando-a
se aproximar dele.
— Duncan, você ainda me ama?
— Sim, claro. — Ele colocou as mãos sobre os ombros. Tanto quanto antes?
Ele a puxou contra ele.
— Eu te amo mais do que nunca, — Disse ele contra seu cabelo. Sentiu-a fechar os braços
em torno dele, e soltou suas costas suavemente em suas mãos. Ele sentiu o alívio dela.
— Você quer ficar comigo, mesmo que o ano está quase terminando? — Perguntou ela.
Gentilmente, ele segurou-a para longe dele, olhando para baixo em seus olhos.
— Eu estava preocupado com você querer me deixar.
Ela balançou a cabeça, os olhos brilhando.
— Não. Nunca.
Ele se inclinou e beijou seus lábios.
— Então estamos de acordo.
Ela caiu de encontro a ele, apertando-o firmemente.
— Graças a Deus, Duncan, — Ela sussurrou.
— Aconteceu alguma coisa? — A voz de Ian veio da porta.
Ambos olharam para cima.
Os olhos de estavam arregalados de preocupação e ele parecia perdido.
— Eu pensei que você tinha desaparecido de novo, — Disse a Leda.
Ela sorriu e segurou a mão para ele.
— Tudo bem, Ian. — Ele se aproximou e segurou sua mão, trazendo-a aos lábios.
— Eu tenho algo para vocês dois, — Disse Duncan. Ele gentilmente desprendeu de seu
abraço e saiu da sala. Quando voltou, ele estava vestindo calça. Aproximou-se e alcançou em
um bolso, retirando um anel de diamante.
Leda olhou para ele e, depois para Duncan.
— É o meu anel de noivado.

16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Sim. — Ele sorriu. — Ian, uma vez você deu este anel para Leda, como um símbolo de
seu amor por ela. Por que você não dá a de novo?
Ian arregalou os olhos, e um lampejo de reconhecimento os acendeu. Ele pegou o anel em
silêncio, escorregou no dedo de Leda, deixando-o descansar ao lado do aro de ouro que Duncan
lhe dera.
Os olhos de corça de Leda, encheram de lágrimas e ela sorriu, beijando cada um deles no
rosto. Duncan sorriu para ela, pressionando os dedos grandes sobre os dois anéis de uma vez.

*****

Um mês depois

Leda acordou antes do amanhecer, o peito apertado, como se um peso pressionasse sobre
ele. Ela sabia exatamente o porquê. Hoje era a segunda ida de Ian a junta de médicos e Dr.
Rivers lhe tinha dito e Duncan, que esta sessão iria determinar se ele seria mandado de volta
para Fronte ou dispensado do serviço militar completamente.
Ian ainda estava dormindo com a cabeça contra o peito. Ela despertava a cada manhã
com ele pressionado contra o seu semelhante, e tinha sido um dos mais doces sentimentos que
ela nunca tinha conhecido. Em seu outro lado, Duncan se mexeu, puxando-a para mais perto de
seu corpo quente. Ela desejou apenas poder permanecer para sempre desse jeito, e que Ian
nunca pudesse ser enviado de volta. Sua mão ia distraidamente para o cabelo, acariciando. Sua
respiração estava quente enquanto ele acariciava a pele do peito. Ele suspirou e continuou a
dormir. A noite passada foi à primeira noite em quase um mês que ele tinha dormido a noite
toda, sem pesadelos.
Ela suspirou. Eles teriam de levantar-se muito em breve. Duncan havia ordenado seu
café da manhã a ser servido às oito horas. Helen iria juntar-se a eles, e em seguida iria esperar
na pousada para voltarem de Craiglockhart. Ela e Robert tinham vindo para ficar no quarto ao
lado. Graças a Deus, Ian tinha levado imediatamente Robert. Ver Helen voltou a restaurar a
memória de Ian dela, e ele tornou-se miserável por lembrar que o passado doía. Mas estar com
a mulher que amava tinha ido muito longe para acalmá-lo, e sua amizade com Helen tinha
aprofundado quando ela o apoiou durante este período. Helen e Sarah estavam profundamente
apaixonadas e Helen pediu que para Ian ficar casado com ela no nome porque ele ajudou a
satisfazer a sua família e os impedia de julgá-la. Ian já tinha concordado em sua alma, que era
casado com Leda.

16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Quando ela olhou para cima, seu olhar encontrou o de Duncan. Ela viu imediatamente
da escuridão de seus olhos que ele estava sentindo a mesma preocupação sobre Ian. Ele
inclinou-se e apertou um beijo carinhoso em seus lábios antes de se levantar da cama e andar
suavemente até o banheiro. Leda estava calmamente, acariciando o cabelo de Ian e ouvindo
Duncan movendo-se no banheiro. Uma onda repentina de náuseas apertou a barriga dela e ela
se contorceu do aperto de Ian e correu para o banheiro.
Duncan estava em pé na pia quando ela se dobrou sobre o vaso, vomitando. Ela sentiu a
mão grande nas costas, esfregando-a.
Quando seu enjôo tinha passado, ela sentou-se e olhou para ele, limpando com as costas
da mão a boca.
Duncan alisou o cabelo delicadamente para trás de seu rosto, olhando para ela.
— Você está bem?
Ela balançou a cabeça, sentindo as lágrimas quentes se reunindo em seus olhos. Ela
queria ser feliz com o fato de que ela estava carregando o bebê de Ian dentro dela.
— É o que eu acho que é isso?
— Sim, — Ela sussurrou. — Estou com três dias de atraso já. — Ela agarrou o ombro de
Duncan. — Por favor não me odeie, Duncan.
Ele puxou-a em seus braços, embalando-a como ela era uma garotinha.
— Por que eu odiaria você?
Agarrou-o, escondendo o rosto em seu pescoço.
— Por engravidar. Eu queria tanto que você recebesse de volta o que você perdeu, e
agora
Ele beijou o cabelo dela.
— Eu já tenho tudo que quero, Leda.
— Leda? — Ela ouviu a voz de Ian por perto. Olhando para cima, ele estava ajoelhado ao
lado dela, seu robe em suas mãos. Prendeu-o e ele envolveu em cima dela.
— Eu tenho boas notícias para você, Ian, — Duncan disse suavemente. — Você vai ser
pai, de verdade. — Os olhos de Ian alargaram.
— Sim, — Duncan sorriu e bateu a mão suavemente no ombro de seu irmão. — Desta
vez, foi você quem realmente plantou a semente.
Leda sorriu e acenou com a cabeça.
— É verdade, Ian.
— Leda, — Ian sussurrou. Ele inclinou-se e recolheu-a em seus braços. Ela descansou a
cabeça no ombro dele, deixando-a inundar a alegria através dela.

*****

16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Leda sentou ao lado de Duncan em um sofá no salão enquanto Ian estava na Junta
Médica. Ela passou parte do tempo escrevendo para Audrey, dizendo-lhe as notícias e lendo a
carta que recebeu de sua amiga naquela manhã. Audrey e Christopher estavam noivos, e
estavam esperando até Mestre Ian voltar para casa para que Leda, Mestre Ian e Mestre Duncan
pudessem estar presentes para o casamento. Audrey, que tinha feito com êxito o parto do bebê
Argyll sozinha, enquanto Leda estava se recuperando de sua doença, estava agora a se preparar
para fazer o exame em Edimburgo para tornar-se certificada de parteira.
Ela dobrou a carta de Audrey e guardou-a no bolso do casaco, então descansou a cabeça
no ombro de Duncan. Uma quantidade interminável de tempo pareceu passar antes de Ian
finalmente entrar na sala com o Dr. Rivers.
Ela e Duncan levantaram quando Rivers, um homem baixo no uniforme oficial,
aproximou-se deles. Ele tinha os olhos gentis e Leda sorriu, aceitando a sua oferta de um aperto
de mão.
Dr. Rivers sorriu de volta.
— Eu vim para informá-los pessoalmente, que o tenente MacGregor deste dia tem estado
dispensado do serviço.
Leda engasgou.
— Você quer dizer que ele não tem que voltar?
O médico concordou.
— Isso é correto. Foi a minha avaliação de que ele serviu com honra, e que não é para seu
benefício ele ter mais exposição ao combate.
Leda chorou de alegria, e jogou os braços em torno de Ian. Ela apertou-o firmemente com
ela, sentindo os braços fechar em torno de si.
Duncan estava esperando por eles quando terminou o abraço. Eles agradeceram ao
médico e ele deslizou os braços através de cada um deles.
— Venha, — Ele disse suavemente. — Vamos dizer a Helen a boa notícia e depois ir para
casa.

16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone

Epílogo

Dezembro de 1918

Leda terminou a amamentação de sua filha e sorriu para Duncan. Lá fora, o início de
uma tempestade de neve em atirava contra a grande janela. O quarto, porém, era quente e
aconchegante da lareira. O riso de Ian, seguido pelos risos agudos de Robert e Ewan subiam
através da parede do quarto dos rapazes ao lado. 16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
— Sua filha está pronta para a cama agora, Duncan, — Leda disse, levantando para bater
delicadamente nas costas de Elspeth.
Duncan tocou a cabeça do bebê de cachos escuros reverentemente.
— O pai dela também, — Disse ele suavemente.
Leda balançou a cabeça e levou Elspeth para o corredor. Ela ficou na porta do quarto dos
rapazes, vendo Ian no meio do tapete de cabeceira, sendo escalado pelos dois meninos
agarrados ao seu pijama e rindo. Leda franziu a testa, com um zombador aborrecimento. —
Você sempre consegue irritá-los antes de dormir.
Ian olhou para ela e sorriu, seu cabelo castanho despenteado de suas mãozinhas.
— Tudo bem, rapazes, — Disse ele, rindo, — Fomos apanhados. Hora de dormir.
— Não, papai! — Dois meninos agarraram a suas calças do pijama quando ele tentava
caminhar até a porta. Ele riu novamente e arrastou-os delicadamente antes que puxasse sua
roupa fora.
— Vamos dizer boa noite.
— Robert, — Leda disse. — Você deve ter o seu sono. Sua mãe vai estar de volta amanhã
de Edimburgo e ela vai ficar chateada se você está cansado e irritado. — Ela se ajoelhou e
Robert beijou na bochecha. — Boa noite, amor, — Disse ela, sorrindo.
— Boa noite, tia. — Virou-se e correu para a cama, escalando a lateral e desembarcando
no colchão com um salto.
Ian pegou seu filho e inclinou-o o menino para sua mãe. Ela sorriu para suas bochechas
rechonchudas e olhos brilhantes. Ewan era a cara de seu pai, e brilhava a mesma sensibilidade
delicada de seu pequeno rosto.
— Boa noite, querido. — Ela disse suavemente, beijando-o em cima de sua cabeça. Ian
sorriu e Ewan subiu até a cama para guardá-lo. Leda voltou para o outro quarto e colocou
Elspeth em seu berço. Ela parou sobre ela, balançando o berço delicadamente até o bebê
adormecer.
Ela sentiu Duncan vindo por trás dela, deslizando seus braços fortes ao redor de sua
cintura. Por cima do ombro, ele olhou para o bebê dormindo.
— Nunca imaginei — Ele respirou perto de seu ouvido, como fazia todas as noites.
Leda descansou a cabeça contra ele, em silêncio, agradecendo a Deus por responder suas
orações. Duncan afundou os lábios pelo lado do pescoço, a ponta da língua arremessando
sensualmente contra a sua pele. Um calor imediato inflamado em seu lombo, em resposta ao
seu beijo e suas mãos quentes, que deslizaram sobre os seios, espremendo-os em apertados,
excitantes círculos. — Vamos para a cama, — Ele sussurrou em seu ouvido.
Ian entrou no quarto naquele momento, fechando a porta atrás dele. Leda sorriu, vendo
aumentar o desejo em seus olhos, em resposta à atmosfera ardente no quarto. Ela escorregou
seu robe e camisola fora e subiu na cama. Os dois homens já haviam retirado suas roupas de
dormir e caíram ambos aos lados dela, prendendo-a entre eles.

16
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Na luz suave do quarto, Leda bebeu diante da visão de seus musculosos, viris corpos,
com duras ereções fechando sobre ela, e ela se virou de costas, abrindo os braços e corpo para
eles.
Ao mesmo tempo, tanto Duncan quanto Ian abaixou a boca para os seios, gentilmente
mamando em seus mamilos, até eles ficarem duros pela atenção deliciosa. Ela gemia baixinho,
arqueando sua pélvis. Duncan chegou para baixo entre as pernas, suavemente abrindo-a. Ele
passou dois grandes dedos dentro dela, pulsando-os dentro e para fora, enquanto Ian acariciava
seu clitóris com a ponta dos dedos.
Leda jogou a cabeça para trás, gemendo, sentindo sua consciência aderir completamente
ao prazer amoroso que estavam dando a ela.
— Sim! Sim! — Ela gritou, quando um orgasmo ondulou através de seu sexo em
opressivas ondas. Eles acariciaram e lamberam até que ela estava saciada e seu corpo tinha
caído mole sobre o colchão. Duncan ergueu o rosto de seu peito e saqueou sua boca com a
língua, engolindo-a avidamente enquanto os beijos úmido de Ian, iam através de seu estômago
e sexo e amamentado em sua parte interna das coxas.
Leda alcançou e fechou sua mão em torno da ereção de Duncan, acariciando sobre a pele
sedosa, alisando a ponta dos dedos sobre o músculo duro e veias, e para baixo para o escroto,
gentilmente apertando.
— Por favor, deixe-me dar prazer a vocês dois, — Ela arfava, quando ele ergueu a boca
do seu beijo. Ela adorava se submeter completamente a eles, sentindo seu domínio sobre ela.
Duncan sorriu.
— Tudo bem. — Ele baixou o seu corpo entre as pernas, empurrando a cabeça de sua
ereção em sua abertura molhada. Ela gemeu quando ele empurrou todo o caminho e começou
rítmicas estocadas.
Ian inclinou-se sobre o rosto dela, os olhos brilhando com a excitação. Ele tomou sua
boca em beijos profundos, famintos, por um lado, acariciando os seios, gentilmente amassando
e puxando seus mamilos entre os dedos.
Duncan puxou para fora antes de ele gozar, e se recostar, abrindo espaço para seu irmão,
que se aninhou no ápice de suas coxas, abrindo-a com uma mão. Ela estava molhada e aberta, e
Ian deslizou facilmente, apoiando-se nos cotovelos enquanto a tomou.
Leda puxou as pernas para trás o máximo que pôde, deleitando-se com a maneira que a
compartilhavam, e tomavam sua vez com ela. — Eu sou sua, — Ela sussurrou. — Dos dois.
Sempre. — Suas palavras levaram Ian mais alto, e ele gemia baixinho, puxando para fora antes
que seu clímax pudesse construir longe demais.
Duncan virou-a e a tomou-a por trás, cada impulso de sua dureza dentro dela enviando
uma onda de formigamento de prazer através de seu sexo.
Ela inclinou a cabeça para baixo e capturou o pênis de Ian em sua boca. O eixo rígido era
liso e cremoso de estar dentro dela, e seu próprio almíscar picante, em na língua quando ela
engoliu-o tanto quanto podia.

17
Senhora para Dois Lordes Sedonia
Guillone
Ian gemia e prendeu os dedos em seu cabelo, com espasmos de prazer, enquanto sua
língua circulava a crista roxo escuro da cabeça e empurrava a ponta da sua língua na abertura.
Duncan lançou um gemido alto e ela sentiu o pulso de seu clímax. Ele puxou para fora e,
derramando sua semente morna em suas nádegas. Ela continuou a massagem amorosa em Ian,
enquanto Duncan a secava. Quando ele terminou, Ian tirou da boca dela e suavemente
empurrou-a de costas, tomando-a com força motriz.
Ela fechou as pernas em torno de seus quadris, mãos segurando suas nádegas duras,
espremendo e empurrando-o mais profundamente dentro dela o quanto ele pudesse ir. Ele
estocava descontroladamente contra ela, o atrito enviando ondas de calor através das batidas
em seu sexo. O orgasmo construía com cada pressão e explodiu, um calor cintilando mais e
mais, trazendo-lhe a felicidade.
Ian bombeou nela mais algumas vezes e então sua respiração ficou presa. Ele puxou dela
e acariciando-se, derramou sua semente quente leitosa sobre seu estômago. Ele caiu ao seu lado,
respirando pesadamente.
Leda estava deitada de costas, ofegante, seu corpo úmido de suor dos dois corpos
masculinos ásperos que a possuíram com tanto fervor.
— Obrigado, — Ela sussurrou, quando Ian enxugou a barriga com um lenço.
—Não, doçura, — Duncan disse suavemente, estabelecendo-se ao lado dela e acariciando
seus cabelos. — Obrigada. Você é a única que nos amou incondicionalmente por todos esses
anos. — Ele beijou sua testa. — Você estava lá, esperando por nós dois, para chegar a nossos
sentidos.
Ian aconchegou-se a ela no outro lado.
— Isso é certo, — Ele sussurrou. — Pequeno Cisne, minha doce amiga, todo esse tempo.
E eu nunca soube que você era o amor da minha vida. — Ele descansou os lábios contra o seu
ombro, segurando o corpo dela no seu.
Leda murmurou um suspiro de felicidade completa.
— É como você disse para mim todo esse tempo atrás, Ian, Deus estava tentando
mostrar-nos que éramos dignos de amor.
— O mais doce amor, — Duncan disse suavemente.
Leda pressionou o rosto em suas costas e fechou os olhos. Ela sorriu para si mesma
enquanto ia à deriva e caía no sono.

17

Você também pode gostar