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FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS
Abril, 2020
Objetivo geral: Aproximar funções aplicando os métodos de interpolação polinomial:
Lagrange e Newton.
Conteúdos:
Polinômio de colocação de Lagrange.
Diferenças divididas. Formula de Newton com diferenças divididas.
Bibliografia Básica:
Álvarez, M. et all. (2003). Matemática Numérica. Editorial Félix Varela. La Habana.
Cuba. (pág. 142-222)
Bibliografía Complementaria:
1) Gomes, M.A.; Da Rocha, V.L. (1999). Calculo numérico. Aspectos teóricos e
computacionais. Pearson. www.pearson.com.br, Brasil. Capítulo 3 (pág. 154-177)
2) Suárez, M. (1983). Matemática Numérica. Editorial Pueblo y Educación, La Habana,
Cuba.
EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA.
A presente guia de estudo tem o propósito dar continuidade aos estudos da disciplina
Analise Numérica. Neste caso apresentam-se os conteúdos relativos ao tema da
aproximação de funções através de interpolação polinomial utilizando diversos métodos.
A forma de apresentação de estes métodos é similar a utilizada na primeira guia de estudo,
observando as definições dos conceitos mais importantes como diferenças divididas e
finitas, bem como o estudo de relações fundamentais expressas nos teoremas formulados
e os procedimentos matemáticos necessários que expressam os métodos de interpolação
mais relevantes, entre eles: interpolação polinomial utilizando o polinômio de Lagrange
e as formulas de Newton.
O PROBLEMA DA APROXIMAÇÃO DE FUNÇÕES
O problema da aproximação de funções a uma função mais simples está relacionado com:
A necessidade de substituir funções muito complicadas por outras mais simples, de
modo que podam realizar-se facilmente determinadas operações como a diferenciação
ou a integração.
A comodidade de avaliar funções tabuladas para pontos intermédios.
Ditas situações fazem recorrer a aproximação de uma função na aqueles casos cuja
expressão analítica resulta muito complicada para o cálculo e requer-se de um elevado
número de operações para resolver um problema. Também quando temos uma tabela da
função e desconhecemos a equação que a define, contando somente com ditos valores.
As classes de funções mais comumente utilizadas são os polinômios e as funções
trigonométricas, exponenciais e racionais, mas a mais utilizada é a interpolação polinomial.
Aproximação de funções
O problema a enfrentar presenta a seguinte situação:
f: função a aproximar.
g: função aproximada
: critério de aproximação.
Os critérios de aproximação mais relevantes são:
o A interpolação
o O desvio mínimo quadrática.
Vejamos a que concepção essencial responde cada uns deles:
Dentro do critério de interpolação a função aproximada pode escolher-se, entre outras,
das seguintes formas:
Pelo polinômio de interpolação.
Numa seção polinomial (funções de Lagrange; etc).
De maneira geral, interpolar um valor numa tabela ou obter uma função de interpolação
para representar outra expressada por um conjunto de valores discretos dados por uma
tabela são actividades básicas da interpolação.
Na interpolação polinomial podem apresentar-se dois casos:
a) Os dados estão igualmente espaceados - (x constante)
b) Os dados não estão igualmente espaceados - (x variável)
INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL.
Uma das formas mais diretas da interpolação é mediante um polinômio interpolador,
sobre todo quando o grau deste não é muito alto. No caso de existir muitos pontos de
interpolação, é preferível utilizar polinômios por espaços e nos casos de requerimentos
adicionais os denominados “splines”.
Definição 1: A condição básica para que um polinômio P(x) seja um polinômio
interpolador para uma tabela
x x1 x2 . . . xn
y y1 y2 . . . yn
𝑝𝑖 = ∏(𝑥 − 𝑥𝑗 ) , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑖 ≠ 𝑗; 𝑖 = 1, 2, … , 𝑛
𝑗=1
Nota:
Observemos que o conjunto dos polinômios anteriores verifica as propriedades:
𝑝𝑖 (𝑥𝑖 ) ≠ 0
𝑝𝑖 (𝑥𝑗 ) = 0 para 𝑖 ≠ 𝑗
Dedução da fórmula de polinômio interpolador
O polinômio procurado 𝑃(𝑥), é de grau 𝑛 − 1 (como máximo) e passa pelos pontos
[(𝑥 𝑖 , 𝑦𝑖 ) , 𝑖 = 1,2 , . . . , 𝑛 ]. Vamos a propor sua forma como combinação linear dos
𝑝𝑖 (𝑥), onde 𝑖 = 1, 2, 3, . . . , 𝑛, ou seja:
𝑃(𝑥) = 𝑐1 𝑝1 (𝑥 ) + 𝑐2 𝑝2 (𝑥 ) + 𝑐3 𝑝3 (𝑥 ) + ⋯ + 𝑐𝑖 𝑝𝑖 (𝑥 ) + ⋯ + 𝑐𝑛 𝑝𝑛 (𝑥)
De forma compacta tem-se:
n
P ( x ) c i pi ( x )
i 1
x 1 3 7 8
y 1 9 49 64
𝜋 𝜋
Exemplo 3. Aproximar a função f(x)= cos x sobre o intervalo [− 2 , 2 ] mediante um
polinômio de interpolação.
Solução.
Uma forma razoável de aproximar a função f(x)= cos x é mediante um polinômio de
interpolação de Lagrange de grau menor ou igual que dos, 𝑝2 (𝑥), usando como nó os
𝜋 𝜋
números 𝑥 0 = − 2 , 𝑥 1 = 0 e 𝑥 2 = 2 .
𝜋 𝜋 √2
𝑓 ( ) = 𝑐𝑜𝑠 ( ) =
4 4 2
𝜋 𝜋 𝜋 4 𝜋 2
Mas, se calculamos substituindo 𝑓 (4 ) = 𝑐𝑜𝑠 (4 ) ≈ 𝑝2 (4 ) = 1 − 𝜋2 (4 ) = 0.75
2 𝑥2 𝑓[ 𝑥 2 ] 𝑓[ 𝑥 2 , 𝑥 3 ] ...
3 𝑥3 𝑓[ 𝑥 3 ] ⋮
⋮ ⋮ ⋮
Observe que na mesma tabela podem se ler os coeficientes tanto da forma progressiva como
da forma regressiva de Newton do polinômio interpolador.
No caso particular 𝑛 = 1, a forma de Newton do polinômio interpolador é
𝑓(𝑥 1 ) − 𝑓(𝑥 0 )
𝑝1 (𝑥) = 𝑓[𝑥 0 ] + 𝑓[𝑥 0 , 𝑥 1 ](𝑥 − 𝑥 0 ) = 𝑓(𝑥 0 ) + (𝑥 − 𝑥 0 )
𝑥1 − 𝑥0
que coincide com a formula deduzida para 𝑝1 (𝑥 ) da forma de Lagrange do polinômio
interpolador. Lembre-se que o polinômio interpolador é único.
O erro na interpolação de Newton
Dada uma função 𝑓 definida no intervalo [𝑥 0 , 𝑥 1 ]. Se 𝑓 es continua em [𝑥 0 , 𝑥 1 ] e 𝑓′ existe
em (𝑥 0 , 𝑥 1 ), então o teorema do valor médio implica que existe 𝑥 ∈ (𝑥 0 , 𝑥 1 ), tal que
𝑓 ′ (𝑥 ) = 𝑓[𝑥 0 , 𝑥 1 ].
Em geral, pode demonstrar-se o teorema seguinte:
Teorema 2. Se 𝑓 é uma função de valor real definida sobre o intervalo [𝑎, 𝑏], 𝑛 vezes
continuamente diferençável em [𝑎, 𝑏] e 𝑥 0 , 𝑥 1 , … , 𝑥 𝑛 são números distintos em [𝑎, 𝑏],
então existe 𝜉 ∈ [𝑎, 𝑏] tal que
𝑓 (𝑛) (𝜉)
𝑓[ 𝑥 0 , 𝑥 1 , … , 𝑥 𝑛 ] =
𝑛!
Usando a formula anterior pode se obter uma expressão para estimar o erro ao aproximar
uma função 𝑓 mediante o polinômio interpolador de Newton 𝑝𝑛 (𝑥 ), a partir dos pontos
𝑥 0 , 𝑥 1 , … , 𝑥 𝑛 , 𝑥 como se indica a continuação.
Da formula do erro 𝐸 (𝑥 ), dada ao estudar a forma de Lagrange do polinômio interpolador,
temos que
(𝑥 − 𝑥 0 )(𝑥 − 𝑥 1 ) … (𝑥 − 𝑥 𝑛 ) (𝑛+1)
𝑓(𝑥 ) = 𝑝𝑛 (𝑥 ) + 𝑓 (𝜉(𝑥))
( 𝑛 + 1) !
𝐸 (𝑥 )
onde 𝜉(𝑥) é um número que depende de 𝑥 e 𝜉(𝑥) ∈ (𝑎, 𝑏)
De outro lado, usando a forma de Newton do polinômio interpolador de grau menor ou
igual que 𝑛 + 1 para 𝑓 nos nó 𝑥 0 , 𝑥 1 , … , 𝑥 𝑛 , 𝑥, temos que
𝑓 (𝑥 ) = 𝑝𝑛+1 (𝑥 ) = 𝑝𝑛 (𝑥 ) + 𝑓[𝑥 0 , 𝑥 1 , … , 𝑥 𝑛 , 𝑥 ](𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 ) … (𝑥 − 𝑥𝑛 )
Igualando as equações anteriores conclui-se que:
A expressão resultante oferece uma fórmula alternativa para estimar o erro ao usar a fórmula de
interpolação de Newton.
Solução
a) Devemos obter o polinômio interpolador 𝑝𝑛 (𝑥) que contenha os valores dados, que
segundo a definição expressa-se da forma:
𝑝𝑛 (𝑥) = 𝑏0 + 𝑏1 (𝑥 − 𝑥 0 ) + 𝑏2 (𝑥 − 𝑥 0 )(𝑥 − 𝑥1 ) + ⋯ + 𝑏𝑛 (𝑥 − 𝑥 0)(𝑥 − 𝑥1 ) … (𝑥 − 𝑥 𝑛−1 )
Por tanto, a idea se reduze a determinar os valores 𝒃𝒊 para poder obter dito polinômio.
Para isso usemos a forma progressiva para determinar o polinômio interpolador de
Newton, escolhendo adequadamente os nó:
𝑥𝑘 𝑓( 𝑥 𝑘 )
2.0 0.5103757
2.2 0.5207843
2.4 0.5104147
2.6 0.4813306
2.8 0.4359160
2 𝑥2 𝑓[ 𝑥 2 ] 𝑓[ 𝑥 2 , 𝑥 3 ] ...
3 𝑥3 𝑓[ 𝑥 3 ] ⋮
⋮ ⋮ ⋮
𝑛−1 𝑥𝑛−1 𝑓[𝑥 𝑛−1 ] 𝑓 [𝑥 𝑛−1 , 𝑥 𝑛 ]
𝑛 𝑥𝑛 𝑓 [𝑥 𝑛 ]
Para construir a tabela utilizamos a Definição 2 (Diferença dividida progressiva de Newton)
dada nos aspectos teóricos descritos anteriormente.
1º. Calculando as diferenças dividida zero.
Segundo a definição:
𝑓[𝑥 𝑘 ] = 𝑓(𝑥 𝑘 ), 𝑘 = 0, 1, 2, … , 𝑛
Por tanto, para o polinômio interpolador 𝑝𝑛 (𝑥) , tem-se que:
𝑓[𝑥 0 ] = 𝑓(𝑥 0 ) = 𝑓(2.0) = 0.5103757, de aqui obtemos o primeiro coeficiente 𝑏0
do polinômio, resultando que como 𝑏0 = 𝑓 [𝑥0 ], então 𝒃𝟎 = 𝟎. 𝟓𝟏𝟎𝟑𝟕𝟓𝟕
𝑓[𝑥 1 ] = 𝑓(𝑥1 ) = 𝑓(2.2) = 0.5207843
E assim sucessivamente até obter o valor de 𝑓 [𝑥4 ]
𝑓[𝑥 4 ] = 𝑓(𝑥 4 ) = 𝑓(2.8) = 0.4359160
∴ 𝒇(𝟐. 𝟏) ≈ 𝟎. 𝟓𝟏𝟖𝟏𝟕𝟕𝟑
ESTUDO INDEPENDENTE:
1. Propomos concluir no exemplo 4 a comprobação do cálculo das diferenças divididas
da tabela e encontrar os polinômios de interpolação de Newton de 3 e 4 grau.
2. A seguinte tabela de dados corresponde a valores da função 𝑓(𝑥 ) = 𝑒 𝑥
Escreva ambas formas como polinômios da forma 𝒂𝒙𝟐 + 𝒃𝒙 + 𝒄 e verifique que são
idênticos.