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 Pode-se definir entrevista como a técnica em

que o investigador se apresenta frente ao


investigado e lhe formula perguntas, com o
objetivo de obtenção dos dados que interessam à
investigação. A entrevista é, portanto, uma forma
de interação social. Mais especificamente, é uma
forma de diálogo assimétrico, em que uma das
partes busca coletar dados e a outra se apresenta
como fonte de informação.
 Deve ter um objetivo definido e não ser apenas
uma ocasião para observações e julgamentos
desorganizados.
 O investigador tem três tarefas principais:
› informar a pessoa que responde a respeito da
natureza do projeto e porque sua cooperação é
desejada;
› motivar o interesse da pessoa, de maneira que vá
cooperar;
› obter informações.
 Determine o que deve ser entrevistado;
 Faça arranjos preliminares para a entrevista:
hora, local, etc.
 Determine o plano de entrevista e as
questões a serem perguntadas
 Torne-se familiarizado com vários processos e
técnicas de entrevista:
› tente estabelecer uma relação de confiança
mútua, expressando o propósito da entrevista
clara e simplesmente, com sinceridade e
sensatez, associando o tópico do inquérito aos
interesses da pessoa que está sendo
entrevistada;
› Estabeleça associações ou circunstâncias
agradáveis; auxilie o entrevistado a sentir-se à
vontade; fique à vontade você mesmo e o
demonstre; dê à pessoa tempo para se tornar
familiarizada com o meio em que está e para
adquirir equilíbrio; faça-a sentir-se como uma
igual, que pode trocar idéias e opiniões com
você; evite deixar que a entrevista tomo o caráter
de uma inquisição ou interrogatório rigoroso e
também evite fazer dela um “questionário oral”.
› Faça, em primeiro lugar, as perguntas que não
provoquem qualquer forma de negativismo e às
quais o entrevistado não recusará responder.
› Inicie com tópicos emocionalmente neutros;
oriente para questões pessoais e de caráter mais
emocional, à medida que a entrevista progride.
› Não faça perguntas pertinentes ao problema até
que você considere o entrevistado pronto para dar
a informação, com precisão e espontaneidade.
› Faça uma pergunta de cada vez e evite deixar
implícita a resposta à sua própria questão.
› Conceda-lhe tempo suficiente para que
responda uma certa questão completamente,
mas impeça-o de divagar, conservando o
controle da entrevista, sem ser dominante.
› Se fatos inusitados são manifestados, não
denuncie surpresa, choque ou tensão
emocional ante as revelações.
› Evite o papel de “professor”.
› Se o entrevistado tem outros compromissos,
programe outra entrevista, a fim de evitar que
o entrevistado responda superficialmente,
para concluir o compromisso, sabendo que
alguém o espera para vê-lo.
› Vista-se de forma discreta. Entretanto, em
observação participante, por exemplo,
procure apresentar-se como se fizesse parte
do grupo.
› Procure se assegurar de que ele
compreendeu as questões e de que você
entendeu as suas respostas. Dê-lhe uma
oportunidade de introduzir ressalvas em suas
respostas. Confira a sua resposta
imediatamente, sempre que possível,
repetindo-a em suas próprias palavras e
perguntando se é isso o que quis dizer.
› Confirme frações ou percentagens
traduzindo-as em dados numéricos. Se
alguém afirma que trabalha 20% do seu
período de serviço, pergunte se isto significa
1h 30min por dia
 Faça um relatório escrito da entrevista tão
logo seja possível.
› É desejável registrar, na primeira
oportunidade, todos os dados e informações
obtidos durante a entrevista. Podem ser
tomadas anotações durante a entrevista ou
elas podem ser registradas imediatamente
depois. A prática de fazer anotações é sujeita
aos hábitos e predileções individuais. Para
anotações durante a entrevista é necessário
combinar o processo com os aspectos da
conversação. O entrevistado pode para de
falar enquanto o entrevistador escreve.
 É o método mais adequado para a avaliação
das qualidades pessoais.
 É de valor definido para o diagnóstico e
tratamento de problemas emocionais.
 Proporciona informação para suplementar
outros métodos de coleta de dados.
 Pode ser utilizado, junto com a observação,
para verificar a informação obtida através de
métodos de correspondência.
 Requer bastante tempo e energia e pode ser
dispendioso para o pesquisador.
 Seu sucesso está na dependência da
disposição do entrevistado para informar e
de sua capacidade para informar com
precisão.
 É influenciado por tensões, forças e outros
fatores que afetam seja o entrevistador, o
entrevistado ou ambos.
 A observação nada mais é que o uso dos
sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos
necessários para o cotidiano. Pode, porém, ser
utilizada como procedimento científico, à
medida que:

 a) serve a um objetivo formulado de pesquisa;


 b) é sistematicamente planejada;
 c) é submetida a verificação e controles de
validade e precisão
 Principal vantagem: os fatos são percebidos
diretamente, sem qualquer intermediação, o que
diminui a subjetividade do processo.

 O principal inconveniente da observação está em


que a presença do pesquisador pode provocar
alterações no comportamento dos observados,
destruindo a espontaneidade dos mesmos e
produzindo resultados pouco confiáveis.
 Segundo os meios utilizados, a observação pode ser
estruturada ou não estruturada.
 Segundo o grau de participação do observador,
pode ser participante ou não participante.
 Como a observação participante, por sua própria
natureza, tende a adotar formas não estruturadas,
pode-se adotar a seguinte classificação, que
combina os dois critérios considerados:

 a) observação simples;
 b) observação participante; e
 c) observação sistemática.
 Por observação simples entende-se aquela em
que o pesquisador, permanecendo alheio à
comunidade, grupo ou situação que pretende
estudar, observa de maneira espontânea os fatos
que aí ocorrem.

 Neste procedimento, o pesquisador é muito mais


um espectador que um ator.
 Observação participante: o observador assume,
pelo menos até certo ponto, o papel de um
membro do grupo. Daí por que se pode definir
observação participante como a técnica pela
qual se chega ao conhecimento da vida de um
grupo a partir do interior dele mesmo.
 Observação sistemática é frequentemente
utilizada em pesquisas que têm como objetivo a
descrição precisa dos fenômenos ou o teste de
hipóteses. Nas pesquisas deste tipo, o pesquisador
sabe quais os aspectos da comunidade ou grupo
que são significativos para alcançar os objetivos
pretendidos. Por essa razão, elabora previamente
um plano de observação.
 Deve ser preenchido pelo informante
 Deve-se pressupor que o informante é uma
fonte competente de dados e que os
proporcionará de boa vontade
 Deve-se pressupor que o informante tem a
capacidade para compreender as perguntas
feitas e que as respondeu de forma planejada e
com integridade
 Exemplo:
1. Qual sua opinião sobre a legalização do
aborto?_____________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
______
 Exemplo:
1. Você é favorável ou contrário ao celibato dos
padres?
( ) Favorável
( ) Contrário
2. Os sindicatos devem ou não formar um
partido político?
( ) Sim
( ) Não
 Exemplo:
1. Você acha que a Psicologia é um curso atrativo?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei
2. Você é favorável ou contrário à política do
governo?
( ) Favorável
( ) Contrário
( ) Não sei
1. Qual é, para você, a principal vantagem do
trabalho temporário? (ESCOLHER APENAS
UMA RESPOSTA)
Maior liberdade no trabalho ( )
Maior liberdade em relação ao chefe ( )
Variações no serviço ( )
Maiores salários ( )
Poder escolher um bom emprego ( )
2. Você se interessa pela política nacional?
* Muito ( )
* Pouco ( )
* Nada ( )
3. Você assiste a novelas na TV?
* Sempre ( )
* Às vezes ( )
* Raramente ( )
* Nunca ( )
A combinação de respostas possibilita mais
informação sobre o assunto
1. Você escolhe um candidato pelo:
* Partido político ( )
* Qualidades pessoais ( )
* Plataforma política ( )
* Facilidade de expressão ( )
* Aparência ( )
* Outra ( ) Qual? ___________________
 Economiza tempo, viagens e obtém grande
número de dados.
 Atinge maior número de pessoas
simultaneamente.
 Abrange uma área geográfica mais ampla.
 Economiza pessoal, tanto em adestramento
quanto em trabalho de campo.
 Obtém repostas mais rápidas e mais
precisas.
 Há maior liberdade nas respostas, em razão
do anonimato.
 Há mais segurança, pelo fato de as
respostas não serem identificadas.
 Há menor risco de distorção, pela não
influência do pesquisador.
 Há mais tempo para responder e em hora
mais favorável.
 Há mais uniformidade na avaliação, em
virtude da natureza impessoal do
instrumento.
 Obtém respostas que materialmente seriam
inacessíveis.
 Percentagem pequena dos questionários que
voltam.
 Grande número de perguntas sem respostas.
 Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas.
 Impossibilidade de ajudar o informante em
questões mal compreendidas.
 A dificuldade de compreensão, por parte dos
informantes, leva a uma uniformidade aparente.
 Na leitura de todas as perguntas, antes de
respondê-las, pode uma questão influenciar
a outra.
 A devolução tardia prejudica o calendário ou
sua utilização.
 O desconhecimento das circunstâncias em
que foram preenchidos torna difícil o controle
e a verificação.
 Nem sempre é o escolhido quem responde o
questionário, invalidando, portanto, as
questões.
 Exige um universo mais homogêneo.
Espaço de discussão e de troca de experiências em torno de
determinada temática.
O grupo estimula o debate entre os participantes, permitindo
que os temas abordados sejam mais problematizados do que
em uma situação de entrevista individual. Os participantes, de
modo geral, ouvem as opiniões dos outros antes de formar as
suas próprias e, constantemente, mudam de posição, ou
fundamentam melhor sua opinião inicial, quando envolvidos
na discussão em grupo.
 O grupo focal pode facilitar, ainda, a discussão de
temas que normalmente são pouco explorados ou
até mesmo evitados, visto que tendem a gerar
comentários mais críticos, e os participantes mais
extrovertidos, geralmente, conseguem envolver e
estimular os demais.
 Limitações:

 - a discussão grupal pode reprimir determinadas posturas


que sejam dissidentes dos demais participantes, mas
desacordos dentro dos grupos podem ser usados para
encorajar a defesa de seus pontos de vista.

 - a dificuldade de garantir um total anonimato, a


possibilidade de interferência quanto aos juízos de valores do
pesquisador e o risco de que as discussões sejam desviadas
ou dominadas por poucos participantes, gerando uma
distorção dos resultados.
 Desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído

principalmente de livros e artigos científicos. Embora em

quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho

desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente

a partir de fontes bibliográficas.


 Principal vantagem: permitir ao investigador a cobertura de

uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela

que poderia pesquisar diretamente.

 A pesquisa bibliográfica também é indispensável nos estudos

históricos. Em muitas situações, não há outra maneira de

conhecer os fatos passados senão com base em dados

secundários.
 Desvantagem: muitas vezes as fontes secundárias

apresentam dados coletados ou processados de

forma equivocada.

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