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Os critérios de internação seriam: o paciente causando dano a si, ou a alguém ao seu redor.

Q1: HND Transtorno bipolar


Definição:
O transtorno bipolar, também conhecido como doença maníaco-depressiva, é um transtorno
cerebral que causa mudanças incomuns no humor, na energia, nos níveis de atividade e na
capacidade de realizar as tarefas do dia-a-dia.

Epidemiologia:
O transtorno bipolar atinge cerca de 4% das pessoas em idade adulta. O número de pessoas
diagnosticadas com este quadro pode chegar a 6 milhões de pessoas no Brasil. Evidencia-se
que, para os parentes, a probabilidade de ocorrência da doença é de 0,5-1,5% para pessoas
sem nenhum tipo de parentesco (população em comum); 5-10% para parentes de primeiro
grau; e 40-70% para gêmeos monozigóticos.

Quadro clínico:
Mania:
Em um episódio maníaco clássico, o humor é expansivo ou eufórico, diminui a necessidade
de sono, ocorre aumento da energia, de atividades dirigidas a objetivos. O pensamento
torna-se mais rápido, podendo evoluir para a fuga de idéias. O discurso é caracterizado por
prolixidade, pressão para falar e tangencialidade. As idéias costumam ser de grandeza,
podendo ser delirantes

Hipomania:
Em geral, é breve, durando menos de uma semana (normalmente 4 dias). Há mudança no
humor habitual do paciente para euforia ou irritabilidade, reconhecida por outros, além de
hiperatividade, tagarelice, diminuição da necessidade de sono, aumento da sociabilidade,
atividade física, iniciativa, atividades prazerosas, libido e sexo, e impaciência. O prejuízo ao
paciente não é tão intenso quanto o da mania. A hipomania não se apresenta com sintomas
psicóticos, nem requer hospitalização

Fisiopatologia:
Disfunções nos sistemas de sinalização intracelular e de expressão gênica (CACNA1C,
ANK3 e ODZ4) podem estar associadas ao TAB. Estas alterações podem estar associadas a
interrupções nos circuitos reguladores do humor, como sistema límbico, estriado e córtex
pré-frontal, sendo que os efeitos neuroprotetores do uso crônico dos estabilizadores de humor
podem reverter este processo patológico
*Além da dopamina, níveis aumentados de glutamato+glutamina foram descritos em regiões
córtex pré-frontal, sugerindo aumento da neurotransmissão glutamatérgica no transtorno.
Esse aumento pode estar associado a disfunção mitocondrial do transtorno.
*Outro fator que pode desencadear o TB envolve prejuízos na resiliência celular, na qual
pode ser definida como a habilidade da célula se adaptar aos diferentes estímulos de dano.
*Prejuízos na neuroplasticidade pode acarretar no encolhimento das estruturas cerebrais,
devido a redução ou na complexidade das conexões neurais

Fatores de risco:
O histórico familiar positivo é o principal fator de risco genético, o qual se relaciona à fatores
ambientais, como o consumo de álcool, dependência de drogas, idade, gravidade de início da
doença, número de internações e ocorrência de traumas cranioencefálicos e/ou psicológicos.
Certas doenças psiquiátricas também são frequentemente associadas à essa doença, como:
transtorno de ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade, distúrbios de personalidade e
diversos distúrbios afetivos

Tratamento:
O tratamento do TB foca convencionalmente em estabilização rápida do paciente,
objetivando trazê-lo de estado de mania ou depressão para humor mais estável, e em manter
essa estabilidade, diminuindo a possibilidade de piora novamente.
Atualmente, o principal tratamento para estabilização do humor é por meio da utilização do
lítio, que também é a única terapia que consegue reduzir os pensamentos e ações suicidas. (O
mesmo atua nos segundos mensageiros dos neuronios modulando a neurotransmissão)
Porém, se ultrapassado somente o dobro da dose terapêutica, torna- se tóxico, além de possuir
muitos efeitos colaterais indesejados, incluindo ganho de peso, boca seca, tremor, danos
renais e hipotireoidismo. O lítio quando utilizado regularmente, apresentam taxas de tentativa
de suicídio 6 à 15 vezes menores e taxas de morte por suicídio 10 à 20 vezes menores.
A eletroconvulsoterapia está indicada na mania grave, psicótica ou gestacional
Q2: Caracterize a hipomania e mania
Esse humor hipermítico está associado a um aumento da energia ou atividade e é somado a
alguns sintomas específicos que manifestam essas alterações, como redução da necessidade
de sono e ideias de grandiosidade.

Atualmente, entende-se que um quadro de mania/hipomania que surge durante o tratamento


com antidepressivos ou eletroconvulsoterapia, mas cujos efeitos se estendem mesmo após o
tempo de ação usual desses tratamentos, é evidência de episódio maníaco ou hipomaníaco.

Ou seja, se uma pessoa com um quadro depressivo em uso de um inibidor seletivo de


recaptação de serotonina que começar a ter um comportamento compatível com
mania/hipomania, ela vai ser diagnosticada com mania/hipomania se esse comportamento for
mantido após a suspensão desse antidepressivo.

Outros fatores também interferem para o não reconhecimento da mania, hipomania e dos
estados mistos, tais como: não investigar hipomania; confundir sintomas psicóticos com
esquizofrenia ou sintomas hipomaníacos com comportamentos normais; não distinguir
episódios mistos de transtornos de personalidade, impulsividade com bulimia ou com
transtorno associado ao uso de substâncias; e não consultar o informante ou usar outras fontes
de dados. Pacientes e familiares podem considerar a hipomania como normal, não procurar
tratamento ou esquecer de relatar episódios anteriores. Por outro lado, pacientes podem
apresentar ausência de crítica do estado mórbido motivada por ignorância, preconceito ou
medo, ou mesmo pela presença de sintomas psicóticos. Além disso, os instrumentos
diagnósticos focam apenas a polaridade e não o curso da doença, e a hipomania não requer
disfunção social/ocupacional para o diagnóstico pelo DSM-IV. A avaliação transversal
(estado clínico atual) e longitudinal (frequência, gravidade e consequências de episódios
passados) devem ser levadas em consideração para o diagnóstico e requer atenção cuidadosa
na história clínica.

Q3: Diferencie e caracterize transtorno bipolar e Borderline


O Transtorno bipolar (TB) é desenvolvido a partir de diversos fatores genéticos e ambientais
combinados que influenciam não apenas o desenvolvimento da doença, mas também a
resposta terapêutica. Os portadores de TB são caracterizados por constantes episódios de
mania e depressão.
O transtorno de personalidade borderline é caracterizado por um padrão generalizado de
instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na
autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade.
A síndrome de borderline é um problema de saúde psicológico e psiquiátrico, em que o
acometido apresenta uma personalidade com um padrão de instabilidade constante do humor
e do comportamento, com mudanças de atitude súbitas e de forma impulsiva.

Em comum, eles apresentam manifestações como as mudanças no humor, carência afetiva


excessiva, descontrole emocional, ansiedade, impulsividade, dificuldades de relacionamento,
automutilação, choro, alterações do sono, comportamentos de risco, culpa, agressividade,
irritabilidade, inquietação, compulsão, falta de moderação, tristeza e perda de interesse em
atividades que antes davam prazer.

Diferenças:
No transtorno bipolar, o humor varia em dias, semanas ou meses, normalmente seguindo o
ciclo circadiano do humor, ou seja, o indivíduo pode acordar sem energia e triste, mas ir
melhorando ao longo do dia. A bipolaridade se divide entre dois pólos bem definidos, o polo
depressivo e o polo da mania. Esses polos acontecem dentro de um período de semanas ou
meses.
A primeira diferença notável está na velocidade da alternância nos estados de humor.
Pacientes borderlines sofrem com mais variações.
No transtorno de personalidade borderline, as variações são entre momentos de extrema
euforia e de profunda melancolia e ocorrem repentinamente, em um tempo menor, de modo
irregular, sem avisos

Q4: Saber os critérios de internação do transtorno de bipolaridade

A internação pode ser voluntária, quando há consentimento do paciente em um ponto no


qual ele ainda tem discernimento para tomar decisões; ou compulsória, contra a vontade do
paciente, quando seu estado psiquiátrico está demasiadamente alterado e ele já não controla
suas ações.
O paciente se apresenta descompensado com comportamentos limítrofes que geram situações
de auto e hetero agressão, planejamento de auto extermínio e estado depressivo grave
necessitam de atendimento emergencial com possibilidade de internação para diminuição da
crise e estabilização do humor.
No entanto, em homens, não se mencionam transtornos do humor como indicação para
internação e prevalecem os diagnósticos de alcoolismo e esquizofrenia.
*Somente em São Paulo, mais de 10 mil AIHs (Autorizações de Internação Hospitalar) por
ano são devidas ao TB.

Q5: Quando saber se houve a remissão do quadro de transtorno de bipolaridade

Critérios para o diagnóstico de remissão:


Tenta-se estabelecer parâmetros claros como a obtenção de < 5 pontos na Hamilton
Depression Rating Scale (HDRS): escala de 17 itens; < 5 pontos na Montgomery-Asberg
Depression Rating Scale (MADRS); < 8 pontos para depressão na Brief Psychiatric Rating
Scale (BPRS); ou ≤ 8 pontos para mania na Young Mania Rating Scale (YMRS).

referência:

BERÇOT, M.R. Polimorfismo genético do transtorno bipolar: uma revisão bibliográfica.


CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UNICEUB, 2018.

Miranda, A.G.; et al. Fatores genéticos predisponentes no transtorno bipolar: uma revisão
integrativa. Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.12, p.97996-98010. 2020.

Demetrio, Frederico Navas. Transtorno bipolar - teoria e clínica. Braz. J. Psychiatry 31 (3) •
Set 2009 • https://doi.org/10.1590/S1516-44462009000300026. Disponivel em:
https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=32LfCgAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA32
&dq=fisiopatologia+transtorno+bipolar&ots=O794-bPU5B&sig=TC7o45NgoJj2C96uFMNu
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