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ENGENHARIA QUÍMICA - EQ8M

FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL

HENRIQUE PESSINI LEPPAUS


LUCCA JUFO RIBEIRO
JOÃO PEDRO LACERDA FERNANDES
MATHEUS FILIPE DA ROCHA PIAZZAROLLO
MOISÉS FRANCO CAÚS

ADSORÇÃO

VILA VELHA
OUTUBRO- 2022
1 OBJETIVOS
Estimar a adsorção do ácido acético pelo carvão, em função da concentração
do ácido em soluções aquosas.
Determinar as constantes de adsorção da isoterma de Freündlich.

2 RESULTADOS
Antes de realizar a análise dos dados coletados experimentalmente se faz
necessário realizar as devidas considerações e apresentar as fórmulas para tanto.
Inicialmente é de suma importância para a titulação realizar o cálculo da
concentração real do titulante a partir de sua concentração teórica (0,075 mol.L-1) e
o fator de correção (0,94), expresso na (Eq. 1), resultando em uma concentração
real de 0,0705 mol.L-1.

𝐶𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝐶𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 × 𝑓𝑐 (Eq. 1)

A partir desta concentração real, agora conhecida, é possível determinar, em


mols, o consumo de NaOH, bem como o número de mols presentes no filtrado (Eq.
2), sendo que tais valores são iguais devido a relação estequiométrica da reação ser
de 1:1.

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑁𝑎𝑂𝐻 (𝑚𝑜𝑙𝑠) = 𝐹𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 (𝑚𝑜𝑙𝑠) = 𝐶𝑟𝑒𝑎𝑙 × 𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻 (Eq. 2)


3

Sendo seus valores iguais, por utilizarem uma mesma fórmula para o cálculo,
seus erros (Eq. 3) também são iguais:

𝐶𝑟𝑒𝑎𝑙×𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉
𝐸𝑟𝑟𝑜𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝐸𝑟𝑟𝑜𝐹𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜 = 1000
𝑁𝑎𝑂𝐻
(eq. 3)
𝑁𝑎𝑂𝐻 (𝑚𝑜𝑙𝑠) 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻 (𝑚𝑜𝑙𝑠)

É preciso realizar também os cálculos referentes ao número de mols de ácido


acético em solução (Eq. 4), as concentrações final (Eq. 5) e inicial (Eq. 6).

𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙×𝐹𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 (𝑚𝑜𝑙𝑠)


𝑁𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 𝑒𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝑉𝐹𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜
3
(𝑚𝑜𝑙𝑠) (Eq. 4)
3

𝑁𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 𝑒𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜×𝑀𝑀𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻×1000


𝐶𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 =
3
3

𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
3
( ) (Eq. 5)
𝑔
𝐿
𝑀𝑀𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻×𝐶𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻×𝑉𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻
𝐶𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 3

𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
3 3
(Eq.6)
3

Seus respectivos erros foram devidamente calculados(Eq. 7; Eq. 8; Eq. 9),


respectivamente, valendo-se das fórmulas anteriores:

)( ) (
𝐸𝑟𝑟𝑜𝐹𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜

(
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉 𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 (𝑚𝑜𝑙𝑠)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 3
+

)
𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐹𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 (𝑚𝑜𝑙𝑠) 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉
(Eq. 7)
3
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑁 𝑒𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
= 𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙×𝐹𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 (𝑚𝑜𝑙𝑠)
+ 𝑉𝐹𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜
𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻 3

( )( )
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑁 𝑒𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉
𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻
𝐸𝑟𝑟𝑜𝐶 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
= 3

𝑁𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 𝑒𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜


+ 𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
(Eq. 8)
𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻 3

( )(
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉

)
⎡ 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉 ⎤
𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻
𝐸𝑟𝑟𝑜𝐶 =⎢ 3
+ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
⎥ × 𝑀𝑀 × 𝐶𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 (Eq. 9)
𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ⎢ 𝑉𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻 𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 ⎥ 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻
𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝐻
3 ⎣ 3
⎦ 3

Tabela 1: Dados coletados no dia 20/10/2022 para realização do experimento


volume acido volume ácido massa volume de volume
frasco acetico água carvão filtrado consumido NaOH
(mL ±0,1) (mL ±0,1) (g ±0,0001) (mL ±0,02) (mL ±0,1)

1 50,0 0,0 1,0037 10,00 5,9

2 35,0 15,0 1,1206 10,00 3,8

3 25,0 25,0 0,9993 20,00 5,2

4 15,0 35,0 1,0027 20,00 2,8

5 10,0 40,0 0,9995 20,00 2,5

6 8,0 42,0 1,0077 20,00 1,2


Tabela 2: Dados dos resultados coletados em experimento no dia 20/10/2022
massa ácido
Conc. de ácido acético (g.L-1)
acético Massa de
Frasco adsorvido ácido/Massa de carvão ln(m/M) ln(C.final)
Conc. Inicia Conc. Final (g) (m/M)

0,03 ±59
1 3,00 ±0,01 2,5 ±441 0,03 ±2333 -4 ±8 0,9 ±6

2 2,10 ±0,02 1,6 ±1933 0,02 ±573 0,02 ±23254 -4 ±10 0,5 ±8

3 1,50 ±0,02 1,1 ±1626 0,02 ±985 0,02 ±49245 -4 ±11 0,1 ±7

4 0,90 ±0,03 0,6 ±8399 0,02 ±15758 0,02 ±1023896 -4 ±14 -0,5 ±9

5 0,60 ±0,04 0,5 ±11577 0,004 ±36492 0,004 ±10243414 -6 ±16 0,6 ±9

6 0,48 ±0,05 0,3 ±97870 0,01 ±803370 0,01 ±7103182 -4 ±18 -1 ±11

Por fim, com os resultados obtidos foi possível analisar devidamente a


adsorção e sua fórmula (Eq. 10), bem como sua linearização (Eq. 11), para a
interpretação de dados e construção dos gráficos.

1
𝑚
𝑀
= 𝐾𝐶 (Eq. 10)
𝑛

𝐿𝑛 ( ) = 𝐿𝑛(𝐾) +
𝑚
𝑀
1
𝑛
𝐿𝑛𝐶 (Eq. 11)

Com base nos resultados das tabelas 1 e 2 foi possível gerar gráficos abaixo.
Os gráficos (Fig. 1; Fig. 2) são isotermas. A linearização feita nos dados (Fig. 3; Fig.
4) foram feitos para determinar “k” e “n”. Foram feitos dois gráficos pois um deles
tem o frasco 5 e o outro não, o resultado deste frasco foi diferente do esperado. Por
isso existem dois gráficos, e um deles a curva ou a reta está mais próxima dos
pontos como podem observar abaixo:
Figura 1: Gráfico de Conc. final em função da massa acido/massa carvão (Com todos os dados)
20/10/22

Figura 2:Gráfico de Conc. final em função da massa acido/massa carvão (Sem os dados do frasco 5)
20/10/22
Figura 3: Gráfico ln (massa acido/massa carvão) em função de ln Conc. final (Com todos os dados)
20/10/22

Figura 4: Gráfico da relação de ln(massa acido/massa carvão) em função ln Conc. final (Sem os
dados do frasco 5) 20/10/20

A partir do gráfico (Fig. 4) foi obtido a equação y = 0,358x - 3,99, sabendo-se


que os de “k” e “n” correspondem aos coeficientes linear e angular da reta
respectivamente, onde pela equação linearizada, é possível se obter as seguintes
equações (Eq. 12; Eq. 13) para “k” e “n”:
−3,99
𝐾 =𝑒 (Eq.12)
1
𝑛= 0,358
(Eq.13)

Desta forma obteve-se o valor de 0,0151 para “k” e 2,7933 para “n”.

3 DISCUSSÃO

Dados os valores experimentais obtidos foi possível calcular a curva isoterma


de adsorção onde o carvão foi o adsorvente e o ácido acético foi a substância
adsorvida. Mediante os gráficos foi possível também encontrar os valores das
constantes “k” e “n” , sendo o valor dos mesmos de 0,0151 e 2,7933
respectivamente.
No processo de obtenção de dados foi constatado alguns valores
discrepantes que foram oriundos de possíveis erros acidentais cometidos durante o
experimento. Um desses erros acidentais ocorreu durante a titulação de NaOH,
onde o operador da bureta no frasco 5, acabou acidentalmente de não fechar a
bureta corretamente no momento da viragem, ocasionando assim uma falsa
aferição do volume consumido de NaOH e portanto uma quantidade de ácido
acético adsorvido pelo carvão discrepante dos demais dados.
Devido ao erro acidental constatado foram produzidas duas versões de
resultados, uma versão utilizando todos os dados e uma excluindo o dado do frasco
5. Assim o gráfico da isoterma produzindo utilizando todos os dados (Fig. 1) obteve
um R2 de 0,656 o que foi inferior ao R2 obtido excluindo-se o dado obtido no frasco 5
(Fig. 2) que foi 0,994, desta forma foi considerado que o modelo que melhor se
enquadra é quando se exclui os dados do frasco 5, sendo o erro acidental cometido
significativo para o experimento. Da mesma forma para a obtenção das constantes
“k” e “n” foi feito um gráfico com todos os dados (Fig. 3) e sem os dados do frasco 5
(Fig. 4) de forma que o R2 obtido com todos os dados foi de 0,399 e excluindo os
dados do frasco 5 foi de 0,994 de forma que a curva excluindo os dados do frasco 5
apresentou uma maior linearidade que a curva onde contém todos os dados,
portanto para cálculo dos valores de “k” e “n” foi considerado o gráfico onde os
dados do frasco 5 foram excluídos (Fig. 4).
Um outro erro acidental que pode ter sido cometido foi durante a medição do
tempo em que o ácido acético e o carvão estiveram em contato com aquecimento,
onde caso o operador do cronômetro se equivocou quanto ao tempo, pode ter feito
com que em alguns frascos houvesse maior tempo de contato entre o carvão e o
ácido acético do que em outros frascos causando assim uma discrepância de
comparação entre os dados. Um outro erro acidental pode ter ocorrido durante a
medição de fluidos, onde o operador da proveta pode ter se equivocado e ter
transferidos quantidades discrepantes de ácido acético para os frascos, o que
causaria medições incorretas quanto a quantidade inicial e portanto também
discrepâncias em todo os dados a posteriori, onde a concentração inicial é dado
primário de comparação.
O experimento constatou os valores das constantes “k” e “n” por meio da
regressão linear (Fig. 4) com o auxílio do software excel, de forma que a constante
“k” foi obtida como 0,01 e a constante “n” como 0,002. Os valores de “k” e “n” são de
acordo com Alleoni (1998) constantes empíricas da equação de Freundlich que
descrevem como a energia de adsorção do sistema cai logaritmamente à medida
que os sítios de adsorção no adsorvente, no caso do experimento o carvão, acabam
sendo cobertos pelo adsorvato, sendo no caso do experimento o ácido acético.

4 REFERÊNCIAS

ALLEONI, L.R.F, et. al. Isotermas de langmuir e de freundlich na descrição da


adsorção de boro em solos altamente intemperizados. Scielo, vol. 55 , no. 3, 1998.
5 ANEXOS

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