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Direito Administrativo
5. Organização Administrativa
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Regime Jurídico E Principais Características
DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Imagine como seria se a Administração Pública fosse interditar um restaurante que não
atende aos mínimos requisitos sanitários e que, mesmo preenchidos os requisitos para a
interdição do estabelecimento, os proprietários pudessem se opor dizendo que não
gostariam que o estabelecimento fosse fechado?
O objetivo é buscar o interesse público. Se não foi concedida a licença para construir, é
porque, em tese, a fiscalização entendeu que esse projeto não cumpre as condições
necessárias estabelecidas pela administração com a finalidade de atender ao interesse
público e que o atendimento ao interesse do particular (neste caso) violaria esse
princípio, já que a ordenação do solo urbano ocorre justamente em benefício da
coletividade.
Por fim, deve haver a ressalva de que a supremacia do interesse público sobre o privado
não confere “carta branca” à Administração, que está sujeita a uma série de restrições,
as quais devem ser respeitadas, sob pena de ilegalidade ou ilegitimidade em sua
atuação.
Cumpre salientar que, hoje em dia, há uma doutrina no sentido da não existência de
supremacia do interesse público sobre o privado. No Rio de Janeiro, autores como
Gustavo Binenbojm, Alexandre Aragão e Daniel Sarmento têm defendido que não faz
sentido sustentar a supremacia de um princípio. Com efeito, o princípio comporta uma
ponderação de modo que é inerente à sua estrutura em alguns casos.
Por essa razão, não se pode dizer que toda vez que o interesse público estiver em jogo
ele prevalecerá sobre o interesse privado. Atente-se que o interesse privado faz parte do
interesse da coletividade.
Esse ainda é um tema que levanta muita polêmica. Também é de extrema importância
ao direito administrativo, pois serve de fundamento para diversos institutos como
desapropriação, poder de polícia etc. Portanto, não é raro ainda encontrarmos a
aplicação de um instituto da seara administrativista com base na supremacia do interesse
público sobre o interesse do particular.
Compondo o outro lado do regime jurídico administrativo, lado este das sujeições, está
o princípio da indisponibilidade do interesse público.
O gestor público administra bens de todos, da coletividade e, assim, não pode, por
exemplo, alienar um imóvel público sem que haja autorização em lei (a exigência de
autorização está, inclusive, expressa no art. 17 da Lei nº 8.666/1993 – Lei de
Licitações).
Veja, por exemplo, o parágrafo único do art. 10 da Lei nº 10.259/2001 (Lei dos Juizados
Especiais Federais – JEF), que assim dispõe:
Todavia, em 2015, a Lei nº 13.129 alterou a Lei nº 9.307/1996 (que dispõe sobre
arbitragem) e foi adicionada ao art. 1º, § 1º, de maneira genérica, a possibilidade de as
Administrações Públicas direta e indireta utilizarem-se da arbitragem para dirimir
conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis, desde que seja de direito, não
permitindo a arbitragem de equidade para a Administração Pública.
Enfim, a Lei nº 13.140/2015 dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de
solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da
Administração Pública.
O Novo Código de Processo Civil (NCPC) segue a linha e trata sobre a solução
consensual de conflitos no âmbito administrativo (art. 174 do CPC).
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