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Fundamentos Básicos de Instalações Elétricas Prediais

1 – O SISTEMA ELÉTRICO E SUAS ETAPAS


Um sistema elétrico, na sua concepção mais geral, é constituído pelos equipamentos e materiais
necessários para transportar a energia elétrica desde a usina geradora (fonte) até os pontos onde ela será
utilizada ou consumida (carga).
Etapas Básicas: Geração, Transmissão, Distribuição e Utilização (ou Consumo).
a) Geração de Energia Elétrica:
É desenvolvida nas usinas geradoras que produzem energia elétrica por transformação, a partir
das fontes primárias. As usinas podem ser classificadas em:
• Hidroelétrica, que utilizam a energia mecânica das quedas d’água;
• Termoelétricas, que utilizam a energia térmica da queima dos combustíveis (carvão, óleo
diesel, gasolina, gás natural etc.);
• Nucleares, que utilizam a energia térmica proveniente da fissão ou fusão nuclear (urânio,
plutônio, tório etc.).
b) Transmissão de Energia Elétrica:
Como os geradores são para potências elevadas (MW) e a tensão gerada é razoavelmente baixa
(kV), a corrente elétrica no gerador é de grande intensidade (kA). Portanto, se faz necessário que seja
construída perto da usina geradora uma subestação elevadora de tensão.
Dentro dessa subestação, são colocados os transformadores elevadores, que recebem dos
geradores as tensões, em geral, de 6,9 kV ou 13,8 kV e elevam-nas para as tensões de transmissão, que
são de 138 kV, 230 kV, 500 kV etc. Como a corrente produzida (pelos geradores) é muito alta,
inviabilizando o transporte até os centros de consumo, eleva-se a tensão (conseqüentemente, diminuindo
a corrente para um mesmo valor de potência) para que se faça a transmissão dessa energia a longas
distâncias através de torres de transmissão, com bitolas de condutores mais finas e menores perdas na
linha. Muitas vezes segue-se a transmissão uma etapa intermediária denominada de sub-transmissão, com
tensões um pouco mais baixas, normalmente 69 kV.
c) Distribuição de Energia Elétrica:
As linhas de transmissão alimentam subestações abaixadoras, geralmente situadas nos centros
urbanos; delas partem as linhas de distribuição primária. Estas podem ser aéreas, utilizando cabos nus, ou
subterrâneas, utilizando cabos isolados. As linhas de distribuição primária, com tensões de 13,8 kV,
alimentam indústrias e prédios de grande porte; e as linhas de distribuição secundária, com tensões de
220 V (entre fase e neutro) e 380 V (entre fases), alimentam os chamados pequenos consumidores:
residências, pequenos prédios, oficinas, pequenas indústrias etc.
d) Utilização da Energia Elétrica (Consumo):
Ocorre nas instalações elétricas, onde a energia é transformada pelos equipamentos elétricos em
energia mecânica, térmica ou luminosa, para ser finalmente utilizada.

2 – FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA


O fornecimento de energia elétrica pode ocorrer das seguintes maneiras:
a) Ligação Provisória: parques de diversões, circos, feiras, exposições, solenidades festivas,
vendedores ambulantes e obras públicas, com carga instalada até 50 kW e prazos preestabelecidos.
b) Ligação de Obras: efetuada com medição, sem prazo definido, para atendimento de obra de
construção civil ou reforma de edificação.
c) Ligação Definitiva: correspondem as ligações das unidades consumidoras com medição e em
caráter definitivo, de acordo com um dos padrões indicados nas Normas da Concessionária.

2.1 – Definições Importantes


Alguns dos termos técnicos mais utilizados em normas de fornecimento de energia elétrica:
Energia Elétrica Ativa: energia elétrica que pode ser convertida em outra forma de energia,
expressa em quilowatts-hora (kWh).
Energia Elétrica Reativa: energia elétrica que circula continuamente entre os diversos campos
elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em
quilovar-hora (kvarh).
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Carga Instalada: Soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados na unidade
consumidora, em condições de entrar em funcionamento, expressa em quilowatts (kW).
Demanda: Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela
parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo
especificado.
Demanda Medida: Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no
intervalo de 15 minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).
Ponto de Entrega: Primeiro ponto de fixação dos condutores do ramal de ligação na propriedade
do consumidor. É o ponto até o qual a concessionária se obriga a fornecer energia elétrica, com a
participação nos investimentos necessários, responsabilizando-se pela execução dos serviços, pela
operação e pela manutenção.
Ramal de Ligação: Conjunto de condutores e acessórios instalados pela concessionária entre o
ponto de derivação da rede secundária e o ponto de entrega.
Ramal de Entrada: Conjunto de condutores, acessórios e equipamentos instalados pelo
consumidor, a partir do ponto de entrega até a medição.
Ramal Alimentador: Conjunto de condutores e acessórios instalados pelo consumidor, após a
medição para alimentação das instalações internas da unidade consumidora.
Subestação: Parte das instalações elétricas da unidade consumidora atendida em tensão primária
de distribuição que agrupa os equipamentos, condutores e acessórios destinados à proteção,
medição, manobra e transformação de grandezas elétricas.

2.2 – Definição da Tensão de Alimentação


Os alimentadores são definidos de acordo com a carga do consumidor e os níveis de tensão mais
utilizados na alimentação dos consumidores, são os mostrados abaixo:
1. Alimentação em Baixa Tensão:
• 220 V (Monofásico), Carga Instalada ≤ 15 kW
(Iluminação e Motores 1φ)
• 380/220 V (Trifásico), 15 kW < Carga Instalada ≤ 75 kW
(Iluminação e Motores 3φ)
2. Alimentação em Alta Tensão (Alta Tensão de Distribuição):
• 13,8 kV (Trifásico), 75 kW < Carga Instalada ≤ 2,5 MW
(Transformador ou Subestação Particular)
3. Alimentação em Alta Tensão (Tensão de Sub-Transmissão):
• 69 kV (Trifásico), Carga Instalada > 2,5 MW
(Subestação Particular)

Na área de concessão da COSERN, a energia elétrica disponível, para todo o Rio Grande do
Norte, tem as seguintes características: em BT = 380/220 V, 60 Hz, com sistema a 4 fios (3F + N).
em AT (MT) = 13,8 kV, 60 Hz, com sistema a 3 fios (3F).

OBSERVAÇÕES:
• Em instalações monofásicas não é permitida a utilização dos seguintes equipamentos:
1) máquina de solda com potência > 3 kVA
2) motores 1φ com potência > 3 cv
• Alimentação de motores 3φ com potência > 7,5 cv, necessariamente tem que ser realizada através
de chave de partida com redução da corrente (estrela-triângulo ou compensadora).

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FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA


PARA UMA UNIDADE CONSUMIDORA
ALIMENTADA EM BAIXA TENSÃO
Rede de Distribuição Primária
(Exemplo do Padrão de Entrada) Alta Tensão – AT

Conexões do Transformador

Ramal de Ligação
(da Concessionária) Transformador
de Distribuição

Rede de Distribuição Secundária


Baixa Tensão – BT
Ramal de Entrada
(do Consumidor)

Ponto de Entrega Condutor de Aterramento


(Limite) do Transformador
Quadro Geral de Entrada
(Medição e Proteção Geral)

Ramal Alimentador
(Quadro Terminal de Cargas)

Haste de Aterramento do Quadro Haste de Aterramento do Sistema


Geral da Unidade Consumidora Elétrico da Concessionária
(Neutro e Condutor Terra) (Neutro da Rede Secundária)

A instalação elétrica é uma das etapas extremamente importantes de uma construção (casas,
apartamentos, comércio, indústria etc.), portanto as instalações elétricas devem ser preocupação de todos
os profissionais envolvidos (engenheiros, técnicos e eletricistas) e usuários (proprietários e todos que
fazem uso da eletricidade). Porém, compete aos engenheiros e técnicos elaborarem os projetos de acordo
com as Normas vigentes (NBR 5410, NBR 5444, Normas e Padrões da Concessionária Local etc.).
A preocupação com a elaboração do projeto, com a execução correta das instalações e com a
utilização de componentes de boa qualidade, contribui diretamente para a conservação de energia.

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3 – OS ÓRGÃOS OFICIAIS E AS NORMAS TÉCNICAS


ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica.
NB-3 - Surgiu em 1960 como resumo da norma americana (NEC - National Electrical Code).
NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão - Procedimentos.

3.1 – Norma NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão - Procedimentos:


⇒ Instalação elétrica de baixa tensão: é uma instalação que tem tensão igual ou inferior a 1.000 V em
corrente alternada (CA) ou 1.500 V em corrente contínua (CC).
⇒ Em 1990 foram feitas algumas alterações na NBR 5410:
Verificação Final da Instalação, antes da Alimentação (Certificado de Inspeção);
Condutor de Proteção (PE) ou Fio Terra (Terra);
Dispositivo a Corrente Diferencial-Residual (DR - Interruptor de Corrente de Fuga);
Extra-Baixa Tensão de Segurança (50 VCA ou 120 VCC).
⇒ Obrigatoriedade do uso da norma:
Lei Federal nº 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor (CDC)
Art. 39 - VIII: É vedado ao fornecedor de produtos e serviços colocar no mercado de consumo, qualquer
produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes, ou
se normas específicas não existirem, pela ABNT ou outra entidade oficial credenciada pelo
CONMETRO.
Art. 10 - O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou
deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

As normas técnicas brasileiras são elaboradas pela ABNT e registradas pelo Inmetro.
A NBR 5410 é uma norma de uso obrigatório no projeto, na execução e na manutenção de instalações
elétricas de baixa tensão em:
• estabelecimentos residenciais; • estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;
• estabelecimentos comerciais; • edificações pré-fabricadas;
• estabelecimentos de uso público; • trailers, campings, marinas e instalações análogas;
• estabelecimentos industriais; • canteiros de obras, feiras, exposições e instalações temporárias.

3.2 – Resolução nº 456/00 ANEEL / MME


A Resolução nº 456, de 29 de novembro de 2000, da Agência Nacional de Energia Elétrica,
estabelece de forma atualizada e consolidada, as Condições Gerais de Fornecimento de Energia
Elétrica.
Art. 3º. Efetivado o pedido de fornecimento à concessionária, esta cientificará o interessado:
I. da obrigatoriedade de:
a) observância, nas instalações elétricas da unidade consumidora, das normas expedidas pelos
órgãos oficiais competentes, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou outra
organização credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (CONMETRO), e das normas e padrões da concessionária, postos à disposição do
interessado;
..............................................................................................................................................................................
Art. 118. A concessionária deverá manter nas agências de atendimento, em local de fácil visualização e
acesso, exemplares desta Resolução e das Normas e Padrões da mesma, para conhecimento ou consulta
dos interessados.
Parágrafo único. A concessionária deverá fornecer exemplar desta Resolução,
gratuitamente, quando solicitado pelo consumidor.
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3.3 – Atender à Norma é Fundamental


A Norma fixa as condições mínimas exigíveis às instalações elétricas, a fim de garantir o seu
funcionamento perfeito, a segurança das pessoas e animais domésticos e a conservação dos bens.
Todo projeto elétrico é elaborado a partir de um projeto de engenharia civil (plantas, cortes e
detalhes), e deve seguir as recomendações da NBR 5410/97 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão -
Procedimentos, e a NBR 5444/86 - Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais.

3.4 – Falhas Mais Comuns nas Instalações Elétricas de Baixa Tensão


A seguir serão enumeradas as falhas mais comuns que são introduzidas nas instalações elétricas,
motivadas muitas vezes por negligência ou falta de conhecimento. São elas:
1. Ausência de Aterramento, ou Aterramento Inadequado;
2. Materiais que Não Atendem às Normas Técnicas;
3. Pontos de Luz e Tomadas de Corrente no Mesmo Circuito Terminal;
4. Emendas ou Conexões Malfeitas;
5. Instalação de Arandela em Substituição ao Ponto de Luz no Teto;
6. Previsão de Tomadas em Quantidade Insuficiente;
7. Falta de Coordenação entre Condutores e Dispositivos de Proteção;
8. Verificação Final das Instalações Não Realizada.

3.5 – Finalidade do Projeto Elétrico


O projeto visa, sobretudo, definir a melhor maneira de fornecer energia elétrica da rede de
distribuição (da concessionária local) até os pontos de utilização.

Situação 1 Situação 2
Energia Elétrica na PROJETO Energia Elétrica no
Rede de Distribuição Ponto de Utilização

4 – O PROJETO ELÉTRICO E SUAS ETAPAS

Projetar uma instalação elétrica para qualquer tipo de prédio ou local consiste essencialmente em
selecionar, dimensionar e localizar, de maneira racional, os equipamentos e outros componentes
necessários a fim de proporcionar, de modo seguro e efetivo, a transferência de energia elétrica desde
uma fonte até os pontos de utilização.
As etapas que devem ser seguidas num projeto de instalações elétricas prediais, válidas, em
princípio, para qualquer tipo de prédio (residencial, comercial, industrial etc.), são as seguintes:
a) Análise inicial;
b) Fornecimento de energia normal;
c) Quantificação da instalação;
d) Esquema básico da instalação;
e) Seleção e dimensionamento dos componentes;
f) Especificação e contagem dos componentes.

a) Análise inicial:
Etapa preliminar do projeto de instalações elétricas de qualquer prédio, constituindo em colher
os dados básicos para a execução do trabalho.
1. Estudo, com cliente e/ou arquiteto, de todos os desenhos constantes do projeto de arquitetura
– plantas, cortes, detalhes importantes etc.
2. Análise dos outros sistemas a serem implantados no local (hidráulico, tubulações, ar
condicionado etc.) e das características elétricas dos equipamentos de utilização previstos.
3. Tipos de linhas elétricas a utilizar.
4. Setores ou equipamentos que necessitam de energia de substituição.
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5. Resistividade.
6. Iluminação de emergência.
7. Localização da entrada de energia.
b) Fornecimento de energia normal:
Etapa que consiste na determinação das condições em que o prédio será alimentado com
energia elétrica.
1. Tensões de fornecimento.
2. Esquema de aterramento.
3. Padrão de entrada e medição a ser utilizada.
4. Nível de curto-circuito no ponto de entrega de energia.
c) Quantificação da instalação:
Etapa em que se determina a potência instalada e a demanda (Tabela).
1. Marcação dos pontos de luz (em planta).
2. Marcação dos pontos de tomadas de corrente e outros pontos de utilização (em planta).
3. Divisão da instalação em circuitos (Tabela).
4. Cálculo da potência instalada e da demanda (potência de alimentação).
d) Esquema básico da instalação:
Etapa que resultará em um esquema unifilar, onde estarão indicados os componentes principais
da instalação e suas interligações elétricas.
e) Seleção e dimensionamento dos componentes:
Etapa que seleciona e dimensiona todos os componentes que fazem parte do projeto elétrico,
desde a proteção até os condutores.
f) Especificação e contagem dos componentes:
Etapa responsável pela especificação técnica dos componentes e contagem dos mesmos.

5 – ELEMENTOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA

5.1 – Os Pontos Elétricos


Ponto elétrico é o termo empregado para designar aparelhos fixos de consumo. (ex. pontos de
luz, tomadas de corrente, interruptores etc.). Um centro de luz com seu respectivo interruptor constituem
dois pontos elétricos. Os pontos elétricos podem ser de dois tipos, conforme apresentados a seguir:
1. Ponto útil ou ponto ativo. É o dispositivo onde a corrente elétrica é realmente utilizada
(consumida) ou produz efeito ativo. (ex. receptáculo onde é colocada uma lâmpada ou
tomada onde se liga um aparelho eletrodoméstico).
Os principais pontos ativos são:
1. PONTO SIMPLES: Corresponde a um aparelho fixo (ex. chuveiro elétrico, uma só lâmpada ou
grupo de lâmpadas funcionando em conjunto).
2. PONTO DE DUAS SEÇÕES: (ex. duas lâmpadas ligadas independentemente uma da outra).
3. TOMADA SIMPLES: Quando nela pode-se ligar somente um aparelho. Em geral são de 15 A,
250 V (Existem tomadas para uso industrial, de 30 A, 440 V).
4. TOMADA DUPLA: Quando nela podem ser ligados simultaneamente dois aparelhos.
5. TOMADA COMBINADA: Quando, embora reunida numa só caixa, pode servir a finalidades
diversas. (ex. corrente para TV e antena).
6. TOMADA COM TERRA: Quando a tomada de corrente tem uma ligação auxiliar para
aterramento (o potencial da terra é zero em relação às pessoas).
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2. Ponto de comando. É o dispositivo por meio do qual se governa um ponto ativo. (ex.
interruptor, disjuntor, botões etc.).

Os pontos de comando podem ser constituídos por:


1. INTERRUPTOR SIMPLES OU UNIPOLAR: Acende ou apaga uma só lâmpada ou grupo de
lâmpadas funcionando em conjunto. Em geral são de 10 A, 250 V.
Observação: O dimmer é um dispositivo que permite variar a luminosidade de uma ou várias
lâmpadas incandescentes, girando-se um botão. Podem ser de 500 W/110 V e 1.000 W/220 V.
2. INTERRUPTOR DE DUAS SEÇÕES: Acende ou apaga separadamente duas lâmpadas ou dois
grupos de lâmpadas funcionando em conjunto.
3. INTERRUPTOR DE TRÊS SEÇÕES: Acende ou apaga separadamente três lâmpadas ou três
grupos de lâmpadas funcionando em conjunto.
4. INTERRUPTOR PARALELO (THREE-WAY): Operando com outro da mesma espécie,
acende ou apaga, de pontos diferentes, o mesmo ponto útil. Emprega-se em corredores, escadas
ou salas grandes, e em geral são de 10 A, 250 V.
5. INTERRUPTOR INTERMEDIÁRIO (FOUR-WAY): Colocado entre interruptores paralelos,
que acende e apaga, de qualquer ponto, o mesmo ponto ativo. É usado na iluminação de halls,
corredores e escadas de um prédio.

OBSERVAÇÃO: Os interruptores e tomadas de embutir são guarnecidos por placas ou espelhos.

5.2 – Os Condutores Elétricos (Fiação Elétrica)

No traçado do projeto de instalações elétricas é necessária a marcação dos fios contidos na


tubulação, para determinar-se o diâmetro da mesma e para orientar o trabalho da futura enfiação.

Os condutores de alimentação podem ser divididos em (ver Figura 6-1):

⇒ Condutores de circuitos terminais. Saem dos quadros terminais e alimentam os pontos de luz,
as tomadas e os aparelhos fixos.

⇒ Condutores de circuitos de distribuição. Ligam o barramento ou chaves do quadro de


distribuição ao quadro terminal.

⇒ Condutores de circuitos de distribuição principal. Ligam a chave geral do prédio ao quadro


geral de distribuição ou ao medidor.

Os condutores de alimentação que constituem os circuitos terminais classificam-se em:

A) FIOS DIRETOS. São os dois condutores (fase e neutro) que, desde a chave de circuito no
quadro terminal de distribuição, não são interrompidos, embora forneçam derivações ao
longo de sua extensão.
O fio neutro vai, sem exceção, diretamente a todos os pontos ativos.
O fio fase vai diretamente apenas às tomadas e pontos de luz que não dependem de
comando, aos interruptores simples e a somente um dos interruptores paralelos.
B) FIO DE RETORNO. É o condutor-fase que, depois de passar por um interruptor ou jogo de
interruptores, “retorna”, ou melhor, “vai” ao ponto de luz.
C) FIOS ALTERNATIVOS. São os condutores que só existem nos comandos compostos, e
que permitem, alternativamente, a passagem da corrente ou ligam um interruptor paralelo
(three-way) com outro intermediário (four-way).

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Fig. 6-1 – Diagrama básico de instalação de um edifício residencial ou comercial.

5.3 – As Cores dos Condutores

A NBR 5410 recomenda a adoção das seguintes cores no encapamento isolante dos condutores:

• Condutores Fases: preto, branco, vermelho ou cinza;

• Condutor Neutro: azul-claro;

• Condutor Terra: verde ou verde-amarelo.

No aterramento:

• Condutor PE: verde ou verde-amarelo;

• Condutor PEN: azul-claro.

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6 – SIMBOLOGIA PADRONIZADA
(NBR 5444 – Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais)

Na elaboração de projetos de instalações elétricas, empregam-se símbolos gráficos para a


representação dos “pontos” e demais elementos que constituem os circuitos elétricos.
Tabela 6-1 – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.
A. Dutos e Distribuição:

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Tabela 6-1 (cont.) – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.

A. Dutos e Distribuição:

B. Quadros de Distribuição:

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Tabela 6-1 (cont.) – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.

C. Interruptores:

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Tabela 6-1 (cont.) – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.

D. Luminárias, Refletores e Lâmpadas:

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Tabela 6-1 (cont.) – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.

E. Tomadas:

F. Motores e Transformadores:

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7 – REPRESENTAÇÃO DOS DIAGRAMAS MULTIFILAR E UNIFILAR

Esquema Funcional: Apresenta todo o sistema elétrico e permite interpretar, com clareza e rapidez,
o funcionamento ou seqüência funcional dos circuitos. Neste esquema, mostra-se o equipamento
exatamente como ele é encontrado à venda no mercado, ou como ele é industrialmente fabricado.

Diagrama Multifilar: Representa todo o sistema elétrico, em seus detalhes, com todos os condutores,
sendo que nesta representação, cada traço é um fio que será utilizado na ligação dos componentes.

Diagrama Unifilar: Representa um sistema elétrico simplificado, que identifica o número de


condutores e representa seus trajetos por um único traço. Geralmente, representa a posição física dos
componentes da instalação, porém não representa com clareza o funcionamento e seqüência
funcional dos circuitos.

Esquema Funcional
N1

F1

N2

F2
T

Fig. 7-1 – Exemplo de um esquema funcional com lâmpada, interruptor e tomada.

Diagrama Multifilar Diagrama Unifilar


N1
F1
N2
F2
T

Fig. 7-2 – Diagramas multifilar e unifilar para o esquema funcional da Fig. 9-1.

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7.1 – Detalhes do Posicionamento das Caixas de Passagem e do Trajeto dos Eletrodutos

As figuras apresentadas a seguir mostram de forma detalhada onde estão localizadas as caixas
de passagem, o quadro elétrico e o trajeto de todos os eletrodutos. As perspectivas cônica e cavaleira
apresentam o posicionamento dos pontos elétricos e mostram, com uma maior clareza, o
encaminhamento dos eletrodutos.

Fig. 7-3 – Perspectiva cônica (representação simplificada).

Fig. 7-4 – Perspectiva cavaleira (representação simplificada).


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Fig. 7-5 – Instalações em eletrodutos (detalhamento das caixas de passagem).

Fig. 7-6 – Diagrama unifilar (representação utilizada nos projetos elétricos).

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7.2 – Esquemas Fundamentais para Instalações de Lâmpadas, Interruptores e Tomadas

Os esquemas apresentados a seguir representam trechos constitutivos de um circuito de


iluminação e tomadas, e poderiam ser designados como “subcircuitos” ou circuitos parciais. O condutor-
neutro é sempre ligado ao receptáculo de uma lâmpada e à tomada. O condutor-fase alimenta o
interruptor e a tomada. O condutor de retorno liga o interruptor ao receptáculo da lâmpada.

Fig. 7-7 – Ponto de luz e interruptor simples, isto é, de uma seção.

Fig. 7-8 – Ponto de luz, interruptor de uma seção e tomada de 100 VA a 30 cm do piso.

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Fig. 7-9 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor simples.

Fig. 7-10 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções.

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Fig. 7-11 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções e tomada de 100 VA.

Fig. 7-12 – Duas lâmpadas comandadas por interruptores independentes, de uma seção cada.

Fig. 9-13 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções e tomada de 100 VA.
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9 – ESTIMATIVA DE CARGA

9.1 – Iluminação:

1. No caso de residências e apartamentos, nos quais, em geral, se emprega a iluminação


incandescente, não há necessidade da elaboração de um projeto luminotécnico. Eventualmente
são previstas arandelas nas paredes ou sancas de luz indireta. Para a determinação das cargas
de iluminação pode ser adotado o seguinte critério:
a) Em cômodos ou dependências com área ≤ 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima
de 100 VA.
b) Em cômodos ou dependências com área > 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima
de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m2
inteiros (NBR 5410).
2. No caso de escritório, estabelecimento comercial e industrial, não se dispensa o projeto de
iluminação (projeto luminotécnico), principalmente se a iluminação for fluorescente ou a
vapor de mercúrio (ex. fábricas, armazéns, pátios de armazenamento etc.).

9.2 – Tomadas de Corrente:

Os aparelhos eletrodomésticos e as máquinas de escritório são normalmente alimentados por


tomadas de corrente.
As tomadas podem ser divididas em duas categorias:
A) TOMADAS DE USO GERAL (TUG´s): Nelas são ligados aparelhos portáteis como
abajures, enceradeiras, aspiradores de pó, liqüidificadores, batedeiras, televisores,
aparelhos de som etc.
B) TOMADAS DE USO ESPECÍFICO (TUE´s): Alimentam aparelhos fixos ou
estacionários, que embora possam ser removidos trabalham sempre num determinado
local. É o caso dos chuveiros elétricos, máquinas de lavar roupa, aparelhos de ar
condicionado etc.

O projetista escolherá criteriosamente os locais onde devem ser previstas as tomadas de uso
específico, e deverá prever o número de tomadas de uso geral que assegure conforto ao usuário.

Existem tabelas que indicam as potências nominais de aparelhos eletrodomésticos e que se


precisa conhecer para a elaboração da lista de carga.

9.3 – Número Mínimo de Tomadas de Uso Geral (TUG´s):

1. Residenciais (casas e apartamentos):


a) Cômodo ou dependência com área ≤ 6 m2, pelo menos 01 tomada.
b) Cômodo ou dependência com área > 6 m2, pelo menos 01 tomada para cada 5 m ou
fração de perímetro, uniformemente distribuídas.
c) Banheiros, 01 tomada junto ao lavatório (pia), no mínimo 60 cm do limite do boxe.
d) Cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias, 01 tomada para cada 3,5 m
ou fração de perímetro, sendo que acima de cada bancada (pia) com largura ≥ 30 cm,
deve ser prevista pelo menos 01 tomada.
e) Despensa, varandas, garagens e sótãos, 01 tomada no mínimo.

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2. Comerciais:
a) Escritórios com área ≤ 40 m2, 01 tomada para cada 3 m ou fração de perímetro, ou
01 tomada para cada 4 m2 ou fração de área (adota-se o critério que conduzir ao
maior número de tomadas).
b) Escritórios com área > 40 m2, 10 tomadas para os primeiros 40 m2, acrescentando-se
01 tomada para cada 10 m2 ou fração de área restante.
c) Lojas, 10 tomada para cada 30 m2 ou fração, não computadas as tomadas destinadas
a lâmpadas, vitrines e demonstração de aparelhos.

9.4 – Potência a prever nas Tomadas:

1. Tomadas de Uso Específico (TUE´s). Adota-se a potência nominal (de entrada) do aparelho
a ser usado (Tabela 9-1). As tomadas de uso específico devem ser instaladas no máximo a
1,5 m do local previsto para o equipamento a ser alimentado.

2. Tomadas de Uso Geral (TUG´s) (valores mínimos).


a) Instalações Residenciais:
• Em banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço: 600 VA por tomada,
até 03 tomadas, e 100 VA para as demais.
• Outros cômodos ou dependências: 100 VA por tomada.
b) Instalações Comerciais:
• 200 VA por tomada.

Tabela 9-1 – Potências nominais típicas de aparelhos eletrodomésticos, segundo recomendações da


concessionária COSERN (sempre que possível utilizar informações dos fabricantes).

Equipamento Potência (Watt) Forno microondas 1.320


Aparelho de Som 20 Mini-forno elétrico 900
Aspirador de pó 1.000 Freezer 200 a 400
Aquecedor de água 4.000 a 8.000 Furadeira 360
Barbeador elétrico 60 Geladeira doméstica 260
Batedeira 100 a 300 Liquidificador 290
Bebedouro 160 Lixadeira 1.700
Cafeteira elétrica 725 Máquina de costura 86
Centrífuga 300 Máquina de lavar louça 1.700
Chuveiro elétrico 3.800 Máquina de lavar roupa 450
Circulador de ar 100 Microcomputador +
650
Ar cond. 7.000 BTU 900 Impressora
Ar cond. 8.500 BTU 1.300 Moedor de alimentos 330
Ar cond. 10.000 BTU 1.400 Multiprocessador 400
Ar cond. 12.000 BTU 1.600 Pipoqueira 1.000
Ar cond. 18.000 BTU 2.600 Rádio relógio 5
Ar cond. 21.000 BTU 2.800 Rádio toca-fitas 16
Ar cond. 30.000 BTU 3.600 Sauna 5.000
Enceradeira 330 Secador de roupa 890
Espremedor de frutas 140 Secador de cabelos 500 a 1.200
Exaustor doméstico 300 Televisor 75 a 300
Faca elétrica 750 Torradeira 500 a 1.200
Ferro elétrico 1.000 Ventilador portátil 60 a 100
Ferro de solda 100 Videocassete 35
Fogão residencial 9.150
Equipamento Potência (Watt)

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Fundamentos Básicos de Instalações Elétricas Prediais
Carga Instalada = 24,14 kW e Demanda Provável = 12,60 kVA
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