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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO –P2

Yasmin Rezende- 201920555

No presente trabalho irei discorrer sobre a temática do processo de Execução na Justiça


Trabalhista, apontando suas principais características.

O processo de execução trabalhista da ordem jurídica nacional pode ser entendido como meio
de cumprimento da obrigação decorrente de pretensão formulada judicialmente na fase de
conhecimento, que tenha sido reconhecida pelo Estado mediante tutela jurisdicional constituindo
título executivo judicial ou resultante de uma norma legal. A obrigação contida no título
extrajudicial. Humberto Teodoro Jr. Em suma, ele concebe o processo de recuperação como um
processo que "destina-se a satisfazer de forma independente o crédito" do credor.

Sabe-se que, para o cumprimento da obrigação, ela deve ser certa não passível de alteração por
recurso ou cassação da decisão proferida no âmbito do auxílio emergencial temporário, líquida e
houver valor ou objeto individual e exigida não depende de um termo ou condição.

As modalidades de execução são as baseadas no título executivo judicial e extrajudicial. Os


títulos judiciais estão definidos nos artigos 876 da CLT e 515 do NCPC, enquanto os títulos
executivos extrajudiciais estão definidos nos artigos 876 da CLT e 784 do NCPC. Nos processos de
execução de títulos judiciais, é competente para o processamento o tribunal que conheceu do
processo de conhecimento (art. 877-A, CLT), no caso de títulos extrajudiciais, o tribunal que teria
competência na hipótese de o processo de conhecimento será competente.

Vale abrir parênteses e explicar que a implementação pode ser provisória ou definitiva. É
provisório se o título executivo for provisório, se houver sentença deferindo pretensões, mas ainda
não houver trânsito em julgado, ou seja, decisão transitada em julgado contra a qual não cabe recurso.
Definitiva será a execução de sentença já transitada em julgado, da qual não cabe recurso, ou quando
o título for extrajudicial (Súmula nº 317 do STJ).

Quanto às obrigações, na execução elas podem ser sintetizadas a priori em quatro tipos:

(1) devedor principal,

(2) sócio,

(3) devedor secundário e

(4) aquele grupo econômico.


O devedor principal é o destinatário dos serviços laborais, que esteja ligado ao trabalhador por
contrato de trabalho ou prestação de serviços. Responde como responsabilidade legítima em qualquer
demanda relacionada ao trabalho.

A responsabilidade do sócio da sociedade só é possível em caso de desrespeito à subjetividade


jurídica na acepção do artigo 28, § 5º do CDC e do artigo 133 do NCP, que tratam da teoria objetiva
(secundária) - em que a mera comprovação da inexistência de bens sociais é suficiente para atingir o
patrimônio do sócio - e incidente de desconhecimento da subjetividade jurídica.

A responsabilidade do devedor subsidiário é regulada no § 331 Coll. TST, que estabelece a


obrigação que o destinatário dos serviços tem para com o empregado da empresa prestadora de
serviços, caso este preste serviços diretamente ao destinatário. Se o destinatário dos serviços for um
particular, a simples violação dos deveres laborais é suficiente para responsabilizar o destinatário.
Porém, se o devedor for administração pública, além do descumprimento das obrigações, deve haver
conduta culposa. Vale esclarecer que essa responsabilidade só incidirá se o devedor for incluído
como réu na ação trabalhista em fase de conhecimento.

Por fim, no tocante às obrigações previstas no art. 2º § 2º da CLT, considera-se solidariamente


responsável com as demais empresas integrantes de um grupo econômico, ainda que dotado de
personalidade jurídica própria, as demais que o integram. Nesse caso, a responsabilidade do co-
devedor permanecerá independentemente de a empresa excluída figurar como ré na reclamação
trabalhista em fase de conhecimento.

Transitada a decisão e não cabendo recurso, inicia-se o incidente de liquidação da sentença, nos
casos de sentença condenatória e nos casos em que o compromisso não for anulado. Este processo de
liquidação pode ser conduzido por

(i) cálculos aritméticos,

(ii) arbitragem e

(iii) por artigos e pode ser conduzido por um contador judicial, um perito nomeado por um
juiz ou pelas partes.

Feita a liquidação, o juiz determinará a intimação da União para se pronunciar e, caso julgue
necessário, as partes serão intimadas. Decorrido o prazo sem impugnação do laudo, o juiz profere
decisão liminar homologando o laudo.

Como na justiça do trabalho o processo não é sincrético (processo em que a execução é uma
etapa processual), após a ocorrência da liquidação judicial (no caso de execução de título judicial), o
devedor deve ser citado. O juiz fará a citação, penhora e lançamento, e o devedor tem três opções:
pode ficar inativo; pode pagar a dívida; podendo nomear os bens a serem penhorados ou ser fiador da
sentença, caso tenha interesse em interpor embargos à execução. Se o pagamento não for feito no
prazo legal de 48 horas (artigo 880, CLT), o oficial de justiça procederá à penhora dos bens do
devedor. No entanto, havendo garantia judicial, o devedor terá o prazo de 5 dias para interpor
embargos à execução.

Caso seja aplicado embargo à execução e concedido efeito suspensivo, o processo será
suspenso (art. 921, II, CPC). Não havendo esse efeito suspensivo, o procedimento de execução será
realizado mediante as seguintes hipóteses: (1) apropriação de frutos e rendas, (2) leilão ou venda e (3)
decisão judicial. A execução também pode ser encerrada pelo perdão da dívida (pagamento). O leilão
e/ou carregamento pode ser feito por leilão público (nas modalidades “praça” para bens móveis e
“leilão” para bens imóveis) ou leilão judicial (que pode ser eletrônico ou presencial).

Por fim, a extinção da obrigação pode dar-se pelas hipóteses do artigo 924.º do Código Civil,
das quais destacamos o cumprimento da obrigação mediante pagamento como a principal (inciso II).
O pagamento poderá ser feito à vista ou nas parcelas previstas no art. 895 e 916 CPC.

Quando o réu é um bem público, o procedimento segue uma direção diferente. Após a decisão
de aprovar a liquidação, o Ministério da Fazenda pode efetuar o pagamento por meio de Precatório
ou Requisição de Pequenos Valores (RPV). Isso quando a dívida for inferior a 60 salários mínimos se
o réu for a União, 40 salários mínimos se o réu for o estado ou DF, e até 30 salários mínimos se o réu
for município. O regime precatório está previsto no artigo 100 da CRFB para o pagamento de dívidas
de valor superior a 60 salários mínimos, que estão sujeitas a regras preferenciais para maiores de 60
anos e com crédito alimentação.

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