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AO JUÍZO DA 3ª VARA DO TRABALHO DA REGIÃO DE NATAL/RN

Processo nº 321

FLORICULTURA ROSAS AMARELAS LTDA, empresa de direito privado, Inscrita no CNPJ


sob o nº..., com sede a rua..., nº..., Bairro..., Cidade.../Estado..., CEP..., representada pelo
Sr...., CPF..., por seu procurador que junta neste ato instrumento de procuração, vem
respeitosamente a presença deste juízo para apresentar

CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO

Em face de FERNANDA, também já qualificado nos autos, pelos fatos e fundamentos de


direito que a seguir passa a expor:

I. PRELIMINARMENTE

A) Da Ausência de Liquidação do Pedido de Dano Moral

A Reforma Trabalhista estipulou que reclamações trabalhistas precisam conter


pedido certo, determinado, com indicação do valor de cada um deles. Conforme estipula
o Art. 840 §3º da CLT.
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve

exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu

valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2o [...}

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo serão julgados extintos sem

resolução do mérito.

Assim, requer a decretação da extinção do processo, sem resolução do mérito, por


clara ausência da liquidação da inicial, nos moldes do art. 292, V do CPC e Art. 3º, IV da
Instrução Normativa 39/2016 do TST, uma vez que a reclamante não estipulou os valores
dos danos sofridos.

II. DOS FATOS

A reclamada teve Fernanda como sua colaboradora exercendo a função de


floricultora, pelo período de 6 anos, 2 meses e 4 dias. O contrato teve como termo inicial
o dia 25/10/2012 se estendendo até o dia 29/12/2018. Na inicial foi requerido a aplicação
de penalidade criminal, horas extras, adicional de 30% em decorrência da penosidade da
função, restituição do valor do plano de saúde e multa em decorrência do atraso no
pagamento das verbas rescisórias (art. 477 da CLT).

II. DO DIREITO

A) Da Penosidade

A Reclamante não faz jus ao adicional de Penosidade, eis que o trabalho realizado
em nada é penoso.
Segundo a Doutrina, é considerada atividade penosa aquela em que o trabalhador
é exposto a trabalhos de intenso labor ou seja, aquele que gera desconfortos físicos além
do normal, assim a pretensão da Reclamante é totalmente descabida, eis que a profissão
de floricultora, em ambiente totalmente protegido e com os devidos equipamentos, não
suscita ao adicional previsto no art. 7º, inciso XXIII da CF/88.

B) Das Horas Extras E Intervalos Intrajornadas

A Reclamante alega que trabalhava 06 dias da semana, oito horas por dia, de
segunda a sexta-feira e 4 horas nos sábados, requerendo indenização de horas extras.
A Jornada de Trabalho pode ser de até 44 horas semanais, o que era realizado
pela Reclamante, eis que gozava de seu horário de intervalo de 2h, como pode ser
verificado na própria alegação da reclamante em sua inicial.
Assim, não são devidas horas extras para a Reclamante, eis que a jornada de
trabalho foi devidamente cumprida, demonstrando que as alegações feitas pela
Reclamante são inverídicas, deste modo, nenhum valor é devido de horas extras,
conforme art. 58 da CLT e 7º XIII da CF/88.

C) Da Penalidade Prevista No Artigo 49 Da CLT

A reclamante alega que foi coagida a assinar um desconto referente a um plano


de saúde, contudo, não prova o que alega. A súmula 342 do TST permite que se faça o
desconto, desde que autorizado pelo empregado, que é o que ocorre no caso em tela,
conforme guia da RAIS c, os contracheques da autora e o documento assinado pela
empregada, por isso tal pedido deve ser julgado improcedente.

III – DA RECONVENÇÃO

Quando se trata de situação trabalhistas, CPC é aplicado de forma suplementar a


CLT. O artigo 343 do CPC dispõe que o pode o reclamado propor reconvenção, o que
faz pelas razões a seguir aduzidas.
A reclamante, assim que foi cientificada do aviso prévio, teve uma ação
extremamente violenta, ao ponto que a segurança foi acionada para retirá-la do
ambiente, para a proteção das demais pessoas e do estabelecimento. Ocorre, que mesmo
assim, ainda chegou a depredar o local, arremessando um objeto nas vidraças, causando
um dano no quantum de R$ 300,00 (trezentos reais), cabendo assim, o dever de reparar o
“estrago” realizado, nos termos dos arts. 186 e 927 do Código Civil.
IV – DOS REQUERIMENTOS

a) Isto posto, requer a Vossa Excelência o recebimento da presente Contestação


com reconvenção, bem como sua apreciação para acolher a preliminar referente a inépcia
da inicial.
b) Protesta por todos os meios de prova em direito admitido, em especial
depoimento pessoal do Reclamante e testemunhal;
d) No mérito, requer que as pretensões apresentadas na inicial sejam julgadas
totalmente improcedentes e que a reclamante seja obrigada a arcar com as custas
processuais, bem como honorários.
e) No que diz respeito a RECONVENÇÃO, pugna:
1) Que a reclamante seja intimada, para querendo, apresentar resposta;
2) A total procedência dessa Reconvenção, a fim de condenar o reclamante no
quantum de R$ 300,00 (trezentos reais);
3) A condenação da reclamada em custas processuais e honorários
advocatícios.

Dá-se à causa o valor, a título de Reconvenção, de R$ ... (valor em reais)

Nestes termos, pede deferimento.

Mossoró/RN, 30 de março de 2020.

Assinatura do Adv.

ALUNO: VICTOR LUCAS TEIXEIRA ARAÚJO – 201608073

TURMA: 9MB

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