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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA

CATARINA.
CÂMPUS FLORIANÓPOLIS
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA
CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS RESIDENCIAIS E PREDIAIS

MEMORIAL DESCRITIVO – PROJETO DE MICROGERAÇÃO FOTOVOLTAICA

ENZO DA SILVA ROSA


BRUNO DA SILVA ROSA
JULIA DE LIMA COMELLI

FLORIANÓPOLIS, 23 DE ABRIL DE 2021


SUMÁRIO 1.

1. INTRODUÇÃO 3

2. OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral


2.2 Objetivos Específicos

3. ESPECIFICAÇÕES 4

3.1 Definir uma unidade consumidora (casa, prédio, indústria, etc) onde será implantado um
sistema de microgeração de energia solar fotovoltaica; 4
3.2 Características do local e viabilidade de implantação 5
3.3 Especificações do sistema fotovoltaico 6
3.3.1 Tecnologia de módulo fotovoltaico 6
3.3.2 Valor da potência instalada 7
3.3.3 Número de módulos em série e strings paralelos 7
3.3.4 Cálculos dos valores de tensão e de corrente 7
3.3.5 Parâmetros operacionais dos módulos 8
3.4 Especificação do inversor 9
3.5 Especificação dos demais elementos 11
3.5.1 Dimensionamento dos condutores 11
3.5.2 Eletrodutos, abraçadeiras e conectores 12
3.5.3 DPS, Disjuntores e outras proteções 13

4. ANÁLISE ECONÔMICA 14

4.1 Geração de energia do sistema fotovoltaico 14


4.2 Levantamento financeiro do sistema fotovoltaico 15
4.3 Período de retorno financeiro do sistema fotovoltaico 16

5. CONCLUSÕES 17

REFERÊNCIAS 18
1. INTRODUÇÃO

Na última década, diversas tecnologias chegaram ao Brasil, uma delas é a micro e minigeração
de energia solar, onde em 2012 a Resolução Normativa n°482 pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL) foi aprovada. Portanto, a partir dela os consumidores brasileiros estão aptos a
gerar sua própria energia elétrica através de energias renováveis.

Com o objetivo de reduzir custos e tempo para a conexão de micro e minigeração, e afim
de harmonizar o sistema de compensação de energia elétrica com as condições gerais de
fornecimento (Resolução Normativa nº 414/2010), foi publicada a Resolução Normativa nº
687/2015 revisando a Resolução Normativa nº 482/2012 pela ANEEL, onde reconhece
microgeração distribuída a central geradora com potência instalada até 75kW e minigeração
distribuída aquela com potência acima de 75kW e menor ou igual a 5MW.

Além disso, quando a quantidade de energia gerada em determinado mês for superior à
energia consumida naquele intervalo de tempo, o consumidor fica com créditos que podem ser
usufruídos para diminuir a fatura dos meses seguintes, esses créditos têm prazo de validade de
60 meses. Os mesmos também podem ser utilizados para abater o consumo de outras unidades
consumidoras do mesmo titular, desde que permaneça na área de atendimento de uma mesma
distribuidora.

A escolha de instalação de micro ou minigeração distribuída fica a disposição do


consumidor, a partir disso o mesmo deve analisar as melhores condições que encaixam com o
seu propósito, sendo o custo/benefício para instalação com base na tecnologia dos
equipamentos, sua localização (rural ou urbana), o consumo da unidade consumidora e da central
geradora, o valor da tarifa à qual a unidade consumidora está submetida, as condições de
pagamento/financiamento do projeto e existência de outras unidades consumidoras que possam
utilizar os créditos do sistema de compensação de energia elétrica.

Para concluir, é importante dizer que, para UC’s conectadas em baixa tensão (grupo B),
ainda que a energia inserida na rede seja maior que o consumo, será exigido que o consumidor
realize um pagamento pertinente ao custo de disponibilidade (valor em reais equivalente a 30kWh
(monofásico), 50kWh (bifásico) ou 100kWh (trifásico).

3
2. OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral

O principal objetivo deste trabalho é realizar a especificação de um projeto de microgeração


fotovoltaica em uma unidade consumidora do grupo B de forma a avaliar a viabilidade técnica.

2.2 Objetivos Específicos

a) Definir uma unidade consumidora (casa, prédio, indústria, etc) onde será implantado um
sistema de microgeração de energia solar fotovoltaica;

b) Avaliar as características do local e a viabilidade de implantação do sistema;

c) Especificar o sistema fotovoltaico que será instalado;

d) Especificar o inversor que será utilizado;

e) Especificar os demais elementos necessários.

3. ESPECIFICAÇÕES

3.1 Definir uma unidade consumidora (casa, prédio, indústria, etc) onde será
implantado um sistema de microgeração de energia solar fotovoltaica;

A unidade consumidora está localizada na rua Armando Zacchi, 238, Ponte do Imaruim
Palhoça/SC e suas coordenadas geográficas são 27.6460201° S e 48.6701406° W

4
Figura 1 – Localização da unidade consumidora
3.2 Características do local e viabilidade de implantação

Pela fatura de energia podemos obter as seguintes informações sobre a unidade consumidora:
● Tensão de conexão: 220V (F-N)
● Tipo: Residencial - Monofásico
● Concessionária: Celesc Distribuição
● Tipo de tarifa: B1 – Convencional
● Consumo médio mensal: 613,46 Kwh/mês

Figura 2 – Histórico de consumo obtido na fatura de energia – Celesc


Para fins de projeto, consideramos que o cliente vai gerar 95% do seu consumo, nesse caso,
582,787kWh.
Posteriormente, determinamos as condições de insolação do local desejado para
instalação do sistema através da equação:

para calcular a irradiação solar diária média utilizamos o programa SunData (CRESESB,
2018). Encontramos, conforme figura 3, o índice solarimétrico HTOT de 4,37kWh/m².dia
considerando um painel inclinado em 22ºN (vinte e dois graus de inclinação, voltados para a face
norte geográfico do planeta).

5
Para concluir a análise de viabilidade de instalação, calculamos a potência dos módulos
fotovoltaicos através da equação:

Pfv = 5,9271 Kw

Onde:

E – Energia desejada (kWh/mês)

Gstc– Constante (kWh/m²)

Htot – Irradiação (kWh/m²/dia x 30 dias)

TD – Taxa de desempenho (Varia entre 75% a 85%)

Para uma análise mais conservadora, optou-se por utilizar uma taxa de desempenho de 75%.

3.3 Especificações do sistema fotovoltaico

3.3.1 Tecnologia de módulo fotovoltaico

Para este projeto foi escolhido os módulos da marca Canadian, do modelo CS3Y-495, possuindo
as seguintes especificações:

Características Elétricas

Potência máxima [W]: 495 W


Tensão máxima (Vmp) [V]: 44,6 V
Corrente máxima (Imp) [A]: 11,1 A
Tensão de Circuito Aberto (Voc) [V]: 53.3 V
Corrente de Curto Circuito (Isc) [A]: 11.72 A
Eficiência [%]: 21.0%
Coeficiente de temperatura Voc -0.27 % / °C
Temperatura de Operação [ ̊C]: -40°C ~ +85°C
Tabela 1 - Características Elétricas dos módulos fotovoltaicos

Dimensões
Comprimento [m]: 2,25
Largura [m]: 1,048
Espessura [m]: 0,035
Área [m²]: 2,358
Peso [kg]: 26.6 kg
Tabela 2 - Dimensões dos módulos fotovoltaicos 6
Figura 4 – módulo fotovoltaico Canadian, modelo CS3Y - 495

3.3.2 Valor da potência instalada

Para suprir nossa necessidade energética foi calculada uma potência de 5927,1 W, e
dividindo pela potência de cada módulo precisaríamos de 11,97 módulos. Assim, optamos por
dimensionar para um número par, ficando com 12 módulos fotovoltaicos. Esses 12 módulos
proporcionam uma potência instalada de 5940Wp.

3.3.3 Número de módulos em série e strings paralelos

O dimensionamento foi para 12 módulos. Optou-se pela configuração de 2 strings em


paralelo, cada uma com 6 módulos em série

3.3.4 Cálculos dos valores de tensão e de corrente

Como cada módulo possui uma tensão de 44,6 V e uma corrente de 11,1A. Como as duas
strings possuem o mesmo valor, calculando uma das strings temos que, somando as tensões dos
6 módulos em série, conectados em apenas 1 string, chegamos a um valor de tensão de 267,6 V
e como estão ligados em série, a corrente total continua em 11,1 A.
Esses módulos ficarão expostos a diferentes tipos de temperatura durante o ano inteiro, e
sabemos que quanto menor a temperatura que esse módulo está exposto, maior vai ser a tensão
de cada modulo, consequentemente do conjunto também. 7
O preocupa nesse aumento é sobre qual equipamento inversor que deve ser utilizado, a
fim de evitar as sobretensões nesse inversor, mantendo o seu funcionamento correto e também a
vida útil. Além disso, também deve-se observar a tensão de circuito aberto, sabendo a tensão
imposta por módulo caso o sistema esteja aberto.

Para calcular a tensão máxima de circuito aberto usaremos a fórmula:

Onde:

• uVoc = Coeficiente de temperatura do módulo


• Voc, 25°C = tensão de circuito aberto
• Tmin = temperatura mínima

Logo temos que a tensão de circuito aberto em baixa temperatura será de 56,89 V. Como
são 6 módulos em série, a tensão total será de 341,34 V, sendo esta tensão que o inversor ficará
submetido caso atinja a baixa temperatura e tenha o seu circuito aberto.

3.3.5 Parâmetros operacionais dos módulos

O levantamento geral de todos os parâmetros dos módulos é bastante importante. Foi feito
uma tabela contendo os parâmetros a ser levados em consideração a respeito dos módulos, tanto
de esforços elétricos quanto mecânicos:

8
Parâmetro Valor
Potência instalada 5927 W
Potência por módulo 495 W
Quantidade total de módulos 12
Tensão de máxima potência do módulo (Vmp,25ºC) 44,6 V
Quantidade de módulos em série no string(Ns ) 12
Tensão de máxima potência de cada string ( Vmp,stg = Vmp,25ºC *
Ns ) 535,2 V
Corrente de máxima potência de cada string 11,1 A
String 1
Tensão de circuito aberto em 25ºC (Voc,25ºC) 53,3
Coeficiente de temperatura da tensão de circuito aberto (µVoc) -0,27
Temperatura ambiente mínima (Tmin) -3
Valor tensão de circuito aberto na temperatura mínima (Voc,-3ºC) 56,89 V
Valor máximo da tensão de circuito aberto do string (Voc,stg = Voc,-
4ºC*Ns ) 341,34 V
Peso total (kg) 319,2
Área total (m²) 28,2

Devemos avaliar se a estrutura onde os módulos serão alocados suporta toda esta carga.
O peso da tabela é apenas dos módulos, além desse peso normalmente há uma estrutura
metálica a ser adicionada para fixação dos mesmos. Um profissional qualificado a respeito da
capacidade da estrutura deve avaliar se é possível instalar esses módulos.

3.4 Especificação do inversor


O próximo passo é a escolha adequada de um inversor para atender aos parâmetros dos
módulos. Para esse projeto foi escolhido o inversor da marca Fronius, modelo Primo 6.0-1. As
especificações são as seguintes:

PARÂMETRO DE ENTRADA PARÂMETRO DE SAÍDA


Quantidade de MPP Tracker: 2 Potência nominal CA (Pca,r): 6000 W
Potência máx. de saída (Pca 6000
Corrente máx. de entrada (Icc máx): 18/18 máx): VA
Faixa de tensão de entrada CC (Ucc mín - Ucc Corrente máxima de saída
máx): 80-1000 V (Ica nom): 25,0 A
208/240
Alimentação de tensão inicial (Ucc inicial): 80 V Acoplamento à rede (Uca,r): V
Tensão nominal de entrada (Ucc,r): 420 V Frequência (fr): 60 Hz
Fator de distorção: < 5.0 %
0.85 - 1
Faixa de tensão MPP utilizável: 240-800 V Fator de potência (cos φca,r): ind./cap

Potência máxima do gerador fotovoltaico (Pcc


máx): 9,0 kWpeak

PARÂMETROS GERAIS
Grau de eficiência máxima [%]: 97.9
Temperatura ambiente permitida [ ̊C]: -40 to 55 C
42.9 x 62.7 x 20.6
Dimensões a x l x c [mm]: cm
Peso [kg]: 21,5

Inversor Fronius, modelo Primo 6.0-1

O inversor selecionado possui 2 MPPT, e será utilizado os 2 MPPT. O conversor será


ligado em duas strings em paralelo com 6 módulos em série em cada uma, esses 6 módulos em
série possuem uma tensão nominal de 267,6 e corrente de 11,1. E como foi calculado
anteriormente, esse inversor suporta a tensão de circuito aberto na temperatura mais baixa. O
equipamento já possui um disjuntor de corrente contínua acoplado, excluindo a necessidade de se
adicionar esse componente a string box CC. 10
O inversor possui uma potência instalada maior do que a potência do sistema, além disso
a potência máxima, ou seja, de pico do inversor pode chegar até 9,3 Kwh.
A escolha deste equipamento foi devido a boa aceitação da mesma pelas empresas de
projetos e instalações fotovoltaicas, e também por possuir todo uma equipe de suporte dentro do
Brasil. Vimos que esse aparelho monofásico e sem transformador é o inversor ideal para
residências. Além de operar em altas temperaturas sem que a vida útil seja afetada.

3.5 Especificação dos demais elementos

Será abordado quais os materiais utilizados e seus dimensionamentos. A quantidade


utilizada será abordada posteriormente na análise econômica, no tópico de levantamento
financeiro do projeto.

3.5.1 Dimensionamento dos condutores

De acordo com a norma NBR16149, o menor condutor a ser utilizado em um sistema


fotovoltaico é o de 4mm² de secção transversal. Devemos conferir a sua capacidade de condução
e caso haja necessidade, alterar o seu dimensionamento para uma secção maior.
Para conferir o correto dimensionamento, utiliza-se a fórmula:

onde,

I’ = Capacidade de condução de corrente do condutor, considerando agrupamento e temperatura;


I = Capacidade de condução do condutor, conforme tabela NBR5410;
f1 = fator de temperatura
f2 = fator de agrupamento

A corrente para um condutor de 4mm² de secção transversal é de 32A. O fator de temperatura é


de 0,94 e como será 2 circuitos nesse eletroduto, o fator de agrupamento será 0,8. Os valores
foram obtidos de acordo com as tabelas da norma.
Temos uma corrente de 11,1 A para o sistema fotovoltaico, fazendo o cálculo da
capacidade de corrente corrigida, temos uma corrente de 14,76. Para o lado CC do sistema, este
condutor, na questão de condução de corrente, satisfaz as necessidades do sistema.
Para o lado CA, que vai do inversor em direção a rede, a potência de saída é de 3500W e
a tensão de 220V, fazendo o cálculo da corrente isso nos da 15,90A. Conclui que para este caso o
condutor de 4mm² também satisfaz as necessidades do sistema.
11
Para o cálculo da queda de tensão temos a equação:

onde:

Fazendo a conta para 1 string, temos uma distância de 28, 5 m de condutor. Considerando
uma tolerância de 1% da tensão de cada string, de 267,6 V, corrente nominal de 11,1 A e
aplicando na fórmula, temos que o condutor necessário para tal é de 4,06 mm². Com isso será
utilizado um condutor de 6mm² que proporcionará uma queda de tensão menor ainda, validando o
condutor utilizado.
Como as duas strings possuem o mesmo número de módulo, tensão e corrente, o
dimensionamento do cabo será o mesmo. Assim, também usaremos um condutor de 6mm²

3.5.2 Eletrodutos, abraçadeiras e conectores

Foi requisitado de acordo com a norma, eletrodutos de no mínimo ¾’’ de diâmetro, para o
lado AC e o DC também. Além disso, também são necessário os conectores que conectam os
módulos entre si e ao inversor, que será o conector MC4. Serão usadas abraçadeiras PVC para a
fixação dos eletrodutos na parede.

3.5.3 DPS, Disjuntores e outras proteções

Neste projeto vamos utilizar dois tipos de DPS, um para a proteção da parte AC e outro
para a proteção da parte DC. Também será utilizado disjuntores para proporcionar o
seccionamento do sistema e também um esforço de proteção com os fusíveis.

O DPS para parte CC escolhido foi um Siemens. A seguir temos as especificações do dispositivo.
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Parâmetros
DPS Siemens 3P
Produto: Tipo 1/2 5SD7 483-6 Fotovoltaico
Tipo: 1e2
Número de
módulos: 3 (L+, PE E L-)
Tipo de curva: 10/350 e 8/20
Tensão Up (VDC): 1000
Tensão Up (V): 3500
Corrente Imax
(A): 40000
Corrente Inom
(A): 15000
Corrente Iimp (A): 5000

O DPS CC ficará na string box DC, junto com o fusível. Como o inversor já incorpora o
disjuntor, não foi necessário a colocação de um disjuntor CC.

O DPS CA escolhido foi também da marca Siemens. Seus parâmetros serão apresentados
a seguir.

Parâmetros
Produto: DPS Siemens 2P, tipo 2 5SD7- 422-1
Tipo: 1,00E+02
Número de
módulos: 2 ( fase e neutro)
Tipo de curva: 8/20
Tensão Up (VDC): 350
Tensão Up (V): 1500
Corrente Imax (A): 40000
Corrente Inom (A): 20000

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O DPS CA ficará na string box CA, junto com o disjuntor e o fusível. É necessário o uso
deste equipamento para assegurar a proteção deste segmento contra os possíveis surtos de
tensão. Nesta parte CA será necessário o uso de um disjuntor. O disjuntor utilizado foi da marca
Siemens de 20 A e 220 V.

Como não foi necessário disjuntor para parte CC devido ao inversor possuir esta função,
foi necessário apenas disjuntor para parte CA. O disjuntor utilizado foi um Din, também da
fabricante Siemens, de 10 A e 220 V.
Os fusíveis utilizados foram os Fusíveis cartucho solar gPV, com capacidade de 20 A de
corrente e 1000 V de tensão, tanto para CA quanto para CC.

4. ANÁLISE ECONÔMICA

A energia fotovoltaica embora seja um meio de produção de energia limpa, a mesma possui
custos tanto para o consumidor desse meio, quanto para a distribuidora que dispõe esse sistema
conectado à rede. Neste tópico iremos abordar os custos referentes a instalação de um sistema
fotovoltaico em uma residência e o tempo para adquirir retorno desse investimento.

4.1 Geração de energia do sistema fotovoltaico

A região sul do Brasil é uma das regiões que apresenta a menor média diária de irradiação
solar, com isso, mesmo nos meses de maior radiação, a região da grande Florianópolis não chega
a receber a irradiação solar máxima (1000 W/m²), e no inverno é pior ainda, chegando dificilmente
em (800 W/m²), portanto tem uma produção de energia solar muito abaixo em comparação a
outras regiões do Brasil.
Com isso, utilizaremos como exemplo o aeroporto de Florianópolis, que de acordo com
Dolla et al. (2018) o mês com menor produção de energia solar fotovoltaica foi aproximadamente
40% menos que o mês de maior produção. Com essa informação, podemos saber a geração de
nossas placas, porém tomando precaução devido a complexidade desse sistema.
Para estimar a geração média ao longo do ano levaremos em consideração o subsistema
3 de Dolla et al. (2018) que possui a mesma inclinação que nossas placas. A região onde reside o
aeroporto é relativamente próxima a residência, portanto a diferença de espaço não será tão
marcante. A tabela abaixo indica a geração apresenta pelo autor:
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Geração fotovoltaica ao longo do ano no aeroporto de Florianópolis

Os subsistemas 1 e 2 possuem inclinações e potências instaladas


diferentes do subsistema 3. A última linha da tabela “Sistema FV” é a somatória
da produção dos três subsistemas.

Potência dos subsistemas fotovoltaicos do aeroporto de Florianópolis

Fazendo a média simples da geração do subsistema 3, temos a máxima


geração em janeiro (76,7Mwh) e temos a menor geração em julho (46,MWh). Para
que a potência instalada não venha a intervir no resultado da análise, dividiremos os
valores pela potência instalada do subsistema 3 e multiplicaremos pela potência
instalada do nosso sistema, que é a razão entre eles.

R = Scasa / Saero3; Ponto max = 76,7M * R;


R = Razão entre os sistemas;
Scasa = Potência instalada do sistema residencial;
Saero3 = Potência instalada do subsistema 3;
Ponto max = Ponto de máxima geração, para o sistema residêncial;
Ponto min = Ponto de mínima geração, para o sistema residêncial.

Aplicando os valores, temos:

Ponto max = 723,17kW; Ponto min = 437,49kW;

Fazendo a média entre os valores:

Pmd = (Pont max + Pont min)/2


; Pmd = 580,33kW
4.2 Levantamento financeiro do sistema fotovoltaico

No levantamento financeiro, excluindo os dispositivos mais caros e unitários (inversor, módulos,


DPS, disjuntor) houve um aumento entre 10% a 20% para perdas. O valor do projeto foi
comunicado através de uma empresa de projetos fotovoltaicos da grande Florianópolis e o valor
dos produtos foram consultados através da internet não incluindo frete até a residência aonde
será feita a implementação do projeto.

LEVANTAMENTO FINANCEIRO
Item Quantidade Valor (R$)

Número de módulos 12 13380

Inversor 1 11699

Cabo 12 1200

DPS AC 1 200

DPS DC 1 400

Fusível 2 67

Disjuntor CA 1 12

Eletroduto 15 22

Conectores 10 1000

Abraçadeira 15 30

Quadro de distribuição 1 30

Projeto 1 1000

SUBTOTAL 29040

Mão de obra 20% do subtotal 5808

TOTAL 34848
Levantamento financeiro

4.3 Período de retorno financeiro do sistema fotovoltaico

Calculando o período de retorno do investimento, e tendo o valor do investimento no


sistema, a estimativa de geração e o valor em kWh da concessionaria de energia, temos:

Valor kWh (R$) = 0,67; Pmd = 580,33kWh ;


Desconto médio mensal na fatura (R$) = Valor kWh * Pmd;
Desconto médio mensal na fatura (R$) = 388,82;
Valor investido (R$) = 34848; 16
Período de retorno (meses) = Valor invest. / (Valor (kWh) * Pmd)

Período de retorno (meses) = 89,6 = 90.

O período de retorno, ou seja, o período em que o consumidor receberá o valor investido


de volta, seria aproximadamente 90 meses, ou 7 anos e meio. Isso sem considerar
possíveis imprevistos como manutenções e etc.

5. CONCLUSÃO

O meio de produção de energia elétrica utilizando a energia solar têm crescendo cada vez
mais no Brasil, além de ser uma alternativa sustentável de geração de energia, a mesma pode ser
instalada em residências, prédios, dando oportunidade ao consumidor comum a gerar sua própria
energia através dos painéis fotovoltaicos. Atualmente existe dois tipos de geradores, o micro e o
mini gerador, sendo estes diferenciados pela potência instalada.
Este trabalho compôs a simulação de um projeto fotovoltaico em uma residência na
Palhoça – Santa Catarina, e que, apesar de possuir limitações climáticas, acabou tendo um
retorno até que curto ao consumidor. Ano após ano, esse benefício da energia solar fotovoltaica
tende a crescer cada vez mais, pois a tecnologia vai se renovando e vai trazendo mais eficácia e
menos custo, atraindo mais consumidores a instalar essa tecnologia e deixando nosso mundo
cada vez mais sustentável.

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REFERÊNCIAS

CANADIAN SOLAR. Datasheet HiKuPro Mono. Disponível em: http://www.vicoexport.com/wp-


content/uploads/2020/05/Canadian-Solar-HiKuPro_CS3Y-MS_475w-495w-Vico-Export-Solar-
Energy.pdf. Acesso em 17 abril. 2021

FRONIUS. Fronius Primo. Disponível em:


https://www.fronius.com/pt-br/brasil/energia-solar/instaladores-e-parceiros/dados-tecnicos/todos-
os-produtos/inversor/fronius-primo/fronius-primo-6-0-1. Acesso em 17 abril. 2021

SUNDATA, CRESESB. Centro de Referência para as Energias Solar e Eólica no Brasil.


CRESESB. Disponível em: http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata&. Acesso em
17 abril 2021.

SIEMENS. Dispositivos de Proteção contra Surtos - DPS 5SD7: A solução contra raios e
sobretensões transitórias. Siemens, set. 2017. Disponível em:
https://assets.new.siemens.com/siemens/assets/api/uuid:8699385a-9e3e-4bc0-8f67-e68bf80
939d2/catalogo-dps-set17.pdf. Acesso em 22 abril. 2021.

DOLLA et al. Estimativa da produção energética e de desempenho de um sistema


fotovoltaico integrado ao anteprojeto do aeroporto internacional de florianópolis. UFSC,
abr. 2018. Disponível em:
https://fotovoltaica.ufsc.br/artigos_em_anais/CBENS_Ruany_Adrian_Gustavo_Helena_Ricar
do.pdf. Acesso em 23 abril. 2021.

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