Texto 1 - 2 Parte - Capítulo I - Elementos para Uma Análise Crítico-Compreensiva Das Políticas Educacionais Aspectos Sociopolíticos e Históricos

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MANACORDA, Mario Alighiero, Histria de educa sie: da Antiguidade aot notsos dias. Taduglo de Gaetano Lo Monaco. S50 Paulo: Cortes; Campinas Autores Associados, 1989, MORIN, Eagar. A cab befita: repensar a reforma 4 ~ repensar 0 pensamento. Thducio de Eloi Jacobina. | ‘Rio de Janito: Bereand Brasil, 2000. OFFE, Claus. Captaliome derrganizado, Tradgio de ‘Wanda Caldereisa Branc e outs. Sdo Paulo: Brasi- tense, 194 OLIVEIRA, Dalila Andrade. deca biica:gestto do trabalho e da pobreza. Petrépolis: Vazes, 2000, OLIVEIRA, Francisco de. Os dirt do aetnalor: eco ‘nomi politica de hegemonia impericiea, Petsépolis Vores, 1998 4 O2GA, Jenny. Invstigago sobre politica edacaconalt terzeno de coneestagio, Teaduso de Isabel Margarida Maia, Porto: Porco Edicora, 2000. As politicas educacionais, as reformas de ensino e os planos e diretrizes: a construcgéo da escola publica PARO, Vitor Henrique. Adwinitrayio exalar: inteo- dlugio critica. 7 ed. Sto Paul: Corte, 1996. 4 PRZEWORSKI, Adam, Capitalismo e scial-denacra- sia, Tradusio de Laura Teixeira Mocta. Séo Paulo: Companhia des Leas, 1989, RIFKIN, Jeremy 0 fim das empress: o clini inevi- ‘vel dos nfves dos empregos redo da forge glo- ‘al de trabalho, Tradusto de Ruth Gabriela Baht Sfo Paulo: Makron Books, 1995. SANTOS, Milton. Téice, fae, tempo: globalirao mein técnico-cientifice informacional. Sio Paulo: Hucitee, 1997 As politicas educacionais, as reformas de ensino e os planos e diretrizes: a construgao da escola publica = das polices edacaionas em sus aspts scoot € istic. Trata ainda das reformas edacacons eds planer de edecag praca oarcboug da politica docacionalbrasileina des anos 90 do seule XX a lew eee eps ma cmsrago da ecole pba sheds a LDB de 1996 0 sb as madancas masa LDB tv aa de 2010. No inal do capo 5 amlisades pes da avaliago om eal da eco bi ‘inplementade pao Minisrio da Buco das Fangs ma formas profsonal dor dents, inluinds fs de educa disci us Capitulo I Elementos para : uma analise _ critico-compreensiva : das politicas educacionais: -aspectos sociopoliticos e historicos Elementos para uma andlise critico-compreensiva das politicas educacionai: aspectos sociopoliticos e histéricos As formas edacasionis lade a ito om divest ie da Europe da Amiri nas dicadas de 1980 € 1190 apreentam pons om coma, tas como gest dat elas, 0 fnanciamene, ocarrcls,« alia 2 ‘forma profsonalizag dos profesor. Alive mais pontuais mtr canarias pcaliars ie istoricaments, marcanam a politica da edu ice da edu superior no Brasil ais coms a que de contralizagi da devemralizagio, 4 roles eure o pablo eo prinade, ene a quantidade ‘+ amalidade, No contest atu, i pode ser obersado nes B mvneras desocamentsdeproridades, reslianes de nots wma de penser a sida, 0 Betads 4 gato da edacasio (Grands, 1997) Ascomequtncias dainversia de prioridades exaram, Ew ewmplo, no abundono daexigénciade democratza- © go do acess de cdo escola bisa e da permantncia © pela em nome da qualidade do ensino, ag “jor ricéios quantitaives, leva diminuiciodos ind dle evasio erepeténcia sem, noenanro, conseguir erica assegurar a todas as crangas ¢jovens uma aprendiza- 4 ‘gem escola sida e duradoura. (Outra consequéncia diz tespeito ao descempromis- s0:do Esado ao descentalizar as ages educativas para a atuagio da comunidade, desobrigando-se de manter | politieas pablicas, especialmente as sociis,e repase sando encergos pare outasinsehacias administatvas inscicucionals, porém sem poder decisério. Exerplos | disso sio as ages assumidas pelo voluncarado em ques- ties de responsibilidade do Estado, A énfase sobre a5 ‘quests da qualidade do ensino revel, conteaditoria- mente, certo desprezo peas quests politica e soci que condicionam o sucesto do aluno ea obtengio da cidadania, bem como responsabiliza 0 professor pelo fracas excolr. Alm disso, nas poliicaseducacionsis dos anos 1990, aargumentago de que ester peivada & decentora de maior eficiéncia enfraquecen os sevigos piblicose leou & privatizagio desenfreada de sevigos ‘elucacionss,prncipalmente na educagio supesior. sae slo algumas das caracteriticas das teformaz educacionais nos anos 90 do séeulo XX, Uma andli- s histrica das politicas educacionsis possbilicact identifica esses elementos de andlise nos diferentes ‘momentos da hiscéria da educagio beasileita. Como procuraremes demonstrat neste capitulo, a hiseéxia 6 estrutura e da organizacto do si ‘no Brasil pode ser feta com base em pares concei- ‘aais, dlades, que expressam as censBes econdmicas, politicas, sociais e educacionais de cada perfodo: centralizag de; pobico! privado, sma de ensino } /descemtralizago; qualidade/quancida- 1. A histéria da estrutura e da organizacao do sistema de ensino no Brasil ‘A histéria da estraturae da organizagzo do ensino tw Brasil sefleceas condiées socioecandmicas do pa, ‘ns revels, sobretudo, o panorama politico de decer- ‘mules periodos histricos, ‘A puttir da década de 1980, por exemplo, 0 pano- aaa socineconémico brasileiro indicava una tend 4 neccconservadora part a minimizagio do Estado, que se afastava de seu papel de provedor dos servigos | ybicos, como stidee educacdo, Na década de 1990, she modelo instalou-se ¢, no primero decinio do G feulo XX, ainda alo fo! superado, Paradoxalmente, ss alteragées da organizagio do trabalho, resulantes, 1 grande parte, dos avangostecnolégicos, solic ‘iy escola um abalhador mais qualificado para as rvs Fungbes no processo de producio de servigos, Ausentando-e 0 Estado de suas responsailidades ‘um educacio pablic, como e onde formst,entio, 0 ‘cahulldor? As constaneescrtias a0 desempenho do tree piblico zemetem a0 setot privado, apontado wnpetente para ess trefa. Apresenta- we wa questo crucial para o encendimento do papel | etal da escola: € sua fungo formar especificamence Jarvo trabalho ou ela consticuiespago de formagio do io parteipe da vida social? © twbrico Hayek (1990), considerado 0 pa do eoli= = berilsmo, contapse-se 3 ingertacia estatl a educa, ‘ut eletocia, porém, sto os paises em que a educao [nisica fo universalzada eas condigdessociis si = Inns favoriveis, em rao de anterior consolidagio do anal de bem-esta cial, Mas como pensar a ata 0 ston ape o Estado no Brasil, pats considerado perifrco, com srandes desigualdades sociis, perversi concentragéo de rend, baixo Indice de escolaridade, exola bisica 4 no universalizada? Certamente, para pals com estas condiges socioeconémicss, a receita deveria se outa, ‘Organismos inanciadores dos plses terceito-mun- disas, como o Banco Internacional de Reconsteusio € Desenvolvimento, também chamado Banco Mundial (BNO, sugerem a garantia de educagto basica mancida pelo Estado st, gratuita, que no significa, rode via, que ela sea miniserada em escolas piblicas. Os neoibeaiscrticam o ito dea exola pablica mantet ‘© monopilio do ensino gracuito. Sugerem que o Esta- do d2 aos pais valer-escolas ou cheques com 0 valor necessiie para mancero stud dos filbos,cabendo 20 mercado de escolas pablicas € particulates dispucar esses subsidios. Assim, as escolas publicas no recebe~ iam recursos do Estado, mas manter-seiam com 0 recebimento dessts valores em condichesiguais is das particulaces, alverando-s, assim, o conceito de insti- twiglo “pablice™ Trata-se da ieplementaclo da pol ica de Here eclba, uma das propostas mais caas 40 | ideitio neoliberal (Os defensores de posigies neoconservadors aleyam ‘que pales mais pobres, como o Brasil, devem dar pri- rmazia a educagio bisic (lea-teensino fundamental, ‘oque significa menor aporte de recursos para educa infantil e para oensino méaioe superior. Tambén, fo caso doensino superior, o Bxtado financiarisoaluno ‘que nfo pudesse pagar seus estudos,e este devolveria 108 valotes do empréstimo depois de formado. cestudo Primary Education, de 1996, patrocinado pelo BM, diz quea edacacio escola bisica “éeplar do revimento conti «do deenvelviments cial ¢ princi ul nei cde promover o bem-etar dat poe (Neta, 1996, pll-2). A médinde excolaidade dos ebalhadores no Irasl € de aproximadamente 4 anor, contea 7,5 anos ‘bo Chile, 8,7 anos na Argentina ¢ 11 anos na Franga "Hi a preocupaggo dos empresicios brasilitos em Ivopliar essa média, no 36 para “pramaer o bom-etar shy seas, como diz 0 documento do BM, mas tam em para oferecer ao mercado uma mio de obra mais squlficada. Um fabricance de armas gaicho declarou gue "es proces de prude cada oz mais fii i) No podemes deca equipments de 500 mil, 1 lode dle, nas mies de operas sem guaifica | iNet, 1996, p. 4). Cimo se pode observa, no é pessivel dscutisedu- ‘gto € ensino sem fezertefertacia a questies econd- micas, poitcas¢ socinis, Dafa escolba de década de 1930, comeco do processo de iodustialzagso do pats, ura niciarmoso stud sobre o process de organize- (6 do ensino no Bra (0s aconcecimentos politicos, econdmics e sociais sh década de 1930 imprimicam novo perfil socieda- Gs brasileira, A quebra da Bolsa de Nova York, em E1929, mexgulhou 0 Brasil na crise do café, mas em sunteapartida encaminhou o pats para 0 desenvolvi- F niem industrial, por meio da adogio do modelo eco- ‘hea de substitaigio das imporeagtes,alverando ‘sim ocomando de nag, que passou da elie sgrévia as novos indusriis, De 1930 4 1937, motivade pela industrialzagio ergenee © pelo forcalecimento do Estado-nasio, & eovagio ganhou ienporcineiae foram eferundas aes plano nacional, a educaglo escola: A intensifcagio da capitalism industrial alterou as aspiragdes soins em relacio A educagto, uma vez que nele erem exigid condigdes minimas pata concorrer ao mercado, rentemente da esrucurs oligarquca rural, 9a qual necessidade de insrucio no ea sentida nem pela popu lagio nem pelos poderes consteuidos Romane, 1987) ‘A complexidade do periodo histérico que sbrange’ desde a década de 1930 at€ o momento atual ¢ sud repereussio na evolu da educagio escolar no paft | requerem, para apropriada compreensdo, a silizagi de outeaseategoriasalém das econémicas ¢ politics Bho Campon, mins da Educa, tingia eet Eon do sino, lerando o Estado nacional a execer {yullo muis objetiva sobre a educagio mediante o ofere- age dems erature ms orginice 8 ensnas ecoeii, comercial espero. 1 19371945 vigorouo Extado Novo peo da Elen de Gevio Vang, em qu a ust do poder toro conta. Alf, 0 per € categoria exec fare corpecender proces decent ou dese FE valizasio na problemética da organizagSo do casino, O G hileno Juan Casassus, ao escrever sobre © processo de Be alewensralizacio.em paises da América Latina (incluindo F train beer qi ase de todos oe enfaques da E lcencrlzaio on da centaliago se enconten 04 Ew do per na sociedad Din ele: °A craic Ev on dena ata de fora le al ex Be rnitada aside seer a ci sia Eons do flss de pdr ma dad il, ma cindade E siamo Esta, expand apc cmo 1s prtes Ee tie 9 edna" (1995, py. 38) Por aarse empresa de dsb, ediseibuigio ou or vmod pode sociedad, no gual une dimi- ovo poder em benefiio de outon a queso fle ‘tip de lilog social que prelece oto de exo | Hava que se faz para assegurar a estabilidade ea coe~ tan ec ~ da righ com o proceso confiuesd Ae democratic ca edeagto mina (Os ares 1930-41945 90 Beil so idenifcnee {een un pero cena da organic da ea Spiga. Con « Refr Erncnc Camp, en L151, 0 tao onginion a cca ex plano Vamos, pois, «parti de agora, analisue a hisvia da serra eda organizago da educasfo brasileira com base em pares conceituais que scompanharam histori «camente 0 debate da democratizagio do ensino no Bra permeando os diferentes perfados ¢ alternando em importancia, de acordo com © momento histérieo, 2. Centralizagao/descentralizagio nna organizagao da educagdo brasileira ‘A Revolugéo de 1930 representou a consolidacto do capialismo industrial no Brasil e foi decerminane para o consequence aparecimeato de novasexigtacias ‘elucacionss. Nos es primeios anos que se seguiram, semenain houve im detenvolvimente doesn amis esr rice eve | do no pas. Em vite soo, onmero de ecole pri STi mis dobroue ode secundsiasquasequadrupliou SASS As escolas eécnicas multiplicaram-se ~ de 1933 2 1945, passim de 133 par 1364, nie de matic fale 19 mil pa 65 mil (Ariba, 1989) 152 ai B roncribuiria para a democraciae pare « sociedade indus- ial, moderna e plenamente desenvovida, Assim, “Wunisipalizagio do ensino primirio constieuiria uma fcina police, e do mera reforena administrative ou ja. Enquanto os lberus, grupo em que s¢ Ieluti os escolanovstas,deseavam mudancas quali ‘ise quantitaivas na rede piblica de ensino, cacdi- sn ¢integralstas desaprovavam alters qualitaivas nacional, especialmente nos niveissecundério ¢ unis versitdrioe na modalidide doensino comercial, deixan doem segundo plano oensino primtio ea formao rofessoes. Esa arid, a peimeia visa voltad par escentalzagio~ como definia a Consticugio de 189148 superior esecunditia e sepassar aos estadosa responsabie lidade da educacio lemencare profissonsl -, na rain} dade revlava0 desaprego pela edacaio elementar [se perfodo, educadorescatdicos¢ libertis pat saram a eavolver-se na elaboragio da proposta edu ional da primeirs fase do goveino Vasgas, sob E> vamentefalando ~ estava sob o coneole das elites 0 ser quis buscavam deter presso popular e man et « educaco escolar em seu formato cltsae conser. Ynloc © sesulado foi um sistema de easioo que se Pespundia, mas controlado pelas elites, com o Fsuido pind mais plas presses do momento e de manera E mpeovisade do que buscando delinear uma politica 1 saconal de educagio, em que oobjecivo fase rorar uni | vena e gratuita a escola lementar Romaneli, 1987). | Us catélics conservadores opanham-s 2 politica El uicizagd da escola abla, conteguindo acrescen- ‘fr Constitaigdo Federal de 1934 0 ensino eeligioso, Por forga des mesma Constituigio, © Estado passou 4 fisalizar © regulamencar a instiuigSes de ensino pillico epartcula. As leis orginicaseditadas entee 1942 € 1946 — « "lunacls Reforms Capanema, que ecebeu 0 nome do ‘eno minisero da Edcaglo ~ reafiematam a ceneali= oda década de 1950, com o Estado desobrigando- se de mantet €expenelie 0 ensino pblica, ao mesmo tempo, porém, que decretawa a reforms de ensino alegagio de que o governo alo possuis uma proposta educacional. Tio logo, porém, Francisco Campod omou posse no cecém-criado Ministério da Bducagao § «Sade Pablica,impds a todo o pas as diteeizes sqias pelo Mesp. Jérna Consricuigo Federal de 1934, em meio adie putas ideol6gices entre catlicos e liberas, fi inclu sda boa parted proposea educacional desesinscrita 90 ‘Manifesto dos Piomiras de Edwapio Nova (1932) pot 4 uma escola pblica dice, aca, obrigeétia e gratuits, fortalecendo a mobilizacio ea inicitivas da socieda de civil em torno da questio da educagio. Com Consticuisio de 1937, que comolidon » ditedura de Gecilio Vargas, o debate sobre pedagogia politica | ‘educacional passou a ser testrito a sociedade politica, tem clara demonstagio de que a questio do poder es | ‘va mesmo presente no procesto de centraizagio ov descentralizasio. Oescolanovista Anisio Teiscnt fi ardceos deensor da descenralizagio por meio co mecanii cle manic palizagio. A seu ver, « desecntralizagio educacional 4 ator ‘tna inchustil, comercial esecundaioe criava, em 1942, 0-4 Servigo Nacional de Aprendizagem Industil (Sea. ‘A lei orginica do ensino primério e as do ensino normale agricola foram promulgadas em 1946, assim ‘como a ctiagfo do Servigo Nacioral de Aprendizagem. ‘Comercial Senac). A partir deentio, a esquerdas © 08 partidos progressstassetomaram o debate pedaggi- 0 fra de demacratizar¢ melborar 0 ensino, apesar ds centalizaso federal do sistema edvcacional ndo s6 ‘a administragfo, mas também 20 aspecto pedg6si- 0, ao fnae curfcules, programas e mecodologias de @ censino Jardim, 1988). (0 debate realizado durante a votagio da primeira Lei ‘de Diretrzese Bases da Educagao Nacional (.DB),exi- facia da Consticvigio Federal de 1946, envolveu a Sociedade civil, ¢a lei resultante, n# 4.024, de 20 de esembro de 1961, iestiuiu a descentralizacio, 40 eterminar que cada estado organizase seu sistema de censino, Potémn,o momento democritico que o pas vii. do combinava com o cenraismo das ditadurasedurou poco, Bs 1964, 0 golpe dos militares provocou nova- mente 0 forzlecimento do Exceativo ea ceralizagio das decisis no ambit das politicas educacionas. Embors a Lain! 5.692, de 11 de agosto de 1971 (Brasil, 1971), prescrevesse a tansfercia gradativ do ensino de 1" geau (ensino fundamental) para os municipios, a concentragio dos recursos no émbito federal asim como as medidas administativas cencra- Lizadoras tomaram estados e municipios extremamen- te dependences das decsdesda Unido. A fagilidade do Legislativo, ness perfedo, impedia mais anda a pat ‘icipagio da sociedad, uma ver que esse poder era 0 ‘mais penn da sociedad civil, onforme Casasus (1995), 0 processo de descen- (ralzagiocoincidio com ‘escolar, isto 6 iniciou-se quando se passou da veocupacio quancieaciva parsa busca da qualidade na ‘elucagio, Paradoxalmente, 2 descentralizagio udveio ‘joando 0 Estado se exquivou de sua responsbilidade univertlizagio da cobeeeu = (001 oensino, fato que, segundo esse anor, oi percepti= ‘el na América Latina a partie do fim dos anos 1970. 11s ainda, ne atvlidade, um discurso corrente nos ‘owivs oficiais de que a questdo quaneitaciva est resol- vids, scondendoofaro de que os dados estaiticos 0 Jrequentemente maquiados, as salas de aula estio superlotadas © qualidade das apeendizagens deixa a | escje.Em contrapatida, «centralizagio mantém-se ue 0 autor chama de wns do prcuse educative — quer dizer, a centzlizagfo, especialmente a dos cur~ culos, tem lgica diferente da adminiseativa, Com sujuela se precende garantie a integridae social alme~ pul que facilcark a mobilicade dos indivivos, canto bv territério nacional como na escala social No fim da década de 1970 e ineio da de 1980, cesporava-se a ditadura militar e iniiava-se um pro- ‘eso de retomada da democracia e reconquisca dos tspagos politicos que a sociedade civil brasileira via iwido. A reoeganizagio e ofortalecimento das sIule civil, abides & propasea dos partidos politicos ngeessstas de pedagogias © politicas educacionais ‘ala ver mais sistematizadase clea, fzeram com que ‘ado brasileiro reconhecesse a faléacia da politica ‘stucicional, especialmente a profisionalizante, como evidencia a promulgagio da Lei a 7.044/1982, que scabout com a profssonalizaio compulséria em nivel ste 2" gra ensino mec). 137 (O debate acerca da qualidade, no Brasil, iniciou-se 4 psa ampliacio da cobereura do atendimento ecolat, Reconhece-se que, durante a periodo militar, particu larmente com 0 peolongamento da durasio da esco: laridade obrigatéria, se estendeu 0 atendimento ao, ensino de I+ gra (easio fundamental), embora muito da qualidade do ensino minstradotenha sido perdido, ‘Segundo Cunha (1995), a conten cacional piblico consticuiu condisio de sucesso do. setor privado. Apesar disso, foi possvel a crag de uma rede de escolas pblieas que stendia, com quali- dade vail, parce da sociedade,o que levou a fr lias de classe média a opear pela escola particule, | mesmo com sacifcios financeitos, como forma de ‘paranir educagio de melhor qualidade aos filhos. (© descontentamento com a deterioragio da gestion dla redes plies, o ebsixamentosalarial dos profes: sores, aelevagio das despess exolares pela ampliagio a escoltidade sem aumento dos recursos, 0 ime 0s casos de desvio de ecurso, além de abrirem por propor solugies que se tomatam as6es politcas con- ‘retas por ocasido das eleigbes de 1982, Foi neste com ‘texto que incelectuais de esquerda passaram a ocupar cargos na administragio pUblica, em vitios esados brasileiro, em virude da vitéria do Partido do Movi ‘mento Deinoctitico Brasileiro (PMDB), o principal partido de oposicio aos militares, Embora « eransigin democritica tenha cido inicio nos municipios em 1977, nelesnio se observaram as mudangas ocoridas | nos estados. Esse fato leva Cana a afiemae ue a pre= ceedéacia politica da democritiasio da educaglo 56 localiza nos niveis mais elevados do Ksuuto, Assim, a do setor edie 3 2 iniciativa privad, levarim a sociedad civit a 4 EP rmslangas democriticas, para serem efetivas, devem | ore dos nives federal ¢estadual para 0 municipal ‘As principss aleragbesrelizadss pelos nove adn _ pivrudoces oposicionistas cveram como meta a des- = wetrlizacdo da administacdo, com formas de gestio " Vewnocritice de escola, com participa de prfesores, S Hhncionros, alunos e seus pais e também com eligio © cca de ditetores, Ouro ponto fia saspenso de taxas es, raga de esol de tempo inregral, orgie zac Sinica doe professores, FA etomada da discussio sobre a municipalizagio Fe so cosino com o apoio dos privatstes,aliada 8 busca Bsa escola privada por pais (em boa parte, pars evicar & » greves nas escolas pblicas,reforgoua tse da pi © vatiacio do easing e diminuis o suporte popula ‘escola piblica, ‘A modernizagio educativa ea qualidade do ensino, FF v0 anos 1990, sssumirem conoraclo distin ao se B vincularem 2 proposta neaconservadora que inch a sqwalidade da frmagio do tabalhador como exigéncia » mercado competitive em paca de globulizagio | sunimica, O nove discurso da mocemizagio © da ‘ide, de certs forma, impe limites ao discurso «i aniversalizagto, da arnpliagéo quancitativa do ens 1, pois eraz ao debate o tema da eficiénci, excuindo ' imeficientes, eadoeao citéio da competéncia, A politica educscional adotada com a eleigio de | Fernando Henrique Cardoso para a Presidéncia da Repiblica, concebida de acotdo com a proposta do neoliberalism, assumin dimenstes tanto cenraliaado | a1 como desentrlizadoras. A descenraizagio, nesse ‘90, no spareceu como resulta ce malar participagio "9 Gt sociedade, uma vex que as apes realizadas no foram fruto de consulta aos diversos stores soci, tis come pesquisadores, profesores de ensino supe: ior € da educaglo bisica, sindicats, associagtes cuteos, mas surgiram das propostas preparadas para a campaaha eletoral No primero ano de governo (1995), assamiv-se @ ‘ensine fundamental como prioridade foram defini- dos cinco pontos para a5 aces: curiculo nacional, Livros diditicos melhores ¢ distibuidos mais cedo, porte de fits eletrbnicos para as escolas, avaiaglo ‘eterna, recursos financetos enviades diretamente is Insticuig6esescolates, Em 1996, considecado o Ano da Edlucagio,a politic incuiu a instauragio da TV Esco- Ta, cursos para os professores de Cincias, formagio ‘por os trabalhadores,reformas no ensino profissions- lizante © 8 convocasio da sociedade pars contribuit om aedcagdo no pats, Desse af Ge, « nica orienta dda paraa descentralizagi foi a destinagfo dos recursos financesos dsecamente para a esolas ~ ressaltando- se que, no primeito ano, a merena escolar foi garanti= dda com eles e,em seguida, os reparos nas instal fi as ds insticuigSes, com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educaséo (FNDE), advindos do salirio-educasio. As demais ages caracterzaram-se pot cett tipo de centesismo entendido aé como aatide- _moctitco, uma ver que nfo ocorreram discassbes com, asociedade como as relatvas&avaliagio da educagio Disicae da superios, 3 instauragio da TV Escola e aos irs eletrOnicos nas escola —e se procurou estabelecer -mecanismos de controle do trabalho do professor. A politica de escola e de diseribuigio do ivr didtico I poten cer recebido preciosa colaboragto de professo- ys expecialistas e pesquisadores da dre, | © centralismo apreentou-se mais nitidamence na «dos parkmetros curicularesnacioais (PCN), >is, embora eenbarncontado com a paricipagio da "wilde civil em um dos momentos de sua discuss, {et stim por ignore a univesidade eas pesquises sobre © ouniculoe nfo concemplaram, desde infco de sa ela Yrirnn, debate com a sociedad edcacional.Aampla + ilizaio da dia no processo de adogSodos PCN trou Paive (1986) observa que « questo centralizagio! lescentralzagio deve ser temetida 3 histéia da pe Formagio social brasileira e is rendéocias econd + mico-socins presentes em cada period histbrco. im, descentrlizagio e democrarizagio da edveagio Bowl no Brasil nfo podem ser discutidas indepen- lenvemence do modo pelo qual &concebid 0 xere- Zev poder poli ico no pals. Vina das formas de descentalizago politica & a musiipalzagio, que consste em atibuir aos munici- © nice de eforma politica uma vez que isso sigifiaria fwvonbcer & maioidade dos municipios © discutie a recess de democraizagio e de desceneralizagio do ‘exseicio do peer politico no ps. 16 ‘A Lei 5.692/1971, edicada durante a dicadura milieu, repasou arbtrariamente a cael da esto do sino de 1» grat (ensino fundamental) acs governos municipal, sem oerecer ao menos a conics finance tase efenioas para tal eer uma sieuasio consieucional (jue nem sequer rconbeca a exséocia dminstatia {Xe municipios. Somente com a Constitucio Federal de 1988 0 manicipio se egitimou como instncia s- tninistaiva ea eesponesbilidade do ensino fundamen tal Ihe foi repasiada prioccariamence ‘A Constituigdo ou ums li, porém, no consegwem 3. O debate qualidade/quantidade ‘na educacao brasileira © debare qualidadelquancidade na educa brs = jaa comegou muito cedo, Ainda no séeulo XIX, na hanscio do Irpério par Replica, aparceram dois thomamentossocias 08 quis Nagle (1974) denominos: vt pla Eco e Oimismn Puig. O m0¥i= tsar pela Elucago revel preocupacto ‘quantitanvo, a0 propor a expansio do ede os F ae ee acular € 2 alfabetizagio da populagfo que viva um fpocesso de urbunizago decorrente do crescimento ensimico, A adogio do trabalho aslaiad, alia « © as qestes de modernizagio do pals fez com que © elaiaso aparecesse como fator promos da ascen= Fin cia. Jo Orimismo Pedagéyico caracterizouse «fea ine aspects alias dean raion fat, pregando a metboria das condicesdidiicasepeda- fonts dan exclas, Fete mavirmenco SUNsiD NCE ano8 = Wun ealeangou 0 apageu nos anos 30 do séclo XX. entre 1930 ¢ 1937, 0 debace politico incorporsva sierentes peojetos edueacionais. Os liberi, que pre- socntasempamente desea 9 asin © ff wccer o municpio. Ess € crete politica de 10080 4 rs ara is ora defer oc 0 pls rede de concen do poder, Dacentliso 8: 9 sr expt de clabora,¢« tadiio pola Tale € de comperigio, de medio de forss. AS ire eregori ened es vin wai ‘aie questa do exer do peptic, mesmo Champ porque, desde o final do século XX, a descentralizagio, rar lea ao ivereses eoiberss de diminuit Teco do Estado ln ficoaevideneapésa ro- (Sipe da Lei 9394/1996 — Ue de Dieses € Huse Edvcagbo Nacional (LDB) -, que cetaisa te Lnbi fleral s dies sobre caecum ee a sacedae esponsibildades que deve Sica er do Extdo el como cers, por xem ne cura volun en eo. Os Pees Fai same eclae Amigo da Escola descentaliago a eeponabiiades do ensin fanameatal em die- | foac manic so ues exeplesconcrias dt uamanama o desenvolvimento urbano-industral € ne ean dsjvan aang guaitti- oe eas are de cosa public, 0 Po- RNS te fundamen ne prietin Der ate paid, obriguoneade colic Fe eo bent dete prince Fe eee Mtoe ive da fans a aaron ctlcos poximran-sed83 ee ee dene do rasan edo so sie ten que enealiza oper dscentlit a meses ¢ com ees SCONE aleeragBes responsabilidad, Apultarivas mocernizantes demoxricieas cbjetivadss i ‘pelos primeitos, além de scusi-los de defender peok§ poss communis ‘Duane o Estado Novo, regime ditacoril de aed sas que dao de 1937 41945, otialzovse 0 Tmo educcional: eso seco para tli cnsnopofisionalizante peas se? popula coin naptnio—lesonics cts pero, poe ode er pe gids e ele, rormaac ensinoantides wenels'crétce, a0 dificularem ou impeditem © vomits | Clases populates ni 36 a ensino propedéation, = tulinha Azevedo (1994, p. 461). A ampliagto das ‘yyas deu-se pela reducto da jornada escolar, pelo £ sumenco do ndimero de curnos, pela multipicasto de © tases multisseriadase unidocentes, plo acharamento > lov sliros dos professores pela sbsoego de professo- es leios, O trabalho precoce eo empebrecimento da popula, siades 25 condigBes precirias de ofereci- Foro do ensno,levaram &baixa qualidade do proces- Bo, coun sles indices de reprovaso ‘Atualmente, 0 pats esté sendo vitima dessa poi ‘en, O atraso e€enico-ciencificoe culeural brasileiro nivel médio, como tamnbém ao ensino superior. (© proceso de democraizagio do pais fi reo oma depesgio de Vargas em 1945. A industcali crescente, especialmente nes anos 1950 € 1960, lew tuogio da politica de adaaio para 0 desmvlv ‘om claro incentivo ao ensino e&cnico-profissiona ( golpe de 1964 atrelou a educagio ao mercado d trabalho, incentivando a prfisionalizasio na escol _média fim de conte as aspiragées a ens supesiog ‘A Lei o 5.692, de 11 de agesto de 197, amplion 4 cescolaridade minima para oito anos (ensino de I gra € tomnou profisionalizante,obrigatoriamente, oe ro de 2 grou, A evolugio quanttativa do 1 grau Je sua insergZo no novo reordenamento mun i A excolaridade bisica ¢ a qualidade do ensino Para Azevedo (1994), 0 problema & que as propos- ios ncoliberas ¢ 0s conteides da ideia de qualidade F exnuziam-se de condicionamentos politicos tornam- s suestio técnica, restringindo o conceito de qual- dale orimizagio do desempenho do sistema e as par ‘as com o eto privado oo que tange eesti da > wlitieaeducacional. A qualidade do ensino consist em Acenvolver 6 expo de iniciativa, a sutonomia park Pum decsdes,»capacklade de resolver problemas com, ‘siividade ¢ comperéncia erica ~ visando, porém, stenuler a0 inceresses dos grandes blacos econdimicos E iovernscionas. A questio & ances, étco-politcs, uma ‘vez que se processa na discussio dos direitos de eda Alani para 0s excluidos. Por isso, ensino de qualida- de pura codos constitu, mais do que nunca, dever do = Ustado em uma sociedad que se quer mais justa ¢ sdemactiica 700% em suas iiss séries em apenas dex enos — foi acompankada de melhora qualitativa. Ao concté= rio, a expansio da oferta de vagas, nos diversos nfveis: de ensino, teve como consequéncia © comprometi-4 mento da qualidade dos servgas prestados, em raziol du crescente degradagzo das condighes de exercicio da § smagistério eda desvalorizagio do professor. : A expan das sprtunidads, ms vise as de dia dea militar, foi feta wae, ds padre paver, [Na seflexdo € no debate sobre a qualidade da educa- lo edo ensno, os educadoes tm caractesizadootermo qualidade" com os adjetivos social cidadt ~ isto é, quilidade social, qualidade cidad para diferencar © seaido que as polticas fics do ao eermo. Qualidade social da educa significa ro apenas diminuicfo da vaso ¢ da repeténcia, como entendem os neolibers, as referee 3 condligio de exerccio da cidadania que a ‘cola deve promover. Sr cidadio significa ser participe da vida social e politica do pais, ea eicola coasttui espe- ‘co privlegiao parn ese aprendizado, e no apenas para censina le, exrever e conta, abilades importantes, sas insuficienses pura a promogio da cidadania. Alémn liso, a qualidade social da edocagio precisa considerat anc os ftores externas (soca, econéeicos, culturas, insticucionas, legis) quanto os fxores incescolares, gue afeeam 0 proceso de ensino-aprendizager, artic lados em fungio da universliaglo de uma educasdo ‘sia de qualidade pasa todos 4. O embate entre defensores da escola publica e privatistas na educacdo brasileira Compreender « edveagio péblica no Brasil supée conhecer como se dersm, hstericamente, os embates 4 centre or deferaores de exola pica es forasprivats- ts, presents ao longo da histxa educacional bese 'A génese da educagio brasileira ccovreu com a vinda dos jesuias, que iniciaram a insauragso, 10 iesio educacional, dos principias ela douina reli- ‘piome catélica, « educacia ditepemciasta pele tence ¢ a? esponsbilidade da familia com a edueaco. ses prin- ‘pos, « parte da década de 1970, chocavam-se com 05 Iincipios liberis doe exolanovistas que pablicara, fan 1932, Mani de Pisniras da Educado Neo pro- tpondo novas bases podagégicas ea refoerulagio da poli- tie educacional ‘A Consticuigio de 1934 absorveu apenas parte des: «as propostas,eribuindo papel relevance ao Estado no Controle © na promogio da educacio pablica. Essa ‘Consttuiglo institu 0 ensino primaio obrigacio © atuito, crow 0 concarse pablico para o magistério, Confer a0 Estado o poder fisalizador eregulador de wtituigdes de ensino pabliase paricularese fixou escentuais mfniemos pam a educa. ‘Os calico, porém, ao foram coalmentetrados dle cena A educa eligisa trnou-se obrigatria na = scala pica, conttatiande 0 principio liberat da lai ‘dade, 0s estabelecimentosprivados foram recone ls legitimou-se o papel educativo da familia © liherdade de os pais escolherem a melhor escola para © silos, o que mais tarde Fo’ usado como argmen- twa favor da destinagio de recursos financeites pabli- ‘an também para a escola privadas. Iinposta pelo Estado Novo, a Carta Constitucional ste 1937 atenuou 0 dever do Estado como educador, tnituindo-o como subsidiri, para preencher lacu- | has ou deciéacias da educagdo particular. Em ver de ‘cnsolidar 0 ensinn pblicoe gratuito como carefa do sta, « Carta de 1937 tefrsou o dualism educa- BS cunal que prove os ros com escolas purticulaes € | publica ce ensino propedéuicoe confer aos pobees a funsigio de usufeuir da escola publica mediante a dopxao pelo casino prufissionalisance. ‘A expansto da escola privada foi mas incense aps olpe miliear de 1964, que instaurou 2 ditadura silica ebenefciow grandemente a iniciativa privada, especialmente no ensino superior. Dranee o proceso de elaborasto da Consteaigio de |, werificou-se novamenteoconfrnto entre publics Com a promulgagto das lis orginicas ~ a charmada, Reforma Capanema ~ ensce 1942 e 1946, foram de senvolvidos empreendimencos particulares no ensina profissionalizante, com o objetivo de preparar melhor ‘mio de obra em uma fase de expanséo da indGsti, por cause das restrgBes As imporeagies no perfodo di Segunda Guerra Mundial. O Senai foi organizado ¢ dlitigido pelos industri, e © Senac, pelos comercian~ tes, Atualmente, esses duas instcuigdestém peso sig~ nifcativo no ensino profisional ofeecido no pais, femora em ritmo decrescente a partir do final dos «ase prvatetas, Noentaatoosprvatstasapresenravarn mas feiges, uma ver que pasaram ase composts i apenas de graposeeliginnscatdlics, mas também de pprxestantes © empresiios do ensino. Wdeologicamente, tava 0 ensino pdblico, camcceizado como inet cente e fracassado, contrastando-o com a suposta ‘eveléncia da inciativa peivada, mas ocultando 0s mect- tsmosde apoio governamencal2 ree privada, aiscomo limunidade fiscal sobre bens, servgos e rendas, garantia de pagamento das mensalidades esolares € bolias de B sudo, Esse mecanismos manciveram-se mesmo apis onvulguso da Constirugio Federal de 1988. Como que reforgando as disparidades enere urna € wana cede, o descompeomisso estat com a educagio niblica deterioroa os sali dos professores eas con Ges de trabalho, o que gerou greves e mobilizagies ‘anos 1980, dianee do crescimento do stendimento piiblico gratuito. Nos primeios anos do século XX1 pesstram a atuar, cambém, em cursos cecoligicos de _ivel supetior e em programas de educago adistincia | ‘Quando oanteprojeco da primeira LDB iniciou stn ‘ramitaglo em 1948, a maiosia das esolas parciulas tes de nivel secundério estava nus mos dos calico, atendendo & clase privilegiada, Alegando que 0 pro- jeto determinava 0 monopélio estatal da educasa0, of tatdlicos defendiam a lberdade do ensino 0 drei 4 de familia de escolhe o tipo de educa a ser oferec~ dda aos filhos, Na verdade, essa questio impedia a democratinagio da educagio pablica, ao incorporar 90 | texto legal a cooperago financeira para a escoas p= ‘adas em uma socedade em que mais da metade da populagio no tinha aceso 8 escolarizagio, ‘Oponde-se ness poeturelirista os ibe, apoiados por inceleccusis, estudantes ¢sindicalisas, ini ‘ampanbaem defesa da escola pblica que culminow, em 1959, com 0 Manis des Edveados. Tce propun 0 uso dos recurs pblicosunicamence ns ecoas pal ‘cas ca fiscalizacio estatal para ax excolas privadas. FA prefestneia pela escola particular ampliow de melhor organizagzo ¢ efcic wii fizerem scrificios em muitos gastos pare pro- pisiae um ensino supestamente de metbor qualidade ‘om uma escola particular ‘A andlise de que escola privada€ superior pabli © oo se sustenta, em yen, por oo aver homoge- tidal em nena das reds hi oase as escolas ‘em ambas , como demonstram at sndlises do Sistema por sua Muieas de Avaligdo da Educacio Bisca (Sab). Além disso, £4 as escolas piblicas que se encontram os segmentea srtetades | (Tabela Ie Grifico 1) sol el ees [Nes 194 939 cabling lice do pa noe Soheloccme stdo maricalades 51,549,889 lume, rondo mucin soe sime_roue atin cae tna sap eget $3.989:507 (85,496) aide om esalas pablion wm name 736082 (146%) ele de re Pde, Aa 7 alos, sgn ola de adel, gue send 38.0% tia, 9 equate 2 20031988. A rd ft am 235.108 mats, participa coe 0.9% Le (Grail MECiINg, 2010, p34), ee Bel 2010 ‘A partir de meados da década de 1980, com a crise ‘sonic inseracinal eo dsemprego esti ue levurue ao artochosaaral a classe média, presions th pelo custo de vids, buscou tetirar do oryamenes familar o gsto com mensaidades escolaresfoia pro, ‘ws da escola piblica..inadimpléncia crescou ey ‘colas partculares © nova ofensiva apesentou a. ¢ ia do piblico aio estacal, Pablico patiow a ses en ‘evlido como tudo 0 que se faz na tociedade © tele tmrfce, Nessa perspective, havea pdblico esata o piblico privado, definindo a gracuidade do ensino tnenas em esabelecimentos ofcas, como assegurs 9 M206 da Consticuigta Federal de 1988, Tse concepso deve-se 2 politic neoliberal, que fresno Eseado minim, incluindo até mesmoa priv. ‘eo 04 2 minimizagio da oferta de setvigos ocine [Na dues isis rintado até mesmo por orga. nismos intcrnavionais como a Banco Mundial o Bee ‘lo deverin tender 0 easing pablo, uma vee que eae For esses dados, fica clara a imporcéncia da educa. ‘0 ptblcn no pais e para x democratiacio da soca Crvintweeravia, dade, uma vex que ela desempenha papel signifcnicg ‘0 processo de incluso social nivel de educagdo & considerado imprescindivel organizagf do trabalho, Tal azendimenco, no entaney,

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