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Os Povos Pré-Cabralinos

UMA GRANDE VARIEDADE NATIVA

 Quando os portugueses ancoraram no litoral brasileiro, já existiam cerca de dois milhões de indígenas integrando os povos pré-cabralinos;
 Dentre todos os povos indígenas que habitaram o Brasil, pode-se destacar: Pataxó
Nambikwara;
Macro-je;
Aruaque.
 Os Tupis formaram o maior grupo indígena da época anterior ao descobrimento;

↳ A família linguística tupi-guarani foi a encontrada em maior número;


↳ Desenvolveram aldeias compostas por uma população variando entre 500 e 800 habitantes;
↳ Plantavam batata-doce, milho, pacova, abacaxi, mandioca, entre outras culturas.

CULTURA E SOCIEDADE PRÉ-CABRALINA

 Os nativos das terras brasileiras possuíam sua própria cultura, religião e costumes, ao passo que viviam basicamente da caça, pesca e agricultura;
 Confeccionavam objetos artesanais com elementos da natureza: cerâmica, palha, cipó, madeira, dentes de animais...;
 A religião indígena baseava-se na crença em espíritos de antepassados e forças da natureza;
 Os indígenas do Brasil pré-cabralinos viviam em tribos;
CACIQUE: Chefe político;
PAJÉ: Responsável pela vida religiosa e tratamentos medicinais, através da cura com ervas, plantas e rituais místicos.

“Descobrimento” do Brasil

CONTEXTO HISTÓRICO
 O período de transição da Idade Média para a Idade Moderna houve a quebra de diversos paradigmas, muitas coisas que se eram acreditadas
estavam sendo questionadas junto à evolução das ciências;
 Momento de exploração e de ir atrás do inimaginável e ultrapassar as fronteiras - Busca pelo paraíso, explorar os monstros e sereias que estavam
no mar e verificar se a Terra era plana;
 No início do século XV, as grandes navegações se tornaram interesse de todas as nações e pessoas
Comerciantes: Criar novas rotas de comércio;
Estabelecer novas comunicações;
Comercializar com novos povos;
Acesso à novos produtos.
Rei: Oportunidade de expandir as riquezas, territórios e poder, uma vez que, a Europa estava passando por crise financeira.
Nobreza: Ajudando o Rei nessas navegações iriam conseguir poder, cargos e posições melhores na hierarquia.
Igreja: Mais posses territoriais;
Maior influência;
Aumentar o número de catequizados;
População: Fugir da opressão;
Migrar para um lugar de melhores condições de vida.
OBS: O único grupo que não tinha nada a ganhar com as grandes navegações eram os empresários agrícolas, porque eles necessitavam cada vez
mais de mão de obra para trabalhar em suas terras e a população estava migrando e/ou procurando mais locais.
FATORES FAVORÁVEIS À PORTUGAL
 Portugal foi o primeiro Estado a se unificar;

↳ Enquanto outros países estavam tendo brigas drásticas de sucessão de trono ou estavam discutindo sobre o que era parte da nação, o que não
era, quem estava junto e quem não estava; Portugal não, porque já havia passado pela Revolução de Avis e estavam se organizando para sair
navegando;
 A política interna foi favorável para o “descobrimento” de diversas áreas;
 Grande experiência com o comércio à longa distância;
 Alta tecnologia para a época;
 Posição geográfica estratégica – Portugal está situada na beirada Europa, sendo favorecido pelas correntes marinhas da região;
PRINCIPAL INTERRESE DE PORTUGAL
 Ouro – “O Governo com poder é aquele que tem metais preciosos”;
 Especiarias (pimenta, açúcar, gengibre, canela, orégano...) – Fama de algo raro e precioso, uma vez que, era-se difícil de obter. Ademais,
auxiliavam no tempero da comida deixando-a com qualidade.
A CHEGADA DOS PORTUGUESES NO BRASIL
 22/04/1500: Pedro Alvares Cabral chega com sua frota no Brasil após o rei oficializar sua expedição - Antes disso, Portugal já sabia da
existência das terras porque vários navegantes espanhóis já haviam passado por Maranhão, Ceará e Fortaleza;
 1492: Descoberta da América (pelo Caribe).
 No primeiro momento, não houve grande entusiasmo dos europeus para ocupar, para conhecer, para explorar essa nova terra – A primeira
riqueza encontrada foi o PAU-BRASIL, uma árvore que cresce bastante, ela demora décadas para crescer, mas ela pode chegar a até 30 metros.
A madeira dela é muito boa para construir barcos, para construir móveis e ela soltava tinta v ermelha que não saia da roupa (os indígenas tinham
uma técnica de juntar a madeira do Pau-Brasil né, a casca da árvore com algumas sementes e formar uma tinta)

A QUESTÃO INDÍGENA
RELATIVISMO CULTURAL: “Cada qual considera bárbaro aquilo que não é da sua terra” – O que não é nosso, o que não é da nossa cultura, o que
não é da nossa originalidade, o que a gente não pratica, a gente considera bárbaro.
 A alteridade (o que é característico do outro) dos indígenas não foi respeitada – Os portugueses chegaram aqui e viram toda uma civilização, um
conjunto de várias populações com sua própria língua, sua própria cultura, com suas próprias práticas e não respeitaram. Não só consideraram
inferior, mas consideraram que eles tinham que mudar aquilo;
 Os indígenas brasileiros não são um povo homogêneo.
Capitanias Hereditárias e Brasil Colônia
 TRATADO DE TORDESILHAS (1492): Tratado entre Portugal e Espanha, dividindo as terras do novo mundo, que eles haviam descoberto, ou
seja, Portugal e Espanha dividiram o mundo em dois hemisférios, numa linha imaginária para dividir
 FEITORIA (primeira tentativa de exploração do litoral brasileiro): As feitorias eram basicamente entrepostos comerciais, fortificados, na região
costeira com o objetivo de centralizar e de organizar o comércio, principalmente o comércio de bens da metrópole;
 CAPITANIAS HEREDITÁRIAS: Foi a primeira tentativa (realmente) de administração do Brasil por parte de Portugal;
Portugal dividiu a costa brasileira em 15 capitanias e deu essas capitanias aos famosos capitães donatários
(membros de pequena nobreza – ricos e burgueses) - Os capitães donatários eram possuidores, mas não eram proprietários das terras, ou seja,
eles têm um poder administrativo, mas eles não são donos daquele pedaço de terra;
 Até 1808, enquanto a coroa portuguesa não vier para o Brasil, a administração será remota;
o SESMARIAS (futuros latifúndios): Eram extensões virgens de terra, que eram dadas aos sesmeiros que tinham o
compromisso de cultivar essas terras em cinco anos e dar os impostos devidos para a coroa.
 Junto com o Tomé de Souza, o primeiro Governador Geral, chegaram os primeiros jesuítas (membros da igreja católica, que vieram para o Brasil
para instalar fé católica, para catequisar os índios, para trazer esses ensinamentos, que para eles eram muito importantes) no Brasil.
Ciclo do Açúcar, Escambo e Economia Colonial

FATORES DA ECONOMIA COLONIAL

 Escambo: Os lusitanos trocavam a madeira que os indígenas cortavam por canivetes, espelhos, objetos de metal, madeira... (mais ou menos entre
1500 e 1535 foi o momento onde essa troca foi mais frequente);

↳ Pau-Brasil - Não só por que a madeira era muito forte, muito boa para fazer embarcações, móveis e tudo mais, mas porquê da casca da árvore
produzia-se tinta vermelha (acabou virando um símbolo de nobreza, justamente pela raridade, pelo preço e tudo mais);

FUNÇÂO DA COLÔNIA: Gerar lucro econômico, garantindo produtos e ganhos para as metrópoles.

POLÍTICA ECONÔMICA DA METRÓPOLE: Baseada em incentivo comercial, em produtos que seriam exportáveis em grande escala e na grande
propriedade (latifúndios eram forma de garantir que tivesse uma grande produção, para ter um grande comércio, além da produção de excedentes.

↳ Pantation (monocultura): Produção em larga escala de um elemento que é exportável - Gera muito comércio, gera muito lucro e satisfaz os
interesses da metrópole;
 Escravidão: O Brasil vai se tornar um país escravista, ou seja, a população escrava corresponde a grande parte ou maioria da população e os
escravos estão envolvidos na atividade de maior importância econômica;
Se manteve por quase 400 anos;
Inicialmente foi a ESCRAVIDÂO INDÍGENA, porque os índios já estavam aqui, então era uma mão de obra presente além da
forma religiosa de sujeição, catequizar os índios, tornar os índios mais europeizados, tornar os índios cristãos, era também impor
uma cultura.
RAZÕES PELA TROCA DA ESCRAVIDÃO INDÍGENA PELA ESCRAVIDÃO AFRICANA: Cultura incompatível com a
escravidão (a cultura indígena diz tudo sobre subsistência); Os índios não foram passivos à escravização; Catástrofe demográfica (o
fato de os portugueses terem dizimado a população indígena dificultou que eles fossem escravizados); Catequização por “guerras
justas”; Os escravos africanos eram altamente especializados; A escravidão ocorria na África por motivos de guerra, por motivo de
rivalidades políticas.

↳ 1758: A coroa baniu oficialmente a escravidão dos indígenas.


 Exclusivo Colonial: Impedir ao máximo que navios estrangeiros chegassem trazendo objetos, materiais, comércio e limitar também o comércio
da colônia à metrópole - Basicamente, o Exclusivo Colonial era garantir que o Brasil só recebesse produtos portugueses e só vendesse para
Portugal.

“CICLO” ECONOMICO DO AÇÚCAR

 O açúcar era uma especiaria, um item caríssimo e de difícil obtenção (desde a transformação de uma cana até o açúcar refinado, é um processo
muito longo que envolve vários fatores);
 O açúcar não é originário do Brasil, mas se estabeleceu muito bem, principalmente no litoral – O terreno brasileiro era muito fértil;
 Entre 1530 e 1550: Começaram a ser feitos vários engenhos, instalar várias plantações de açúcar em todas as capitanias hereditárias;
 Os maiores centros açucareiros foram em Pernambuco e na Bahia;
 O Brasil produziu o que se chamava de "açúcar barreado", antes de refinado, ele poderia ser transformado no açúcar mascavo (valor menor, mas
mesmo assim continuava sendo muito produtivo e muito comercializado).
Escravidão no Brasil
Iniciou-se em meados de 1530, quando os portugueses começaram a implantar de maneira efetiva as medidas de colonização da América portuguesa.
OBJETIVO DO PROCESSO DE ESCRAVIDÃO: Atender as demandas portuguesas por mão-de-obra para trabalhar na lavoura e, posteriormente, na
mineração.
ORIGEM DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL
 Teve início no século XVI, com a implantação do sistema de capitanias hereditárias e se deu início ao processo de colonização do Brasil;

↳ Até então, os portugueses apenas haviam explorado o pau-brasil presente na região e o comércio realizado com os indígenas era feito
através do escambo, ou seja, através da troca de serviços ou mercadorias sem fazer uso de moeda - Os portugueses davam algumas bugigangas (objetos
como apitos, espelhos, chocalhos) para os indígenas e, em troca, os nativos deveriam cortar as árvores de pau-brasil e carregar os troncos até as
caravelas portuguesas.
 A partir da implantação das capitanias hereditárias, começaram a ser incentivados o desenvolvimento de engenhos de produção do açúcar. –
Essa atividade era considerada mais complexa e demandava uma grande quantidade de trabalhadores braçais (atividade considerada inferior
pelos portugueses)

↳ A solução encontrada pelos colonizadores portugueses foi de escravizar os indígenas, que, até então, era a única mão-de-obra disponível
para esse trabalho. 
ESCRAVIZAÇÃO DOS INDÍGENAS
 Estima-se que até o século XVII, os indígenas tenham sido a única mão-de-obra escrava que os portugueses dispunham, quando, então, os
escravos africanos começaram a se tornar maioria no Brasil;
 Para os portugueses, era muito mais barato escravizar um indígena, em relação à um africano:
 Os índios não estavam familiarizados com o trabalho contínuo para a produção de excedentes , característica que fazia parte da cultura
europeia;
 Os conflitos que ocorreram entre os colonizadores e os jesuítas - Esses conflitos aconteciam, pois os jesuítas eram contra a escravização
dos indígenas e consideravam-os como um grupo que poderia ser catequizado;

↳ A pressão dos jesuítas sob a Coroa foi tão grande que foi decretado a proibição da escravização dos indígenas. Apesar disso, em
muitos lugares a prática continuou, principalmente em locais onde a economia não era tão próspera. 

ESCRAVIZAÇÃO DOS AFRICANOS

 Em meados de 1550 começaram a chegar os primeiros africanos ao Brasil, trazidos por meio do tráfico negreiro;
 Os portugueses possuíam feitorias instaladas desde o século XV na África e, desde então, mantinham relações comerciais com os reinos
africanos, que incluíam a compra de escravos;
 A colonização no Brasil foi se desenvolvendo e a necessidade por mais mão-de-obra era cada vez maior, o que fez com que o comércio de
escravos africanos prosperasse muito;
 O tráfico negreiro era extremamente lucrativo, tanto para os traficantes, quanto para a Coroa Portuguesa;
 Os escravos vinham para o Brasil amontoados dentro dos porões de navios (denominados navios negreiros) e eram vendidos nos portos
brasileiros - Durante a longa viagem pelo Atlântico, muitos africanos não sobreviviam e seus corpos eram lançados no mar, como uma
alternativa de diminuir o peso nos navios;
 Os escravos africanos, primeiramente, atenderam às demandas da produção de açúcar nos engenhos. As jornadas de trabalho
eram exaustivas, chegando a 20 horas por dia e, além disso, eram marcadas pela violência vinda dos senhores de engenho. 
 O trabalho feito pelos escravos africanos era considerado muito mais pesado do que trabalhar nas plantações. Isso é comprovado pelo fato de que
nas moendas (local em que a cana-de-açúcar era moída para extrair seu caldo) era comum ocorrer acidentes em que os escravos acabavam
perdendo mãos ou braços;
 Nas fornalhas e nas caldeiras (local onde ocorria o cozimento do caldo de cana) os escravos constantemente se queimavam - Essa etapa do
trabalho era considerada tão árdua, que acabava sendo reservada para os escravos que eram considerados mais rebeldes;
 O tratamento recebido pelos escravos era desumano - A alimentação, muitas vezes, era insuficiente e os escravos precisavam complementá-la
com os alimentos obtidos de uma pequena lavoura que cultivavam aos domingos. Além disso, eles dormiam no chão da senzala e eram
monitorados constantemente para evitar que fugissem. 
 Os escravos que trabalhavam na casa-grande (residência dos donos dos escravos) recebiam um tratamento melhor. Eram alimentados e bem
vestidos. Além disso, havia escravos que trabalhavam nas cidades em ofícios dos mais variados tipos.

O FIM DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL


 O Brasil foi o último país ocidental a abolir o trabalho escravo;
 13/05/1888: Princesa Isabel sanciona a LEI ÁUREA, decretando extinta a escravidão - Apesar disso, a abolição foi um  longo processo
estimulado pelo debate público e pelas pressões vindas da Inglaterra, que queria o fim do tráfico de escravos pelo Atlântico.  
 O processo de libertação dos escravos aconteceu gradativamente através de medidas legais que tentavam propor resoluções relacionadas à
escravidão:
 LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS (1850): Visava a proibição do tráfico negreiro. Através dessa lei, foi possível impedir a fonte que renovava
os números de escravos no território brasileiro;
 LEI DO VENTRE LIVRE (1871): Também conhecida como Lei Rio Branco, determinava que os filhos de mulheres escravizadas
nascidos a partir desta data seriam considerados livres;
 LEI DOS SEXAGENÁRIOS (1885): Também conhecida como Lei Saraiva-Cotegipe, concedia liberdade para os escravos com mais de
60 anos de idade.
 Os escravos tiveram papel essencial no processo de desestruturação da escravidão no Brasil - Resistiram organizando fugas em massas e revoltas
contra os senhores de engenho, formando quilombos, entre outras ações;
 A pressão popular e as constantes revoltas dos escravos obrigaram o Império a abolir o trabalho escravo;
 No entanto, os escravos que foram libertos continuaram sofrendo com o preconceito e com a falta de oportunidades.

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