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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Assistência Social – BPC – LOAS


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ASSISTÊNCIA SOCIAL – BPC – LOAS

Esta aula será dedicada à assistência social, em especial ao BPC/LOAS, que, apesar de
ser um benefício de natureza assistencial, é implementado pelo INSS, órgão que recebe os
requerimentos da população e promove a análise e concessão relacionadas. A assistência
corresponde a um dos subsistemas da seguridade social, que por sua vez encontra funda-
mentação no art. 194 da Constituição Federal.

Assistência Social BPC/LOAS


Fundamento constitucional:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar*, independentemente de con-
tribuição à seguridade social**.
(*) Universalidade limitada = Necessitados;
(**) Não contributivo.

Ao contrário do que estamos acostumados a estudar no direito previdenciário (eminen-


temente contributivo), na assistência social, não é necessário contribuir para que se tenha o
direito a receber uma prestação ou benefício de natureza assistencial. Apesar da assistência
possuir tal característica em comum com a saúde, em que ambos não pressupõem a contri-
buição, o grau de proteção social (universalidade de cobertura e atendimento) é diferenciado
a depender dos subsistemas. Tal distinção é constatada pois, a saúde, conforme disposição
da Constituição Federal em seu art. 196, trata-se de um direito de todos e dever do Estado,
dessa forma, toda e qualquer pessoa fará jus a receber uma prestação em matéria de direito
a saúde, uma vez que não há qualquer tipo de limitação atrelada a esse atendimento (ampla
universalidade). Por sua vez, a assistência social deve ser prestada somente aos neces-
sitados, dessa forma, apesar de não pressupor a contribuição, somente terão acesso aos
benefícios e serviços de natureza assistencial aqueles que atenderem ao conceito imposto
de necessidade.

Fundamento legal:
5m
• Lei n. 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS);
• Decreto n. 6.214/2007.
ANOTAÇÕES

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Conceito (art. 1º, LOAS)


A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social
não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto inte-
grado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às
necessidades básicas.
Auxiliam o Estado entidades beneficentes e filantrópicas, promovendo o auxílio direto
na concretização da assistência social e garantindo o atendimento as necessidades básicas
(atribuídas a dignidade da pessoa humana). A doutrina promove uma comparação no sentido
de que enquanto que a previdência (contributiva) é prestada aos incluídos (pessoas que pos-
suam atividade remunerada e atuam com autonomia), a assistência é prestada aos excluídos
(pessoas que muitas vezes não possuem condições para se manter).

Objetivos (art. 2º, LOAS)

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• Proteger família/maternidade/infância/adolescência/velhice: A assistência social con-
cretiza o objetivo da seguridade de garantir uma proteção ao indivíduo do berço
ao túmulo;
• Amparar crianças/adolescentes carentes;
• Promover integração ao mercado de trabalho (demonstrando a transversalidade das
políticas públicas);
• Habilitar/reabilitar pessoas com deficiência e integrá-los à vida comunitária;
• Garantia de 1 salário mínimo (SM) à pessoa com deficiência e ao idoso que compro-
vem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família (BCP).

Espécies de prestações
a) Benefícios em dinheiro. Exemplo: BPC/LOAS, Bolsa-família, etc;
b) Serviços. Exemplo: Habilitação e reabilitação de Pessoas com deficiência - PCDs.

Benefício de Prestação Continuada – BPC/LOAS


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Fundamento Constitucional
Art. 203. (...)
V - a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e
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ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida
por sua família, conforme dispuser a lei*.
(*) Previdenciário. Renda mensal vitalícia. Art. 203, V, da CF. Dispositivo não autoaplicável, eficácia
após edição da Lei n. 8.742, de 7/12/1993. (RE 401.127, Rel. Gilmar Mendes, DJ de 17/12/2004).

Preceito constitucional que não possui uma autoaplicabilidade ou eficácia imediata, uma
vez que o legislador constitucional pressupõe a regulamentação em relação ao direito dis-
posto. Esse é o entendimento adotado pelo STF.

Fundamento Legal
LOAS
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pes-
soa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.

Leis n. 12.435/2011 e n. 12.470/2011: Adequaram LOAS à Convenção internacional


sobre Direitos das Pessoas com Deficiência (conceito de PCD e família).
20m

REQUISITOS

Subjetivos
a) ser idoso (65 ou mais); ou
b) Pessoa com deficiência - PCD*.
(*) impedimento longo prazo (2 anos), de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual,
em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na socie-
dade em igualdade de condições com as demais pessoas (20, § 2º, LOAS);

O conceito de PCD não está necessariamente atrelado a uma pessoa que não possa
trabalhar (inválida), estando alinhado a ideia de um indivíduo que possua uma deficiência
física, mental, sensorial, etc. as quais, em conjunto com algumas barreiras externas (como
as ruas e vias de acesso públicas), podem constituir dificuldades para exercer uma atividade
profissional. Para declarar a incapacidade de uma PCD, é importante promover uma avalia-
ção médica e de um assistente social, a qual realiza uma ampla identificação de pontos de
dificuldade para o exercício da atividade profissional, por exemplo, a própria infraestrutura
pública (ruas e vias de acesso específicas) e da empresa (disposição interna, equipamentos
adequados etc.).
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ATENÇÃO
PCD ≠ Pessoa Incapaz! Por exemplo, um indivíduo biamputado mas que realiza atividade
profissional não necessariamente terá direito a um auxílio por incapacidade temporária ou
aposentadoria por incapacidade permanente, uma vez que ele não se trata de uma pessoa
incapaz, mas sim de alguém que possui uma deficiência que dificulta o convívio em igual-
dade de condições em sociedade.
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Objetivos
a) Integrar núcleo familiar* dentro da zona de miserabilidade social;

(*) Família de acordo com a LOAS: Requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e,


na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.
Considerando disposição constitucional, é importante verificar se a família que atende ao
princípio da coabitação não possui renda suficiente para promover condições necessárias ao
requerente.

a) Conceito de miserabilidade social: Renda familiar per capita inferior a 1/4 salário mínimo
até 31/12/20 (§ 3º, I, LOAS – redação dada pela Lei n. 13.982/2020).

O BPC ou benefício previdenciário de 1 salário-mínimo recebido por membro da família


não será computado (§ 14, incluído pela Lei n. 13.982/2020).
30m

b) Não ser titular de outro benefício na Seguridade Social, salvo os da assistência médica e
da pensão especial de natureza indenizatória;
c) Inscrição no CPF e CadÚnico (§12, incluído pela Lei 13.846/19).

Peculiaridades

• Desenvolvimento de capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a realização


de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, não constituem motivo
de suspensão/cessação do benefício da PCD;
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• Contratação da PCD como aprendiz por até 2 anos não suspende o BPC. O exercí-
cio da atividade remunerada deve ser na condição de menor aprendiz;
• Se PCD exercer atividade remunerada, inclusive MEI, o BPC será suspenso;

Extinta a relação trabalhista, o BPC será restabelecido sem perícia.

• Inacumulável, exceto assistência médica e pensão indenizatória;


• Acolhimento em instituições de longa permanência não impede o benefício. Exemplo:
idoso alocado em entidade beneficente;
35m
• Não gera abono anual (13º);
• Não são extensíveis aos herdeiros;
• Revisão a cada 2 anos.

BPC/LOAS para estrangeiro?


Os estrangeiros residentes no País são beneficiários da assistência social prevista
no art. 203, V, da Constituição Federal (...).
Somente o estrangeiro em situação regular no País, residente, idoso ou portador de
necessidades especiais, hipossuficiente em si mesmo e presente a família pode se dizer
beneficiário da assistência em exame. (RE 587.970)

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Fernando Maciel.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

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