EXERCÍCIOS
OBS: Todas as respostas devem ser fundamentadas
Acima de tudo a linguagem corporal pode ser mais do que simplesmente uma forma de se
expressar, no Direito ela é utilizada como objeto de persuasão, de negação, de concordância,
etc. Podemos usar como exemplo dessas utilizações essenciais da linguagem corporal como
quando utilizada em uma audiência, por parte do juiz através da linguagem corporal das partes
é possível a identificação, por exemplo, de uma possível mentira, uma das partes ao se
encontrar com sinais como, suas pernas trêmulas, suor excessivo, inquietação... seria uma
forma de detectar sua falácia. Assim como, por parte do advogado da defesa observando o júri
ou juiz por meio de expressões como de concordância ou de negação com a cabeça, pode-se
assim ter uma ideia de qual a interpretação das pessoas sobre o que está sendo relatado, se é
algo benéfico ou não para o caso em questão.
Atualmente se vê uma mudança de parâmetros quanto ao valor dado a linguagem falada nos
processos jurídicos brasileiros. Antes era uma habilidade importante que requeria mais
atenção dos promotores de justiça e de advogados criminalistas, sendo a todos os demais a
escrita como linguagem mais valorizada. Nos dias atuais várias mudanças como a
incorporação de doutrinas italianas que introduziram a valorização da oralidade nos
processos, para que os tornem mais dinâmicos, ágeis, justos e eficientes (ESTIGARA, 2003).
Algumas leis foram introduzidas tornando então obrigatória a interposição oral do advogado,
como a Lei n.º 11.187, de 19 de outubro de 2005 (que veio a alterar a Lei n.º 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 - Código Processual Civil, para conferir nova disciplina ao cabimento dos
agravos retido e de instrumentos e dá outras providências), onde torna obrigatório a oralidade
no recurso de agravo nas decisões proferidas em audiência. Esse é um exemplo que vemos que
cada vez mais é necessário que haja um preparo por parte do estudante ou até mesmo do
profissional que vai exercer o Direito na questão da oratória, uma vez que se faz necessário o
seu uso não só como objeto de persuasão, mas também como uma forma de interpretação da
lei, o que pode influenciar no resultado obtido no final do processo. Se uma das partes
consegue por meio da fala demonstrar maior domínio e facilidade com a sua interpretação,
com certeza virá a dificultar a outra parte com a sua argumentação. Uma outra forma muito
importante da utilização da fala no processo jurídico é a prova testemunhal, onde a mesma
utiliza-se do seu discurso para servir como um dos elementos comprobatórios em uma
audiência.
Conclui-se então que um profissional seja ele de qualquer área do Direito tem uma vantagem
sobre os demais uma vez que bem preparado tanto na linguagem escrita quanto na oral,
principalmente com essa mudança nos processos jurídicos brasileiros que exigem cada vez
mais esse preparo oratório do profissional.
A comunicação e a linguagem se relacionam entre si, porém a sua grande diferença é que a
comunicação é a mensagem, a troca de informações em si que estão sendo trocadas, para isso
se utiliza da linguagem como uma forma de se comunicar. É valido resaltar que a comunicação
não se limita somente a escrita, na qual é utilizado símbolos escritos, como a linguagem; a
comunicação oral envolve a palavra na forma da fala. Já a comunicação não verbal como
expressões faciais, a linguagem corporal, tom da voz, etc. é vista como uma comunicação não
linguística.
ESTIGARA, Adriana. A comunicação oral: habilidade que urge ser desenvolvida pelas
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