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ALIMENTAR
Bruna da Silva Almeida¹
Raquel Fragoso de Jesus¹
Carla F. Bonfim²
RESUMO
O comportamento alimentar é determinado por aspectos sociais, ambientais e toda uma relação
desenvolvida com o alimento, porém algumas práticas podem representar um risco para o
desenvolvimento de doenças. Devido a crescente preocupação com a aparência e o peso corporal,
associado a imposição e influência das redes sociais a busca por dietas restritivas e suas práticas
sem acompanhamento se tornaram comum, com isso o presente trabalho tem como objetivo apontar
sobre as dietas e seus feitos no comportamento alimentar. A análise dos resultados destaca uma
significativa relação das práticas de dietas restritivas no surgimento da Compulsão Alimentar. Foi
relatado um maior risco em indivíduos com depressão e ansiedade e prejuízos nos hábitos
alimentares a longo prazo. Apesar da necessidade de mais estudos e resultados concretos, ainda
assim é importante salientar a importância da educação nutricional no ambiente familiar e a
observação de possíveis gatilhos como a insatisfação como o próprio corpo e mudanças nos hábitos
alimentares na fase da adolescência.
1. INTRODUÇÃO
O comportamento alimentar é muito mais que o ato de comer, engloba estímulos internos e
externos, fatores orgânicos, psicológicos e sociais, possui motivações ocultas relacionadas às
carências psicológicas e às emoções e conflitos que não dependem somente da fome e das
necessidades fisiológicas (Soihet & Silva, 2019).
A busca por um determinado padrão de corpo não é algo novo. A percepção que temos do
corpo muda ao longo do tempo, e cada período da história e cultura têm sua obsessão com um
padrão corporal específico, principalmente com a imagem do corpo feminino, intrinsecamente
ligado a um ideal de beleza imposto pela mídia (Sousa et al., 2018)
Devido ao crescente intuito de melhorar a aparência, emagrecer, controlar a obesidade, um
variado espectro de dietas que prometem resultados rápidos tem surgido. As dietas da moda podem
ser definidas como padrões de comportamento alimentar adotados entusiasmadamente por seus
adeptos, e podem ser intituladas dessa maneira por serem populares e efêmeras, promovendo
resultados rápidos e que parecem interessantes, porém carecem de embasamento científico (Lima et
al.,2015)
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A palavra dieta vem do grego diaita, no dicionário é definido como um regime alimentar
prescrito por um nutricionista, com a privação total ou parcial de alguns alimentos específicos.
(Dicionário Houaiss, 2009)
Para a ciência da Nutrição, entende-se a dieta como um padrão de alimentação, esse termo
aparece relacionado às dietas terapêuticas, que são modificação do padrão normal de dieta
adequada, que segue as recomendações nutricionais vigentes para atender as necessidades dos
pacientes. Para o contexto social, as dietas para o emagrecimento, com privação total ou parcial de
alguns alimentos e muita das vezes excluindo totalmente alguns, como os alimentos ricos em
carboidratos. (ALVARENGA et al., 2016)
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Essa questão da valorização e disseminação das dietas restritivas está muito ligada ao padrão
de beleza que foi estabelecido na sociedade atual, que vem diariamente buscando novas formas de
se chegar no corpo ideal.
A dieta com restrição alimentar é entendida como alterações restritivas, e autoimpostas, que
mudam totalmente a quantidade dos alimentos ingeridos e tem o objetivo de controlar e alterar o
peso corporal. Podendo-se até mesmo pular refeições, jejuar por longos períodos, diminuição da
quantidade de alimentos ingeridos, restringir grupos alimentares que é considerado “engordativos”,
fazer a contagem de calorias consumidas, consumir apenas os alimentos considerados diets ou
lights e todas as dietas da moda como as detox, líquidas, as de revistas entre outras. (ALVARENGA
et al., 2016)
Algumas pesquisas mostram que dietas não funcionam para promover a perca de peso ao
longo prazo e que podem trazer inúmeras consequências nocivas à saúde do individual ao qual se
submete a tal dietas. Essas dietas promovem uma certa obsessão por comida que podem causar os
transtornos alimentares levando não a perca de peso e sim a obesidade.
Para classificarmos uma dieta, é necessário pautarmos alguns pontos sobre ela. Verificar se
existe algum embasamento científico, se são capazes e eficazes na promoção de perca de peso e da
manutenção desse peso atingido. Não altera o estado dos micronutrientes e parâmetros metabólicos
como a glicemia, insulina, pressão arterial, lipidemia entre outros. Reduzem o risco de adquirir as
doenças crônicas, se afeta a fome, o apetite e o bem-estar psicológico. Se afeta a regulação do
consumo e do gasto energético. (ALVARENGA et al., 2016)
É necessário investigarmos a fundo a dieta, conhecer todos os efeitos que ela causa, não só os
de curto prazos, como são a maioria das dietas da moda. Conhecendo os efeitos ao longo prazo
dessas dietas podemos promover uma melhor saúde e bem-estar para o paciente. Segundo o livro
Alvarenga et al. 2016, p.210: “é comum as pessoas dizerem que a primeira dieta que fizeram
funcionou muito bem, e são seduzidas a pensar que aquele é o modelo a ser seguido, principalmente
porque perdem peso sem tanto sacrifício.” Mas com o passar do tempo as tentativas de perca de
peso tornam-se mais difíceis e as dietas passam a não funcionar, já que não se consegue perder
peso, o paciente acredita que a culpa e o fracasso é dele e não da dieta em si que não é mais capaz
de atender as necessidades do corpo do paciente.
que pratica a dieta precisa ignorar os sinais de fome e o desejo por certos alimentos para que não
coma do mesmo jeito que antes da restrição alimentar. Fazer dieta pode desencadear efeitos
psicológicos negativos entre eles autoestima, cognição e comportamento alimentar, dentre outros
efeitos negativos.
Com o passar dos dias vem aumentando a busca por dietas restritivas com o objetivo de
melhorias na saúde, em busca do corpo perfeito, na melhora da aparência e no bem-estar. Essa
busca já é enraizada na sociedade, sabemos através de vários estudos e pesquisas que as dietas feitas
de forma incorreta podem acarretar diversos danos psicológicos. Um estudo feito durante a Segunda
Guerra Mundial que submeteu homens de peso normal à uma dieta restritiva para que, no final do
experimento esses homens fossem capazes de perder por volta de 76% do seu peso inicial. Com o
objetivo desse estudo de analisar os efeitos da fome no corpo humano. Tendo como resultado
diversas reações psicológicas foram notadas nos homens como: foco excessivo em comida,
irritação, tristeza, brigas com mais frequências, apatia, letargia e perda de interesse sexual. Quando
esses homens foram liberados para comerem como desejarem, os homens que antes comiam de
formal saudável se descontrolaram e tornaram-se obsessivos pela comida. (JULIE SOIHET, ALINE
SILVA, 2019, p.5)
Com a baixa ingestão calórica e jejuns prologados têm sido relacionados ao aumento da
depressão, ansiedade, nervosismo, fraqueza e irritabiliadade. Foi feito um estudo sobre o efeito de
uma intervenção não-dietética em mulheres com obesidade mórbida e na prémenopausa
constataram que um estilo de vida saudável através de um intervenção não restritiva trouxe
importantes beneficios psicológicos como melhoria do bem-estar e da autoestima, diminuição do
estresse, aumento da autonomia e controle sobre si própria. (JULIE SOIHET, ALINE SILVA,
2019, p.5)
3. METODOLOGIA
O trabalho proposto consiste em uma revisão bibliográfica acerca do tema Dieta e seus efeitos
no comportamento alimentar, e foi elaborado com base em artigos, livros, bem como consulta em
sites confiáveis.
4. CONCLUSÃO
A incessante busca pelo corpo perfeito estimulada pela sociedade e pela mídia motiva os
indivíduos a uma permanente insatisfação corporal levando-as a aderir dietas da moda altamente
restritivas no intuito de se enquadrar nesses padrões impostos e acreditar que essas dietas trarão
felicidade e beleza. Apesar dessas dietas apresentarem algum resultado a curto prazo, a longo prazo
os indivíduos que aderem essas dietas tendem a entrar em efeito rebote, ganhando mais peso do que
perderam com a dieta, o que traz insatisfação com o corpo, transtornos alimentares e depressão.
A restrição alimentar traz como consequências diversos prejuízos à saúde física e mental.
O vai e vem entre dietas das modas modifica o comportamento alimentar sendo um combustível
propulsor para transtornos alimentares e dificuldades na relação com a alimentação. A distorção da
autoimagem corporal é um problema principalmente em mulheres jovens, causada por padrões
estéticos incompatíveis com a realidade, favorecendo a adesão a planos alimentares sem nenhuma
individualização e adequação às necessidades da paciente, gerando insatisfação e comorbidades.
Destarte, é fulcral a orientação de um nutricionista ao se iniciar um plano dietético para
auxiliar na obtenção de melhores resultados, na prevenção de doenças e melhora da qualidade de
vida de forma mais efetiva. O nutricionista é o profissional responsável pela função de garantir uma
ingestão alimentar coerente com as necessidades nutricionais do paciente, fornecendo orientações
adequadas sobre os alimentos a serem ingeridos na dieta e monitorando sua composição corporal.
Porém, falta consciência e valorização por parte da população, em relação a importância e função
da orientação adequada de um profissional nutricionista na prevenção de doenças e na busca de uma
qualidade de vida melhor. É primordial também que as pessoas saibam que o seu plano alimentar é
exclusivo e não deve ser compartilhado com as outras, pois possuem estilos de vida e organismos
diferentes.
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REFERÊNCIAS
DIETA. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em:
https://www.dicio.com.br/dieta/. Acesso em: 22 nov. 2022.
SOUSA, L. & SANCHES, R. (2018). O corpo do/no discurso midiático das dietas: efeitos do
novo e da novidade. Revista Famecos Porto Alegre. 25(1).