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ACÓRDÃO Nº 0406293
PROCESSO 0003402-07.2022.4.90.8000
RELATORA ORIGINÁRIA: Conselheira Ministra Maria Thereza de Assis Moura
RELATORA PARA O ACÓRDÃO: Conselheira Desembargadora Federal Mônica Sifuentes
INTERESSADO(S): Ajufe - Associação dos Juízes Federais do Brasil
ASSUNTO: Adicional por tempo de serviço (ATS). Absorção pelo regime de subsídios.
EMENTA
ACÓRDÃO
RELATÓRIO
VOTO - VENCEDOR
Acompanho a Excelentíssima Ministra Relatora, Conselheira Maria Thereza de Assis
Moura, no tocante à rejeição da preliminar de prescrição, que, de fato, não ocorreu no caso, considerando
o ajuizamento de ação coletiva pela AJUFE, com o mesmo objeto, antes de transcorridos cinco anos da
supressão do adicional por tempo de serviço (ATS).
No tocante ao mérito, peço licença para, respeitosamente, divergir do voto da eminente
Relatora.
Por força do art. 39, § 4º, da Constituição, introduzido pela Emenda 19/98, foi instituído
o subsídio fixado em parcela única para remunerar os membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Tendo o referido dispositivo constitucional feito remissão
ao inciso X do art. 37 da Constituição, exigiu-se lei específica para a fixação do subsídio, o que ocorreu
apenas em 2005, por força da Lei 11.143/05. A Emenda 19/98 teve sua vigência diferida, portanto.
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Não obstante o advento da Lei 11.143/05, dúvidas surgiram sobre quais verbas estariam
englobadas no subsídio, tendo em vista que a própria Constituição permitiu, no § 3º do art. 39, o
pagamento de gratificação natalina, do terço de férias, das diárias, da ajuda de custo e do salário-família,
cumulativamente com o novo regime de pagamento em parcela única da retribuição pelo trabalho do
agente político. Dessa forma, mesmo após 2005, diversos tribunais do País continuaram pagando o ATS
aos magistrados a eles vinculados, o que levou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a normatizar a
matéria, editando a Resolução 13, de 21/03/2006, a qual previu o ATS, expressamente, como
compreendido no subsídio dos juízes.
Ao proclamar a referida norma – Resolução 13/06 –, o CNJ, órgão de controle da
legalidade dos atos administrativos do Judiciário, atuou como intérprete da lei, conferindo sua integração
ao direito positivo, para disciplinar que o pagamento do ATS deveria se dar até maio de 2006.
Posteriormente, em 25/09/2007, ao julgar o PP 1069-07, o CNJ garantiu aos magistrados federais o direito
à percepção do ATS até maio de 2006, limitado ao teto remuneratório. O pagamento do ATS ocorreu
também para os ministros ativos e aposentados do Supremo Tribunal Federal e seus pensionistas, por
decisão administrativa tomada no PA 333.568/2008, até maio de 2006.
A despeito do reconhecimento do direito ao recebimento do ATS até maio de 2006 pelos
magistrados federais, a extinção não preservou o direito adquirido à percepção até o valor do teto
remuneratório do serviço público.
A interessante questão posta pela requerente a este douto Conselho é a seguinte: o fato
de ter sido o ATS extinto e ter surtido efeitos até pelo menos maio de 2006, significa que aquelas parcelas
que já estavam incorporadas aos vencimentos dos magistrados, anteriores a esse marco regulatório,
também deixaram de existir? Em outras palavras: a norma constitucional, ao instituir nova forma de
pagamento ao magistrado, produziu efeitos ex tunc, de modo a alcançar também as parcelas de ATS
incorporadas, como direito adquirido, em razão do tempo de serviço prestado?
Não trata o pedido da AJUFE, pelo que pude compreender e salvo melhor juízo, de
ressuscitar o ATS, o que dependeria, naturalmente, de emenda constitucional, mas de respeitar aquelas
parcelas já incorporadas aos vencimentos, sem deixar, no entanto, de computá-las para o limite do teto
remuneratório, que é o subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Em seu socorro, a AJUFE traz a lume o Tema 257 da tabela de repercussão geral do
Supremo Tribunal Federal, definido no julgamento do RE 606.358/SP, com a seguinte ementa:
EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL.
SERVIDORES PÚBLICOS. REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA DO TETO DE RETRIBUIÇÃO.
VANTAGENS PESSOAIS. VALORES PERCEBIDOS ANTES DO ADVENTO DA EMENDA
CONSTITUCIONAL Nº 41/2003. INCLUSÃO. ART. 37, XI e XV, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. 1. Computam-se para efeito de observância do teto remuneratório do art. 37, XI, da
Constituição da República também os valores percebidos anteriormente à vigência da Emenda Constitucional
nº 41/2003 a título de vantagens pessoais pelo servidor público, dispensada a restituição dos valores recebidos
em excesso de boa-fé até o dia 18 de novembro de 2015. 2. O âmbito de incidência da garantia de
irredutibilidade de vencimentos (art. 37, XV, da Lei Maior) não alcança valores excedentes do limite definido
no art. 37, XI, da Constituição da República. 3. Traduz afronta direta ao art. 37, XI e XV, da Constituição da
República a exclusão, da base de incidência do teto remuneratório, de valores percebidos, ainda que antes do
advento da Emenda Constitucional nº 41/2003, a título de vantagens pessoais. 4. Recurso extraordinário
conhecido e provido.
Da leitura do acórdão da lavra da Ministra Rosa Weber, verifica-se que o leading case
refere-se a caso em que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assegurou a servidor público
estadual, agente fiscal de rendas aposentado, o direito de continuar recebendo todas as vantagens pessoais
incorporadas anteriormente à modificação do art. 37, XI, da Constituição, pela Emenda 41/03. A tese do
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recorrido era de que a supressão dessas vantagens, ainda que a pretexto de conferir efetividade ao teto
remuneratório previsto no texto constitucional, afrontaria os princípios do direito adquirido, do ato jurídico
perfeito e da irredutibilidade de vencimentos.
O que se discutiu naquele feito foi o direito de o autor continuar a receber, sem sujeição
a limite, o valor nominal relativo às verbas pessoais percebidas anteriormente à redação do art. 37, XI, da
Constituição, dada pela Emenda 41/03.
Após elencar toda a evolução da jurisprudência do STF no tocante a esse tema, o que
disse, em síntese, a Ministra Rosa Weber, foi que o autor teria direito a receber ditas parcelas, mas
sujeitando-se ao teto constitucional. Não se vê do acórdão líder nenhuma afirmação de que as vantagens
pessoais adquiridas no regime anterior tivessem desaparecido do universo jurídico. Ao contrário, é
expresso ao afirmar que elas existiram, mas se submeteriam ao teto.
Nesse sentido são as palavras da Ministra Rosa Weber ao consignar que “o art. 37, XI,
da Constituição da República, na redação da Emenda Constitucional nº 41/2003, é expresso ao incluir as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza para fins de limitação dos ganhos ao teto
remuneratório do serviço público. E tal não se discute aqui. A quaestio juris reside em saber se, ao alterar
a redação do texto do preceito constitucional, o Poder Constituinte derivado afrontou as garantias do
direito adquirido e da irredutibilidade de vencimentos.”
Sua conclusão é a de que essas parcelas continuam hígidas, porque já incorporadas ao
patrimônio do servidor em questão. E porque hígidas e presentes na composição do seu vencimento, ou
subsídio, elas se somam às demais para efeitos de se submeterem ao teto constitucional.
Eis a parte relevante do seu voto:
(...) Nessa linha, a Constituição não só autoriza como exige o cômputo – para efeito de
incidência do teto remuneratório sobre os proventos de aposentadoria recebidos pelo autor –, de adicionais
por tempo de serviço (quinquênios), sexta parte, prêmio de produtividade e gratificações, ainda que
qualificados neste feito de forma incontroversa, pelas partes, como vantagens de natureza pessoal por ele
percebidas antes do advento da Emenda Constitucional nº 41/2003.
14. Anoto, em qualquer hipótese, que a limitação, ao teto, da despesa efetiva da Administração com a
remuneração de uma única pessoa não se confunde com a supressão do respectivo patrimônio jurídico, do
valor correspondente, uma vez preservado o direito à percepção progressiva sempre que, majorado o teto,
ainda não alcançada a integralidade da verba. A incorporação de vantagens permanece, assim, hígida, e
apenas não oponível ao corte exigido pelo imperativo da adequação ao teto constitucional.
15. No caso concreto, o acórdão recorrido, ao excluir as vantagens ditas pessoais, nomeadamente, adicionais
por tempo de serviço (quinquênios), sexta parte, prêmio de produtividade e gratificações, da base de
incidência do teto remuneratório estadual – o chamado sub teto –, afrontou, data venia, o art. 37, XI e XV, da
Constituição da República .
Consignou-se, portanto, com base no acórdão colacionado acima, que a verba relativa ao
ATS, como vantagem de natureza pessoal, vigorou até a efetiva implementação do regime de subsídio. A
partir daí, não se computou mais o tempo de serviço para fins de adicional, mas, por outro lado, também
não se anulou o que já estava incorporado, porque a norma não teve, como nem poderia ter, efeito ex tunc,
sob pena de se ferir o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, institutos jurídicos que recebem a mesma
proteção constitucional (art. 5º, XXXVI, da Constituição).
No voto da eminente Ministra Relatora deste requerimento, consta que o autor do caso
analisado era servidor estadual aposentado, que não recebia seu benefício pelo regime de subsídio, e isso
seria suficiente para não aplicar o que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal ao caso concreto. Com
a máxima vênia, esse fato não é relevante, na medida em que também o autor passou a se submeter, como
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qualquer outro servidor, ao teto constitucional. Ademais, a instituição do regime de subsídio, por si só, não
teve efeitos pretéritos, no sentido de desconstituir os direitos adquiridos e atos jurídicos formal e
materialmente constituídos sob a regência do modelo anterior.
Constata-se, portanto, que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de
direito adquirido àqueles magistrados que tinham vantagens de caráter pessoal de percebê-las, não
obstante o pagamento da remuneração por meio de subsídio, desde que seja respeito o teto do serviço
público, que é o subsídio de ministro do próprio tribunal.
Desse modo, pedindo novamente as mais respeitosas vênias à ilustre Ministra Relatora,
julgo procedente o pedido da requerente para determinar o restabelecimento dos ATS percebidos pelos
seus associados em maio de 2006, com reintrodução na folha de pagamento, em parcela separada, sujeita à
correção pelos mesmos índices de reajuste do subsídio, e o pagamento, respeitando o teto remuneratório
do serviço público – subsídio de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Deverão, ainda, ser pagas as parcelas vencidas, também observado o teto remuneratório
a cada mês, nos termos em que pedido. Para fins de observância do teto constitucional, deverá ser
considerada a gratificação de acúmulo (Lei 13.093/15), o que implica redução do retroativo a ser pago, a
partir do termo inicial indicado no requerimento.
É como voto.
MÔNICA SIFUENTES
Conselheira
VOTO - VENCIDO
A EXMA. SRA. MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
PRESIDENTE:
A controvérsia cinge-se a se saber se o adicional por tempo de serviço – ATS adquirido
pelos juízes federais até maio de 2006 pode ser pago em acréscimo ao subsídio, mas limitado ao teto.
Preliminarmente, no que se refere à prescrição, a Associação dos Juízes Federais do
Brasil – AJUFE juntou aos autos cópia dos autos 0050718-69.2010.4.01.3400, cujos pedidos eram os
seguintes:
"[...]
b) A procedência do pedido, declarando-se que não se aplica, em respeito ao direito adquirido, o disposto no
inciso III, letra a, do art. 30 da Resolução nº 13/2006, do Conselho Nacional de Justiça, aos magistrados que
percebiam o adicional por tempo de serviço (ATS) à data em que expedido o mencionado normativo;
c) A condenação da União a incorporar, nos vencimentos dos magistrados representados, o adicional por
tempo de serviço por eles percebido, quando expedida a Resolução nº 13/2006 do CNJ, bem como a pagar-
lhes as parcelas indevidamente suprimidas, atualizadas e acrescidas de juros de mora legalmente previstos."
A entidade defende que a propositura dessa demanda, antes de transcorridos cinco anos
da supressão do ATS, configuraria causa de interrupção da prescrição, que ainda não retomou o seu curso,
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na forma do art. 9º do Decreto n. 20.910/1932 e do art. 202, inciso I, e parágrafo único do Código Civil.
De fato, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, "o ajuizamento de ação
coletiva tem o condão de interromper o transcurso do prazo prescricional para a propositura da ação
individual" (AgInt no AREsp n. 1.794.938/RS, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma,
julgado em 19/9/2022, DJe de 21/9/2022).
Logo, não há prescrição.
Todavia, no que se refere ao mérito, tenho que os pedidos se mostram improcedentes.
O regime de subsídios foi imposto aos magistrados, a partir da EC n. 19/1998, nos
termos do art. 39, § 4º, da Constituição Federal.
"Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADI nº 2.135)
[...]
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e
Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
[...]
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
[...]
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral
anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998) (Regulamento)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais
ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003)
[...]"
Considerando que se trata de uma norma de eficácia limitada, seus efeitos se
implementaram tão somente a partir de julho de 2005, com a edição da Lei n. 11.143, de 26 de julho de
2005, que dispôs sobre o subsídio de ministro do Supremo Tribunal Federal.
A propósito:
"PREVIDENCIÁRIO. EX-COMBATENTE. APOSENTADORIA. LIMITE. TETO REMUNERATÓRIO
NÃO AUTOAPLICÁVEL. ART. 37, XI, DA CF/88. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 19/98. ANÁLISE
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No caso concreto julgado pelo Supremo Tribunal Federal, o autor era um servidor
estadual aposentado que não recebia seu benefício pelo regime de subsídio. A questão resolvida envolvia o
teto constitucional e, tão somente, fixou-se a tese de que vantagens pessoais devem ser consideradas para
fins de limitação de pagamento, em atenção ao previsto o art. 37, inciso XI, da Constituição Federal (EC n.
41/2003).
A propósito, transcrevo trecho do voto proferido pela Ministra Relatora:
“Entendo que se inclui, sim, para efeito de observância do teto constitucional, qualquer verba remuneratória
paga com recursos públicos, ainda que pertinente a vantagens pessoais. Nessa linha, a Constituição não só
autoriza como exige o cômputo – para efeito de incidência do teto remuneratório sobre os proventos de
aposentadoria recebidos pelo autor –, de adicionais por tempo de serviço (quinquênios), sexta parte, prêmio
de produtividade e gratificações, ainda que qualificados neste feito de forma incontroversa, pelas partes,
como vantagens de natureza pessoal por ele percebidas antes do advento da Emenda Constitucional nº
41/2003.”
Logo, considerando que adicionais de tempo de serviço foram absorvidos pelo subsídio,
premissa que não foi revista pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE n. 606.358 (Tema 257),
entendo que o pleito da entidade de classe não deve ser atendido.
Ante o exposto, voto pela IMPROCEDÊNCIA dos pedidos.
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
Presidente
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