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IFPE – INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA / PE

COORDENADORIA DE ELETROTÉCNICA
DISCIPLINA: PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
PROFESSOR: JOSÉ MARCELO
TURMA: ELETROTÉCNICA / INTEGRADO / SEQÜENCIAL / M / T / N

PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PARA EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS


CRITÉRIOS BÁSICOS (com base na NBR-5410/04)

1. OBJETIVOS

Resumir os critérios e procedimentos básicos que o aluno deve adotar para elaboração do
projeto de instalação elétrica para uma residência / ou um edifício residencial.

2. ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE INSTALAÇÃO ELÉTRICA


PARA EDIFÍCIO RESIDENCIAL.

1º PASSO: Analisar os projetos arquitetônico e civil do edifício (plantas baixas, cortes e


detalhes), de preferência em conjunto com o arquiteto que o projetou.

2º PASSO: Fazer a previsão de carga de iluminação do pavimento tipo.

CRITÉRIOS:
 Para dependências com área menor ou igual a 6m², estima-se uma carga mínima de 100VA.
 Para dependência com área maior que 6m², estima-se uma carga mínima de 100VA, para os 06(seis) primeiros
metros quadrados e mais 60VA a cada 4m² inteiros.

3º PASSO: Fazer a previsão do número e potência das tomadas de uso geral do pavimento
tipo.

CRITÉRIOS PARA PREVISÃO DO NÚMERO DE TOMADAS:


 Em banheiros, pelo menos uma tomada junto ao lavatório.
 Em cozinhas, área de serviço, copas e copas-cozinhas, no mínimo uma tomada para cada 3,5m , ou fração de
perímetro, sendo que acima de cada bancada com largura igual ou superior a 0,30m deve ser previsto pelo menos
uma tomada.
 Em subsolos, varandas, garagens, circulação e sótãos, pelo menos uma tomada.
 Nas demais dependências, (salas, quartos, etc) , se a área for menor ou iguala 6m², pelo menos uma tomada; se a
área for superior a 6m², pelo menos uma tomada para cada 5m, ou fração do perímetro, espaçadas tão
uniformemente quanto possível.

CRITÉRIO PARA PREVISÃO DAS POTÊNCIAS DAS TOMADAS:


 Para as tomadas de uso específico, deve ser atribuída a potência nominal do equipamento a ser alimentado.
 Para as tomadas de uso geral em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e
locais análogos, no mínimo 600VA por tomada, até 3 tomadas e 100VA por tomada, para as excedentes.
 Nas demais dependências, prever uma carga de 100VA por tomada.

NOTA: As tomadas de uso específico devem ser instaladas no máximo a 1,5m do local previsto para a instalação do
equipamento a ser alimentado.

4º PASSO: Representar em planta baixa os pontos de consumo (iluminação, tomadas, etc.) e


os pontos de comando (interruptor, botão de campainha, etc.) do pavimento tipo.
Utilizar os símbolos constantes na norma ABNT NBR-5444. (Gab. E-26 - Trident)
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5º PASSO: Fazer a divisão das instalações do pavimento tipo em circuitos.
Deve-se procurar dividir os pontos ativos (iluminação e tomadas) de modo que as
potências dos circuitos sejam próximas, tanto quanto possível, para facilitar o
balanceamento das fases.

CRITÉRIOS PARA DIVISÃO DAS INSTALAÇÕES EM CIRCUITOS:


 Equipamentos com corrente nominal superior a 10A (2200VA-220V), devem ser alimentados por circuitos
individuais.
 Aparelhos de ar condicionado e aparelhos de aquecimento devem ter circuitos individuais.
 As tomadas da cozinha, copa-cozinhas e área de serviço devem fazer parte de um circuito exclusivo.
 Os circuitos de iluminação e circuitos de tomadas devem ser separados.
 Sempre que possível, deve-se projetar circuitos de iluminação com corrente em torno de 10A e de força com 15A .
NOTA: Todos os circuitos destinados a tomadas de uso específico e o circuito exclusivo da copa-cozinha devem possuir
aterramento.

6º PASSO: Locar em planta baixa o quadro de distribuição terminal do pavimento tipo.

CRITÉRIOS: OS QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO TERMINAL DEVEM SER LOCALIZADOS EM PONTOS


QUE SATISFAÇAM, EM GERAL, AS SEGUINTES CONDIÇÕES:
 No “centro geométrico “ de carga.
 Em local de fácil acesso.
 Em ambientes bem iluminados.

NOTA: Em residências, geralmente o quadro de distribuição terminal está localizado na cozinha ou em área de
circulação.

7º PASSO: Representar na planta baixa do pavimento tipo, o trajeto dos eletrodutos,


interligando os pontos de consumo e comando.
Interligar primeiro os pontos localizados no teto, depois os pontos do teto com os
pontos na parede.
NOTA: Devem-se distribuir os eletrodutos de modo que a queda de tensão para os
circuitos específicos seja a menor possível, ou seja, o percurso entre o quadro de
distribuição e o equipamento deve ser o mais curto possível.

8º PASSO: Definir os trajetos dos condutores e representar a fiação na planta de eletrodutos


do pavimento tipo.

Utilizar os símbolos constantes na norma ABNT NBR-5444. (Gabarito E-26 da


TRIDENT)

9º PASSO: Dimensionar as seções dos condutores e os disjuntores de proteção para os


circuitos do pavimento tipo.

CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAR AS SEÇÕES DOS CONDUTORES:


 Cálculo da corrente de projeto ( Ib ) :

SISTEMAS MONOFÁSICOS SISTEMAS TRIFÁSICOS

P(instalada )VA  P(instalada)VA


I B A   I B A  
V1 V  3 V3 V 

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Instalações Elétricas Prediais em Baixa Tensão - Critérios Básicos 2/5
 Capacidade de condução de corrente ( IZ ) - utilizando a corrente de projeto “IB” do circuito, e verificando a
maneira de instalar, dimensiona-se o condutor adequado para o mesmo. Se a temperatura ambiente for diferente
de 30ºC, deve-se aplicar o fator de temperatura (FT); se o número de condutores for superior a três, deve-se
aplicar o fator de agrupamento (FA ) para a correção da capacidade de condução de corrente dos condutores.
Estes fatores estão disponíveis em livros de instalações e catálogos de fabricantes. Adotando-se esses fatores de
temperatura e de agrupamento, tem-se:

I Z  I Z  FA  FT

Onde :
- Iz’ capacidade de condução de corrente corrigida.
- Iz capacidade de condução de corrente para 2 condutores carregados em um mesmo eletroduto ( a
30oC ).

 Máxima queda de tensão admissível - utilizando a corrente de projeto “IB” do circuito, a distância da carga à
fonte, a tensão da fonte e a queda de tensão admissível utilizam-se as fórmulas abaixo para dimensionar os
condutores:

SISTEMAS MONOFÁSICOS SISTEMAS TRIFÁSICOS

2 IB l   3  IB  l  
S S
V1  V % V3  V %

Onde : S = Seção do condutor ( mm2.) l = Distância da carga à fonte ( m )


V = Tensão da fonte ( V ) V% = Queda de tensão percentual ( 1/100 )
 = Resistividade do material ( .mm2/m )

NOTA:
 Alguns livros e catálogos trazem variações deste tipo de cálculo, tais como, W . m e V/ A.km.
 Seções mínimas de condutores segundo a ABNT: - Circuitos de Iluminação - 1,5mm²
- Circuitos de Força - 2,5mm²
 Os circuitos de tomadas de corrente são considerados como circuitos de força.
 A queda de tensão entre a origem de uma instalação e qualquer ponto de utilização não deve ser
superior aos valores da tabela abaixo, dados em relação ao valor nominal da instalação.
 O valor da resistividade ( ) do cobre é aproximadamente 0,018  . mm² / m.

LIMITES DE QUEDA DE TENSÃO ESTABELECIDOS PELA ABNT

INSTALAÇÃO QUEDA MÁXIMA (%)


A Alimentada diretamente por um ramal de baixa tensão, a partir 4
de uma rede de distribuição pública de baixa tensão.
B Alimentada por subestação ou transformador, a partir de rede 7
de distribuição pública em alta tensão.
C Com fonte própria. 7

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CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAR OS DISJUNTORES DE PROTEÇÃO DOS CIRCUITOS:

 Deve-se utilizar o critério de seletividade entre o dispositivo de proteção e a capacidade de condução dos
condutores:
a) IB  IN  Iz’
b) IN  IB / 0,85

Onde IN = Corrente nominal do elemento de proteção

10º PASSO: Dimensionar o diâmetro dos eletrodutos do pavimento tipo.

CRITÉRIOS:
 As dimensões internas dos eletrodutos e respectivos acessórios de ligação devem permitir instalar e retirar
facilmente os condutores ou cabos após a instalação dos eletrodutos e acessórios. Para isso é necessário que:

a) A taxa máxima de ocupação em relação à área da seção transversal dos eletrodutos não seja superior a 40%.
b) Não haja trechos contínuos (sem interposição de caixas ou equipamentos) retilíneos de tubulação maiores que
15m, sendo que, nos trechos com curvas, essa distância deve ser reduzida de 3m para cada curva de 90º.
c) Fórmula:

2 2 2

D a d  a d
1 1 2 2
 ...  a n  d n
TMO
Onde: D = diâmetro nominal do eletroduto
a1,, a2, ..., an, = números de condutores de mesmo diâmetro.
d1,, d2, ..., dn = diâmetro externo dos condutores
TMO = taxa de máxima ocupação

Obs: As tabelas estão na pág. 118 do livro Instalações Elétricas de Júlio Niskier

11º PASSO: Organizar o quadro de cargas e diagrama unifilar do pavimento tipo.

12º PASSO: Definir o tipo de fornecimento para alimentação do pavimento tipo.


Utilizar a norma da CELPE correspondente.

13º PASSO: Repetir do 2º ao 11º passo, para a área do condomínio.


( Hall social, hall de serviço, escada, estacionamento, elevadores, casa de bombas,
salão de festas, cobertura, etc. ).

14º PASSO: Locar o centro de medição.


Localizá-lo no pavimento térreo ou subsolo. Utilizar a norma CELPE
correspondente.

15º PASSO: Definir e representar em planta baixa, o trajeto dos circuitos de alimentação dos
pavimentos tipos e do condomínio, do centro de medição ao quadro de
distribuição terminal correspondente.

16º PASSO: Dimensionar os condutores dos circuitos de alimentação, os eletrodutos, e caixas


de passagem dos pavimentos tipos e do condomínio.

17º PASSO: Desenhar o esquema vertical (Prumada) do edifício.


Utilizar a norma CELPE correspondente.

18º PASSO: Calcular a demanda do edifício e definir o tipo de fornecimento de energia


Nesse esquema devem ser representados todos os eletrodutos/circuitos que passam de
um pavimento para outro. Começar pelo centro de medição e mostrar todas as suas
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interligações com os apartamentos e condomínio (apresentando os quadros de
distribuição, caixas de passagens, etc).

19º PASSO: Elaborar o diagrama unifilar (geral) do edifício.

20º PASSO: Elaborar o Memorial Descritivo.


A parte descrita deve ser composta de :

a) Memorial Descritivo.

1- Finalidade do Projeto.
2- Localização do imóvel.
3- Derivação, características do condutor e comprimento do ramal de ligação.
4- Carga a instalar e dimensionamento da instalação.
5- Tipo de subestação, quando for o caso.
6- Proteção.
7- Medição.

b) Cálculo Elétrico.
O cálculo elétrico será exigido para o dimensionamento dos condutores e proteção, levando-
se em consideração a carga e distância, tudo para uma boa regulação e pequena perda de
energia. Deverá apresentar quadro resumo de todas as cargas instaladas no edifício, contendo:
1- Tomadas/iluminação: (kVA).
2- Aparelhos de aquecimento: (quantidade, kVA).
3- Aparelhos de ar condicionado: (quantidade, kVA).
4- Elevadores: (quantidade, kVA).
5- Motores: (quantidade, kVA).
6- Subestação.

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