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ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
ARAÇATUBA – SP
2022
UNIVERSIDADE PAULISTA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ARAÇATUBA – SP
2022
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DEDICATÓRIA
3
AGRADECIMENTOS
4
EPÍGRAFE
(PAULOFREI
RE)
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................9
1...................................................................................................................................10
1.1................................................................................................................................13
1.2................................................................................................................................16
1.3................................................................................................................................18
2...................................................................................................................................19
2.1................................................................................................................................23
3...................................................................................................................................29
4.......................................................................................................................................
4.1....................................................................................................................................
CONCLUSÃO..................................................................................................................
REFERÊNCIAS...............................................................................................................
7
INTRODUÇÃO
10
1.1 – O farmacêutico nos dias atuais
11
1.2 POLÍTICA NACIONAL DE ASSITÊNCIA FARMACÊUTICA
Desde a criação da Central de Medicamentos (CEME), a política de
acesso aos medicamentos vem aprimorando-se e estabelecendo consonância com
as demais políticas públicas de saúde, sempre alinhadas ao cenário de redemocra-
tização do pais. Um marco importante na linha do tempo de avanço ao acesso de
medicamentos foi a criação da lista de medicamentos essenciais em 1975. A
Relação Nacional de Medicamentos (RENAME) precedeu a lista modelo de
medicamentos da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1977, seguida pela
implantação do Programa Farmácia Básica, em 1987. Com a implantação do SUS, a
CEME, que foi a precursora da Assistência Farmacêutica atual, foi diluída e
substituída pela Política Nacional de Medicamentos, publicada em 1998 (BRASIL,
2018). Após a PNM, outro marco importante para a consolidação da qualidade
dos medicamentos e insumos foi a criação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), em 1999, precedida pela Lei dos Genéricos, no mesmo ano. Em
2002, houve a criação do Departamento de Assistência Farmacêu-tica (DAF),
seguido pela publicação da Política Nacional de Medicamentos, criação do
Programa Farmácia Popular e da Política Nacional de Assistência Farmacêutica
(PNAF) (BRASIL, 2018). A Assistência Farmacêutica, enquanto política pública, foi
construída
num contexto de mudanças, e a 1a Conferência Nacional de Assistência
Farmacêutica, realizada em 2003, trouxe, como eixo gerador de debates, temas
como humanização, acesso e qualidade. Como resultado dessas deliberações, em
2004, foi instituída e regulamentada a Política Nacional de Assistência Farmacêutica
(PNAF), por meio da Resolução CNS no. 338/2004, que demarcou a Assistência
Farmacêutica como política de saúde, sendo definida, nesse documento, como um
conjunto de ações voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, tanto
individual quanto coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o
acesso e o seu uso racional (BRASIL, 2018). A Política Nacional de Medicamentos
tem a reorientação da Assistência Farmacêutica como a diretriz mais importante
para o cumprimento dos objetivos aos quais ela se destina. Segundo Marin et al.
12
(2003, p. 2):
13
2004, documento on-line).
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assessorar na elaboração do edital de aquisição de medicamentos e de outros
produtos para a saúde, bem como nas demais etapas do processo;
participar dos processos de valorização, formação e capacitação dos profissionais
de saúde que atuam na Assistência Farmacêutica;
avaliar, de forma permanente, as condições existentes para o armaze-namento, a
distribuição e a dispensação de medicamentos, realizando os encaminhamentos
necessários para atender à legislação sanitária vigente;
desenvolver ações para a promoção do uso racional de medicamentos;
participar das atividades relacionadas ao gerenciamento de resíduos dos serviços de
saúde, conforme legislação sanitária vigente;
promover a inserção da Assistência Farmacêutica nas Redes de Atenção à Saúde
(RAS) e nos serviços farmacêuticos.
Com essa resolução, o profissional farmacêutico assume um papel de
grande importância e de liderança, sendo corresponsável pela qualificação das
equipes, dos serviços e do controle social da saúde.
Com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da
população, integrando ações de promoção, prevenção, recuperação da saúde, a
Assistência Farmacêutica (AF) possui diversas atividades, listadas a seguir:
Planejar, coordenar, executar, acompanhar e avaliar as ações que tratam dos
medicamentos como itens essenciais à saúde.
Articular a integração entre os serviços, profissionais de saúde, áreas interfaces e
coordenação dos programas.
Elaborar normas e procedimentos técnicos e administrativos. Elaborar
instrumentos de controle e avaliação. Selecionar e estimar a necessidade de
medicamentos. Gerenciar o processo de aquisição de medicamentos. Garantir
condições adequadas para o armazenamento de medicamentos. Gerir estoques.
Distribuir e dispensar medicamentos. Manter cadastro atualizado de usuários,
unidades e profissionais de saúde. Organizar e estruturar os serviços de AF nos
três níveis de atenção à saúde em âmbito local e regional.
Desenvolver sistemas de informação e comunicação. Desenvolver e capacitar
recursos humanos. Participar de comissões técnicas. Promover o uso racional
de medicamentos. Promover ações educativas para prescritores, usuários de
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medicamentos, gestores e profissionais da saúde.
Desenvolver estudos e pesquisa em serviço. Elaborar material técnico,
informativo e educativo. Prestar cooperação técnica. Assegurar qualidade de
produtos, processos e resultados.
Considerando essas informações, podemos perceber a necessidade de in-
tersetorialidade e interdisciplinaridade para o desenvolvimento das ações que
compreendem a AF, de modo a beneficiar o sistema de saúde e, principalmente, o
ser humano ao qual se destinam tais práticas. Para isso, o modelo de AF im-
plantado no SUS fundamenta-se em:
descentralização da gestão;
promoção do uso racional de medicamentos; otimização e
eficácia das atividades; desenvolvimento de iniciativas que possibilitem a redução
de preços de produtos, viabilizando o acesso da população, inclusive no âmbito
privado.
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farmacêuticos para trabalharem na área da atenção farmacêutica, pois ninguém
consegue desenvolver perfeitamente as duas atividades concomitantemente.
Conhecimento de doenças.
Conhecimentos de farmacoterapia.
Conhecimentos de terapia não medicamentosa.
Conhecimento de análises clínicas.
Habilidades de comunicação.
Habilidades em monitoração de pacientes.
Habilidades em avaliação física.
Habilidades em informação sobre medicamentos.
Habilidades em planejamento terapêutico.
Áreas de atuação do cuidado farmacêutico:
Assistência ambulatorial.
Farmácia comunitária.
Farmácia hospitalar.
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Tratamento intensivo (UTI).
Geriatria.
Medicina interna e subespecialidades (cardiologia, endocrinologia,
gastroenterologia, doenças infecciosas, neurologia, nefrologia, ginecologia e
obstetrícia, doenças pulmonares, psiquiatria e reumatologia).
Farmácia nuclear.
Nutrição.
Pediatria.
Farmacocinética.
Cirurgia.
Radiofarmácia.
Vacinação.
Saúde estética.
Nutracêutica clínica.
Farmácia esportiva.
Saúde pública.
O cuidado farmacêutico pode ser desenvolvido pelo farmacêutico em
pacientes internados, ambulatoriais, tratados na residência, atendidos em farmácia
pública, consultórios farmacêuticos e clínicas especializadas.
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A atenção farmacêutica pode ser con- siderada também como um elo
entre a far- mácia clínica e a farmácia social e como a fi- losofia na qual a farmácia
clínica pode ser baseada, relacionada aos aspectos éticos e morais que envolvem o
relacionamento en- tre farmacêuticos e pacientes.6 A farmácia clínica é uma ciência
em que algumas disci- plinas acadêmicas podem ser explicitamen- te citadas,
focadas sobretudo no processo de uso dos medicamentos. A atenção farma-
cêutica, entretanto, não traz consigo um elenco de disciplinas, tampouco se apresen
ta como uma ciência, mas insistentemente menciona sua orientação para os
resultados terapêuticos e desfechos dos pacientes e baseia-se mais nos aspectos
éticos do rela- cionamento. A transposição da farmácia clínica para a atenção
farmacêutica repre- senta uma evolução da prática clínica far- macêutica, que, no
primeiro momento, se desenvolveu no hospital, sem que o cuidado do paciente
fosse parte inerente ou preocu- pação direta do farmacêutico. Com a aten- ção
farmacêutica, toda ciência desenvolvida no interior da farmácia clínica (ciência esta
que continua a se desenvolver) ganha senti- do no compromisso assumido pelo
farma- cêutico com o processo de cuidado e no seu relacionamento com o paciente.
A atenção farmacêutica consiste em um elemento necessário da atenção
à saúde e deve estar integrada aos outros elementos. A atenção farmacêutica é,
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entretanto, provi- da para o benefício direto do paciente, e o farmacêutico é
diretamente responsável pe- la qualidade dessa atenção. O relaciona- mento
essencial dessa prática consiste em uma troca benéfica mútua, em que o pa- ciente
outorga autoridade ao profissional e este responde com competência e compro-
misso (assumindo responsabilidade) pelo paciente. As metas fundamentais, os pro-
cessos e os relacionamentos da atenção far- macêutica existem independentemente
do local onde esta é realizada.
Cipolle e colaboradores9 descrevem que, na atenção farmacêutica, o
profissio- nal assume a responsabilidade pela otimi- zação da farmacoterapia do
paciente de uma forma global (medicamentos de pres- crição, isentos de prescrição,
alternativos e tradicionais), a fim de atingir os desfechos de saúde desejados e
melhorar a qualidade de vida de cada paciente. Isso ocorre com a cooperação do
paciente e em coordenação com outros profissionais da saúde respon- sáveis pelo
paciente. Essa prática se baseia em um processo racional de tomada de de- cisões,
tem caráter complementar à aten- ção tradicional dada ao paciente e objetiva tornar
a farmacoterapia mais efetiva e se- gura.9 O profissional dessa prática não pretende
substituir o médico, o farmacêu- tico da dispensação ou qualquer outro profissional
da saúde, mas colaborar com estes, como uma espécie de “farmacotera- peuta”,
cuja responsabilidade primária está vinculada ao sucesso do tratamento
medicamentoso.
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a as- sistência farmacêutica pode ser mais do que um sistema de apoio que fornece
o medica- mento. Pode se integrar aos pontos de aten- ção à saúde e participar
diretamente do cui- dado do paciente.
A fim de servir como sistema de apoio, a assistência farmacêutica deve garantir a
adequada gestão técnica do medicamento, dando suporte logístico ao processo de
uso de medicamentos, possibilitando o acesso, a prescrição e a dispensação de
maneira opor- tuna e eficiente. No acolhimento do pacien- te pelo serviço de saúde,
a partir de sua ava- liação e definição de um plano terapêutico, o medicamento deve
estar disponível no momento certo, em ótimas condições de uso e deve ser
fornecido juntamente com
informações para sua correta utilização (Fig. 10.3).
O foco limitado ao ciclo logístico não é suficiente para garantir que a farmacote-
rapia escolhida e implantada produza resul- tados terapêuticos capazes de modificar
as condições de saúde e a qualidade de vida de uma população. Essa constatação
é particu- larmente evidente para pacientes com con- dições crônicas, em que a
continuidade do cuidado e as avaliações periódicas são es- senciais a fim de
promover a adesão ao tra- tamento, o uso correto dos medicamentos, o autocuidado
apoiado, a efetividade e a se- gurança da farmacoterapia. A assistência
farmacêutica deve ampliar seu foco para além da logística, buscando a gestão
clínica do medicamento, de modo a obter os me- lhores resultados possíveis do uso
de medi- camentos, aumentando, assim, a eficiência de todo o sistema.29
CONCLUSÃO
28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
29
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