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Virtudes Teologais
A caridade é uma virtude sobrenatural pela qual amamos a Deus sobre todas
as coisas - por quem é - e ao próximo por amor a Deus.
Dons de Santificação
“Doador dos sete dons” ou “septiforme nos teus dons” é como se chama o
Espírito Santo nos cânticos, ladainhas e hinos que lhe são dedicados. O texto bíblico
que lhe deu origem é Isaías 11, 1 – 3, em cujo original encontramos um elenco de
seis dons, sendo o último, o temor do Senhor, citado duas vezes:
São Paulo nos ensina acerca de nove carismas na I Carta aos Coríntios nos
Capítulos de 12 a 14. No entanto, a Igreja reconhece, hoje, mais de trezentos outros
carismas que, igualmente, ordenam-se à edificação do Reino de Deus e à missão
evangelizadora no mundo. Aqui, vamos refletir acerca dos nove Dons Carismáticos
elencados pelo Apóstolo Paulo (cf. I Cor. 12, 7-11) e que são os mais utilizados nas
denominações carismáticas. Para fins didáticos, podem ser divididos em Dons de
Revelação, de Inspiração e de Poder.
Dom da Profecia
3. O ciclo carismático
O ciclo carismático se dá com o uso de três elementos: louvor, oração e
profecia. Quando aramos ao Senhor e dirigimos a Ele todo o nosso louvor, Deus nos
responde com as palavras proféticas, usando as mentes e vontades livres, que se
rendem a Ele para que a comunidade seja edificada, exortada e consolada.
Este dom é muito edificante para aquele que o usa, pois se sente mensageiro de
uma palavra que provém do coração do Pai celestial, transmitindo sua vontade, amor
e misericórdia a Seus filhos. Geralmente a profecia começa com uma simples palavra
inspirada na mente do profeta e esta vai se completando ao ponto de ser transmitida.
Apesar de não ser um hábito comum, é importante a pratica deste carisma, pois
assim ajuda no conhecimento da voz do Senhor ao ponto de não mais confundi-la
com pensamentos surgidos na própria mente.
É importante que a comunidade guarde, por escrito, as profecias; isso ajudará a
confirmá-las quando se tornarem realidade no grupo.
5. Confirmação da profecia
Uma profecia pode ser inspirada por Deus em mais de uma pessoa, quando a
primeira profecia é proclamada, as outras pessoas, tendo-a recebido, de igual forma
poderão, por sua vez, acrescentar: “Eu confirmo esta profecia”. Após a profecia ser
proclamada, aconselha-se louvar ao Senhor e não aplaudir.
Muitas vezes, esperamos que outros tenham recebido e que alguém confirme
por nós antes que nos pronunciemos. Se agirmos sempre assim, não teremos
experiência com o carisma da profecia. Tal temor é até lógico, principalmente no
começo do uso do carisma na assembléia. Um fator muito importante é a entrega
para o uso do carisma, pois Deus nos usa na medida em que nos tornamos
disponíveis.
6. A unção da Profecia
Segundo o Pe DeGrandis, a profecia é precedida pela unção, que se
manifestam em sensações físicas, que com o tempo e prática do carisma tendem a
desaparecer. A unção que precede a profecia é:
Chave de percepção para saber que o Senhor vai nos falar; é um senso da
presença do Senhor e um impulso, um movimento no intimo do nosso espírito. Os
sinais físicos podem ser descritos assim:
- um formigamento nos dedos; um calor pelo corpo todo e batimento acelerado
do coração;
- sensação de paz ou senso de amor ao Senhor, com formigamento nas mãos.
É como se o Senhor falasse “Preste atenção, agora! Eu vou falar; ouça isto”! Não
se deve lutar contra o que ouviu, nem mesmo analisar; deve-se falar.
Sabemos, contudo, que nenhuma dessas sensações, por si mesmo, prova a
autenticidade de uma profecia. Tais sensações são acompanhadas pela ação do
Espírito Santo. Evite-se confusão: não se fique apenas nas sensações, aguardando
qualquer modificação física, para se pronunciar uma profecia.
São Paulo nos diz: Todos podemos profetizar (ICor 14,31). Precisamos de profetas
que nos animem na caminhada de fé, que nos exortem nos momentos difíceis, que
nos instruam nas sendas do Senhor e de Seus mandamentos.
Existe muita confusão na mente das pessoas a respeito do dom das línguas.
Muitos pensam que falar em línguas significa ter o dom de ensinar a palavra de Deus
em linguagem humana não aprendida anteriormente, como aconteceu em
Pentecostes (At 2). Outros tiram do contexto certos textos de São Paulo e afirmam
que Paulo desencoraja o uso deste dom. Embora provavelmente bem intencionadas,
estas pessoas se enganam, porque um estudo discernido da Escritura vai mostrar-
nos que há três aspectos no dom de línguas: em alguns casos é um sinal
(miraculoso), freqüentemente é uma mensagem normal de Deus à assembléia, e na
maioria dos casos é um belo dom de oração. Além disso, longe de menosprezar o
dom, Paulo o tinha em alta consideração por seus vários usos.
Uso público
As línguas são uma ajuda à oração, feita para aqueles que em várias ocasiões
se sentem "enfraquecidos" e incapazes de orar bem da maneira comum. É uma
oração que não se baseia em conceitos. Daí, poder ajudar uma pessoa a orar a
qualquer hora, mesmo quando estiver distraída, cansada ou ocupada em trabalho
mecânico. Dá descanso à atividade frenética da mente, um valor apreciado pelos
mestres espirituais de todas as tradições.
Tem muita semelhança com a oração de Jesus e com a oração de silêncio que é
descrita no livro "The Cloud of Unknowing" (A Nuvem do Desconhecimento). Embora
não seja conceitualmente compreendida por quem a usa, Paulo nos afirma que Deus,
a quem a oração é dirigida, a compreende (Rm 8,27).
Podemos ver quão pura é esta oração. Em outras formas de oração, usamos
pensamentos e imagens como meios de chegar a Deus. Nesta oração, vamos além
deles, deixamos que eles fiquem para trás, à medida que nós chegamos ao próprio
Deus. É um ato de fé muito puro. Talvez, nesta oração, pela primeira vez nós
realmente agimos em "pura" fé. Muitas vezes nossa fé está apoiada em conceitos e
imagens da fé. Aqui vamos, além deles, ao objeto da fé, deixando todos os conceitos
e imagens para trás.
Também podemos notar quão cristã é esta oração. Pois realmente morremos
para nós mesmos, ao nosso ser mais superficial, ao nível dos pensamentos, imagens
e sentimentos, para podermos viver para Cristo. “Morremos” para os nossos
pensamentos e imaginações, não importa quão bonitos sejam ou quão úteis possam
ser. Deixamos que fiquem todos para trás, pois queremos um contato imediato com o
próprio Deus, e não um pensamento, uma imagem ou visão dele somente a
experiência de fé em Deus.
O dom é para uso no louvor a Deus, quando uma pessoa fica sem palavras ou
idéias, e na oração de intercessão. Quando não se sabe o que pedir ou para quem
orar, o Espírito está pronto para interceder através de nossos sons articulados (Rm
8,26).
A experiência dos que estão na Renovação Carismática diz que esta oração é
eficaz e frutífera.
Não é para menos que tantas vezes sejamos tentados pelo mentiroso a
minimizar este dom e a deixar de usá-lo.
Uma Oração de Fé
Pelo fato de construir a nossa fé, o dom das línguas é, muitas vezes, chamado
de porta de entrada para os outros dons - "o carisma limiar".
"Graças a Deus que possuo o dom de línguas, superior a todos vós" (1Cor
14,18).
"Orarei com o espírito, mas orarei também com o entendimento (1Cor 14,15)”.
A oração em línguas não pode ser julgada por si mesma. Porque vai além do
pensamento, além da imagem, nada fica pelo qual ela possa ser julgada. Na oração
ativa conceitual podemos fazer alguns julgamentos depois que oramos: "Tive umas
sensações boas", ou "Tive muitas distrações". Mas tudo isto é irrelevante a esta
oração. Portanto, nada fica pelo qual ela possa ser julgada.
Existe, porém, uma forma que permite ao que é bom nesta oração ser
confirmado para nós. Nosso Senhor disse: "Podeis julgar a árvore por seus frutos".
Se formos fiéis a esta forma de oração, tornando-a uma parte regular do nosso dia,
rapidamente iremos discernir o amadurecimento dos frutos do Espírito em nossas
vidas.
Experimentei isto em minha própria vida e vejo-o sempre na vida dos outros.
Deve-se ter a intenção de que estes sons sejam para oração de louvor ou de
intercessão. Inicialmente o dom pode ser muito rudimentar - as mesmas duas ou três
silabas repetidas sempre. Mas o uso regular e persistente do dom - digamos uns
quinze minutos todos os dias - levará em poucos dias a uma língua mais
desenvolvida e satisfatória.
Na fala em Línguas, Deus pode nos dar uma Revelação, Profecia ou Palavra
de Ciência, Doutrina, ou discurso em línguas. E nesses casos deverá ter
interpretação. Quando se FALA em línguas, se pressupõe dom de línguas e o da
interpretação, para que assim, se torne conhecido o pensamento do Senhor. Paulo
diz: “Se não houver intérprete, fiquem calados na reunião” (v.28), por isso se indica
que esse dom pode ser considerado permanente.
Sim, assim como há unção nas profecias e nas mensagens em línguas, vemos
também, que há na interpretação. Podemos dizer que esta unção é uma espécie de
um impulso para a interpretação, e quanto mais o intérprete se habitua a essa unção,
mais fácil ficará de identificar o modo como o Senhor dita as palavras.
Dom da Fé
"Esta é uma arma que vence o mundo: a nossa fé" (1Jo 5,4)
O terceiro carismas das obras é a fé. Dom que o Espírito Santo colocou à nossa
disposição para que possamos usufruir da própria onipotência de Deus. A fé é a
nossa "energia atômica", capaz de aniquilar todas as forças infernais, é ela que nos
desperta para acreditarmos convictamente em algo que não se vê, geralmente, de
maneira natural.
Verdade é que na alma do povo ainda há um resíduo de fé, mas trata-se de uma
fé tradicional, vaga, confusa, subjetiva e superficial. Não conhece o verdadeiro
sentido dos dogmas e da doutrina católica.
A fé um dom de Deus; um raio de luz que parte de Deus para a alma humana,
que para vingar deve encontrar um terreno adequado, deve ser aceita de coração e
espírito aberto, pois o Espírito Santo não invade corações trancados. "A fé vem de
pregação e a pregação é feita por mandato de Cristo" (Rm 10,17).
A fé como virtude
Fé como virtude significa aderir às verdades reveladas por Deus, não pela
credibilidade intrínseca dessas verdades, mas pela confiança que depositamos
naquele qu no-las fez conhecer.
Cristo torna-se, pela fé, o centro de sua vida, a alegria transbordante de cada
respiro e o objeto predileto dos seus incessantes louvores.
A virtude da fé encerra ainda um outro aspecto que deve ser relevado. A fé não é
só adesão às promessas de Cristo. Em outros palavras, fé significa entrega total a
Deus e à sua providência. Deus, ao criar-nos preparou um plano relativo a cada um
de nós. Como seres conscientes precisamos descobrir o plano, aceitá-lo e colaborar
com todas as nossas forças para que ele seja levado a bom termo.
"O justo vive da fé", diz o Apóstolo (Rm 1,17). O que vale dizer que a fé é o
termômetro da nossa santidade.
Aquele que tem fé é uma pessoa que vive confiante na providência divina, não
se deixa abater pelas dificuldades em meio as necessidades, pois sabe que o Pai que
está no céus tudo providenciará e este como o Apóstolo poderá dizer: "sei em quem
depositei minha confiança" (2Tm 1,12). E mesmo que tudo se manifeste contrário ao
nosso ato de fé, continuamos a crer, sem indagar-nos como, por quais caminhos e
meios o Senhor virá ao nosso encontro.
A fé como carisma
A virtude da fé, comum a todos os cristãos, difere do dom da fé, mencionado por
Paulo: "a outro é dado o dom da fé" (1Cor 12,9). Este é realmente um dom
sobrenatural do Espírito Santo, conferido em circunstancias especiais para dar
cumprimento às obras de Deus. É Deus mesmo que, em determinada circunstâncias,
faz com que a pessoa aja da maneira que ele quer. Há determinadas situações em
que certas pessoas são revestidas de um poder sobrenatural, tornando-as capazes
de ver claramente que Deus revelará o seu poder e sua bondade através de um sinal
extraordinário. Em outras palavras o homem de fé percebe em si mesmo e com
absoluta certeza, que o Senhor deseja realizar um milagre por meio dele. Ora essa
revelação interna leva-o a agir com firmeza e a reagir contra as circunstâncias
contrárias, como se ele estivesse vendo agora o que ainda irá acontecer depois.
O homem de fé não crê simplesmente que Deus pode fazer tal prodígio, mas que
o fará de fato ou, antes, que ele já o fez. Essa foi, aliás, a atitude de profeta Elias ao
fazer descer o fogo sobre o Monte Carmelo. Essa foi também a atitude de Pedro que,
sem titubeios, disse ao coxo que se encontrava à porta do templo: "Em nome de
Jesus nazareno, levanta-te e anda" (At 3,6). Noutra ocasião, o próprio Pedro
ressuscitou o corpo de Tabita dizendo simplesmente: "levanta-te" (At 9,36). Paulo
também agiu da mesma maneira quando, colocando-se sobre o corpo de Êutico, o
abraçou e gritou para a multidão: "Não vos perturbeis, que ele está vivo".
“Em verdade vos digo: se tiverdes fé como um grão de mostarda, podereis dizer
a este monte: – muda-te daqui para ali, – e ele mudar-se-á. E nada vos será
impossível” (Mt 17,20”
O dom dos milagres está intimamente relacionado com o dom das curas. Este se
restringe aos problemas da saúde do homem, ao passo que o primeiro se estende
também a eventos fora do homem e às leis da natureza. O dom dos milagres é
também um dom do Espírito Santo. São Paulo também o inclui por ele mencionados,
embora não o considere como o mais importante.
Hoje, será difícil encontrar alguém que creia na atualidade dos milagres, quase
todos temos até medo dos milagres. Compreende-se que os não-crentes tenham
medo dos milagres, pois esses são uma prova irrefutável da existência do
sobrenatural. Eles são como uma luz que cega, um acontecimento revolucionário,
uma força irresistível que obriga o homem a colocar-se de joelhos.
Testemunho:
Alguns anos atrás, em Nassau nas Bahamas, ouvi uma conferência de Mel Tari,
jovem indonésio, sobre a atualidade dos milagres. Anteriormente eu já havia lido o
seu livro: Like a mighty Wind e, por isso, foi grande o meu interesse e também a
minha curiosidade em ouvir a conferência. Mel Tari narrou com simplicidade
evangélica os milagres acontecidos na ilha de Timor, no tempo em que ele e mais
alguns companheiros pregavam o Evangelho de aldeia em aldeia. Contou o
conferencista, com todos os detalhes, como eles conseguiram atravessar a pé enxuto
rios caudalosos, como multiplicaram o pão, como converteram a água em vinho e
como ressuscitaram uma pessoa, morta há dois dias. Quando perguntei qual havia
sido o segredo de tais prodígios, Tari me disse: as promessas de Jesus. Vocês
ocidentais acreditam que a Bíblia é a história que narra as grandezas de Deus. Nós
que a recebemos há seis anos, acreditamos que ela não é a história, mas que ela
manifesta ainda hoje as grandezas de Deus.
Os milagres são tão necessários hoje como outrora. Se ao nível da vida natural o
milagre pode parecer um acontecimento excepcional, no plano da salvação, de ordem
sobrenatural, ele se manifesta como elemento normal e essencial. Na verdade, toda a
história da salvação está cheia de milagres: a libertação do povo hebreu do Egito, a
viagem pelo deserto, a conquista da Palestina, são grandes eventos acompanhados
de milagres.
É o dom que nos faz dar respostas acertadas em caso de sermos levados aos
tribunais. Em tais situações não devemos preocupar-nos com o que haveremos de
dizer porque o Espírito falará por nós (Mt 10,19). É este o dom que devemos usar
quando temos decisões difíceis para tomar e problemas árduos para resolver. O rei
Salomão foi agraciado com esse dom quando teve de julgar qual das mulheres era a
mãe da criança. É o dom negado aos soberbos e reservado aos humildes: "louvo-te e
agradeço-te, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos
sábios e entendidos e as revelastes aos simples" (Lc 10,21). "Arruinarei a sabedoria
dos sábios, e frustrareis a inteligência dos inteligentes (1Cor 1,19). Os soberbos
chefes do Sinédrio "não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que Estevão
falava"(At 6,8)
Os que receberam este dom não significa que são mais sábios que os outros.
Jesus prometeu aos seus discípulos: “boca e sabedoria a que não poderão resistir,
nem contradizer todos quantos se vos opuserem” (Lc 21.15). Esse dom vai além da
sabedoria e preparo humano. Mas é preciso salientar que a sabedoria se divide em
três tipos:
Como podemos ver na definição acima, esse dom de Deus nos ajuda, portanto, a
perceber a origem de uma intuição, de um pensamento, a causa de um
comportamento – especialmente quando este se nos apresenta de forma estranha. O
discernimento, assim, é um dom “protetor da comunidade e protetor de todos os
outros dons”.
Após todas estas definições, podemos nos perguntar: Qual o benefício esse dom
nos traz, ao ser usado de forma adequada? Como usar esse dom?Como foi usado
por pessoas, quando viveram em situações complexas em suas vidas? Como
proceder a partir da orientação certa, segura que o discernimento lhes deu?
Para que o uso do dom de discernimento, seja utilizado com cada vez mais
eficiência e eficácia e como é um dom do Espírito, deve ser usado à luz da oração
(especialmente a oração em línguas, que facilita a nossa mente a perceber a
orientação de Deus), com sabedoria (dom, como dissemos, que acompanha o uso
de todos os outros dons espirituais), com jejum e em comunhão constante com o
Senhor.
Nas tentações do deserto, Jesus soube discernir como poderia vencer o maligno,
lançando mão do discernimento doutrinal da Palavra de Deus.
Tendo os Apóstolos, vivido ao lado de Jesus por tantos momentos em que Ele
usou de discernimento e após o Pentecostes, também eles passaram a utilizar
frequentemente o dom. Esta é uma atitude que devemos ter em todos os momentos
de nossas vidas, devemos pedir incessantemente pelo dom do discernimento,
precisamos praticar o dom do discernimento e assim veremos que muitas situações
de nossas vidas serão simples e práticas de se resolver.
4 – A natureza do discernimento
Até o zelo pelas coisas de Deus deve ser acompanhado pelo dom do
discernimento, assim como afirma São Paulo ao falar dos Judeus e suplicar por sua
salvação: “Eles têm um zelo por Deus, mas um zelo sem discernimento” . Se nosso
zelo espiritual ou doutrinal com as coisas de Deus, não forem acompanhados de
discernimento, muitas coisas poderá ser afirmada de forma inadequada ou falsificada.
Dons de Santificação
“Doador dos sete dons” ou “septiforme nos teus dons” é como se chama o
Espírito Santo nos cânticos, ladainhas e hinos que lhe são dedicados. O texto bíblico
que lhe deu origem é Isaías 11, 1 – 3, em cujo original encontramos um elenco de
seis dons, sendo o último, o temor do Senhor, citado duas vezes:
Dom da Fortaleza
O dom da fortaleza, também chamado "dom da coragem", imprime em nossa
alma um impulso que nos permite suportar as maiores dificuldades e tribulações, e
realizar, se necessário, atos sobrenaturalmente heróicos.
Quando falamos em virtudes heróicas, ninguém pense que só existe heroísmo
quando enfrentamos grandes causas. Você faz grandes heroísmos lá no interior da
sua casa, no dia-a-dia de sua vida. Veja bem que heroísmo imenso é o de uma mãe
que suporta o vício do álcool do marido ou do filho! Às vezes por 10, 20, 40 anos
enfrenta aquela dor, aquele sofrimento, por amor a Deus, por doação e caridade.
Essa mãe tem o Dom da Fortaleza. O Dom da Fortaleza não é só para os mártires, os
grandes confessores da fé. É para cada um de nós. Hoje vemos uma multidão caindo
nas tentações. Pode estar faltando o Dom da Fortaleza em muita gente. Saber não
cair na tentação, já é um sinal da força desse Dom.
Santa Teresinha nos fala do "heroísmo do pequeno". A fidelidade às pequenas
inspirações que Deus nos faz todo dia e toda hora é fruto do Dom da Fortaleza. Nós
deixamos passar ótimas oportunidades quando pequenas cruzes, pequenos
sofrimentos vão passando pela nossa vida e nós não os aproveitamos para uma
resposta fiel a Deus. Vem um aborrecimento, uma pessoa nos causa feridas porque
falou qualquer coisa contra nós. O que fazemos? Há duas respostas: Revidamos com
palavras amargas, com evidente menosprezo, com inimizades, etc., ou fazemos de
conta que nem ficamos sabendo, não nos importamos com aquilo, etc.. Como
funcionou o Dom da Fortaleza? É claro, naquela hora que suportamos a ofensa. O
heroísmo está aí. Aprendemos agora um dos caminhos que nos leva a santidade.
São poucas as pessoas que fazem por Deus e pelo próximo aquilo que poderiam
fazer mais. Porque, não temos coragem de nos empenharmos em grandes obras.
Imaginem o bem que poderíamos fazer se ainda não fôssemos tão comodistas.
Paulo afirma: "Tudo posso naquele que me fortalece". E nos diz mais: pode
suportar as maiores dificuldades e tribulações e praticar, se necessário, atos
heróicos. Não pelas suas qualidades pessoais, mas pelo dom da fortaleza que Deus
lhe concedeu". Carta aos coríntios, descrevendo as tribulações pelas quais passou
por amor ao Senhor e à Igreja:
"Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui
flagelado com varas. Uma vez apedrejado. Três vezes naufraguei, uma noite e um dia
passei no abismo. Viagens sem conta, exposto a perigos nos rios, perigos de
salteadores, perigos da parte de meus concidadãos, perigos da parte dos pagãos,
perigos na cidade, perigo no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos!
Trabalhos e fadigas, repetidas vigílias com fome e sede, freqüentes jejuns, frio e
nudez! Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana, a solicitude por todas
as Igrejas!" (II. Cor 11,24-28) .
Ao dom da Fortaleza se opõe a timidez, que é o temor desordenado, e também
aquele comodismo que impede de caminhar, de querer dar grandes passos.
Estacionamos numa espiritualidade medíocre, temos medo de tudo, de prejudicar a
amizade, de descontentar alguém e vamos comodamente parando no caminho da
perfeição.
Dom da Piedade
O dom da Piedade produz em nós uma afeição filial para com Deus, adorando-o
com amor sobrenatural e santo ardor, e uma terna afeição para com as pessoas e
coisas divinas.
Aprimora em nós a virtude da justiça, sob todas as suas formas, a da religião, a
da piedade e a da gratidão. Pela virtude da justiça, damos ao outro (a Deus ou ao
próximo) aquilo que lhe pertence. Pelo dom da piedade, damos ao outro tudo o que
podemos dar, sem medidas.
Deus nos trata com piedade. Dá-nos o que necessitamos, muito mais do que
aquilo que merecemos.
1) Coloca em nossa alma uma ternura filial para com Deus nosso Pai: Deus é,
acima de tudo, nosso Pai.
2) A piedade nos coloca na alma um filial abandono nos braços do Pai celeste.
O dom da Piedade produz em nós uma afeição filial para com Deus, adorando-o
com amor sobrenatural e santo ardor, e uma terna afeição para com as pessoas e
coisas divinas.
Deus nos trata com piedade. Dá-nos o que necessitamos, muito mais do que
aquilo que merecemos.
1) Coloca em nossa alma uma ternura filial para com Deus nosso Pai: Deus é,
acima de tudo, nosso Pai.
2) A piedade nos coloca na alma um filial abandono nos braços do Pai celeste.
Quero abordar agora a necessidade de sabedoria no uso dos dons, porque tem
lugar para tudo no nosso coração: cura física, cura interior, libertação... tem lugar
para tudo. De nossa parte, temos de ter a sabedoria de ir colhendo uma coisa depois
da outra.
Diante de uma palavra dessas, o que eu deveria fazer? Primeiro, Orar ao Senhor
para saber como e quando o Senhor quer que eu diga, e para quem o Senhor quer
que eu diga. Depois de eu ter certeza de ter recebido uma palavra de profecia, tenho
de perguntar ao Senhor e, de acordo com a resposta dele, ser dócil, mesmo que isso
signifique gestar nove meses essa palavra de profecia dentro de mim. Não quero ser
um farmacêutico apressado, não quero matar com os remédios do Senhor. Todos nós
temos de ter essa responsabilidade. Quando o Senhor me disser: "Você vai falar a
tais pessoas, desse jeito e nessa hora", aí eu falo. Falo, mesmo que falar me
arrebente.
Para que pedir ao Senhor sabedoria no uso dos dons? Para ministrar o remédio
certo a nosso povo, para que aquilo que o Senhor quer nos dar não se torne veneno.
Não adianta fazer as coisas que nós achamos boas: "Eu acho..." "Ah, eu
pensava...". O povo diz que de pensar morreu um burro. Não adianta esse "eu
pensava, eu achava". A sabedoria se faz a partir daquilo que o Senhor nos manda
fazer. Quando fazemos as coisas segundo nosso entendimento, perdemos a unção:
"Porque eu acho, porque eu penso, porque seria melhor, porque o povo me
pressionou".
Mais do que nunca, o Senhor, o Senhor quer nos ensinar a sabedoria. É como se
fossemos ovelhas. A ovelha é um animal que não tem sabedoria nenhuma. Os cães
tem faro, os gatos são espertíssimos, as aves conhecem as coisas... mas de todos os
animais, o mais desprovido de inteligência, sem tino, sem direção, é a ovelha. E a
nós, que somos ovelhas, o Senhor quer dar sabedoria. Às vezes pensamos que a
sabedoria do Senhor é assim: ele nos dá sabedoria, e ficamos sábios, sabemos tudo.
Já sabemos como nos conduzir. O que fazer, o que não fazer, que ordens dar, como
educar os filhos, como educar os filhos, como trabalhar, como trabalhar na paróquia,
como renovar as coisas na paróquia, como promover a Renovação, como fazer
palestras. A pessoa pensa que agora sabe de tudo: "Eu recebi sabedoria...", e fala
até grosso, "porque agora eu tenho sabedoria". E não é assim.
A sabedoria do Senhor é dada a quem for manso como as ovelhas. A ovelha
precisa continuamente da direção do pastor: "Agora é para cá, agora é para lá, agora
é mais pra lá, e agora é para cá".
Dom da Sabedoria
O Dom da Sabedoria
Maria tinha todas as virtudes no mais alto grau. São Jerônimo nos aconselha:
"Tome Maria como exemplo de virtudes".
Maria teve também a plenitude dos dons. Edificou sua vida sobre os sete dons
de santificação. A virgem recebeu, mais do que qualquer outra pessoa, o dom da
sabedoria.
A sabedoria celeste a fez compreender e aceitar o plano de Deus para sua vida
e, ao mesmo tempo, a encheu do mais puro e intenso amor a Deus e ao próximo.
Assim a vemos na anunciação, na visita a Isabel, no nascimento de Jesus em Belém,
na apresentação do menino Jesus no Templo, na fuga para o Egito, no reencontro
com Jesus no Templo, nas bodas de Caná, aos pés da cruz e no Cenáculo.
Como nos Abrir a esse Dom
1. A sabedoria é um dom que Deus promete conceder a quem o pedir com fé (Tg
1,5).
2. Ler e meditar a oração de Salomão, pedindo a Deus o dom da sabedoria (Sb
9,1-18).
3. Procurar saborear tudo o que se relaciona com Deus
Dom do Conhecimento
Os dons do Espírito Santo nos conduz hoje a falar de outro dom, o dom do
Conhecimento pelo qual nos é concedido conhecer o verdadeiro valor das criaturas
em relação ao seu Criador.
Esta foi a experiência dos santos; foi também, nós podemos dizer, que a
experiência dos cinco Bem Aventurados de quem tive a alegria de elevá-los a honras
dos altares hoje. Porém, de um modo muito especial esta foi a experiência de Nossa
Senhora que, pelo exemplo de sua jornada pessoal de fé nos ensina a viajar " entre
os acontecimentos do mundo tendo nossos corações fixos onde a verdadeira alegria
reside " (Oração dos Vinte-primeiros domingo em Tempo Comum).
Dom do Conselho
O dom do conselho, também chamado "dom da prudência", nos faz saber pronta
e seguramente o que convém dizer e o que convém fazer nas diversas circunstâncias
da vida. É um dom de santificação que nos faz viver sob a orientação do Espírito
Santo.
O dom do conselho nos orienta instantaneamente de forma perfeita. Por ele, o
Espírito Santo nos fala ao coração e nos faz compreender o que devemos fazer.
Agimos sem timidez ou incerteza. Pelo dom do conselho, falamos ou agimos com
toda confiança, com a audácia dos santos.
Jesus nos fala o que convém dizer, guiados pelo dom do conselho: "Quando
fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem
pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer.
Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós."
(Mat 10,19-20).
Há diversos graus de abertura ao dom do conselho:
No primeiro grau, consegue-se fazer com rapidez e segurança tudo o que é da
vontade de Deus nas coisas necessárias para a vida espiritual.
No segundo grau, o dom do conselho nos conduz também nas coisas que não
são obrigatórias, mas que são convenientes e úteis para nos levarem a Deus.
No terceiro grau, o dom do conselho nos faz caminhar com segurança, sem
tropeços ou timidez, pelos caminhos do Senhor.
Dom do Entendimento