Uma das grandes marcas da sociedade contemporânea tem sido o uso de tecnologias digitais.
O acesso à informação por meio de dispositivos móveis conectados à internet viabiliza o
contato com diferentes tipos de conteúdo e formas de comunicação, abrindo novas
possibilidades para a construção do conhecimento. Essas características têm moldado a
chamada sociedade da informação e do conhecimento, que se caracteriza por mudanças
aceleradas, múltiplos espaços de comunicação, atividades colaborativas e conectadas em
rede. Para compreender os aspetos que envolvem a sociedade da informação e do
conhecimento, faz-se necessário distinguir os conceitos de informação e de conhecimento. A
informação pode ser definida como um conjunto de dados dotados de significado, ou seja,
com um valor significativo agregado a ele. Quando a informação é organizada por pessoas e
recursos possibilitando compartilhar interpretações e experiências, ela pode ser chamada de
conhecimento. Ambos os conceitos, apesar de distintos, se complementam.
A expressão sociedade da informação, conforme apresenta Castells (2002), tem sido utilizada
para descrever a sociedade pós-industrial, que se caracteriza pelo uso da informação como a
base material na determinação dos valores sociais e econômicos. As tecnologias, nesse
contexto, são consideradas ferramentas indispensáveis, pois a geração, o processamento e a
transmissão de informação tornam-se a principal fonte de produtividade e poder. De acordo
com Coutinho e Lisboa (2011), essa é uma sociedade inserida num processo de mudança,
fruto dos avanços na ciência e na tecnologia. Assim como a imprensa revolucionou a forma
como aprendemos pela disseminação da leitura e da escrita nos materiais impressos, o avanço
das tecnologias da informação e comunicação tornou possível novas formas de organização e
distribuição da informação.
As contas dos alunos são associadas com as questões criadas pelo professor e apenas o aluno
que teve a conta criada pelo professor tem permissão para navegar e responder às suas
perguntas. O professor tem privilégios totais na gestão das atividades e acompanhamento da
resolução dos problemas, além de poder visitar os portfólios de informação e as pesquisas
individuais dos alunos.
Através das informações registradas pelo sistema de gestão, o professor tem acesso às
respostas dos alunos, páginas que ele visitou, tempo e navegação em cada página, como ele
se comporta em ambiente web, assim por diante. Tais indicadores são muito úteis para os
professores, pois mostram como os alunos obtêm respostas e quais são as suas barreiras na
busca de informações relevantes.
Tecnologia e Sociedade
A tecnologia, sem dúvida, está presente no dia-a-dia das diferentes pessoas pertencentes às
diferentes classes sociais e escolaridades, pelos mais variados motivos. É cada vez mais
comum encontrarmos pessoas que a utilizam e que a consideram fundamental para o
desenvolvimento e até para o cumprimento de suas tarefas diárias, sejam elas pessoais ou
profissionais. O que muita gente ainda desconhece ou sequer parou para pensar é que o
conceito de tecnologia vai além dos aparelhos digitais, que utilizamos atualmente para termos
acesso a informação e para facilitarmos nossa comunicação. Sem dúvida, essas são
tecnologias extremamente importantes e indispensáveis para a sociedade do século XXI,
porém não podemos considerar como tecnologia apenas o que é novo, muito menos podemos
nos ater só ao que é digital.
Na palavra tecnologia, que vem do grego, o elemento tecno- remete a técnica, arte e/ou
ofício; e o elemento -logia, a estudo. Assim sendo, tecnologia é toda e qualquer produção que
envolve um conhecimento e/ou um aprimoramento técnico, com o objetivo de viabilizar ou
otimizar um processo. Em outras palavras, todo o resultado do empenho do homem em
melhorar ou transformar sua realidade pode ser considerado uma tecnologia. Se você ainda
tem dúvidas sobre a relação entre tecnologia e sociedade, basta pensar em como seria sua
vida ou suas condições de vida sem recursos básicos como a roda dos carros, por exemplo.
Como você se movimentaria? Como você iria ao trabalho? Como levaria ou buscaria seus
filhos na escola? Que tal preparar seus alimentos sem fogo ou armazená-los sem geladeira?
Se nunca parou para se imaginar sem esses recursos, provavelmente, é porque essas
tecnologias, que muitas vezes nos passam despercebidas, foram desenvolvidas por cidadãos
que, na sua respectiva época, viveram as dificuldades que você sequer logrou imaginar agora.
O lápis, a borracha, o caderno e o quadro negro são exemplos de tecnologias que foram
revolucionárias e caras quando foram lançadas e que hoje, quando considerado o contexto
digital dos jovens, parecem ultrapassadas. Isso também aconteceu com a televisão em cores e
com o rádio.
Pode-se dizer que a educação a distância (EAD) tem a idade da escrita, uma vez que, desde a
invenção desta, a comunicação liberta-se no tempo e no espaço: não é mais necessário que as
pessoas estejam presentes no mesmo momento e local para que haja comunicação (MAIA;
MATTAR, 2007).
“Em uma sociedade primitiva, ao contrário, não ocorre comunicação sem que a pessoa com
quem desejamos nos comunicar esteja presente” (MAIA; MATTAR, 2007, p. 21), como é o
caso de sociedades orais, nas quais a escrita ainda não está estabelecida e a comunicação é
essencialmente presencial.
Seguiremos a linha dos que consideram que a EAD nasce mais recentemente e sua história
pode ser dividida em três gerações: a primeira com os cursos por correspondência; a segunda
com as novas mídias e universidades abertas; e a terceira com a EAD on-line.
A segunda geração da EAD se destaca pelo uso de novas mídias como televisão, rádio, fitas
de áudio e vídeo e telefone.
A terceira geração, de acordo com Maia e Mattar (2007, p. 22), “introduziu a utilização do
videotexto, do microcomputador, da tecnologia de multimídia, do hipertexto e de redes de
computadores”, características específicas da EAD on-line.
Por volta de 1995, com o crescimento explosivo da internet, pode se observar um ponto de
ruptura explosivo na história da EAD. [...] Aparecem [...] várias associações de instituições
de ensino a distância. [...]
São inúmeras as instituições que oferecem cursos a distância, desde disciplinas isoladas até
programas completos de graduação e pós-graduação. Em alguns casos, esses cursos são
ofertados por instituições que também oferecem cursos presenciais, mas, em outros casos, há
instituições de ensino voltadas exclusivamente para ensino a distância, inclusive,
universidades virtuais, que não possuem campus (MATTAR, 2012, p. 6).
A educação a distância intermediada pelos meios informacionais ocupa cada vez mais todos
os níveis de ensino. Os educadores têm a oportunidade de definir, projetar e gerenciar
sistemas, programas e cursos eficazes que promovem o ensino e a aprendizagem. À medida
que o ensino a distância se torna uma alternativa ao modelo tradicional, fundado na sala de
aula padrão, surge tanto oportunidades quanto dilemas para os envolvidos nesse processo.
Veremos neste tema uma introdução às questões que envolvem a EAD: a tecnologia usada; o
tipo de aluno; e os atores envolvidos.
A tecnologia está mudando a maneira pela qual a universidade funciona como instituição de
ensino superior. Especialistas em educação a distância e formuladores de políticas
acadêmicas esperam que a tecnologia ajude as instituições de ensino superior a oferecer uma
ampla gama de programas – incluindo os de graduação – a proporções maiores de população
estudantil. Como na educação a distância os alunos e instrutores permanecem
geograficamente separados e mediados por recursos tecnológicos, a possibilidade de
abrangência desse modelo de educação é muito grande.
A educação a distância é uma estratégia fundamental para atender à demanda maciça por
educação superior. Essa modalidade é, antes de tudo, um movimento que buscou não tanto
desafiar ou mudar a estrutura do ensino superior, mas estender a universidade tradicional para
superar seus problemas inerentes de escassez e exclusividade.
A EAD lidou com o problema de muitos alunos em um único espaço físico. A crescente
diversidade na demanda por educação significa que o campus virtual é um modelo para o
futuro.
Novas ferramentas da internet, como quadros de avisos, testes eletrônicos, textos, hipertextos
e sistemas computacionais aprimorados, com maior velocidade e mais memória, permitem
que os aprendizes vejam mais informações e sintonizem discussões, reuniões, apresentações
artísticas em todo o mundo. Esses recursos oferecem grandes oportunidades para a educação
a distância.
A educação a distância emprega mídia de muitas formas e em graus variados. Por meio de
correio, fax, rádio, televisão, transmissões via satélite, fitas de vídeo, teleconferência, correio
eletrônico, salas de bate-papo, quadros de avisos, CDROM, internet e a World Wide Web.
Em 1985 e nos dez anos seguintes, a tecnologia de CD-ROM foi desenvolvida e usada para
fornecer instruções. Também presenciamos capacidades interativas bidirecionais
(comunicação síncrona ou simultânea em tempo real) utilizando computadores e redes de
computadores, incluindo a internet.
O uso da sala de aula virtual ocupa um papel fundamental na educação a distância. Em geral,
o aluno usa um computador local (geralmente de casa) para acessar uma variedade de
serviços. Isso inclui registro on-line, disseminação de materiais didáticos preparados (como o
programa do curso, tarefas e testes práticos), acesso a materiais de vídeo on-line e
comunicação com instrutores, tutores e outros alunos via correio eletrônico (e-mail).
Frequentemente, os cursos têm sua própria página na web, onde os instrutores postam seus
programas e trabalhos, bem como links para outros sites informativos, periódicos e arquivos
de áudio e vídeo compartilhados. Aulas e grupos de discussão são realizados em salas de chat
on-line; atribuições e exames são enviados por e-mail para o instrutor.
A web é usada no ensino de duas maneiras diferentes. Um curso assistido pela web tem um
ambiente de sala de aula tradicional e usa a rede para trocar e-mails para comunicação entre
alunos e instrutores em salas de bate-papo e para baixar materiais do curso e obter notas.
Um curso baseado na web é um curso autônomo ministrado a alunos que não se encontram
em uma sala de aula tradicional; esses alunos fazem o curso de um local remoto pela web.
Suporte técnico
O suporte técnico é um requisito obrigatório que vai além de fornecer treinamento técnico
contínuo. Ele inclui o constante apoio que professores e alunos precisam. Professores e
alunos que experimentam pela primeira vez a educação a distância on-line podem ter
problemas; no entanto, esses problemas podem ser superados se fornecido um sistema de
apoio adequado. Funções como help desk são comumente associados a programas de
educação a distância on-line. Muitas instituições e organizações oferecem tais funções 24
horas por dia/7 dias por semana, para acomodar o “a qualquer hora, em qualquer lugar”
natureza da aprendizagem e educação on-line.
A educação a distância tem potencial para ser tão poderosa no ensino quanto o aprendizado
convencional em sala de aula. Para aproveitar esse potencial, planejadores e educadores
devem aplicar princípios conhecidos de perceção e aprendizado adquiridos a partir de
pesquisas psicológicas cognitivas, comportamentais, educacionais e percetivas. As aplicações
desses princípios em pacotes convencionais de educação a distância são bastante discutidas,
incluindo o desenvolvimento de páginas da Web, softwares “course-in-abox”, salas de bate-
papo, ambientes moodle, quadros de avisos e palestras on-line em tempo real. Sugestões são
fornecidas para orientar o projetista do curso no desenvolvimento de ferramentas
instrucionais eficazes.
Esse trabalho, no entanto, não tem sido aplicado com frequência ao design de tecnologia
educacional. De fato, um estudo cuidadoso de muitos dos produtos educacionais disponíveis
para desenvolvedores de material didático a distância revela influências de uma ampla gama
de fontes que não são de pesquisa. Essas fontes incluem videogames, tecnologias de
comunicação pela Internet (que, por sua vez, se basearam em metáforas de comunicação
comunitária, como o jornal e os quadros de avisos públicos) e técnicas de ensino antiquadas
que não são mais praticadas. Além disso, os desenvolvedores de sites de cursos podem, sem
pensar, converter práticas de sala de aula ruins ou ineficazes em práticas on-line ruins,
simplesmente porque lhes são familiares.
A aplicação estratégica do que se sabe sobre como os seres humanos aprendem no ambiente
de aprendizagem a distância pode produzir uma aprendizagem que seja tão ou mais eficaz
que o ensino tradicional em sala de aula. Como vimos neste tema, a educação a distância
pode ser tão poderosa quanto o ensino presencial, mas, para aproveitar esse potencial,
educadores devem aplicar princípios de percepção e aprendizado adquiridos através de
pesquisas psicológicas cognitivas, comportamentais, educacionais e perceptivas.
Desafios da Educação a Distância on-line para Alunos
É importante destacar que não é apenas o contato e a interação entre estudante e professor
que determinará a construção da aprendizagem. Mesmo em sala de aula presencial, o que faz
com que haja a construção do conhecimento, além da mediação do professor, é a forma como
o aluno se coloca frente aos novos desafios e a nova aprendizagem.
Acesso às ferramentas
A primeira dimensão diz respeito às ferramentas que os alunos devem ter prontamente
disponíveis. O acesso fácil à internet e às tecnologias para acesso (computadores, notebooks,
tablets e celulares), em casa ou no trabalho, é uma das contribuições mais significativas para
o sucesso em ambientes de aprendizagem on-line. Uma instituição pode até fornecer uma
maneira conveniente e eficaz de garantir o acesso ao equipamento ou oferecer um minicurso
livre para demonstrar exatamente o que é uma experiência de aprendizagem on-line.
Preferências de aprendizagem
Os alunos podem estar preocupados em perder conteúdo com o ensino tradicional face-a-
face. Mas, na verdade, o ensino on-line potencializa a forma com que cada pessoa prefere
aprender. Por exemplo, cada um sabe a melhor maneira para se lembrar de um número de
telefone ou endereço. Algumas pessoas vão anotá-la, os outros vão dizer isso várias vezes, e
ainda outros vão fazer uma rima ou associação para lembrá-lo. Alguns preferem aprender a
partir do visual, outros são auditivos ou preferem aprender lendo e escrevendo. É importante
reconhecer que no ensino on-line essas diferenças e preferências podem ser facilmente
contempladas.
Hábitos de estudo
Objetivos e Finalidade
Os adultos têm diversas razões para a procura de experiências educacionais, como uma
atualização obrigatória de competências, uma exigência para créditos adicionais para manter
o licenciamento, a necessidade de mudar de carreira, ou um simples desejo de adquirir novos
conhecimentos. A realização desses objetivos, no entanto, é frequentemente sujeita à força da
motivação que impulsiona esses desejos. A motivação fortalece e favorece as condições
internas e externas que influenciam o comportamento e é um dos fatores mais importantes na
persistência no aprendizado on-line. Um estudante não motivado pode ter dificuldade em
completar um curso on-line.
Dessa maneira, a autora apresenta novas estratégias que são exigidas o gerenciamento:
• Tecnológico (softwares de apoio e de gestão dos processos e dos serviços). articulados com
a estrutura da própria instituição;
Para Roesler (2008, s/d) o sucesso de um projeto de educação a distância perpassa por:
• Avaliação institucional como ferramenta de tomada de decisão das ações das diferentes
áreas dos processos e serviços da educação a distância.
As ações da gestão da aprendizagem estão relacionadas umas com as outras de modo que a
ineficácia na execução de uma implica na ineficácia das outras, pois não podem ser
entendidas ou executadas como ações isoladas. As ações voltadas para a plena eficácia da
aprendizagem apresentam características e demandas próprias no planejamento, na
organização, no controle e na coordenação das equipes e das atividades para seu
desenvolvimento, (ROESLER, 2008).
A educação a distância transforma não só a gestão dos processos, mas também os papéis dos
que ensinam e dos que aprendem, pois a autogestão do ensino e da aprendizagem se
consolida como prática pautada na interlocução e na convivência com o outro, como meios
para um aprender autônomo, seja de forma individual ou coletiva. (ROESLER, 2008, s/p).
Equipe Multidisciplinar
Equipe Gestora
Essa equipe está diretamente envolvida com o controle acadêmico do aluno tais como:
frequências, notas, históricos escolares, matriz e programa do curso, carga horária,
requerimentos.
A quantidade de informação gerada, ano após ano, cresce consideravelmente, assim como as
pessoas que acessam, geram e compartilham conteúdos com as demais. A esse grupo, hoje
imerso na informação, acordou-se chamar de sociedade da informação ou sociedade do
conhecimento. Nessa sociedade, a quantidade de informações disponíveis é quase ilimitada e
sua peculiaridade é o caráter geral e ilimitado de acesso a elas.
Conhecimento não pode ser descrito, o que se descreve é a informação. Também não depende
apenas de uma interpretação pessoal como a informação, uma vez que requer uma vivência
do objeto do conhecimento. Assim, o conhecimento está no âmbito puramente subjetivo do
homem ou do animal.
Com elas, tornaram-se disponíveis diversos meios que permitem ao locutor fazer chegar até o
interlocutor as informações necessárias. E aqui podemos estabelecer uma analogia: o
professor também tem disponíveis recursos variados, que permitem que seu aluno obtenha
um maior número de informações e conhecimentos importantes para a sua formação.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. SOCIEDADE ANGOLANA, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
3.1. A Sociedade da Informação e do Conhecimento
3.2. Sistema de Gestão de Aprendizagem
3.3. História da educação a distância
3.4. A EAD como modelo educacional
3.5. Desafios do Planejamento do Programa de Educação a
Distância On-line
3.6. Desafios da Educação a Distância On-line
3.7. Desafios da Educação a Distância on-line para Alunos
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS